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APOSTILA DE MANUSEIO DE AMOSTRAS EM VETERINÁRIA (1)

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Manuseio de amostras
Identificação Da Amostra
A identificação da amostra é um fator importante para que o resultado correto do teste
retorne para o clínico em tempo hábil. Recomendam-se os seguintes passos:
1. Escreva o nome do animal e do cliente em cada recipiente de amostra.
2. No formulário de requisição, escreva o nome do animal e do cliente, a espécie, raça,
sexo do animal e data de coleta.
3. Certifique-se que o nome e o número da conta da clínica de origem estejam
identificados de forma clara no formulário.
4. Assinale ou escreva de forma clara no formulário quais os testes requisitados. (Nota:
Laboratórios comerciais recebem diariamente centenas de amostras sem nenhum teste
marcado!)
5. Caso não se trate de uma amostra de sangue, indique no formulário qual a fonte da
amostra.
6. Em todas as lâminas submetidas à análise citológica, identifique o tecido ou fluido de
origem, assim como a identidade clínica da amostra (utilize um lápis para escrever no
lado fosco).
Tubos De Coleta
A maior parte dos clínicos utiliza uma variedade de tubos a vácuo (Vacutainer®)* de vidro,
ocasionalmente de plástico, para a coleta e o envio de sangue, soro ou plasma de
pacientes individuais. Esses tubos são, na realidade, projetados para a coleta de sangue
em humanos. Estão disponíveis em diversos tamanhos, cada qual mantendo uma pressão
negativa (vácuo) predeterminada em seu interior. O vácuo facilita a coleta do volume
adequado de sangue do paciente, preenchendo quase que totalmente o tubo. Além disso,
a maioria dos tubos de coleta contém um aditivo que acelera ou impede a formação de
coágulos.
Tubos para coleta em adultos (humanos) estão disponíveis nos volumes de 5 mL, 7 mL,
10 mL e 15 mL. Tubos pediátricos (humanos), apropriados para a utilização em animais
de companhia, estão disponíveis nos volumes de 2 mL, 3 mL e 4 mL. Para tubos contendo
aditivos, é importante preencher o tubo com o volume adequado de sangue. A coleta de
um volume menor do que o indicado para tubos com aditivos pode alterar
substancialmente a amostra, comprometendo os resultados e, portanto, não
representando de forma acurada o estado do paciente.
A cor da tampa do tubo indica o tipo de aditivo (quando houver), assim como os tipos
de teste que podem ser realizados com aquela amostra. Por exemplo, caso seja necessário
o plasma, não enviar o soro! Recorra à Tabela 5-1 como um guia para a seleção do tubo
adequado ao tipo de teste desejado. Além disso, laboratórios comerciais geralmente
fornecem instruções para a seleção dos tubos. A Tabela 5-2 contém um resumo
simplificado da interpretação dos exames de rotina relacionados à coagulação realizados
em consultórios.
Tabela 5-1
Guia de Tubos de Coleta para Sangue Venoso
EDTA, Ácido etilenodiaminotetracético; PCR, reação em cadeia da polimerase
Modificado de BD Vacutainer® Tube Guide, Becton Dickson. 2010.
www.bd.com/vacutainer/pdfs/plus_plastic_tubes_wallchart_tubeguide_VS5229.pdf
Tabela 5-2
Interpretação de Exames de Rotina para Coagulação
Plaquetas (Estimativa)Baixa Trombocitopenia
TCA Rápido, prolongado Defeito de coagulação comum ou intrínseco
TTPA Rápido, prolongado Defeito de coagulação comum ou intrínseco
TSMO Prolongado Trombocitopenia, trombocitopatia
TCA, tempo de coagulação ativado; TTPA, tempo de tromboplastina parcial ativado; TSMO, tempo de sangramento da
mucosa oral
Considerações Especiais
A maneira como as amostras são coletadas, armazenadas e enviadas influencia na
qualidade e na acurácia dos resultados dos testes. A seleção de um recipiente inadequado
(para sangue, soro ou plasma), por exemplo, pode alterar significativamente os
resultados; o envio de sangue para exames endócrinos em um tubo com gel separador de
soro (tampa amarela) pode afetar os resultados devido ao aditivo em gel no interior do
tubo.
Além disso, o sangue integral, quando submetido, em ácido etilenodiaminotetracético
(EDTA), à hematologia de rotina, começa a se deteriorar logo após a coleta. De modo a
preservar a morfologia celular, as lâminas devem ser feitas e secas imediatamente após a
coleta do sangue. Geralmente, as lâminas devem ser enviadas sem coloração e não devem
ser refrigeradas, uma vez que a condensação também pode afetar a morfologia celular.
De preferência, amostras de sangue venoso são coletadas de uma veia de calibre
grande com fluxo sanguíneo livre. Torniquetes podem resultar em hemólise, alteração da
morfologia celular e agregação plaquetária, provocando alteração dos resultados de
exames hematológicos e bioquímicos. Para prevenir a lise de hemácias, não force o
sangue coagulado para fora da seringa e para dentro do tubo de coleta.
Ao utilizar múltiplos tubos a partir de uma única seringa, preencha inicialmente o
tubo de tampa vermelha para evitar a contaminação com aditivos líquidos de outros
tubos. Até uma pequena quantidade de EDTA pode afetar significativamente a química
sérica.
Ao encher um tubo de tampa roxa (EDTA) ou azul-claro (citrato), sempre adicione o
volume de sangue estipulado no tubo. A adição de um volume maior ou menor do que o
indicado afeta a razão de aditivo por amostra, podendo comprometer os resultados dos
testes.
Ao recuperar o soro através de centrifugação do sangue, sempre permita que a amostra
coagule por completo antes de centrifugar. Caso a centrifugação seja realizada cedo
demais, isso resultará em uma mistura contendo tanto soro como plasma (Quadro 5-1).
 
Quadro 5-1 Erros comuns
Amostras que coagulam durante a coleta podem resultar em:
• agregação plaquetária
• falsa diminuição na contagem celular
• hemólise, caso o sangue seja forçado para dentro do tubo de coleta
A contaminação por EDTA pode provocar:
• falsa diminuição do cálcio
• falso aumento do potássio
• interferência em vários testes específicos
O não preenchimento do tubo de coleta até o volume recomendado pode
resultar em um excesso de anticoagulante (EDTA ou citrato), provocando:
• diminuição do hematócrito e da contagem de células vermelhas (efeito de
diluição)
• alteração da morfologia celular
• resultado incorreto do VCM, HCM, CHCM e hemoglobina
• falso prolongamento dos tempos de coagulação
EDTA, ácido etilenodiaminotetracético; VCM, volume corpuscular
médio; CHCM, concentração de hemoglobina corpuscular média; HCM,
hemoglobina corpuscular média
De IDEXX Reference Laboratories Directory of Tests and Services – 2010, Westbrook, Maine, Estados
Unidos, IDEXX Laboratories.
A maioria dos laboratórios comerciais recomenda a coleta de um volume mínimo de 2
mL de sangue integral para análises bioquímicas de rotina; 2 mL de sangue integral
rendem aproximadamente 1 mL de soro. Espera-se que pacientes desidratados
apresentem um hematócrito (Ht) mais alto e, portanto, talvez seja necessário coletar um
volume maior de sangue para a obtenção de uma amostra de 1 mL de soro.
Ao coletar sangue de um paciente, é essencial a utilização dos seguintes itens:
1. Tubos de tamanho adequado
2. Tubos contendo o aditivo apropriado para o teste desejado
Armazenamento E Envio De Amostras
Estão disponíveis diversos tipos de tubos para a coleta e preservação de amostras. É
essencial que o tipo de tubo de coleta e/ou preservação utilizado contemple as exigências
do teste, conforme definido pelo laboratório.
Para preparar a amostra para o armazenamento e transporte:
1. Estabilize o soro de um tubo com gel separador centrifugando a amostra antes do
envio. Caso a amostra seja enviada pelo correio, é preferível transferir o soro separado
para um tubo de tampa vermelha, com a devida identificação.
 
Nota: Dependendo do teste desejado, o tubo utilizado para coletar a
amostra frequentemente não é o tubo utilizado para submetê-la. Para todos
os testes listados nesta seção, são fornecidas as condições para a coleta e o
envio de amostras.
2. Centrifugue as amostras de sangue em um tubo de tampa vermelha simples e transfira
o soro para outro de tampa vermelha.
3. Refrigere todas as amostras de sangue, fluidos citológicos, tecidos, culturas virais e
urina para urinálise ou cultura, transportando-oscom pacotes de gelo.
4. Não refrigere lâminas submetidas à avaliação citológica caso não estejam coradas ou
fixadas (p. ex., lâminas hematológicas, impressão de tecidos, punção aspirativa por
agulha fina [PAAF]).
5. Mantenha todas as culturas microbiológicas de rotina (exceto urina) e culturas de
sangue à temperatura ambiente.
6. Caso uma amostra deva permanecer congelada para transporte, é necessário gelo seco.
Normalmente, o acondicionamento correto de amostras congeladas é de
responsabilidade do clínico. A maioria dos laboratórios não fornece gelo seco para o
transporte.
Preparação Do Paciente
Para reduzir a probabilidade de lipemia, que pode interferir em diversos testes por
aumentar ou diminuir os resultados, recomenda-se deixar o paciente em jejum por 8 a 12
horas (jejum de uma noite, com livre acesso à água). Quando aplicável, devem constar no
relatório laboratorial comentários sobre a presença e a influência da lipemia e/ou
hemólise. Para testes especiais, a preparação do paciente pode incluir a restrição de
alimento, assim como água e alguns fármacos. É importante seguir as orientações sobre a
preparação do paciente fornecidas nesta seção, ou entre em contato com o laboratório
para instruções específicas.
Minimizando A Hemólise
É possível minimizar a hemólise durante a coleta de sangue através das recomendações a
seguir. Obtenha uma amostra não lipêmica (em jejum), pois a lipemia pode aumentar a
fragilidade das hemácias. Durante a flebotomia, a pressão negativa criada pela seringa ou
tubo a vácuo pode provocar o colapso do lúmen venoso contra a agulha, esmagando um
grande número de hemácias. A agitação do lúmen contra a agulha pode ser cessada
através da redução da pressão negativa exercida durante a coleta e também pelo
reposicionamento da agulha com uma leve rotação ou inserção mais profunda.
 
Nota: Caso o paciente apresente sangue ou soro lipêmicos após jejum de
oito horas, deve-se realizar uma análise lipêmica sérica. Deve-se instruir o
laboratório a não clarificar a amostra antes de determinar os níveis de
lipídios, especialmente triglicerídios.
A pressão negativa excessiva, aplicada conforme o sangue entra na seringa ou no tubo a
vácuo, pode provocar hemólise. Isso ocorre durante uma coleta lenta ou difícil, uma vez
que a tendência natural é empregar uma força negativa maior para aumentar o fluxo
sanguíneo. Geralmente, o problema pode ser resolvido com uma coleta mais paciente e
pela “ordenha” da veia, alternando uma suave pressão negativa com uma curta liberação
de toda a pressão.
Frequentemente, a hemólise ocorre durante a transferência do sangue da seringa para
um tubo a vácuo ou outros tubos. Caso seja utilizada uma agulha de pequeno calibre, a
velocidade da transferência do sangue para tubos de amostra diminui, especialmente se
houver a presença de pequenos coágulos. Forçar o sangue através de uma agulha de
diâmetro pequeno contribui para a hemólise. Este problema pode ser evitado com a
remoção da agulha e da tampa do tubo de amostra, transferindo o sangue diretamente
para o tubo aberto. Para evitar que a tampa do tubo se solte durante o transporte,
recomenda-se aspirar uma pequena quantidade de ar após o fechamento do tubo,
restabelecendo, assim a pressão negativa em seu interior.
Evitando Coágulos E Agregados Plaquetários
A presença de coágulos ou plaquetas agregadas no sangue com anticoagulante é mais
comumente causada pela coleta lenta e o consequente atraso na mistura da amostra com
o anticoagulante apropriado. Caso a venopunção seja traumática, o fluido tissular
(tromboplastina), os fatores de coagulação ativados e a hemólise rapidamente
promoverão a formação de coágulos. O pequeno atraso na transferência, que ocorre
quando se utiliza uma seringa para a coleta, também pode contribuir para o problema.
Para evitar a formação de coágulos, proceda como se segue:
1. Selecione uma veia com bom fluxo sanguíneo – quanto maior, melhor.
2. Minimize o trauma da venopunção.
3. Colete o sangue diretamente em tubos a vácuo com anticoagulantes (p. ex., tubos de
tampa azul-claro [citrato] ou tubos de tampa roxa [EDTA]).
4. Misture bem o conteúdo do tubo, invertendo-o diversas vezes imediatamente após o
preenchimento.
Caso se utilize o método com seringa e se espere uma coleta difícil, é possível
minimizar o potencial de coagulação por meio da lavagem da seringa e da agulha com
uma pequena quantidade de citrato (tubo de tampa azul-claro) ou EDTA (tubo de tampa
roxa) líquido. No entanto, deve-se remover o anticoagulante da seringa antes de
continuar o procedimento, além de tomar o cuidado de combinar o anticoagulante
escolhido com os testes a serem realizados. Até mesmo traços de heparina ou EDTA são
capazes de invalidar testes de coagulação, enquanto o EDTA ou o citrato irão alterar a
acurácia de diversos ensaios químicos. Para a maior parte dos parâmetros de contagem
sanguínea completa e ensaios químicos, é aceitável a presença de uma pequena
quantidade de heparina.
A agregação plaquetária é muito comum em amostras de gatos, sendo provocada pela
agregação por contato. Não há uma técnica efetiva para evitar essa coagulação. Um
método eficaz para aferir o número de plaquetas em gatos consiste em aplicar sangue
fresco diretamente da seringa para uma lâmina, realizando um esfregaço imediatamente
após a coleta.

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