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https://aprovatotal.com.br/medio/literatura/exercicios/autores-de-lingua-portuguesa/ex.-5-machado-de-assis?dificuldade=random&tentativa=ultima&respo… 1/20 Literatura Lista de Exercícios Exercício 1 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Joaquim Maria Machado de Assis é cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, crítico e ensaísta. Em 2008, comemora-se o centenário de sua morte, ocorrida em setembro de 1908. Machado de Assis é considerado o mais canônico escritor da Literatura Brasileira e deixou uma rica produção literária composta de textos dos mais variados gêneros, em que se destacam o conto e o romance. Segue o texto desse autor, em poesia. A Carolina Querida, ao pé do leito derradeiro Em que descansas dessa longa vida, Aqui venho e virei, pobre querida, Trazer-te o coração do companheiro. Pulsa-lhe aquele afeto verdadeiro Que, a despeito de toda a humana lida, Fez a nossa existência apetecida E num recanto pôs um mundo inteiro. Trago-te �ores, - restos arrancados Da terra que nos viu passar unidos, São pensamentos idos e vividos. Que eu, se tenho nos olhos mal feridos Pensamentos de vida formulados, São pensamentos idos e vividos. (Machado de Assis) (IBMECRJ 2009) Ao avaliarmos o texto quanto a seu gênero literário, podemos a�rmar que ele pertence: a) Ao gênero narrativo, pois conta a história triste do poeta. b) Ao gênero lírico, pois expressa os sentimentos do eu-poético. c) Ao gênero dramático, pois evidencia o drama sentimental do poeta. d) Ao gênero épico, pois exterioriza e narra as emoções do eu-lírico de forma grandiloquente. e) Ao gênero descritivo pois descreve os detalhes do contexto físico da cena. Exercício 2 (UFJF 2003) Com os versos "Cantando espalharei por toda a parte, / Se a tanto me ajudar o engenho e a arte.", Camões explica que o propósito de "Os Lusíadas" é divulgar os feitos portugueses. Sobre esse poema épico, só é INCORRETO a�rmar que: a) se trata da maior obra literária do quinhentismo português. b) Camões sofre a clara in�uência dos clássicos greco-latinos. c) há forte presença do romantismo, devido ao nacionalismo. d) como epopeia moderna, há momentos de crítica à nação e ao povo. e) louva não apenas o homem português, mas o homem renascentista. Exercício 3 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o trecho do conto “Pai contra mãe”, de Machado de Assis (1839-1908), para responder à(s) questão(ões). A escravidão levou consigo ofícios e aparelhos, como terá sucedido a outras instituições sociais. Não cito alguns aparelhos senão por se ligarem a certo ofício. Um deles era o ferro ao pescoço, https://aprovatotal.com.br/medio/literatura/exercicios/autores-de-lingua-portuguesa/ex.-5-machado-de-assis?dificuldade=random&tentativa=ultima&respo… 2/20 outro o ferro ao pé; havia também a máscara de folha de �andres. A máscara fazia perder o vício da embriaguez aos escravos, por lhes tapar a boca. Tinha só três buracos, dois para ver, um para respirar, e era fechada atrás da cabeça por um cadeado. Com o vício de beber, perdiam a tentação de furtar, porque geralmente era dos vinténs do senhor que eles tiravam com que matar a sede, e aí �cavam dois pecados extintos, e a sobriedade e a honestidade certas. Era grotesca tal máscara, mas a ordem social e humana nem sempre se alcança sem o grotesco, e alguma vez o cruel. Os funileiros as tinham penduradas, à venda, na porta das lojas. Mas não cuidemos de máscaras. O ferro ao pescoço era aplicado aos escravos fujões. Imaginai uma coleira grossa, com a haste grossa também, à direita ou à esquerda, até ao alto da cabeça e fechada atrás com chave. Pesava, naturalmente, mas era menos castigo que sinal. Escravo que fugia assim, onde quer que andasse, mostrava um reincidente, e com pouco era pegado. Há meio século, os escravos fugiam com frequência. Eram muitos, e nem todos gostavam da escravidão. Sucedia ocasionalmente apanharem pancada, e nem todos gostavam de apanhar pancada. Grande parte era apenas repreendida; havia alguém de casa que servia de padrinho, e o mesmo dono não era mau; além disso, o sentimento da propriedade moderava a ação, porque dinheiro também dói. A fuga repetia-se, entretanto. Casos houve, ainda que raros, em que o escravo de contrabando, apenas comprado no Valongo, deitava a correr, sem conhecer as ruas da cidade. Dos que seguiam para casa, não raro, apenas ladinos, pediam ao senhor que lhes marcasse aluguel, e iam ganhá- lo fora, quitandando. Quem perdia um escravo por fuga dava algum dinheiro a quem lho levasse. Punha anúncios nas folhas públicas, com os sinais do fugido, o nome, a roupa, o defeito físico, se o tinha, o bairro por onde andava e a quantia de grati�cação. Quando não vinha a quantia, vinha promessa: “grati�car- se-á generosamente” – ou “receberá uma boa grati�cação”. Muita vez o anúncio trazia em cima ou ao lado uma vinheta, �gura de preto, descalço, correndo, vara ao ombro, e na ponta uma trouxa. Protestava-se com todo o rigor da lei contra quem o acoitasse. Ora, pegar escravos fugidios era um ofício do tempo. Não seria nobre, mas por ser instrumento da força com que se mantêm a lei e a propriedade, trazia esta outra nobreza implícita das ações reivindicadoras. Ninguém se metia em tal ofício por desfastio ou estudo; a pobreza, a necessidade de uma achega, a inaptidão para outros trabalhos, o acaso, e alguma vez o gosto de servir também, ainda que por outra via, davam o impulso ao homem que se sentia bastante rijo para pôr ordem à desordem. (Contos: uma antologia, 1998.) (UNESP 2018) O leitor é �gura recorrente e fundamental na prosa machadiana. Veri�ca-se a inclusão do leitor na narrativa no seguinte trecho: a) “A fuga repetia-se, entretanto. Casos houve, ainda que raros, em que o escravo de contrabando, apenas comprado no Valongo, deitava a correr, sem conhecer as ruas da cidade.” (3º parágrafo) b) “Quando não vinha a quantia, vinha promessa: ‘grati�car-se-á generosamente’ – ou ‘receberá uma boa grati�cação’. Muita vez o anúncio trazia em cima ou ao lado uma vinheta, �gura de preto, descalço, correndo, vara ao ombro, e na ponta uma trouxa.” (4º parágrafo) c) “Não cito alguns aparelhos senão por se ligarem a certo ofício. Um deles era o ferro ao pescoço, outro o ferro ao pé; havia também a máscara de folha de �andres.” (1º parágrafo) d) “O ferro ao pescoço era aplicado aos escravos fujões. Imaginai uma coleira grossa, com a haste grossa também, à direita ou à esquerda, até ao alto da cabeça e fechada atrás com chave.” (2º parágrafo) https://aprovatotal.com.br/medio/literatura/exercicios/autores-de-lingua-portuguesa/ex.-5-machado-de-assis?dificuldade=random&tentativa=ultima&respo… 3/20 e) “Era grotesca tal máscara, mas a ordem social e humana nem sempre se alcança sem o grotesco, e alguma vez o cruel. Os funileiros as tinham penduradas, à venda, na porta das lojas.” (1º parágrafo) Exercício 4 (Unicamp 2021) Mudam-se os tempos, mudam- se as vontades, Muda-se o ser, muda-se a con�ança: Todo o mundo é composto de mudança, Tomando sempre novas qualidades. Continuamente vemos novidades, Diferentes em tudo da esperança: Do mal �cam as mágoas na lembrança, E do bem (se algum houve) as saudades. O tempo cobre o chão de verde manto, Que já coberto foi de neve fria, E em mim converte em choro o doce canto. E afora este mudar-se cada dia, Outra mudança faz de mor espanto, Que não se muda já como soía*. (Luís Vaz de Camões) *soía: terceira pessoa do pretérito imperfeito do indicativo do verbo “soer” (costumar, ser de costume). (Luís de Camões, 20 sonetos. Campinas: Editora da Unicamp, p.91.) Indique a a�rmação que se aplica ao soneto escrito por Camões. a) O poema retoma o tema renascentista da mudança das coisas, que o poeta sente como motivo de esperança e de fé na vida. b) A ideia de transformação refere-se às coisas do mundo, mas não afeta o estadode espírito do poeta, em razão de sua crença amorosa. c) Tudo sempre se renova, diferentemente das esperanças do poeta, que acolhem suas mágoas e saudades. d) Não apenas o estado de espírito do poeta se altera, mas também a experiência que ele tem da própria mudança. Exercício 5 (Espm 2019) Tanto de meu estado me acho incerto, Que em vivo ardor tremendo estou de frio; Sem causa, juntamente choro e rio, O mundo todo abarco e nada aperto. É tudo quanto sinto, um desconcerto; Da alma um fogo me sai, da vista um rio; Agora espero, agora descon�o, Agora desvario, agora acerto. Estando em terra, chego ao Céu voando, Numa hora acho mil anos, e é de jeito Que em mil anos não posso achar uma hora. Se me pergunta alguém porque assi ando, Respondo que não sei; porém suspeito Que só porque vos vi, minha Senhora. (Luís Vaz de Camões) Assinale a a�rmação incorreta sobre o texto. https://aprovatotal.com.br/medio/literatura/exercicios/autores-de-lingua-portuguesa/ex.-5-machado-de-assis?dificuldade=random&tentativa=ultima&respo… 4/20 a) Trata-se de um soneto de versos decassí - labos, típico poema da medida nova prati cada no Classicismo renascentista. b) Estados paradoxais do eu lírico, como “choro e rio” ao mesmo tempo, ou “em vivo ardor tremendo estou de frio”, clas si�cam o poema no Maneirismo, pois pre nunciam elementos típicos do Barroco. c) A exaltação ao amor e à mulher idealiza da faz com que o eu poético passe por experiências extremadas ou hiperbólicas, como na terceira estrofe. d) A solenidade do texto ao tematizar uma mulher inspiradora de encantamento transparece, por exemplo, no uso da ex pressão “Senhora” com inicial maiúscula. e) O conjunto de sensações corporais opos tas e a provocação de um estado mental e espiritual contraditórios não valeram a pena para o poeta, pois este só conseguiu ver a amada. Exercício 6 (Unicamp 2016) Leia o soneto abaixo, de Luís de Camões: “Cá nesta Babilônia, donde mana matéria a quanto mal o mundo cria; cá donde o puro Amor não tem valia, que a Mãe, que manda mais, tudo profana; cá, onde o mal se a�na e o bem se dana, e pode mais que a honra a tirania; cá, onde a errada e cega Monarquia cuida que um nome vão a desengana; cá, neste labirinto, onde a nobreza, com esforço e saber pedindo vão às portas da cobiça e da vileza; cá neste escuro caos de confusão, cumprindo o curso estou da natureza. Vê se me esquecerei de ti, Sião!” (Disponível em http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv0 Acessado em 08/09/2015.) a) Uma oposição espacial con�gura o tema e o signi�cado desse poema de Camões. Identi�que essa oposição, indicando o seu signi�cado para o conjunto dos versos. b) Identi�que nos tercetos duas expressões que contemplam a noção de desconcerto, fundamental para a compreensão do tema do soneto e da lírica camoniana. Exercício 7 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Soneto 168 O tempo acaba o ano, o mês e a hora, A força, a arte, a manha, a fortaleza; O tempo acaba a fama e a riqueza, O tempo o mesmo tempo de si chora; O tempo busca e acaba o onde mora Qualquer ingratidão, qualquer dureza; Mas não pode acabar minha tristeza, Enquanto não quiserdes vós, Senhora. O tempo o claro dia torna escuro E o mais ledo prazer em choro triste; O tempo, a tempestade em grão bonança. Mas de abrandar o tempo estou seguro O peito de diamante, onde consiste A pena e o prazer desta esperança. CAMÕES, Luís de. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003, p. 545. (Ufjf-pism 3 2015) Explique em que consiste a “esperança” do eu lírico, mencionada no último https://aprovatotal.com.br/medio/literatura/exercicios/autores-de-lingua-portuguesa/ex.-5-machado-de-assis?dificuldade=random&tentativa=ultima&respo… 5/20 verso do “Soneto 168”, de Camões. Exercício 8 TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: Texto para a(s) questão(ões) a seguir. [...] o professor e escritor português Helder Macedo, que, no ensaio Camões e a viagem iniciática, irá contestar a teoria da castidade do poeta Camões, argumen tando que o autor Luís de Camões, à frente do seu tempo, teria, na verdade, procurado e desenvolvido uma nova �loso�a na qual os valores até então inconciliáveis do ho mem (o corpo e a alma) pudessem, na sua poesia, �nalmente se combinar. Ora, Camões estava, sim, inserido numa Europa quinhentista, que ainda apre sentava como grandes ícones poéticos os renascentistas italianos Dante e Petrarca, que, como dissemos, eram defensores do amor não carnal e em cujos versos a �gura feminina era via de regra vista como sím bolo de pureza. Entretanto, se estes dois poetas aprovisionam o seu fazer poético de um caráter platônico indubitável (e não o fazem apenas na arte, mas também na vida, haja vista as biográ�cas paixões inalcançá veis que estes nutriam pelas mulheres que se tornariam as suas respectivas musas po éticas: Beatriz e Laura), a mesma certeza não se pode ter em relação ao poeta por tuguês. Isto porque viver na Europa qui nhentista não faz necessariamente de Luís de Camões um quinhentista genuíno, no sentido ideológico e não temporal da pa lavra, não insere obrigatoriamente Camões no pensamento do seu tempo, a coadunar, parcial ou totalmente, com a visão de mun do vigente. E serão estas duas possibilida des, estes inegociáveis estar e não estar camonianos em sua época, que provocarão as dubiedades semânticas que podemos observar com frequência nas leituras críti cas de sua poesia. Marcelo Pacheco Soares, Camões & Camões ou Pede o desejo, Camões, que vos leia. <http://www.revistavoos.com.br/seer/index.php/voos/ (Espm 2017) Baseando-se no texto, pode-se a�rmar que: a) o professor e escritor português citado discorda de uma teoria �losó�ca nova de - senvolvida por Camões. b) a mulher, no quinhentismo, era vista, con - trariando a regra, como um ser idealizado, puro, inalcançável. c) Camões produziu obras biográ�cas cujas fontes de inspirações poéticas eram as � guras femininas. d) Camões não seguiu rigidamente os câno nes renascentistas da época: o platonismo e o petrarquismo. e) paira uma incerteza sobre a genuína in�u ência da �loso�a platônica nos clássicos renascentistas Dante e Petrarca. Exercício 9 (Espm 2017) Ainda segundo o texto: a) Camões não se enquadra cronologica mente no quinhentismo, mas sim ideolo gicamente. b) alvos da crítica literária, as contradições semânticas são frequentes na produção poética camoniana. c) Camões produziu uma teoria da castida de, ao defender o amor puro, não mate rial, não carnal. d) a busca da conciliação entre matéria e es pírito, corpo e alma, é um traço típico da lírica camoniana. e) a consciência das tensões entre corpo e alma, “estar” e “não estar”, faz de Ca mões um poeta à https://aprovatotal.com.br/medio/literatura/exercicios/autores-de-lingua-portuguesa/ex.-5-machado-de-assis?dificuldade=random&tentativa=ultima&respo… 6/20 frente de seu tempo. Exercício 10 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o soneto do poeta Luís Vaz de Camões (1525?-1580) para responder à(s) questão(ões). Sete anos de pastor Jacob servia Labão, pai de Raquel, serrana bela; mas não servia ao pai, servia a ela, e a ela só por prêmio pretendia. Os dias, na esperança de um só dia, passava, contentando-se com vê-la; porém o pai, usando de cautela, em lugar de Raquel lhe dava Lia. Vendo o triste pastor que com enganos lhe fora assi negada a sua pastora, como se a não tivera merecida, começa de servir outros sete anos, dizendo: “Mais servira, se não fora para tão longo amor tão curta a vida”. (Luís Vaz de Camões. Sonetos, 2001.) (Unifesp 2016) Uma das principais �guras exploradas por Camões em sua poesia é a antítese. Neste soneto, tal �gura ocorre no verso: a) “mas não servia ao pai, servia a ela,” b) “passava, contentando-se com vê-la;” c) “para tão longo amor tão curta a vida.” d) “porém o pai, usando de cautela,” e) “lhefora assi negada a sua pastora,” Exercício 11 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: TEXTO I CLIII Criou a Natureza damas belas, Que foram de altos plectros celebradas; Delas tomou as partes mais prezadas, E a vós, Senhora, fez do melhor delas. Elas diante vós são as estrelas, Que �cam com vos ver logo eclipsadas. Mas se elas têm por sol essas rosadas Luzes de sol maior, felizes elas! Em perfeição, em graça e gentileza, Por um modo entre humanos peregrino, A todo belo excede essa beleza. Oh! Quem tivera partes de divino Para vos merecer! Mas se pureza De amor vale ante vós, de vós sou digno. (CAMÕES, Luís de. Rimas: Segunda parte, Sonetos. In: Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003. p. 529.) TEXTO II 34. Seu João, perdido de catarata negra nos dois olhos: – Meu consolo que, em vez de nhá Biela, vejo uma nuvem. https://aprovatotal.com.br/medio/literatura/exercicios/autores-de-lingua-portuguesa/ex.-5-machado-de-assis?dificuldade=random&tentativa=ultima&respo… 7/20 (Ufjf-pism 3 2016) Os textos I e II, ainda que muito distantes entre si do ponto de vista cronológico, tratam basicamente do mesmo tema, evidenciando alguns dos aspectos atemporais da existência humana. Enquanto em Camões (texto I) a Senhora é apreciada em cada detalhe de sua composição, formando um todo perfeito e divino, Seu João de Dalton Trevisan (texto II): a) resigna-se em apreciar sua Senhora apenas de longe. b) idealiza platonicamente a imagem da mulher amada. c) foge ao julgamento da beleza exterior de nhá Biela. d) lamenta a cegueira que o impede de ver sua musa. e) contenta-se com a indistinção da �gura de nhá Biela. Exercício 12 (Uepa 2014) Reconheça, nos versos abaixo, extraídos de Os Doze de Inglaterra, os dois elementos da comparação que Camões associa para comunicar ao leitor um pouco da intensidade da luta, que está para se iniciar, entre portugueses e ingleses, destacando o brilho das armas dos combatentes. Mastigam os cavalos, escumando, Os áureos freios com feroz semblante; Estava o Sol nas armas rutilando Como cristal ou rígido diamante; a) Diamante e cristal. b) Sol e diamante. c) Cavalos e sol. d) Armas e freios. e) Armas e cristal. Exercício 13 TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 4 QUESTÕES: Era a primeira vez que as duas iam ao morro do Castelo. Começaram a subir pelo lado da Rua do Carmo. Muita gente há no Rio de Janeiro que nunca lá foi, muita haverá morrido, muita mais nascerá e morrerá sem lá pôr os pés. Nem todos podem dizer que conhecem uma cidade inteira. Um velho inglês, que aliás andara terras e terras, con�ava-me há muitos anos em Londres que de Londres só conhecia bem o seu clube, e era o que lhe bastava da metrópole e do mundo. Natividade e Perpétua conheciam outras partes, além de Botafogo, mas o morro do Castelo, por mais que ouvissem falar dele e da cabocla que lá reinava em 1871, era-lhes tão estranho e remoto como o clube. 1O íngreme, o desigual, o mal calçado da ladeira morti�cavam os pés às duas pobres donas. Não obstante, 2continuavam a subir, como se fosse penitência, devagarinho, cara no chão, véu para baixo. A manhã trazia certo movimento; mulheres, homens, crianças que desciam ou subiam, lavadeiras e soldados, algum empregado, algum lojista, algum padre, todos olhavam espantados para elas, que aliás https://aprovatotal.com.br/medio/literatura/exercicios/autores-de-lingua-portuguesa/ex.-5-machado-de-assis?dificuldade=random&tentativa=ultima&respo… 8/20 vestiam com grande simplicidade; mas há um 3donaire que se não perde, e não era vulgar naquelas alturas. 4A mesma lentidão no andar, comparada à rapidez das outras pessoas, fazia descon�ar que era a primeira vez que ali iam. (...) Com efeito, as duas senhoras buscavam disfarçadamente o número da casa da cabocla, até que deram com ele. A casa era como as outras, trepada no morro. 5Subia-se por uma escadinha, estreita, sombria, adequada à aventura. Quiseram entrar depressa, mas esbarraram com dous sujeitos que vinham saindo, e coseram-se ao portal. 6Um deles perguntou-lhes familiarmente se iam consultar a adivinha. – Perdem o seu tempo, concluiu furioso, e hão de ouvir muito disparate... – É mentira dele, emendou o outro, rindo; a cabocla sabe muito bem onde tem o nariz. Hesitaram um pouco; mas, logo depois advertiram que as palavras do primeiro eram sinal certo da vidência e da franqueza da adivinha; nem todos teriam a mesma sorte alegre. A dos meninos da Natividade podia ser miserável, e então... Enquanto cogitavam passou fora um carteiro, que as fez subir mais depressa, para escapar a outros olhos. 7Tinham fé, mas tinham também vexame da opinião, como um devoto que se benzesse às escondidas. Velho caboclo, pai da adivinha, conduziu as senhoras à sala. (...) – Minha �lha já vem, disse o velho. As senhoras como se chamam? (...) A falar verdade, temiam o seu tanto, Perpétua menos que Natividade. A aventura parecia audaz, e algum perigo possível. Não ponho aqui os seus gestos; imaginai que eram inquietos e desconcertados. Nenhuma dizia nada. Natividade confessou depois que tinha um nó na garganta. Felizmente, a cabocla não se demorou muito; ao cabo de três ou quatro minutos, o pai a trouxe pela mão, erguendo a cortina do fundo. 3donaire - elegância MACHADO DE ASSIS. Esaú e Jacó. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1976. (Uerj 2017) No texto de Machado de Assis, narra-se um episódio protagonizado por duas personagens que se dirigem a uma consulta com uma adivinha. Com base no exposto no texto, uma motivação para essa consulta pode ser descrita como: a) preocupação oriunda de perda de bens b) decepção em virtude de traição de amigos c) angústia em função de mudanças no trabalho d) ansiedade derivada de acontecimentos na família Exercício 14 Era a primeira vez que as duas iam ao morro do Castelo. Começaram a subir pelo lado da Rua do Carmo. Muita gente há no Rio de Janeiro que nunca lá foi, muita haverá morrido, muita mais nascerá e morrerá sem lá pôr os pés. Nem todos podem dizer que conhecem uma cidade inteira. Um velho inglês, que aliás andara terras e terras, con�ava-me há muitos anos em Londres que de Londres só conhecia bem o seu clube, e era o que lhe bastava da metrópole e do mundo. Natividade e Perpétua conheciam outras partes, além de Botafogo, mas o morro do Castelo, por mais que ouvissem falar dele e da cabocla que lá reinava em 1871, era-lhes tão estranho e remoto como o clube. 1O íngreme, o desigual, o mal calçado da ladeira morti�cavam os pés às duas pobres donas. Não obstante, 2continuavam a subir, como se fosse penitência, devagarinho, cara no chão, véu para https://aprovatotal.com.br/medio/literatura/exercicios/autores-de-lingua-portuguesa/ex.-5-machado-de-assis?dificuldade=random&tentativa=ultima&respo… 9/20 baixo. A manhã trazia certo movimento; mulheres, homens, crianças que desciam ou subiam, lavadeiras e soldados, algum empregado, algum lojista, algum padre, todos olhavam espantados para elas, que aliás vestiam com grande simplicidade; mas há um 3donaire que se não perde, e não era vulgar naquelas alturas. 4A mesma lentidão no andar, comparada à rapidez das outras pessoas, fazia descon�ar que era a primeira vez que ali iam. (...) Com efeito, as duas senhoras buscavam disfarçadamente o número da casa da cabocla, até que deram com ele. A casa era como as outras, trepada no morro. 5Subia-se por uma escadinha, estreita, sombria, adequada à aventura. Quiseram entrar depressa, mas esbarraram com dous sujeitos que vinham saindo, e coseram-se ao portal. 6Um deles perguntou-lhes familiarmente se iam consultar a adivinha. – Perdem o seu tempo, concluiu furioso, e hão de ouvir muito disparate... – É mentira dele, emendou o outro, rindo; a cabocla sabe muito bem onde tem o nariz. Hesitaram um pouco; mas, logo depois advertiram que as palavras do primeiro eram sinal certo da vidência e da franquezada adivinha; nem todos teriam a mesma sorte alegre. A dos meninos da Natividade podia ser miserável, e então... Enquanto cogitavam passou fora um carteiro, que as fez subir mais depressa, para escapar a outros olhos. 7Tinham fé, mas tinham também vexame da opinião, como um devoto que se benzesse às escondidas. Velho caboclo, pai da adivinha, conduziu as senhoras à sala. (...) – Minha �lha já vem, disse o velho. As senhoras como se chamam? (...) A falar verdade, temiam o seu tanto, Perpétua menos que Natividade. A aventura parecia audaz, e algum perigo possível. Não ponho aqui os seus gestos; imaginai que eram inquietos e desconcertados. Nenhuma dizia nada. Natividade confessou depois que tinha um nó na garganta. Felizmente, a cabocla não se demorou muito; ao cabo de três ou quatro minutos, o pai a trouxe pela mão, erguendo a cortina do fundo. 3donaire - elegância MACHADO DE ASSIS. Esaú e Jacó. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1976. (Uerj 2017) O íngreme, o desigual, o mal calçado da ladeira morti�cavam os pés às duas pobres donas. (ref. 1) Nessa frase, um recurso de linguagem é utilizado para reforçar o incômodo das personagens. Esse recurso é denominado: a) paráfrase b) gradação c) eufemismo d) exempli�cação Exercício 15 Era a primeira vez que as duas iam ao morro do Castelo. Começaram a subir pelo lado da Rua do Carmo. Muita gente há no Rio de Janeiro que nunca lá foi, muita haverá morrido, muita mais nascerá e morrerá sem lá pôr os pés. Nem todos podem dizer que conhecem uma cidade inteira. Um velho inglês, que aliás andara terras e terras, con�ava-me há muitos anos em Londres que de Londres só conhecia bem o seu clube, e era o que lhe bastava da metrópole e do mundo. Natividade e Perpétua conheciam outras partes, além de Botafogo, mas o morro do Castelo, por mais que ouvissem falar dele e da https://aprovatotal.com.br/medio/literatura/exercicios/autores-de-lingua-portuguesa/ex.-5-machado-de-assis?dificuldade=random&tentativa=ultima&resp… 10/20 cabocla que lá reinava em 1871, era-lhes tão estranho e remoto como o clube. 1O íngreme, o desigual, o mal calçado da ladeira morti�cavam os pés às duas pobres donas. Não obstante, 2continuavam a subir, como se fosse penitência, devagarinho, cara no chão, véu para baixo. A manhã trazia certo movimento; mulheres, homens, crianças que desciam ou subiam, lavadeiras e soldados, algum empregado, algum lojista, algum padre, todos olhavam espantados para elas, que aliás vestiam com grande simplicidade; mas há um 3donaire que se não perde, e não era vulgar naquelas alturas. 4A mesma lentidão no andar, comparada à rapidez das outras pessoas, fazia descon�ar que era a primeira vez que ali iam. (...) Com efeito, as duas senhoras buscavam disfarçadamente o número da casa da cabocla, até que deram com ele. A casa era como as outras, trepada no morro. 5Subia-se por uma escadinha, estreita, sombria, adequada à aventura. Quiseram entrar depressa, mas esbarraram com dous sujeitos que vinham saindo, e coseram-se ao portal. 6Um deles perguntou-lhes familiarmente se iam consultar a adivinha. – Perdem o seu tempo, concluiu furioso, e hão de ouvir muito disparate... – É mentira dele, emendou o outro, rindo; a cabocla sabe muito bem onde tem o nariz. Hesitaram um pouco; mas, logo depois advertiram que as palavras do primeiro eram sinal certo da vidência e da franqueza da adivinha; nem todos teriam a mesma sorte alegre. A dos meninos da Natividade podia ser miserável, e então... Enquanto cogitavam passou fora um carteiro, que as fez subir mais depressa, para escapar a outros olhos. 7Tinham fé, mas tinham também vexame da opinião, como um devoto que se benzesse às escondidas. Velho caboclo, pai da adivinha, conduziu as senhoras à sala. (...) – Minha �lha já vem, disse o velho. As senhoras como se chamam? (...) A falar verdade, temiam o seu tanto, Perpétua menos que Natividade. A aventura parecia audaz, e algum perigo possível. Não ponho aqui os seus gestos; imaginai que eram inquietos e desconcertados. Nenhuma dizia nada. Natividade confessou depois que tinha um nó na garganta. Felizmente, a cabocla não se demorou muito; ao cabo de três ou quatro minutos, o pai a trouxe pela mão, erguendo a cortina do fundo. 3donaire - elegância MACHADO DE ASSIS. Esaú e Jacó. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1976. (Uerj 2017) A caracterização das personagens centrais se faz, em grande medida, em relação com a composição do espaço onde circulam. No segundo parágrafo, observa-se essa relação na ênfase dada ao seguinte aspecto retratado no ambiente: a) censura moral b) rotinas de trabalho c) preconceito religioso d) diferenças de gênero Exercício 16 Era a primeira vez que as duas iam ao morro do Castelo. Começaram a subir pelo lado da Rua do Carmo. Muita gente há no Rio de Janeiro que nunca lá foi, muita haverá morrido, muita mais nascerá e morrerá sem lá pôr os pés. Nem todos podem dizer que conhecem uma cidade inteira. Um velho inglês, que aliás andara terras e terras, con�ava-me há muitos anos em Londres que de Londres só conhecia bem o seu https://aprovatotal.com.br/medio/literatura/exercicios/autores-de-lingua-portuguesa/ex.-5-machado-de-assis?dificuldade=random&tentativa=ultima&resp… 11/20 clube, e era o que lhe bastava da metrópole e do mundo. Natividade e Perpétua conheciam outras partes, além de Botafogo, mas o morro do Castelo, por mais que ouvissem falar dele e da cabocla que lá reinava em 1871, era-lhes tão estranho e remoto como o clube. 1O íngreme, o desigual, o mal calçado da ladeira morti�cavam os pés às duas pobres donas. Não obstante, 2continuavam a subir, como se fosse penitência, devagarinho, cara no chão, véu para baixo. A manhã trazia certo movimento; mulheres, homens, crianças que desciam ou subiam, lavadeiras e soldados, algum empregado, algum lojista, algum padre, todos olhavam espantados para elas, que aliás vestiam com grande simplicidade; mas há um 3donaire que se não perde, e não era vulgar naquelas alturas. 4A mesma lentidão no andar, comparada à rapidez das outras pessoas, fazia descon�ar que era a primeira vez que ali iam. (...) Com efeito, as duas senhoras buscavam disfarçadamente o número da casa da cabocla, até que deram com ele. A casa era como as outras, trepada no morro. 5Subia-se por uma escadinha, estreita, sombria, adequada à aventura. Quiseram entrar depressa, mas esbarraram com dous sujeitos que vinham saindo, e coseram-se ao portal. 6Um deles perguntou-lhes familiarmente se iam consultar a adivinha. – Perdem o seu tempo, concluiu furioso, e hão de ouvir muito disparate... – É mentira dele, emendou o outro, rindo; a cabocla sabe muito bem onde tem o nariz. Hesitaram um pouco; mas, logo depois advertiram que as palavras do primeiro eram sinal certo da vidência e da franqueza da adivinha; nem todos teriam a mesma sorte alegre. A dos meninos da Natividade podia ser miserável, e então... Enquanto cogitavam passou fora um carteiro, que as fez subir mais depressa, para escapar a outros olhos. 7Tinham fé, mas tinham também vexame da opinião, como um devoto que se benzesse às escondidas. Velho caboclo, pai da adivinha, conduziu as senhoras à sala. (...) – Minha �lha já vem, disse o velho. As senhoras como se chamam? (...) A falar verdade, temiam o seu tanto, Perpétua menos que Natividade. A aventura parecia audaz, e algum perigo possível. Não ponho aqui os seus gestos; imaginai que eram inquietos e desconcertados. Nenhuma dizia nada. Natividade confessou depois que tinha um nó na garganta. Felizmente, a cabocla não se demorou muito; ao cabo de três ou quatro minutos, o pai a trouxe pela mão, erguendo a cortina do fundo. 3donaire - elegância MACHADO DE ASSIS. Esaú e Jacó. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1976. (Uerj 2017) Tinham fé, mas tinham também vexame da opinião, como um devoto que se benzesse às escondidas. (ref. 7) Afrase acima expõe um ponto de vista do narrador acerca do comportamento ambíguo das personagens. Uma passagem que antecipa a exposição desse ponto de vista está registrada em: a) continuavam a subir, como se fosse penitência, devagarinho, cara no chão, véu para baixo. (ref. 2) b) A mesma lentidão no andar, comparada à rapidez das outras pessoas, fazia descon�ar (ref. 4) c) Subia-se por uma escadinha, estreita, sombria, adequada à aventura. (ref. 5) https://aprovatotal.com.br/medio/literatura/exercicios/autores-de-lingua-portuguesa/ex.-5-machado-de-assis?dificuldade=random&tentativa=ultima&resp… 12/20 d) Um deles perguntou-lhes familiarmente se iam consultar a adivinha. (ref. 6) Exercício 17 TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 4 QUESTÕES: O DISCURSO Natividade é que não teve distrações de espécie alguma. Toda ela estava nos �lhos, e agora especialmente na carta e no discurso. Começou por não dar resposta às 1efusões políticas de Paulo; foi um dos conselhos do conselheiro. Quando o �lho tornou pelas férias tinha esquecido a carta que escrevera. O discurso é que ele não esqueceu, mas quem é que esquece os discursos que faz? Se são bons, a memória os grava em bronze; se ruins, deixam tal ou qual amargor que dura muito. 2O melhor dos remédios, no segundo caso, é supô- los excelentes, e, se a razão não aceita esta imaginação, consultar pessoas que a aceitem, e crer nelas. A opinião é um velho óleo incorruptível. Paulo tinha talento. O discurso naquele dia podia pecar aqui ou ali por alguma ênfase, e uma ou outra ideia vulgar e exausta. Tinha talento Paulo. Em suma, o discurso era bom. Santos achou-o excelente, leu-o aos amigos e resolveu transcrevê-lo nos jornais. 3Natividade não se opôs, mas entendia que algumas palavras deviam ser cortadas. – Cortadas, por quê? perguntou Santos, e �cou esperando a resposta. – Pois você não vê, Agostinho; estas palavras têm sentido republicano, explicou ela relendo a frase que a a�igira. Santos ouvia-as ler, leu-as para si, e não deixou de lhe achar razão. Entretanto, não havia de as suprimir. – Pois não se transcreve o discurso. – Ah! isso não! O discurso é magní�co, e não há de morrer em S. Paulo; é preciso que a Corte o leia, e as províncias também, e até não se me daria fazê-lo traduzir em francês. Em francês, pode ser que �que ainda melhor. – Mas, Agostinho, isto pode fazer mal à carreira do rapaz; o imperador pode ser que não goste... Pedro, que assistia desde alguns instantes ao debate, interveio docemente para dizer que os receios da mãe não tinham base; era bom pôr a frase toda, e, a rigor, não diferia muito do que os liberais diziam em 1848. – Um monarquista liberal pode muito bem assinar esse trecho, concluiu ele depois de reler as palavras do irmão. – Justamente! 4assentiu o pai. 5Natividade, que em tudo via a inimizade dos gêmeos, suspeitou que o intuito de Pedro fosse justamente comprometer Paulo. Olhou para ele a ver se lhe descobria essa intenção torcida, mas a cara do �lho tinha então o aspecto do entusiasmo. Pedro lia trechos do discurso, acentuando as belezas, repetindo as frases mais novas, cantando as mais redondas, revolvendo-as na boca, tudo com tão boa sombra que a mãe perdeu a suspeita, e a impressão do discurso foi resolvida. Também se tirou uma edição em folheto, e o pai mandou encadernar ricamente sete exemplares, que levou aos ministros, e um ainda mais rico para a Regente. MACHADO DE ASSIS Esaú e Jacó. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1997. 1efusão − manifestação expansiva de sentimentos 4assentir − concordar 64. (Uerj 2017) O romance Esaú e Jacó, de Machado de Assis, retrata a inimizade dos gêmeos Pedro e Paulo: um monarquista e outro republicano, respectivamente. No fragmento lido, após tomar conhecimento do discurso https://aprovatotal.com.br/medio/literatura/exercicios/autores-de-lingua-portuguesa/ex.-5-machado-de-assis?dificuldade=random&tentativa=ultima&resp… 13/20 escrito por Paulo, sua mãe, Natividade, manifesta preocupação. Transcreva do texto duas falas de Natividade que expressam suas preocupações. Indique, também, o argumento usado por Pedro e veiculado pelo narrador, para que o discurso seja publicado. Exercício 18 TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 4 QUESTÕES: O DISCURSO Natividade é que não teve distrações de espécie alguma. Toda ela estava nos �lhos, e agora especialmente na carta e no discurso. Começou por não dar resposta às 1efusões políticas de Paulo; foi um dos conselhos do conselheiro. Quando o �lho tornou pelas férias tinha esquecido a carta que escrevera. O discurso é que ele não esqueceu, mas quem é que esquece os discursos que faz? Se são bons, a memória os grava em bronze; se ruins, deixam tal ou qual amargor que dura muito. 2O melhor dos remédios, no segundo caso, é supô- los excelentes, e, se a razão não aceita esta imaginação, consultar pessoas que a aceitem, e crer nelas. A opinião é um velho óleo incorruptível. Paulo tinha talento. O discurso naquele dia podia pecar aqui ou ali por alguma ênfase, e uma ou outra ideia vulgar e exausta. Tinha talento Paulo. Em suma, o discurso era bom. Santos achou-o excelente, leu-o aos amigos e resolveu transcrevê-lo nos jornais. 3Natividade não se opôs, mas entendia que algumas palavras deviam ser cortadas. – Cortadas, por quê? perguntou Santos, e �cou esperando a resposta. – Pois você não vê, Agostinho; estas palavras têm sentido republicano, explicou ela relendo a frase que a a�igira. Santos ouvia-as ler, leu-as para si, e não deixou de lhe achar razão. Entretanto, não havia de as suprimir. – Pois não se transcreve o discurso. – Ah! isso não! O discurso é magní�co, e não há de morrer em S. Paulo; é preciso que a Corte o leia, e as províncias também, e até não se me daria fazê-lo traduzir em francês. Em francês, pode ser que �que ainda melhor. – Mas, Agostinho, isto pode fazer mal à carreira do rapaz; o imperador pode ser que não goste... Pedro, que assistia desde alguns instantes ao debate, interveio docemente para dizer que os receios da mãe não tinham base; era bom pôr a frase toda, e, a rigor, não diferia muito do que os liberais diziam em 1848. – Um monarquista liberal pode muito bem assinar esse trecho, concluiu ele depois de reler as palavras do irmão. – Justamente! 4assentiu o pai. 5Natividade, que em tudo via a inimizade dos gêmeos, suspeitou que o intuito de Pedro fosse justamente comprometer Paulo. Olhou para ele a ver se lhe descobria essa intenção torcida, mas a cara do �lho tinha então o aspecto do entusiasmo. Pedro lia trechos do discurso, acentuando as belezas, repetindo as frases mais novas, cantando as mais redondas, revolvendo-as na boca, tudo com tão boa sombra que a mãe perdeu a suspeita, e a impressão do discurso foi resolvida. Também se tirou uma edição em folheto, e o pai mandou encadernar ricamente sete exemplares, que levou aos ministros, e um ainda mais rico para a Regente. MACHADO DE ASSIS Esaú e Jacó. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1997. 1efusão − manifestação expansiva de sentimentos 4assentir − concordar https://aprovatotal.com.br/medio/literatura/exercicios/autores-de-lingua-portuguesa/ex.-5-machado-de-assis?dificuldade=random&tentativa=ultima&resp… 14/20 (Uerj 2017) O melhor dos remédios, no segundo caso, é supô-los excelentes, e, se a razão não aceita esta imaginação, consultar pessoas que a aceitem, e crer nelas. (ref. 2) A conjunção sublinhada e estabelece paralelismo sintático entre duas orações. Identi�que-as. Reescreva o trecho acima, substituindo a conjunção e por outra conjunção coordenativa, mantendo o mesmo sentido e a mesma estrutura do período original. Exercício 19 O DISCURSO Natividade é que não teve distrações de espécie alguma. Toda ela estava nos �lhos, e agora especialmente na carta e no discurso. Começou por não dar resposta às 1efusões políticas de Paulo; foi um dos conselhos do conselheiro. Quando o�lho tornou pelas férias tinha esquecido a carta que escrevera. O discurso é que ele não esqueceu, mas quem é que esquece os discursos que faz? Se são bons, a memória os grava em bronze; se ruins, deixam tal ou qual amargor que dura muito. 2O melhor dos remédios, no segundo caso, é supô- los excelentes, e, se a razão não aceita esta imaginação, consultar pessoas que a aceitem, e crer nelas. A opinião é um velho óleo incorruptível. Paulo tinha talento. O discurso naquele dia podia pecar aqui ou ali por alguma ênfase, e uma ou outra ideia vulgar e exausta. Tinha talento Paulo. Em suma, o discurso era bom. Santos achou-o excelente, leu-o aos amigos e resolveu transcrevê-lo nos jornais. 3Natividade não se opôs, mas entendia que algumas palavras deviam ser cortadas. – Cortadas, por quê? perguntou Santos, e �cou esperando a resposta. – Pois você não vê, Agostinho; estas palavras têm sentido republicano, explicou ela relendo a frase que a a�igira. Santos ouvia-as ler, leu-as para si, e não deixou de lhe achar razão. Entretanto, não havia de as suprimir. – Pois não se transcreve o discurso. – Ah! isso não! O discurso é magní�co, e não há de morrer em S. Paulo; é preciso que a Corte o leia, e as províncias também, e até não se me daria fazê-lo traduzir em francês. Em francês, pode ser que �que ainda melhor. – Mas, Agostinho, isto pode fazer mal à carreira do rapaz; o imperador pode ser que não goste... Pedro, que assistia desde alguns instantes ao debate, interveio docemente para dizer que os receios da mãe não tinham base; era bom pôr a frase toda, e, a rigor, não diferia muito do que os liberais diziam em 1848. – Um monarquista liberal pode muito bem assinar esse trecho, concluiu ele depois de reler as palavras do irmão. – Justamente! 4assentiu o pai. 5Natividade, que em tudo via a inimizade dos gêmeos, suspeitou que o intuito de Pedro fosse justamente comprometer Paulo. Olhou para ele a ver se lhe descobria essa intenção torcida, mas a cara do �lho tinha então o aspecto do entusiasmo. Pedro lia trechos do discurso, acentuando as belezas, repetindo as frases mais novas, cantando as mais redondas, revolvendo-as na boca, tudo com tão boa sombra que a mãe perdeu a suspeita, e a impressão do discurso foi resolvida. Também se tirou uma edição em folheto, e o pai mandou encadernar ricamente sete exemplares, que levou aos ministros, e um ainda mais rico para a Regente. MACHADO DE ASSIS Esaú e Jacó. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1997. 1efusão − manifestação expansiva de sentimentos 4assentir − concordar https://aprovatotal.com.br/medio/literatura/exercicios/autores-de-lingua-portuguesa/ex.-5-machado-de-assis?dificuldade=random&tentativa=ultima&resp… 15/20 (Uerj 2017) Natividade não se opôs, mas entendia que algumas palavras deviam ser cortadas. (ref. 3) A voz verbal na oração sublinhada põe em destaque a sugestão de Natividade em relação ao discurso do �lho. Identi�que essa voz verbal e justi�que seu emprego no texto, a partir da a�rmativa acima. Exercício 20 O DISCURSO Natividade é que não teve distrações de espécie alguma. Toda ela estava nos �lhos, e agora especialmente na carta e no discurso. Começou por não dar resposta às 1efusões políticas de Paulo; foi um dos conselhos do conselheiro. Quando o �lho tornou pelas férias tinha esquecido a carta que escrevera. O discurso é que ele não esqueceu, mas quem é que esquece os discursos que faz? Se são bons, a memória os grava em bronze; se ruins, deixam tal ou qual amargor que dura muito. 2O melhor dos remédios, no segundo caso, é supô- los excelentes, e, se a razão não aceita esta imaginação, consultar pessoas que a aceitem, e crer nelas. A opinião é um velho óleo incorruptível. Paulo tinha talento. O discurso naquele dia podia pecar aqui ou ali por alguma ênfase, e uma ou outra ideia vulgar e exausta. Tinha talento Paulo. Em suma, o discurso era bom. Santos achou-o excelente, leu-o aos amigos e resolveu transcrevê-lo nos jornais. 3Natividade não se opôs, mas entendia que algumas palavras deviam ser cortadas. – Cortadas, por quê? perguntou Santos, e �cou esperando a resposta. – Pois você não vê, Agostinho; estas palavras têm sentido republicano, explicou ela relendo a frase que a a�igira. Santos ouvia-as ler, leu-as para si, e não deixou de lhe achar razão. Entretanto, não havia de as suprimir. – Pois não se transcreve o discurso. – Ah! isso não! O discurso é magní�co, e não há de morrer em S. Paulo; é preciso que a Corte o leia, e as províncias também, e até não se me daria fazê-lo traduzir em francês. Em francês, pode ser que �que ainda melhor. – Mas, Agostinho, isto pode fazer mal à carreira do rapaz; o imperador pode ser que não goste... Pedro, que assistia desde alguns instantes ao debate, interveio docemente para dizer que os receios da mãe não tinham base; era bom pôr a frase toda, e, a rigor, não diferia muito do que os liberais diziam em 1848. – Um monarquista liberal pode muito bem assinar esse trecho, concluiu ele depois de reler as palavras do irmão. – Justamente! 4assentiu o pai. 5Natividade, que em tudo via a inimizade dos gêmeos, suspeitou que o intuito de Pedro fosse justamente comprometer Paulo. Olhou para ele a ver se lhe descobria essa intenção torcida, mas a cara do �lho tinha então o aspecto do entusiasmo. Pedro lia trechos do discurso, acentuando as belezas, repetindo as frases mais novas, cantando as mais redondas, revolvendo-as na boca, tudo com tão boa sombra que a mãe perdeu a suspeita, e a impressão do discurso foi resolvida. Também se tirou uma edição em folheto, e o pai mandou encadernar ricamente sete exemplares, que levou aos ministros, e um ainda mais rico para a Regente. MACHADO DE ASSIS Esaú e Jacó. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1997. 1efusão − manifestação expansiva de sentimentos 4assentir − concordar https://aprovatotal.com.br/medio/literatura/exercicios/autores-de-lingua-portuguesa/ex.-5-machado-de-assis?dificuldade=random&tentativa=ultima&resp… 16/20 (Uerj 2017) Natividade, que em tudo via a inimizade dos gêmeos, suspeitou que o intuito de Pedro fosse justamente comprometer Paulo. Olhou para ele a ver se lhe descobria essa intenção torcida, mas a cara do �lho tinha então o aspecto do entusiasmo. Pedro lia trechos do discurso, acentuando as belezas, repetindo as frases mais novas, cantando as mais redondas, revolvendo-as na boca, tudo com tão boa sombra que a mãe perdeu a suspeita, e a impressão do discurso foi resolvida. (ref. 5) Nesse trecho, observa-se que Pedro, mesmo com posição política contrária à de Paulo, lê com entusiasmo o discurso do irmão, trocando de lugar com ele. Essa troca de papéis sugere uma crítica acerca da política daquela época. Explicite essa crítica. Aponte, ainda, a relação de sentido que a oração sublinhada estabelece com a anterior. Exercício 21 TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES: Leia o soneto “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades” do poeta português Luís Vaz de Camões (1525?-1580) para responder à(s) questão(ões) a seguir. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se a con�ança; todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades. Continuamente vemos novidades, diferentes em tudo da 1esperança; do mal �cam as mágoas na lembrança, e do bem – se algum houve –, as saudades. O tempo cobre o chão de verde manto, que já coberto foi de neve fria, e en�m converte em choro o doce canto. E, afora este mudar-se cada dia, outra mudança faz de 2mor espanto: que não se muda já como 3soía. Sonetos, 2001. 1esperança: esperado. 2mor: maior. 3soer: costumar (soía: costumava). 19. (Unesp 2017) Considere as seguintes citações: 1. “Não podemos entrar duas vezes no mesmo rio: suas águas não são nunca as mesmas e nós não somos nunca os mesmos.” – Heráclito (550 a.C.-480 a.C.) 2. “A breve duração da vida não nos permite alimentar longas esperanças.”– Horácio (65 a.C.-8 a.C.) 3. “O melhor para o homem é viver com o máximo de alegria e o mínimo de tristeza, o que acontece quando não se procura o prazer em coisas perecíveis.” – Demócrito (460 a.C.-370 a.C.) 4. “Toda e qualquer coisa tem seu vaivém e se transforma no contrário ao capricho tirânico da fortuna.” – Sêneca (4 a.C.-65 d.C.) 5. “Uma vez que a vida é um tormento, a morte acaba sendo para o homem o refúgio mais desejável.” – Heródoto (484 a.C.-430 a.C.) Quais das citações aproximam-se tematicamente do soneto camoniano? Justi�que sua resposta. Exercício 22 Leia o soneto “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades” do poeta português Luís Vaz de Camões (1525?-1580) para responder à(s) questão(ões) a seguir. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se a con�ança; todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades. Continuamente vemos novidades, diferentes em tudo da 1esperança; do mal �cam as mágoas na lembrança, e do bem – se algum houve –, as saudades. O tempo cobre o chão de verde manto, que já coberto foi de neve fria, https://aprovatotal.com.br/medio/literatura/exercicios/autores-de-lingua-portuguesa/ex.-5-machado-de-assis?dificuldade=random&tentativa=ultima&resp… 17/20 e en�m converte em choro o doce canto. E, afora este mudar-se cada dia, outra mudança faz de 2mor espanto: que não se muda já como 3soía. Sonetos, 2001. 1esperança: esperado. 2mor: maior. 3soer: costumar (soía: costumava). (Unesp 2017) A sinestesia (do grego syn, que signi�ca “reunião”, “junção”, “ao mesmo tempo”, e aisthesis, “sensação”, “percepção”) designa a transferência de percepção de um sentido para outro, isto é, a fusão, num só ato perceptivo, de dois sentidos ou mais. (Massaud Moisés. Dicionário de termos literários, 2004. Adaptado.) Transcreva o verso em que se veri�ca a ocorrência de sinestesia. Justi�que sua resposta. Reescreva o verso da terceira estrofe “que já coberto foi de neve fria”, adaptando-o para a ordem direta e substituindo o pronome “que” pelo seu referente. Exercício 23 Leia o soneto “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades” do poeta português Luís Vaz de Camões (1525?-1580) para responder à(s) questão(ões) a seguir. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se a con�ança; todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades. Continuamente vemos novidades, diferentes em tudo da 1esperança; do mal �cam as mágoas na lembrança, e do bem – se algum houve –, as saudades. O tempo cobre o chão de verde manto, que já coberto foi de neve fria, e en�m converte em choro o doce canto. E, afora este mudar-se cada dia, outra mudança faz de 2mor espanto: que não se muda já como 3soía. Sonetos, 2001. 1esperança: esperado. 2mor: maior. 3soer: costumar (soía: costumava). (Unesp 2017) Em um determinado trecho do soneto, o eu lírico assinala a passagem de uma estação do ano para outra. Transcreva os versos em que isso ocorre e identi�que as estações a que eles fazem referência. Para o eu lírico, tal passagem constitui um evento aprazível? Justi�que sua resposta. Exercício 24 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Leia o soneto “Alma minha gentil, que te partiste”, do poeta português Luís de Camões (1525?-1580), para responder à(s) questão(ões) a seguir. Alma minha gentil, que te partiste tão cedo desta vida descontente, repousa lá no Céu eternamente, e viva eu cá na terra sempre triste. Se lá no assento etéreo, onde subiste, memória desta vida se consente, não te esqueças daquele amor ardente que já nos olhos meus tão puro viste. E se vires que pode merecer-te alguma coisa a dor que me �cou da mágoa, sem remédio, de perder-te, roga a Deus, que teus anos encurtou, que tão cedo de cá me leve a ver-te, quão cedo de meus olhos te levou. Sonetos, 2001. (Unesp 2017) De modo indireto, o soneto camoniano acaba também por explorar o tema da a) falsidade humana. https://aprovatotal.com.br/medio/literatura/exercicios/autores-de-lingua-portuguesa/ex.-5-machado-de-assis?dificuldade=random&tentativa=ultima&resp… 18/20 b) indiferença divina. c) desumanidade do mundo. d) efemeridade da vida. e) falibilidade da memória. Exercício 25 Leia o soneto de Luís de Camões. Enquanto quis Fortuna1 que tivesse Esperança de algum contentamento, O gosto de um suave pensamento2 Me fez que seus efeitos escrevesse. Porém, temendo Amor3 que aviso desse Minha escritura a algum juízo isento4, Escureceu-me o engenho5 com tormento, Para que seus enganos não dissesse. Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos A diversas vontades, quando lerdes Num breve livro casos tão diversos, Verdades puras são, e não defeitos6, E sabei que, segundo o amor tiverdes, Tereis o entendimento de meus versos. (Luís de Camões. 20 sonetos, 2018.) 1Fortuna: entidade mítica que presidia a sorte dos homens. 2suave pensamento: sentimento amoroso. 3Amor: entidade mítica que personi�ca o amor. 4juízo isento: os inocentes do amor, aqueles que nunca se apaixonaram. 5engenho: talento poético, inspiração. 6defeitos: inverdades, fantasia. (Unesp 2022) Segundo o eu lírico, Amor torna os amantes a) mesquinhos. b) melancólicos. c) submissos. d) imprudentes. e) insensatos. Exercício 26 Leia o soneto de Luís de Camões. Enquanto quis Fortuna1 que tivesse Esperança de algum contentamento, O gosto de um suave pensamento2 Me fez que seus efeitos escrevesse. Porém, temendo Amor3 que aviso desse Minha escritura a algum juízo isento4, Escureceu-me o engenho5 com tormento, Para que seus enganos não dissesse. Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos A diversas vontades, quando lerdes Num breve livro casos tão diversos, Verdades puras são, e não defeitos6, E sabei que, segundo o amor tiverdes, Tereis o entendimento de meus versos. (Luís de Camões. 20 sonetos, 2018.) 1Fortuna: entidade mítica que presidia a sorte dos homens. 2suave pensamento: sentimento amoroso. 3Amor: entidade mítica que personi�ca o amor. 4juízo isento: os inocentes do amor, aqueles que nunca se apaixonaram. 5engenho: talento poético, inspiração. 6defeitos: inverdades, fantasia. (Unesp 2022) No soneto, Amor teme que a) o eu lírico perca sua inspiração. b) a poesia do eu lírico não seja sincera. c) a poesia do eu lírico não seja compreendida. d) o eu lírico esqueça sua amante. e) o eu lírico divulgue seus enganos. GABARITO Exercício 1 b) Ao gênero lírico, pois expressa os sentimentos do eu- poético. https://aprovatotal.com.br/medio/literatura/exercicios/autores-de-lingua-portuguesa/ex.-5-machado-de-assis?dificuldade=random&tentativa=ultima&resp… 19/20 Exercício 2 Exercício 3 Exercício 4 Exercício 5 Exercício 6 Exercício 7 Exercício 8 Exercício 9 Exercício 10 Exercício 11 Exercício 12 Exercício 13 Exercício 14 Exercício 15 Exercício 16 Exercício 17 Exercício 18 Exercício 19 Exercício 20 Exercício 21 c) há forte presença do romantismo, devido ao nacionalismo. d) “O ferro ao pescoço era aplicado aos escravos fujões. Imaginai uma coleira grossa, com a haste grossa também, à direita ou à esquerda, até ao alto da cabeça e fechada atrás com chave.” (2º parágrafo) d) Não apenas o estado de espírito do poeta se altera, mas também a experiência que ele tem da própria mudança. e) O conjunto de sensações corporais opos tas e a provocação de um estado mental e espiritual contraditórios não valeram a pena para o poeta, pois este só conseguiu ver a amada. a) O eu lírico manifesta a sensação de exílio das terras do Sião, local sagrado e associado ao Bem que já habitou e a Babilônia, local em que se encontra no momento e onde impera o caos, a cobiça e a tirania. b) O tema do soneto remete à �loso�a platônica, pois o eu lírico, circunscrito ao mundo sensível (concebido por Platão como o local onde o homem habita), expressa desconforto ao perceber que está à mercê do materialismo e do mundo em desconcerto.Nos dois quartetos, expressões como “o puro Amor não tem valia”, “pode mais que a honra a tirania”, “onde a errada e cega Monarquia/ cuida que um nome vão a desengana” re�etem a sensação de desconcerto, muito presente na lírica camoniana de vertente clássica. A anáfora, constituída pela repetição do advérbio “cá”, enfatiza os aspectos negativos do plano material (Babilônia) em oposição às lembranças do mundo racional, o plano inteligível (Sião) tão desejado pelo eu lírico e, por extensão, pelos artistas do Renascimento: “cá neste escuro caos de confusão, / cumprindo o curso estou da natureza. /Vê se me esquecerei de ti, Sião!” Na segunda estrofe, o eu lírico revela com quem conversa, uma Senhora que tem o poder de acabar com a sua tristeza quando quiser. Assim, o eu lírico mostra que se sente triste por uma não correspondência amorosa com essa senhora. Dessa forma, resta mostrar-se esperançoso de que com o passar do tempo a senhora se tornará menos dura e corresponderá ao seu amor. d) Camões não seguiu rigidamente os câno nes renascentistas da época: o platonismo e o petrarquismo. e) a consciência das tensões entre corpo e alma, “estar” e “não estar”, faz de Ca mões um poeta à frente de seu tempo. c) “para tão longo amor tão curta a vida.” e) contenta-se com a indistinção da �gura de nhá Biela. b) Sol e diamante. d) ansiedade derivada de acontecimentos na família b) gradação b) rotinas de trabalho a) continuavam a subir, como se fosse penitência, devagarinho, cara no chão, véu para baixo. (ref. 2) Falas de Natividade: “– Pois você não vê, Agostinho; estas palavras têm sentido republicano,” “– Mas, Agostinho, isto pode fazer mal à carreira do rapaz; o imperador pode ser que não goste...” O argumento usado por Pedro e veiculado pelo narrador, para que o discurso seja publicado, é que o discurso de Paulo não diferia muito do que os liberais diziam em 1848. Orações: supô-los excelentes/consultar pessoas. O melhor dos remédios, no segundo caso, é supô-los excelentes, ou, se a razão não aceita esta imaginação, consultar pessoas que a aceitam, e crer nelas. Voz passiva. A preocupação de Natividade eram as palavras a serem cortadas e não quem as cortaria. A crítica acerca da política daquela época que a troca de papéis sugere é que não há uma oposição nítida entre os discursos monarquista e republicano. A relação de sentido que a oração sublinhada estabelece com a anterior é de consequência. https://aprovatotal.com.br/medio/literatura/exercicios/autores-de-lingua-portuguesa/ex.-5-machado-de-assis?dificuldade=random&tentativa=ultima&resp… 20/20 Exercício 22 Exercício 23 Exercício 24 Exercício 25 Exercício 26 Apenas as citações [1] e [4] se aproximam do tema do soneto camoniano em que o eu lírico fala sobre as mudanças que se vão sucedendo, tanto na natureza como no ser humano ao longo da sua existência. A citação de Heráclito, pensador do “tudo �ui”, re�ete a ideia de um mundo em movimento perpétuo: “não podemos entrar duas vezes no mesmo rio: suas águas não são nunca as mesmas e nós não somos nunca os mesmos”. Também a frase de Sêneca, representante do estoicismo clássico que exorta a renúncia aos bens materiais em busca da tranquilidade da alma mediante o conhecimento e a contemplação, aponta para a concepção de um mundo em constante mutação: “Toda e qualquer coisa tem seu vaivém e se transforma no contrário ao capricho tirânico da fortuna”. No verso “e en�m converte em choro o doce canto”, ocorre a sinestesia, transferência de percepção do sentido gustativo (doce) para o auditivo (canto). Se o verso “que já coberto foi de neve fria” fosse reescrito na ordem direta e o pronome “que” substituído pelo seu referente, teríamos a seguinte redação: “o chão de verde manto já foi coberto de neve fria”. Nos dois primeiros versos do primeiro terceto (“O tempo cobre o chão de verde manto, /que já coberto foi de neve fria”), o eu lírico assinala metonimicamente a passagem de uma estação do ano para outra, em que “verde manto” remete à primavera e “neve fria” ao inverno. Ao mencionar no terceiro verso da mesma estrofe que o tempo “converte em choro o doce canto”, depreende-se que o eu lírico associa a mudança das estações à oscilação contínua de sensações que se operam nele: a positiva, evento aprazível de alegria, associada à primavera (doce canto) e a negativa, de tristeza, associada à tristeza (neve fria). d) efemeridade da vida. c) submissos. e) o eu lírico divulgue seus enganos.