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Revisão 4 - Aulas 11, 12, 13, 14 e 15 - FILOSOFIA MODERNA

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1 
LISTA DE EXERCÍCIOS: REVISÃO 4 – FILOSOFIA MEDIEVAL 
 
TEMA ABORDADO 
AULA 11 – Filosofia Moderna: Introdução à filosofia moderna. 
AULA 12 – Filosofia Moderna: Epistemologia – David Hume. 
AULA 13 – Filosofia Moderna: Epistemologia – René Descartes. 
AULA 14 – Filosofia Moderna: Epistemologia – Immanuel Kant (Parte 01). 
AULA 15 – Filosofia Moderna: Epistemologia – Immanuel Kant (Parte 02). 
 
1. (Enem 2013) 
TEXTO I 
Há já de algum tempo eu me apercebi de que, desde meus primeiros anos, recebera muitas 
falsas opiniões como verdadeiras, e de que aquilo que depois eu fundei em princípios tão 
mal assegurados não podia ser senão mui duvidoso e incerto. Era necessário tentar 
seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-me de todas as opiniões a que até então 
dera crédito, e começar tudo novamente a fim de estabelecer um saber firme e inabalável. 
DESCARTES, R. Meditações concernentes à Primeira Filosofia. São Paulo: Abril Cultural, 1973 
(adaptado). 
 
TEXTO II 
É de caráter radical do que se procura que exige a radicalização do próprio processo de 
busca. Se todo o espaço for ocupado pela dúvida, qualquer certeza que aparecer a partir 
daí terá sido de alguma forma gerada pela própria dúvida, e não será seguramente 
nenhuma daquelas que foram anteriormente varridas por essa mesma dúvida. 
SILVA, F. L. Descartes: a metafísica da modernidade. São Paulo: Moderna, 2001 (adaptado). 
 
A exposição e a análise do projeto cartesiano indicam que, para viabilizar a reconstrução 
radical do conhecimento, deve-se 
 
A) retomar o método da tradição para edificar a ciência com legitimidade. 
B) questionar de forma ampla e profunda as antigas ideias e concepções. 
C) investigar os conteúdos da consciência dos homens menos esclarecidos. 
D) buscar uma via para eliminar da memória saberes antigos e ultrapassados. 
E) encontrar ideias e pensamentos evidentes que dispensam ser questionados. 
 
2. (Uem 2013) “Há já algum tempo dei-me conta de que, desde meus primeiros anos, 
recebera muitas falsas opiniões por verdadeiras e de que aquilo que depois eu fundei sobre 
princípios tão mal assegurados devia ser apenas muito duvidoso e incerto; de modo que 
era preciso tentar seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-me de todas as opiniões 
que recebera até então em minha crença e começar tudo novamente desde os 
fundamentos, se eu quisesse estabelecer alguma coisa de firme e de constante nas 
ciências.” 
(DESCARTES, R. Meditações sobre a filosofia primeira. In: MARÇAL, J. Antologia de textos 
filosóficos. Curitiba: SEED, 2009, p. 153). 
 
A partir do texto citado, assinale o que for correto. 
 
 
 
 
 
 
2 
01) A verdadeira ciência ou conhecimento verdadeiro deve refutar toda e qualquer crença 
ou religião. 
02) O início do processo filosófico de descoberta da verdade começa com a instauração 
da dúvida. 
04) O espírito de investigação filosófica busca alicerces firmes, que não foram dados pelo 
modo como se adquiria o conhecimento até então. 
08) A dúvida sobre o conhecimento que se tem decorre das opiniões e dos saberes mal 
apreendidos na escola. 
16) Os alicerces firmes do conhecimento devem estar além das opiniões das autoridades 
acadêmicas. 
 
3. (Unioeste 2013) “... esta palavra, Filosofia, significa o estudo da sabedoria, e por 
sabedoria não se deve entender apenas a prudência nos negócios, mas um conhecimento 
perfeito de todas as coisas que o homem pode saber, tanto para a conduta da sua vida 
como para a conservação da saúde e invenção de todas as artes. E para que este 
conhecimento assim possa ser, é necessário deduzi-lo das primeiras causas, de tal modo 
que, para se conseguir obtê-lo – e a isto se chama filosofar –, há que começar pela 
investigação dessas primeiras causas, ou seja, dos princípios. Estes devem obedecer a 
duas condições: uma, é que sejam tão claros e evidentes que o espírito humano não possa 
duvidar da sua verdade, desde que se aplique a considerá-los com atenção; a outra, é que 
o conhecimento das outras coisas dependa deles, de maneira que possam ser conhecidos 
sem elas, mas não o inverso. Depois disto, é indispensável que, a partir desses princípios, 
se possa deduzir o conhecimento das coisas que dependem deles, de tal modo que, no 
encadeamento das deduções realizadas, não haja nada que não seja perfeitamente 
conhecido.” 
Descartes. 
 
“À medida que Descartes vai desenvolvendo sua ideia de um sistema reconstruído de 
conhecimento, vemos surgir dois componentes específicos da visão cartesiana. O 
primeiro é um individualismo radical: a ciência tradicional, ‘composta e acumulada a 
partir das opiniões de inúmeras e variadas pessoas, jamais logra acercar-se tanto da 
verdade quanto os raciocínios simples de um indivíduo de bom senso’. O segundo 
componente é uma ênfase na unidade e no sistema: ‘Todas as coisas que se incluem no 
alcance do conhecimento humano são interligadas’”. 
Cottingham. 
Considerando os textos acima, que tratam da teoria cartesiana do conhecimento, é 
INCORRETO afirmar que 
 
A) a teoria cartesiana do conhecimento implica um sistema em que todos os conteúdos 
encontram-se intimamente relacionados. 
B) a teoria do conhecimento cartesiana pretende, a partir da elaboração de um método 
preciso, reconstruir o conhecimento em bases sólidas. 
C) a teoria do conhecimento cartesiana, que tem como objetivo a elaboração de uma 
ciência universal, serve-se, em certa medida, do modelo indutivista para alcançar seu 
objetivo. 
D) o conhecimento que se tem de cada coisa deriva de um processo no qual cada etapa 
pode ser conhecida sem o concurso de etapas posteriores, mas não o inverso. 
E) quando determinada noção se apresenta com clareza e com distinção, o sujeito 
pensante entende que se encontra frente a um conhecimento verdadeiro pela própria 
natureza da concepção cartesiana do conhecimento. 
 
 
 
3 
4. (Ufsj 2013) Sobre “as qualidades úteis da mente”, descritas por David Hume, é 
CORRETO afirmar que 
 
A) “são aquilo que se pode primeiramente experimentar na arte de raciocinar”. 
B) “elas são retratadas no sentido vulgar, pois são diametralmente opostas ao poder e ao 
bom senso ou razão”. 
C) “determinam que as virtudes, como a simpatia, por exemplo, tenham a força ideal a 
posteriori para o bem-estar das sociedades humanas”. 
D) “essas virtudes formam a principal parte da moral”. 
 
5. (Uem 2013) “Pois como se supõe que as faculdades da mente são naturalmente iguais 
em todos os indivíduos – e se assim não fosse, nada poderia ser mais infrutífero que 
argumentarmos ou debatermos uns com os outros –, seria impossível, se as pessoas 
associassem as mesmas ideias a seus termos, que pudessem durante tanto tempo formar 
diferentes opiniões sobre o mesmo assunto, especialmente quando comunicam suas 
opiniões, e cada uma das partes volta-se para todos os lados em busca de argumentos que 
possam dar-lhes a vitória sobre seus antagonistas. É verdade que, se os homens tentam 
discutir questões que estão inteiramente fora do alcance das faculdades humanas, tais 
como as que concernem à origem dos mundos, ou à organização do sistema intelectual 
ou da região dos espíritos, eles podem ficar longo tempo golpeando o vazio em suas 
infrutíferas contendas, sem nunca chegar a qualquer conclusão determinada. Mas se a 
questão diz respeito a algum assunto da vida e da experiência cotidiana, julgaríamos que 
nada poderia preservar a disputa indecidida por tanto tempo [...]” 
(HUME, D. Uma investigação sobre o entendimento humano. In: MARÇAL, J. Antologia de textos 
filosóficos. Curitiba: SEED, 2009, p. 377). 
 
A partir do trecho citado, assinale a(s) afirmativa(s) correta(s). 
 
01) Tendo em vista que as faculdades da mente são iguais, os pensamentos produzidos a 
partir das mesmas impressões sensíveis são também iguais. 
02) As controvérsias existem pelo fato de as opiniõesserem associações diversas de 
mesmas ideias a termos diferentes. 
04) Disputas que nascem da experiência cotidiana têm sua resolução mais rápida, pois 
não incorrem na confusão das ideias. 
08) O campo da experiência está ao alcance das faculdades humanas, visto que fornece 
um fundamento empírico para as ideias. 
16) Nas contendas intelectuais, vale utilizar-se de toda e de qualquer opinião para obter a 
vitória. 
 
6. (Ufsj 2013) Segundo David Hume, “Todo raciocínio abstruso apresenta um mesmo 
inconveniente”, porque 
 
A) “pode silenciar o antagonista sem convencê-lo; e para nos darmos conta de sua força, 
precisamos dedicar-lhe um estudo tão intenso quanto o que foi necessário para sua 
invenção”. 
B) “impregna a mente humana com conceitos do idealismo que o induzem ao holismo 
moderno”. 
C) “justifica a disposição que a mente humana tem para se inclinar ao silogismo 
moderno”. 
D) “convida o raciocínio a enigmáticas considerações, direcionando-o ao ceticismo 
quinhentista”. 
 
 
 
4 
7. (Ufsj 2013) Para David Hume, “os homens são, em grande medida, governados pelo 
interesse” e isso é perfeitamente visível, já que 
 
A) “tradicionalmente o interesse tem sido visto de dentro para fora, como algo que 
observamos em nós mesmos, mais do que alguma coisa que outros possam exibir”. 
B) “mesmo quando estendem suas preocupações para além de si mesmos, não as levam 
muito longe; na vida corrente não é muito comum olhar para além dos amigos mais 
próximos e dos conhecidos”. 
C) “vão traduzindo a necessidade que eles têm de se relacionar a partir de um interesse 
particular, e isso vem somar-se à sua capacidade para a socialização para o seu próprio 
bem-estar”. 
D) “as suas atitudes morais traduzem as suas condutas solipsistas votadas aos mais 
distintos interesses materiais e espirituais”. 
 
8. (Enem PPL 2013) O contrário de um fato qualquer é sempre possível, pois, além de 
jamais implicar uma contradição, o espírito o concebe com a mesma facilidade e distinção 
como se ele estivesse em completo acordo com a realidade. Que o Sol não nascerá 
amanhã é tão inteligível e não implica mais contradição do que a afirmação de que ele 
nascerá. Podemos em vão, todavia, tentar demonstrar sua falsidade de maneira 
absolutamente precisa. Se ela fosse demonstrativamente falsa, implicaria uma 
contradição e o espírito nunca poderia concebê-la distintamente, assim como não pode 
conceber que 1 1+ seja diferente de 2. 
HUME, D. Investigação acerca do entendimento humano. São Paulo: Nova Cultural, 1999 (adaptado). 
O filósofo escocês David Hume refere-se a fatos, ou seja, a eventos espaço-temporais, 
que acontecem no mundo. Com relação ao conhecimento referente a tais eventos, Hume 
considera que os fenômenos 
 
A) acontecem de forma inquestionável, ao serem apreensíveis pela razão humana. 
B) ocorrem de maneira necessária, permitindo um saber próximo ao de estilo matemático. 
C) propiciam segurança ao observador, por se basearem em dados que os tornam 
incontestáveis. 
D) devem ter seus resultados previstos por duas modalidades de provas, com conclusões 
idênticas. 
E) exigem previsões obtidas por raciocínio, distinto do conhecimento baseado em cálculo 
abstrato. 
 
9. (Unioeste 2013) “A necessidade prática de agir segundo este princípio, isto é, o dever, 
não assenta em sentimentos, impulsos e inclinações, mas, sim, somente na relação dos 
seres racionais entre si, relação essa em que a vontade de um ser racional tem de ser 
considerada sempre e simultaneamente como legisladora, porque de outra forma não 
podia pensar-se como fim em si mesmo. A razão relaciona, pois, cada máxima da vontade 
concebida como legisladora universal com todas as outras vontades e com todas as ações 
para conosco mesmos, e isto não em virtude de qualquer outro móbil prático ou de 
qualquer vantagem futura, mas em virtude da ideia da dignidade de um ser racional que 
não obedece à outra lei senão àquela que ele mesmo simultaneamente dá a si mesmo. [...] 
O que se relaciona com as inclinações e necessidades gerais do homem tem um preço 
venal [...], aquilo, porém, que constitui a condição só graças a qual qualquer coisa pode 
ser um fim em si mesma, não tem somente um valor relativo, isto é, um preço, mas um 
valor íntimo, isto é, dignidade”. 
Kant. 
 
 
 
5 
Considerando o texto citado e o pensamento ético de Kant, seguem as afirmativas abaixo: 
 
I. Para Kant, existe moral porque o ser humano e, em geral, todo o ser racional, fim em si 
mesmo e valor absoluto, não deve ser tomado simplesmente como meio ou instrumento 
para o uso arbitrário de qualquer vontade. 
II. Fim em si mesmo e valor absoluto, o ser humano é pessoa e tem dignidade, mas uma 
dignidade que é, apenas, relativamente valiosa, por se encontrar em dependência das 
condições psicossociais e político-econômicas nas quais vive. 
III. A moralidade, única condição que pode fazer de um ser racional fim em si mesmo e 
valor absoluto, pelo princípio da autonomia da vontade, e a humanidade, enquanto 
capaz de moralidade, são as únicas coisas que têm dignidade. 
IV. As pessoas têm dignidade porque são seres livres e autônomos, isto é, seres que se 
submetem às leis que se dão a si mesmos, atendendo imediatamente aos apelos de suas 
inclinações, sentimentos, impulsos e necessidades. 
V. A autonomia da vontade é o fundamento da dignidade da natureza humana e de toda 
natureza racional e, por esta razão, a vontade não está simplesmente submetida à lei, 
mas submetida à lei por ser concebida como vontade legisladora universal, ou seja, se 
submete à lei na exata medida em que ela é a autora da lei (moral). 
 
Das afirmativas feitas acima 
 
A) somente a afirmação I está incorreta. 
B) somente a afirmação III está incorreta. 
C) as afirmações II e IV estão incorretas. 
D) as afirmações II e III estão incorretas. 
E) as afirmações II, III e V estão incorretas. 
 
10. (Ufu 2013) Autonomia da vontade é aquela sua propriedade graças à qual ela é para 
si mesma a sua lei (independentemente da natureza dos objetos do querer). O princípio 
da autonomia é, portanto: não escolher senão de modo a que as máximas da escolha 
estejam incluídas simultaneamente, no querer mesmo, como lei universal. 
KANT, Immanuel. Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Tradução de Paulo Quintela. Lisboa: 
Edições 70, 1986, p. 85. 
De acordo com a doutrina ética de Kant: 
 
A) O Imperativo Categórico não se relaciona com a matéria da ação e com o que deve 
resultar dela, mas com a forma e o princípio de que ela mesma deriva. 
B) O Imperativo Categórico é um cânone que nos leva a agir por inclinação, vale dizer, 
tendo por objetivo a satisfação de paixões subjetivas. 
C) Inclinação é a independência da faculdade de apetição das sensações, que representa 
aspectos objetivos baseados em um julgamento universal. 
D) A boa vontade deve ser utilizada para satisfazer os desejos pessoais do homem. Trata-
se de fundamento determinante do agir, para a satisfação das inclinações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
RESOLUÇÕES 
 
Resposta da questão 1: [B] 
 
Como exemplo da radicalidade indicada pelo prof. Franklin Leopoldo e Silva, vale 
mencionar que Descartes inicia a segunda meditação com a metáfora de um homem 
submerso, ele diz: “a meditação que fiz ontem encheu-me de tantas dúvidas, que 
doravante não está mais em meu alcance esquecê-las. E, no entanto, não vejo de que 
maneira poderia resolvê-las; e, como se de súbito tivesse caído em águas muito profundas, 
estou de tal modo surpreso que não posso nem firmar meus pés no fundo, nem nadar para 
me manter à tona”. Essa metáfora expõe um homem de mãos atadas; voltar para a situação 
anterior é impossível, porém manter-se no meio do caminho também. A única opção é 
manter-se trilhando o caminho da dúvida sistemática e generalizada, esperandodesse 
modo alcançar algum ponto firme o suficiente para ser possível apoiar os pés, e nadar de 
volta para a superfície. Mantendo-se nesse caminho, o filósofo busca o ponto que irá 
inaugurar uma cadeia de razões da qual ele não poderá duvidar. O chão desse mar no qual 
o filósofo está submerso é esta única coisa da qual ele não pode duvidar, mesmo se o 
gênio maligno estiver operando. Tal certeza radical é a certeza sobre o fato de que se o 
gênio maligno perverte meus pensamentos, ele nunca poderia perverter o próprio fato de 
que eu devo estar pensando para que ele me engane. Penso, existo é a nova raiz que nutre 
a modernidade. 
 
Resposta da questão 2: 02 + 04 + 16 = 22. 
 
Descartes está lidando durante suas meditações com o problema da ausência de bons 
fundamentos para as ciências. As ruínas do pensamento medieval não são suficientes para 
sustentar a nova ciência que estava nascendo desde Galileu. O filósofo, então, procede 
para criticar tudo aquilo que adquiriu, e enfrentar o problema de ter desde sua tenra 
infância apreendido uma série de opiniões falsas como verdadeiras; utilizando estas 
opiniões o filósofo percebeu que fundou em princípios mal assegurados as suas próprias 
razões e elas não poderiam ser, por conseguinte, nada além de duvidosas ou incorretas. 
Para realizar algo de firme e constante nas ciências não haveria outro caminho a não ser 
o recomeço. As meditações procuram esse recomeço. 
 
Resposta da questão 3: [C] 
 
O conhecimento em Descartes é primeiramente algo uno e construído a partir da unidade 
do intelecto. Isso quer dizer que apesar da variedade existente no conjunto dos 
conhecimentos a ciência é na verdade una. Quer dizer também que as bases fundadoras 
de todo o edifício desenvolvem-se de maneira uniforme em uma construção homogênea. 
Ou seja, a ciência é una, pois o espírito que o desenvolve é uno. O método, por 
conseguinte, se torna algo importantíssimo para Descartes, pois é ele quem demonstra a 
unidade do espírito que procede de maneira uniforme na construção dessa ciência que é 
total. A construção de uma ciência total se faz a partir da definição das condições sobre 
as quais se constrói o método através do qual se pode duvidar sistematicamente e 
seguindo a ordem das razões assegurar a evidência do conhecimento adquirido. Conhecer 
para Descartes é duvidar sistematicamente para de acordo com o método seguir a ordem 
das razões na construção de uma ciência com clareza e distinção. Desse modo, Descartes 
considera ser capaz de conceber uma Mathesis Universalis, isto é, uma ciência capaz de 
explicar tudo que diga respeito à ordem e à quantidade. 
 
 
 
7 
Resposta da questão 4: [D] 
 
“A maioria das pessoas concordará prontamente que as qualidades úteis da mente são 
virtuosas justamente por causa da sua utilidade” (D. Hume, T, III, III, IV, 2). O 
pensamento moral de Hume é baseado na motivação, isto é, a ação moral é motivada 
pelos sentimentos morais que estabelecem as razões deste comportamento; a moral excita 
as paixões prevenindo ou motivando as ações e a razão sozinha é incapaz de defender a 
necessidade de qualquer ação correta. 
 
Resposta da questão 5: 02 + 04 + 08 = 14. 
 
A divisão entre questões de fato e relações de ideias aparece no início da seção IV 
(Dúvidas céticas sobre as operações do entendimento) e quer dizer que a investigação 
humana possui como objetos: 1) toda afirmação intuitivamente ou demonstrativamente 
certa, isto é, aquelas que possuem validade independente do que existe no universo, por 
exemplo, o teorema de Pitágoras; e, 2) todas as afirmações que possuem um caráter 
muitíssimo diferente posto que qualquer evidência de sua necessidade não seja firmada 
por nada além dos sentidos e dos registros da memória – por exemplo, “o sol nascerá 
amanhã”. Neste sentido, por um lado os raciocínios sobre questões de fato fundam-se em 
relações de causalidade e dependem da disposição das coisas existentes no universo, e, 
por outro lado, os raciocínios sobre relação de ideias possuem força na sua formalidade e 
são incapazes de serem resolvidos através de um terceiro juiz como a experiência. 
 
Resposta da questão 6: [A] 
 
O hábito é o grande guia da vida humana no sentido de que nenhuma questão de fato é 
resolvida por algo além dele. Como Hume diz, “sem a ação do hábito, ignoraríamos 
completamente toda questão de fato além do que está imediatamente presente à memória 
ou aos sentidos” 
(D. Hume. Investigações sobre o entendimento humano. In Coleção Os Pensadores. São 
Paulo: Abril Cultural, 1980, p. 152). 
 
Sendo assim, o homem é apenas capaz de crer que a relação de causa e efeito entre a 
chama e o calor, por exemplo, se mantenha persistente. A crença é um resultado 
necessário da mente observar regularidades – diferentemente da ficção que é uma 
formulação com aparência de realidade e sem um lastro sensitivo. Nesse sentido, um 
raciocínio impenetrável é inconveniente, pois estabelece uma ficção capaz de convencer 
pela sua aparência de realidade, porém incapaz de se demonstrar pela sua ausência de 
lastro sensitivo. 
 
Resposta da questão 7: [B] 
 
Para Hume, nada orienta mais efetivamente as ações dos homens que suas opiniões. 
Certamente, os homens são governados pelo seu interesse, sua razão é refém de suas 
paixões, e a construção de uma opinião define em geral o comportamento de um 
indivíduo. A opinião sobre o que é relevante aos seus e seus próximos constitui a 
motivação básica da ação moral de um homem. 
 
 
 
 
 
 
8 
Resposta da questão 8: [E] 
 
Na filosofia empirista de David Hume, a ideia de relação entre fenômenos que se repetem, 
ou seja, a ideia de que um fenômeno que ocorre de determinada maneira ocorrerá sempre 
da mesma forma, não parte de nenhum pressuposto sensível, não tendo, portanto, 
fundamentação para ser aceita como fato. 
 
Resposta da questão 9: [C] 
 
Devemos entender inicialmente que a reflexão kantiana a respeito da liberdade está 
organizada em torno da noção de autonomia. Isso significa que o homem livre será, para 
Kant, o homem capaz de guiar moralmente sua vida servindo-se do seu próprio intelecto, 
das suas próprias faculdades, dos seus próprios esforços. Ou seja, livre será o homem 
capaz de viver sem a tutela do outro, de usar publicamente sua razão, e de se 
responsabilizar por suas palavras sem propaga-las através do uso da autoridade de outrem. 
Se livre é o homem que vive uma vida regrada pelas suas próprias faculdades, isso 
significa que livre será o homem capaz de definir para si mesmo uma Moral 
universalizável. Quer dizer, a vontade do homem livre precisa ser a boa vontade. Em 
terminologia kantiana, a boa vontade é aquela vontade cujas decisões são totalmente 
determinadas por demandas morais ou, como ele normalmente se refere a isso, pela Lei 
Moral. Os seres humanos veem essa Lei como restrição dos seus desejos, por conseguinte 
uma vontade decidida por seguir a Lei Moral só pode ser motivada pela ideia de Dever. 
E Kant distingue dois tipos de lei produzidos pela razão. Dado certo fim que nós 
gostaríamos de alcançar a razão pode proporcionar um imperativo hipotético – uma regra 
contingente para a ação alcançar este fim. Um imperativo hipotético diz, por exemplo: se 
alguém deseja comprar um carro novo, então se deve previamente considerar quais tipos 
de carros estão disponíveis para compra. Mas Kant objeta que a concepção de uma Lei 
Moral não pode ser meramente hipotética, pois uma ação moral não pode ser fundada 
sobre um propósito circunstancial. A moralidade exige uma afirmação incondicional do 
Dever de um indivíduo, a moralidade exige uma regra para ação que seja necessária, a 
moralidade exige um imperativo categórico. 
 
Resposta da questão 10: [A] 
 
Em terminologia kantiana, a boa vontade é aquela cujo voluntarismo é totalmente 
determinado por demandas morais ou, como o filósofo normalmente se referea isso, pela 
Lei Moral. Kant distingue dois tipos de lei produzidos pela razão. Dado certo fim que nós 
gostaríamos de alcançar, a razão pode proporcionar um imperativo hipotético – uma regra 
contingente e circunstancial como fundamento da ação – ou um imperativo categórico – 
uma regra necessária e universal como fundamento da ação. Como uma Lei Moral não 
pode ser meramente hipotética, pois uma ação moral não pode ser fundada sobre um 
propósito circunstancial, a moralidade exige uma afirmação incondicional do dever de 
um indivíduo, ou seja, a moralidade exige uma regra para ação que seja necessária e 
universal, ela exige um imperativo categórico.

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