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MEDICINA - CADERNO 2-067-068

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TE
 2
AULA 30 Simbolismo 67
FRENTE 2
 y O Simbolismo surgiu na Europa como uma reação ao 
espírito positivista. As primeiras manifestações simbolis-
tas se deram ainda no âmbito da antologia Le Parnasse 
Contemporain, com os poetas Mallarmé, Baudelaire e 
Verlaine; mas é com Charles Baudelaire, em As flores 
do mal, de 1857, que podemos confirmar o direciona-
mento da poesia simbolista no território europeu.
 y As características marcantes do Simbolismo envolvem: 
– o “eu profundo” e o uso das metáforas e evo-
cações, a partir dos quais a busca pela verdade 
e pelas respostas às questões existenciais seria 
possível através de um mergulho no subcons-
ciente. As emoções eram expressas com o uso 
constante das evocações e das metáforas, vol-
tando-se para o próprio “eu” e buscando se 
desapegar da realidade objetiva. 
– o alvo e o translúcido, referências ao constante 
uso das cores claras para representar o profundo, 
o vago, o místico. 
– o uso de maiúsculas alegorizantes, que eram co-
locadas em substantivos comuns no interior dos 
versos, realçando a importância dessas palavras 
e personificando elementos abstratos que se fa-
ziam fundamentais para a mensagem do poema. 
– o uso da sinestesia e da música, já que, para os 
simbolistas, todas as vivências e questões emo-
cionais tinham equivalência no mundo espiritual 
do ser e do sentir – tudo era cor, movimento, per-
fume ou sensação. Havia também a possibilidade 
de unir dois ou mais sentidos dentro da mesma 
expressão, junção chamada de sinestesia. Já 
a música era a forma máxima de expressivida-
de, por ser capaz de transmitir o sentimento da 
maneira mais verdadeira e intensa. Para aproxi-
mar seus textos da música, os poetas utilizavam 
alguns recursos, como as aliterações, as asso-
nâncias e as onomatopeias. 
 y No Brasil, o Simbolismo teve seu início com a publi-
cação de Missal e Broquéis, ambos do poeta Cruz e 
Sousa, em 1893. No entanto, a escola não conseguiu 
se sobressair à literatura realista e parnasiana.
 y Cruz e sousa (1861-1898), grande representante 
do Simbolismo brasileiro, foi muito influenciado por 
Baudelaire, dando à sua obra certo caráter obscuro 
e pessimista. Ele utilizava versos filosófico-científicos 
para tentar explicar seu inconformismo com as situa-
ções sociais. Como características estilísticas, pode-se 
destacar a obsessão pelo branco, o que aumentava 
o caráter místico de suas obras. Seus poemas eram 
arquitetados pelo binômio “dor-revolta”, além do 
frequente uso de sinestesias e versos dotados de 
sonorização poética. 
 y alphonsus de guimaraens (1870-1921) foi um dos 
poetas mais místicos do movimento simbolista, dada 
a sua ênfase na religiosidade. Seus poemas são 
compostos, esteticamente, tanto de redondilhas me-
dievais como de versos decassílabos (a chamada 
medida nova), sendo essas formas poéticas emprega-
das de modo a submergir o leitor em seu mundo de 
ilusão e misticismo.
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AULA 30
Simbolismo
MED_2021_L2_POR_F2_LA.INDD / 15-12-2020 (19:25) / EXT.DIAGRAMACAO.03 / PROVA FINAL MED_2021_L2_POR_F2_LA.INDD / 15-12-2020 (19:25) / EXT.DIAGRAMACAO.03 / PROVA FINAL
Língua Portuguesa AULA 30 Simbolismo68
Exercícios de sala
1 UEM 2019 Assinale o que for correto sobre o poema a 
seguir e sobre Cruz e Sousa.
As estrelas
Lá, nas celestes regiões distantes,
No fundo melancólico da Esfera,
Nos caminhos da eterna Primavera
Do amor, eis as estrelas palpitantes.
Quantos mistérios andarão errantes,
Quantas almas em busca de Quimera,
Lá, das estrelas nessa paz austera
Soluçarão, nos altos céus radiantes.
Finas flores de pérolas e prata,
Das estrelas serenas se desata
Toda a caudal das ilusões insanas.
Quem sabe, pelos tempos esquecidos,
Se as estrelas não são os ais perdidos
Das primitivas legiões humanas?!
CRUZ E SOUSA, J. Poesias completas. Rio de Janeiro: 
Ediouro; São Paulo: Publifolha, 1997.
01 O Simbolismo brasileiro foi marcado pela experi-
mentação formal, o que levou naturalmente a uma 
recusa das formas fixas, tal como se pode notar 
em “As estrelas”, que apresenta estrofação muito 
variada, não permitindo classificação alguma.
02 A métrica do poema é regular, construída com 
versos de sete sílabas poéticas, chamados de 
“redondilhas menores”. Tais versos são comuns 
em Cruz e Sousa e marcam o tom popular adotado 
pelo poeta em seus trabalhos.
04 Um dos recursos mais expressivos da lírica de Cruz 
e Sousa (o uso de aliterações capazes de reiterar o 
poder sugestivo da musicalidade) pode ser perce-
bido no início da terceira estrofe nos pares “Finas 
flores” e “pérolas e prata”.
08 A temática espacial, com referência a “estrelas” 
desde o título do poema, é indício de uma das fren-
tes de produção de Cruz e Sousa: a ficção científica 
que, embora sutilmente trabalhada neste poema, 
foi amplamente utilizada nos romances do autor.
16 Cruz e Sousa, juntamente com outros colegas 
de escola literária, como Lima Barreto e Casimi-
ro de Abreu, teve como um de seus temas mais 
recorrentes a recuperação de valores clássicos 
greco-latinos, como se percebe na referência a 
“Quimera”, na segunda estrofe.
Soma: JJ
2 UEM 2017 Assinale o que for correto sobre o poema a 
seguir e sobre seu autor, Cruz e Sousa.
Música da morte...
A música da Morte, a nebulosa,
Estranha, imensa música sombria,
Passa a tremer pela minh’alma e fria
Gela, fica a tremer, maravilhosa...
Onda nervosa e atroz, onda nervosa,
Letes sinistro e torvo da agonia,
Recresce a lancinante sinfonia,
Sobe, numa volúpia dolorosa...
Sobe, recresce, tumultuando e amarga,
Tremenda, absurda, imponderada e larga,
De pavores e trevas alucina...
E alucinando e em trevas delirando,
Como um ópio letal, vertiginando,
Os meus nervos, letárgica, fascina...
(CRUZ E SOUSA, J. Poesias completas. São Paulo: Ediouro, 1997, p. 104)
Letes: rio mitológico cujas águas, uma vez bebidas, promoviam o es-
quecimento.
Lancinante: muito dolorosa.
Letárgica: adormecida, insensível, indiferente.
01 A obra de Cruz e Sousa, em uma tendência que 
pode ser verificada no poema “Música da morte...”, 
reitera a visão segundo a qual o intelecto deve se 
sobrepor a qualquer forma de evasão, postura esta 
evidenciada na crítica moralizadora frente a drogas, 
como o ópio presente na última estrofe.
02 O poema apresenta seu tema (a inevitabilidade or-
gânica da morte) por meio de imagens simples e 
diretas, evitando o caráter sugestivo e em conso-
nância com o cientificismo do início do século XIX.
04 A utilização, no poema “Música da morte...”, de uma 
forma fixa como a balada, bem como a opção pelo 
verso regular alexandrino, marca uma exceção na 
produção poética em verso de Cruz e Sousa, muito 
mais afeita à liberdade formal.
08 O poema apresenta aspectos marcantes da escola 
simbolista, tais como a expressiva musicalidade 
que pode ser verificada na repetição sonora pre-
sente, considerando-se apenas a primeira estrofe, 
em vocábulos como “música”, “Morte”, “imensa”, 
“tremer”, “minha”, “alma” e “maravilhosa”.
16 O poema “Música da morte...” é ilustrativo da 
adesão de Cruz e Sousa ao projeto literário sim-
bolista. Realidade subjetiva, linguagem carregada 
de símbolos, musicalidade e uso de reticências são 
algumas das marcas da sua produção artística.
Soma: JJ
Língua Portuguesa • Livro 2 • Frente 2 • Capítulo 9
I. Leia as páginas de 271 a 273. 
II. Faça os exercícios propostos de 11 a 13.
III. Faça os exercícios complementares 18 e 19.
Guia de estudos
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