Teorias do Capitalismo e Liberalismo (2)

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TEORIAS DO CAPITALISMO 
E LIBERALISMO
Quando falamos de teoria política, 
principalmente analisando o contexto 
que vivemos atualmente, se mostra 
muito necessário não apenas nos 
aprofundarmos nos pensamentos dos 
principais teóricos da política nos últimos 
tempos mas também compreendermos 
os conceitos políticos e econômicos que 
permeiam nossa sociedade e moldam 
tanto nossa história como nosso cotidiano. 
Assim, compreender as teorias sobre 
o Capitalismo e o Liberalismo é muito 
importante para a construção das nossas 
ideias e críticas. 
Ao abordarmos o Capitalismo e o Liberalismo, é necessário entender suas distinções; 
o Capitalismo se fundamenta como sistema econômico majoritariamente adotado ao 
redor do mundo, enquanto o Liberalismo, também muito presente na atualidade, é 
compreendido a partir de conceitos que abordam tanto a estrutura como a política, 
surgindo a partir de uma teoria econômica. Apesar de não serem a mesma coisa, é 
sempre importante destacar que tanto os modos de produção como ideologias políticas 
não estarão completamente desconectados em seus impactos, interferindo diretamente 
nos aspectos políticos, sociais e econômicos de uma sociedade. 
O QUE É O CAPITALISMO?
O sistema capitalista é um sistema econômico baseado na obtenção de lucro e a 
acumulação de capital a partir da propriedade privada dos meios de produção, que 
objetiva esses fins; no capitalismo é necessário a remuneração do trabalho, ou seja, os 
trabalhadores são assalariados. 
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o Por esse aspecto, o Capitalismo terá uma Economia de Mercado na qual o Estado intervém 
pouco no mercado, mas a partir da ideia que, mesmo que o mercado se auto regule,o 
Estado ainda trabalhe para a maior obtenção de lucro. No campo da organização social, 
o Capitalismo possui uma divisão de classes sociais pensadas a partir do acúmulo de 
capital, o que gera necessariamente um crescimento da desigualdade social através da 
passagem geracional desse acúmulo. 
Fases do Capitalismo 
 Com a decadência do sistema feudalista 
no século XV, o sistema econômico 
conhecido como capitalismo começa a 
ganhar forma e influência nas sociedades, 
com o comércio sendo reestruturado ao 
iniciar a Idade Moderna. Essa primeira 
fase do capitalismo, também conhecida 
como Pré-Capitalismo, vai até o século 
XVIII tendo adotado o mercantilismo como modelo econômico, também chamado de 
acúmulo primitivo de capital. Durante o período da colonização mercantilista, as nações 
europeias conseguem um grande acúmulo de capital, que culmina no processo de 
industrialização e assim ocorre a Revolução Industrial na Inglaterra.
É com a fase posterior, influenciada também pela Revolução na França, que se inicia o 
capitalismo industrial e assenta as bases para o desenvolvimento do tipo de capitalismo 
que conhecemos. Aqueles que detêm o capital e as máquinas estão numa classe superior 
àqueles que necessitam vender sua força de trabalho, sendo esse momento marcado 
por um grande aumento da atividade produtiva às custas das condições precárias de 
trabalho que estavam vigentes na época. 
Depois da Segunda Guerra Mundial, se inicia a terceira fase do capitalismo no século 
XX, conhecida como capitalismo financeiro ou monopolista, possuindo esse nome por 
em sua base uma produção na qual o dinheiro produz dinheiro, em aspectos como 
o financiamento de empresas, a importância da bolsa de valores e da especulação 
financeira. É com a vitória do capitalismo como sistema hegemônico pregado pelos 
Estados Unidos na Guerra Fria contra a União Soviética que esse sistema se consolida 
e se desenvolve para o que conhecemos efetivamente no momento atual. 
O QUE É LIBERALISMO?
O Liberalismo é uma ideologia política que surge por se contrapor 
ao sistema político que vai ser embasado no mercantilismo a 
partir de uma ótica contra qualquer poder absolutista, ou seja, 
contra a figura centralizadora do Rei. Assim, por ser contra uma 
intervenção do Estado em qualquer aspecto que restringe as 
liberdades individuais, o Liberalismo também será considerado 
uma doutrina tanto política como econômica, relacionado às ideias 
iluministas e que tinha como base a riqueza das nações baseadas na Livre Concorrência, 
partindo de um princípio meritocrático que todos os indivíduos são capacitados para o 
trabalho e devem trabalhar para obter rendimentos. 
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História do Liberalismo 
Motivados pela filosofia Iluminista, os primeiros pensadores do liberalismo vão surgir em 
um período histórico específico organizado dentro de uma mesma ótica de pensamento 
em contraposição ao absolutismo. A figura do Rei no absolutismo detinha tanto os 
poderes políticos como o poder mercantilista, que comandava o mercado com sua 
vontade própria. Assim, os pensadores do liberalismo vão formular suas teorias em 
contraposição a essa ordem.
Dentro desses pensadores temos John Locke, que será conhecido 
como “pai do liberalismo”, por se opor ao absolutismo inglês 
e defender as liberdades individuais. Para Locke, as leis são a 
garantia de proteção aos direitos naturais dos seres humanos, 
sendo eles a vida, a liberdade e a propriedade. O pensamento 
de Locke dá início a ideia de igualdade de todos perante as leis, 
sendo contra os privilégios concedidos à nobreza por defender 
um alinhamento entre as regras políticas e aquilo que ele 
considerava como leis naturais do mundo. 
Outro pensador muito importante que surge após Locke será 
Adam Smith, considerado o “Pai da economia moderna”, dando 
as bases da visão do liberalismo econômico. Em suas ideias, ele 
passa a descredibilizar a existência de uma classe considerada 
como improdutiva, já que o direito do indivíduo ter seus méritos 
para prosperar na vida estava relacionado a sua capacidade de 
produzir, sendo fruto do seu esforço. Smith coloca que existe uma 
dependência necessária nas relações entre indivíduos mediada 
por seu interesse particular de cada uma, fazendo os laços sociais entre os indivíduos 
se darem através do comércio. Assim, sua obra “A Riqueza das Nações” criticava a 
economia mercantilista, através de sua ideia sobre a economia ser como um ser vivo 
que se auto regulava com “a mão invisível do mercado”.
Neoliberalismo e Liberalismo
O advento do Capitalismo ocorre com bases no Liberalismo, 
sendo empregado e chegando em seu ápice na década de 
1920 com a queda da bolsa de Nova York. Nesse momento, 
há uma demonstração da fragilidade do sistema capitalista e 
a necessidade mínima de regulação do mercado para garantir 
certas relações por conta das desigualdades sociais. Após a crise 
de 29, se entra numa fase chamada de Welfare State (Estado de 
Bem Estar Social), um formato no qual ocorre uma intervenção 
direta do Estado no âmbito econômico. 
Com a adoção desse modelo econômico, também chamado de Keynesiano, a intervenção 
do Estado na economia retorna para seu contexto fora da crise, com as ideias liberalistas 
voltando a ganhar força sobre a regulação do mercado. Assim, o ressurgimento dessas 
ideias no novo contexto é chamado de Neoliberalismo, que demonstra sua força de 
adoção com a eleição de Margaret Thatcher no Reino Unido. Após o final da Guerra 
Fria, Thatcher, como figura expoente do Neoliberalismo, pensa na redução dos gastos 
sociais, fazendo a população voltar a trabalhar e ter seu motivador do trabalho em seu 
pouco dinheiro, indicando assim a volta da ideia de meritocracia. 
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