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FILOSOFIA COM VIVIANE CATOLÉ 1 2 FILOSOFIA COM VIVIANE CATOLÉ 1. (Upe-ssa 1 2022) A Filosofia aparece na Grécia por volta do século VII, antes de nossa era. Os primeiros filósofos foram designados pré-socráticos; Tales, Heráclito e Parmênides são alguns desses primeiros filósofos. Embora cada um deles tivesse um pensamento bastante peculiar, havia um problema comum que norteava a filosofia em seus primeiros anos de vida. Assinale a alternativa que corresponde ao debate fundamental dos pré-socráticos. a) Procuravam definir o princípio de todas as coisas, isto é, aquilo pelo qual existem e subsistem todas as coisas. b) Procuravam definir a essência de Deus, ou seja, como é possível criar o mundo a partir de seu exterior. c) Procuravam estabelecer quais as melhores leis para a Pólis, isto é, qual a melhor forma de governo. d) Procuravam distinguir a essência humana da essência dos outros seres, quer dizer, as características basilares do gênero humano. e) Procuravam estabelecer um método científico, ou seja, comprovar empiricamente a importância da filosofia. 2. (Upe-ssa 1 2022) Leia o texto de Marilena Chauí a seguir: [...] Os chineses desenvolveram um pensamento muito profundo sobre a existência de coisas, seres e ações contrários ou opostos, que formam a realidade. Deram às oposições o nome de dois princípios: Yin e Yang. Yin é o princípio feminino passivo na Natureza, representado pela escuridão, o frio e a umidade; Yang é o princípio masculino ativo na Natureza, representado pela luz, pelo calor e pelo seco. Os dois princípios se combinam e formam todas as coisas, que, por isso, são feitas de contrários ou de oposições. O mundo, portanto, é feito da atividade masculina e da passividade feminina. Tomemos agora um filósofo grego, por exemplo, o próprio Pitágoras. Que diz ele? Que a Natureza é feita de um sistema de relações ou de proporções matemáticas produzidas a partir da unidade (o número 1 e o ponto), da oposição entre os números pares e ímpares, e da combinação entre as superfícies e os volumes (as figuras geométricas), de tal modo que essas proporções e combinações aparecem para nossos órgãos dos sentidos sob a forma de qualidades contrárias: quente-frio, seco-úmido, áspero-liso, claro-escuro, grande-pequeno, doce-amargo, duro- mole etc. Para Pitágoras, o pensamento alcança a realidade em sua estrutura matemática, enquanto nossos sentidos, ou nossa percepção, alcançam o modo como a estrutura matemática da Natureza aparece para nós, isto é, sob a forma de qualidades opostas. Qual a diferença entre o pensamento chinês e o do filósofo grego? O pensamento chinês toma duas características (masculino e feminino) existentes em alguns seres (os animais e os humanos) e considera que o Universo inteiro é feito da oposição entre qualidades atribuídas a dois sexos diferentes, de sorte que o mundo é organizado pelo princípio da sexualidade animal ou humana. O pensamento de Pitágoras apanha a Natureza numa generalidade muito mais ampla que a sexualidade própria a alguns seres da Natureza e faz distinção entre as qualidades sensoriais que nos aparecem e a estrutura invisível da Natureza, que, para ele, é de tipo matemático e alcançada apenas pelo intelecto, ou inteligência. Convite à Filosofia – Marilena Chauí (Adaptado). Assinale a alternativa que corresponde ao debate estabelecido por Chauí no texto acima. a) Embora existam diversas formas de pensar, a filosofia é um fenômeno grego e, portanto, ocidental. b) O fato de a filosofia ocorrer no mundo ocidental é prova da superioridade intelectual da cultura grega. c) A filosofia existia em toda parte do mundo, contudo, foram os gregos que melhor a definiram. d) A filosofia chinesa é bem mais elaborada que a filosofia grega, pois existia há muito mais tempo. e) O pensamento de Pitágoras é considerado filosofia, pois, assim como o pensamento chinês, estabelece uma relação entre a natureza e a matemática. 3. (Ufsc 2022) No que se refere às formas de poder e governo, é correto afirmar que: 01) no livro VIII da obra A República, Platão afirma que a oligarquia é uma forma de governo na qual os ricos são soberanos e os pobres não participam do poder. 02) Platão, na obra A República, define o tirano como um monarca justo, porque, apesar de governar com extrema rigidez, ele se preocupa com a saúde e a educação da população. FILOSOFIA COM VIVIANE CATOLÉ 3 04) na obra A República, Platão defende que os filósofos sejam reis nas cidades ou, então, que os reis e soberanos se tornem filósofos genuínos. 08) para Platão, a cidade só será feliz quando viver um regime democrático baseado em três poderes igualitários: executivo, legislativo e judiciário. 16) para Platão, a vida do tirano é a mais desagradável, e a do rei, a mais suave. 32) com a emergência das sociedades modernas, no período posterior às grandes revoluções do século XVIII, os regimes políticos passam a se fundar na autoridade dos reis, filósofos e déspotas. 64) os regimes políticos liberais modernos expressam um caráter de classe associado à burguesia no qual, por um lado, combate-se a estratificação absolutista, mas, por outro, reforça-se a ideia de desigualdade natural entre os humanos. 4. (Uepg-pss 2 2022) Sobre a ética no Epicurismo, no Estoicismo e no Cinismo, assinale o que for correto. 01) A ética helenista estava estritamente voltada para a questão política. 02) As concepções éticas epicurista, estoica e cínica correspondem às ideias morais desenvolvidas no Período Helenístico. 04) Na ética helenista, há uma preocupação com o homem enquanto indivíduo. 08) Conforme as ideias dos cínicos, a ação humana deve seguir a própria natureza, já que a natureza não exige convenções. 5. (Uem 2018) “Por natureza, todos os homens desejam o conhecimento. [...] a ciência que investiga causas é mais instrutiva do que uma que não o faz, pois é aquela que nos diz as causas de qualquer coisa particular que nos instrui. Ademais, o conhecimento e o entendimento desejáveis por si mesmos são mais alcançáveis no conhecimento daquilo que é mais cognoscível. Pois o homem que deseja o conhecimento por si mesmo vai desejar sobretudo o conhecimento mais perfeito, que é o conhecimento do mais cognoscível, e as coisas mais cognoscíveis são os princípios e causas primeiros; porque é através e a partir destas que outras coisas vêm a ser compreendidas.” (ARISTÓTELES, Metafísica - livro I. In: MARCONDES, D. Textos básicos de Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2012, p. 46-51). A partir do texto citado, assinale o que for correto. 01) As coisas cognoscíveis não podem ser conhecidas pelo ser humano. 02) O homem deseja o conhecimento mais perfeito, e isso só é possível pela ciência que investiga as causas. 04) A ciência que investiga a causa das coisas e a ciência dos princípios das coisas são contraditórias. 08) O conhecimento não é natural nos seres humanos, mas um desejo que alguns têm, e outros, não. 16) O conhecimento científico fundamenta-se no conhecimento das causas e dos princípios das coisas. 6. (Upe-ssa 3 2018) Leia o texto a seguir sobre a Filosofia e a Consciência Moral. Na ética aristotélica, a sabedoria e a prudência, nossas virtudes intelectivas, formam a diferença específica do ser humano, tornando-o uma espécie distinta de todas as outras. Então, no homem, a physis deu um fantástico salto qualitativo quando produziu o intelecto, que é teórico (sabedoria) e, ao mesmo tempo, prático (prudência); através dessas duas energias, o homem busca as razões profundas da existência e administra a vida quotidiana. (PEGORARO, Olinto. Ética dos maiores mestres através da história. Petrópolis: Vozes, 2006, p. 49.). Com relação a esse assunto, analise os itens a seguir: I. A prudência tem o poder de discernir e ponderar as ações do ser humano. II. O intelecto tem a potencialidade de penetrar na essência dascoisas. III. A prudência dá o norte de toda a prática ética. O papel do homem prudente é o alcance do seu bem possível diante do excesso ou da escassez. IV. A prudência ou sabedoria prática induz à decisão do que seja o mal e o bem, do injusto e do justo no âmbito da vida cotidiana. 4 FILOSOFIA COM VIVIANE CATOLÉ Estão CORRETOS a) apenas I, II e III. b) apenas II e III. c) apenas III e IV. d) apenas I e III. e) I, II, III e IV. 7. (Uem 2020) “Se é verdade que a verdade da fé cristã ultrapassa as capacidades da razão humana, nem por isso os princípios inatos naturalmente à razão podem estar em contradição com esta verdade sobrenatural. É um fato que estes princípios naturalmente inatos à razão humana são absolutamente verdadeiros; são tão verdadeiros, que chega a ser impossível pensar que possam ser falsos. Tampouco é possível considerar falso aquilo que cremos pela fé, e que Deus confirmou de maneira tão evidente. Já que só o falso constitui o contrário do verdadeiro, [...] é impossível que a verdade da fé seja contrária aos princípios que a razão humana conhece em virtude de suas forças naturais. [...] Todavia, já que a palavra de Deus ultrapassa o entendimento, alguns acreditam que ela esteja em contradição com ele. Isto não pode ocorrer.” (AQUINO, T. de. Suma contra os gentios. Apud ARANHA, M. L de. Filosofando. São Paulo: Moderna, 2ª ed. p. 103). A partir do texto citado e de conhecimentos do pensamento filosófico de Tomás de Aquino, assinale o que for correto. 01) Fé e razão não se opõem, porque seus princípios são verdadeiros. 02) Tomás de Aquino tomou por tarefa compatibilizar, a partir da relação fé e razão, a filosofia aristotélica com a verdade cristã. 04) O âmbito do racionalmente demonstrável é restrito se comparado com a imensidão dos mistérios divinos. 08) Para Tomás de Aquino, o conteúdo da fé é revelado por Deus aos homens, segundo a sua sabedoria. 16) A existência de Deus para Tomás de Aquino é tão somente afirmada pela fé, jamais reconhecida pela razão 8. (Uece 2020) O trecho que se apresenta a seguir trata da compreensão de Agostinho de Hipona sobre a origem do mal e do pecado: “Logo só me resta concluir: tudo o que é igual ou superior à mente que exerce seu natural senhorio e acha-se dotada de virtude não pode fazer dela escrava da paixão. Não há nenhuma outra realidade que torne a mente cúmplice da paixão a não ser a própria vontade e o livre-arbítrio”. Santo Agostinho. O livre-arbítrio. São Paulo: Paulus, 1995. P.52. No que diz respeito ao conceito de livre-arbítrio e à origem do mal na obra filosófica de Agostinho de Hipona, considere as seguintes afirmações: I. Para Agostinho, o livre-arbítrio é sempre um bem concedido ao homem por Deus, mesmo que o homem utilize-o de forma errônea, o que provoca o mal. II. Em concordância com a tradição dos pensamentos maniqueísta e neoplatônico, Santo Agostinho defendia a visão dualista de um mundo em perpétua luta entre o Bem e o Mal. III. Segundo o bispo de Hipona, o mal não possui ser, não pertence à ordem, ele é a corrupção do ser e é de inteira responsabilidade do homem, enquanto ser livre. É correto o que se afirma em a) II e III apenas. b) I e II apenas. c) I e III apenas. d) I, II e III. 9. (Unesp 2021) Mas eu me persuadi de que nada existia no mundo, que não havia nenhum céu, nenhuma terra, espíritos alguns, nem corpos alguns; me persuadi também, portanto, de que eu não existia? Certamente não, eu existia, sem dúvida, se é que eu me persuadi ou, apenas, pensei alguma coisa. Mas há algum, não sei qual, enganador mui poderoso e mui ardiloso que emprega toda a sua indústria em enganar-me sempre. Não há pois dúvida alguma de que sou, se ele me engana; e, por mais que me engane, não poderá jamais fazer com que eu nada seja, enquanto eu pensar ser alguma coisa. De sorte que, após ter pensado bastante nisto e de ter examinado cuidadosamente todas as coisas, cumpre enfim concluir e ter por constante que esta proposição, penso, logo sou, é necessariamente verdadeira, todas as vezes que a enuncio […]. (René Descartes. Meditações, 1973.) FILOSOFIA COM VIVIANE CATOLÉ 5 Segundo o texto, um dos pontos iniciais do método de Descartes que o levou ao cogito (“penso, logo sou”) foi a) a análise das partes. b) a síntese das partes analisadas. c) o prevalecimento da alma sobre o raciocínio. d) o reconhecimento de um Deus enganador. e) a arte da persuasão grega. 10. (Enem 2013) Os produtos e seu consumo constituem a meta declarada do empreendimento tecnológico. Essa meta foi proposta pela primeira vez no início da Modernidade, como expectativa de que o homem poderia dominar a natureza. No entanto, essa expectativa, convertida em programa anunciado por pensadores como Descartes e Bacon e impulsionado pelo Iluminismo, não surgiu “de um prazer de poder”, “de um mero imperialismo humano”, mas da aspiração de libertar o homem e de enriquecer sua vida, física e culturalmente. CUPANI, A. A tecnologia como problema filosófico: três enfoques, Scientiae Studia. São Paulo, v. 2, n. 4, 2004 (adaptado). Autores da filosofia moderna, notadamente Descartes e Bacon, e o projeto iluminista concebem a ciência como uma forma de saber que almeja libertar o homem das intempéries da natureza. Nesse contexto, a investigação científica consiste em a) expor a essência da verdade e resolver definitivamente as disputas teóricas ainda existentes. b) oferecer a última palavra acerca das coisas que existem e ocupar o lugar que outrora foi da filosofia. c) ser a expressão da razão e servir de modelo para outras áreas do saber que almejam o progresso. d) explicitar as leis gerais que permitem interpretar a natureza e eliminar os discursos éticos e religiosos. e) explicar a dinâmica presente entre os fenômenos naturais e impor limites aos debates acadêmicos. 6 FILOSOFIA COM VIVIANE CATOLÉ Gabarito: Resposta da questão 1: [A] Os primeiros filósofos, também chamados de filósofos da natureza (physis – em grego), ficaram conhecidos como pré-socráticos por virem antes de Sócrates. Estes filósofos procuraram explicar a matéria primeira de todo o cosmo, a arché, princípio material de todas as coisas. Resposta da questão 2: [A] A filosofia enquanto forma de pensamento lógico e racional que se baseia no questionamento procura conhecer o todo e buscar a verdade do ser (aquilo que existe), surge na Grécia Antiga, no contexto de desenvolvimento cultural do mundo grego e influencia a formação do mundo ocidental. Ainda assim, a filosofia não exclui as outras formas de conhecimento e de explicação do mundo e das origens do que existe, incluindo o exemplo da mitologia chinesa. Esta compõe uma forma de conhecimento relacionado ao contexto histórico e cultural chinês. Resposta da questão 3: 01 + 04 + 16 + 64 = 85. [01] Na divisão das formas de governo, Platão classifica a Oligarquia como um governo aristocrático degenerado (ou corrupto), sendo uma forma imperfeita de governo onde, apenas poucos (um pequeno grupo de pessoas) tem acesso ao poder. Nesta forma de poder, segundo Platão os ricos mandam e os pobres não participam do poder. [02] Na obra A República, Platão define o tirano como um governante que exerce poder ditatorial e ganha o controle social e político pelo uso da força e da fraude. [04] Platão argumenta que o rei-filósofo é um governante inteligente, que ama o conhecimento e, também é confiável. Vive uma vida simples e busca o bem supremo para a cidade. [08] Platão considera a democracia ateniense um sistema falho e imperfeito, por se basear na capacidade retórica e convencimento da maioria que ocorriam nos debates da Ágora. Essa visão de Platão é influenciada pelo julgamento e condenação injustos de Sócrates. [16] Dentre as formas de governo mencionadas por Platão, a Monarquia é uma forma boa, pois seu principio é bom, e o princípio do governanteé bom. Logo, a vida do rei é mais suave. Já a Tirania é uma forma de governo degradada, e suas bases são ruins, logo a vida do Tirano é mais desagradável. [32] Após as Revoluções Burguesas do Século XVIII, a política e a organização do estado burguês, procurou basear-se na república representativa e na divisão dos poderes, ideias defendidas pelos ideais iluministas. [64] Os regimes políticos liberais combatem a estratificação absolutista, defendendo a igualdade de direitos a todos os cidadãos, consagrados após a Revolução Francesa, e negando a ordem social do Antigo Regime baseada na estratificação dos três estados (clero, nobreza e restante da população). Por outro lado, a defesa do liberalismo, da propriedade privada e da livre concorrência, atribui ao indivíduo e as suas de promover a própria riqueza um valor natural. Resposta da questão 4: 02 + 04 + 08 = 14. [01] FALSO. A ética helenista estava orientada para questões práticas e que poderiam repercutir nas questões políticas, mas que não se restringiram a estas. Era uma ética orientada para o “saber viver”. [02] VERDADEIRO. O período Helenístico contou com as elaborações éticas desenvolvidas por pensadores como Epicuro e Diógenes de Sinope. [04] VERDADEIRO. As éticas helenistas se ocuparam do desenvolvimento do indivíduo, daí a preocupação em promover uma vida bem vivida e que está relacionada a uma autonomia diante do que seriam “o que todo mundo faz”. [08] VERDADEIRO. Os cínicos viam na vida social uma série de restrições ao que seria a “verdadeira” natureza humana, o que fez com que as ações de muitos pensadores cínicos se chocassem as convenções sociais. Resposta da questão 5: 02 + 16 = 18. O aluno deve chegar à resposta da questão a partir do conhecimento da Teoria das Causas de Aristóteles, segundo a qual existiriam causas fundamentais para todas as coisas, que constituiriam sua essência e seriam também condições necessárias para a existência das coisas, e a partir do texto apresentado. FILOSOFIA COM VIVIANE CATOLÉ 7 Ao considerar os trechos “a ciência que investiga causas é mais instrutiva do que uma que não o faz” e “Pois o homem que deseja o conhecimento por si mesmo vai desejar sobretudo o conhecimento mais perfeito, que é o conhecimento do mais cognoscível, e as coisas mais cognoscíveis são os princípios e causas primeiros; porque é através e a partir destas que outras coisas vêm a ser compreendidas”, o aluno deve identificar que apenas os itens [02] e [16] contêm afirmações corretas. Resposta da questão 6: [E] Para Aristóteles, a prudência constitui uma faculdade do conhecimento racional humano, que possibilita a ação reflexiva diante dos aspectos que levam a uma deliberação. Com efeito, a prudência seria uma virtude a partir da qual é possível a existência de uma filosofia prática, sendo orientada para a justiça e para o bem do indivíduo, ou seja, para a eudaimonia. Assim, Aristóteles identifica o indivíduo prudente como aquele que detém capacidade de deliberação a qual leva ao discernimento da melhor ação possível diante de uma situação concreta. Já a virtude da sabedoria estaria orientada para a reflexão teórica, de modo que o uso da prudência, em conjunto com a sabedoria, possibilitaria ao indivíduo a reflexão acerca da sua existência e das questões relacionadas à vida em sociedade de forma racional. A partir dessas considerações, o aluno deve identificar que todos os itens apresentam afirmações corretas. Resposta da questão 7: 01 + 02 + 04 + 08 = 15. Para Aquino, cuja teoria filosófica está bastante relacionada à filosofia clássica aristotélica, a fé cristã e a razão humana não podem ser pensadas a partir de uma relação de oposição, sendo, ao contrário, uma relação necessária pois, para ele, “é impossível que a verdade da fé seja contrária aos princípios que a razão humana conhece em virtude de suas forças naturais”. Entretanto, Aquino reconhece que a verdade divina não pode ser totalmente compreendida pela razão humana, o que não contradiz, segundo a sua análise, a relação entre a fé e os princípios inatos à razão. A partir dessas considerações, o aluno deve identificar o item [16] como o único incorreto, haja vista que a afirmação que ele apresenta nega o reconhecimento da fé pela razão, defendido por Aquino. Resposta da questão 8: [C] Para Agostinho, Deus criou humanos como seres racionais e livres, capazes de avaliar e de escolher, inclusive, de escolher o que é ruim e errado. Assim a existência do mal não seria fruto da criação de Deus, pois o mal não é algo e sim a ausência de algo. Por um tempo, Agostinho chegou a se dedicar ao maniqueísmo e consequentemente a ver o bem e o mal como forças duplas que regem o universo, mas suas obras filosóficas são fundamentalmente datadas do momento posterior a sua atração pelo cristianismo, que o levou a compreender o bem como uma criação divina e o mal como a ausência dessa criação. Resposta da questão 9: [D] No pensamento de Descartes, o problema do conhecimento humano é central. Para esse pensador racionalista, as percepções oriundas dos sentidos humanos, para a obtenção do conhecimento, seriam falhas, podendo levar a ilusões, ainda que essa percepção falha derive de algo real. Partindo dessa perspectiva, Descartes formula, então, a ideia de uma entidade do mal, um “gênio maligno”, causadora dessas percepções enganadoras. Tal ideia, entretanto, também admitia a existência de uma “substância” pensante, que só é passível de ser enganada porque existe: o cogito, que seria a “capacidade de pensar”. Com efeito, a única alternativa correta é a letra [D]. Resposta da questão 10: [C] Em geral, a ciência estabelece um método de pesquisa racional que busca a construção coletiva de conhecimentos refletidos e seguros sobre a variedade da natureza, e, também, de conhecimentos esclarecedores sobre os fenômenos que nos parecem familiares. Sendo assim, a ciência possui uma base racional fundante a qual todo homem pode ter acesso e, desse modo, todos podem participar. Ela possui, além disso, como objeto de pesquisa a perplexidade do homem perante a variância de alguns fenômenos naturais e a permanência de outros, e como objetivo da pesquisa harmonizar estas diferenças em equilíbrios dinâmicos através de conceitos e sistemas de conceitos justificados da melhor maneira possível, isto é, pela construção de experimentos controlados e avaliações imparciais.
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