EXERCICIO 003_Privado Porém Público_Cap 06_Terceiro Setor - Rubem Fernandes

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SOCIOLOGIA, ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL – 2022 1 
 
 
NOME: MARCOS PAULO VIEIRA MESQUITA ...................... TURMA: CTB02NA ........................ 
 
 
TAREFA 003 – CAPITULO 6 – LIVRO: PRIVADO PORÉM PÚBLICO – RUBEM FERNANDES 
 
TERCEIRO SETOR 
Inicialmente, a ideia de “terceiro setor” presume um “primeiro e segundo 
setor” que são, respectivamente, constituidos pelo Estado e pelos entes privados que 
buscam fins lucrativos – ou seja, o mercado – Em termos explicitos e positivos, o 
conceito designa às organizações privadas sem fins lucrativos prestadores de serviços 
públicos (popularmente chamadas de ONG’s). 
O terceiro setor é o conjunto de atividades voluntárias desenvolvidas em 
favor da sociedade, por organizações privadas nao-governamentais e sem o objetivo 
de lucro, muito emborra eles posam firmar parcerias com o Estado e o mercado e deles 
possam receber investimentos (públicos e privados). 
INTERAÇÕES: ANOS 70 e 80. 
Em sintese, destacam-se quatro segmentos, os quais, podem ser 
diferenciados: 
1. Formas tradicionais de ajuda mutua; 
2. Movimentos sociais e associações civis; 
3. ONGs; e, 
4. Filantropia empresaria. 
Nos anos 70 e 80, os Movimentos Sociais e Associações Civis estiveram 
intimamente associados, com as ONGs, no entanto, as formas tradicionais de ajuda 
mutua quase não se comunicavam com a filantropia empresarial. Houve uma ruptura 
do assistencialismo para com os Movimentos, Associações e ONGs, como por 
exemplo, as igrejas. Nesse sentido, o termo “assistencialismo” recebeu um valor 
negativo, transformando-se em um termo de acusação. 
Disciplina: SOCIOLOGIA, ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL 
Professor: MÁRCIO ROJÂNIO DA PONTE SALES 
 
 
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Nesse periodo sucederam-se varios episódios de resistencia politica, tanto 
por parte das Classes Empresarias, que defendiam os seus interesses atraves dos 
executivos no poder, quanto por parte dos Movimentos Sociais e ONGs, atuando como 
atores dos confrontos globais de classe. Ademais, o terceiro setor se manteve distante 
dos governos, a fim de evitar mais conflitos, resultando em um minimo de 
relacionamento entre as partes. Por outro lado, sentiam-se felizes e vitoriosos quando 
dialogavam e apresentavam alguma reinvidiação às Classes Empresariais. 
As OGNs se estruturaram passando a atuar como Centro de Recursos-
Humanos, por meio de assessorias, informações, materiais pedagógicos, formação, 
elaboração de projetos e entre outros, à serviço da sociedade e de seus respectivos 
movimentos sociais. Desde modo, os micropojetos locais, evoluiram para campanhas 
de escala internacional. A tecnologia, por meio do seu alcance, teve papel fundamental 
nesse novo processo de articulação – reunindo atraves de “redes” combinando 
autonomia com um intenso fluxo de informações. 
Segundo Peón, as ONGs são descritas como: “processos dinamicos 
permanentes que estabelecem laços multiplos, descontinuos e redudantes entre 
pessoas e entre grupos, formais e informais [...] o essencial nestas redes não é a 
estrutura, mas os processos descentralizados de comunicação e de tomada de 
decisões. Apoiam-se em solidos relacionamentos interpessoais que resiste ao teste do 
tempo”. 
BOXE 6: REDES DE ONGS NA AMERICA LATINA 
As primeiras redes de ONGs unificaram-se em função 
de temas em comum, como “desenvolvimento social” ou “edução 
popular”. Essas redes temáticas incluem organizações dedicadas 
à mulher, às crianças, à saude, à ecologia, e outras. Algumas são 
locais, outras regionais, outras ainda, internacionais com bases 
latino-americanas. 
No brasil, FASE, IBASE, IDAC e ISER, promovem 
diversos projetos em comum. No peru, algumas das maiores 
ONGs: DESCO, CEPES, CEDEP, ILEP, IBC e CIDCA, reuniram-
 
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se num grupo “PROPOSTA” para apresentar alternativas ao 
projeto constitucional do governo. Na Nicarágua, FACS, ADP e 
CEPAD, apresentaram conjuntamente à Comunidade Economica 
Europeia um projeto de apoio às vitimas da guerra civil. 
No México, o programa SUDESOL/PRONASOL, dá 
suporte a um novo Fundo Sociel de Co-investimentos. O governo 
Chileno criou uma Comissão Consultiva no Ministério de 
Planejamento Economico (Oficina ENLACE), com a presença de 
6 representantes do terceiro setor e presidida pelo proprio 
Ministro, com o objetivo de discutir prioridades e criterios para os 
investimentos sociais do governo. 
Também no méxico, o Fundo de Apoio Mútuo, criado 
pela Igreja, reune cerca de 200 ONGs e Associações Civis 
atraves das principais redes, com o objetivo de captar recursos 
internacionais. Este fundo esteve em Paris, em maio de 1993, 
levando represenntantes dos vários segmentos da Sociedade 
Civil, e também do governo, com a missão de reunir-se com o 
bancos europeus e outras agencias de financiamento. A operação 
SWAP, ou seja, conversão da divida externa em investimento 
sociais no pais, foi um dos principais tópicos de nagociação. 
ANOS 90: A ABERTURA PARA NOVAS INTERAÇÕES 
Os movimentos sociais e as ONGs restavam prejudicadas pelo problema de 
isolamento – criavam uma distancia não-intencional com as maiorias pobres; 
combatendo as empresas e o governo, afastavam-se das elites. Isolados das massas e 
das elites, chegaram ao limite de seus potenciais mobilizadores. 
Já na década de 90, sucedeu uma série progressiva do que chamamos de 
terceiro setor. As interações multiplicaram-se em vários sentidos. Como exemplo: 
“Governantes recem-eleitos pedem o apoio da “sociedade civil organizada” para a 
implementação de algum projeto de importancia local”; “ONGs competem por contratos 
 
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convernamentais com outras instituições públicas ou privadas – para dirigir pesquisas, 
para coordenar projetos, para executar segmentos de um trabalho maior”. 
A pacificação nacional tornou-se uma preocupação crescente de diferentes 
segmentos do terceiro setor em paises como Peru, Nicarágua, El Salvador. O slogan 
“Peru, Vida e Paz”, aproximou a tradição dos direitos humanos da questão da violencia 
politica, que inviabiliza o funcionamento das instituições nacionais. 
A campanha VIVA RIO mobiliza vários órgãos da impresa, empresários; 
sindicatos, ONGs e a opinião pública para encontrar vias não-violentas de 
enfrentamento da violencia urbana no Rio de Janeiro. Idealizado pela Associação 
Evangélica Brasileira (AevB), de tradição carismatica e pentecostal, que abstem-se da 
postura isolacionista e participa ativamente de campanhas da cidade, os programas 
“Pela Ética na Policita”, “Contra a Fome e Pela Vida”, buscam associar os Dons do 
Espirito à uma ética de responsabilidade social. 
TERCEIRO SETOR: PISTAS PARA AS INTERAÇÕES FUTURAS 
Não se trata de buscar uma organização formal que o integre 
completamente. Os sentimentos que compõem o terceiro setor trazem consigo 
diferentes hábitos organizacionais. Alguns pertencem a uma hierarquia bem 
estabelecida (por exemplo, instituições de caridade católicas) Outros resistem à própria 
ideia de uma igreja (centros afro-americanos). 
A própria ideia de um projeto comum e global é problemática. As noções de 
tempo podem variar radicalmente de um círculo para outro. Projetos globais podem ser 
convincentes para uma minoria militante, mas dificilmente serão assimilados por 
segmentos mais amplos do terceiro setor. Há tantosproblemas e tantas reclamações 
que nenhum show será capaz de fazer justiça a todos eles. 
O terceiro setor não pode ser concebido ou promovido por meio de 
abordagens holísticas, diz ele. A esse respeito, difere da perspectiva típica do século 
19 que foi fortemente reintroduzida no período da Guerra Fria. A ideia do terceiro setor 
não nos leva a imaginar a sociedade como um grande indivíduo coletivo, acrescenta. 
Convergência em torno de questões ou temas específicos. Reconciliação na 
Nicarágua, Não-violência no Peru, Campanha contra a Fome no Brasil. Revendo as 
 
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novas experiências interativas na América Latina (seção 6.2), percebe-se que as 
reações convergentes tendem a ocorrer em torno de temas singulares, diferentes como 
tal de propostas programáticas abrangentes. 
A recente Campanha contra a Fome no Brasil foi tão bem sucedida que 
ninguém ainda conseguiu enumerar o que aconteceu dentro dela. Muitas iniciativas, 
tomadas em círculos sociais distantes uns dos outros, inviabilizam os esforços de 
coordenação e controle central. O problema de coordenação é sobretudo um problema 
de comunicação - coordenação, neste caso, não pode ser identificada com controle.