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1 LISTA DE EXERCÍCIOS: HUMANIZANDO 15 – FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA TEMA ABORDADO AULA 26 – Filosofia Contemporânea: Fenomenologia e Existencialismo. 1. (Uepg-pss 2 2019) Sobre os conceitos de liberdade e determinismo, assinale o que for correto. 01) Conforme a visão fenomenológica, a transcendência é a dimensão das determinações que são propostas ao homem que alcança a liberdade. 02) Na visão fenomenológica, a transcendência é a dimensão da liberdade, já que o ser humano está no mundo como as coisas estão. 04) Na fenomenologia, a transcendência é a própria dimensão de liberdade. 08) Na linguagem fenomenológica, os conceitos determinismo e liberdade podem ser traduzidos respectivamente como facticidade e transcendência. 2. (Uem 2019) O existencialismo de Sartre declara que, se Deus não existe, há pelo menos um ser no qual a existência precede a essência, e que este ser é o homem; em outros termos, a realidade humana. Acerca do existencialismo de Sartre, assinale o que for correto. 01) O pensamento de Sartre privilegiou a existência em lugar de se ater à importância da essência. 02) “A existência precede a essência” significa que o homem primeiramente existe, descobre isso e surge no mundo. 04) O existencialismo sartreano aproxima-se do existencialismo católico ao propor a valorização do homem. 08) O existencialismo sartreano sofreu influências do pensamento marxista e da Psicanálise. 16) O homem, para Sartre, possui um destino que deve ser cumprido. 3. (Ufu 2019) Mas se verdadeiramente a existência precede a essência, o homem é responsável por aquilo que é. Assim, o primeiro esforço do existencialismo é o de pôr todo homem no domínio do que ele é e de lhe atribuir a total responsabilidade da sua existência. E, quando dizemos que o homem é responsável por si próprio, não queremos dizer que o homem é responsável pela sua restrita individualidade, mas que é responsável por todos os homens. SARTRE, Jean-Paul. “O existencialismo é um humanismo”. Trad. Vergílio Ferreira. Lisboa: Presença, 1970. Apud ARANHA, M. L. de Arruda e MARTINS, M. H. Pires. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 2016, p. 193. (Fragmaneto) Considerando-se o excerto acima e seus conhecimentos sobre a teoria de Sartre, disserte sobre A) o conceito de existência. B) o conceito de responsabilidade. 2 4. (Uepg-pss 2 2019) Sobre o existencialismo sartreano, assinale o que for correto. 01) Sartre declara que "o homem está condenado a ser livre". 02) O ser humano possui a capacidade de formar a si mesmo, pois existe um Deus que concede ao homem o livre-arbítrio. 04) O ser humano desde o início de sua existência já possui um propósito específico do motivo de sua existência, por isso a liberdade não existe. 08) Primeiro o homem existe e, ao se descobrir, consequentemente surge no mundo e depois se define. 5. (Uem 2019) A fenomenologia é uma tendência filosófica desenvolvida no início do século XX pelo alemão Edmund Husserl. Parte da ideia de que a consciência não é vazia ou sem conteúdo, mas é sempre consciência de algo, ou seja, a consciência é sempre intencional. Para compreendermos como podemos conhecer as coisas é preciso, portanto, investigar como ocorre essa atividade em que a consciência só existe em relação com as coisas, e as coisas só podem ser pensadas de acordo com o modo como aparecem para a consciência, isto é, como fenômenos. Acerca da fenomenologia, assinale o que for correto. 01) A fenomenologia é um tipo de filosofia empirista, pois seu objeto são as experiências vividas da consciência. 02) Para Husserl, a fenomenologia é uma filosofia transcendental, pois investiga as estruturas a priori que constituem a realidade. 04) O método fenomenológico de Husserl propõe suspender o juízo sobre a existência da realidade exterior à consciência. 08) A fenomenologia considera, ao contrário do que afirmava Kant, que as “coisas em si” são acessíveis para a consciência. 16) O objetivo da fenomenologia de Husserl é estabelecer critérios de distinção entre a verdade e a falsidade das proposições das ciências naturais. 6. (Unioeste 2019) O filósofo alemão Martin Heidegger publicou, em 1927, sua obra Ser e tempo, que rapidamente ganhou notoriedade e ocupa posição central nos debates de várias correntes e temas filosóficos. Entre as inovações da obra, está a elevação da tonalidade afetiva ao centro da possibilidade de compreensão do mundo. Compreendemos algo sempre situado em algum contexto: primeiro dá-se algo como sala de aula, ou como sala de visitas, ou como sala de jogos, e somente por abstração imaginaríamos uma ‘pura sala’, a ‘sala em si mesma’. Toda compreensão é, assim, interpretativa (algo aparece sempre como algo, x aparece como sala de aula, etc.). Mas, além disso, toda compreensão é atravessada por tonalidade afetiva. Nunca se está apenas puramente em uma sala de aula; está-se ali de algum modo, tocado por uma tonalidade de afeto: tédio, ansiedade, cansaço, alegria, expectativa... A tonalidade mostra, abre, unifica a sala de aula, que, sem isso, seria um ajuntamento de partes. O ‘como aparece’ antecede o ‘o que aparece’: os entes não são essências determinadas, eles dependem do modo de aparecimento, que inclui interpretação e tonalidade afetiva. Essa ontologia diverge frontalmente da metafísica da substância, ligada a certa leitura do aristotelismo. Segundo essa metafísica, o conhecimento verdadeiro e ‘primeiro’ dos entes implica visualizar sua substância ou essência, o que se faz e se expressa na definição, que diz o que é x. 3 Com base nas indicações precedentes, assinale a alternativa CORRETA. A) Ao se adotar a perspectiva substancialista, fundada em certas leituras da filosofia aristotélica, as teses de Ser e tempo sobre a tonalidade afetiva complementam perfeitamente a tarefa de uma definição, a qual, segundo Aristóteles, deve ser compreensiva, interpretativa e caracterizada pela tonalidade afetiva análoga. B) Compreensão é sempre interpretativa, e, além disso, atravessada e unificada por uma tonalidade afetiva. Essa tese de Ser e tempo oferece um ponto de partida para a comparação com Aristóteles e, com base nela, Heidegger afirma que as definições são todas poéticas. C) Segundo Heidegger, o erro aristotélico reside em ignorar os sentimentos e optar somente pela racionalidade. Com isso, a definição se tornaria impossível, pois toda definição depende de uma sensação. Noutras palavras, a tonalidade afetiva ganhou lugar no discurso filosófico definicional, a partir de Ser e tempo. D) A tonalidade afetiva, proposta por Heidegger em Ser e tempo, implica a primazia do sentir sobre o pensar. Por isso, a fenomenologia heideggeriana supera o racionalismo aristotélico. E) Para Aristóteles, o decisivo é indicar a forma substancial (essência) de um ente, a fim de alcançar a sua definição – assim ocorre o conhecimento metafísico. Em outras palavras, devemos saber e dizer “o que é” uma sala, uma xícara, um ser humano, para assim iniciar um discurso de conhecimento. Em Heidegger, por outro lado, a definição alcança somente o ente abstraído do contexto de compreensão e tonalidade afetiva, em que apareceu. Tal conhecimento abstrativo é, para Heidegger, por isso, precário e derivado: definir uma sala de aula é um procedimento tardio em relação à “experiência” em que a unidade de seu aparecimento articula compreensão, interpretação e tonalidade afetiva. 7. (Ufu 2018) Considere o seguinte trecho, extraído da obra A náusea, do escritor e filósofo francês Jean Paul Sartre (1889-1980). "O essencial é a contingência. O que quero dizer é que, por definição, a existência não é a necessidade. Existir é simplesmente estar presente; os entesaparecem, deixam que os encontremos, mas nunca podemos deduzi-los. Creio que há pessoas que compreenderam isso. Só que tentaram superar essa contingência inventando um ser necessário e causa de si próprio. Ora, nenhum ser necessário pode explicar a existência: a contingência não é uma ilusão, uma aparência que se pode dissipar; é o absoluto, por conseguinte, a gratuidade perfeita." SARTRE, Jean Paul. A Náusea. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1986. Tradução de Rita Braga, citado por: MARCONDES, Danilo Marcondes. Textos Básicos de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2000. Nesse trecho, vemos uma exemplificação ou uma referência ao existencialismo sartriano que se apresenta como A) recusa da noção de que tudo é contingente. B) fundamentado no conceito de angústia, que deriva da consciência de que tudo é contingente. C) denúncia da noção de má fé, que nos leva a admitir a existência de um ser necessário para aplacar o sentimento de angústia. D) crítica à metafísica essencialista. 4 8. (Uem 2018) “Na percepção, sempre há algo percebido: na fabricação de imagens, há algo representado em imagens; na enunciação, há algo enunciado; no amor, algo amado; no ódio, algo odiado; no desejo, algo desejado; e assim por diante. É isso que se deve reter de todos esses exemplos usados por Brentano quando declarava: ‘Todo fenômeno [...] é caracterizado por aquilo que os escolásticos, na Idade Média, chamavam inexistência intencional (ou mesmo mental) de um objeto; é o que nós chamaremos – embora tenhamos que usar expressões equívocas – de relação a um conteúdo, orientação para um objeto’. Há variedades essenciais e específicas na relação intencional. Em suma: há variedades na intenção (que, para fazer apenas uma descrição, consiste sempre em um ‘ato’). São diferentes o modo como uma ‘simples imagem’ de um estado de coisas visa ao seu objeto e o modo do juízo que considera verdadeiro ou falso o mesmo estado de coisas.” (HUSSERL, Investigações lógicas. In: SAVIAN FILHO, J. Filosofia e filosofias: existência e sentidos. Belo Horizonte: Autêntica, 2016, p. 352). De acordo com o texto acima, assinale o que for correto. 01) A essência ou ideia das coisas é o modo de ser das coisas em sua autodoação à consciência. 02) Pode-se afirmar que Husserl é um filósofo da representação. 04) O termo ‘inexistência’, indicado acima, significa ‘existir dentro’. 08) A intencionalidade é a unidade radical entre a consciência e o objeto. 16) O intelecto humano é como uma tábula rasa ou folha em branco, na qual as impressões inscrevem dados. 9. (Uem 2018) “Todo o universo da ciência é construído sobre o mundo vivido, e se queremos pensar a própria ciência com rigor, apreciar exatamente seu sentido e seu alcance, precisamos primeiramente despertar essa experiência do mundo da qual ela é a expressão segunda. [...] As representações científicas segundo as quais eu sou um momento do mundo são sempre ingênuas e hipócritas, porque elas subentendem, sem mencioná-la, essa outra visão, aquela da consciência, pela qual antes de tudo um mundo se dispõe em torno de mim e começa a existir para mim.” (MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da Percepção. In: MELANI, R. Diálogo: primeiros estudos em Filosofia. São Paulo: Moderna, 2013, p. 280). A partir do texto citado assinale o que for correto. 01) As representações científicas pressupõem dados da consciência, mas não os explicitam por desconhecimento (ingenuidade) ou dissimulação (hipocrisia). 02) Não é a ciência que determina o ser no mundo, mas a experiência do ser no mundo que deve determinar as explicações científicas. 04) As representações científicas, ao levarem em conta a consciência que temos do mundo, falseiam os seus resultados. 08) As representações científicas captam apenas um momento do ser no mundo. 16) As representações científicas devem se ater somente às coisas experimentadas no mundo, e não levar em consideração os dados da consciência. 5 10. (Uem-pas 2017) A fenomenologia e o existencialismo são correntes filosóficas que têm início no século XX e se caracterizam pela crítica às concepções essencialistas acerca da natureza humana. Esta crítica é resumida na afirmação do filósofo francês Jean-Paul Sartre: “[...] há pelo menos um ser em quem a existência precede a essência, um ser que existe antes de poder ser definido por algum conceito, e que este ser é o homem, ou, como diz Heidegger, a realidade humana.” SARTRE, J-P. O existencialismo é um humanismo. In: MARÇAL, J. Antologia de textos filosóficos. Curitiba: SEED, 2009, p. 619. Sobre a fenomenologia e o existencialismo, assinale o que for correto. 01) Para Sartre, a angústia é o sentimento que emerge quando nos arrependemos de nossas escolhas. 02) De acordo com Sartre, as nossas ações não são determinadas por valores morais necessários, mas são apelos para que nossos atos valham universalmente. 04) O existencialismo reconhece que estamos submetidos a condições que não escolhemos, como a época e o local de nascimento, porém afirma que somos absolutamente livres para interpretar e agir sobre nossa situação. 08) Para Sartre, quando se atribui uma escolha moral a uma regra ou razão que dizemos não controlar, age-se de má-fé, porque se dissimula o fato de que somos absolutamente livres para escolher. 16) Sartre e Heidegger concordam com que o ponto de partida da fenomenologia deve ser a autoconsciência alcançada por meio da reflexão, tal como expressa na noção do cogito cartesiano. 11. (Upe-ssa 2 2017) Sobre o pensamento filosófico, leia o texto a seguir: O homem apresenta-se como uma escolha a fazer. Muito bem. Antes do mais, ele é a sua existência no momento presente e está fora do determinismo natural; o homem não se define previamente a si próprio, mas em função do seu presente individual. Não há uma natureza humana que se lhe anteponha, mas é-lhe dada uma existência específica num dado momento. SARTRE, Jean Paul. O Existencialismo é um Humanismo. 1973, p. 31. Com base no pensamento filosófico de Sartre, considera-se que 6 A) a essência da natureza humana precede a existência. B) a natureza humana é um substituto da condição humana. C) no homem em sua inteireza, a existência precede a essência. D) o existencialismo dá primazia ao determinismo natural em função do seu presente individual. E) o homem está fechado em si, sem ter escolha. 12. (Uem 2017) “Mas se verdadeiramente a existência precede a essência, o homem é responsável por aquilo que é. Assim, o primeiro esforço do existencialismo é o de pôr todo o homem no domínio do que ele é e de lhe atribuir a total responsabilidade da sua existência. E quando dizemos que o homem é responsável por si próprio, não queremos dizer que o homem é responsável pela sua restrita individualidade, mas que é responsável por todos os homens. [...] Com efeito, não há dos nossos atos um sequer que, ao criar o homem que desejamos ser, não crie ao mesmo tempo uma imagem do homem como julgamos que deve ser.” SARTRE, J-P. O existencialismo é um humanismo. In: ARANHA, M. L. de A. Filosofar com textos: temas e história da filosofia. São Paulo: Ed. Moderna, 2012, p. 478. A partir do texto citado, assinale o que for correto. 01) A responsabilidade existencial do ser humano é prioritária em relação à sua própria essência. 02) A responsabilidade é uma preocupação restrita ao próprio sujeito que reflete sobre esse fato. 04) O existencialismo deve pôr no centro das suas preocupações a responsabilidade que o homem tem com os atos relativos à sua existência. 08) Os atos desejados pelos homens refletem os seus juízos sobre como ele deve ser. 16) O existencialismo é, fundamentalmente,egoísta e centrado nas preocupações do indivíduo. 13. (Uem 2017) “Sören Kierkegaard (1813-1885), pensador dinamarquês, é um dos precursores do existencialismo contemporâneo. […] Para Kierkegaard, a existência é permeada de contradições que a razão é incapaz de solucionar. Critica o sistema hegeliano por explicar o dinamismo da dialética por meio do conceito. Ao contrário, deveria fazê- lo pela paixão, sem a qual o espírito não receberia o impulso para o salto qualitativo, entendido como decisão, ou seja, como ato de liberdade. Por isso é importante na filosofia de Kierkegaard a reflexão sobre a angústia que precede o ato livre.” ARANHA, M. L. de A. Filosofar com textos: temas e história da filosofia. São Paulo: Moderna, 2012, p. 461 e 462. A partir do excerto acima, assinale o que for correto. 01) A compreensão filosófica sobre o sentido da vida não pode ser apenas racional, mas também existencial. 02) O pensamento de Kierkegaard sobre a liberdade é determinista, pois nossas decisões são inconscientes. 04) Entre os sentimentos humanos destacam-se a angústia, pois ela possui uma dimensão prática e, ao mesmo tempo, filosófica. 08) As paixões representam as ilusões dos sentidos, razão pela qual Kierkegaard critica o sistema de Hegel. 16) As determinações da existência, longe de serem claras, são enigmáticas e acarretam incertezas. 7 14. (Ufsj 2013) “Não que acreditemos que Deus exista; pensamos antes que o problema não está aí, no da sua existência [...] os cristãos podem apelidar-nos de desesperados”. Essa afirmação revela o pensador A) Thomas Hobbes, defendendo o seu pensamento objetivo de que “o homem deve ser tomado como um elemento de construção da monarquia”. B) Nietzsche, perseguindo o direito do homem de tomar posse do seu reino animal e da sua superação e de reconduzir-se às verdades implícitas nele próprio. C) Jean-Paul Sartre, desenvolvendo um argumento, no qual chega à conclusão de que o existencialismo é um otimismo. D) David Hume, criticando as clássicas provas a favor da existência de Deus. 15. (Unioeste 2013) “Quando dizemos que o homem se escolhe a si mesmo, queremos dizer que cada um de nós se escolhe a si próprio; mas com isso queremos também dizer que, ao escolher-se a si próprio, ele escolhe todos os homens. Com efeito, não há de nossos atos um sequer que, ao criar o homem que desejamos ser, não crie ao mesmo tempo uma imagem do homem como julgamos que deve ser. Escolher isto ou aquilo é afirmar ao mesmo tempo o valor do que escolhemos, porque nunca podemos escolher o mal, o que escolhemos é sempre o bem, e nada pode ser bom para nós sem que o seja para todos. Se a existência, por outro lado, precede a essência e se quisermos existir, ao mesmo tempo em que construímos a nossa imagem, esta imagem é válida para todos e para a nossa época. Assim, a nossa responsabilidade é muito maior do que poderíamos supor, porque ela envolve toda a humanidade”. Sartre. Considerando o texto citado e o pensamento sartreano, é INCORRETO afirmar que A) o valor máximo da existência humana é a liberdade, porque o homem é, antes de mais nada, o que tiver projetado ser, estando “condenado a ser livre”. B) totalmente posto sob o domínio do que ele é, ao homem é atribuída a total responsabilidade pela sua existência e, sendo responsável por si, é também responsável por todos os homens. C) o existencialismo sartreano é uma moral da ação, pois o homem se define pelos seus atos e atos, por excelência, livres, ou seja, o “homem não é nada além do conjunto de seus atos”. D) o homem é um “projeto que se vive subjetivamente”, pois há uma natureza humana previamente dada e predefinida, e, portanto, no homem, a essência precede a existência. E) por não haver valores preestabelecidos, o homem deve inventá-los através de escolhas livres, e, como escolher é afirmar o valor do que é escolhido, que é sempre o bem, é o homem que, através de suas escolhas livres, atribui sentido a sua existência. 8 RESOLUÇÕES Resposta da questão 1: 04 + 08 = 12. Na perspectiva filosófica da fenomenologia, a facticidade pode ser entendida como os elementos contingentes, ou seja, o conjunto de determinações que existem de formas dadas e prontas, independentemente das escolhas do indivíduo e que constitui a base para as ações. A transcendência, por sua vez, diz respeito à “superação” das determinações, ou seja, ao movimento de “ir além” das “coisas dadas”, dando-lhes significado. Nesse sentido, esses conceitos se relacionam, respectivamente, aos conceitos de determinismo e liberdade, justificando as afirmações [04] e [08] como corretas. Resposta da questão 2: 01 + 08 = 09. No existencialismo sartreano, como se infere a partir da frase no enunciado da questão, “a existência precede a essência”, ou seja, Sartre nega a existência de uma “natureza” ou uma “essência” do indivíduo humano que influenciaria a sua existência. Dessa forma, o existencialismo sartreano também é ateu, pois afirma o indivíduo é o único responsável pela construção da sua própria existência, o que também nega a ideia de um “destino” preexistente. A teoria marxista e a psicanálise exerceram influência no pensamento de Sartre. Com efeito, apenas os itens [01] e [08] apresentam afirmativas corretas. Resposta da questão 3: a) Segundo a filosofia existencialista sartreana, o conceito de existência está muito próximo de uma ideia de “atitude existencial”, haja vista que a existência seria precedente a qualquer essência humana. Assim, recusando a existência de uma “natureza” ou essência humana, a concepção de existência em Sartre se fundamenta no princípio de que o indivíduo constrói, a partir do uso da sua liberdade, as condições da sua própria existência. b) A partir dos pressupostos expostos o item anterior, Sartre entende que o indivíduo, na sua liberdade de escolha, afeta a si e a outros indivíduos, o que implica uma responsabilidade. Para ele, não há nada que possa eximir o homem da sua condição de liberdade e, como consequência, da sua condição de responsabilidade diante das suas escolhas e dos seus atos. Diante da falta de uma essência, a liberdade de escolha e a responsabilidade sobre ela gera, nos indivíduos, angústia, pois a escolha é a afirmação daquilo que se escolhe, o que implica responsabilidade. Com efeito, ao escolher algo e, consequentemente, afirmar o seu valor, o indivíduo torna-se responsável não só por si, mas por todos os indivíduos. Resposta da questão 4: 01 + 08 = 09. A filosofia existencialista sartreana representa uma ruptura com a filosofia tradicional ao negar qualquer essência ou predefinição humana antes da existência. Para Sartre, os indivíduos, a partir do momento que existem, são um “projeto de ser”, se definindo por meio de suas ações ao longo da sua existência. Assim, o existencialismo sartreano nega a existência de uma “natureza humana” e qualquer tipo de essência definida por Deus. Com efeito, o indivíduo se torna absolutamente responsável pelas suas ações, sendo a liberdade em Sartre entendida de forma radical, de modo que "o homem está condenado a ser livre". A partir dessas considerações, o aluno deve identificar que apenas os itens [01] e [08] estão corretos. 9 Resposta da questão 5: 02 + 04 = 06. A fenomenologia se caracteriza por estudar o fenômeno como ele acontece, sendo que os fenômenos acontecem fora da consciência, o que faz o item [01] ser incorreto. O item [02] está incorreto pois, para Husserl, o que deve ser investigado é aquilo que o objeto é em si mesmo, o que afasta o estudo das estruturas a priori da realidade. Kant afirmou que as coisas não podem ser conhecidas, mas podem ser pensadas. Para ele a “coisa em si” é incognoscível, ou seja,não é matéria do conhecimento humano, o que torna o item [08] incorreto. O item [16] é incorreto porque o objetivo da fenomenologia de Husserl é atingir as coisas através da vivência. Resposta da questão 6: [E] O pensamento de Heidegger difere do de Aristóteles pois para Heidegger primeiro passamos pela experiência com a substância para posteriormente defini-la, ou seja, primeiro o sujeito vivencia a experiência com a sala de aula (exemplo apresentado na questão) para só depois definir aquele espaço – que ele teve contato prévio – como sendo uma sala de aula. No caso de Aristóteles, quando desenvolveu a teoria das quatro causas, definiu a busca da causa formal (entre as outras) como fundamental para a identificação da substância com a qual se tem contato, isso faz o pensamento aristotélico ser classificado como teleológico, diferente do de Heidegger. Resposta da questão 7: [D] Para Sartre, representante do existencialismo, a existência precede a essência, ou seja, o indivíduo, assim como a realidade e o conhecimento, primeiramente existe e posteriormente se realiza por suas ações concretas e pela forma que conduz a sua existência. Assim, segundo Sartre, o indivíduo é condenado à liberdade de suas escolhas e à efetivar a sua existência através delas, pensamento que vai de encontro à metafísica essencialista, segundo a qual os objetos e o homem possuiriam duas realidades: uma exterior, caracterizada pela matéria física, e uma interior, onde encontraria-se a essência, enquanto para Sartre essas realidades se equivalem. Resposta da questão 8: 01 + 04 + 08 = 13. O aluno deve identificar, a partir do texto, que o autor considera que a forma como as coisas chegam à consciência consiste na própria essência da coisa, como indica o trecho “na percepção, sempre há algo percebido: na fabricação de imagens, há algo representado em imagens; na enunciação, há algo enunciado; no amor, algo amado; no ódio, algo odiado; no desejo, algo desejado;”. Partindo, ainda, do entendimento desse trecho, o autor apresenta o sentido do termo “inexistência” como um conteúdo do objeto, ou seja, como o que “existe dentro” do objeto, o que caracteriza um fenômeno. Assim, haveriam variedades na relação intencional, sendo, no entanto, a intencionalidade, a unidade radical entre a consciência e o objeto. Com efeito, o aluno deve constatar que apenas as alternativas [01], [04] e [08] como corretas. 10 Resposta da questão 9: 01 + 02 + 04 = 07. Para o filósofo Merleau-Ponty, a percepção de algo se dá, na consciência humana, a partir da sua forma perceptiva, ou seja, a matéria passa a existir em sua dimensão consciencial, constituindo, dessa forma, um fenômeno. No texto destacado, o autor faz uma crítica às representações científicas, explicitada corretamente pelo item [01], que pode ser identificada no trecho “As representações científicas segundo as quais eu sou um momento do mundo são sempre ingênuas e hipócritas, porque elas subentendem, sem mencioná-la, essa outra visão, aquela da consciência pela qual antes de tudo um mundo se dispõe em torno de mim e começa a existir para mim”. Ademais, segundo a concepção de Merleau-Ponty, a base do conhecimento está na experiência perceptiva do sujeito, o que possibilita a construção de significação daquilo que é captado pelos sentidos, ou seja, da relação sujeito x mundo, ideia apontada pelo item [02]. Por sua vez, o item [04] expressa a percepção do autor presente no mesmo trecho destacado para o item [01], a partir do qual se estabelece a crítica que considera “ingênuas e hipócritas” as representações científicas baseadas na consciência do sujeito em relação ao mundo. Resposta da questão 10: 02 + 04 + 08 = 14. O pensamento filosófico existencialista sartreano tem como fundamento central que a compreensão da vida dos indivíduos se dá a partir da condição da existência humana. Para os pensadores dessa vertente filosófica, a existência precede a essência, o que leva à uma perspectiva da existência humana que independe de qualquer definição preexistente do indivíduo. Segundo Sartre, a essência humana se constrói a partir das escolhas que, dentro da sua liberdade, o indivíduo realiza. Nesse sentido, o sujeito seria um projeto de ser, haja vista que não existiria uma natureza ou essência humana, mas sim a ação dos homens sobre a construção de si mesmos a partir do seu livre arbítrio, sendo o indivíduo condenado à uma liberdade radical e absoluta de escolha, independentemente de qualquer circunstância em que se encontre. Nessa perspectiva, os valores morais não seriam necessários para a determinação das ações dos indivíduos, mas uma forma de validar essas ações universalmente. A partir dessas considerações, apenas os itens [02], [04] e [08] podem ser classificados como corretos. Resposta da questão 11: [C] Ao pensar o indivíduo humano, Sartre, e os existencialistas de modo geral, o entendem como um projeto de ser, uma vez que construiria, a partir do exercício da sua liberdade inerente, a si mesmo, por meio de suas escolhas. Assim, não existiria uma predefinição ou uma “natureza” precedente à existência humana, mas, ao contrário, a construção da essência a partir da existência humana, ideia expressa pela alternativa [C]. Resposta da questão 12: 01 + 04 + 08 = 13. O pensamento filosófico existencialista tem como fundamento central que a compreensão da vida dos indivíduos se dá a partir da condição da existência humana, de modo que, para os existencialistas, a existência precede a essência, o que leva à uma perspectiva da existência humana independente de qualquer definição preexistente sobre o indivíduo. Com efeito, na concepção existencialista, a essência humana se constrói a partir das escolhas que, dentro da sua liberdade, o indivíduo realiza, sendo ele responsável pelas suas próprias ações. Nesse sentido, o sujeito seria um projeto de ser, haja vista que não existiria uma natureza ou essência humana, mas sim a ação dos homens sobre a construção do ser no seu livre arbítrio. Partindo dessas considerações, o aluno deve identificar que apenas os itens [01], [04] e [08] apresentam afirmativas corretas. 11 Resposta da questão 13: 01 + 04 + 16 = 21. O pensamento filosófico existencialista tem como fundamento central que a compreensão da vida humana se dá a partir da condição da existência humana, de modo que apenas a perspectiva racional não é suficiente para esse entendimento, como afirma corretamente o item [01]. Kierkegaard, ao colocar o existencialismo como foco principal para a análise filosófica da vida humana, defende que a essência humana se constrói a partir das escolhas que, dentro da sua liberdade, o indivíduo realiza. Com efeito, o homem viveria em uma angústia existencial diante da responsabilidade de escolher, de modo que a angústia tem uma dimensão prática, para além da filosófica, haja vista que as escolhas refletem naquilo que o indivíduo é, como indicado pelo item [04]. Ademais, ao reconhecer as contradições que permeiam as condições de existência, Kierkegaard defende que as mesmas são incertas e enigmáticas, tal como apontado pelo item [16]. Resposta da questão 14: [C] A crítica cristã ao existencialismo é evidentemente direcionada ao seu ateísmo. Todos nós conhecemos a máxima de Dostoievski: “se Deus não existe, então tudo é permitido”, e sabemos que ela aceita por Sartre. Em contrapartida, a Igreja acusa o existencialismo de provocar uma distorção da realidade, de suprimir valores divinos que são eternos e inquestionáveis, de propor que cada um poderia agir livre sem valores para guiar sua ação, pois o homem é incapaz de julgamento justo sobre coisas alheias, afinal o indivíduo fecha-se em sua subjetividade. Todavia, é importante ressaltar que o existencialismo garante uma abertura e criaum vínculo de responsabilidade absoluta entre o sujeito e as ações que ele realiza. O valor de uma decisão está no fato de ter sido escolhida pelo sujeito. O homem, livre, escolhe seus valores e se responsabiliza por suas escolhas. O existencialismo é, então, otimista, pois, proporciona que cada indivíduo escolha e siga seus próprios ideais, verdadeiramente seus e dos quais pode responsabilizar-se totalmente. Resposta da questão 15: [D] O homem está condenado à liberdade. Durante sua vida, ele não pode deixar de escolher, e ao fazer escolhas ele irá sempre escolher aquilo que considera o melhor. Desse modo, o homem ao se posicionar também posiciona todos os outros homens, pois define, juntamente com a sua escolha, quem são seus semelhantes e dessemelhantes. Se a sua posição não considerar isto, então ela irá criar confrontos dos quais foi desde sua primeira escolha responsável. Assim, em cada escolha nos responsabilizamos pela humanidade que escolhemos.