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FIL_AP3_Questões filosoficas da contemporâneidade_Judith Butler

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1www.aprovatotal.com.br
JUDITH BUTLER 
GÊNERO E SEXO PARA JUDITH 
BUTLER
Judith Butler é uma filósofa americana 
que se dedica aos estudos de gênero. 
Assumidamente homossexual, ela traz 
para o debate novas reflexões que vão 
além de considerar o sexo como algo 
biológico e o gênero como construído 
culturalmente. Aliás, originalidade é o que 
não falta a Butler, que longe de se prender 
a uma identidade única ( judica, lésbica, 
americana, filósofa etc.), prefere navegar 
entre todas.
GÊNERO E SEXO PARA JUDITH BUTLER
Butler identificou uma grande contradição na forma como as relações sexo e gênero 
são tradicionalmente vistas. Se o sexo é um dado natural e o gênero é visto a partir do 
mesmo, mas como um dado cultural, isto faz com que o gênero se transforme em um 
dado essencial do sujeito, o que é contraditório. Para a filósofa, tanto o sexo quanto o 
gênero são discursos (no sentido foucaultiano) construídos culturalmente.
Para Butler, o problema reside em ter uma 
identidade de gênero que no fundo remete 
a uma ideia de naturalidade. Na medida 
em que se pensa o gênero como um 
dado natural (devido ao seu atrelamento 
à ideia dicotômica de sexo), está se 
tomando esses conceitos como verdade 
absoluta. Quando isso acontece, fecham-
se as possibilidades para a pluralidade de 
gêneros, que é a ideia defendida por Judith Butler.
IDENTIDADE DE GÊNERO ALÉM DA DICOTOMIA
Para Judith Butler, a identidade de gênero vai além da dicotomia masculino/feminino. 
Na realidade, ela defende a ideia de pluralidade de gêneros, o que é coerente com a 
forma que ela entende a questão de gênero e sexo.
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O CORPO É UMA MATÉRIA ORNAMENTADA PELA CULTURA
Para Butler, a cultura acaba determinando a significação dos 
corpos. Portanto, ele é maleável, não literalmente, mas o 
discurso sobre o corpo é maleável de acordo com o ambiente 
social e cultural. Mas a filósofa foi ainda além e desenvolveu 
uma teoria original que enriqueceu os estudos sobre gênero.
GÊNERO COMO ATO PERFORMATIVO
De acordo com a filósofa, as identidades de gênero são 
determinadas em cada sociedade e contexto cultural através 
da imitação (ato performativo) do que é considerado masculino 
ou feminino. Evidentemente, isto pode mudar com o tempo e, 
em parte, também explica a pluralidade de gêneros.
MICHEL FOUCAULT E A 
HETEROSSEXUALIDADE COMPULSÓRIA
O filósofo Michel Foucault, que também era homossexual, 
também deu contribuições importantes para os estudos de 
gênero. Ele desconstruiu o conceito de heterossexualidade 
como um comportamento natural e, em vez disso, a denominou 
heterossexualidade compulsória, também chamada de heteronormatividade.
A heteronormatividade ocorre quando a sociedade espera que 
as pessoas vistas como do sexo masculino ou do sexo feminino 
se comportem da maneira que é esperada delas, simplesmente 
porque isso é visto como “o certo”. Para realizar esse exercício 
de “arqueologia do saber”, Foucault vai até a Grécia antiga 
para estudar como os gregos antigos exerciam a sexualidade.
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Fi
lo
so
fiaSegundo os estudos de Foucault, os gregos antigos tinham 
atração sexual pelo que era considerado Kalos (Belo), não 
importando se fosse homem ou mulher. O desejo sexual era o 
mesmo para os dois gêneros, sem existir uma diferenciação que 
fosse reproduzida pela sociedade.
Por outro lado, a noção de “normalidade” é disseminada através 
de discursos sobre a “verdade da identidade”. Estes discursos são 
produzidos por instituições que possuem autoridade para definir 
quais comportamentos são ou não patológicos, ou seja, quais 
são aqueles que estão dentro ou fora da heteronormatividade.
Há séculos atrás a Igreja Católica punia fisicamente a 
homossexualidade, chamada então de sodomia. Com 
o desenvolvimento da medicina e da psiquiatria, o 
comportamento que estivesse fora da heteronormatividade 
passou a ser visto também como uma patologia. 
E, na realidade, até os dias de hoje, o homossexualismo é visto como uma doença, 
haja vista as discussões em torno da chamada “cura gay”, que abalou a opinião pública 
brasileira nos anos recentes.
CRÍTICAS AO FEMINISMO
Por fim, Judith Butler tece críticas ao feminismo 
ao observar que o mesmo foi baseado numa 
certa concepção de mulher e, a partir da 
mesma, tenta validar uma condição feminina 
que se pretende universal. Essa visão 
ocidentalizante e totalizante de feminismo 
gera muitos problemas, pois não 
necessariamente o que é visto como opressivo 
por uma mulher ocidental dos Estados 
Unidos, será visto da mesma maneira por 
uma mulher do Oriente Médio.
Mas ela não fala isso para deslegitimar o movimento feminista. Na realidade, o objetivo 
de Butler é fortalecê-lo. Apesar de, juntamente com Foucault, Judith Butler ter sido uma 
das idealizadoras da Teoria Queer, que recusa qualquer classificação de sexualidade, 
fugindo assim do determinismo e essencialismo, o que a filósofa busca é autonomia e 
liberdade para todos os sujeitos a partir do reconhecimento social.
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