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2 Olá, pessoal! Me chamo Cleize Kohls, ministro as aulas de Direito Processual do Trabalho e resolução de peças juntamente com o professor Luiz Henrique Dutra na disciplina de Direito Material do Trabalho e resolução de questões. Na aula de hoje resolveremos 4 peças autorais, padrão FGV. Analisaremos ponto a ponto e discutiremos sobre a matéria constante em cada uma delas. Mas antes disso veremos um passo a passo de como identificar as respostas. Vem comigo! Prof.ª Cleize Kohls @prof.cleizekohls 3 Como Resolver Peças l Enunciado 1: André Bonifácio ajuizou Reclamação Trabalhista em face da sociedade empresária Mundo Mágico S/A, pleiteando o reconhecimento de estabilidade em razão de ter sido dispensada sem justa causa, logo após ter recebido diagnóstico de ser portadora do vírus HIV. Em sua ação buscou o reconhecimento da dispensa discriminatória, com correspondente indenização por dano moral, e o pagamento de horas extras, alegando ter cumprido 1 hora extra por dia de trabalho. A reclamada, em defesa, postulou a improcedência dos pedidos, tendo confirmado que ficou sabendo da doença do reclamante, mas afirmou que a dispensa seria por diminuição de pessoal, nada tendo juntado além de documentos da contratação, relação de empregados que apontavam a existência de 38 empregados, e rescisão da empregada, devidamente quitada. Durante a instrução processual, o juiz indeferiu a oitiva de duas testemunhas do reclamante, por também terem litigado em juízo contra o mesmo empregador, e a testemunha da reclamada confirmou que após a dispensa da reclamante outra pessoa foi contratada para a sua vaga. Em sentença, foi julgada improcedente a reclamação trabalhista, ao argumento de ausência de provas por parte do reclamante de realização de horas extras e de que a dispensa tinha ocorrido por motivo de discriminação, sendo condenado o reclamante aos ônus da sucumbência. Inconformado, André Bonifácio interpôs recurso ordinário, pleiteando a nulidade processual pelo indeferimento da prova testemunhal, por ter entendimento do TST no sentido de que as testemunhas não seriam suspeitas, e, no mérito, buscou a reforma da decisão da decisão para que fosse reconhecida a dispensa discriminatória, bem como a condenação da reclamada ao pagamento de horas extras, pois a empresa não juntou aos autos os controles de jornada, o que geraria presunção de veracidade de suas alegações. O Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 5 ª Região, negou provimento ao recurso ordinário da reclamante fundamentando que não teria a parte reclamante comprovado a dispensa discriminatória, e que, ao contrário do que entende o TST, o posicionamento do Regional seria na necessidade de prova robusta da intenção discriminatória, e, finalmente, que tampouco seriam devidas as horas extras, igualmente por ausência de prova por parte da reclamante da sua realização, sendo afastada a aplicação do entendimento do TST, por constituir presunção que fere o princípio da realidade dos fatos. 4 A parte reclamante opôs embargos de declaração, com o objetivo de prequestionar a matéria relativa ao indeferimento da oitiva das testemunhas, já que a decisão nada tratou sobre o assunto, tendo mencionado que: “Não tendo a Turma analisado o ponto 1 do Recurso, que refere sobre o cerceamento de defesa em razão de indeferimento da prova testemunhal pelo juízo a quo, ao argumento de que pelo fato de litigar contra o mesmo empregador as tornava suspeita, requer seja sanada a omissão, tendo em vista o posicionamento firmado pelo TST, em sentido contrário”. Porém, mesmo diante dos embargos de declaração, o Tribunal Regional se manteve omisso sobre esse ponto, apenas mencionando que: “Não constatada omissão na decisão, já que afastado o direito a parcela objeto da prova”. Em face dessa situação hipotética, na qualidade de advogado(a) contratado(a) pela reclamante, redija a peça processual cabível em face de tal decisão, expondo os argumentos legais pertinentes para a defesa de sua cliente. Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação. 5 Resolução: Peça: Recurso de Revista Estrutura: Recurso Teses: • Preliminar de negativa de prestação jurisdicional: Arguir em preliminar que não houve manifestação do TRT sobre a questão do indeferimento da prova testemunhal ao argumento de que as testemunhas litigavam contra o mesmo empregador, conforme art. 896, §1º, IV da CLT. • Prequestionamento: Defender que as matérias foram prequestionadas, conforme determina a Súmula 297 do TST, já que objetos de apreciação pelo Regional, e quanto a prova testemunhal, opostos embargos de declaração para provocar o prequestionamento. • Transcendência: Mencionar que as matérias estão abarcadas pela transcendência política (ou política e social), por desrespeito de entendimento de Tribunal Superior, (ou Superior e por tratar de direito social constitucionalmente assegurado), conforme art. 896-A, §1º II ( ou II e III) da CLT. • Prova testemunhal – Contrariedade a Súmula 357 do TST. Sustentar a contrariedade a súmula 357 do TST, que claramente refere que não torna suspeita a testemunha o simples fato de estar litigando ou de ter litigado contra o mesmo empregador. Logo, deve ser requerida a reforma da decisão, reconhecendo-se a nulidade por cerceamento de defesa. • Horas extras – ônus da prova – contrariedade a Súmula 338 do TST e art. 74, parágrafo 2 da CLT. Defender que a decisão contraria o entendimento do TST consubstanciada na súmula 338 do TST, inciso I, e art. 74, parágrafo 2 da CLT, pois tendo a reclamada 38 funcionários e não tendo apresentado o controle de jornada há presunção relativa de veracidade da jornada. • Dispensa discriminatória – contrariedade a Súmula 443 do TST. Sustentar que a decisão ainda contraria o entendimento do TST, consubstanciada na Súmula 443 do TST, segundo o qual estabelece que se presume discriminatória a despedida de empregado portador do vírus HIV, logo, como o contexto demonstra que a justificativa da reclamada para a demissão – corte de pessoal – não subsiste já que a prova demonstrou que houve contratação de novo funcionário, o pedido deve ser julgado procedente. 6 Ao Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 5 ª Região Nº do processo... ANDRÉ BONIFÁCIO, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, que move em face de MUNDO MÁGICO S/A, igualmente qualificada, vem, respeitosamente, a Vossa Excelência, por seu advogado, interpor RECURSO DE REVISTA, com fulcro no art. 896, “a” e “c” da CLT. Informa-se que estão presentes os pressupostos de admissibilidade, requerendo seja recebido o presente recurso, com a posterior remessa ao Tribunal Superior competente. Nestes termos, pede deferimento. Local...Data... Advogado...OAB... AO EGRÉGIO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO Recorrente: ANDRÉ BONIFÁCIO Recorrida: Mundo Mágico S/A Objeto: Razões do Recurso de Revista Emitentes Julgadores, Nos autos do processo nº... foi prolatado acórdão contrário à Sumula do TST e à Constituição Federal. Dito isto, tem-se que a decisão regional merece reforma, conforme as razões que seguem: DO CABIMENTO DO RECURSO O cabimento do presente recurso é declarado em razão da violação à Constituição Federal (art. 5º, LV, da CF), Lei Federal (art. 74, parágrafo 2 da CLT e à súmula de jurisprudência uniforme do TST 7 (Súmulas 357, 443 e 338 do TST). Os pressupostos de admissibilidade também estão presentes, pois há transcendência política em razãodas violações supracitadas, bem como as matérias que são objeto do recurso foram prequestionadas, conforme exige a Súmula 297 do TST. O recurso é tempestivo, e os trechos da decisão recorrida que consubstanciam o prequestionamento da controvérsia seguem transcritos abaixo, cumprindo também as exigências do art. 896, §1º-A, I, da CLT. PRELIMINAR – CERCEAMENTO DE DEFESA Segue transcrito o trecho dos embargos opostos pelo Autor, onde foi requerido o pronunciamento do tribunal sobre questão veiculada no recurso ordinário, bem o trecho da decisão regional denegatória aos embargos, para cotejo da ocorrência da omissão, conforme exige o art. 896, §1º-A, IV, da CLT: “Não tendo a Turma analisado o ponto 1 do Recurso, que refere sobre o cerceamento de defesa em razão de indeferimento da prova testemunhal pelo juízo a quo, ao argumento de que pelo fato de litigar contra o mesmo empregador as tornava suspeita, requer seja sanada a omissão, tendo em vista o posicionamento firmado pelo TST, em sentido contrário”. Decisão do tribunal regional: “Não constatada omissão na decisão, já que afastado o direito a parcela objeto da prova”. Deve ser considerada prequestionada a matéria, pois mesmo opostos embargos de declaração, manteve-se a omissão quanto ao tema, conforme súmula 297, III do TST. Estando prequestionada a matéria, o Reclamante fundamenta seu recurso na contrariedade à Súmula 357 do TST, pois, há previsão expressa de que o simples fato de a testemunha estar litigando contra o mesmo empregador não a torna suspeita. A decisão também viola o art. 5º, LV, da CF, pois, ao impedir a 8 oitiva das duas testemunhas pretendidas, a parte foi impedida de utilizar dos meios de prova cabíveis, tendo seu direito cerceado. Neste sentido, requer seja reconhecido o cerceamento de defesa, declarando-se a nulidade processual, e o retorno dos autos à origem para a produção da prova. DO ÔNUS DA PROVA – JORNADA DE TRABALHO Ainda sobre as horas extras, o pedido do Reclamante foi julgado improcedente sob o argumento de que não teria apresentado provas do labor extraordinário, ainda que fosse seu o ônus da prova. O Reclamante recorreu, porém, a decisão foi mantida. A decisão merece reforma, pois, embora possuísse 38 empregados, a Reclamada não juntou aos autos os controles de horário do Reclamante, o que era sua obrigação, a teor do art. 74, §2º, da CLT. Neste sentido, conforme entendimento consolidado através da Súmula 338, I, do TST, há presunção relativa de veracidade da jornada indicada na exordial, de modo que competia a Reclamada fazer prova da jornada de trabalho, o que não concretizou. Diante da presunção referida, requer a reforma da decisão para que seja deferido o pagamento das horas extras ao Reclamante. DA DISPENSA ARBITRÁRIA O Reclamante pleiteou o reconhecimento de estabilidade em razão de ter sido dispensado sem justa causa, logo após ter recebido diagnóstico de HIV, bem como a indenização por dano moral em razão da dispensa discriminatória. A sentença foi improcedente, sob o argumento de que o Autor não teria apresentado prova cabal da dispensa discriminatória; em sede regional, a decisão foi mantida sob a mesma fundamentação. A decisão carece de reforma. 9 No presente caso, há presunção de que a dispensa tenha ocorrido de forma discriminatória, a teor da Sumula 443 do TST, pois a dispensa ocorreu logo após o Reclamante receber o diagnóstico de HIV. A própria Reclamada declarou, em defesa que possuía conhecimento da doença. Ainda que não seja objeto dessa instância processual a reanálise de fatos e provas, não se pode ignorar que o argumento da Requerida de que a dispensa do Autor teria ocorrido por “diminuição de pessoal” caiu por terra, pois a testemunha da Reclamada confirmou que após a dispensa do Reclamante outra pessoa foi contratada para a sua vaga. Evidenciada a prática discriminatória, requer seja reformada a decisão, julgando-se procedente o pedido de reintegração ao emprego, conforme determina a Súmula 443 do TST, e a indenização por dano moral. DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer o conhecimento e provimento do presente recurso, para acolher a preliminar arguida, e, no mérito, reformar a decisão, conforme a fundamentação. Nestes termos, pede deferimento. Local...Data... Advogado...OAB... 10 Como Resolver Peças l Enunciado 2: Fabiana foi admitida, em 04/03/2022, pela sociedade empresária Sistema Exatos, situada em Recife-PE, para exercer a função de programadora, em regime de teletrabalho, percebendo salário mensal de R$ 6.700,00. Durante todo o contrato de trabalho, que foi devidamente registrado na sua CTPS, recebeu regularmente seu salário, teve recolhido seu FGTS e as contribuições sociais. No dia 05/07/2023, após o seu expediente a empregada foi hospitalizada e já no dia seguinte acabou falecendo, sendo que a empresa tomou conhecimento do fato, pois foi contatada por Letícia, suposta companheira de Fabiana, e por Everaldo, que alegou ser pai da empregada. Assim, inobstante a empresa pretenda efetuar os pagamentos devidos dentro do prazo, tem dúvidas sobre quem legitimamente deve receber, pois não há dependentes indicados na previdência social. Diante disso, na condição de advogado da empresa, elabore a peça processual cabível ao caso concreto, considerando, ainda, que a empresa tinha previsto em seu regulamento interno que o empregado, ao completar um ano de trabalho, teria direito a um tablet, mas que a entrega ainda não tinha sido efetuada. Obs: Descreva todas as parcelas, mas é desnecessária a indicação de valores. 11 Resolução: Peça: Ação de Consignação em Pagamento Estrutura: Petição Inicial Teses: • Verbas a serem pagas: Saldo de salário de 5 dias, no valor de R$...; 13º salário proporcional do ano de 2023 de 6/12, no valor de R$....; Férias vencidas simples do período de 2022-2023, com 1/3 constitucional, no valor de R$....; Férias proporcionais de 4/12, com 1/3 constitucional, no valor de R$...; As guias e/ou documentos para movimentação da conta vinculado ao FGTS; • Depósito do tablet; • Honorários de sucumbência. 12 AO DOUTO JUÍZO DA ... VARA DO TRABALHO DE RECIFE-PE SOCIEDADE EMPRESÁRIA SISTEMAS EXATOS., inscrita no CNPJ nº..., com sede na Rua..., nº..., bairro..., município..., CEP..., Estado..., vem perante Vossa Excelência, por seu advogado (procuração em anexo e endereço profissional completo...), com fundamento no art. 539 do CPC, propor AÇÃO DE CONSIGANAÇÃO EM PAGAMENTO Em face de ESPÓLIO DE FABIANA, qualificação completa..., endereço completo..., pelas razões e fatos a seguir expostos: DOS FATOS E VALORES DEVIDOS A consignante contratou o empregada Fabiana em 04/03/2022, para exercer a função de programadora. Contudo, no dia 05/07/2023, após o seu expediente a empregada foi hospitalizada e já no dia seguinte acabou falecendo, sendo que a empresa tomou conhecimento do fato, pois foi contatada por Letícia, suposta companheira de Fabiana, e também por Everaldo, que alegou ser pai da empregada. Assim, havendo verbas a serem pagas e tendo dúvidas sobre quem deve legitimamente receber, propõe a presente ação para consignar: a) Saldo de salário de 5 dias, no valor de R$...; b) 13º salário proporcional do ano de 2023 de 6/12, no valor de R$....; c) Férias vencidas simples do período de 2022-2023, com 1/3 constitucional, no valor de R$....; d) Férias proporcionais de 4/12, com 1/3 constitucional, no valor de R$...; 13 e) As guias e/ou documentos para movimentação da conta vinculado ao FGTS; DA ENTREGA DO TABLETEA empresa tinha previsto em seu regulamento interno que o empregado, ao completar um ano de trabalho, teria direito a um tablete, mas a entrega ainda não tinha sido efetuada quando do falecimento da empregada, razão pela qual requer o depósito em juízo. DOS HONORÁRIOS Diante da previsão da CLT, em seu art. 791-A, e CPC, em seu art. 85, §2º, deve o consignatário arcar com os honorários de sucumbência. Diante do exposto, requer a condenação do consignatário ao pagamento de honorários de sucumbência. DOS PEDIDOS Diante o exposto, requer: a) O depósito dos valores e das coisas devidas, conforme fundamentação; b) A notificação do consignatário para comparecer e audiência e levantar o depósito; c) A produção de todos os meios de provas admitidos em direito; d) Seja julgada procedente a ação com a declaração da extinção da obrigação, nos termos do art. 334 CC e Art. 546 CPC; e) A condenação do consignatário ao pagamento das custas e dos honorários advocatícios. Valor da causa R$ ... 14 Nestes termos, pede deferimento. Local ..., data ... Advogado ... OAB ... 15 Como Resolver Peças l Enunciado 3: Caio Silva, supervisor da Fábrica de Flores, de Santa Cruz do Sul-RS, candidatou-se à eleição para Presidente do Sindicato de sua categoria e foi eleito em janeiro de 2023. Em outubro de 2023 a empresa recebeu denúncia anônima no canal de dúvidas de que o empregado, estaria relatando problemas com as máquinas da empresa, sem que de fato elas tivessem qualquer problema, com o objetivo de beneficiar seu amigo José, que é responsável pela manutenção e recebe por serviço prestado. Foi realizada auditoria interna e verificou-se que efetivamente os gastos estavam acima da média e que os demais empregados não viam a necessidade de manutenção dos equipamentos. Chamado para esclarecer os fatos, Caio revoltou-se com os colegas de trabalho, tendo na ocasião empurrado Inácio e agredido com um tapa Joana. Na ocasião a brigada militar foi chamada e foi feito o correspondente boletim de ocorrência. Em razão disso, o empregado foi suspenso de suas funções em 01.11.2023, dia das agressões. A empregadora entendeu que a medida era necessária, pois ele poderia atentar contra outros colegas de trabalho, bem como tentar obstruir as provas quanto aos pagamentos feitos indevidamente. No dia 13.11.2023 o empregado apresentou contestação com reconvenção, pedido de tutela provisória para sua imediata reintegração, sustentando que por ser dirigente sindical teria direito a imediata reintegração, bem como indenização por dano moral. Ao analisar o pedido, o juiz deferiu a tutela e determinou a sua imediata reintegração, sob pena de multa diária de um salário-mínimo, defendendo que as hipóteses listadas na inicial não caracterizaram hipóteses para a justa causa e que não haveria possibilidade de suspensão do empregado. Insatisfeita, a sociedade empresária imediatamente impetrou Mandado de Segurança (Nº 000009), porém, inobstante os argumentos, a ordem não foi concedida no Tribunal, sendo mantida a decisão de primeiro grau. Como advogado (a) da sociedade empregadora, adote a medida judicial cabível que melhor defenda seus interesses em juízo, sendo certo que não houve condenação em pecúnia no mandamus, mas houve a condenação em de custas. (Valor: 5,00) Nos casos em que a lei exigir liquidação de valores, o examinando deverá representá-lós somente pela expressão “R$”, admitindo-se que o escritório possui setor próprio ou contratado especificamente para tal fim. 16 Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação. 17 Resolução: Peça: RO em MS Estrutura: Recursos Teses: • CABIMENTO e TEMPESTIVIDADE e PREPARO – mencionar que o recurso é cabível, pois da decisão do TRT em MS cabe RO, que ele é tempestivo – feito dentro de 8 dias e que foram pagas as custas (OJ 148 SDI-2); • POSSIBILIDADE DE SUSPENSÃO DO EMPREGADO – DIREITO LÍQUIDO E CERTO - O examinando (a) deve sustentar o direito líquido e certo de suspensão do empregado, ainda que detentor de estabilidade sindical, até a decisão final do inquérito em que se apure a falta grave a ele imputada, conforme Orientação Jurisprudencial nº 137 da SDI-2 e do art. 494, ' caput' e parágrafo único, da CLT " e Orientação Jurisprudencial nº 65, ao ressalvar a hipótese do art. 494 da CLT; • HIPÓTESES DE JUSTA CAUSA - Defender que as hipóteses caracterizam sim a justa causa: consistente ato de improbidade - art. 482, “a” da CLT - prejuízo para a empresa pelos pagamentos realizados; e por praticar ato de ofensas físicas – art. 482, “j”da CLT. 18 AO EXMO. SR. DR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ... REGIÃO. Mandado de Segurança nº 000009 FÁBRICA DE FLORES, já qualificada nos autos do processo em epígrafe, em que contende com CAIO SILVA, igualmente já qualificado nos autos, vem à presença de Vossa Excelência, por seu advogado, com fundamento no art. 895, II, da CLT e Súmula 201 do TST, interpor RECURSO ORDINÁRIO, em razão do acórdão prolatado. Informa-se que todos os pressupostos de admissibilidade se encontram presentes, sendo o recurso tempestivo, interposto dentro do prazo de 8 dias. Ademais, foi feito o recolhimento das custas processuais, conforme comprovante ema anexo. Diante do exposto, requer o recebimento do presente recurso, a intimação da parte contrária para, querendo, apresentar contrarrazões, e após seja o presente remetido para o Egrégio Tribunal Superior do Trabalho. Nestes termos, pede deferimento. Local... Data... Advogado... OAB.... TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO RECORRENTE: FÁBRICA DE FLORES RECORRIDO: CAIO SILVA PROCESSO nº 000009 Eminentes Julgadores, Nos autos do mandado de segurança em epígrafe, foi prolatado acórdão não 19 concedendo a ordem pleiteada, porém a decisão não merece ser mantida pelas razões que passa a expor: CABIMENTO, TEMPESTIVIDADE e PREPARO O presente recurso é cabível, pois da decisão do TRT em MS cabe RO, nos termos do art. 895, II da CLT e Súmula 201 do TST. O recurso é tempestivo, pois feito dentro de 8 dias. Ademais, foram pagas as custas, conforme comprovante juntado, consonante OJ 148 SDI-2. POSSIBILIDADE DE SUSPENSÃO DO EMPREGADO – DIREITO LÍQUIDO E CERTO Caio é empregado da reclamada e dirigente sindical, tendo praticado condutas que caracterizam hipótese para a rescisão do contrato por justa causa, razão pela qual foi instaurado inquérito judicial para apuração de falta grave. O empregado foi suspenso de suas funções em 01.11.2023, pois ao ser chamado para esclarecer os fatos, revoltou-se com os colegas de trabalho, acabando por empurrar Inácio e agredir com um tapa Joana, razão pela qual, a empregadora, ora recorrente, entendeu que a medida era necessária, vez que o empregado poderia agredir outros colegas de trabalho, bem como tentar obstruir as provas quanto aos pagamentos feitos indevidamente. Porém, o empregado apresentou pedido de tutela provisória para sua imediata reintegração, sustentando que por ser dirigente sindical teria direito a imediata reintegração, bem como indenização por dano moral. Ao analisar o pedido, o juiz deferiu a tutela e determinou a sua imediata reintegração, sob pena de multa diária de um salário-mínimo, defendendo que as hipóteses listadas na inicial não caracterizarampossibilidades para a justa causa e que haveria possibilidade de suspensão do empregado. O acórdão do regional, manteve a decisão. Porém, há direito líquido e certo de suspensão do empregado, ainda que detentor de estabilidade sindical, até a decisão final do inquérito em que se apura 20 a falta grave a ele imputada, conforme Orientação Jurisprudencial nº 137 da SDI-2, do art. 494, “caput” e parágrafo único, da CLT e Orientação Jurisprudencial nº 65 da SDI-2, ao ressalvar a hipótese do art. 494 da CLT. Assim, requer a reforma da decisão para que seja concedida a ordem, mantendo a suspensão do empregado. HIPÓTESES DE JUSTA CAUSA Em outubro de 2023, a empresa recebeu denúncia anônima, no canal de dúvidas, de que o empregado estaria relatando problemas com as máquinas da empresa, sem que de fato elas tivessem qualquer problema, com o objetivo de beneficiar seu amigo José, que é responsável pela manutenção e recebia por serviço prestado. Foi realizada auditoria interna e verificou-se que efetivamente os gastos estavam acima da média e que os demais empregados não viam a necessidade de manutenção dos equipamentos. Chamado para esclarecer os fatos, Caio revoltou-se com os colegas de trabalho, tendo na ocasião empurrado Inácio e agredido com um tapa Joana. Na ocasião a brigada militar foi chamada e foi feito o correspondente boletim de ocorrência. Assim, os fatos caracterizam hipóteses de justa causa consistente em ato de improbidade, conforme art. 482, “a” da CLT, pois causou prejuízo para a empresa pelos pagamentos realizados, e por praticar ato de ofensas físicas contra colegas de trabalho, conforme estabelecido no art. 482, “j” da CLT. Diante do exposto, requer a reforma da decisão para que seja concedida a ordem. DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer o conhecimento e provimento do presente recurso para reformar a decisão, reconhecendo a ofensa ao direito líquido e certo de suspender o empregado. Nestes termos, pede deferimento. 21 Local... Data... Advogado... OAB.... 22 Como Resolver Peças l Enunciado 4: A sociedade empresária Luzes de Natal foi demanda em uma ação trabalhista ajuizada em 24 de setembro de 2022, pelo ex-empregado Denis Ribeiro. Na ação a reclamada foi condenada ao pagamento de indenização por danos materiais (R$ 10.000,00) e morais (R$ 10.000,00) em razão de acidente de trabalho, que teria a autora enquanto trabalhava em home office. No processo o autor juntou atestado médico que apontava a fratura de seu branco e fotos de sua cadeira de trabalho, fornecida pela empresa, da qual teria caído. A perícia realizada não constatou qualquer irregularidade com a cadeira, mas o juiz se convenceu das alegações do reclamante, pois respaldada pela prova testemunhal de uma vizinha – Maria da Glória, que sustentou ter ouvido um barulho de seu apartamento e que, no mesmo dia, mais tarde, encontrou o reclamante com o braço engessado no corredor do prédio, sendo que o teria informado que teria sofrido um acidente da cadeira de trabalho. A decisão transitou em julgado em 15 de setembro de 2023, e o processo atualmente está na fase de execução, sendo a reclamada intimada para pagamento sob pena de penhora. Ao receber a citação da execução, o empregador comentou com um conhecido sobre a demanda, sendo que esse conhecido comentou que tinha visto o ex-funcionário no fórum da cidade, pois tinha uma audiência no mesmo dia que ele. Desconfiado, o ex-empregador pediu ao filho, que é estudante de direito, para investigar sobre a existência de processos envolvendo o ex-empregado. Com as consultas realizadas, descobriu que o ex-empregado tinha uma ação indenizatória em razão de acidente de trânsito, que tramita no JEC em face de João dos Passos, e analisando tal processo verificou-se que o acidente é incontroverso, foi juntado o mesmo atestado que fora juntado na ação trabalhista, sendo indicado como dia do acidente de trânsito o mesmo do suposto acidente de trabalho. Foram juntadas ainda fotos do acidente de trânsito. E, durante a instrução, o autor apresentou como testemunha Maria da Glória, que sustentou ter ouvido um barulho de seu apartamento e quando olhou pela janela viu um acidente envolvendo o carro do autor, sendo que no mesmo dia, mais tarde, encontrou o reclamante com o braço engessado no corredor do prédio, quando essa teria lhe informado que teria sofrido um acidente de trânsito. O processo indenizatório no JEC foi ajuizado em 10 de outubro de 2022. Sabe-se que a execução trabalhista em questão, processo nº 12323456789, está tramitando perante a 20ª Vara do Trabalho de Dourados-MS, você, como advogado(a) da empregadora, elabore a medida judicial adequada para tentar reverter a decisão evitando maiores prejuízos para seu cliente. (Valor: 5,00) 23 Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação. Nos casos em que a lei exigir liquidação de valores, o examinando deverá representá-lós somente pela expressão “R$”, admitindo-se que o escritório possui setor próprio ou contratado especificamente para tal fim. 24 Resolução: Peça: Ação Rescisória Estrutura: Petição Inicial Teses: • Requisitos: indicar que fez o depósito prévio de 20% (art. 836 da CLT); juntada de prova do trânsito em julgado da decisão que busca rescindir (Súmula 299 do TST); tempestividade – ajuizamento dentro de 2 anos do trânsito em julgado (art. 975 do CPC). Cabimento: defender a existência de prova nova, consistente no processo judicial ajuizado em razão de acidente de trânsito – art. 966, VII do CPC e de prova falsa, consistente no depoimento da testemunha – art. 966, VI do CPC; • Do motivo para rescisão: Prova nova – art. 966, VII do CPC OU S. 402 do TST: Defender a possibilidade de rescisão do julgado em razão da prova nova – processo judicial – sendo essa prova cronologicamente velha, mas desconhecida da reclamada na época. Prova falsa – art. 966, VI do CPC: Defender a possibilidade de rescisão fundamentada na falsidade do depoimento da testemunha, pois tem depoimentos contraditórios em ambos os processos; • Tutela Provisória para suspender a execução sob pena de risco de dano - art. 300 do CPC OU art. 969 do CPC; • Honorários de sucumbência – art. 791-A da CLT 25 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ... REGIÃO SOCIEDADE EMPRESÁRIA LUZES DE NATAL, qualificação completa..., endereço completo..., OU CNPJ …, estabelecida na Rua ..., nº..., bairro...., Cidade, CEP..., vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência, por seu advogado (procuração em anexo, endereço completo...), com fundamento no art. 836 da CLT e art. 966, incisos VI e VII, do CPC, propor AÇÃO RESCISÓRIA, Em face de DENIS RIBEIRO, qualificação completa..., endereço completo..., pelas razões de fato e de direito que passa expor: DOS REQUISITOS ESPECÍFICOS Tendo em vista a data do trânsito em julgado, a presente ação é tempestiva, ou seja, está dentro do prazo decadencial de 2 anos, conforme estabelecido no artigo 975 do CPC e súmula nº 100, inciso I, do TST. Ainda, segue, em anexo, comprovante da certidão de trânsito em julgado da decisão que se busca rescindir, documentos esse obrigatório para propositura da ação, conforme regrado na Súmula nº 299 do TST e OJ 84 DA SDI-2. Além disso, a autora realizou o deposito prévio correspondente a 20% do valor da causa,cujos documentos comprobatórios seguem em anexo, conforme determinado no artigo 836 da CLT. Por fim, conforme documentos em anexo há prova nova, consistente no processo judicial ajuizado em razão de acidente de trânsito, o que demonstra a falsidade da prova testemunhal angariada em instrução processual trabalhista, caracterizando as possibilidades 26 de cabimento de ação rescisória estabelecidas no art. 966, incisos VI e VII do CPC, sendo, assim, cabível a presente ação ante a decisão definitiva questionada. DAS RAZÕES DE RESCISÃO DA PROVA NOVA A decisão no presente caso fundou-se em prova testemunhal, colhida por ocasião da instrução do processo nº 12323456789, na qual a vizinha da então reclamada – Maria da Glória, sustentou ter ouvido um barulho de seu apartamento e que, no mesmo dia, mais tarde, encontrou o reclamante com o braço engessado no corredor do prédio, e esse a teria informado que havia sofrido um acidente com a cadeira de trabalho. Ocorre que, o ex-empregado tem uma ação indenizatória em razão de acidente de trânsito, que tramita no JEC em face de João dos Passos, e analisando tal processo verifica-se que o acidente é incontroverso, e que foi juntado o mesmo atestado que fora juntado na ação trabalhista, sendo indicado como dia do acidente de trânsito o mesmo do suposto acidente de trabalho, conforme documentos em anexo. Ainda, foram juntadas fotos do acidente de trânsito aos autos de tal processo, e, durante a instrução, o autor apresentou como testemunha Maria da Glória, que sustentou ter ouvido um barulho de seu apartamento, momento no qual olhou pela janela e viu um acidente envolvendo o carro do autor, tendo no mesmo dia, mais tarde, encontrou o reclamante com o braço engessado no corredor do prédio, quando esse teria lhe informado que teria sofrido um acidente de trânsito, conforme documentos em anexo. Pode ser visto nos documentos em anexo que a decisão ora atacada transitou em julgado em 15 de setembro de 2023, e o processo 27 indenizatório que tramita perante o JEC foi ajuizado em 10 de outubro de 2022. Assim, a prova acostada aos autos é posterior ao trânsito em julgado, bem como, demonstra-se o acidente que enseja o pedido de indenização o real motivo para que o ex-empregado estivesse com o braço engessado. Logo, é cabível a rescisão da sentença, vez que existente prova nova, razão pela qual requer seja julgada procedente a ação para rescindir a decisão transitada em julgado, para que este Tribunal profira novo julgamento, nos termos do no art. 966, inciso VII, da CLT. DA PROVA FALSA No caso de Vossa Excelência não entender admissível a rescisão da decisão transitada em julgado com base na existência de prova nova, a autora requer a rescisão da decisão transitada em julgado e o proferimento de novo julgamento ante a existência de prova falsa. Conforme declarações da testemunha Maria da Glória, as quais embasaram a decisão do juízo a quo, o ex-empregado teria sofrido um acidente de trabalho, o qual justificaria o braço engessado dessa. No entanto, em instrução processual de ação indenizatória perante o JEC, essa teria sofrido um acidente de trânsito. Assim, a testemunha apresenta depoimentos contraditórios em ambos os processos e, vez que o processo que tramita no JEC é incontroverso, e que foi juntado o mesmo atestado que fora juntado na ação trabalhista, bem como, foi indicado como dia do acidente de trânsito o mesmo do suposto acidente de trabalho, conclui-se que a testemunha prestou depoimento falso perante a justiça do trabalho. Logo, percebe-se que a decisão que transitou em julgado baseia- se em prova falsa, sendo cabível a rescisão da sentença, razão pela qual requer, subsidiariamente, seja julgada procedente a ação para 28 rescindir a decisão transitada em julgado para que este Tribunal profira novo julgamento, nos termos do no art. 966, inciso VI, da CLT. HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA Requer, ainda a condenação da reclamada aos honorários de sucumbência, nos termos do art. 791-A da CLT. DOS PEDIDOS a) A citação do demandado para, querendo, apresentar contestação; b) A produção de provas em direito admitidas; c) A concessão de tutela provisória para suspensão à execução sob pena de risco de dano ao autor, com base nos arts. 300 e 969, ambos do CPC; d) Seja julgada procedente a ação para rescindir a decisão transitada em julgado e que este Tribunal profira novo julgamento por existência de prova nova; ou e) Subsidiariamente, seja julgada procedente a ação para rescindir a decisão transitada em julgado e que este Tribunal profira novo julgamento por existência de prova falsa que embasou a sentença. Valor da causa: R$... Nestes termos, pede deferimento. Local..., data... Advogado...OAB... 19
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