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2
SÚMARIO
1. O BRASIL POLÍTICO: NAÇÃO E TERRITÓRIO 4
 1.1 Conceito de nação e território 4
 1.2 Nação e território brasileiros 4
QUESTÕES 11
 GABARITO COMENTADO 16
2. ORGANIZAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO 19
 2.1 A República Federativa do Brasil 23
 2.2 - O Sistema eleitoral brasileiro 24
 2. 3 - Regionalização do território 27
 QUESTÕES 29
GABARITO COMENTADO 33
	 3.	DIVISÃO	INTER-REGIONAL	DO	TRABALHO	E	DA	PRODUÇÃO	NO	BRASIL	 35
 3.1 Os setores da economia 35
 3.2 - Principais atividades econômicas nas regiões brasileiras atualmente 37
QUESTÕES 43
GABARITO COMENTADO 48
4.	A	ESTRUTURA	URBANA	BRASILEIRA	E	AS	GRANDES	METRÓPOLES	 51
 4.1 Espaço urbano brasileiro 51
 4.2 Hierarquia Urbana 57
 4.3 - Nova hierarquia urbana 58
 4.4 - A rede urbana brasileira 60
4.5 - Problemas urbanos nas grandes metrópoles 64
 QUESTÕES 66
 GABARITO COMENTADO 71
	5.	DISTRIBUIÇÃO	ESPACIAL	DA	POPULAÇÃO	NO	BRASIL	E	MOVIMENTOS	
MIGRATÓRIOS INTERNOS. 74
 5.1 Distribuição da população pelo território nacional 77
 5.2 População urbana e rural 79
3
 5.3 Movimentos migratórios internos 79
QUESTÕES 82
GABARITO COMENTADO 86
 6. INTEGRAÇÃO ENTRE INDUSTRIA E ESTRUTURA URBANA E SETOR AGRÍCOLA 
NO BRASIL 88
 6.1 - Indústria no Brasil 88
QUESTÕES 97
GABARITO COMENTADO 102
7. REDE DE TRANSPORTE NO BRASIL: MODAIS E PRINCIPAIS INFRAESTRUTURAS 
104
	 QUESTÕES	 115
 GABARITO COMENTADO 120
 8. A INTEGRAÇÃO DO BRASIL AO PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DA 
ECONOMIA 122
 8.1 - Globalização 122
 8.2 – As fases da Globalização 122
 8.3 – As empresas transnacionais 124
 8.4 - Globalização cultural 125
 8.5 - Globalização no Brasil 125
 8.6 - Processo histórico-econômico do Brasil 126
 8.7 - Divisão internacional do trabalho 126
 QUESTÕES 140
	 GABARITO	COMENTADO	 145
 10. MACRODIVISÃO NATURAL DO ESPAÇO BRASILEIRO: BIOMAS, DOMÍNIOS E 
ECOSSISTEMAS 148
 10.1 - Domínios morfoclimáticos do Brasil 148
 10.2 - Impactos ambientais sobre os domínios morfoclimáticos do Brasil 154
 10.3 - Os Biomas brasileiros 155
 QUESTÕES 160
GABARITO COMENTADO 164
4
1. O BRASIL POLÍTICO: NAÇÃO E TERRITÓRIO 
 1.1 Conceito de nação e território 
 Uma nação representa um agrupamento humano que possui características 
em comum como o idioma, práticas culturais e sociais, sentimento de pertencimento, 
entre outros que proporcionam coesão para um povo, produzindo unidade étnica e 
histórica. É muito importante ressaltar que nem toda nação possui território ou está 
organizada em um Estado. Dois ótimos exemplos: os Curdos, que são uma nação sem 
território que vivem historicamente em áreas do Irã, Iraque, Síria, Turquia e Armênia, 
reivindicando desde o início do século XX um território para a criação do estado do 
Curdistão; o estado espanhol, que possui uma diversidade de nações no mesmo 
território, como os catalães, os bascos e os galegos, que possuem forte movimento 
separatista. 
 O território é uma área continental ou insular delimitada por fronteiras em que 
um Estado exerce a sua soberania e onde um povo desenvolve suas práticas culturais, 
sociais e econômicas.
 1.2 Nação e território brasileiros
 A nação brasileira começou a se formar a partir da colonização desenvolvida 
pelos portugueses, pois foi esse processo histórico que possibilitou a consolidação 
da nacionalidade brasileira. É necessário salientar que o território brasileiro era 
ocupado por diversas nações indígenas antes da chegada dos europeus, em grupos 
tribais. Essa ocupação ainda não é totalmente conhecida arqueologicamente, estudos 
recentes indicam que já existiam povos na Amazônia há cerca de 3000 anos.
 Dessa forma, a nação brasileira começa a se formar a partir dos portugueses 
vindos com o objetivo de conquistar e ocupar, dos indígenas que tiveram contato 
com os conquistadores e dos povos africanos trazidos como mão de obra escrava. 
A miscigenação foi uma forte característica da formação do povo brasileiro, 
proporcionando características fenotípicas peculiares, possibilitando o surgimento de 
um povo completamente novo.
Surgimos da confluência, do entrechoque e do caldeamento do invasor 
português com índios silvícolas e campineiros e com negros africanos, uns e 
outros aliciados como escravos. Nessa confluência, que se dá sob a regência 
dos portugueses, matrizes raciais díspares, tradições culturais distintas, 
formações sociais defasadas se enfrentam e se fundem para dar lugar a 
um povo novo, num novo modelo de estruturação societária. Novo porque 
surge como uma etnia nacional, diferenciada culturalmente de suas matrizes 
formadoras, fortemente mestiçada, dinamizada por uma cultura sincrética e 
singularizada pela redefinição de traços culturais delas oriundos. Também 
novo porque se vê a si mesmo e é visto como uma gente nova, um novo 
gênero humano diferente de quantos existam. Povo novo, ainda, porque é um 
novo modelo de estruturação societária, que inaugura uma forma singular de 
organização socioeconômica, fundada num tipo renovado de escravismo e 
numa servidão continuada ao mercado mundial. RIBEIRO, Darcy. O Povo Brasileiro: A 
formação e o sentido do Brasil. Segunda edição. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. 
5
 Ao longo da história outros povos, principalmente alemães, árabes, espanhóis, 
italianos e japoneses, também contribuíram para essa formação, produzindo outras 
variáveis étnicas-culturais e aprofundando sua complexidade. 
 
 O território brasileiro possui uma extensão de 8.510.345,538 km², ocupando a 
quinta posição entre os maiores países do mundo, ficando atrás da Rússia, Canadá, 
China e Estados Unidos. É banhado pelo oceano atlântico em sua porção leste ao 
longo de 10.959 Km de sua costa, com 280 municípios distribuídos por 17 unidades da 
federação defrontantes com o mar. O mar territorial brasileiro é de 12 milhas náuticas 
(22,2 Km) a partir da costa, as 12 milhas náuticas seguintes formam a zona contígua, 
onde o país pode controlar o trânsito de navios de outros países, mas não o proibir. Uma 
fronteira de 200 milhas náuticas (370 Km) a partir da costa forma a Zona Econômica 
Exclusiva (ZEE), onde o Brasil tem direitos de soberania para fins de exploração e 
aproveitamento, conservação e gestão dos recursos naturais, vivos ou não-vivos, das 
águas sobrejacentes ao leito do mar, do leito do mar e seu subsolo, e no que se refere 
a outras atividades com vistas à exploração e ao aproveitamento da zona para fins 
econômicos. Um bom exemplo de recurso explorado nessa área são as reservas de 
petróleo do pré-sal. Em 2004 o Brasil solicitou à ONU estender a sua soberania sobre 
a área de mar acima da plataforma continental para até 350 milhas náuticas (648 Km), 
conforme prevê as regras da Convenção dos Direitos do Mar das Nações Unidas, em 
vigor desde 1994 e da qual o Brasil é signatário. A plataforma continental é considerada 
internacionalmente uma extensão do solo do país, até o início da região abissal. No 
Brasil, a plataforma continental ultrapassa 200 milhas náuticas em grande parte do seu 
litoral. Caso ocorra a concessão, essa extensão de mais 150 milhas concede direitos 
sobre as riquezas do assoalho e do subsolo oceânico, incluindo os seres vivos do solo 
marítimo, porém sem exclusividade para a pesca de seres que nadam.
6
 
 
 
 Faz fronteira com 10 dos 12 países 
da América do sul com extensão total de 
16.884 Km. São 588 municípios localizados 
na faixa de fronteira distribuídos por 11 
unidades da federação. Dois terços de 
toda a extensão da faixa de fronteira estão 
situadas na Região Norte, com destaque 
para os estados do Amazonas e do Acre. 
As regiões Sul e Centro-Oeste também 
têm terras situadas na área fronteiriça. Os 
estados do Sul são os que concentram a 
maior quantidade de municípios na faixa de 
fronteira, com 196 no Rio Grande do Sul, 
139 no Paraná e 83 em Santa Catarina.
 
 
7
 O país conta com uma enorme extensão latitudinal e longitudinal, podendoser 
classificado como um território equidistante, já que a longinquidade entre norte/sul e 
leste/oeste são similares.
 
 
 
 1.1 Expansão territorial
 A ocupação e formação territorial brasileira foram fundamentalmente pautadas 
pelos tratados territoriais e ciclos econômicos, portanto é necessário compreender 
as relações políticas, econômicas e sociais ocorridas ao longo desse período.
 Esse processo de expansão territorial ocorreu seguindo a lógica da ocupação 
e apropriação de terras ao longo da evolução histórica do país. Para os portugueses 
representou a oportunidade de conquistar, povoar e explorar novas terras e para os 
povos indígenas representou uma contínua perda de territórios e genocídios.
 A lógica imperialista dos portugueses financiou expedições que conquistaram 
extensas áreas para além dos limites a que Portugal tinha direito, através de acordos, 
negociações e conflitos.
 Tratado de Tordesilhas - 1494
 Documento assinado entre Espanha e Portugal, sob intermédio da Igreja 
Católica, que definiu a delimitação das posses coloniais por meio de um meridiano 
traçado no mapa localizado a 370 léguas de Cabo Verde. O território a oeste da linha 
8
do tratado seria espanhol e a leste português
 Trinta anos após o desembarque em 1500, a coroa portuguesa logo mudou 
suas intenções políticas e econômicas em relação à nova colônia devido aos fatores a 
seguir:
 - Possibilidade de lucro com o desenvolvimento de atividades econômicas, 
frente à concorrência de outras nações;
 - Aumento da pressão estrangeira nas áreas litorâneas da colônia;
 - Busca por metais preciosos;
 - Povoamento e ocupação.
 A primeira expedição colonizadora ocorreu em 1531 sob o comando de 
Martim Afonso de Souza, onde foi fundada São Vicente (SP), a primeira vila do Brasil. 
A organização colonial se deu através das capitanias hereditárias a partir de 1534, 
onde o território foi fracionado em quinze territórios, todos banhados pelo mar, com 
medição entre 10 e 100 léguas (233 a 2330 Km²), cedidos aos capitães donatários, 
responsáveis por sua gestão. Com o transcorrer do tempo, os portugueses passaram 
a invadir o território espanhol, que não conseguia se defender dessas incursões 
efetivamente devido à vastidão dos seus domínios.
 A União Ibérica, que perdurou entre 1580 a 1640, foi muito significativo na 
formação do território brasileiro ao acabar com as fronteiras estabelecidas pelo Tratado 
de Tordesilhas. Proporcionou a ampliação dos limites territoriais tanto ao norte, com a 
conquista efetiva do Maranhão, quanto ao sul, expandindo a fronteira na região platina.
 Foi neste período que se inaugurou a expansão para o interior do território. As 
primeiras expedições dos bandeirantes foram estruturadas em 1580, em São Paulo, 
desenrolando-se por todo o período da dominação espanhola.
 A primeira grande bandeira com o objetivo de capturar e escravizar índios 
ocorreu em 1558, no sertão dos Carijós, levando à ocupação progressiva do interior do 
Brasil e à expansão da faixa litorânea ocupada pelos portugueses no início do século 
XVI. Neste período, entre outras, também ocorreram a conquista da Paraíba (1584), as 
guerras travadas contra os índios no norte da Bahia, atual Sergipe (1589), a bandeira 
a Goiás (1592), as primeiras investidas dos bandeirantes paulistas à região de Minas 
Gerais (1596) e a bandeira apresadora de índios na região do baixo Paraná (1604).
 O Tratado de Lisboa - 1681 
 Tratou da devolução da Colônia do Sacramento, ocupada pelos espanhóis no 
ano de sua fundação. O apoio da Inglaterra foi decisivo para Portugal conseguir essa 
vitória diplomática. A saída das forças espanholas só se dá efetivamente em 1683.
 No final do século XVII, a descoberta de ouro na região de Minas Gerais foi de 
grande importância para a expansão territorial e a nova organização administrativa da 
9
colônia. Devido à afluência de populações em busca de riqueza, a crescente demanda 
por suprimentos na região de Minas levou o Brasil a se expandir para o Rio Grande, 
incentivando a criação de gado vários outros tipos de rebanhos.
 Na área de descoberta do ouro foram instituídas as capitanias do Rio de 
Janeiro, São Paulo e Minas. Uma intervenção mais concreta da coroa portuguesa na 
região de Minas Gerais ocorreu após a “guerra dos emboabas” em 1709, conflito entre 
bandeirantes paulistas e forasteiros em busca de ouro e pedras preciosas. Minas foi 
desmembrada da capitania do Rio de Janeiro, tendo sido criada a capitania de São 
Paulo, em substituição à de São Vicente, adquirida em 1710 pela Coroa. Além dela, 
outras foram compradas, como as de Pernambuco (1716) e Espírito Santo (1718), dando 
nova condição à administração portuguesa na colônia, mais presente e interiorizada.
 Primeiro Tratado de Utrecht – 1713
 Firmado entre Portugal e França, estabeleceu as fronteiras portuguesas do 
norte do Brasil, reconhecendo o rio Oiapoque como limite natural entre a Guiana e a 
Capitania do Cabo do Norte.
 Segundo Tratado de Utrecht – 1715
 Firmado entre Portugal e Espanha tratando da devolução da Colônia de 
Sacramento a Portugal pela segunda vez.
 Tratado de Madri – 1750
 Reorientou as fronteiras entre as Américas Portuguesa e Espanhola, tornando 
nulo o Tratado de Tordesilhas. Foi usado o princípio “uti possidetis”, que considera 
a propriedade da terra para quem efetivamente a ocupa. Dessa forma, houve uma 
definição das fronteiras brasileiras, onde Portugal garantia o controle da maior parte 
da Bacia Amazônica, enquanto a Espanha controlava a maior parte da bacia do Prata. 
 Tratado de Santo Ildefonso – 1777
 Corroborou o Tratado de Madri e possibilitou a devolução da ilha de Santa 
Catarina a Portugal, enquanto a Colônia de Sacramento e a região dos Sete Povos 
ficaram para a Espanha.
 No final do século XVIII, Portugal enfrentou insurreições no Brasil que tinham 
como objetivo a separação da Metrópole. Exemplos disso foram as conjurações de 
Minas Gerais (1789), Rio de Janeiro (1794), Bahia (1798) e Pernambuco (1801).
 Tais movimentos verteram na independência do Brasil em 1822, entretanto 
esse processo não impactou o território brasileiro. O grande empecilho enfrentado 
pelo Império (1822-1889) foi o de manter e estabelecer a unidade territorial em meio 
aos inúmeros levantes locais.
 
10
 Tratado de Badajoz – 1801
 Firmado entre Espanha e Portugal, tratou da anexação definitiva dos Sete Povos 
das Missões ao território brasileiro. 
Com a declaração da República em 1889, as províncias do império foram transformadas 
em estados da República Federativa do Brasil.
 Tratado de Petrópolis – 1903
 Proporcionou a incorporação do território do Acre ao Brasil, através de 
negociação liderada pelo Barão do Rio Branco com a Bolívia.
 Com o território adquirindo as proporções atuais, as transformações que 
ocorreram nas décadas seguintes foram internas, com o desmembramento de estados 
para a criação de novos e a transformação de territórios em estados.
 
 
11
QUESTÕES
 1)	CEBRASPE	(CESPE)	-	Analista	I	(IPHAN)/Área	2/2018	
 Julgue o item a seguir, com relação aos traços gerais da organização e da 
formação do espaço geográfico brasileiro na época da incorporação do Brasil ao 
império português.
 Nesse período, a produção dos espaços geográficos teve por base a formação 
de sucessivas áreas de atração e repulsão.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 2)	CEBRASPE	(CESPE)	-	Analista	I	(IPHAN)/Área	2/2018 
 Julgue o item a seguir, com relação aos traços gerais da organização e da 
formação do espaço geográfico brasileiro na época da incorporação do Brasil ao 
império português.
 A mineração foi uma atividade urbanizadora, principalmente para efetivar uma 
maior integração espacial interna no litoral do Brasil.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 3)	CEBRASPE	(CESPE)	-	Diplomata	(Terceiro	Secretário)/2017	
 No que se refere a fatores que contribuíram para a configuração do território da 
América portuguesa colonial, julgue o item a seguir.
 Pelo Tratadode Madri, de 1750, a Espanha aceitou a posse portuguesa do Mato 
Grosso, da Amazônia e da margem oriental do rio da Prata.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 4)	CEBRASPE	(CESPE)	-	Diplomata	(Terceiro	Secretário)/2017	
No que se refere a fatores que contribuíram para a configuração do território da América 
portuguesa colonial, julgue o item a seguir.
 Com o Tratado de Badajoz, de 1801, a posse da região dos Sete Povos, no oeste 
gaúcho, passou à Espanha, mas o território foi retomado pelos portugueses em 1816.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
12
 5)CEBRASPE	(CESPE)	-	Diplomata	(Terceiro	Secretário)/2017 
 No que se refere a fatores que contribuíram para a configuração do território da 
América portuguesa colonial, julgue o item a seguir.
 A linha divisória entre Portugal e Espanha estabelecida pelo Tratado de 
Tordesilhas não abrangia o Pacífico, mas apenas o Atlântico.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
	 6)	CEBRASPE	(CESPE)	-	Analista	Administrativo	(ANTT)/Ciência	Política/2013
 No processo de colonização do Brasil, considerações políticas levaram a Coroa 
Portuguesa à convicção de que era necessário colonizar a nova terra, sendo que a 
expedição de Martin Afonso de Souza foi um marco dessa nova diretriz.
 Boris Fausto. Histórica Concisa do Brasil. São Paulo: Editora Edusp, 2012, p.18.
 A respeito desse período e da referida política, julgue o item seguinte.
 A união Ibérica, união das Coroas Portuguesa e Espanhola, provocou a não 
observância do tratado de Tordesilhas, o que permitiu a penetração de desbravadores 
portugueses no Brasil Central e na Amazônia Ocidental.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 7)	CEBRASPE	(CESPE)	-	Diplomata	(Terceiro	Secretário)/2012	|	Julgue	(C	ou	
E)	o	próximo	item,	relativo	à	formação	histórica	do	território	brasileiro.
 A formação histórica do território brasileiro iniciou-se com a assinatura do 
Tratado de Madri, que determinou, por meio da criação de uma linha imaginária, o 
primeiro limite territorial da colônia portuguesa nas Américas.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 8)	CEBRASPE	(CESPE)	-	Diplomata	(Terceiro	Secretário)/2016
 País de território misto, marcado a um só tempo pela continentalidade e 
maritimidade, o Brasil tem, na análise dos clássicos da teoria geopolítica relacionados 
ao poder naval (Mahan) e na da teoria do poder terrestre (Mackinder), importantes 
questões para a discussão de uma visão estratégica contemporânea, em um contexto 
em que há um importante aumento da estrutura política e econômica do país no cenário 
13
mundial.
 Ronaldo Gomes Carmona. Geopolítica clássica e geopolítica brasileira contemporânea: Mahan e 
Mackinder e a “grande estratégia” do Brasil para o Século XXI. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2012 (com 
adaptações).
 Tendo como referência inicial o trecho do texto de Ronaldo G. Carmona, julgue 
o item seguinte, acerca de continentalidade, maritimidade e geopolítica brasileira no 
século XXI.
 A vasta extensão territorial do Brasil, que corresponde a 47% do território 
sul-americano, indica a necessidade de segurança das fronteiras com seus países 
vizinhos, de responsabilidade dos órgãos de segurança pública, da Secretaria da 
Receita Federal e das forças armadas.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 9)	CEBRASPE	(CESPE)	-	Diplomata	(Terceiro	Secretário)/2016
 País de território misto, marcado a um só tempo pela continentalidade e 
maritimidade, o Brasil tem, na análise dos clássicos da teoria geopolítica relacionados 
ao poder naval (Mahan) e na da teoria do poder terrestre (Mackinder), importantes 
questões para a discussão de uma visão estratégica contemporânea, em um contexto 
em que há um importante aumento da estrutura política e econômica do país no cenário 
mundial.
 Ronaldo Gomes Carmona. Geopolítica clássica e geopolítica brasileira contemporânea: Mahan e 
Mackinder e a “grande estratégia” do Brasil para o Século XXI. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2012 (com 
adaptações).
 Tendo como referência inicial o trecho do texto de Ronaldo G. Carmona, julgue 
o item seguinte, acerca de continentalidade, maritimidade e geopolítica brasileira no 
século XXI.
 O fato de o Brasil possuir um vasto litoral com importantes reservas de recursos 
naturais é, por si só, indicativo de que o país deve investir na força naval de defesa de 
seu território oceânico.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 10)	 CEBRASPE	 (CESPE)	 -	 Analista	 Ambiental	 (IBAMA)/Tema	 1/
Licenciamento	Ambiental/2013
 No debate sobre a construção do Estado nacional brasileiro, parte-se do 
pressuposto de que esse processo se consolidou no cerne de uma valorização 
fragmentária de suas variantes estéticas, conformando uma controversa ideologia 
espacial de sentido identitário à nação. Progresso, modernização e integração 
14
territorial emergem como palavras de ordem no elo entre a nação imaginada no Brasil 
Imperial e a nação tal como se concretiza ao longo do século XX, apesar do discurso e 
das ações em resgate à cultura síntese de brasilidade.
 Everaldo B. Costa e Júlio C. Suzuki. A ideologia espacial constitutiva do Estado nacional brasileiro. In: 
Anais do XII Colóquio Internacional de Geocrítica, Bogotá, 2012, p. 1 (com adaptações).
 Com relação aos assuntos abordados no texto acima, julgue o item seguinte.
 Cultura, identidade, território e política, que são elementos constituintes da 
nação, devem ser entendidos de forma individualizada: a interdependência entre esses 
elementos não caracteriza a essência do território e, ao mesmo tempo, impossibilita 
interpretá-lo, do plano material ao simbólico, no trânsito de elemento de domínio do 
Estado ao plano significante de empoderamento coletivo.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 11)	 CEBRASPE	(CESPE)	-	Oficial	de	Inteligência/Código	11/2004 
 A Amazônia foi alvo de diversos planos e projetos de desenvolvimento. Diante 
do papel assumido pela região nas últimas décadas, a visão do vazio populacional não 
vigora mais.
 Acerca desse assunto, julgue o seguinte item.
 Apesar de fazer limite com diversos países, a Amazônia brasileira goza de 
estabilidade e segurança em suas fronteiras com esses países. Contribui para essa 
segurança o maciço florestal, que constitui uma barreira natural à invasão e à ocupação.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 12)	CEBRASPE	(CESPE)	-	Analista	I	(IPHAN)/Área	2/2018
 Julgue o item a seguir, com relação aos traços gerais da organização e da 
formação do espaço geográfico brasileiro na época da incorporação do Brasil ao 
império português.
 A mineração foi uma atividade urbanizadora, principalmente para efetivar uma 
maior integração espacial interna no litoral do Brasil.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
15
	 13)	 CEBRASPE	(CESPE)	-	Soldado	(CBM	CE)/2014
 A respeito da formação e configuração atual do território brasileiro, julgue o 
próximo item.
 Atualmente, o território brasileiro, do ponto de vista da integração, é mais 
articulado do que no século passado, dada a maior presença de redes urbanas em 
diferentes regiões.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 14)	 CEBRASPE	 (CESPE)	 -	 Analista	 Ministerial	 (MPE	 TO)/Especializado/
Geografia/2006
 Nas últimas pesquisas, destacam-se mudanças no quadro demográfico 
brasileiro.
 Com referência às suas características e tendências observadas, julgue o item 
que se segue.
 Uma característica da população brasileira é a sua concentração espacial, 
devendo ser considerado, entretanto, sua atual tendência de redistribuição no território 
nacional.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 15)	 CEBRASPE	 (CESPE)	 -	 Analista	 de	 Controle	 Externo	 (TCE	 AC)/
Geografia/2006
 Dinamicidade é uma característica importante do processo de formação 
territorial brasileiro. Acerca desse tema, julgue o item que se segue.
 Em função do processo de desenvolvimento industrial vivido pelo Brasil e seus 
fatores, as maiores metrópoles brasileiras encontram-se na regiãoSudeste.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
16
 GABARITO COMENTADO
 1. CERTO
 Refere-se aos diferentes ciclos econômicos que foram desenvolvidos na 
colônia, impulsionando a migração para as áreas de atração.
 2. ERRADO
 A mineração foi uma atividade urbanizadora, principalmente para efetivar 
uma maior integração espacial interna no interior do Brasil, onde essa atividade foi 
desenvolvida efetivamente.
 3. ERRADO
 O Tratado de Madri (1750) foi firmado após o fim da União Ibérica (1580-1640), 
representando o estabelecimento das novas fronteiras entre a América portuguesa e 
a espanhola. Ficou acordado que Portugal teria o controle sobre o território do atual 
Mato Grosso e da Amazônia, bem como da bacia do rio Amazonas e a Espanha ficaria 
com a colônia de Sacramento, localizada no atual território do Uruguai e garantindo o 
controle do estuário do Prata. 
 4. ERRADO
 O Tratado de Badajoz foi firmado em 1801 onde Portugal assinava com a 
Espanha o fechamento de seus portos para a Grã-Bretanha, restituição de algumas 
fortificações perdidas e estabelecia uma trégua entre os reinos. A região dos Sete 
Povos das Missões foi tomada por Portugal antes do reconhecimento do tratado, que 
posteriormente conferiu posse da região dos Sete Povos à Portugal.
 5.	CERTO	
 O Tratado de Tordesilhas foi assinado em 1494 entre Espanha e Portugal, com o 
objetivo de estabelecer fronteiras coloniais desses reinos, regulando as áreas a serem 
dominadas no Oceano Atlântico. 
 
17
 6. CERTO
 A União Ibérica unificou os reinos e consequentemente promoveu uma 
flexibilização do Tratado de Tordesilhas, possibilitando o aprofundamento da ocupação 
portuguesa no interior do território.
 7. ERRADO
 Na verdade, o primeiro limite territorial da colônia portuguesa nas Américas foi 
definido pelo Tratado de Tordesilhas, que deu início à formação histórica do território 
brasileiro.
 8. CERTO
 Afirmativa correta, principalmente devido à extensão da fronteira terrestre do 
Brasil, que faz divisa com 10 dos 12 países da América do sul com extensão total de 
16.884 Km. São 588 municípios localizados na faixa de fronteira distribuídos por 11 
unidades da federação.
 9. CERTO
 Existem importantes ecossistemas com grande biodiversidade no território 
oceânico brasileiro, que também é uma região de caráter militar estratégico. Dessa 
forma, o país deve investir pesado na força naval de defesa da sua Zona Costeira.
 10. ERRADO
 Cultura, identidade, território e política, que são elementos constituintes da 
nação, devem ser entendidos de forma conjunta: a interdependência entre esses 
elementos caracteriza a essência do território e, ao mesmo tempo, possibilita 
interpretá-lo, do plano material ao simbólico, no trânsito de elemento de domínio do 
Estado ao plano significante de empoderamento coletivo.
 11. ERRADO
 As fronteiras da Amazônia brasileira com outras nações são instáveis e com 
pouca segurança, tornando-as suscetíveis a atividades criminosas. O maciço florestal 
dificulta a fiscalização e o patrulhamento da região, colocando a soberania nacional 
18
 13. CERTO
Atualmente, a maior presença de redes urbanas em diferentes regiões tornou o território 
brasileiro mais bem articulado, através das redes de transporte e comunicação.
 14. CERTO
 A concentração espacial da população brasileira está relacionada com o 
contexto histórico de ocupação do território e com a urbanização promovida pelo 
processo de industrialização do país. Sua atual tendência de redistribuição no território 
nacional deve-se à desconcentração industrial.
	 15.	 	CERTO
O processo de desenvolvimento industrial vivido pelo Brasil iniciou-se na região sudeste 
e se polarizou ali durante muitas décadas, proporcionando a intensa metropolização 
da região.
ameaçada.
 12. ERRADO
 A mineração foi uma atividade urbanizadora, principalmente para efetivar uma 
maior integração espacial interna no interior do Brasil, nas áreas onde esse ciclo 
econômico ocorreu.
 13. CERTO
Atualmente, a maior presença de redes urbanas em diferentes regiões tornou o território 
brasileiro mais bem articulado, através das redes de transporte e comunicação.
 14. CERTO
 A concentração espacial da população brasileira está relacionada com o 
contexto histórico de ocupação do território e com a urbanização promovida pelo 
processo de industrialização do país. Sua atual tendência de redistribuição no território 
nacional deve-se à desconcentração industrial.
 15.	 	CERTO
 O processo de desenvolvimento industrial vivido pelo Brasil iniciou-se na 
região sudeste e se polarizou ali durante muitas décadas, proporcionando a intensa 
metropolização da região.
19
2. ORGANIZAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO
 A História do Brasil é dividida, de forma geral, em três períodos principais: 
Período Colonial, Período Imperial e Período Republicano. São períodos históricos que 
tem distintas organizações políticas e territoriais.
 Período	Colonial
O território do Brasil começou a ser colonizado de forma mais efetiva em razão da 
preocupação que Portugal passou a ter com as ameaças de invasões das terras 
brasileiras por outras nações, como viriam a ocorrer décadas depois. O primeiro 
sistema de ocupação e administração colonial foi o das Capitanias Hereditárias, 
que, posteriormente, foi regido pelo Governo Geral, que tinha o objetivo de organizar 
melhor a ocupação do território, bem como desenvolvê-lo. O período do Brasil Colonial 
estendeu-se até o início do século XIX, até o ano de 1808,	momento	em	que	a	Família	
Real foge de Portugal e se refugia no Brasil, integrando-o ao Reino	Unido	de	Portugal,	
Brasil	e	Algarves. Foi nesse período em que se desenvolveram importantes atividades 
para a economia e a sociedade	açucareira	e, depois, também em relação a economia	
e	a	sociedade	mineradora. Dataram ainda do período Colonial as muitas Rebeliões 
Nativistas e Rebeliões Separatistas, merecendo destaque especial a Inconfidência 
Mineira.
 Período	Imperial
 O Brasil Império (1822-1889) foi um período na história brasileira em que se 
deram grandes transformações políticas e econômicas. Dividido em três fases, o 
Primeiro Reinado (1822-1831), o Período Regencial (1831-1840) e o Segundo Reinado 
(1840-1889), concentrou também a formação de instituições importantes, que 
permanecem até os dias de hoje, como as Forças Armadas e o Instituto Histórico e 
Geográfico Brasileiro (IHGB), além de projetos de infraestrutura fundamentais para o 
desenvolvimento econômico já no século XX e todo um imaginário político e simbólico 
sobre o Brasil enquanto nação.
 Ao contrário do que a historiografia tradicional apontou durante muitos anos, 
não se tratou de um período “pacífico”, de poucos conflitos, em comparação com os 
processos de independência e crises políticas dos vizinhos sul-americanos. Toda a 
formação do Brasil, enquanto nação autônima, cercou-se de um histórico de disputas 
violentas interna e externamente, sendo um dos exemplos mais mencionados a Guerra 
do Paraguai (1864-1870), que deixou marcas profundas no Brasil e seus vizinhos 
envolvidos, Paraguai, Argentina e Uruguai.
 O período imperial teve fim em 15 de novembro de 1889, com a Proclamação da 
República no Brasil. 
20
 
 
 
	 Período	Republicano	
 A Proclamação da República se deu como resultado de um golpe militar que 
derrubou a monarquia luso-brasileira, que se enfraqueceu a partir do momento em 
que esse regime perdeu o apoio das elites econômicas do país. Isso aconteceu, 
principalmente, pela insatisfação de dois grupos muito importantes naquele momento: 
o	Exército	e	a	elite	cafeeira	paulista.
 Alguns estudiosos também levantam a hipótese de que o desgaste nas relações 
da monarquia com a Igreja	e	com	a	elite	cafeeira	do	Vale	do	Paraíba foram fatores 
relevantes. O historiador Boris Fausto, no entanto, comenta que o papel desses grupos 
na Proclamação da República é muito pequeno, uma vez que não dispunham de grande 
força de transformação política no Brasil.
 A década de 1880vivenciou uma crise política crônica no país. No final desse 
período, a conspiração contra a monarquia ganhou força no Exército. Poucos dias 
antes do golpe que resultou na Proclamação da República, os conspiradores reuniram-
se com o marechal Deodoro da Fonseca para convencê-lo a aderir ao golpe.
 Com a Proclamação da República, foi formado um governo	 provisório no 
qual o marechal Deodoro da Fonseca foi nomeado o presidente provisório. Algumas 
mudanças foram tomadas de imediato, como a mudança da Bandeira Nacional e a 
elaboração de uma nova Constituição, que foi promulgada em 1891.
 Com a Proclamação da República, importantes mudanças aconteceram na 
estrutura política do país: o Brasil tornou-se um país federalista, isto é, as províncias 
21
(renomeadas agora de estados) passaram a ter mais autonomia em relação ao Governo 
Federal, e foi adotado o presidencialismo, como determinou a Constituição de 1891. 
A princípio o cargo de presidente tinha duração de quatro anos.
 O regime republicano brasileiro tem uma história centenária e, ao longo de sua 
existência e podemos dizer que existiram neste período seis	diferentes	repúblicas, 
cada qual com características distintas.
 Primeira	República	(1889-1930)
 A Primeira República, também chamada de República	 Velha	 ou	 República	
Oligárquica, teve como grandes características o clientelismo, o coronelismo e o 
mandonismo. O clientelismo pode ser definido por uma troca de favores em que alguém 
concede algo em troca de benefícios políticos. Já o coronelismo é definido pelo poder 
exercido pelos coronéis, grandes proprietários de terra, sobre a população, exigindo-
lhe voto como forma de atender aos interesses da oligarquia. Por fim, o mandonismo é 
o controle que os grandes proprietários de terra exerciam sobre a população comum. 
Outras marcas desse período foram a Política do Café com Leite e a Política	 dos	
Governadores.
 Era	Vargas	(1930-1945)
 Nesse recorte do período republicamos, estão incluídos tanto a Segunda 
República (1930-1937) quanto a Terceira República ou Estado Novo (1937-1945). No 
caso da Era Vargas, algumas características importantes foram: a centralização do poder 
no Executivo, a política de massas de Vargas na questão trabalhista, o fortalecimento da 
propaganda política, sobretudo durante o Estado Novo, e a capacidade de negociação 
de Vargas, que conseguia conciliar grupos com interesses diversos em benefício 
próprio. No caso do Estado Novo, destacam-se ainda o autoritarismo do governo e a 
imposição de censura.
 Quarta	República	(1945-1964)
 No estudo da Quarta República, é muito complicado fazer a definição de 
características abrangentes a respeito de todo o período, uma vez que cada governo 
possuía interesses diversos e até mesmo uma plataforma ideológica distinta. De toda 
forma, muitos definem esse período como a fase do populismo na política brasileira.
 Essa definição, no entanto, tem sido vista com muitas ressalvas pelos 
historiadores porque a definição clássica de populismo não abarca todas as 
características políticas da Quarta República. De toda forma, a Quarta República pode 
ser caracterizada por ser um período minimamente democrático na história do nosso 
país. O número de eleitores cresceu consideravelmente por causa da Constituição	
22
de	1946, que dava sufrágio universal para homens e mulheres maiores de 18 anos e 
alfabetizados. A vida partidária também cresceu de maneira considerável, e surgiram 
partidos de grande alcance nacional, como o PTB,	PSD	e	UDN.
 Além disso, destaca-se também o crescimento das demandas populares, que 
apresentavam grandes exigências em torno de melhorias no sistema educacional do 
país, da realização da reforma agrária e de uma política econômica que trouxesse ganhos 
para o estilo de vida do trabalhador. Essa experiência democrática foi interrompida 
com o Golpe Militar de 1964.
 Ditadura	Militar	(1964-1985)
 A Ditadura Militar, como o nome já sugere, foi um período ditatorial em que 
o nosso país foi governado de maneira autoritária pelos militares. A ditadura ficou 
caracterizada pelo terrorismo	de	Estado, isto é, pelas ações de terror praticadas ou 
incentivadas pelo governo. Os grandes símbolos desse período foram os	sequestros,	
a	tortura	e	o	assassinato	de cidadãos por agentes governamentais ou por milícias 
apoiadas pelo governo. 
 A ditadura também ficou marcada por uma política econômica que logo de 
início procurou combater os direitos dos trabalhadores. Sendo assim, os salários 
foram mantidos baixos, houve redução de direitos dos trabalhadores (como aconteceu 
quando o FGTS foi criado) e as greves eram duramente reprimidas.
 Por fim, os gastos astronômicos dos governos militares contribuíram para 
aumentar a dívida externa do Brasil e o crescimento da inflação. A censura e o 
autoritarismo também eram marcas fortes desse período, o que impedia um combate 
transparente à corrupção.
 Nova	República	(1985	à	atualidade)
 Com o final da ditadura, foi iniciada uma nova fase democrática em nosso país: a 
Nova	República. Foram marcas da democratização que o Brasil sofreu nesse período o 
crescimento da vida partidária e o aumento considerável do número de eleitores, já que 
23
podem votar no Brasil todas as pessoas maiores de 16 anos, incluindo os analfabetos.
 Outro grande marco importante desse período foi a Constituição de 1988, 
conhecida como Constituição Cidadã, que possui muitos artigos que garantem 
direitos sociais à população brasileira. Apesar disso, esse período também é passível 
de críticas, já que muitas áreas do país, como saúde e educação, seguem caóticas, e 
os grandes níveis de corrupção impedem o desenvolvimento do país.
 2.1 A República Federativa do Brasil
 O Brasil é uma República Federativa formada pela União, por 26 Estados, pelo 
Distrito Federal e por 5.568 Municípios, constitui-se como um Estado democrático 
de direito. Esse sistema federal permite que o governo central represente as várias 
entidades territoriais que possuem interesses em comum: relações exteriores, defesa, 
comunicações, etc. Ao mesmo tempo, permite que essas entidades mantenham suas 
próprias identidades, leis e planos de ação. Os estados possuem autonomia política, 
desde que não vá no sentido contrário ao que está descrito na Constituição Federal. 
 Em relação ao sistema de governo, é adotado no país o presidencialismo, onde 
o presidente da república eleito é o chefe do Poder Executivo e exerce a sua função 
auxiliado pelos Ministros de Estado e pelo Vice-Presidente. O mandato do Presidente 
da República é de 4 anos, admitindo-se a recondução para o mandato imediatamente 
subsequente uma única vez. As funções tanto de chefe de Estado como de chefe de 
Governo são exercidas pelo Presidente da República.
 O Executivo age junto ao Poder Legislativo ao participar da elaboração das 
leis e sancionando ou vetando projetos. Em situações de urgência, o Executivo adota 
medidas provisórias e propõe emendas à Constituição, projetos de leis complementares 
e ordinárias e leis delegadas. Em caso de impedimento ou caso o cargo se torne vago, 
o Vice-Presidente da República assume. O Vice-Presidente deve auxiliar o Presidente 
sempre que for convocado para realizar missões especiais. Já os ministros auxiliam o 
Presidente na direção superior da administração federal.
 No Executivo Estadual, o chefe supremo é o governador do estado. Ele tem sob 
seu comando secretários e auxiliares diretos. O governador representa sua Unidade 
Federativa junto ao Estado brasileiro e aos demais estados. Além disso, o governador 
coordena as relações jurídicas, políticas e administrativas de seu estado e defende 
sua autonomia.
 O chefe do Poder Executivo Municipal é o prefeito. Ele precisa ter, no mínimo, 
18 anos de idade e é eleito para exercer um mandato de quatro anos. O prefeito 
possui atribuições políticas e administrativas, que se expressam no planejamento 
de atividades, obras e serviços municipais. O prefeito pode apresentar, sancionar, 
promulgar evetar proposições e projetos de lei. Todo ano, o Executivo Municipal 
elabora a proposta orçamentária, que é submetida à Câmara dos Vereadores.
 De acordo com a Constituição Federal e as constituições estaduais, os 
24
municípios gozam de autonomia. Todo município é regido por uma Lei Orgânica, 
aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal.
 2.2 - O Sistema eleitoral brasileiro
 Um sistema eleitoral tem a incumbência de organizar eleições e converter 
os votos em mandatos políticos, que serão exercidos com legitimidade devido à 
assimilação eficiente, segura e imparcial da vontade popular democraticamente 
manifestada. Também é função do sistema eleitoral o estabelecimento dos meios para 
que os diversos grupos sociais sejam representados e as relações entre representantes 
e representados se fortaleçam. Importante lembrar que um sistema eleitoral pode ser 
alterado de acordo com o contexto histórico, político e social.
 É essencial o entendimento dos sistemas eleitorais em um regime democrático 
como no Brasil. De acordo com a Constituição Federal de 1988, são utilizados no Brasil 
os sistemas majoritário e proporcional.
 Sistema majoritário: vence a eleição o candidato que obtiver a maioria absoluta 
(metade dos votos dos integrantes do corpo eleitoral mais um voto) dos votos. e a 
relativa ou simples (candidato que alcançar o maior número de votos em relação aos 
seus concorrentes). Esse sistema é utilizado para escolha de representantes do Senado 
Federal e do Poder Executivo, como presidente da República, governadores de estado e 
prefeitos de municípios, todos com os seus respectivos vices. Para garantir a obtenção 
dessa maioria num sistema pluripartidário, a eleição para representantes do Executivo 
se realiza em dois turnos. O primeiro disputado pela totalidade dos candidatos, e o 
segundo disputado apenas pelos dois candidatos mais bem colocados no primeiro 
pleito. O segundo turno só se realiza caso nenhum candidato atinja a maioria absoluta 
no primeiro turno da eleição
 Sistema proporcional: a representação se dá na mesma proporção da preferência 
do eleitorado pelos partidos políticos. Tal espécie é capaz de refletir os diversos 
pensamentos e tendências existentes no meio social, já que possibilita a eleição de 
quase, se não todos, os partidos políticos, observadas as suas representatividades. 
Pode ocorrer de duas formas: lista aberta ou lista fechada. O de lista aberta, utilizado 
no Brasil, é aquele em que os eleitores escolhem diretamente seus candidatos. Já o 
de lista fechada é aquele em que o eleitor vota apenas no partido político, e este se 
25
encarrega de selecionar, por uma votação de lista, os candidatos que efetivamente 
ocuparão os mandatos eletivos.
 
 
 Plebiscitos	e	referendos
 São consultas ao povo para decidir sobre matéria de relevância para a nação 
em questões de natureza constitucional, legislativa ou administrativa. 
 Plebiscito: convocado antes da criação do ato legislativo ou administrativo que 
trate do assunto em pauta. 
 Referendo: convocado posteriormente, cabendo ao povo ratificar ou rejeitar a 
proposta.
 Processo	eleitoral	no	Brasil
 É organizado pela Justiça Eleitoral (JE), em nível municipal, estadual e federal. 
Na esfera federal, a JE possui como órgão máximo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 
A Justiça Eleitoral organiza, fiscaliza e realiza as eleições regulamentando o processo 
eleitoral, examinando as contas de partidos e candidatos em campanhas, controlando 
o cumprimento da legislação pertinente em período eleitoral e julgando os processos 
relacionados com as eleições.
 Urna eletrônica: microcomputador de uso específico para eleições, composto 
por dois terminais - o terminal do mesário, onde o eleitor é identificado e autorizado a 
votar e o terminal do eleitor, onde é registrado numericamente o voto
	 Partidos	Políticos
 Entidade formada pela livre associação de pessoas, com uma ideologia em 
26
comum, cujas finalidades são assegurar, no interesse do regime democrático, a 
autenticidade do sistema representativo e defender os direitos humanos fundamentais. 
Cada filiado encontra-se ligado a outro por princípios filosóficos, sociais e doutrinários, 
os quais promete respeitar, constituindo esses pressupostos a lealdade partidária. 
Os partidos, em um contexto democrático, são importantes ferramentas para 
identificar o que pode se esperar de um candidato ou de um governo. Nem todos têm 
o conhecimento ou o tempo necessário para realizar as pesquisas e construir uma 
opinião acurada sobre o comportamento de um político eleito. O partido, enquanto 
agremiação que professa valores, ideologias e propostas ao público, serve também 
como meio de facilitar ao eleitorado o contato e a formação de preferências em relação 
à política. Atualmente o Brasil possui 33 partidos registrados no TSE.
 
27
 2. 3 - Regionalização do território
 Regionalizar significa subdividir um território em duas ou mais áreas, 
estabelecendo assim regiões com base em critérios que considerem características 
históricas, culturais e socioeconômicas, que proporcionam um caráter de 
individualidade à região, diferenciando-se das demais. 
 É necessário ressaltar que as regiões não são inalteráveis. Devido ao dinamismo 
político, social, econômico e ambiental do espaço geográfico, ocorrem mudanças nas 
características do território e os seus limites e mesmo suas especificidades podem se 
modificar, podendo gerar novas regionalizações.
 O órgão responsável pela elaboração regionalização oficial do território 
brasileiro é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa divisão tem, 
entre outras finalidades, a acúmulo e a divulgação de dados estatísticos que facilitem 
o planejamento, a integração nacional e a redução das desigualdades entre as regiões 
do Brasil.
 
 
 
28
	 Os	complexos	regionais	
 A regionalização por complexos regionais nos ajuda a entender a divisão inter-
regional do trabalho no país, porém não é oficial. São as regionalizações por regiões 
geoeconômicas e segundo o meio técnico-científico e informacional. 
 Em 1964, o geógrafo Pedro Pinchas Geiger elaborou uma proposta de 
regionalização baseada nos aspectos geoeconômicos, relacionados ao processo 
histórico de formação do território brasileiro, levando em consideração, especialmente, 
os efeitos da industrialização. Essa regionalização proporciona a compreensão das 
relações sociais e políticas do país, pois associa os espaços de acordo com suas 
semelhanças econômicas, históricas e culturais. 
 De acordo com Geiger, são três as regiões geoeconômicas: Amazônia, Centro-
Sul e Nordeste. Os complexos regionais não se limitam apenas às fronteiras entre os 
Estados, diferente da proposta pelo IBGE, portanto, um estado pode pertencer a mais 
de uma região. 
 A região geoeconômica Amazônia é a maior delas e a que possui o menor 
número de habitantes do país. Na economia, predominam o extrativismo animal, 
vegetal e mineral. Destacam-se também o polo petroquímico da Petrobras e a Zona 
Franca de Manaus. 
 A região geoeconômica Centro-Sul é a que possui a economia mais poderosa 
do país. O Centro-Sul é o principal destino de migrantes de diversos pontos do país e 
onde se encontra cerca de 70% de toda a população brasileira. Possui a economia mais 
diversificada, baseada na agricultura de exportação e, principalmente, na indústria. 
 A região geoeconômica do Nordeste é 
historicamente a mais antiga do Brasil. É também a 
mais pobre das regiões, e a que apresenta alguns dos 
mais graves problemas sociais. Nas últimas décadas, 
estão ocorrendo mudanças estruturais nas atividades 
produtivas dessa região. Muitas indústrias que saíram do 
Sudeste escolheram essa região graças aos incentivos 
governamentais, como descontos ou isenção nos 
impostos. Além disso, vêm surgindo grandes polos de 
desenvolvimento fomentados pelo Estado, como Petrolina 
(PE) e Juazeiro (BA). 
 A partir do conceito de “meio técnico científico 
informacional”,os geógrafos Milton Santos e Maria Laura 
Silveira propuseram outra regionalização do espaço, 
considerando o princípio de que as técnicas, as informações 
e os capitais distribuem-se desigualmente pelo território 
brasileiro, determinando quatro regiões. A Região Amazônica 
caracteriza-se por baixas densidades demográficas e 
técnicas. A Região Nordeste foi a primeira a ser povoada, 
apresentando agricultura menos mecanizada que a Região
29
 
 QUESTÕES
 1.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Analista	de	Gestão	de	Resíduos	Sólidos	 (SLU	DF)/
Geografia/2019
 Nenhum conceito é neutro, e qualquer criação de região, mesmo que não tenha 
uma evidência empírica no nosso espaço de vivência e que esteja vinculada mais 
diretamente a dilemas de ordem teórica, não é mera representação/generalização 
enquanto instrumento (necessário) para o entendimento do mundo; é também criação 
de realidades — e, assim, de alguma forma, instrumento de poder, pois novos conceitos 
também carregam, sempre, ainda que tantas vezes de forma velada, a força de produzir 
(outras) verdades.
Rogério Haesbaert. Regional-global: dilemas da região e da regionalização na geografia contemporânea. Rio de 
Janeiro: Bertrand, 2010, p. 183 (com adaptações).
 Com referência ao assunto do fragmento de texto apresentado, julgue o 
seguinte item, considerando concepções epistemológicas para os conceitos de região 
e regionalização.
 A regionalização brasileira em regiões geoeconômicas seguiu o critério de 
delimitação de fronteiras estatais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
(IBGE), dividindo-se o Brasil em três macrorregiões.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 2.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Professor	de	Educação	Básica	(SEDF)/Geografia/2017
 Com relação aos processos de regionalização no Brasil e no mundo, julgue o 
item subsequente.
 Na década de 40 do século XX, quando se estabeleceram as primeiras divisões 
regionais oficiais, o sudoeste industrial exercia amplo domínio sobre as demais regiões 
do Brasil.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
Centro-Oeste, onde a agricultura é intensamente produtiva e moderna. Por fim, a Região 
Concentrada é a mais povoada, industrializada e conta com melhor infraestrutura 
de transporte, comércio, reunindo os principais meios técnicos e concentrando as 
finanças do país.
30
 3.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Professor	de	Educação	Básica	(SEDF)/Geografia/2017
 No atual período histórico, caracterizado pela forte internacionalização do 
modo de produção capitalista, importantes transformações de ordem técnica, política 
e econômica têm promovido intensa reestruturação produtiva e regional do Brasil e 
do mundo. A intensificação do poder das empresas transnacionais sobre o espaço 
mundial é uma dessas manifestações.
Iná Elias de Castro. Política pública e conflito no espaço urbano. In: GEOgraphia, ano 18, n.º 36, 2016 (com 
adaptações).
 Considerando esse texto, julgue o item a seguir.
 A divisão regional do Brasil em cinco macrorregiões de planejamento é uma 
referência para o ensino de geografia atualmente. Entretanto, para a compreensão das 
dinâmicas atuais de uso e reorganização do território nacional, é necessário abordar as 
novas regionalizações, como a divisão por complexos regionais (Amazônia, Nordeste 
e Centro-Sul) e a divisão em quatro regiões (Concentrada, Centro-Oeste, Amazônia e 
Nordeste).
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 4.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Soldado	(PM	CE)/2012
 Várias foram as propostas de alteração no quadro territorial das unidades da 
Federação desde o período colonial. A mais conhecida é a da mudança da capital 
nacional para o interior, efetivada em 1960 com a inauguração de Brasília e a instauração 
do novo Distrito Federal. Considerando esse assunto e aspectos a ele relacionados, 
julgue o item a seguir, acerca do território brasileiro e sua atual estrutura político-
administrativa.
 O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) delimitou as regiões 
geográficas, dividindo-as, por exemplo, em mesorregiões, que se subdividem 
microrregiões.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 5.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Diplomata	(Terceiro	Secretário)/2016
 No ano em que ocorreu, a campanha das Diretas Já mobilizou milhares de 
pessoas, mas, naquele mesmo ano, a mobilização foi logo frustrada, retardando-se 
com isso o avanço da democracia representativa. Em seguida, assistiu-se no país à 
nova mobilização da sociedade, agora voltada para a convocação de uma Assembleia 
Nacional Constituinte. Ou, melhor dizendo, de um Congresso Constituinte. Aí, até a 
redação final e aprovação da Constituição de 1988, de tudo se discutiu. A Constituição 
31
resultante, apesar de tudo, representou o marco de um novo período da história do 
Brasil contemporâneo.
Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota. História do Brasil: uma interpretação. São Paulo: Senac São Paulo, 2008, 
p. 872 (com adaptações).
 Considerando a abrangência histórica do período a que o texto anterior se 
refere, julgue o item que se segue.
 Talvez movidos pelo sentido de repulsa ao autoritarismo do qual o país acabara 
de sair, em processo semelhante ao que conduziu os trabalhos constituintes de 1946, 
os congressistas que elaboraram a Carta de 1988 enfatizaram a defesa das liberdades 
públicas, mas praticamente passaram ao largo dos direitos e garantias individuais e 
coletivos, possivelmente por terem seguido à risca texto preliminar produzido por uma 
comissão de juristas nomeada pelo presidente da República.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
	 6.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Especialista	em	Desenvolvimento	Humano	e	Social	
(SEGER	ES)/2011
 A transição do regime militar ao poder civil foi longa e difícil, culminando na 
eleição indireta de Tancredo Neves. Os primeiros anos da Nova República foram 
marcados pela crise econômica e pelos trabalhos constituintes, dos quais resultou a 
Constituição Federal de 1988. Depois de sucessivas tentativas fracassadas, o Plano 
Real, de 1994, conseguiu controlar o alto índice de inflação, dar valor à moeda e 
estabilizar a economia.
 A regularidade do calendário eleitoral, com os eleitores indo às urnas a cada 
dois anos, atesta o crescente amadurecimento da democracia política no Brasil.
 Considerando essas informações, julgue o item a seguir, relativo à história do 
Brasil contemporâneo.
 A Constituição Federal de 1988 é o marco jurídico-político da nova ordem 
democrática implantada no país, cuja principal característica é a defesa da cidadania.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
	 7.	 CEBRASPE	(CESPE)	-	Diplomata	(Terceiro	Secretário)/2016	
 País de território misto, marcado a um só tempo pela continentalidade e 
maritimidade, o Brasil tem, na análise dos clássicos da teoria geopolítica relacionados 
ao poder naval (Mahan) e na da teoria do poder terrestre (Mackinder), importantes 
questões para a discussão de uma visão estratégica contemporânea, em um contexto 
32
em que há um importante aumento da estrutura política e econômica do país no cenário 
mundial.
 Ronaldo Gomes Carmona. Geopolítica clássica e geopolítica brasileira contemporânea: Mahan e Mackinder 
e a “grande estratégia” do Brasil para o Século XXI. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2012 (com adaptações).
 Tendo como referência inicial o trecho do texto de Ronaldo G. Carmona, julgue 
o item seguinte, acerca de continentalidade, maritimidade e geopolítica brasileira no 
século XXI.
 A vasta extensão territorial do Brasil, que corresponde a 47% do território 
sul-americano, indica a necessidade de segurança das fronteiras com seus países 
vizinhos, de responsabilidade dos órgãos de segurança pública, da Secretaria da 
Receita Federal e das forças armadas.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 8.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Diplomata	(Terceiro	Secretário)/2016		
 O fato de o Brasil possuir um vasto litoral com importantes reservas de recursos 
naturais é, por si só, indicativo de que o país deve investir na força naval de defesa de 
seu território oceânico.( ) CERTO ( ) ERRADO
 9.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Diplomata	(Terceiro	Secretário)/2016		
 A Política de Defesa Nacional destaca a importância do controle e defesa 
dos chamados ativos estratégicos do Brasil: fontes de água doce e de energia, 
biodiversidade, imensas reservas de recursos naturais e extensas áreas a serem 
incorporadas ao sistema produtivo nacional.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 10.	 CEBRASPE	(CESPE)	-	Diplomata	(Terceiro	Secretário)/2004		
 A Amazônia que você aprendeu na escola não existe mais. Hoje, você procura 
uma aldeia de índios e encontra uma fábrica ou uma fazenda moderna. Onde só tinha 
mato 10 anos atrás, agora você pode ser atropelado. A partir das ideias do texto acima, 
julgue o seguinte item.
 A instabilidade política na Amazônia internacional impulsionou projetos voltados 
33
para a segurança da faixa de fronteiras na Amazônia brasileira.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
GABARITO COMENTADO
 1. ERRADO
 O geógrafo brasileiro Pedro Pinchas Geiger desenvolveu a regionalização do 
território brasileiro em regiões Geoeconômicas em 1967, baseando-se no processo 
histórico de formação do território os nos efeitos da industrialização, definindo três 
regiões: Amazônia, Centro-Sul e Nordeste.
 2. ERRADO
 A região sudoeste não existia na primeira divisão regional oficial do Brasil, 
proposta pelo IBGE em 1942.
 3. CERTO
 Essas novas regionalizações proporcionam uma melhor análise do 
desenvolvimento econômico do Brasil, além de permitir um estudo mais aprofundado 
das causas da desigualdade social no país.
 
 4. CERTO
 O IBGE trabalha com a noção de mesorregiões e microrregiões para compreender 
melhor as dinâmicas sociais em torno de espaços mais específicos, possibilitando a 
observação das transformações sociais e produtivas ocorridas nessas áreas.
 5.	ERRADO
 A Constituição de 1988 foi inclusiva em relação aos direitos e garantias individuais 
e coletivas, consagrando-os, inclusive, como cláusulas pétreas, possibilitando uma 
grande expansão dos direitos individuais e coletivos.
 6. CERTO
34
 A Constituição Federal de 1988 foi a mais progressista já produzida, justamente 
devido aos anseios de uma sociedade que acabara de sair de uma ditadura militar.
 7. CERTO
 Esta vasta extensão das fronteiras terrestres do Brasil necessita de maior 
responsabilidade dos órgãos de segurança pública, da Secretaria da Receita Federal 
e das forças armadas, no intuito de garantir a soberania nacional e controlar o crime 
organizado. Porém, para que isso ocorra, é necessário investimentos maciços.
 8. CERTO
 O país deve investir na força naval de defesa de seu território oceânico, 
principalmente devido às riquezas minerais existentes na plataforma oceânica 
brasileira, como a camada de petróleo do pré-sal.
 9. CERTO
 É de extrema importância uma Política de Defesa Nacional com o controle e 
proteção dos ativos estratégicos citados na questão, devido às importantes reservas 
de recursos naturais e biodiversidade do país.
 10. CERTO
 Os projetos voltados para a segurança da faixa de fronteiras na Amazônia 
brasileira foram desenvolvidos pelo governo brasileiro com o objetivo de povoamento e 
desenvolvimento econômico, visando uma efetiva ocupação para garantir a soberania 
nessa faixa de fronteira.
 
35
	 3.	DIVISÃO	INTER-REGIONAL	DO	TRABALHO	E	DA	
PRODUÇÃO NO BRASIL
 3.1 Os setores da economia
 Para entender um tema tão complexo quanto é a economia, precisamos definir 
conceitos para que possamos de forma mais didática entender as diferenças entre 
as diversas atividades e processos que compõe um sistema econômico. Um destes 
conceitos diz respeito ao que chamamos setores da economia.
 Os setores da economia podem ser entendidos como	 grandes	 áreas	 ou	
segmentos	 em	 que	 se	 dividem	 as	 atividades	 econômicas desenvolvidas pelas 
empresas e pela sociedade. Essa diferenciação é feita por meio de três setores, os 
quais agregam empresas, negócios e postos de trabalhos semelhantes em sua forma 
de execução e/ou em seu propósito final.
 Essa forma de divisão da produção econômica de um determinado nível 
territorial é	muito	útil	para	se	conhecer	o	perfil	socioeconômico daquele espaço (que 
pode ser um país, estado ou município) e até mesmo para a elaboração de políticas 
públicas voltadas para a geração de empregos, de recuperação econômica e de 
desenvolvimento, por exemplo. Por meio da setorização das atividades econômicas, é	
possível	identificar	onde	está	alocada	a	mão	de	obra	de	um	território	e compreender 
a composição do seu Produto Interno Bruto (PIB) com base na produção econômica ou 
entender a divisão inter-regional do trabalho e da produção no Brasil.
 O setor primário da economia é aquele 
formado	 pelas	 atividades	 que	 extraem	
matéria-prima	 diretamente	 da	 natureza, 
trabalhando, assim, com recursos naturais 
ou produtos primários. Temos, com isso, os 
seguintes ramos produtivos que compõem 
esse segmento: agricultura, pecuária, pesca, 
extrativismo mineral e extrativismo vegetal. 
 Considera-se também que o 
processo	de	 embalagem	e	 transferência	 de	
mercadorias	 originárias	 desse	 setor, para o 
mercado ou para as indústrias processadoras, 
faça parte do setor primário. Destaca-se, ainda, 
que é oriunda desse setor grande parte dos 
produtos utilizados como matéria-prima nas 
indústrias de transformação.
 O setor secundário da economia envolve	as	distintas	atividades	 industriais	
praticados	 em	 diversos	 ramos	 e	 localidades. A maior parcela das indústrias que 
compõem esse segmento se utiliza das matérias-primas fornecidas pelo setor primário. 
Integram o secundário as indústrias de bens de consumo, de bens de produção ou de 
base, e as indústrias extrativas.
36
 
 Em suma, pode-se dizer que o setor secundário é formado por fábricas 
dedicadas à produção nas seguintes áreas: automobilística, naval e aeronáutica; 
metalúrgica e siderúrgica; têxtil; alimentícia e de bebidas; papel e celulose; química 
e petroquímica; maquinários; construção civil; equipamentos eletrônicos e de 
informática, entre outras.
 Podemos conceituar o setor terciário da economia como aquele que reúne 
todas as atividades	referentes	aos	serviços	prestados	por	empresas	e	pessoas,	
incluindo	também o comércio. 
Esse segmento é bem mais abrangente do que os dois descritos anteriormente, e 
abarca os mais diversos tipos de profissionais, sejam prestadores formais de serviços, 
sejam trabalhadores informais. 
 Entre os profissionais que fazem parte deste setor podem ser citados 
professores, pesquisadores, advogados, comerciantes, mecânicos, agentes de viagem 
e turismo, vendedores, atendentes, motoristas, garçons, atendentes de telemarketing, 
desenvolvedores, profissionais do entretenimento e cultura, e muitos outros que 
atuam prestando algum tipo de serviço para um consumidor direto.
 Compõe também setor terciário da economia 
a administração	 pública	 e	 todos	 os	 serviços	
inerentes	à	esta	esfera, como saúde, educação, 
defesa e limpeza urbana, entre outros. Além disso, 
não podemos nos esquecer de que turismo,	
finanças,	 transportes	 e	 o	 ramo	 imobiliário 
são também pertencentes ao terceiro setor da 
economia.
 O terciário	 é	 hoje	 o	 principal	 segmento	
econômico	 quando se trata da economia em 
escala mundial e também em escala nacional, 
levando em consideração uma análise 
pormenorizada do PIB e da composição da mão 
de obra em diversos países. O setor terciário 
responde na atualidade por cerca de 60% do PIB 
mundial e absorve metade da mão de obra total. 
37
 No	Brasil,	o	setor	terciário	é	responsável	por	quase	três	quartos	da	economia.	
Excetuando-se a administração pública, educação, defesa e saúde, o IBGE mostra que 
esse segmento responde por 55,61% da composição do PIB nacional. A prevalência 
desse setor caracteriza o que se convencionou chamar de terciarização da economia, 
processo que se dá em escala global. 
 3.2 - Principaisatividades econômicas nas regiões brasileiras 
atualmente
 Região Sudeste
 O processo de industrialização	no	Brasil	tem	seu	auge	nos	anos	1950, sendo 
iniciada de forma ainda tímida, décadas antes, na	região	Sudeste. Esse auge atingiu, 
principalmente, essa região de forma positiva, pois era nela que estavam as melhores 
condições em infraestrutura para a instalação de fábricas e aglomerados industriais, 
além do acúmulo de capital propiciado pela produção cafeeira no século anterior.
 Nos estados da região Sudeste do Brasil existe hoje um grande parque	industrial, 
principalmente em São	Paulo,	 na	 região	metropolitana	 (região do ABC Paulista — 
Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano, cidades industriais), e no Rio	de	
Janeiro, com a indústria petrolífera. Na região também existem importantes recursos 
minerais, como o ferro e o manganês, encontrados em Minas Gerais, no Quadrilátero 
Ferrífero. Esses minerais são exportados para o mundo todo via Porto de Tubarão, no 
Espírito Santo.
 Petróleo,	 cana-de-açúcar	 e	 sal	marinho também são importantes recursos 
para a economia da região. Hoje o estado do Rio de Janeiro é o maior produtor de 
petróleo do país, seguido pelo Espírito Santo, e o segundo maior de sal, atrás do Rio 
38
Grande do Norte. O estado de São Paulo possui o maior cultivo de cana do país, sendo 
destaque internacional, pois o Brasil é o segundo maior produtor de etanol do mundo, 
atrás dos Estados Unidos.
 Região Sul
 Na região Sul	do	Brasil, existem atividades 
de destaque em vários setores econômicos 
brasileiros. Por ser uma região bem desenvolvida 
no aspecto tecnológico e industrial, são muito 
comuns áreas em que esses dois aspectos se 
unem, como na criação	 de	 animais	 em	 larga	
escala.
 A região Sul se destaca e é líder na criação 
de suínos	 e	 aves no Brasil, tendo os maiores 
rebanhos nas duas categorias, de acordo com o 
Sistema IBGE de Recuperação Automática (Sidra).
 As condições climáticas da região, de clima 
mais ameno, assim como o solo fértil favorecem 
a agricultura, com destaque para a	produção	de	
milho no Paraná, de maçãs no Rio Grande do Sul 
e em Santa Catarina, além do cultivo da uva, que 
é marcante no nordeste rio-grandense.
 Já as atividades	 industriais	 estão em 
geral relacionadas à produção de matéria-prima, 
como têxteis, lacticínios, frigoríficos, grãos etc. 
O estado mais industrializado é o Rio Grande do 
Sul, com grandes complexos industriais na região 
metropolitana de Porto Alegre.
39
 Região Nordeste
 Na região Nordeste, primeira região a ser 
ocupada no território brasileiro, o destaque 
econômico fica para a Zona da Mata, que 
corresponde às áreas litorâneas, desde o 
Rio Grande do Norte até o sul da Bahia. Essa 
sub-região possui a maior concentração de 
pessoas, tendo o maior número de grandes 
cidades e de metrópoles, como Salvador e 
Recife.
 Dentre as atividades econômicas de destaque, 
é possível citar o	 turismo,	 os	 centros	
comerciais	e	feiras	de	comércio	(como	a	de	
Caruaru/PE),	 a	 produção	 de	 petróleo (tanto 
em terra quanto mar, na plataforma continental), 
a produção	 de	 sal	 marinho (Rio Grande do 
Norte) e as atividades industriais, com destaque 
para o polo industrial de Camaçari, no litoral 
baiano. Destaca-se também a produção	 de	
cacau na Bahia, responsável por mais de 60% 
da produção dessa fruta no Brasil.
 
40
 Região Centro-Oeste
 Já nos estados do Centro-Oeste, destaca-se o estado do Mato	Grosso	(MT),	
que	conta	com	a	forte	presença	pecuarista na economia. De acordo com o Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2018, o Brasil contava com 213.523.056 
cabeças de gado bovino. Desse total, 73.838.400 localizavam-se no Centro-Oeste, 
sendo mais de 30 milhões só no Mato Grosso.
 No geral, a criação	é	intensiva	e	extensiva, ou seja, há presença de tecnologia 
e gado confinado, como há criação do gado solto. Geralmente, a pecuária extensiva é 
praticada nas áreas do Pantanal mato-grossense, sendo a pecuária intensiva bastante 
comum em Goiás e no Mato Grosso do Sul. 
 O cultivo de soja também é importante atividade, principalmente no Mato 
Grosso, estado brasileiro que é o maior produtor nacional deste grão. Segundo a 
CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento), na safra 2021 a área plantada de 
soja no estado seria superior a 10 milhões de hectares, com produção de mais de 
35 milhões de toneladas do grão. As indústrias estão presentes, principalmente, em 
Goiás	e	no	sul	de	Mato	Grosso	do	Sul devido à proximidade com o Sudeste. No estado 
goiano, podemos destacar três grandes centros industriais da região: Anápolis, com o 
Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia); Aparecida de Goiânia, que possui o Distrito 
Agroindustrial de Aparecida de Goiânia (Daiag); e a capital Goiânia, com importantes 
indústrias do ramo farmacêutico e de bebidas.
41
 Região Norte
 Na região Norte do Brasil, o Estado teve papel indutor criando	 órgãos	
governamentais	 responsáveis	pelo	 seu	estímulo	econômico na década de 1960. 
Dentre eles podemos destacar a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia 
(Sudam) e a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).
 
 
 A Zona Franca corresponde a um grande polo	industrial, idealizado em 1967 
e localizado em Manaus, que abriga grandes multinacionais, propiciando um enorme 
desenvolvimento industrial e geração de empregos para a região.
 Esse polo de desenvolvimento regional concentra três tipos de atividades: 
comercial,	 agropecuária	 e	 industrial (a mais forte de todas). De acordo com a 
Suframa, existem mais de 600 indústrias no polo e uma geração de mais de 500 mil 
empregos, diretos e indiretos. As áreas de produção industrial que se destacam são: 
eletroeletrônicos, motocicletas e química.
 
 
42
 
 
Imagem: principais setores industriais no Brasil.
43
QUESTÕES
 1.CEBRASPE (CESPE) - Professor (Pref São Cristóvão)/Geografia/
Educação Básica/2019
 A invenção e a difusão das máquinas e a elaboração de formas de organização 
mais complexas permitiram outros usos do território. Novas geografias desenham-se, 
sobretudo a partir da utilização de prolongamentos não apenas do corpo do homem, 
mas do próprio território, constituindo verdadeiras próteses. O período técnico 
testemunha a emergência do espaço da industrialização e da mecanização agrícola. 
São as lógicas e os tempos humanos impondo-se à natureza, situações em que as 
possibilidades técnicas presentes denotam os conflitos resultantes da emergência de 
sucessivos meios geográficos.
Milton Santos e María Laura Silveira. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. 7.ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2005, 
p. 31 (com adaptações).
 A respeito da dinâmica socioeconômica do território brasileiro, julgue o item 
que se segue.
 A espacialidade industrial brasileira concentrou-se na região Sudeste devido à 
infraestrutura regional, que havia sido implantada desde o século XIX com a produção 
de café iniciada nesse período. 
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 2.CEBRASPE	(CESPE)	-	Oficial	de	Inteligência/Área	1/2018
 Julgue o próximo item, relativo à industrialização e à integração do Brasil ao 
processo de internacionalização da economia.
 Com a desconcentração da indústria paulista, as principais regiões 
metropolitanas nordestinas (Salvador, Recife, Fortaleza e São Luís) tornaram-se novas 
aglomerações industriais, devido a algumas condições básicas: situação geográfica 
adequada para a implantação de indústrias em razão da proximidade de rotas de 
comércio internacional; e aumento do número de empregos industriais diretos e 
indiretos com mão de obra barata e qualificada.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 3.CEBRASPE	(CESPE)	-	Oficial	de	Inteligência/Área	1/2018
 Julgue o próximo item, relativo à industrialização e à integração do Brasil ao 
processo de internacionalização da economia.
 O Brasil, potência regional na economia do mundo, integra redes de produção e 
consumo em escala global, principalmentenos setores de produção de soja, minério 
de ferro, óleos brutos de petróleo, automóveis de passageiros e açúcar de cana bruto.
44
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 4.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Agente	de	Inteligência/2018
 Com referência à divisão inter-regional do trabalho e da produção no Brasil, 
julgue o item a seguir.
 A Zona Franca de Manaus é uma concentração industrial que, apesar de distar 
dos grandes centros urbanos e consumidores do centro-sul do país, se articula a 
praticamente todo o território nacional, ilustrando o processo de privatização do 
território por meio do uso privado de recursos públicos.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 5.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Diplomata	(Terceiro	Secretário)/2012
 O Brasil, que sempre se caracterizou pela existência, em uma região ou em 
outra, de fronteira de povoamento, viu, com o processo de industrialização do campo, 
o aparecimento de fronteiras de modernização nas quais se verificaram profundas 
transformações socioespaciais. Ambos os tipos de fronteira suscitam novos centros 
de comercialização e beneficiamento de produção agrícola, de distribuição varejista 
e prestação de serviços ou, em muitos casos, de centros que já nascem como 
reservatórios de uma força de trabalho temporária.
R. L. Corrêa. Estudos sobre a rede urbana. Rio de Janeiro: Bertrand do Brasil, 2006, p. 323 (com adaptações).
 A partir das informações apresentadas no texto acima, julgue (C ou E) o item 
seguinte.
 A implantação, na região amazônica, de atividades industriais e agrárias exploradas 
por empresas públicas e privadas exemplifica o processo de desenvolvimento descrito 
no texto.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 6.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Agente	de	Inteligência/2008
 A distribuição espacial da indústria no Brasil tem passado por transformações 
em decorrência da evolução das infraestruturas de transporte e comunicação.
 Acerca dessa dinâmica instaurada, julgue o próximo item.
 O Estado contribuiu para o processo em curso de descentralização da produção 
industrial no território brasileiro por meio de políticas de desenvolvimento regional, 
45
como, por exemplo, disponibilizando energia.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 7.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Agente	de	Inteligência/2008
 A distribuição espacial da indústria no Brasil tem passado por transformações 
em decorrência da evolução das infraestruturas de transporte e comunicação.
 Acerca dessa dinâmica instaurada, julgue o próximo item.
 Uma das consequências da desconcentração espacial da indústria no Brasil foi 
a aceleração do crescimento das metrópoles nacionais, o que promoveu as invasões 
urbanas e a criação de periferias nas cidades.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 8.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Oficial	de	Inteligência/2008
 Ainda em meados do século XX, o Brasil era composto de manchas de 
adensamento econômico isoladas entre si e orientadas para o mercado exterior, o que 
revelava sua feição espacial herdada de um processo de ocupação que deixou marcas 
diferenciadas no extenso território nacional, conforme se desdobravam, com grande 
descontinuidade temporal e geográfica, os diversos ciclos econômicos voltados para 
a exportação.
 IBGE. Brasil em números, v. 14, 2006, p. 45 (com adaptações).
 Acerca da organização do espaço brasileiro e das atividades econômicas 
desenvolvidas no território nacional, julgue o item subsequente.
 Sobre a “feição espacial herdada de um processo de ocupação”, a industrialização 
promoveu a desconexão entre as regiões brasileiras, acentuando a supremacia 
econômica do Sudeste.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
	 9.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Oficial	de	Inteligência/2008
 Com relação ao processo de modernização agrícola brasileira e suas implicações, 
julgue o item subsequente.
 O desenvolvimento agrícola ocorrido no Brasil coloca-o como provedor de 
bens primários para o mercado mundial, já que o país apresenta incipiente nível de 
industrialização.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
46
 10.	 CEBRASPE	(CESPE)	-	Diplomata	(Terceiro	Secretário)/2008
 A análise da dinâmica da modernização da agricultura brasileira é importante 
para o entendimento da sociedade do Brasil contemporâneo. A esse respeito, julgue 
(C ou E) o item subsequente.
 O fato de as indústrias deixarem de se concentrar no sudeste do Brasil tem 
relação com o processo de modernização da agricultura brasileira.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
	 11.	 CEBRASPE	(CESPE)	-	Diplomata	(Terceiro	Secretário)/2008
 O padrão locacional da indústria ao longo da industrialização brasileira foi 
centrípeto, concêntrico e hierárquico, seguindo a tendência de industrialização das 
economias capitalistas avançadas em explorar vantagens de escala da concentração 
espacial.
 Lemos et al. A organização territorial da indústria no Brasil. IPEA, 2005.
 Com relação às indústrias no Brasil, julgue (C ou E) o item seguinte.
 A industrialização brasileira conheceu um processo de dispersão que, por ter 
ocorrido de forma ordenada, evitou a metropolização dos novos centros industriais.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 12.	 CEBRASPE	(CESPE)	-	Diplomata	(Terceiro	Secretário)/2008
 O padrão locacional da indústria ao longo da industrialização brasileira foi 
centrípeto, concêntrico e hierárquico, seguindo a tendência de industrialização das 
economias capitalistas avançadas em explorar vantagens de escala da concentração 
espacial.
 Lemos et al. A organização territorial da indústria no Brasil. IPEA, 2005.
 Com relação às indústrias no Brasil, julgue (C ou E) o item seguinte.
 O desenvolvimento da indústria e da agroindústria resultou na diferenciação e 
especialização do espaço regional brasileiro por meio da criação de novas estruturas 
produtivas, como observado na Amazônia brasileira. 
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 
47
 13.	 CEBRASPE	(CESPE)	-	Oficial	de	Inteligência/Código	11/2004
 No final do século XX, a economia capitalista mundializada produziu uma 
segmentação geoeconômica atestada na formação de blocos econômicos. O quadro 
atual é resultado de vários desdobramentos não só econômicos, mas sociais e 
culturais.
 Nesse contexto, julgue o item subsequente.
 Os principais produtos de exportação (commodities) do Brasil são insumo básico 
para vários ramos industriais, como é o aço, razão por que as barreiras protecionistas 
não constituem problema para o comércio exterior brasileiro.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 14.	 CEBRASPE	(CESPE)	-	Analista	I	(IPHAN)/Área	2/2018
 A dimensão continental do Brasil; a unidade territorial construída na sua formação 
econômica e política sobre uma grande diversidade social; a grande heterogeneidade 
de sua economia; o tempo histórico diferenciado da formação, consolidação e declínio 
ou transformação dessas economias regionais, com a constituição do “arquipélago 
regional” que foi posteriormente articulado e integrado, propiciam o surgimento de 
agudas “questões regionais”, que requerem estudos que busquem compreender a 
lógica do desenvolvimento e das relações entre essas várias economias espaciais que 
constituem uma só economia nacional.
L. G. Neto e C. A. A. Brandão. Formação
econômica do Brasil e a questão regional. Internet: <www.ufpa.br> (com adaptações).
 Tendo como referência o texto precedente, julgue o item seguinte, a respeito de 
questões regionais e dos contrastes delas derivados.
 O vale do São Francisco se destaca por seu potencial econômico, sendo 
reconhecido como um grande produtor de frutas do país.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
	 15.	 CEBRASPE	 (CESPE)	 -	 Analista	 Legislativo	 (CAM	 DEP)/Consultor	
Legislativo/Área	X/2002
 Pela primeira vez na história humana, a maioria das populações no mundo vive 
em cidades. No Brasil, como em outros países, o fenômeno da urbanização reveste-se 
de características particulares. A respeito desse assunto, julgue o item seguinte.
 Frutoda modernização e da industrialização vividas pelo país nas últimas 
décadas, a urbanização diminuiu as disparidades socioeconômicas do espaço 
intraurbano e levou ao aumento das disparidades entre as regiões brasileiras.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
48
GABARITO COMENTADO
 1. CERTO. 
 A economia cafeeira tornou-se o motor da economia nacional na segunda 
metade do século XIX, proporcionando a estruturação econômica, política, logística e 
social do estado de São Paulo, possibilitando acúmulo de capitais. 
 A crise de 1929 afetou os grandes cafeicultores, e a saída foi o investimento 
na industrialização. As novas indústrias que surgiram nesse período (Era Vargas) 
estabeleceram-se principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro, criando uma 
concentração industrial.
 2. ERRADO.
 Realmente ocorreu o aumento do número de empregos industriais diretos e 
indiretos com mão de obra barata, porém caracterizada como não qualificada. Em 
relação às principais regiões metropolitanas nordestinas, foram mesmo favorecidas 
pela desconcentração da indústria de São Paulo e diversas empresas acabaram se 
estabelecendo nessas cidades. A situação geográfica adequada para a implantação 
de indústrias em razão da proximidade de rotas de comércio internacional contribuiu 
para esse processo, juntamente com os incentivos fiscais oferecidos pelos governos.
 3. CERTO. 
O Brasil aparece no mercado internacional como grande exportador de commodities 
agrícolas e minerais, óleos brutos de petróleo e automóveis de passageiros, fazendo 
do país uma potência regional na economia do mundo.
 4. CERTO. 
 A Zona Franca de Manaus é realmente uma concentração industrial que, apesar 
de distar dos grandes centros urbanos e consumidores do centro-sul do país, se 
articula a praticamente todo o território nacional, cumprindo os objetivos traçados 
na sua criação, que eram fomentar o desenvolvimento regional na Amazônia, garantir 
a soberania nacional, promover a interiorização do país e interligar a região Norte 
as demais porções do território nacional. O estabelecimento de fábricas na região 
representa o processo de privatização do território por meio do uso privado de 
recursos públicos, já que o poder público criou as bases para o desenvolvimento. 
 5.CERTO
 A criação da SUDAM (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia) e da 
Zona Franca de Manaus possibilitaram as bases para o desenvolvimento econômico 
da região, como descrito no texto, através da dinamização da economia.
 6. CERTO
49
 Entre os incentivos fiscais e as melhorias de infraestrutura que as políticas 
de desenvolvimento regional realizadas pelo Estado promoveram, uma das mais 
importantes é a disponibilização de energia, contribuindo para a redistribuição espacial 
da indústria no território brasileiro.
 7. ERRADO
 Foram as cidades médias que passaram pelo aumento da urbanização como 
uma das consequências da desconcentração espacial da indústria no Brasil. No caso 
das metrópoles nacionais, o processo descrito na questão ocorreu justamente pela 
urbanização acelerada pela industrialização e pelo êxodo rural, gerando os problemas 
destacados.
 8. ERRADA
 Na verdade, foi o contrário, a industrialização promoveu a conexão entre as 
regiões brasileiras, diminuindo a supremacia econômica do Sudeste. A Busca por 
vantagens econômicas e maximização dos lucros em outros estados e regiões 
juntamente com as políticas de incentivos fiscais de estados e municípios e obras de 
melhoria da infraestrutura gerou essa desconcentração industrial, tornando as regiões 
mais interligadas.
 9. ERRADO
 A industrialização do Brasil não é incipiente como afirma a questão. O país 
possui uma importante indústria tecnológica e uma boa participação da indústria no 
PIB nacional, mesmo que venha apresentando constante desindustrialização.
 10.CERTO
 A agricultura moderna no Brasil contribuiu para o desenvolvimento de regiões 
do interior, principalmente através da agroindústria. Essa dinamização da economia 
ligada ao agronegócio contribuiu para a desconcentração industrial do Sudeste. 
 11.ERRADO
 A desconcentração da indústria brasileira ocorreu de forma desordenada e não 
evitou a metropolização dos novos centros industriais. As novas regiões industriais 
passaram pela metropolização devido aos fluxos demográficos gerados pela oferta de 
trabalho.
 12. CERTO
 As estruturas produtivas da indústria e a agroindústria brasileira desenvolveram-
se segundo a vocação econômica de cada região. Em relação à Amazônia 
especificamente, a criação da Zona Franca de Manaus proporcionou na mesma área 
três importantes setores econômicos: comercial, industrial e agropecuário.
50
 13. ERRADO
 O Brasil destaca-se no cenário mundial como um grande exportador de 
commodities, e enfrenta barreiras protecionistas de nações mais desenvolvidas, 
como os EUA e países da União Europeia, que sobretaxam produtos brasileiros para 
favorecer sua economia interna.
 14. CERTO
Realmente o vale do São Francisco é um dos maiores polos produtores de frutas do 
Brasil, beneficiando-se de projetos de irrigação na região.
 13. ERRADO
 A urbanização proporcionou o aumento das disparidades socioeconômicas no 
espaço intraurbano, pois grande parte das populações migrantes não são absorvidas 
pelo mercado de trabalho, aumentando a desigualdade social. Por outro lado, houve 
uma redução das disparidades entre as regiões brasileiras devido ao processo de 
desconcentração industrial que proporcionou a urbanização de outras regiões e seu 
crescimento econômico.
 
51
4. A ESTRUTURA URBANA BRASILEIRA E AS GRANDES 
METRÓPOLES
 4.1 Espaço urbano brasileiro
 Existe uma ideia vigente entre os brasileiros, de que o processo de 
desenvolvimento dos primeiros núcleos urbanos no Brasil somente aconteceu de 
forma posterior a ocupação do espaço rural brasileiro. Ou seja, teriam os portugueses 
priorizado a ocupação e a exploração de áreas rurais em detrimento das áreas urbanas. 
Entretanto, apesar de sermos marcados por uma economia agrária e exportadora, 
percebemos que a formação de núcleos urbanos foi o primeiro modelo de ocupação 
do espaço colonial.
 Essa característica está ligada a função 
que as cidades tinham no processo de dominação 
territorial implantado pelos lusitanos. A cidade 
servia como um centro irradiador da cultura 
europeia, ao mesmo tempo que deveriam oferecer 
o suporte necessário para que se pudesse 
orientar o controle dos territórios explorados no 
espaço colonial brasileiro.
 Importante perceber que os primeiros 
núcleos urbanos no Brasil se concentraram nas 
regiões litorâneas. Isso está relacionado com 
a ligação entre colônia e metrópole e visava 
facilitar as trocas comerciais entre o território 
colonial brasileiro e o Velho Mundo. Com o 
passar do tempo, pela ação dos jesuítas e pela 
intensa procura pelos metais preciosos, cidades 
passaram a se estabelecer pelo interior do 
território.
 Diferentemente dos espanhóis, que nos 
países vizinhos buscavam reproduzir os 
meios de ocupação do espaço da metrópole 
na colônia, os portugueses adotaram um 
processo de constituição urbana com pouca ou 
nenhuma intervenção metropolitana. Com isso, 
percebemos que nossas cidades mais antigas, 
construídas no período colonial, obedecem 
ao relevo natural, constituindo nas cidades 
coloniais formas e traçados desordenados, que 
se estendiam de acordo com as necessidades 
imediatas de uso do espaço.
 Contrastando com a imagem da desordem espacial, devemos destacar que 
52
as cidades desse período reuniam as instituições que tinham por função garantir o 
estabelecimento dos interesses metropolitanos. As igrejas, as fortificações de defesa, 
os centros administrativos e os redutos militares ocupavam uma posição de destaque, 
pois reafirmavam a presença e o domínio lusitano sobre o novo território frente a 
possíveis invasores. No século XVIII, vemos que o espaço colonial brasileiro já contava 
com algumas cidades importantes, com muitos habitantes,para os padrões da época. 
Neste momento, cidades como Salvador e Rio de Janeiro já abrigavam populações 
superiores à faixa dos 40.000 habitantes. Na região Nordeste, centros urbanos 
como São Luís e Recife ultrapassavam a marca dos 20.000 moradores. A desordem 
que caracteriza os centros urbanos do período colonial explica muito das péssimas 
condições de higiene da época e tem relação com outros problemas urbanos da 
atualidade, como por exemplo o problema das moradias precárias. Na imagem abaixo, 
podemos observar as habitações coletivas que eram comuns nas cidades nesta 
época, conhecidas como cortiços. Ali, dezenas de famílias de amontoavam em um 
espaço reduzido, onde era comum a falta de circulação de ar, o acúmulo de lixo e a 
proliferação de doenças. 
 Embora as cidades coloniais tenham existido e se constituído como importantes 
centros no período colonial, a maior parte da população brasileira ainda vivia no campo. 
O processo de urbanização brasileira se desenvolveu de forma mais consistente a 
partir da segunda metade do século XIX, com o início gradativo da industrialização no 
país. Entretanto, foi só após a década de 1930 que a constituição e desenvolvimento 
do setor industrial foi se tornando mais intenso e a urbanização das regiões brasileiras 
foi se dando de forma mais consistente.
 Na segunda metade do século XX observou-se um intenso deslocamento da 
53
população brasileira das áreas rurais para as grandes cidades, processo conhecido 
como êxodo rural. Este intenso deslocamento se dá por várias razões, ocasionado 
principalmente pela inserção do maquinário e de tecnologias nas atividades produtivas 
no meio rural, o que gerou um maior desemprego no campo e uma grande leva de 
migrantes em direção às grandes cidades do Brasil.
 No mapa a seguir é possível observar que os fluxos mais intensos de 
deslocamento de população se deram com entre os estados do Nordeste do Brasil 
rumo aos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, onde se localizavam a maior parte 
das indústrias que emergiam naquele momento.
 A década de 1970 marca o período em que o Brasil, pela primeira vez em sua 
história, passa a ter uma população majoritariamente urbana, ou seja, a maior parte dos 
habitantes vivia nas áreas urbanas. Atualmente, mais de 80% dos habitantes do Brasil 
residem em cidades, sendo a maior parte desses em grandes centros urbanos, tais 
como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e outras. Afinal, além de 
um acelerado êxodo rural, a urbanização brasileira contou com um intensivo processo 
de metropolização — a concentração das populações nas grandes metrópoles.
 
54
 No gráfico acima, é possível perceber que, apesar do processo de urbanização 
ter acontecido no país de forma geral, ou seja, com impactos em todo o Brasil, a taxa 
de urbanização é diferente nas 5 regiões brasileiras. A região Sudeste apresenta-se 
como a região brasileira mais urbanizada, com 93% de pessoas residentes em áreas 
urbanas, enquanto na região Nordeste, 73% vivem nas cidades enquanto 27% ainda 
residem em áreas rurais.
 O grande deslocamento rumo às grandes cidades, fez com que as cidades 
vizinhas também crescessem, contribuindo para a formação das metrópoles. Esse 
foi um dos motivos responsáveis pela desigualdade tanto em tamanho das cidades 
e número de habitantes quanto em níveis de avanço econômico e ofertas de 
infraestrutura no espaço urbano brasileiro. A região Sudeste, dessa forma, abrange a 
maior parte dos habitantes e possui as maiores taxas de urbanização, com destaque 
para os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, que contam com mais de 90% de seus 
habitantes vivendo em cidades.
 O mapa abaixo destaca a capitais brasileiras, evidenciando aquelas onde se 
concentram a maior parte da população brasileira, notadamente Rio de Janeiro e São 
Paulo. É possível observar também, o grande crescimento da população das cidades 
brasileiras desde o ano de 1872, quando nossa maior cidade possuía menos de 275 
mil habitantes, até o ano 2000, quando nossa maior cidade, São Paulo, já reunia mais 
de 10 milhões de habitantes.
55
 
 Por outro lado, a região Norte e algumas áreas da região Nordeste apresentam 
números modestos nesse sentido. Os estados menos urbanizados do Brasil são 
Pará, Maranhão e Piauí, enquanto outros apresentam números pouco maiores, mas 
com índices populacionais baixos, o que torna suas cidades menores em termos 
demográficos, a exemplo do Acre e de Roraima.
 Outro exemplo de estado com pouca população e com elevada urbanização é 
Goiás, graças à grande quantidade de pessoas habitando a região metropolitana de 
Goiânia e o entorno do Distrito Federal. Assim como os dois estados do Sudeste acima 
mencionados, o território goiano é cerca de 90% composto por populações urbanas, 
mas o seu número total de habitantes é de apenas seis milhões e meio de pessoas 
aproximadamente, bem menos do que a capital paulista, que, sozinha, ultrapassa os 
doze milhões.
 A densidade populacional mais elevada na região Sudeste deve-se às heranças 
econômicas e estruturais herdadas dos ciclos produtivos anteriores, principalmente o 
período cafeeiro da história econômica brasileira. Por esse motivo, é nessa região que 
se encontram as duas únicas cidades globais do país, São Paulo e Rio de Janeiro, que, 
juntas, formam uma megalópole, ponto de intensa aglomeração urbana com níveis 
internacionais de alcance produtivo.
 Atrás das duas cidades globais em termos de hierarquia urbana estão as 
metrópoles nacionais, responsáveis por estabelecer articulações intensivas com 
praticamente todo o território nacional. São elas: Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, 
Fortaleza, Brasília e outras. Em um degrau abaixo na hierarquia urbana há também as 
metrópoles regionais, com destaque para Campinas, Cuiabá, São Luiz, entre outras.
 
56
57
 Após os longos ciclos de urbanização, êxodo rural e metropolização vistos ao 
longo do século XX, o início do século XXI, sobretudo nessa segunda década, marca 
um gradativo processo de descentralização, com o crescimento das metrópoles de 
médio porte e a desmetropolização — quando as cidades médias passam a receber 
uma maior carga de investimentos, indústrias, empregos e habitantes. Ao mesmo 
tempo, é errado pensar que as grandes metrópoles do país perderam a importância, 
pelo contrário, suas estruturas seguem modernizando-se e, de cidades industriais, elas 
lentamente vão se tornando centros burocráticos, concentrando a maior parte das 
sedes das grandes empresas nacionais e internacionais e neste contexto, continuam 
sendo os centros econômicos mais importantes do país.
 4.2 Hierarquia Urbana
 A hierarquia urbana é a maneira como as cidades organizam-se dentro de 
uma escala de subordinação. Na prática, isso se dá quando vilas e cidades menores 
subordinam-se às cidades médias, e estas se subordinam às cidades grandes. Por 
meio da hierarquia urbana, pode-se conhecer a importância de uma cidade e a sua 
relação de subordinação ou grau de influência sobre as outras cidades que estão à sua 
volta.
 Essa teoria não é elaborada apenas pela extensão territorial da cidade ou pelo 
seu número de habitantes que ali residem, mas fundamentalmente pela quantidade, 
qualidade e variedade de bens e serviços oferecidos neste espaço urbano. Quanto 
maior e mais diversificado o setor econômico e de serviços, maior é a sua importância 
no processo produtivo e maior é a sua colocação na escala de hierarquia urbana.
 A ideia de hierarquia urbana na atualidade está intrinsicamente vinculada ao 
conceito de rede urbana, que é a rede de relações econômicas, sociais e culturais que 
integram as cidades.
58
 
 4.3 - Nova hierarquia urbana
 O esquema clássico da hierarquia urbana sofreu alterações no decorrer das 
últimas décadas. A principal razão é a transformação das cidades e a evolução dos 
meios de comunicação e transportes, que são resultados do processo de Globalização. 
Dessa forma, o processo de subordinação não segue mais uma escalacontínua. Em 
diversas situações, os habitantes de cidades menores direcionam-se diretamente 
a centros urbanos como metrópoles regionais ou nacionais para adquirir bens ou 
serviços.
 Essa nova realidade é fruto da flexibilização e popularização dos meios de 
transporte, que permitem às pessoas escolher os locais para onde querem se deslocar 
para adquirir os produtos dos quais necessitam, não ficando subordinadas ao centro 
urbano mais próximo.
 A hierarquia urbana é composta por estruturas categorizadas na seguinte 
classificação:
 Metrópole:	cidade de maior porte que se caracteriza pelo poder de atração 
e influência que exerce sobre um expressivo número de cidades do seu entorno. É 
o centro mais importante da rede urbana, por isso, seu nível de influência pode ser 
classificado como regional ou nacional:
 Metrópole	 nacional: grande centro urbano, com variedade de serviços e 
influência sobre os centros regionais, capitais regionais e as metrópoles regionais.
 Metrópole	regional:	cidade que exerce grande influência em seu próprio estado 
ou no contexto regional. Geralmente, apresenta mais de um milhão de habitantes e 
grande concentração de pessoas.
 Centros	 regionais:	 são cidades médias que exercem influência em âmbito 
regional ou local. Podem ser ou não uma capital de estado. Normalmente são referência 
no desenvolvimento da produção de bens e serviços para as cidades de seu entorno 
e estabelecem vínculo mais próximo com as metrópoles nacionais;
59
	 Cidade	local:	cidade de pequeno porte em que sua população, muitas vezes, 
recorre aos centros urbanos maiores para ter acesso a bens ou serviços que não são 
ali oferecidos;
 Vila: pequeno aglomerado urbano que não foi alcançou a condição de cidade. A 
grande maioria dos bens e serviços não é oferecida. Necessita recorrer frequentemente 
a centros urbanos maiores para ter suas necessidades atendidas.
60
 4.4 - A rede urbana brasileira
 A rede urbana brasileira está estruturada em duas dimensões: a hierarquia dos 
centros urbanos, dividida em cinco níveis; e as regiões de influência, identificadas pela 
ligação das Cidades de menor para as de maior hierarquia urbana. O elo final de cada 
rede são as Metrópoles, para onde convergem as vinculações de todas as Cidades 
presentes no Território Nacional.
 A unidade urbana é o conjunto formado por municípios e arranjos populacionais. 
Isto se deve ao fato de que a unidade funcional cidade pode vir a ser composta não 
apenas por um, mas por vários municípios que são indissociáveis como unidade urbana. 
Trata-se de municípios conurbados ou que possuem forte movimento pendular para 
estudo e trabalho, com tamanha integração que justifica considerá-los como um único 
nó da rede urbana.
 Desse modo, as cidades brasileiras foram classificadas, hierarquicamente, a 
partir das funções de gestão que exercem sobre outras cidades, considerando tanto 
seu papel de comando em atividades empresariais quanto de gestão pública, e, ainda, 
em função da sua atratividade para suprir bens e serviços para outras cidades. O 
alcance desse comando e atratividade no território corresponde à delimitação de sua 
área de influência, ou seja, quais cidades estão subordinadas a cada centralidade.
 Hierarquia	dos	centros	urbanos
 Metrópoles	 - São os 15 principais centros urbanos, dos quais todas as 
Cidades existentes no País recebem influência direta, seja de uma ou mais Metrópoles 
simultaneamente. A região de influência dessas centralidades é ampla e cobre toda a 
extensão territorial do País, com áreas de sobreposição em determinados contatos. 
As Metrópoles se subdividem em três níveis:
 a)	Grande	Metrópole	Nacional	- o Arranjo Populacional de São Paulo/SP ocupa, 
isoladamente, a posição de maior hierarquia urbana do País, concentrando em seu 
Arranjo Populacional 21,5 milhões de habitantes em 2018 e 17,7% do Produto Interno 
Bruto - PIB nacional em 2016;
	 b)	 Metrópole	 Nacional - os Arranjos Populacionais de Brasília/DF e Rio de 
Janeiro/RJ ocupam a segunda colocação hierárquica, também com forte presença 
nacional. O Arranjo Populacional de Brasília/DF contava, em 2018, com 3,9 milhões de 
habitantes, enquanto o do Rio de Janeiro/RJ somava 12,7 milhões na mesma data; 
 c)	Metrópole - os Arranjos Populacionais de Belém/ PA, Belo Horizonte/MG, 
Campinas/SP, Curitiba/PR, Florianópolis/SC, Fortaleza/CE, Goiânia/GO, Porto Alegre/
RS, Recife/PE, Salvador/BA, Vitória/ES e o Município de Manaus (AM) são as 12 Cidades 
identificadas como Metrópoles. A média populacional das Metrópoles é de 3 milhões 
de habitantes, sendo, a mais populosa, Belo Horizonte (MG) com 5,2 milhões e, as 
menos populosas, Florianópolis (SC) e Vitória (ES), com respectivamente 1,0 milhão e 
1,8 milhão de pessoas residentes em seus Arranjos Populacionais em 2018. Campinas 
(SP) é a única Cidade que não é Capital Estadual a ser classificada como Metrópole.
61
 Capitais	 Regionais - São os centros urbanos com alta concentração de 
atividades de gestão, mas com alcance menor em termos de região de influência 
em comparação com as Metrópoles. Ao todo, 97 Cidades foram classificadas como 
Capitais Regionais em todo o País, com três subdivisões:
 a)	Capital	Regional	A - composta por nove Cidades, em geral Capitais Estaduais 
das Regiões Nordeste e Centro-Oeste com exceção do Arranjo Populacional de 
Ribeirão Preto/SP. Apresentam contingente populacional próximo entre si, variando 
de 800 mil a 1,4 milhão de habitantes em 2018. Todas se relacionam diretamente a 
Metrópoles;
 b)	Capital	Regional	B - reúne 24 Cidades, geralmente, centralidades de referência 
no interior dos Estados, exceto pelas Capitais Estaduais Palmas/TO e Porto Velho (RO). 
Caracterizam-se por possuírem, em média, 530 mil habitantes, apenas com o Arranjo 
Populacional de São José dos Campos/SP em um patamar populacional superior (1,6 
milhão de habitantes em 2018). São numerosas na Região Sul, onde se localizam 10 
das 24 Capitais Regionais dessa categoria; 
 c)	Capital	Regional	C	- possui 64 Cidades, dentre elas três Capitais Estaduais: 
os Municípios de Boa Vista (RR), Rio Branco (AC) e o Arranjo Populacional de Macapá/AP, 
todas pertencentes à Região Norte. As demais Cidades localizam-se, principalmente, 
na Região Sudeste, onde 30 das 64 Capitais Regionais C se encontram. A média 
nacional de população das Cidades dessa categoria é de 300 mil habitantes em 2018, 
sendo maior na Região Sudeste (360 mil) e menor na Região Sul (200 mil).
 Centros	 Sub-Regionais - Neste terceiro nível hierárquico, as 352 Cidades 
possuem atividades de gestão menos complexas, com áreas de influência de menor 
extensão que as das Capitais Regionais. São também Cidades de menor porte 
populacional, com média nacional de 85 mil habitantes, maiores na Região Sudeste 
(100 mil) e menores nas Regiões Sul e Centro-Oeste (75 mil). Este nível divide-se em 
dois grupos:
 a)	 Centro	 Sub-Regional	 A - composto por 96 Cidades presentes em maior 
número nas Regiões Sudeste, Sul e Nordeste, e média populacional de 120 mil 
habitantes; 
 b)	Centro	Sub-Regional	B	- formado por 256 Cidades com grande participação 
das Regiões Sudeste e Nordeste, apresenta média nacional de 70 mil habitantes, 
maiores no Sudeste (85 mil) e menores no Sul (55 mil).
 Centros	 de	 Zona	 - As Cidades classificadas no quarto nível da hierarquia 
urbana caracterizam-se por menores níveis de atividades de gestão, polarizando um 
número inferior de Cidades vizinhas em virtude da atração direta da população por 
comércio e serviços baseada nas relações de proximidade. São 398 Cidades com 
média populacional de 30 mil habitantes, subdivididas em dois conjuntos:
 a)	Centro	de	Zona	A - formado por 147 Cidades com cerca de 40 mil pessoas, 
mais populosas na Região Norte (média de 60 mil habitantes) e menos populosas nas 
Regiões Sul e Centro-Oeste (ambas com média de pouco mais de 30 mil pessoas); e
62
 b)	Centro	de	Zona	B	- este subnível soma 251 Cidades. São de menor porte 
populacional que os Centros de ZonaA (média inferior a 25 mil habitantes), igualmente 
mais populosas na Região Norte (35 mil, em média) e menos populosas na Região 
Sul (onde perfazem 15 mil habitantes). Os Centros de Zona B são mais numerosos na 
Região Nordeste, onde localizam-se 100 das 251 Cidades nesta classificação.
	 Centros	 Locais - O último nível hierárquico define-se pelas Cidades que 
exercem influência restrita aos seus próprios limites territoriais, podendo atrair alguma 
população moradora de outras Cidades para temas específicos, mas não sendo destino 
principal de nenhuma outra Cidade. Simultaneamente, os Centros Locais apresentam 
fraca centralidade em suas atividades empresariais e de gestão pública, geralmente 
tendo outros centros urbanos de maior hierarquia como referência para atividades 
cotidianas de compras e serviços de sua população, bem como acesso a atividades 
do poder público e dinâmica empresarial.
 São a maioria das Cidades do País, totalizando 4 037 centros urbanos. A média 
populacional dos Centros Locais é de apenas 12,5 mil habitantes, com maiores médias 
na Região Norte (quase 20 mil habitantes) e menores na Região Sul (7,5 mil pessoas em 
2018). Essa diferença regional das médias demográficas repete o padrão apresentado 
pelos Centros de Zona, inclusive tendo também a Região Nordeste com o maior número 
Cidades neste nível hierárquico.
 Analisando o perfil regional de cada nível hierárquico, a maior parte das 
Metrópoles encontra-se na Região Sudeste, bem como os dois níveis seguintes 
(Capitais Regionais e Centros Sub-Regionais). Essa concentração ocorre tendo em 
vista que a Região Sudeste sedia grande parte das funções de gestão do País, bem 
como porção substancial da renda nacional. Essa renda, estando distribuída em 
diversas Cidades presentes na Região Sudeste, propicia a existência de mercados 
de nível intermediário para atender ao grande número de consumidores com renda 
mais elevada. Já os Centros de Zona e Centros Locais são mais numerosos na Região 
Nordeste, evidenciando a preponderância das relações de proximidade na organização 
da rede urbana dessa Região. A média da renda gerada tem níveis inferiores às da 
Região Sul e Sudeste e a viabilidade de manutenção de mercados intermediários é 
reduzida, devido ao menor poder de compra dos consumidores.
63
 Regiões	de	influência
 No nível mais alto da hierarquia urbana encontram-se as 15 Metrópoles com 
suas respectivas regiões de influência, conectando as Cidades pertencentes a cada 
uma das redes urbanas. Há áreas de intersecção nas quais as Cidades recebem 
influência, simultaneamente, de duas ou mais Metrópoles. 
 Ligações	entre	as	Metrópoles
 A rede urbana brasileira se caracteriza por centros urbanos de menor hierarquia 
se ligando a centros maiores até convergirem nas 15 Metrópoles, que são nós terminais 
da articulação reticular. Também existem ligações entre as Metrópoles que não estão 
representadas na rede final, mas que existem e são hierárquicas em sua forma. As 
conexões entre as Metrópoles representam o agregado das ligações entre as atividades 
que geram fluxo. Essas atividades, localizadas em um conjunto n de Cidades, podem 
envolver hierarquia, como a sede de uma instituição pública e suas agências, mas 
também podem ser uma ligação entre iguais ou mesmo de complementares. Isso faz 
com que a ligação entre as Cidades não sejam, a priori, hierárquicas, porém, o resultado 
agregado das ligações do conjunto de atividades no conjunto de Cidades, evidencia 
a existência de centros urbanos de maior importância, onde há concentração dos 
fluxos, sendo possível, a partir de seu mapeamento, estabelecer uma hierarquia entre 
as Cidades.
 O mapa abaixo mostra as áreas de influência exercidas pelas metrópoles 
brasileiras, sejam elas de escala global, nacional ou regional. Neste contexto, é possível 
observar que as metrópoles globais como São Paulo e Rio de Janeiro exercem grande 
influência para além de suas fronteiras estaduais, o que dá mostra do seu grau de 
hierarquia urbana. 
64
4.5 - Problemas urbanos nas grandes metrópoles
 O processo de urbanização no Brasil se intensificou a partir da década de 1950. 
As atividades industriais se ampliaram, trazendo cada vez mais os trabalhadores rurais 
para o trabalho nas cidades. Porém, este processo se deu sem um devido planejamento 
e teve como consequência vários problemas de ordem social. O inchaço das cidades, 
provocado pelo acúmulo de pessoas, e a falta de investimentos adequados em 
infraestrutura gera transtornos para a população urbana, principalmente aquela em 
situação econômica mais vulnerável.
 As grandes aglomerações urbanas brasileiras enfrentam diversos problemas, 
nos quais se destacam as questões ligadas à moradia, ao desemprego, à desigualdade 
social, a falta de acesso à saúde e à educação, à violência urbana e à exclusão social.
 O acesso à moradia digna, na qual estão presentes as condições de mínimos 
de infraestrutura (saneamento, asfalto, iluminação, etc.) não atinge todas as camadas 
da população brasileira. É cada vez mais comum o surgimento e ampliação de favelas 
desprovidas de serviços públicos. Outro agravante são as pessoas que não conseguem 
obter renda suficiente para ser destinada à habitação, e acabam utilizando as ruas da 
cidade como espaço de moradia.
 A educação oferecida pelo estado e precariamente cumprida gera vários 
transtornos, pois considerável parte das pessoas não conseguem obter qualificação 
profissional exigida por um mercado de trabalho cada vez mais competitivo. Disso 
decorre o aumento do desemprego e se ampliam as atividades do mercado informal.
 Os serviços públicos de saúde, apresentam problemas estruturais, que 
dificultam e até mesmo impedem um acesso pleno a um direito básico, com filas 
imensas e demoradas, ausência de aparelhos e medicamentos, pequeno número de 
funcionários, e um total desrespeito com o cidadão que necessita desse direito básico.
 Um dos problemas que mais preocupa a população atualmente é a violência 
65
urbana, pois todos estão vulneráveis aos crimes que ocorrem, principalmente nas 
grandes cidades do Brasil. Diariamente têm-se notícias de assassinatos, assaltos, 
sequestros, agressões, e outros tipos de violência. 
 Um dos maiores e mais graves problemas que acontecem nos países em 
desenvolvimento é a desigualdade social, e no Brasil não é diferente. Isso ocorre entre 
as Regiões, Estados, Cidades e Bairros, refletindo em aspectos como a qualidade de 
vida, educação, segurança, entre outros. Uma pequena parcela da população brasileira 
é muito rica, enquanto a maioria é pobre e excluída de qualquer direito social; o que é 
um reflexo da grande desigualdade na distribuição de renda.
 Imagem: um retrato revelando a desigualdade social na cidade de São Paulo.
 Políticas públicas devem ser desenvolvidas para proporcionar uma distribuição 
de renda mais igualitária, diminuindo a disparidade entre a população. Investimentos 
em serviços públicos se fazem necessários (educação, saúde, moradia, segurança, 
entre outros.) de forma que eleve a qualidade de vida e, principalmente, dignidade para 
os cidadãos brasileiros.
 
66
 QUESTÕES
1.	 CEBRASPE	(CESPE)	-	Policial	Rodoviário	Federal/2002		
 A década de 30 assinala o início da modernização brasileira. As circunstâncias 
que envolveram a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) também contribuíram para 
que a fisionomia do país fosse sendo alterada. Na segunda metade da década de 50, 
correspondendo aos “Anos JK”, aprofundou-se esse processo modernizador, além 
de se ter estimulado a sociedade brasileira a acreditar em sua capacidade de criar 
e de produzir. Ao aprofundamento das contradições e da crise política do início dos 
anos 60 correspondeu o golpe militar de 1964, inaugurando uma era que conheceu 
momentos de grande êxito econômico, em meio a um quadro geral de autoritarismo 
político, experiência que se esgotaria em cerca de vinte anos.
 Relativamente a esse quadro da evolução brasileira contemporânea, julgue oitem a seguir.
 Ao se constituir em centro dinâmico da economia brasileira, a partir da década 
de 30, a indústria criou um novo espaço geográfico, que rapidamente passou a 
concentrar a maior parte da população e da produção do país; daí ser possível associar 
industrialização com urbanização na moderna configuração do Brasil.
 ( ) Certo ( ) Errado
	 2.	 CEBRASPE	(CESPE)	-	Policial	Rodoviário	Federal/2021		
 Com relação à estrutura urbana brasileira e às grandes metrópoles, julgue o 
item subsecutivo.
 As metrópoles brasileiras são arranjos populacionais acima de um milhão de 
habitantes que exercem influência direta sobre os demais níveis de cidades na rede 
urbana.
 ( ) Certo ( ) Errado
 3.	 CEBRASPE	(CESPE)	-	Policial	Rodoviário	Federal/2021		
 Com relação à estrutura urbana brasileira e às grandes metrópoles, julgue o 
item subsecutivo.
 Os arranjos populacionais de Campinas e Ribeirão Preto, no estado de São Paulo, 
e de Uberlândia, em Minas Gerais, configuram-se como metrópoles em ascensão na 
rede urbana brasileira e encontram-se no primeiro nível da hierarquia urbana.
 ( ) Certo ( ) Errado
67
 4.	 CEBRASPE	(CESPE)	-	Soldado	Policial	Militar	(PM	AL)/2021		
 Acerca dos problemas sociais urbanos no Brasil e de seus desdobramentos 
socioeconômicos e socioespaciais, julgue o item a seguir.
 Para a qualidade de vida nas cidades brasileiras, aspectos econômicos são 
sempre mais importantes que o meio ambiente.
 ( ) Certo ( ) Errado
 5.	 CEBRASPE	(CESPE)	-	Professor	(SEDUC	AL)/Geografia/2021		
 A respeito da urbanização brasileira, julgue o item a seguir.
 O forte movimento de urbanização no Brasil se verificou a partir da Segunda 
Guerra mundial e foi acompanhado de forte crescimento demográfico, resultado de 
uma natalidade elevada e de uma mortalidade em queda, causadas principalmente 
pela aplicação de medidas sanitárias e pela melhora relativa nos padrões de vida, 
sobretudo nas cidades.
 ( ) Certo ( ) Errado
 6.	 CEBRASPE	(CESPE)	-	Professor	(SEDUC	AL)/Geografia/2021		
 A respeito da urbanização brasileira, julgue o item a seguir.
 O denominado meio técnico-científico-informacional, termo criado por Milton 
Santos, ocorreu exclusivamente nas áreas urbanas brasileiras, haja vista a necessidade 
de atendimento do seu mercado consumidor.
 ( ) Certo ( ) Errado
	 7.	 CEBRASPE	 (CESPE)	 -	 Analista	 de	Gestão	 de	 Resíduos	 Sólidos	 (SLU	
DF)/	 Geografia/2019		
 Com relação a planejamento territorial em ambientes urbanos, julgue o item 
subsecutivo.
 As cidades no Brasil, em suas diferentes escalas (metrópole, cidade média ou 
pequena), apresentam elementos de desigualdade que se expressam no território: 
a precarização da habitação e do saneamento básico contribui para a formação de 
periferias pobres, parcialmente integradas à dinâmica urbana.
 ( ) Certo ( ) Errado
	 8.	 CEBRASPE	(CESPE)	-	1º	Tenente	(PM	MA)/Cirurgião-Dentista/2018		
68
 O vertiginoso processo de urbanização no Brasil deu origem, em poucas 
décadas, a centros urbanos de todo porte, que, espalhados pelo país, passaram 
a ordenar os fluxos de pessoas, mercadorias, informações e capitais no território 
brasileiro, configurando uma complexa rede geográfica de cidades.
 Com relação ao texto apresentado e aos múltiplos aspectos a ele relacionados, 
julgue o seguinte item.
 As cidades que apresentam maior grau de complexidade socioeconômica 
e polarizam todo o território brasileiro e parte da América do Sul são as metrópoles 
nacionais.
 ( ) Certo ( ) Errado
 9.	 CEBRASPE	(CESPE)	-	Agente	de	Inteligência/2018		
 Julgue o item subsequente, acerca da estrutura urbana brasileira e das grandes 
metrópoles nacionais. A organização do espaço urbano em áreas industriais, áreas de 
lazer, espaços públicos e locais de consumo, e a distribuição dos meios de transporte 
e dos serviços públicos de saúde e educação são determinadas pelo plano diretor 
de uso e ocupação do solo, o qual promove uma cidade mais igualitária e menos 
segregadora.
 ( ) Certo ( ) Errado
	 10.	 CEBRASPE	(CESPE)	-	Agente	de	Inteligência/2018		
 Acerca da integração da indústria à estrutura urbana no Brasil, julgue o próximo 
item. A especialização das cidades acentua a divisão interurbana do trabalho; por isso, 
no estado de São Paulo, encontram-se cidades em que prevalecem empresas globais 
ligadas à produção de matérias-primas regionais, cidades especializadas em novas 
tecnologias, bem como cidades universitárias, locais onde as instituições de ensino 
superior direcionam o desenvolvimento local.
 ( ) Certo ( ) Errado
 11.	 CEBRASPE	(CESPE)	-	Diplomata	(Terceiro	Secretário)/2017		
 Julgue o item subsequente, a respeito da economia espacial brasileira ao longo 
dos séculos XX e XXI.
 As cidades médias têm apresentado, na atualidade, retração dos índices 
econômico e tecnológico em decorrência do poder de atração e concentração 
exercido pelas metrópoles nacionais e regionais.
 ( ) Certo ( ) Errado
 
69
12.	 CEBRASPE	 (CESPE)	 -	 Analista	 do	 Ministério	 Público	 da	 União/Perícia/
Geografia/2013		
 O termo urbanização refere-se tanto à constituição de formas espaciais 
específicas das sociedades humanas, caracterizadas pela concentração significativa 
das atividades e das populações em um espaço restrito, quanto à existência e à difusão 
de um sistema cultural específico, a cultura urbana.
 Manuel Castells. A questão urbana. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983, 506, p. 24 
(com adaptações).
 Tendo o texto acima como referência, julgue o item a seguir, em relação à 
urbanização, à metropolização e aos problemas ambientais urbanos no Brasil.
 A pobreza urbana tem características bem peculiares e se distingue da pobreza 
rural fundamentalmente no que se refere à utilização da mão de obra.
 ( ) Certo ( ) Errado
	 13.	 CEBRASPE	(CESPE)	-	Analista	de	Infraestrutura	(MPOG)/Área	I/2012	(e	
mais	6		concursos)		
 Sabe-se que, atualmente, mais da metade da população mundial vive nas 
cidades, o que é fator decisivo para a ampliação dos desafios sociais e ambientais, 
como a pobreza, a fome e as mudanças climáticas. No Brasil, o processo de urbanização 
da sociedade, impulsionado pela Segunda Guerra e pela industrialização que avança 
celeremente desde a Era Vargas, fez-se de forma rápida e não planejada. A despeito 
dos enormes problemas daí decorrentes, o certo é que o país chegou ao século XXI 
profundamente alterado, sobretudo quando confrontado com a realidade histórica 
que o caracterizou desde o período colonial. A respeito dessa situação, julgue o item 
que se segue.
 A urbanização do Brasil liga-se, em larga medida, ao forte movimento migratório 
que, especialmente a partir dos anos 50 do século passado, transferiu para as cidades 
milhões de pessoas que se viram impelidas a abandonar o campo.
( ) Certo ( ) Errado
	 14.	 CEBRASPE	(CESPE)	-	Analista	de	Infraestrutura	(MPOG)/Área	I/2012	(e	
mais	6	concursos)		
 Sabe-se que, atualmente, mais da metade da população mundial vive nas 
cidades, o que é fator decisivo para a ampliação dos desafios sociais e ambientais, 
como a pobreza, a fome e as mudanças climáticas. No Brasil, o processo de urbanização 
da sociedade, impulsionado pela Segunda Guerra e pela industrialização que avança 
celeremente desde a Era Vargas, fez-se de forma rápida e não planejada. A despeito 
dos enormes problemas daí decorrentes, o certo é que o país chegou ao século XXI 
profundamente alterado, sobretudo quando confrontado com a realidade histórica 
que o caracterizou desde o período colonial. A respeito dessa situação, julgue o item 
70
que se segue.
 Com mais de 80% de sua população vivendo em cidades, o Brasil contemporâneo 
demanda políticas públicas para enfrentar problemas que cada vez mais se identificam 
com a realidade urbana, a exemplo da deficiência em habitação, saneamento,saúde e 
educação.
 ( ) Certo ( ) Errado
 15.	 CEBRASPE	(CESPE)	-	Diplomata	(Terceiro	Secretário)/2009		
 Rede urbana pode ser definida como um conjunto funcionalmente articulado 
que reflete e reforça as características sociais e econômicas de um território. Em cada 
região do mundo, a configuração da rede urbana apresenta especificidades. Com 
relação a redes urbanas no Brasil, julgue (C ou E) o item subsequente.
 Ainda hoje, verifica-se a polarização exercida pelas metrópoles Rio de Janeiro e 
São Paulo, por meio da concentração de indústrias e de serviços.
 ( ) Certo ( ) Errado
71
 GABARITO COMENTADO
 1. CERTO
 A industrialização foi o maior motor do processo de urbanização do Brasil, uma 
vez que proporcionou o crescimento das cidades através das ondas de migração e 
êxodo rural de populações em busca de trabalho na indústria, gerando um espantoso 
crescimento das cidades e promovendo a metropolização.
 2. CERTO
 Uma metrópole ou região metropolitana representa o espaço urbano de dois 
ou mais municípios conurbados que estão interligados em região de influência com 
numerosa população. De acordo com o IBGE, as metrópoles brasileiras são arranjos 
populacionais acima de um milhão de habitantes que exercem influência direta sobre 
os demais níveis de cidades na rede urbana.
 3. ERRADO
 De acordo com a classificação desenvolvida pelo IBGE, as cidades citadas 
são consideradas Metrópole (Campinas), capital regional A (Ribeirão Preto) e capital 
regional B (Uberlândia). A categoria metrópoles em ascensão não existe.
 4. ERRADO
 A qualidade de vida nas cidades brasileiras depende do equilíbrio entre os 
aspectos econômicos, sociais e ambientais em conjunto.
 5.	CERTO
 A aplicação de medidas sanitárias e a melhora relativa nos padrões de vida, 
sobretudo nas cidades foram fatores essenciais para o aumento da expectativa de vida 
e da redução da mortalidade infantil, que aliados ao aumento das taxas de natalidade 
e fecundidade da população proporcionaram um forte crescimento demográfico.
 6. ERRADO
 O meio técnico-científico-informacional também ocorreu nas áreas rurais 
brasileiras, uma vez que ocorreram profundas transformações advindas da revolução 
verde, que está totalmente associada a esse conceito criado pelo geógrafo Milton 
Santos.
 7. CERTO
 Nos países industrializados periféricos, como o Brasil, apresentam elementos 
de desigualdade que se expressam no território como a precarização da habitação e 
do saneamento básico. A falta de planejamento urbano, o crescimento desordenado 
das cidades, a desigualdade social e presença ineficiente do estado geram esses e 
outros problemas.
72
 8. ERRADO
 As cidades que apresentam maior grau de complexidade socioeconômica 
e polarizam todo o território brasileiro e parte da América do Sul são as metrópoles 
globais, que possuem influências nacionais e internacionais através do seu aparato 
institucional, tecnológico, político e econômico. No Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro 
são consideradas metrópoles globais. 
 9. ERRADO
 A organização do espaço urbano em áreas industriais, áreas de lazer, espaços 
públicos e locais de consumo, e a distribuição dos meios de transporte e dos serviços 
públicos de saúde e educação são realmente determinadas pelo plano diretor de 
uso e ocupação do solo, porém ele não garante uma cidade mais igualitária e menos 
segregadora, pois esse é um direito que passa por representantes políticos, instituições 
e sociedade civil alcançar.
 10. CERTO
 As cidades possuem diferentes funções dentro dessa lógica de urbanização 
ocidental capitalista, de acordo com o contexto histórico do seu desenvolvimento 
socioeconômico. A divisão interurbana do trabalho é acentuada devido a essa 
especialização das cidades.
 11. ERRADO
 O poder de atração que as metrópoles nacionais e regionais exercem sobre as 
cidades médias é enorme, devido ao seu poder econômico, tecnológico e comercial. 
Porém as cidades médias passam atualmente por elevado crescimento econômico, 
tecnológico e populacional devido ao processo de desconcentração industrial.
 12. CERTO
 No meio urbano existem mais possibilidades de driblar o desemprego, 
através da informalidade, dos pequenos serviços temporários e mais recentemente 
com aplicativos de entrega. Já no meio rural, a diversidade de trabalhos é menor e 
geralmente resumem-se em trabalhos braçais em propriedades de terceiros. 
 13. CERTO
O êxodo rural foi preponderante no processo de urbanização do Brasil. Ele foi 
estimulado pela repulsão da força de trabalho do campo e a atração dessa força de 
trabalho para as cidades.
 14. CERTO
 Um país cada vez mais urbano necessita de políticas públicas voltadas para essa 
realidade, tais como habitação, mobilidade, saneamento, saúde, educação, emprego e 
lazer.
73
 15.	CERTO
 Por serem cidades globais, São Paulo e Rio de Janeiro, que na classificação 
do IBGE estão na categoria de Grande Metrópole Nacional e Metrópole Nacional 
respectivamente, exercem enorme influência e polarizam todo o território brasileiro.
74
	5.	DISTRIBUIÇÃO	ESPACIAL	DA	POPULAÇÃO	NO	BRASIL	E	
MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS INTERNOS. 
 O Brasil ocupa atualmente a sexta posição no ranking dos países mais 
populosos do mundo, já superando os 213 milhões de habitantes. De acordo com essa 
característica demográfica, o Brasil é considerado um país populoso, porém, devido 
ao seu extenso território, apesar de possuir uma enorme população somos um país 
pouco povoado, devido à baixa densidade demográfica em torno de 25 hab./Km².
	 Densidade	demográfica	=	População	total	÷	área	em	Km²
 Nas últimas décadas o Brasil vem passando por uma queda do crescimento 
vegetativo (diferença entre as taxas de natalidade e de mortalidade) ao mesmo tempo 
em que a expectativa de vida vem aumentando. Esse cenário está proporcionando 
grandes alterações na estrutura etária da população:
 - Aumento da população economicamente ativa, que vai dos 15 aos 59 anos e 
da população idosa, que possui 60 anos ou mais.
 - Redução do percentual de jovens (0 a 14 anos).
 As pirâmides etárias abaixo evidenciam esse fenômeno demográfico:
75
 A pirâmide etária é um gráfico que representa a população total de um território 
dividida por faixa etária e gênero.
 - Jovens (de 0 a 19 anos) 
 - Adultos (de 20 a 59 anos) 
 - Idosos (acima de 60 aos)
 Essa transformação na dinâmica demográfica brasileira está causando o 
envelhecimento da população, que vai aumentar nas próximas décadas.
Nos	últimos	20	anos,	o	idoso	brasileiro	teve	a	sua	expectativa	de	sobrevida	aumentada,	
reduziu	o	seu	grau	de	deficiência	física	ou	mental,	passou	a	chefiar	mais	suas	famílias	
e	a	viver	menos	na	casa	de	parentes.	Também	passou	a	receber	um	rendimento	médio	
mais	elevado,	o	que	levou	a	uma	redução	no	seu	grau	de	pobreza	e	indigência.	Essas	
considerações	levam	à	dificuldade	de	se	pensar	essa	relação	entre	envelhecimento	
e	dependência	 como	produto	de	um	único	 fator	 agindo	continuamente.	 Esse	é	 um	
fenômeno	 bastante	 complexo	 e	 sujeito	 à	 ação	 de	 vários	 fatores	 em	 interação.	 As	
aposentadorias	desempenham	um	papel	muito	importante	na	renda	dos	idosos	e	essa	
importância	cresce	com	a	 idade.	Pode-se	concluir	que	o	grau	de	dependência	dos	
indivíduos	idosos	é,	em	boa	parte,	determinado	pela	provisão	de	rendas	por	parte	do	
Estado.	Como	uma	parcela	importante	da	renda	familiar	depende	da	renda	do	idoso,	
sugere-se	 que	 quando	 se	 reduzem	 ou	 se	 aumentam	 benefícios	 previdenciários,	 o	
Estado	 não	 está	 simplesmente	 atingindo	 indivíduos,	 mas	 uma	 fração	 razoável	 dos	
rendimentos	 de	 famílias	 inteiras.	 Enquanto	 apenas	 8%	 da	 população	 brasileira	 era	
idosa	em	1998,	em	26%	das	famílias	brasileiras	podia-se	encontrar	pelo	menos	um	
idoso.
CAMARANO, A. A. Envelhecimento da população brasileira: uma contribuição demográfica, Rio de Janeiro 2002 
IPEA.
76
 Dados	demográficos	do	Brasil	em	2021:
 - Taxa de natalidade (N° depessoas que nascem por 1000 habitantes durante 1 
ano) = 13,79
 Apresenta queda nas últimas décadas devido à disseminação de métodos 
contraceptivos, a inserção da mulher no mercado de trabalho, o aumento dos custos 
para criar um filho e à urbanização.
 - Taxa de mortalidade (N° de pessoas que morrem por 1000 habitantes durante 
1 ano) = 6,61
 Apresenta redução significativa nas últimas décadas devido aos avanços da 
medicina e da indústria farmacêutica, universalização do sistema público de saúde e 
melhorias no saneamento básico. 
 - Mortalidade infantil (Crianças menores de 1 ano de idade que morrem por 
1000 nascidos vivos durante o período de 1 ano) = 11,20
 Enorme redução nas últimas décadas associada principalmente à expansão da 
vacinação (através do Programa Nacional de Imunizações) e de políticas públicas do 
SUS, além das medidas citadas em relação à taxa de mortalidade. 
 - Taxa de fecundidade (Nº médio de filhos por mulher até o final de sua idade 
reprodutiva) = 1,76
 Houve uma drástica redução a partir da década de 1970 devido aos fatores 
citados na taxa de natalidade.
 - Expectativa de Vida ao Nascer (Quantos anos, em média, espera-se que viva 
um recém-nascido) = 76,97
 Além das medidas mostradas na descrição da redução da taxa de 
mortalidade também é preciso citar as melhorias a qualidade de vida dos 
idosos. 
77
 5.1 Distribuição da população pelo território nacional
 A população do Brasil está distribuída de forma bastante desigual pelo país. 
Ela concentra-se principalmente ao longo da faixa litorânea, sendo que, nessa área, é 
maciçamente urbanizada, aglomerando-se nas cidades. 
 
 Essa característica gera enormes áreas do território com baixa densidade 
demográfica e também vazios demográficos. Essa distribuição desigual da população 
pelo território possui origens históricas, econômicas e geográficas. O Sudeste é a 
região mais populosa do país, cerca de 89 milhões de habitantes, onde só o estado de 
São Paulo tem mais de 46 milhões, sua região metropolitana 23 milhões e só a capital 
paulista mais de 12 milhões. As áreas menos povoadas são as regiões Norte e Centro-
Oeste, cuja população combinada (cerca de 34 milhões de habitantes) é inferior ao 
estado de São Paulo. Todas as regiões têm grandes populações urbanas. O Nordeste 
possui oi maior contingente populacional na área rural, com aproximadamente 14,3 
milhões de habitantes. 
 
78
 
 
 
79
 5.2 População urbana e rural
 De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2015, 
a maioria da população brasileira, representando 84,72% vive em áreas urbanas 
enquanto os outros 15,28% dos brasileiros vivem na zona rural. A região com maior 
proporção de população urbana é o Sudeste, com 93,14% da população vivendo em 
áreas urbanas. A proporção da população rural no Nordeste é a maior, com 26,88%. 
 Nas décadas de 1970 e 1980, o êxodo rural foi intenso, devido à mecanização da 
produção agrícola e à concentração fundiária, repelindo populações rurais e levando-as 
a se deslocar para as cidades em busca de emprego na crescente demanda de mão de 
obra industrial. No entanto, hoje, a migração das áreas rurais para as urbanas continua, 
mas em menor quantidade. Mais recentemente, a diversificação econômica do meio 
rural, as reconfigurações espaciais habitacionais das cidades e a permeabilidade entre 
as áreas urbanas e rurais vem freando o processo.
 
 O acelerado processo de urbanização no Brasil, impulsionado pela 
industrialização, produziu o fenômeno da metropolização, que representa uma 
ocupação urbana que ultrapassa os limites das cidades. Dessa forma, esse processo 
proporcionou o desenvolvimento de grandes centros metropolitanos como São Paulo, 
Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza, entre outros.
 5.3 Movimentos migratórios internos
 O termo migração refere-se à mobilidade espacial da população, um processo 
que ocorre desde os primórdios da humanidade. Significa mudar de país, estado, 
região, município e até mesmo de residência. 
 Os fluxos migratórios acontecem por diversos fatores, sendo que os principais 
são econômicos, políticos, culturais e naturais.
80
 Os tipos de migrações são classificados a partir de três aspectos: 
 Como	a	migração	foi	feita
 - Migração espontânea: quando ela é planejada pelo indivíduo; 
 - Migração forçada: quando o indivíduo se vê obrigado a migrar.
 	Espaço	de	deslocamento		
 Na migração interna temos duas categorias:
 - Migração inter-regional (de uma região para outra)
 - Migração intrarregional (dentro de uma mesma região)
 Tempo	de	permanência	do	migrante	
 - Migração definitiva: ocorre quando a pessoa passa a residir permanentemente 
no local para o qual migrou;
 - Migração temporária: ocorre quando o migrante reside apenas por um período 
pré-determinado no lugar para qual migrou.
 Tipos de migração interna no Brasil:
 - Êxodo rural: transferência de populações rurais para o espaço urbano.
 - Êxodo urbano: transferência de populações urbanas para o espaço rural.
 - Migração urbano-urbano: transferência de populações de uma cidade para 
outra.
 - Migração sazonal: migração temporária onde o indivíduo sai de uma localidade 
em um período do ano e, posteriormente, volta alguns meses após.
 - Migração diária ou pendular: indivíduos que se deslocam de uma cidade para 
outra como o objetivo de trabalhar ou estudar.
 - Migração de retorno: quando o migrante volta para sua região de origem após 
viver em outra localidade.
 Ao longo da história, as migrações pelo território brasileiro ocorreram seguindo 
os ciclos econômicos que se desenvolveram em diferentes regiões. As primeiras 
migrações ocorreram das áreas do ciclo da cana-de-açúcar para o interior do 
território onde se desenvolvia uma economia agropecuária para abastecer as regiões 
açucareiras. Com o declínio do ciclo da cana-de-açúcar inicia-se o ciclo do ouro no 
século XVIII, com a descoberta do metal em Minas Gerais, provocando enorme fluxo 
81
migratório para a região. O ciclo da borracha, desenvolvido na segunda metade do 
século XIX na região norte, tornou-se um atrativo para fluxo migratório intenso. Já o 
ciclo do café, entre o final do século XIX e início do século XX, e o posterior processo de 
industrialização da região impulsionado pela economia cafeeira redirecionou os fluxos 
migratórios para o sudeste, que ainda exerce enorme atratividade para migrantes. 
 O fator de maior impacto nos fluxos migratórios do Brasil é a economia, onde 
o deslocamento acontece com os indivíduos buscando melhores condições de vida 
e trabalho. Em alguns casos esse movimento migratório pode ser influenciado por 
fatores naturais da região de origem, como a seca no sertão nordestino.
 Os principais fluxos migratórios no território brasileiro, durante décadas, se 
direcionavam para a região Sudeste, principalmente São Paulo, devido à grande 
industrialização da região. No entanto, as cidades não apresentavam uma oferta 
de empregos compatível à procura, nem a economia urbana crescia na mesma 
velocidade em que a migração. Como consequência disso temos números alarmantes 
de desemprego, subemprego e trabalhadores informais, que aliado à falta de 
investimentos e ao ineficaz planejamento urbano produz vastas áreas empobrecidas 
com pouca ou nenhuma infraestrutura. 
 Esse fluxo vem diminuindo nos últimos anos devido ao surgimento de outras 
regiões de influência (principalmente a Centro-oeste) e à desconcentração industrial, 
juntamente com a migração de retorno, que ocorre essencialmente rumo à região 
nordeste.
 Também é possível observar a saída de população das metrópoles em direção 
às cidades médias em maior número que o contrário, principalmente nos estados de 
São Paulo e Rio de Janeiro.
 
82
QUESTÕES 
 1)	CEBRASPE	(CESPE)	-	Soldado	Militar	(PM	MA)/Combatente/2018
Julgueo seguinte item, relativo à população do Brasil e aos movimentos migratórios 
internos dessa população.
 O perfil demográfico dos brasileiros tem-se alterado com o aumento da média de 
idade da população, um dos fatores da crise previdenciária atual.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 2)	 CEBRASPE	(CESPE)	-	Oficial	de	Inteligência/Área	1/2018
 Acerca dos movimentos migratórios internos, da estrutura etária da população 
brasileira e da evolução de seu crescimento no século XX, julgue o item a seguir.
 O baixo crescimento vegetativo da população brasileira verificado nos últimos 
três censos demográficos indica a diminuição do ritmo de migrações no país e o início 
de longo ciclo de estagnação. Centros urbanos de atração de migrantes, como Brasília, 
Manaus e São Paulo, diminuíram drasticamente o ritmo de crescimento econômico, 
justificando assim a queda do fluxo migratório de entrada e o aumento da saída de 
população.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 3)	 CEBRASPE	(CESPE)	-	Oficial	de	Inteligência/Área	1/2018
 Acerca dos movimentos migratórios internos, da estrutura etária da população 
brasileira e da evolução de seu crescimento no século XX, julgue o item a seguir.
 A dinâmica da estrutura etária da população brasileira tende ao equilíbrio quanto 
à quantidade de crianças, jovens, adultos e idosos: a população de idosos com maior 
expectativa de vida cresce tanto quanto a população em idade infantil e jovem.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 4)	 CEBRASPE	(CESPE)	-	Oficial	de	Inteligência/Área	1/2018
 Acerca dos movimentos migratórios internos, da estrutura etária da população 
brasileira e da evolução de seu crescimento no século XX, julgue o item a seguir.
 Fundamentados no aumento da expectativa de vida, que resulta em crescimento 
das despesas com aposentadorias, serviços de saúde e assistência social, setores da 
sociedade brasileira defendem a necessidade de reforma do sistema previdenciário 
nacional.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
83
 5)	 CEBRASPE	(CESPE)	-	Soldado	Policial	Militar	(PM	AL)/Combatente/2017
 Julgue o próximo item, relativo a aspectos populacionais e urbanos do Brasil. 
 O Brasil passa por um processo de transição demográfica que exige a 
implantação de políticas públicas voltadas às demandas da população de jovens 
e adultos, como forma de minimizar prejuízos econômicos para o país e problemas 
urbanos e sociais, como o aumento da violência.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 6)	 CEBRASPE	(CESPE)	-	Analista	Legislativo	(CAM	DEP)/Área	XI/Consultor	
Legislativo/2014
 A respeito da geografia humana e econômica brasileira entre o século XX e a 
primeira década do século XXI, julgue o item a seguir.
 Em uma faixa territorial com largura de cerca de 100 km, contígua a todo o 
litoral brasileiro, encontra-se o maior contingente populacional do país sediado em 
metrópoles, resultante da migração ocorrida, após 1980, dos núcleos de povoamento 
do interior vinculados à indústria.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 7)	 CEBRASPE	 (CESPE)	 -	 Programa	Brasília	 Sem	Fronteiras	 (SECTI	DF)/
Universitários		(UNI)/2014
 No que diz respeito à população brasileira, julgue o seguinte item.
 A população brasileira continua crescendo, contudo, em ritmo menor que no 
século XX, tendo aumentado o contingente populacional de idosos.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 8)	 CEBRASPE	(CESPE)	-	Soldado	(PM	CE)/2012
 Julgue o item que se segue, acerca de aspectos econômicos e populacionais 
do Brasil.
 O fato de o Brasil possuir mais de cinco mil municípios faz que ele seja 
considerado um país eminentemente urbano; a despeito desse fato, entretanto, a 
população brasileira se distribui de modo equilibrado entre campo e cidade.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 9)	 CEBRASPE	(CESPE)	-	Diplomata	(Terceiro	Secretário)/2004
 Diversos mapas temáticos do território brasileiro geralmente apresentam fortes 
84
contrastes inter e intra-regionais. Acerca dessas disparidades e das tendências de 
mudança, julgue o item a seguir.
 Do ponto de vista social, os índices de mortalidade infantil, de esperança de vida 
e de saneamento básico são similares entre as diversas regiões brasileiras, embora 
ocorram discrepâncias na comparação entre a população rural e a urbana do país.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 10)	 CEBRASPE	 (CESPE)	 -	 Analista	 Legislativo	 (CAM	 DEP)/Consultor	
Legislativo/Área	X/2002
 Pela primeira vez na história humana, a maioria das populações no mundo vive 
em cidades. No Brasil, como em outros países, o fenômeno da urbanização reveste-se 
de características particulares. A respeito desse assunto, julgue o item seguinte.
 As taxas decrescentes de natalidade verificadas nos últimos censos confirmam 
a tendência de diminuição da população urbana no Brasil.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 11)	 CEBRASPE	(CESPE)	-	Soldado	Militar	(PM	MA)/Combatente/2018
 Julgue o seguinte item, relativo à população do Brasil e aos movimentos 
migratórios internos dessa população.
 Os atuais fluxos migratórios no território brasileiro são motivados basicamente 
pela busca de melhores condições de vida nas cidades médias e nas capitais das 
regiões Sudeste e Sul do Brasil.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 12)	 CEBRASPE	(CESPE)	-	Analista	de	Infraestrutura	(MPOG)/Área	I/2012	(e	
mais	6	concursos)
 Sabe-se que, atualmente, mais da metade da população mundial vive nas 
cidades, o que é fator decisivo para a ampliação dos desafios sociais e ambientais, 
como a pobreza, a fome e as mudanças climáticas. No Brasil, o processo de urbanização 
da sociedade, impulsionado pela Segunda Guerra e pela industrialização que avança 
celeremente desde a Era Vargas, fez-se de forma rápida e não planejada. A despeito 
dos enormes problemas daí decorrentes, o certo é que o país chegou ao século XXI 
profundamente alterado, sobretudo quando confrontado com a realidade histórica 
que o caracterizou desde o período colonial. A respeito dessa situação, julgue o item 
que se segue.
 Atualmente, está em marcha um processo de desconcentração econômica que 
se dissemina pelo país afora, o que acarreta mudanças significativas na participação 
das diversas regiões na composição do produto interno bruto brasileiro e no próprio 
85
fluxo migratório.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
	 13)	 CEBRASPE	(CESPE)	-	Diplomata	(Terceiro	Secretário)/2011
 Julgue (C ou E) o item que se segue, relativo à região Nordeste do Brasil.
 Durante o ciclo de produção da borracha na região amazônica, centenas de 
milhares de nordestinos transferiram-se para aquela região, em grande medida, em 
consequência de anos de grande seca no Nordeste.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 14)	 CEBRASPE	(CESPE)	-	Guarda	Municipal	(Pref	Ipojuca)/2009
 Migrações são movimentos ou deslocamentos de uma população de um lugar 
para outro, podendo ser internas e externas. A mudança do campo para a cidade é a 
mais importante migração interna e acontece em todo o mundo. No Brasil, a migração 
do campo para a cidade é chamada de êxodo rural, pois se trata de um movimento que 
ocorreu em grande escala e com muita intensidade. As regiões Norte e Centro-Oeste 
são as que registraram o maior crescimento populacional nas últimas décadas, em 
grande parte como resultado do movimento migratório em tal direção.
 Igor Moreira. Construindo o espaço brasileiro. São Paulo: Ática, 2003, p. 27-30 (com adaptações).
 Tendo o texto acima como referência inicial e considerando a abrangência do 
seu tema em face da realidade brasileira, julgue o item subsequente.
 O único fator que explica o êxodo rural no Brasil é a atração exercida pelas 
cidades sobre os habitantes do campo.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 15)	 CEBRASPE	(CESPE)	-	Soldado	(PM	ES)/Combatente/2007
 Responsável por cerca de 33% do produto interno bruto (PIB), 42% das 
exportações totais e 37% dos empregos brasileiros, o agronegócio conta no Brasil 
com o climafavorável à energia solar abundante e a boa disponibilidade de água para 
a sua produtividade.
 IBGE. Brasil em números. 2005 (com adaptações).
 Tendo o texto acima como referência inicial, julgue o item a seguir.
 A migração do campo para a cidade tem prejudicado o crescimento do agronegócio 
no país, pois força o trabalhador rural a se engajar em outros setores da economia.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
86
GABARITO COMENTADO
 1. CERTO 
 A queda da taxa de natalidade e o aumento da expectativa de vida da população 
proporcionam um maior incremento de idosos na população à médio e longo prazo, 
gerando aumento dos gastos com a previdência social, que são mantidos pela 
População Economicamente Ativa, que tende a se reduzir nas próximas décadas. Aliado 
a esse processo, o desemprego e o trabalho informal contribuem para um possível 
rombo na previdência e a necessidade de reforma.
 2. ERRADO
 Realmente tem ocorrido a diminuição do crescimento vegetativo da população 
brasileira nos últimos anos, mas esses valores obtidos nos últimos três censos 
demográficos ainda são elevados. Já a diminuição do ritmo de migrações no país 
está relacionada com o crescimento absoluto e não vegetativo. A desconcentração 
industrial promove novas áreas de atração migratória no país, promovendo a redução 
do fluxo para metrópoles como São Paulo.
 3. ERRADO
 O processo de envelhecimento da população brasileira vai promover o 
desequilíbrio quanto à quantidade de crianças, jovens, adultos e idosos.
 4. CERTO 
 O processo de envelhecimento da população brasileira vai promover a redução 
da população economicamente ativa do país nas próximas décadas, proporcionando 
o consequente aumento do número de beneficiários frente à redução do número de 
contribuintes da previdência, podendo gerar um cenário em que seria necessário o 
desenvolvimento de uma reforma previdenciária.
 5.	CERTO
 A pirâmide etária brasileira e suas tendências futuras mostram que ocorrerá 
a transição demográfica no país, onde há o equilíbrio entre as taxas de natalidade, 
mortalidade, e o envelhecimento da população. Dessa forma é necessário o 
desenvolvimento de políticas públicas específicas para essa característica demográfica 
da nação, que por ter um grande contingente em idade produtiva poderia passar por 
um crescimento econômico.
 6. ERRADO
 Foi o contexto histórico de formação territorial do Brasil que foi primordial para 
ocupação e adensamento demográfico ao longo da faixa litorânea do país, porém 
a migração para abastecer as indústrias após 1980 foi destinada principalmente à 
metrópole de São Paulo, época em que a ocupação do território brasileiro na faixa 
87
litorânea e entorno já tinha sido consolidada.
 7. CERTO
A população brasileira continua crescendo, contudo, em ritmo menor que no século 
XX, devido às quedas das taxas de natalidade e fecundidade nas últimas décadas.
 8. ERRADO
 O fato de o Brasil possuir mais de cinco mil municípios não faz com que este 
seja um pressuposto que permita considerá-lo um país eminentemente urbano e a 
população brasileira se distribui de modo desigual entre campo e cidade, onde cerca 
de 84% da população brasileira reside no espaço urbano (CENSO 2010, IBGE)
 9. ERRADO
 As taxas decrescentes de natalidade verificadas nos últimos censos não 
representam a tendência de diminuição da população urbana no Brasil, uma vez que a 
população total continua crescendo em um ritmo menor e a concentração populacional 
em áreas urbanas continua.
 10. ERRADO
 Os atuais fluxos migratórios no território brasileiro são motivados pelo inchaço 
da malha urbana e por problemas como a favelização, o déficit habitacional e a 
saturação do mercado de trabalho, gerando a migração de retorno.
 11. CERTO
 A desconcentração industrial gerou a redistribuição das atividades industriais 
pelo Brasil, promovendo novas áreas atrativas para migrantes vindos de outros locais, 
dinamizando, assim, o fluxo migratório do país.
 12. CERTO
 As secas que atingiram a região Nordeste no final do século XIX levaram 
centenas de milhares de nordestinos a migrar rumo à região norte do país em busca 
de trabalho no ciclo da borracha, e consequentemente participaram da colonização e 
ocupação da região.
 13. ERRADO
 A grande concentração de terras, a mecanização das atividades agrícolas 
e as péssimas condições de trabalho e remuneração também foram fatores que 
contribuíram para o êxodo rural no Brasil.
 A migração do campo para a cidade foi consequência direta do agronegócio, 
portanto não prejudicou o seu crescimento.
88
 6. INTEGRAÇÃO ENTRE INDUSTRIA E ESTRUTURA 
URBANA E SETOR AGRÍCOLA NO BRASIL
 6.1 - Indústria no Brasil
 O chamado	“Espaço	Industrial	Brasileiro”, como na maior parte dos lugares do 
mundo, seguiu as características gerais do processo de industrialização das sociedades 
a partir do modo de produção capitalista. O processo de criação e instalação de 
indústrias em um território literalmente produz o espaço, transformando-o, impondo a 
ele novas formas, novas lógicas e novos significados. O processo de industrialização 
contribui, principalmente, para a intensa e rápida urbanização do território, bem como 
para as concentrações econômica, populacional, de infraestrutura e de investimentos 
financeiros.
 No Brasil, o processo de industrialização começou de forma mais organizada, 
enquanto política de Estado, a partir da década de 1930, quando a dependência 
econômica nas exportações de matérias-primas, com destaque para o café, levou a 
economia do país a ruir diante da Crise de 1929. Tal proposição intensificou-se com 
o chamado Plano de Metas, na década de 1950, e acarretou para uma ampliação da 
produção industrial brasileira.
 
Imagem: A presença de indústria no Brasil iniciou-se em 1930 e intensificou-se a partir de 1950
 No entanto, o processo de industrialização ocorreu de forma concentrada, 
principalmente, na região Sudeste do Brasil, com o predomínio da cidade de São Paulo, 
em função de sua posição geográfica estratégica e da herança econômica e estrutural. 
Esta herança se deu em virtude da produção cafeeira, que conferiram a essa cidade 
uma ligação via ferrovias com o Oeste do estado e também com o Porto de Santos.
 Além disso, a partir da década de 1950, diversas empresas do ramo 
automobilístico se estabeleceram na região, o que foi fundamental para a concentração 
do parque industrial brasileiro na capital paulista e em sua região metropolitana. Estes 
fatores foram responsáveis por uma rápida e precária urbanização destas áreas, bem 
como pela explosão de movimentos migratórios advindos das diferentes regiões do 
Brasil buscando empregos no novo e pujante centro industrial.
 Como consequência desses processos, houve uma grande explosão 
populacional da região Sudeste, principalmente de suas grandes cidades. Em 1872, 
89
São Paulo tinha cerca de 32 mil habitantes e era a décima maior cidade brasileira; em 
1950 já superava os 2 milhões de habitantes; no ano de 2000, ao final do século XX, 
já se tornara a maior metrópole do país e a quarta maior do mundo, com mais de 20 
milhões de habitantes, contando a cidade e sua região metropolitana, e 11 milhões, 
contando apenas a capital.
 Na década de 1970, a produção industrial das empresas na capital paulista e de 
seu entorno representava quase a metade de toda a produção industrial nacional, o 
que revela a grande concentração industrial existente até ali.
 Todavia, a partir da década de 1980 em diante, houve esforços governamentais 
no sentido de proporcionar uma desconcentração industrial do país, criando outras 
centralidades, fato que só se efetivou claramente a partir da década de 1990. Apesar 
disso, as áreas industriais de São Paulo não se desfizeram e o estado continuou na 
liderança nacional industrial, muito em virtude de sua modernização e ampliação de 
seu aparato tecnológico e industrial.
 
	 Desconcentração	industrial	e	Guerra	Fiscal
 Com a promulgação da Constituição Federal de1988, algumas mudanças se 
deram no momento em que as Unidades Federativas brasileiras (estados) ganharam 
maior autonomia em relação à política de implantação de impostos e de gerência de 
seu território.
 Um dos resultados disso foi a instauração de uma disputa que ficou conhecida 
como “Guerra Fiscal”, em que as unidades da federação passaram a “brigar” pela 
presença das indústrias em seus espaços, oferecendo todo tipo de benefícios para 
as empresas. Tal preocupação dava-se no fato de que a instalação de indústrias em 
um dado local ampliava a geração de empregos, estimulava o comércio e angariava 
investimentos para obras de infraestrutura. Assim, prefeituras e estados se veem 
obrigados a ceder terrenos e oferecer todo tipo de incentivo fiscal para que se 
conquiste a instalação de grandes empresas em seus estados e municípios. 
 Diante disso, observa-se atualmente o crescimento dos polos industriais em 
outras regiões do Brasil, bem como sua dispersão pelo país, o que vem resultando 
no processo de desmetropolização das grandes cidades, que mesmo registrando 
crescimentos populacionais, não vêm atraindo mais a mesma quantidade de pessoas 
de outras regiões como anteriormente.
90
 Em oposição, observamos o crescimento das chamadas cidades médias, que 
se caracterizam por ter uma população entre 100 e 500 mil habitantes e por não se 
encontrarem em regiões metropolitanas. Tais cidades vêm se tornando verdadeiros 
atrativos para indústrias que buscam menos prejuízos financeiros com transporte 
(em razão dos congestionamentos das grandes cidades), além de impostos menores, 
terrenos mais baratos e força de trabalho menos articulada, o que favorece a 
implantação de salários mais baixos gerando um menor custo para a empresa.
 Outro fato que contribui para esse processo de desmetropolização das 
atividades industriais é a estruturação da malha rodoviária do Brasil, diferentemente 
do que havia no período de instalação das indústrias brasileiras, na primeira metade 
do século XX. Atualmente é mais fácil – também em função da Revolução Técnico-
Científica – a dispersão de produtos e serviços para dentro e para fora do território, de 
forma que a estratégia de localização da indústria no espaço diminuiu em importância 
relativa. Toda essa dinâmica vem favorecendo o crescimento das cidades médias que 
oferecem boa qualidade de vida aos funcionários e menores custos para as empresas.
 Apesar disso, é importante frisar que não é possível dizer que as metrópoles 
irão reduzir suas populações nos próximos anos, até porque as cidades médias e 
pequenas já demonstraram não ser capazes de absorver toda a mão de obra presente 
nas grandes cidades. A tendência que vem se revelando é que elas também passem a 
apresentar problemas urbanos, sociais, ambientais e de mobilidade.
 6.2	-	O	setor	do	Agronegócio	e	sua	importância	econômica
 O agronegócio, que também pode ser chamado de agrobusiness (agronegócios 
em inglês), corresponde ao conjunto de atividades produtivas que estão diretamente 
ligadas à produção e subprodução de itens derivados da agricultura e pecuária.
 Quando falamos em agronegócio muitas pessoas associam o setor somente aos 
produtos in natura, como soja, café, leite, milho. No entanto esse segmento produtivo 
é muito mais abrangente, pois existe um grande número de atividades participantes 
nesse processo.
 O agronegócio deve ser entendido como um processo que envolve diversos 
atores. Por exemplo, na produção agropecuária intensiva são utilizadas uma série de 
tecnologias e biotecnologias para alcançar níveis elevados de produtividade, para isso 
é necessário que algum profissional ou empresa forneça tais elementos.
 Deste modo, podemos citar vários segmentos da economia formal que fazem 
parte do agronegócio, ou que se relacionam com este setor, como bancos que 
fornecem créditos, indústria de insumos agrícolas (fertilizantes, herbicidas, inseticidas, 
sementes selecionadas para plantio entre outros), indústria de tratores e peças, lojas 
veterinárias e laboratórios que fornecem vacinas e rações para a pecuária de corte e 
leiteira, isso na primeira etapa produtiva.
 Posteriormente a esse processo são agregados novos integrantes do setor como 
por exemplo as agroindústrias, responsáveis pelo processamento e beneficiamento 
dos produtos oriundos da agropecuária.
91
 A agroindústria realiza a transformação dos produtos primários da agropecuária 
em produtos agroindustriais com maior valor agregado, como os frigoríficos, indústria 
de enlatados, laticínios, indústria de couro, biocombustíveis, produção têxtil entre 
muitos outros.
 A produção agropecuária está diretamente ligada aos alimentos, processados 
ou não, que fazem parte do nosso cotidiano, porém sua produção é muito mais diversa. 
Vários itens que compõe nossa vida cotidiana são oriundos dessa atividade produtiva, 
como a madeira dos móveis, as roupas de algodão, essência dos sabonetes e grande 
parte dos remédios têm origem nos agronegócios.
 A agroindústria, que corresponde à fusão entre a produção agropecuária e a 
indústria, possui uma interdependência com relação a diversos ramos industriais, pois 
em seu processo produtivo necessitam de embalagens, insumos agrícolas, irrigação, 
máquinas e diversos outros implementos.
 Esse conjunto de interações dá à atividade alto grau de importância econômica 
para o Brasil, no ano de 1999 somente a agropecuária respondeu por 9% do PIB 
nacional. Entretanto, se enquadrarmos todas as atividades (comercial, financeira e 
serviços envolvidos) que se relacionam com o setor de agronegócios esse percentual 
se ampliaria de forma significativa chegando a aproximadamente 40% do PIB brasileiro.
92
 Esse processo também ocorre nos países centrais, nos quais a agropecuária 
responde, em média, por 3% do Produto Interno Bruto (PIB), mas os agronegócios ou 
agrobusiness representam um terço do PIB. Essas características levam os líderes 
dos Estados Unidos e da União Europeia a conduzir sua produção agrícola de modo 
subsidiado pelos seus respectivos governos, esses criam medidas protecionistas 
(barreiras alfandegárias, impedimento de importação de produtos de bens agrícolas) 
para preservar as atividades de seus produtores.
 Em suma, o agronegócio ocupa um lugar de destaque na economia mundial, 
principalmente nos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, pois muito mais 
do que apenas os alimentos, ele se relaciona com uma grande cadeia produtiva, sendo 
um importante indutor para o processo de desenvolvimento econômico e social de um 
país. 
 Agronegócio	e	setores	da	economia
 O agronegócio abrange os três setores da economia, sendo eles: setor primário, 
secundário e terciário. 
 Os integrantes desses diferentes setores são separados por níveis e definidos 
como:
• Setor primário: produtores rurais, agricultores e pecuaristas;
• Setor secundário: agroindústrias e indústrias de insumos agrícolas;
• Setor terciário: transportadoras, distribuidores e comerciantes de maquinários 
e produtos agrícolas. Prestadores de serviços como agrônomos, veterinários, 
engenheiros.
 Há ainda outra forma de definir os setores, de acordo com a atividade 
desenvolvida. Diversas atividades integram a cadeia produtiva do agronegócio, com 
93
os mais variados perfis, e com diversos tipos de produtores rurais, desde pequenos, 
médios e grandes.
 O agronegócio é dividido em cinco principais setores produtivos: insumos, 
produção, processamento e transformação, distribuição e consumo e serviços de 
apoio. Estão inclusos nesses setores atividades das mais variadas empresas agrícolas, 
como pecuária, fabricantes de defensivos agrícolas (fertilizantes e herbicidas), 
desenvolvedoras de sementes para plantio, fabricantes de máquinas e equipamentos 
rurais, fábricas produtoras de rações, frigoríficos de abate e beneficiamento, empresas 
de laticínios, fabricantes de sucos, moinhos, armazéns e silos de armazenagem de 
grãos, atacadistas, distribuidores e exportadores, entre outros.94
 A agroindústria
 O conceito de agroindústria permite relacionar o campo e a cidade, o espaço 
rural e o espaço urbano, a fazenda e a indústria. Isso porque esse conceito compreende 
os processos de transformação e beneficiamento dos produtos agropecuários no 
próprio espaço rural.
 É um modelo diferente do que existia anteriormente, marcado pela divisão entre 
campo e cidade, no qual o campo vendia suas matérias-primas para as indústrias 
instaladas nas cidades transformá-las em produtos. As atividades ligadas a agro 
indústria permitem que os produtos rurais sejam beneficiados ainda nas fazendas. 
Aumenta a autonomia dos produtores rurais, pois permite que agricultores ou 
pecuaristas deixem de ser apenas fornecedores de matérias-primas para ganhar 
outros espaços na cadeia produtiva.
 A	Revolução	Verde	e	a	agroindústria
 Alguns estudiosos identificam a origem dessa mudança de paradigma, com o 
surgimento da agroindústria, nas décadas de 1940 e 1950, quando empresas norte-
americanas financiaram pesquisas tecnológicas na América do Sul, com o objetivo 
de aumentar a produção de alimentos. À medida que essas tecnologias foram sendo 
implementadas no espaço rural, a agropecuária se aproximou dos setores industriais 
urbanos.
Dessa maneira, com o beneficiamento, os produtos extraídos no campo são 
comercializados com maior valor agregado, integrando ainda mais as culturas rurais 
(agricultura, pecuária, silvicultura etc.) à economia urbana.
95
 Essas mudanças foram tão grandes que o período recebeu o nome “Revolução 
Verde”. Com esse processo, os espaços de produção primários e secundários, antes 
bem divididos entre o campo e a cidade, começam a se aglutinar. Isso significa que 
tanto os proprietários rurais começaram a beneficiar os próprios produtos, para vendê-
los com maior valor agregado, como os industriais buscaram se aproximar do campo, a 
fim de diminuir custos de produção.
 Um exemplo prático que pode ser citado é em relação ao leite, que é pasteurizado 
e comercializado em caixinhas no supermercado, mas também é transformado pelas 
agroindústrias em queijo, manteiga, iogurte, requeijão etc.
 Importância	econômica	da	agroindústria	
 O setor do agronegócio é considerado um dos motores da economia brasileira — 
corresponde a mais de 22% do PIB — e foi um dos únicos que continuou apresentando 
crescimento de seus negócios em meio à crise econômica atual. Dentro de toda a 
riqueza gerada pelo agronegócio, a agroindústria tem um papel central. Dados oficiais 
divulgados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) colocam a 
agroindústria em destaque no PIB brasileiro, afinal, quase 6% de todas as riquezas 
produzidas no país são oriundas desse setor. O Brasil é uma referência mundial nesse 
96
assunto, pois a agroindústria tem papel fundamental na geração de riquezas do país, 
principalmente no beneficiamento de carne (frigoríficos), café, laranja, soja e cana 
(etanol). 
	 Benefícios	da	agroindústria
 O maior desafio para que o setor continue crescendo, de acordo com o Ministério 
da Agricultura, têm sido inserir os agricultores familiares no modelo agroindustrial. Mas, 
devido a investimentos e por meio da ação de instituições de fomento, cooperativas 
agroindustriais e políticas públicas educacionais, isso tem sido possível. Assim, os 
pequenos produtores também têm conquistado poder no mercado e podem ficar com 
uma porcentagem maior dos lucros de sua produção.
 Os benefícios gerados pela agroindústria também atingem os consumidores 
finais, ou seja, o beneficiamento dos produtos rurais permite a esses alimentos 
uma disponibilidade maior de tempo — com prazo de validade mais prolongado nas 
gôndolas dos mercados — e mais praticidade de consumo. 
 Indo além dos gêneros alimentícios, podemos pensar em outros produtos 
agroindustriais importantes, como o etanol que abastece os automóveis. Nesse 
sentido, a agroindústria também continua fornecendo insumos a outras indústrias, 
mas de forma mais eficiente; exemplos disso são o algodão e o couro destinados a 
roupas.
 Dessa maneira, a agroindústria está presente em uma infinidade de setores da 
economia e da sociedade, atingindo a vida de todos os brasileiros.
97
QUESTÕES
 1.	 CEBRASPE	(CESPE)	-	Professor	(SEDUC	AL)/Geografia/2021
 A agricultura pode ser definida como um conjunto de técnicas concebidas 
para cultivar a terra a fim de obter produtos e garantir a subsistência alimentar do ser 
humano bem como matérias-primas para a produção de combustível, medicamentos, 
ferramentas, roupas, entre outros. Atualmente, segundo dados da Embrapa, o Brasil 
ocupa 75,4 milhões de hectares de área plantada e é o quarto maior exportador 
mundial de produtos agropecuários, com faturamento de aproximadamente USD 96,9 
bilhões anuais, atrás apenas da União Europeia, EUA e China.
 Internet: <www.myfarm.com.br> (com adaptações).
 A respeito da agropecuária brasileira e de sua importância produtiva, julgue o 
item subsecutivo.
 Os altos índices de desmatamento em áreas florestadas como a Amazônia 
afetam a capacidade da evapotranspiração e, consequentemente, reduzem o volume 
de chuvas, provocando um prejuízo no agronegócio brasileiro de bilhões de reais.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 2.	 CEBRASPE	 (CESPE)	 -	 Analista	 de	Gestão	 de	 Resíduos	 Sólidos	 (SLU	
DF)/Geografia/2019
 Inovações técnicas e organizacionais na agricultura concorrem para criar um 
novo uso do tempo e um novo uso da terra. O aproveitamento de momentos vagos no 
calendário agrícola ou o encurtamento dos ciclos vegetais, a velocidade da circulação 
de produtos e de informações, a disponibilidade de crédito e a preeminência dada à 
exportação constituem, certamente, dados que vão permitir reinventar a natureza, 
modificando-se solos, criando-se sementes e, até mesmo, buscando-se, ainda que 
pontualmente, impor leis ao clima. Eis o novo uso agrícola do território no período 
técnico-científico-informacional.
 Milton Santos e María Silveira. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. 2005, p. 118 (com 
adaptações).
 Julgue o item seguinte, relativo ao assunto abordado no fragmento de texto 
anterior e à dinâmica socioeconômica do território brasileiro.
 As inovações técnicas e organizacionais, no campo da agricultura brasileira, 
ocorreram de forma mais rápida onde a produtividade se mostrou mais articulada ao 
período técnico-científico-informacional.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
98
	 3.	 CEBRASPE	 (CESPE)	 -	 Professor	 (Pref	 São	 Cristóvão)/Geografia/
Educação	Básica/2019
 A invenção e a difusão das máquinas e a elaboração de formas de organização 
mais complexas permitiram outros usos do território. Novas geografias desenham-se, 
sobretudo a partir da utilização de prolongamentos não apenas do corpo do homem, 
mas do próprio território, constituindo verdadeiras próteses. O período técnico 
testemunha a emergência do espaço da industrialização e da mecanização agrícola. 
São as lógicas e os tempos humanos impondo-se à natureza, situações em que as 
possibilidades técnicas presentes denotam os conflitos resultantes da emergência de 
sucessivos meios geográficos.
Milton Santos e María Laura Silveira. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. 7.ª ed. Rio de Janeiro: 
Record, 2005, p. 31 (com adaptações).
 A respeito da dinâmica socioeconômica do território brasileiro, julgue os itens 
que se segue.
 A mecanização e a produtividade da agropecuária brasileira põem o Brasil em 
posição mundial de destaque na produção e exportação de commodities.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 4. Agropecuária, indústria e serviços são setores que não se articulam na 
economia do Brasil contemporâneo, mas que se encontram inseridos na vanguarda da 
revolução técnico-científico-informacional.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
	 5.	 CEBRASPE	(CESPE)	-	Soldado	Militar	(PM	MA)/Combatente/2018
 A agricultura capitalista — ou agriculturapatronal, ou agricultura empresarial, 
ou agronegócio —, qualquer que seja o eufemismo utilizado para nomeá-la, não pode 
esconder o que está na sua raiz, na sua lógica: a concentração e a exploração. Em 
sua atual fase de desenvolvimento, o agronegócio procura representar a imagem da 
produtividade, da geração de riquezas para o país.
 Bernardo Mançano. Educação do campo e território. Núcleo de Estudos, Pesquisas e Projetos de 
Reforma Agrária – NERA, Universidade Estadual Paulista – UNESP, campus de Presidente Prudente – SP, 2017 
(com adaptações).
 Tendo o texto precedente como referência inicial, julgue os itens seguinte, a 
respeito de aspectos diversos relacionados ao agronegócio.
 A imagem do agronegócio foi construída para renovar a imagem da agricultura 
capitalista, para “modernizá-la”; trata-se de uma construção geográfico-ideológica 
que destaca o aumento da produção, da riqueza e das novas tecnologias.
99
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 6. O agronegócio integra a agricultura e a comercialização direta da 
produção, principalmente para o mercado interno, possibilitando a concentração de 
terras nas mãos de grandes empresas nacionais que atuam em diversos setores da 
economia.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 7.	 CEBRASPE	(CESPE)	-	Agente	de	Inteligência/2018
 Julgue o item subsequente, a respeito da evolução da estrutura fundiária rural e 
dos movimentos demográficos no território brasileiro.
 Por fazer uso de tecnologias que ampliam sua independência do espaço 
urbano, o campo não gera empregos necessários para o desenvolvimento de muitos 
dos municípios de pequeno porte demográfico inseridos em regiões produtivas do 
agronegócio no Brasil.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 8.	 CEBRASPE	 (CESPE)	 -	 Professor	 de	 Educação	 Básica	 (SEDF)/
Geografia/2017
 No atual período histórico, caracterizado pela forte internacionalização do 
modo de produção capitalista, importantes transformações de ordem técnica, política 
e econômica têm promovido intensa reestruturação produtiva e regional do Brasil e 
do mundo. A intensificação do poder das empresas transnacionais sobre o espaço 
mundial é uma dessas manifestações.
 Iná	Elias	de	Castro.	Política	pública	e	conflito	no	espaço	urbano.	In:	GEOgraphia,	ano	18,	n.º	36,	2016	
(com	adaptações).
 Considerando esse texto, julgue o item a seguir.
 Em contraponto ao processo de modernização produtiva, o setor agropecuário 
no Brasil mantém uma estrutura baseada na produção para a exportação sem a 
agregação de valor, representada pelo processo parcial ou total de transformação 
pela indústria nacional.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 9.	 CEBRASPE	(CESPE)	-	Diplomata	(Terceiro	Secretário)/2012
 O Brasil, que sempre se caracterizou pela existência, em uma região ou em 
outra, de fronteira de povoamento, viu, com o processo de industrialização do campo, 
o aparecimento de fronteiras de modernização nas quais se verificaram profundas 
transformações socioespaciais. Ambos os tipos de fronteira suscitam novos centros 
de comercialização e beneficiamento de produção agrícola, de distribuição varejista 
100
e prestação de serviços ou, em muitos casos, de centros que já nascem como 
reservatórios de uma força de trabalho temporária.
 R. L. Corrêa. Estudos sobre a rede urbana. Rio de Janeiro: Bertrand do Brasil, 2006, p. 323 (com adaptações).
 A partir das informações apresentadas no texto acima, julgue (C ou E) o item 
seguinte.
 Dado o processo de industrialização do campo, resultante da modernização 
das técnicas e das relações sociais de produção, a maior parte da força de trabalho 
da produção agrícola concentra-se nas grandes propriedades, o que reduz o índice de 
subemprego e atenua a baixa produtividade rural.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 10.	 CEBRASPE	(CESPE)	-	Agente	de	Inteligência/2008
 O Brasil é um importante produtor agrícola que tem ampliado suas exportações, 
principalmente as do agronegócio. Ganhos em produtividade são reconhecidos em 
todos os fatores da produção: terra, trabalho e capital.
 Tendo em vista o panorama da agricultura brasileira na atualidade, sua evolução 
e características principais, julgue os itens que se segue.
 A industrialização do país é responsável pela modernização do setor agrícola.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 11. Um dos aspectos que compõem o quadro de modernização da 
agricultura brasileira é a formação de complexos agroindustriais como aqueles ligados 
à fruticultura.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
	 12.	 CEBRASPE	(CESPE)	-	Agente	de	Inteligência/2018
 Acerca da integração da indústria à estrutura urbana no Brasil, julgue o próximo 
item.
 O território brasileiro dispõe de áreas onde a globalização é absoluta, ou seja, 
áreas nas quais a produção, a circulação, a distribuição e a informação atendem aos 
interesses de grandes empresas multinacionais.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 13.	 CEBRASPE	(CESPE)	-	Agente	de	Inteligência/2008
 A distribuição espacial da indústria no Brasil tem passado por transformações 
101
em decorrência da evolução das infra-estruturas de transporte e comunicação.
 Acerca dessa dinâmica instaurada, julgue o próximo item.
 O Estado contribuiu para o processo em curso de descentralização da produção 
industrial no território brasileiro por meio de políticas de desenvolvimento regional, 
como, por exemplo, disponibilizando energia.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 14.	 CEBRASPE	 (CESPE)	 -	 Analista	 Legislativo	 (CAM	 DEP)/Consultor	
Legislativo/Área	XIII/2002
 Nos anos 80 do século passado, as principais transformações espaciais da 
economia brasileira foram decorrência dos novos padrões de localização da atividade 
produtiva, a saber: desconcentração industrial, agroindustrialização, modernização 
da agricultura e expansão da fronteira agrícola. Essas transformações determinaram 
mudanças no processo de urbanização, que têm como consequências principais:
 Continuidade no processo de dispersão espacial de pequenos centros urbanos.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 15.	 intensificação	do	fenômeno	de	formação	de	aglomerações	urbanas	
não-metropolitanas,	com	percentuais	crescentes	do	conjunto	da	população.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
102
GABARITO COMENTADO
 1. CERTO
 A capacidade da evapotranspiração e o regime de chuvas estão intrinsicamente 
relacionadas com a existência da floresta amazônica, que leva chuvas para outras 
regiões através dos “rios aéreos” transportados por massas de ar, portanto os altos 
índices de desmatamento em áreas florestadas são prejudiciais para essa dinâmica, 
provocando um prejuízo no agronegócio e para as sociedades.
 2. CERTO
 As inovações técnicas e organizacionais se consolidaram através dos 
investimentos do agronegócio, que representou a chegada da Revolução Verde no 
país.
 3. CERTO
 As commodities representam mais de 65% do valor das exportações brasileiras, 
colocando o país como o terceiro maior exportador de alimentos do mundo.
 4. ERRADO
 Agropecuária, indústria e serviços são setores bem articulados na economia do 
Brasil contemporâneo, criando uma eficiente rede agroindustrial.
 5.	CERTO
 A propaganda favorável à cada vez mais volumosa produção e à riqueza gerada 
pelo agronegócio é utilizada para vender uma imagem positiva desse setor, deixando de 
lado os problemas relacionados com a concentração de terras, degradação ambiental, 
conflitos agrários, inclusive com populações tradicionais, monopolização do mercado, 
entre outros.
 6. ERRADO
 O agronegócio integra a agricultura e a comercialização direta da produção, 
essencialmente para o mercado externo, possibilitando a concentração de terras nas 
mãos de grandes empresas nacionais e transnacionais que atuam em diversos setores 
da economia.
 7. ERRADO
 Na verdade, o espaço rural e o urbano são cada vezmais conectados por meio 
do complexo agroindustrial formado pelo agronegócio, favorecendo a geração de 
empregos e o desenvolvimento de muitos municípios de pequeno porte demográfico 
inseridos em regiões produtivas do agronegócio no Brasil.
103
 8. ERRADO
 Apesar do valor agregado ser baixo no setor agropecuário brasileiro, ele existe 
e vem crescendo nos últimos anos com o fortalecimento da agroindústria. 
 9. ERRADO
 A maior parte da força de trabalho da produção agrícola concentra-se nas 
grandes propriedades, o que eleva o índice de subemprego e aumenta a baixa 
produtividade rural. 
 10. CERTO
 A industrialização do país é responsável pela modernização do setor agrícola 
por meio da produção de insumos, maquinários e da biotecnologia, demandas da 
Revolução Verde inserida no Brasil.
 11. CERTO
 Esses complexos agroindustriais são grandes conglomerados do agronegócio 
que fazem uso de insumos e implementos agrícolas modernos, possuindo elevada 
produtividade.
 12. CERTO
 As metrópoles brasileiras são áreas onde a globalização é absoluta.
 13. CERTO
 Assim como o investimento na expansão e diversificação do modal de 
transportes, a construção de empreendimentos para geração de energia contribui 
para a desconcentração industrial e para o consequente desenvolvimento de outras 
regiões.
 14. ERRADO
 Na verdade, a tendência é a tendência de crescimento das cidades médias, que 
por sua vez absorvem população de pequenos centros urbanos.
 15.	CERTO
 A intensificação do fenômeno de formação de aglomerações urbanas não-
metropolitanas, com percentuais crescentes do conjunto da população vem ocorrendo 
devido ao crescimento das cidades médias devido ao processo de desconcentração 
industrial.
104
7. REDE DE TRANSPORTE NO BRASIL: MODAIS E 
PRINCIPAIS INFRAESTRUTURAS
 
	 Transportes	no	Brasil
 O Brasil é um país com dimensões continentais, apresentando uma larga 
extensão norte-sul, além de uma grande distância no sentido leste-oeste em sua 
porção setentrional. Por esse motivo, é necessária uma ampla rede articulada que ligue 
os diferentes pontos do território nacional a fim de propiciar o melhor deslocamento 
de pessoas e mercadorias.
 Além disso, para que o país possa ampliar as exportações, importações e, 
principalmente, os investimentos estrangeiros, é necessário que os meios de transporte 
ofereçam condições para que os empreendedores tanto do meio agrário quanto do 
105
meio industrial possam ter condições de exercer suas funções sociais. No Brasil, a 
estratégia principal foi a de priorizar a estruturação do sistema rodoviário – sobretudo 
a partir do Governo JK – em detrimento da construção de ferrovias e hidrovias, que só 
recentemente vêm recebendo maiores investimentos.
 O intuito de criar uma rede de transportes ligando todo o país nasceu com 
governos desenvolvimentistas, em especial os de Getúlio Vargas e Juscelino 
Kubitschek. Àquela época, o símbolo da modernidade e do avanço em termos 
de transporte era o automóvel. Isso provocou uma especial atenção dos citados 
governantes na construção de estradas. Desde então, contando com o apoio das 
indústrias automobilistas estrangeiras, o Brasil tem sua malha viária baseada no 
transporte rodoviário.
 Entretanto, a primeira estrada de ferro no Brasil começou a funcionar em 1854, 
entre Estrela e Fragoso, e tinha somente quatorze quilômetros de extensão. Isso 
mostra que o Brasil teve a chance de seguir o exemplo dos países mais desenvolvidos, 
que perceberam a importância tanto colonizadora quanto desenvolvimentista do 
transporte ferroviário. 
	 As	rodovias	no	Brasil
 O transporte rodoviário no Brasil foi – e 
ainda é – o meio responsável pela maior parte dos 
fluxos de bens e pessoas no país, que priorizou 
a sua construção para favorecer as empresas 
estrangeiras do setor automobilístico e promover 
a entrada delas no país. A expectativa era 
estruturar o modal rodoviário a fim de propiciar 
a construção de polos industriais de automóveis 
no Brasil com o objetivo de ampliar a geração de 
empregos, embora hoje as indústrias desse setor 
empreguem cada vez menos trabalhadores, em 
função das novas tecnologias fabris.
 As primeiras rodovias brasileiras surgiram no século XIX, mas a ampliação da 
malha rodoviária ocorreu no governo Vargas (1932), com a criação do Departamento 
Nacional de Estradas de Rodagem (DNER) em 1937. Contudo, foi no governo do 
presidente Juscelino Kubitschek (1956-1961), que o rodoviarismo foi implementado 
de forma decisiva. Ele foi responsável pelo estabelecimento de grandes empresas 
automotivas no país, a Volkswagen, a Ford e a General Motors. A partir daí a rede 
rodoviária se ampliou de forma notável e se tornou a principal via de escoamento 
de carga e passageiros do país. Atualmente contamos com uma maior diversidade 
de empresas internacionais do setor, como a Fiat, a Honda, a Renault, entre outras, 
possibilitando o país figurar na sétima posição entre os maiores países da indústria 
automotiva. Porém é interessante observar que não fomos capazes de fomentar 
o desenvolvimento de empresas nacionais nesse setor, tendo existido poucas 
aventureiras ao longo do tempo que não conseguiram sobreviver. 
 Outra característica da implantação das rodovias no Brasil foi a integração 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Autom%C3%B3vel
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estrada
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/transporte-rodoviario.htm
https://pt.wikipedia.org/wiki/Juscelino_Kubitschek
https://pt.wikipedia.org/wiki/Volkswagen
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ford_Motor_Company
https://pt.wikipedia.org/wiki/General_Motors
106
das diferentes partes do território brasileiro, que concentrou seus investimentos nas 
regiões litorâneas. Esse quadro começou a mudar ao longo do século XX, destacando-
se a construção da capital Brasília. Assim, rodovias como Belém-Brasília, Cuiabá-Porto 
Velho e tantas outras tinham como preocupação estabelecer a ligação entre pontos e 
localidades até então desconectados.
 A grande crítica a essa dinâmica questiona a opção por rodovias, algo não 
muito recomendado para países com larga extensão territorial, como o Brasil. Em 
geral, as estradas costumam ter um custo de manutenção mais elevado do que outros 
meios de transporte, como o ferroviário e o hidroviário, além de um maior gasto com 
combustíveis e veículos. Em virtude dos elevados custos e da política neoliberal de 
redução dos gastos públicos em investimentos estruturais, iniciou-se uma campanha 
de privatização das rodovias, que encontrou o seu auge na década de 1990, mas que 
ainda ocorre atualmente através de concessões públicas.
 Apesar disso, a qualidade das rodovias no Brasil é bastante ruim, além da larga 
quantidade de estradas não pavimentadas. Elas oneram os gastos públicos, que 
muitas vezes não conseguem atender às necessidades principais, fator que não se 
modifica nem com as privatizações, uma vez que as concessões costumam ocorrer 
apenas com as estradas que já estão prontas e estruturadas.
 
 Trecho da rodovia Belém-Brasília em Tocantins (BR-153)
 As	ferrovias	no	Brasil
 A malha ferroviária brasileira começou a ser implantada em 1854, com a 
construção da Estrada de Ferro Mauá, no Rio de Janeiro. A partir daí, chegou a ter cerca 
de 37.000 km, na década de 1950. A Rede Ferroviária Federal, criada em 1957, operou 
por mais de 40 anos, até ser liquidada em 1999. Com a realização de concessões, a 
malha da extinta RFFSA passou a ser operada por empresas privadas e o patrimônio 
da estatal foi transferido para o DNIT.
 O transporte ferroviário no Brasil foi predominante até o final do século XIX, 
quando estruturava os deslocamentos de mercadorias da economia cafeeira, sendo, 
por essa razão, bastante consolidado na região Sudeste. As ferrovias, apesar dos 
elevados custos em suas construções, possuem baixos gastos em manutenção, o 
que não impediu que, de 1950 até os dias atuais, várias delas fossem sucateadas e até 
desativadas.
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/transporte-ferroviario.htm107
 Além disso, existem várias ferrovias no Brasil em construção, muitas com as 
obras inacabadas. A principal ferrovia no Brasil em construção é a Ferrovia Norte-Sul, 
que já possui algumas áreas concluídas e em operação (ou com uso e operação a 
serem efetuados em breve).
 Após a privatização de boa parte das ferrovias nacionais na década de 1990 
e da derrocada da Rede Ferroviária Federal (RFFSA), empresa estatal responsável 
por administrá-las, a participação das ferrovias no Brasil até aumentou, apesar de 
atender interesses e deslocamentos muito específicos e limitados. Ainda hoje, a malha 
ferroviária nacional concentra-se nas regiões Sul e Sudeste.
 Com a desestatização da RFFSA, a malha foi dividida em regiões e arrendada para 
exploração de concessionárias privadas. Atualmente as transportadoras de cargas 
ferroviárias são: América Latina Logística, MRS Logística, Ferrovia Centro-Atlântica, 
Ferrovia Tereza Cristina, Estrada de Ferro Vitória-Minas, Companhia Ferroviária do 
Nordeste, Ferroban, Ferronorte e Estrada de Ferro Carajás, que juntas transportam 
grandes volumes de minério, commodities agrícolas, combustível, papel, madeira, 
contêineres, entre outros. Sendo estas, fiscalizadas atualmente pela ANTT.
https://pt.wikipedia.org/wiki/MRS_Log%C3%ADstica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ferrovia_Centro-Atl%C3%A2ntica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ferrovia_Centro-Atl%C3%A2ntica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estrada_de_Ferro_Vit%C3%B3ria_a_Minas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Companhia_Ferrovi%C3%A1ria_do_Nordeste
https://pt.wikipedia.org/wiki/Companhia_Ferrovi%C3%A1ria_do_Nordeste
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ferroban
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estrada_de_Ferro_Caraj%C3%A1s
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cont%C3%AAiner
http://ANTT
108
	 As	hidrovias	no	Brasil	
 O transporte hidroviário é o que possui a menor representatividade e participação 
nos sistemas de deslocamento nacional, o que é uma grande contradição, haja vista 
o grande potencial que o país possui para esse modal. No Brasil, a rede hidroviária é 
muito ampla e muitos rios são navegáveis sem sequer exigir a construção de grandes 
empreendimentos e estruturas, como obras de correção e instalação de equipamentos.
 Uma justificativa para a negligência de investimentos nas hidrovias brasileiras 
é a existência de muitos rios de planalto, que são mais acidentados e exigem mais 
obras de correção para facilitar o transporte. Os rios de planície, mais facilmente 
navegáveis, encontram-se em áreas afastadas dos grandes centros econômicos. Por 
outro lado, cita-se a concentração de investimentos em rodovias em áreas onde o mais 
indicado seria o investimento em hidrovias, cujo exemplo mais notório é o caso da 
Transamazônica, uma estrada construída quase que paralelamente ao rio Amazonas, 
de fácil navegação.
 No entanto, a partir dos anos 1980 e sobretudo após a criação do Mercosul, que 
passou a exigir mais das hidrovias para a integração do Cone Sul, os investimentos 
públicos nessa área elevaram-se, mas ainda são insuficientes. As principais hidrovias 
do Brasil são a Tietê-Paraná, a do Rio São Francisco, a do Amazonas, entre outras.
 Transporte	aeroviário	
 A aviação comercial passou por um enorme desenvolvimento a partir da 
década de 1930, transformando o avião num dos principais meios de transporte de 
passageiros e mercadorias no contexto mundial. O transporte aéreo auxiliou de forma 
definitiva para a redução das distâncias através de seu deslocamento em velocidades 
elevadas, superando outros meios de transporte.
 Requer uma vasta e intrincada infraestrutura para seu funcionamento, pois os 
aeroportos necessitam de enormes áreas e diversas instalações e equipamentos. Os 
custos e a manutenção das aeronaves são elevados, colaborando para encarecer este 
modal.
 A aviação comercial brasileira iniciou no mercado em 1927, sendo realizada 
por companhias particulares sob o controle do Ministério da Aeronáutica. Ao longo do 
tempo, devido a circunstâncias internas e externas, o transporte aéreo sofreu grandes 
perdas e inversões de papéis entre as empresas do setor. Empresas que dominavam o 
mercado faliram, como a VASP, a Varig e a Transbrasil, ao mesmo tempo em que outras 
que possuíam menor participação cresceram, em alguns casos através da absorção 
de outras empresas do setor.
 Nos últimos anos, a aviação brasileira cresceu consideravelmente. A melhoria 
das empresas já existentes e o desenvolvimento de novas companhias aéreas 
possibilitou o aumento do tráfego e consequentemente do número de passageiros. 
Em resumo, o que se percebe é que os meios de transporte no Brasil precisam de 
diversificação para que haja menos dependência das rodovias nos deslocamentos de 
mercadorias e pessoas. Em geral, é necessária a instalação de uma matriz multimodal, 
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/hidrovias.htm
https://pt.wikipedia.org/wiki/Avia%C3%A7%C3%A3o
109
ou seja, com vários sistemas de transportes diferentes integrados. Outra necessidade 
é uma maior integração rumo ao oeste do país, principalmente em direção aos países 
sul-americanos e ao Oceano Pacífico, com vistas a ampliar as trocas comerciais dentro 
do continente e em direção aos países asiáticos.
 O	sistema	de	transporte	brasileiro	na	atualidade
 O sistema de transportes brasileiro define-se basicamente por uma extensa 
matriz rodoviária, sendo também servido por um sistema limitado de transporte fluvial 
(apesar do numeroso sistema de bacias hidrográficas presentes no país), ferroviário e 
aéreo.
 
 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Transporte
https://pt.wikipedia.org/wiki/Transporte_fluvial
https://pt.wikipedia.org/wiki/Transporte_ferrovi%C3%A1rio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Transporte_a%C3%A9reo
110
 
 
 - Com uma rede rodoviária de cerca de 1,7 milhões de quilômetros, sendo 215.000 
km de rodovias pavimentadas (2018), as estradas são as principais transportadoras de 
carga e de passageiros no tráfego brasileiro. Dos mais de 1.700.000 quilômetros da 
rede rodoviária nacional, 213 mil quilômetros estão pavimentados, e 7 mil quilômetros 
são rodovias duplicadas. Parte considerável das ligações interurbanas no país, mesmo 
em regiões de grande demanda, ainda se dão por estradas de terra ou estradas 
com pavimentação quase inexistente. Durante a época de chuvas, grande parte das 
estradas, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, enchem-se de depressões 
asfálticas, sendo comuns, ainda que em menor quantidade, deslizamentos de terra e 
quedas de pontes, provocando muitas vezes prejuízos para o transporte de cargas 
bem como acidentes e mortes.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Quil%C3%B4metro
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estrada
https://pt.wikipedia.org/wiki/Terra
https://pt.wikipedia.org/wiki/Chuva
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ponte
111
 Apesar do Brasil ter a maior malha rodoviária duplicada da América Latina, a 
mesma é considerada insuficiente para as necessidades do país: em 2021, calculava-
se que a quantidade ideal de rodovias duplicadas seria algo em torno de 35 a 42 mil 
km. Os principais eixos rodoviários também têm problemas por possuírem, muitas 
vezes, geometria inadequada e características construtivas que não permitem o fluxo 
de longa distância com qualidade (não-interferência do tráfego local e alta velocidade). 
O Governo Federal Brasileiro nunca concretizou um Plano Nacional de Autoestradas 
do mesmo nível de países desenvolvidos como EUA, Japão ou os países europeus, 
que visasse especificamente os deslocamentos inter-regionais, e que deveriam, 
preferencialmente, ser atendidos por autoestradas (que se diferenciariam das rodovias 
duplicadas comuns pelo padrão geométrico, controle de acesso sem acesso aos lotes 
lindeiros, zero transposições e retornos em nível, proibição de circulação de veículos 
não-motorizados como ciclistas, tração animal ou propulsão humana, conforme a 
Convenção de Viena). O Estado Brasileiro, apesar de alguns esforços de planejamento, 
tem se pautado por uma atuação reativa ao aumentode demanda (apenas duplicando 
algumas rodovias com traçado antigo e inadequado) e não numa visão propositiva, 
direcionando a ocupação e o adensamento econômico no território. Outro problema 
é a falta de direcionamento do Orçamento da União para obras em infraestrutura: no 
Brasil não há nenhuma lei que garanta verba do Orçamento Federal para obras em 
rodovias e outros modais de transporte (diferente do que acontece em setores como 
Educação e Saúde), dependendo exclusivamente da disposição dos governantes. 
 As rodovias do país que se encontram em boas condições, exceto algumas 
exceções, fazem parte de concessões à iniciativa privada, assim, embora apresentem 
extrema qualidade, estão sujeitas a pedágios. A Rodovia dos Bandeirantes e a Rodovia 
dos Imigrantes são exemplos deste sistema. O transporte rodoviário de passageiros 
do país compreende uma rede extensa e intrincada, sendo possíveis viagens que, 
devido à sua duração, em outros países, só são possíveis por via aérea.
 
 
 No transporte aeroviário, existem 2.499 aeródromos registrados pela ANAC 
(Agência Nacional de Aviação Civil), sendo 1.911 privados e 588 públicos. Dos públicos, 
10 foram concedidos à iniciativa privada e outros 13 estão em processo de concessão. 
Mas 98% das movimentações de passageiros aéreos (embarques e desembarques) 
no país estão concentrados em 65 aeroportos (internacionais, nacionais e regionais) 
- entre os 31 localizados nas capitais, todos os que têm volume de passageiros acima 
de 1 milhão e os principais terminais regionais.
 O país tem o segundo maior número de aeroportos em todo o mundo, atrás 
apenas dos Estados Unidos. Em relação à aviação comercial doméstica, somos o 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Iniciativa_privada
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ped%C3%A1gio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rodovia_dos_Bandeirantes
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rodovia_dos_Imigrantes
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rodovia_dos_Imigrantes
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pa%C3%ADs
https://pt.wikipedia.org/wiki/Aer%C3%B3dromo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mundo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos
112
terceiro mercado mundial. 
 - O país possui uma extensa rede ferroviária de 29.849 km de extensão, a décima 
maior rede do mundo. Atualmente, os recentes governos do Brasil, diferentemente do 
passado, procuram incentivar esse meio de transporte investindo na sua expansão. 
A construção das linhas ocorreu em períodos diferentes, o que ocasionou a falta de 
padronização de bitolas (largura determinada pela distância medida entre as faces 
interiores das cabeças de dois trilhos em uma via férrea) e consequente dificuldade 
na integração das vias. Os serviços de passageiros praticamente acabaram, e os de 
carga subsistem em sua maioria para o transporte de minérios. As únicas linhas de 
passageiros que ainda preservam serviços diários de longa distância com relativo 
conforto são as ligações: Parauapebas - São Luís e Belo Horizonte - Vitória. Entretanto, 
ainda existem alguns serviços de interesse exclusivamente turístico em funcionamento, 
tais como as linhas Curitiba - Paranaguá e Bento Gonçalves- Carlos Barbosa.
 - O transporte hidroviário no Brasil é dividido nas modalidades fluvial e marítima. 
O transporte marítimo é o mais importante, respondendo por quase 75% do comércio 
internacional do Brasil. O transporte fluvial é o mais econômico e limpo, no entanto 
é o menos utilizado no Brasil. Há regiões, entretanto, que dependem quase que 
exclusivamente desta modalidade, como é o caso da Amazônia, onde as distâncias 
são grandes e as estradas ou ferrovias inexistem. O Brasil possui uma malha hidroviária 
potencial com extensão de 63.000 km, mas apenas 19,5 mil quilômetros (ou 30,9% do 
total) são utilizados.
 Há 37 portos sendo que 11 desses são considerados grandes, no conceito 
de Internacionais, de grandes navios, segundo o PNAC II, dentre os quais o maior é o 
Porto de Santos. 
 O Brasil ainda pode explorar de forma abrangente a ampliação de investimentos 
em transportes hidroviários, devido à capacidade de aperfeiçoamento das redes 
fluviais e marítimas que o país possui. Em relação à eficiência média dos portos da 
América Latina, o Brasil precisa reduzir o tempo de desembarque de mercadorias nos 
portos, segundo estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A morosidade nas 
operações e nos trâmites burocráticos também são alguns dos problemas mapeados.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Transporte_ferrovi%C3%A1rio_no_Brasil
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bitola
https://pt.wikipedia.org/wiki/Parauapebas
https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Lu%C3%ADs_(Maranh%C3%A3o)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Belo_Horizonte
https://pt.wikipedia.org/wiki/Vit%C3%B3ria_(Esp%C3%ADrito_Santo)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Curitiba
https://pt.wikipedia.org/wiki/Paranagu%C3%A1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bento_Gon%C3%A7alves_(Rio_Grande_do_Sul)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_Barbosa
https://pt.wikipedia.org/wiki/Transporte_fluvial
https://pt.wikipedia.org/wiki/Transporte_mar%C3%ADtimo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Porto_(transporte)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Porto_de_Santos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%A9rica_Latina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Confedera%C3%A7%C3%A3o_Nacional_da_Ind%C3%BAstria
113
114
115
 QUESTÕES
	 1.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Policial	Rodoviário	Federal/2021
 No que se refere à rede de transportes no Brasil, julgue os itens que se seguem.
 A duplicação dos principais eixos rodoviários, a restruturação do modelo de 
investimento e de exploração das ferrovias e a expansão e o aumento da capacidade 
da malha ferroviária são considerados condições para o desenvolvimento das regiões 
brasileiras no que diz respeito às redes de transporte.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 2.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Policial	Rodoviário	Federal/2021
 Na escala interurbana, o Brasil apresenta uma rede de transportes integrada, 
diversa e eficiente, o que resulta em integração regional e competitividade no contexto 
da economia nacional.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 3.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Policial	Rodoviário	Federal/2021
 As políticas públicas no Brasil, sobretudo as implementadas a partir da segunda 
metade do século passado, incentivaram o transporte rodoviário de pessoas e de 
cargas em detrimento de outros modais de transporte.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 4.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Policial	Rodoviário	Federal/2019
 Mapa rodoviário 2016. Ministério dos Transportes.
 O Brasil é o país com a maior concentração rodoviária de transporte de cargas 
e passageiros entre as principais economias mundiais. Segundo dados do Banco 
Mundial, referentes a 2013, 58% do transporte no país é feito por rodovias — contra 
53% da Austrália, 50% da China, 43% da Rússia e 8% do Canadá.
Internet: <www.bbc.com> (com adaptações).
 Considerando o texto apresentado, que destaca o papel do modal rodoviário de 
cargas e passageiros no Brasil, e a figura precedente, que ilustra como a rede rodoviária 
integra as diversas regiões que compõem o território nacional, julgue o item a seguir.
 O custo do frete e as grandes distâncias a serem percorridas entre as regiões 
produtoras e os centros urbanos consumidores e os portos de exportação são 
fatores que impactam diretamente no preço dos produtos agropecuários e industriais 
brasileiros e em sua competividade nos mercados nacional e internacional.
116
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 5.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Policial	Rodoviário	Federal/2019
 A rede de transporte rodoviário integra todo o território brasileiro, com rodovias 
conectando em rede todos os municípios das cinco macrorregiões do território 
nacional, e a predominância desse modal de transporte é fator de vulnerabilidade 
em relação aos países desenvolvidos, os quais também dependem desse modal de 
transporte.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 6.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Professor	(Pref	São	Cristóvão)/Geografia/EducaçãoBásica/2019
 O fenômeno da globalização tem uma relação direta e dinâmica com a lógica 
da regionalização, ao transformar o contexto e as condições da interação e da 
organização social, levando a um novo ordenamento das relações entre território e 
espaço socioeconômico e político. Esse contexto contemporâneo significa um desafio 
para a lógica do Estado, no sentido de estabelecer mecanismos de controle para o 
fenômeno da globalização e seus efeitos sobre as sociedades e economias.
 Karina Pasquariello Mariano. Globalização, integração e o Estado. Internet: <www.scielo.br> (com 
adaptações).
 Com relação aos fluxos globalizados nos diferentes espaços geopolíticos e 
econômicos do mundo contemporâneo, julgue o item a seguir.
 O território brasileiro apresenta infraestrutura rodoviária completamente 
articulada, o que facilita o escoamento da produção de serviços no comércio 
internacional.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 7.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Analista	I	(IPHAN)/Área	2/2018 
 A dimensão continental do Brasil; a unidade territorial construída na sua formação 
econômica e política sobre uma grande diversidade social; a grande heterogeneidade 
de sua economia; o tempo histórico diferenciado da formação, consolidação e declínio 
ou transformação dessas economias regionais, com a constituição do “arquipélago 
regional” que foi posteriormente articulado e integrado, propiciam o surgimento de 
agudas “questões regionais”, que requerem estudos que busquem compreender a 
lógica do desenvolvimento e das relações entre essas várias economias espaciais que 
constituem uma só economia nacional.
 L. G. Neto e C. A. A. Brandão. Formação econômica do Brasil e a questão regional. Internet: <www.ufpa.br> 
(com adaptações).
 Tendo como referência o texto precedente, julgue o item seguinte, a respeito de 
117
questões regionais e dos contrastes delas derivados.
 A produção e o escoamento de culturas altamente tecnificadas no meio norte 
do país tornou-se viável em função da chegada da ferrovia Norte-Sul.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 8.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Diplomata	(Terceiro	Secretário)/2015
 O Brasil, terceira maior potência mundial agropecuária, enfrenta desafios 
logísticos, de infraestrutura e legais para continuar a crescer nesse setor, competindo 
internacionalmente. No que se refere a esse assunto e aos múltiplos aspectos a ele 
relacionados, julgue (C ou E) o item a seguir.
 Os investimentos em infraestrutura no território brasileiro, incluindo energia 
elétrica e transportes, mediante privatizações, concessões de serviços públicos a 
empresas privadas e parcerias público-privadas, estão se tornando, gradativamente, 
um problema para o governo federal em razão do desinteresse de grandes empresas 
nesse tipo de negócio.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 9.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Diplomata	(Terceiro	Secretário)/2015
 O Brasil, terceira maior potência mundial agropecuária, enfrenta desafios 
logísticos, de infraestrutura e legais para continuar a crescer nesse setor, competindo 
internacionalmente. No que se refere a esse assunto e aos múltiplos aspectos a ele 
relacionados, julgue (C ou E) o item a seguir.
 As grandes distâncias entre as áreas produtoras de alimentos e os centros de 
industrialização, consumo, produção e portos, além de envolverem implicações de 
ordem local (ambiental, econômica, social, política), repercutem na escala nacional de 
uso do território brasileiro, dada a existência de fluxos de grande volume e baixo valor 
agregado entre regiões desprovidas de condições logísticas capazes de fazer frente 
às quantidades produzidas em larga escala.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 10.	 CEBRASPE	 (CESPE)	 -	 Analista	 do	Ministério	 Público	 da	 União/Perícia/
Geografia/2010
 Com relação ao desenvolvimento econômico e ao setor de transporte, julgue o 
próximo item.
 A implantação ou reestruturação dos sistemas de transporte brasileiro, com 
base em grandes projetos nos modais ferroviário e rodoviário, é favorecida pela 
agilidade nos processos de desapropriação das áreas necessárias, o que reduz os 
conflitos entre os proprietários das áreas desapropriadas e os empreendedores.
118
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 11.	 CEBRASPE	(CESPE)	-	Analista	do	Ministério	Público	da	União/Perícia/
Geografia/2010
 Com relação ao desenvolvimento econômico e ao setor de transporte, julgue o 
próximo item.
 O desenvolvimento econômico regional, impulsionado pela implantação de 
rede ferroviária de grande porte, deve estar associado ao aperfeiçoamento do sistema 
produtivo, do educacional e do administrativo.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO 
 12.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Diplomata	(Terceiro	Secretário)/2005
 Quanto à dinâmica da industrialização brasileira, julgue (C ou E) o item 
subsequente.
 Transporte e estrutura agrária têm sido obstáculos à circulação de mercadorias 
e, portanto, empecilhos ao desenvolvimento industrial de certas áreas do país.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
	 13.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Professor	(Pref.	São	Cristóvão)/Geografia/Educação	
Básica/2019
 A invenção e a difusão das máquinas e a elaboração de formas de organização 
mais complexas permitiram outros usos do território. Novas geografias desenham-se, 
sobretudo a partir da utilização de prolongamentos não apenas do corpo do homem, 
mas do próprio território, constituindo verdadeiras próteses. O período técnico 
testemunha a emergência do espaço da industrialização e da mecanização agrícola. 
São as lógicas e os tempos humanos impondo-se à natureza, situações em que as 
possibilidades técnicas presentes denotam os conflitos resultantes da emergência de 
sucessivos meios geográficos.
 Milton Santos e María Laura Silveira. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. 7.ª ed. Rio de 
Janeiro: Record, 2005, p. 31 (com adaptações).
 A respeito da dinâmica socioeconômica do território brasileiro, julgue o item 
que se segue.
 Apesar de possuir uma matriz energética diversificada, o Brasil ainda 
depende significativamente do transporte rodoviário para execução de sua logística 
mercadológica interna.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 14.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Diplomata	(Terceiro	Secretário)/2015
119
 O Brasil, terceira maior potência mundial agropecuária, enfrenta desafios 
logísticos, de infraestrutura e legais para continuar a crescer nesse setor, competindo 
internacionalmente. No que se refere a esse assunto e aos múltiplos aspectos a ele 
relacionados, julgue (C ou E) o item a seguir.
 O atual modelo de uso do território brasileiro é marcado por uma regulação 
híbrida, cabendo tanto à iniciativa privada quanto ao poder público as ações de 
planejamento e execução de obras para escoamento da produção, por exemplo.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 15.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Diplomata	(Terceiro	Secretário)/2015
 O Brasil, terceira maior potência mundial agropecuária, enfrenta desafios 
logísticos, de infraestrutura e legais para continuar a crescer nesse setor, competindo 
internacionalmente. No que se refere a esse assunto e aos múltiplos aspectos a ele 
relacionados, julgue (C ou E) o item a seguir.
 Denominam-se demandas corporativas os investimentos públicos que, na 
visão política nacional, são destinados a superar as deficiências em transporte, 
conferir competitividade e promover o crescimento sustentável do país, a partir do 
investimento estatal no setor de logística, considerado área estratégica de segurança 
nacional.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
120
 GABARITO COMENTADO
 1. CERTO
 Devido à enorme extensão territorial do Brasil, o investimento em um modal 
diverso e integrado é extremamente importante para o desenvolvimento das regiões 
brasileiras no que diz respeito às redes de transporte, gerando crescimento econômico 
e a possibilidade do aumento de fluxo de pessoas e mercadorias.2. ERRADO
 O Brasil não apresenta uma rede de transportes integrada e eficiente, ainda 
que possua certa diversidade. É necessário a modernização do modal rodoviário, 
predominante no país, e o desenvolvimento dos outros modais.
 3. CERTO 
 O Brasil priorizou os investimentos no setor rodoviário principalmente a partir 
do governo JK, que investiu na abertura do mercado para a indústria automobilística 
estrangeira se estabelecer aqui e financiou a abertura de trechos rodoviários.
 4. CERTO
 O enorme gasto com combustível, pneus e pedágios torna o frete para grandes 
distâncias caro.
 5.	ERRADO
 Apesar das rodovias serem o principal modal de transporte que integra os 
municípios brasileiros, elas não conectam em rede todos os municípios das cinco 
regiões do território nacional, uma vez que algumas unidades da federação têm maior 
participação de outros modais para interligar seus municípios. A predominância desse 
modal de transporte é fator de vulnerabilidade em relação aos países desenvolvidos, 
caso o tenham como majoritário em detrimento de outros, o que não é o caso.
 6. ERRADO
 O território brasileiro apresenta infraestrutura rodoviária completamente 
desarticulada e com muitos trechos precários e de pouca mobilidade, o que prejudica 
o escoamento da produção de serviços no comércio internacional.
 7. ERRADO
 A produção e o escoamento de culturas altamente tecnificadas no meio norte do 
país é possível graças a implantação de infraestruturas de transporte que combinam 
diferentes modais, pois a ferrovia NORTE-SUL ainda não foi concluída.
 
121
 8. ERRADO
 Na verdade, existe grande interesse em investir na infraestrutura do território 
brasileiro, que só não são maiores devido a problemas políticos, burocráticos e 
econômicos.
 9. CERTO
 O Brasil carece de uma infraestrutura logística que possibilite o transporte, 
armazenamento e distribuição do que é produzido em todas as regiões de forma 
eficiente, principalmente devido ao investimento no modal rodoviário em detrimento 
do ferroviário e hidroviário.
 10. ERRADO
 A implantação ou reestruturação dos sistemas de transporte brasileiro, com 
base em grandes projetos nos modais ferroviário e rodoviário, é desfavorecida pela 
morosidade nos processos de desapropriação das áreas necessárias, o que amplia os 
conflitos entre os proprietários das áreas desapropriadas e os empreendedores.
 11. CERTO
 Esse modelo de desenvolvimento econômico regional reduz a carência em 
infraestrutura, aumenta a capacidade de produção, forma uma mão de obra qualificada 
e favorece uma gestão de qualidade.
 12. CERTO
 É necessário a existência de fornecedoras de matéria-prima e de infraestrutura 
de transporte adequada para escoar sua produção para se estabelecer indústrias em 
um território. Se essas áreas são ineficientes em uma região, é um enorme empecilho 
para a industrialização e a circulação de mercadorias.
 13. CERTO
 A maior parte do transporte no país é feito em rodovias, uma vez que o país 
possui a maior concentração rodoviária de transporte de cargas e passageiros entre 
as principais economias mundiais.
 14. CERTO
 De fato, as obras de infraestrutura são feitas através de investimentos Estatais, 
privados ou pela parceria público-privada.
 15.	ERRADO
 As demandas corporativas dizem respeito às necessidades materiais e não 
materiais das empresas e indústrias. O conceito dado pela questão refere-se ao papel 
do Estado.
122
 8. A INTEGRAÇÃO DO BRASIL AO PROCESSO DE 
INTERNACIONALIZAÇÃO DA ECONOMIA
 8.1 - Globalização
 A globalização ou mundialização do espaço geográfico representa o processo 
de interligação econômica, política, social e cultural, proporcionando a intensificação 
das trocas de bens, serviços, informações, viagens e ao intercambio de bens culturais 
de origens distintas, embora nem todos com pesos iguais. A existência de trocas 
internacionais de bens e serviços é antiga, mas a velocidade à qual essas trocas tem 
sido feitas e, principalmente, a maior exposição às informações culturais, ambas com 
crescimento exponencial nas últimas décadas, tornam distinta a atual etapa. 
 Esse processo é consequência, principalmente, da evolução das tecnologias 
de comunicação via satélite, da telefonia, da computação e na presença da informática 
na maior parte dos setores de produção e de serviços, através da internet.
 Dessa forma, a globalização constitui o estágio máximo da internacionalização, 
a amplificação em sistema-mundo de todos os lugares e de todos os indivíduos, 
logicamente em graus diferentes.
 A Globalização do mundo expressa um novo ciclo de expansão do capitalismo, 
como modo de produção e processo civilizatório de alcance mundial. Um processo de 
amplas proporções envolvendo nações e nacionalidades, regimes políticos e projetos 
nacionais, grupos e classes sociais, economias e sociedades, culturas e civilizações. 
Assinala a emergência da sociedade global, como uma totalidade abrangente, 
complexa e contraditória (IANNI, 1997, p. 7). 
 8.2 – As fases da Globalização
 A	Primeira	Fase	da	Globalização	(século	XV	ao	XVIII)
 Podemos dizer que o início da globalização ocorreu com a expansão marítima 
europeia, responsável por uma transformação gradativa da estrutura social da época. 
Anteriormente, não se pode dizer que havia uma globalização, uma vez que o predomínio 
era do isolamento das sociedades em economias relativamente autônomas e pouco 
ou nada integradas entre si.
 Dessa forma, durante o final do século XV e o início do século XVI, o avanço das 
navegações europeias consolidou então uma implosão no sistema-mundo vigente, 
uma vez que os meios de transporte e comunicação conheceram os seus primeiros 
grandes avanços rumo à total integração dos mercados internacionais.
 Com efeito, a busca por novos mercados e, principalmente, por matérias-
primas, como especiarias e metais preciosos, incentivou os navegadores europeus 
a buscarem novas terras e também novas rotas para os diferentes mercados. Um 
123
exemplo foi a busca pelas Índias por novos caminhos após a tomada de Constantinopla 
pelos turcos-otomanos.
 Em resumo, a principal característica desse período foi a formação das colônias 
europeias na América e, mais tarde, na África e na Ásia, tornando o “velho continente” 
como o grande precursor e articulador da globalização e da mundialização do 
sistema capitalista em todo o planeta. Nesse período, então, consolidou-se a Divisão 
Internacional do Trabalho (DIT), em que a Europa fornecia mercadorias e as demais 
áreas forneciam matérias-primas e trabalho escravo. 
 Nessa fase da globalização, também ocorreu a Revolução industrial, um período 
de enorme desenvolvimento tecnológico que ocorreu inicialmente na Inglaterra 
no século XVIII e posteriormente expandiu-se pela Europa e por todo o mundo. 
Proporcionou notáveis transformações na economia mundial, através da consolidação 
da produção industrial e dos novos modelos de trabalho e consumo. 
 A	Segunda	Fase	da	Globalização	(século	XVIII	ao	XX)
 Com a consolidação do processo de industrialização no continente europeu, a 
Globalização entrou, então, em uma nova fase. Nesse período, houve então a formação 
daquilo que se denominou por Capitalismo Industrial, além de se formarem as bases 
para a instauração do Capitalismo Financeiro.
 Com os avanços promovidos na área da indústria e os recursos captados por 
aquilo que se convencionou chamar de “mundo desenvolvido” a partir da exploração 
de suas colônias ou áreas de dominação econômica, os sistemas de transporte e 
comunicação ampliaram-se, havendo a criação e difusão de ferrovias, telégrafos, 
sistemas de telefonia, além do uso dos automóveis, aviões, entre outros. Com isso, o 
mundo foi se tornando cada vez mais interligado, embora tal interligação obedeça a 
uma hierarquia de dominação e dependência socioeconômica.
 Nessa fase da globalização, a DIT ampliou-se. Enquanto os países desenvolvidos 
produziam e forneciam produtos industrializados, as colônias e países subdesenvolvidoslimitavam-se ao fornecimento de produtos primários.
 A expansão do domínio europeu sobre territórios da Ásia e, principalmente, da 
África, denominada Imperialismo, proporcionou cada vez mais fontes de matéria prima 
e mercado consumidor. 
 Nessa fase, a ocorrência da Segunda Guerra Mundial, apesar de toda a destruição 
e mortandade gerada, proporcionou uma enorme evolução tecnológica.
 A	Terceira	Fase	da	Globalização	(século	XX)
 Essa fase da globalização estendeu-se do final da Segunda Guerra Mundial 
ao final da Guerra Fria e coincidiu com o período da Ordem Mundial marcado pela 
bipolaridade. Nessa época, o mundo viu a formação de dois grandes blocos de poder: 
de um lado, um liderado pelos Estados Unidos, o “bloco capitalista”; de outro, um 
liderado pela União Soviética, chamado de “bloco socialista”, embora não houvesse 
124
um sistema socialista de fato.
 Se, por um lado, a Guerra Fria gerou muito pânico no mundo a respeito de uma 
suposta guerra nuclear, por outro, esse período foi marcado por grandes avanços 
na área tecnológica, principalmente em razão da corrida armamentista e também da 
corrida espacial, que permitiu uma soma inestimável de conhecimentos científicos. Tais 
conhecimentos foram respaldados pela emergência da Terceira Revolução Industrial, 
mais conhecida como Revolução Técnico-científica Informacional.
 Nesse sentido, foram realizados avanços na área da informação e também dos 
transportes, com o desenvolvimento da informática, da robótica, da internet e também 
da biotecnologia. Os instrumentos anteriormente existentes foram aperfeiçoados e 
novos meios de comunicação e deslocamento foram criados, promovendo, assim, uma 
maior e mais ampla integração mundial, embora ela permanecesse em níveis desiguais 
de desenvolvimento pelo mundo.
 A	Quarta	Fase	da	Globalização	(de	1989	aos	dias	atuais)
 Com a queda do Muro de Berlim, o esfacelamento da URSS e o fim da Guerra 
Fria, o mundo entrou em uma Nova Ordem Mundial, e a Globalização também passou a 
um novo estágio. Isso porque houve então um avanço do sistema capitalista para todo 
o mundo, incluindo os países do então chamado “segundo mundo”, ditos socialistas 
ou de economia capitalista planificada.
 O que se vê como característica principal desse processo, além da consolidação 
total do sistema de globalização por meio da mundialização integral do capitalismo, 
é o encurtamento das distâncias e a aceleração do tempo. Quando falamos em 
“encurtamento”, referimo-nos à forma com que os sistemas de transporte conseguem 
alcançar grandes distâncias em pouquíssimo tempo. Já a aceleração do tempo refere-
se à velocidade com que novas tecnologias surgem e são rapidamente melhoradas ou 
substituídas.
 O sistema financeiro conseguiu avançar ainda mais por meio daquilo que o 
sociólogo Manuel Castells chamou por Capitalismo Informacional ou pelo o que o 
geógrafo Milton Santos denominou por Meio Técnico-científico informacional. No 
plano político, consolidaram-se o poderio econômico e militar dos Estados Unidos e a 
formação de polos “secundários”, tais como a União Europeia, a China e a Rússia.
 8.3 – As empresas transnacionais
 As empresas transnacionais conseguiram expandir geograficamente sua 
atuação e seu mercado consumidor, tornando-se um marco da globalização. Elas 
possuem a matriz em seu país de origem, mas atuam com filiais em outros, bem como 
toda a rede de empresas terceirizadas que estão sob sua operação. 
 A globalização é de fundamental importância para a atuação das empresas 
transnacionais, pois proporciona todo o aparato tecnológico para os serviços de 
telecomunicação, transporte, investimentos, entre outros, fatores essenciais para 
realização eficaz das atividades econômicas em escala planetária.
125
 8.4 - Globalização cultural
 Ao mesmo tempo em que a globalização proporcionou uma integração positiva 
do conhecimento, na qual é possível transmitir, estudar e conhecer hábitos culturais, 
obras literárias e científicas de todo o mundo, esse acesso a pessoas e conhecimentos 
diversos também pode influenciar negativamente nossos hábitos. Os padrões globais 
apresentados vêm sendo seguidos em detrimento dos padrões locais, promovendo 
uma descaracterização dos hábitos culturais em relação aos modelos globais aderidos.
 A mídia e os conteúdos digitais aparecem como os disseminadores desse 
fenômeno da globalização, pois são os meios através dos quais as informações em 
todas as suas dimensões são transmitidas e perigosamente controladas por um 
grupo a partir de seus interesses. Os meios de comunicação alcançam pessoas nas 
mais distantes e isoladas áreas do globo, possibilitando ver e acompanhar fatos que 
ocorrem em qualquer lugar do mundo exatamente na hora que eles acontecem. A 
mídia está presente no cotidiano das pessoas de todas as classes sociais e é a grande 
responsável por transmitir a cultura global, sugerindo um padrão de vida e de consumo 
que devem ser seguidos para alcançar a felicidade.
 Dessa forma, o modelo cultural dos países hegemônicos vem ganhando espaço, 
podendo gerar o um processo de aculturação.
 8.5 - Globalização no Brasil
 A Globalização no Brasil perpassa por uma série de fatores históricos e 
geográficos. O Brasil está inserido no processo de Globalização desde que os 
europeus chegaram ao que hoje é o território brasileiro. Todavia, o consenso é que a 
Globalização passou a ter um maior impacto na economia e na sociedade brasileira a 
partir da década de 1990.
 Foi nesse período que ocorreu a adoção do Neoliberalismo como modelo 
econômico, visando a redução da intervenção do Estado na economia, a intensa 
abertura para o capital externo e a privatização de empresas estatais
 Nesse contexto, o Brasil é classificado como país subdesenvolvido, possuindo 
forte dependência econômica e tecnológica. Também é possível observar a 
classificação do país como emergente ou em desenvolvimento, devido ao tamanho da 
sua economia, que figura entre as maiores do mundo, porém com péssimos índices de 
desigualdade social. 
 Com a abertura de capitais, houve maior inserção das indústrias e companhias 
transnacionais no Brasil. Elas aqui se instalaram para ampliar o seu mercado consumidor 
e, também, para buscar mão de obra barata e maior acesso às matérias-primas. Isso 
acarretou uma maior oferta de trabalho, porém com condições de trabalho mais 
precárias.
 Além disso, ocorreu também a instalação de indústrias denominadas 
“maquiladoras”, onde todo o processo produtivo se fazia em outros países e apenas a 
montagem dos produtos era feita nacionalmente. O intuito das empresas era driblar os 
126
impostos alfandegários e diminuir os custos de produção.
 Em linhas gerais, o que se pôde observar com a Globalização do Brasil foi a 
construção de uma contradição: de um lado, o aumento de emprego e a produção 
e venda de maior número de aparelhos tecnológicos, já do outro, o aumento da 
precarização do trabalho e da concentração de renda, sobretudo nos anos 1990 e 
início dos anos 2000.
 8.6 - Processo histórico-econômico do Brasil
 Nas últimas décadas, as chamadas economias em desenvolvimento alcançaram 
níveis expressivos de industrialização e urbanização, formando uma burguesia nacional 
e uma classe média de assalariados com renda relativamente elevada. Esse momento 
pode ser compreendido através de dois pressupostos: a participação do Estado como 
empresário e a atração de empresas transnacionais.
 Após a década de 1950, ocorreu no Brasil o processo de internacionalização da 
economia, com grande participação do Estado como empresário e no desenvolvimento 
de infraestrutura (transportes, energia, portos) e políticas de incentivos fiscais. Todos 
esses fatores, aliados à disponibilidade de mão-de-obra barata, mercado consumidor 
emergente e acesso a matérias-primas e fontes de energia, atraíram empresas 
transnacionais para o território brasileiro. Houve uma grande ampliação do parque 
industrial, principalmente indústrias de bens de consumo duráveis (automóveise 
eletrodomésticos).
 O país conheceu a sua industrialização tardia e adotou plenamente o Fordismo, 
um sistema produtivo tradicional que considerava a capacidade de produção e os 
grandes parques industriais como fundamentos para a atividade industrial. 
 8.7 - Divisão internacional do trabalho 
 A Divisão Internacional do Trabalho (DIT) é a divisão produtiva global, 
direcionando o que cada país ou região produz em determinado momento histórico. 
 Primeira divisão internacional do trabalho 
 O mundo vivia em relativo isolamento até o século XV. A partir deste período os 
países do continente europeu se lançaram ao mar, principalmente Espanha e Portugal, 
processo conhecido como Grandes Navegações. Foram estabelecidas colônias 
ultramarinas, e com elas, a primeira divisão internacional do trabalho, onde as colônias 
africanas, americanas e asiáticas forneciam matérias primas para as metrópoles 
europeias por meio de mão de obra escrava na maior parte delas. 
 Enquanto isso, as metrópoles produziam bens manufaturados para serem 
consumidos em suas possessões. 
 Nesta DIT, o Brasil era colônia de Portugal e um fornecedor de matérias primas, 
como o açúcar e o ouro.
127
 Primeira Divisão Internacional do Trabalho baseada na relação entre metrópole 
e colônia. Na imagem, viagens portuguesas ao mar e produtos extraídos em cada 
região. 
 Segunda	divisão	internacional	do	trabalho	
 Com o advento da Primeira Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra e na França 
nos séculos XVII e XVIII, foi possível o surgimento do sistema capitalista. A partir deste 
período a acumulação primitiva de capital possibilitou que as grandes metrópoles se 
industrializassem, iniciando assim, a Segunda Divisão Internacional do Trabalho. 
 Passou a vigorar um sistema econômico baseado nas relações comerciais entre 
países industrializados (antigas metrópoles) e países subdesenvolvidos fornecedores 
de matéria prima (colônias ou ex-colônias). 
 Embora a relação de poder tenha se mantido inalterada, a estrutura desta 
relação se ampliou: além de extraírem matéria prima, os países europeus agora 
tinham a preocupação de estabelecer um mercado consumidor para seus produtos 
industrializados a fim de consolidar o recém implantado sistema capitalista. 
Representou a substituição da mão de obra escrava pela assalariada nas colônias. 
 Terceira	divisão	internacional	do	trabalho	
 Depois da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos assumem a posição de 
nação hegemônica. 
 Nessa época, vários países subdesenvolvidos começaram a ser financiados 
pelos países detentores de capital e foram se industrializando (contraindo enormes 
dívidas externas), deixando de ser países exclusivamente fornecedores de matérias 
primas. Porém, esses países só completariam seu processo de industrialização mais 
adiante, por volta das décadas de 1970 e 1980. 
 Continuam a fornecer matéria-prima, mas agora também possuem sua 
produção industrial. Passam então a exportar produtos industrializados com baixo 
valor agregado. 
 Nova	divisão	internacional	do	trabalho	
 Com o crescente desenvolvimento tecnológico, as empresas dos países 
industrializados tornaram-se grandes conglomerados e se expandiram cada vez mais 
pelo mundo, globalizando a produção e o consumo. 
 Desde a década de 1970 essa Divisão Internacional do Trabalho ocorre por dois 
vetores principais: o processo de reestruturação empresarial, acompanhado da uma 
nova revolução tecnológica, e a expansão de investimentos de grandes empresas no 
exterior (transnacionais). 
 
128
 O	Brasil	na	Divisão	Internacional	do	Trabalho	
 Na primeira e na segunda Divisão Internacional do Trabalho, inicialmente como 
colônia e depois como país independente, o Brasil se caracterizou como um fornecedor 
de matérias primas agrícolas e minerais, tais como o açúcar, o ouro e o café. Na terceira 
DIT, o Brasil se industrializou, sendo atualmente a 9° maior economia do mundo e a 
maior da América Latina. 
 O Brasil é um exportador de produtos primários e industrializados de baixa 
tecnologia. Envia lucros de multinacionais instaladas no país para o exterior, royalties e 
pagamento e juros de empréstimos internacionais. 
 Destaca-se como um grande exportador de commodities como minério de 
ferro, soja, petróleo bruto, café, açúcar, milho, carnes e suco de laranja. O Brasil exporta 
também produtos da indústria de baixa tecnologia, como aço, papel, celulose, têxteis, 
artigos de couro e sapatos. Os produtos de alta intensidade tecnológica, como aviões 
(Embraer), representam pouca porcentagem da pauta de exportações. 
 Os Estados Unidos foram o principal parceiro comercial do Brasil por décadas, 
mas em 2009, a China se tornou nosso principal parceiro comercial, mantendo-se 
nessa posição. 
 As exportações para a China são compostas basicamente de commodities 
primárias, como minério de ferro, soja e celulose. Deles, importamos produtos 
industrializados básicos, de média e de alta tecnologia.
 
129
 GEOGRAFIA E GESTÃO AMBIENTAL
 O Brasil é um dos países com a mais abundante biodiversidade do planeta, 
contendo milhões de quilômetros compostos por biomas singulares, sem contar 
os mares e as reservas de água doce, que figuram entre as maiores do mundo. Para 
proteger toda essa diversidade, existem os órgãos ambientais que atuam por meio 
da regulamentação, fiscalização e aplicação de sanções àqueles que descumprirem a 
legislação ambiental. 
 A gestão ambiental moderna no Brasil principiou na década de 1970 como 
resposta a uma crise ambiental sistêmica de grandes proporções que atingia todos os 
países, especialmente nos países industrializados. A escassez de energia e matérias-
primas essenciais, a geração de poluição de variadas formas com enormes impactos 
sobre a qualidade da vida humana, os efeitos dos problemas ambientais globais com 
riscos de grande magnitude e a ameaça ou a extinção de espécies animais e vegetais 
estimularam a consciência da comunidade internacional, até porque são obstáculos 
para a própria reprodução do sistema econômico.
 Uma crise ambiental sistêmica impacta a economia, a cultura, a sociedade e 
a política e não mais se restringem à esfera local, mas atravessam todos os níveis 
territoriais, constituindo uma crise planetária. 
 As conferências internacionais promovidas pela ONU, a partir da Conferência de 
Estocolmo em 1972, e a ação dos movimentos ambientalistas internos compeliram o 
governo brasileiro a estabelecer um sistema de agências ambientais de forma gradual, 
fazendo do Estado o agente protagonista da formulação e implementação de políticas 
e de práticas de gestão ambiental no país. 
 A Constituinte de 1988, inspirada pelos novos movimentos sociais e 
pelo debate sobre os limites da centralização administrativa e da democracia 
representativa, adotou recomendações descentralizantes e participativas, através do 
deslocamento de atribuições e de poderes para os níveis estaduais e municipais e 
também no compartilhamento de aspectos da gestão ambiental com entidades da 
sociedade civil e do setor privado, além da construção e do fortalecimento da noção 
de desenvolvimento sustentável como recurso político na negociação dos conflitos 
entre o desenvolvimento e o ambiente.
 Dessa forma, desenvolveu-se um sistema governamental de agências 
ambientais que se institucionalizou gradualmente através da criação:
 • Secretaria Especial de Meio Ambiente – SEMA (1973); 
 • Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis 
– IBAMA (1989);
 • Ministério do Meio Ambiente (1993);
 • Agência Nacional de Águas – ANA (2001);
130
 • Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio 
(2007).
 Ao lado dessa estrutura institucional, construiu-se igualmente um aparato 
jurídico amplo que compreende:
 • Política Nacional de Meio Ambiente (1981), originando:
 Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA
 Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA
 • Política Nacional de Recursos Hídricos (1997);
 • Lei deCrimes Ambientais (1998);
 • Política Nacional de Educação Ambiental – PNEA (1999);
 • Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC (2000)
 • Estatuto das Cidades (2001);
 • Lei de Resíduos Sólidos, sancionada em 2010.
 - Funções e atuações dos principais órgãos ambientais brasileiros entre as 
esferas federal, estadual e municipal:
 SISNAMA
	 O	Sistema	Nacional	do	Meio	Ambiente	 (SISNAMA)	é	a	estrutura	adotada	para	
a	 gestão	 ambiental	 no	 Brasil	 e	 é	 formado	 por	 órgãos	 e	 entidades	 da	 União,	 dos	
Estados,	do	Distrito	Federal	e	dos	Municípios	responsáveis	pela	proteção,	melhoria	e	
recuperação	da	qualidade	ambiental	no	Brasil,	e	tem	a	seguinte	estrutura:
 
 
	 É	a	estrutura	máxima	de	gestão	ambiental	no	Brasil,	criado	pela	necessidade	
de	instauração	de	uma	rede	de	agências	governamentais	que	garantisse	mecanismos	
131
aptos	para	a	consolidação	da	Política	Nacional	do	Meio	Ambiente,	em	todo	o	nível	da	
Federação.	O	Artigo	6º,	da	Lei	nº	6398/81,	estabeleceu	a	estruturação	do	SISNAMA	
em	níveis	diferenciados,	cada	um	com	suas	respectivas	atribuições:
 Órgão Superior: O Conselho de Governo
 Entidade que integra a Presidência da República com o objetivo de assessorar o 
presidente na elaboração de políticas públicas direcionadas à preservação ambiental.
 Órgão Consultivo e Deliberativo: O Conselho Nacional do Meio Ambiente – 
CONAMA
 É um órgão consultivo e deliberativo do SISNAMA e tem, dentre outras, a finalidade 
de estudar, assessorar e propor ao Conselho de Governo Federal diretrizes e políticas 
governamentais para o meio ambiente, assim como normas e padrões compatíveis com 
um ecossistema ecologicamente equilibrado. O CONAMA é composto por Plenário, 
CIPAM, Grupos Assessores, Câmaras Técnicas e Grupos de Trabalho. O Conselho é 
presidido pelo Ministro do Meio Ambiente e sua Secretaria Executiva é exercida pelo 
Secretário-Executivo do MMA. O Conselho é um colegiado de cinco setores: órgãos 
federais, estaduais e municipais, setor empresarial e entidades ambientalistas.
 Órgão Central: O Ministério do Meio Ambiente – MMA
 Tem como incumbência promover a adoção das políticas e princípios para o 
conhecimento, a preservação e a recuperação do meio ambiente. Também busca o 
uso sustentável dos recursos naturais e a introdução do desenvolvimento sustentável 
na criação e implementação de políticas públicas em todas as instâncias do governo, 
através do planejamento, coordenação, controle e supervisão da implementação da 
Política Nacional e diretrizes governamentais para o meio ambiente. 
 Órgão Executor: O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis – IBAMA
 Autarquia do Ministério do Meio Ambiente (MMA) dotada de 
personalidade jurídica de direito público, com autonomia administrativa 
e financeira. Atua na proteção da natureza para garantir a qualidade 
ambiental e a sustentabilidade, exercendo o estudo, controle e 
fiscalização ambiental nos âmbitos nacional e regional por meio de 
ações de gestão concretas.
 ICMBio
 O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade 
(ICMBio) trata-se de um órgão ambiental da administração pública, 
que tem o poder de autoadministração, nos limites estabelecidos em 
lei. O ICMBio foi criado pela Lei 11.516/17, com a missão de proteger 
o patrimônio natural e promover o desenvolvimento socioambiental, 
por meio da gestão das Unidades de Conservação (UCs) federais.
132
 Órgãos Colegiados
 Apesar do MMA ser considerado o órgão máximo de proteção ambiental, 
existem outras entidades colegiadas que também fiscalizam o meio ambiente. 
 Esses se tratam de conselhos inseridos no poder executivo municipal, de 
natureza deliberativa ou consultiva, integrados por diferentes atores sociais (governo, 
empresas, universidades, trabalhadores e sociedade civil) envolvidas com o meio 
ambiente e que integram a estrutura dos órgãos locais do SISNAMA. Entre eles estão:
 • Comissão de Gestão de Florestas Públicas: órgão de natureza consultiva 
do Serviço Florestal Brasileiro, que tem por finalidade assessorar, avaliar e propor 
diretrizes para a gestão de florestas públicas brasileiras;
 • Conselho Nacional de Recursos Hídricos: responsável pela efetivação da 
gestão de recursos hídricos no Brasil;
 • Comissão Nacional de Biodiversidade: está entre os órgãos ambientais que 
regem a conservação e a utilização de recursos naturais, bem como a repartição 
igualitária de sua utilização e conhecimentos associados.
 Órgãos Seccionais
 Órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de programas, 
projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação 
ambiental. Alguns destes órgãos são:
 • São Paulo: Coordenadoria de Fiscalização Ambiental (SMA);
 • Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Ambiente (INEA);
 • Minas Gerais: Secretaria de Meio Ambiente;
 • Bahia: Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA) e Secretaria de 
Meio Ambiente;
 • Paraná: Instituto Ambiental do Paraná (IAP);
 • Santa Catarina: Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA);
 • Amazonas: Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM).
 Órgãos Locais
 Órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e fiscalização 
dessas mesmas atividades dos órgãos seccionados, nas suas respectivas jurisdições. 
 O	 Artigo	 23	 da	 Constituição	 Federal	 determina	 a	
133
competência	administrativa	comum	entre	a	União,	os	Estados,	
o	 Distrito	 Federal	 e	 os	 municípios	 referente	 à	 preservação	
ambiental:
	 Art.	23.	É	competência	comum	da	União,	dos	Estados,	do	
Distrito	Federal	e	dos	Municípios:
	 VI	 -	proteger	o	meio	ambiente	e	combater	a	poluição	em	
qualquer	de	suas	formas;
	 VII	-	preservar	as	florestas,	a	fauna	e	a	flora;
 Aos estados cabe definir a estrutura de gestão ambiental mais adequada, que 
pode ser em formato de departamentos, fundações ou secretarias. Já os municípios 
devem seguir os padrões federais e estaduais, podendo criar órgãos e conselhos 
regionais que facilitem o diálogo e aproximem todos os envolvidos em cada etapa de 
gestão ambiental. 
 Consequentemente, todas as esferas do governo devem operar para minimizar 
ao máximo os danos ambientais. Ademais, as empresas devem realizar estratégias 
corretas de tratamento dos resíduos e poluentes. 
 Principais instrumentos legais da gestão ambiental no Brasil
 A legislação brasileira voltada para o meio ambiente e à gestão ambiental é 
abrangente, atualizada em relação aos acordos internacionais do país e completa 
quanto aos aspectos ambientais considerados.
 A sua aplicação contribui para o desenvolvimento sustentável do país, a qualidade 
de vida das pessoas e a proteção de espaços e recursos naturais estratégicos. Todavia, 
existem algumas dificuldades para a plena implementação da legislação ambiental nas 
diferentes esferas do poder, principalmente devido a questões políticas, pressão de 
setores econômicos que se beneficiam da degradação ambiental e má gestão de suas 
atividades, ignorando o princípio constitucional:
 Art.	 225.	 Todos	 têm	 direito	 ao	 meio	 ambiente	
ecologicamente	 equilibrado,	 bem	 de	 uso	 comum	 do	 povo	
e	essencial	à	sadia	qualidade	de	vida,	 impondo-se	ao	Poder	
Público	e	à	coletividade	o	dever	de	defendê-lo	e	preservá-lo	
para	as	presentes	e	futuras	gerações.
 
134
 Recursos humanos e tecnológicos escassos em muitos órgãos ambientais, 
gestores e fiscalizadores também contribuem para o não cumprimento adequado das 
leis de proteção ambiental. 
 Unidades de Conservação
 A Constituição impõe ao Poder Público o dever de:
 Na sua missão de proteger o meio ambiente ecologicamente 
equilibrado para as presentes e futuras gerações, como 
patrono que é da preservação e restauração dos processos 
ecológicos essenciais, incumbe ao estado definir, em 
todas as unidades da federação, espaços territoriais e seus 
componentes a serem especialmente protegidos, sendo a 
alteração e a supressão permitidas somente através de lei, 
vedada qualquerutilização que comprometa a integridade dos 
atributos que justifiquem sua proteção (constituição federal, 
art. 225, § 1º, III).
 Este comando foi atendido com a promulgação da Lei nº 9.985, de 18 de julho 
de 2000 e do Decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002 que, respectivamente, cria e 
regula o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC)..
 As unidades de conservação (UCs) são legalmente instituídas pelo poder 
público, nas suas três esferas (municipal, estadual e federal). 
 I - unidade de conservação: espaço territorial e seus 
recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com 
características naturais relevantes, legalmente instituído 
pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites 
definidos, sob regime especial de administração, ao qual se 
aplicam garantias adequadas de proteção;
 As UCs têm a função de resguardar as áreas ecologicamente viáveis das 
diferentes populações, habitats e ecossistemas do território nacional e das águas 
jurisdicionais, preservando o patrimônio biológico existente. Além disso, garantem 
às populações tradicionais o uso sustentável dos recursos naturais de forma racional 
e ainda propiciam às comunidades do entorno o desenvolvimento de atividades 
econômicas sustentáveis.
 Sendo a proteção do meio ambiente uma competência que concorre a todas 
as esferas do Poder Público, à iniciativa privada e toda sociedade civil, coube ao 
SNUC disponibilizar a estes entes os mecanismos legais para a criação e a gestão 
de UCs (no caso dos entes federados e da iniciativa privada) e para participação na 
administração e regulação do sistema (no caso da sociedade civil), possibilitando 
assim o desenvolvimento de estratégias conjuntas para as áreas naturais a serem 
preservadas e a potencialização da relação entre o Estado, os cidadãos e o meio 
ambiente.
135
 As unidades de conservação da esfera federal do governo são administradas 
pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Nas esferas 
estadual e municipal, por meio dos Sistemas Estaduais e Municipais de Unidades de 
Conservação.
 O SNUC agrupa as unidades de conservação em dois grupos, de acordo com 
seus objetivos de manejo e tipos de uso: 
 
 
 As Unidades de Proteção Integral têm como principal objetivo preservar a 
natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, ou seja, 
aquele que não envolve consumo, coleta ou danos aos recursos, sendo permitido o 
turismo ecológico, pesquisa científica, educação ambiental, entre outras. 
 As Unidades de Uso Sustentável, por sua vez, têm como objetivo compatibilizar a 
conservação da natureza com o uso sustentável dos recursos, conciliando a presença 
humana nas áreas protegidas. Nesse grupo, atividades que envolvem coleta e uso dos 
recursos naturais são permitidas, desde que praticadas de forma sustentável.
 
 
136
 O SNUC também prevê 12 (doze) categorias complementares:
 Unidades de proteção integral
 Estação	Ecológica	-	SEMA	(1981):	área destinada à preservação da natureza 
e à realização de pesquisas científicas, podendo ser visitadas apenas com o objetivo 
educacional.
 Reserva	 Biológica	 -	 Lei	 de	 Proteção	 à	 Fauna	 (1967): área destinada à 
preservação da diversidade biológica, na qual são realizadas medidas de recuperação 
dos ecossistemas alterados para recuperar o equilíbrio natural e preservar a diversidade 
biológica, podendo ser visitadas apenas com o objetivo educacional.
 Parque	Nacional	-	Código	Florestal	de	1934: área destinada à preservação dos 
ecossistemas naturais e sítios de beleza cênica. O parque é a categoria que possibilita 
uma maior interação entre o visitante e a natureza, pois permite o desenvolvimento 
de atividades recreativas, educativas e de interpretação ambiental, além de permitir a 
realização de pesquisas científicas.
 Monumento	Natural	-	SNUC	(2000): área destinada à preservação de lugares 
singulares, raros e de grande beleza cênica, permitindo diversas atividades de 
visitação. Essa categoria de UC pode ser constituída de áreas particulares, desde que 
as atividades realizadas nessas áreas sejam compatíveis com os objetivos da UC.
 Refúgio da Vida Silvestre - SNUC (2000): área destinada à proteção de ambientes 
naturais, no qual se objetiva assegurar condições para a existência ou reprodução de 
espécies ou comunidades da flora local e da fauna. Permite diversas atividades de 
visitação e a existência de áreas particulares, assim como no monumento natural.
 Unidades de uso sustentável
 Área	de	Proteção	Ambiental	-	SEMA	(1981): área dotada de atributos naturais, 
estéticos e culturais importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações 
humanas. Geralmente, é uma área extensa, com o objetivo de proteger a diversidade 
biológica, ordenar o processo de ocupação humana e assegurar a sustentabilidade do 
uso dos recursos naturais. É constituída por terras públicas e privadas.
 Área	de	Relevante	 Interesse	Ecológico	-	SEMA	 (1984): área com o objetivo 
de preservar os ecossistemas naturais de importância regional ou local. Geralmente, 
é uma área de pequena extensão, com pouca ou nenhuma ocupação humana e com 
características naturais singulares. É constituída por terras públicas e privadas.
 Floresta	Nacional	 -	Código	Florestal	 de	1934:	área com cobertura florestal 
onde predominam espécies nativas, visando o uso sustentável e diversificado dos 
recursos florestais e a pesquisa científica. É admitida a permanência de populações 
tradicionais que a habitam desde sua criação.
 Reserva	 Extrativista	 -	 SNUC	 (2000): área natural utilizada por populações 
extrativistas tradicionais onde exercem suas atividades baseadas no extrativismo, na 
137
agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte, assegurando o 
uso sustentável dos recursos naturais existentes. Permite visitação pública e pesquisa 
científica.
 Reserva	de	Fauna	-	Lei	de	Proteção	à	Fauna	(1967): área natural com populações 
animais de espécies nativas, terrestres ou aquáticas; adequadas para estudos técnico-
científicos sobre o manejo econômico sustentável de recursos faunísticos.
 Reserva	de	Desenvolvimento	Sustentável	-	SNUC	(2000): área natural onde 
vivem populações tradicionais que se baseiam em sistemas sustentáveis de exploração 
de recursos naturais. Permite visitação pública e pesquisa científica.
 Reserva	 Particular	 do	 Patrimônio	 Natural	 -	MMA	 (1996): área privada com 
o objetivo de conservar a diversidade biológica, permitida a pesquisa científica e a 
visitação turística, recreativa e educacional. É criada por iniciativa do proprietário, que 
pode ser apoiado por órgãos integrantes do SNUC na gestão da UC.
 De acordo com a legislação vigente, as UCs são criadas através de ato do Poder 
Público (Poder Executivo e Poder Legislativo) após a realização de estudos técnicos 
da importância ecológica dos espaços propostos e, quando necessário, consulta à 
população.
 Estas áreas estão sujeitas a normas e regras especiais e só podem ser alteradas 
e/ou reduzidas mediante lei específica. Entretanto, em 2012, uma Medida Provisória que 
previa a redefinição de limites de sete UCs na Amazônia foi sancionada pela presidente 
e transformada em Lei Federal, abrindo um precedente perigoso para a conservação 
no país.
 
 
138
 EIA/RIMA 
 Para a aprovação e o início de quaisquer empreendimentos e atividades 
consideradas efetiva ou potencialmente causadoras de significativa degradação do 
meio ambiente, é obrigatório, desde 1986 (segundo a Resolução nº 001 do Conama), 
o Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA), que tem como objetivo avaliar propostas 
e projetos, apontar consequências degradantes ao ambiente, apresentar medidas de 
gestão ambiental alternativas e elaborar o Relatório de Impacto no Meio Ambiente 
(Rima).
 Política Nacional sobre Mudança do Clima
 Instituída pela Lei n° 12.187/09, a Política Nacional sobre Mudança do Clima 
(PNMC) tem por objetivos expressos a compatibilização do desenvolvimentosocioeconômico com a proteção do sistema climático através da redução das 
emissões de gases de efeito estufa (GEE), reforçando o comprometimento do Brasil 
junto à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima de redução 
de emissões de GEE. 
 A Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima é uma base 
de cooperação internacional em que os seus países membros buscam estabelecer 
políticas para reduzir e estabilizar as emissões de gases de efeito estufa em um nível 
na qual as atividades humanas não interfiram seriamente nos processos climáticos. 
A primeira reunião aconteceu em 1992 durante a Eco 92, Conferência Internacional 
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento no Rio de Janeiro, o texto da convenção foi 
assinado e ratificado por 175 países, reconhecendo a necessidade de um esforço 
global para o enfrentamento das questões climáticas. Com a entrada em vigor da 
Convenção do Clima, os representantes dos diferentes países passaram a se reunir 
anualmente para discutir a sua implementação, estas reuniões são chamadas de 
Conferências das Partes (COPs).
 Protocolo de Kyoto
 Assinado em 1997 e entrando em vigor em 2005, é um tratado internacional 
que estipulou as metas de reduções obrigatórias dos principais gases de efeito 
estufa para o período de 2008 a 2012. Apesar da resistência por parte de alguns 
países desenvolvidos foi acordado o princípio da responsabilidade comum, 
porém diferenciada. Assim, os países desenvolvidos e industrializados, por serem 
responsáveis históricos das emissões e por terem mais condições econômicas para 
arcar com os custos seriam os primeiros a assumir as metas de redução até 2012. 
Os Estados Unidos, responsáveis por uma grande parte das emissões históricas de 
CO2, nunca ratificaram o Protocolo de Kyoto e o abandonaram em definitivo em 2001. 
Em 2011 foi a vez de o Canadá deixar o acordo, e muitos analistas pensaram que o 
Protocolo de Kyoto fracassara.
 Em 2012, durante a COP 18 em Doha, quando estava previsto a finalização do 
Protocolo de Kyoto, mesmo com as emissões dos países industrializados caindo para 
20% em relação aos níveis de 1990, foi observado o não atingimento das metas por 
diversos países, pois no mesmo período as emissões globais aumentaram cerca de 
139
38% e o protocolo foi prorrogado até 2020. 
 Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL)
 Instrumento que integra o Protocolo de Quioto e permite que os países 
desenvolvidos invistam em projetos para redução de emissões em países em 
desenvolvimento. As emissões reduzidas são contabilizadas e geram créditos de 
carbono que podem ser comercializadas no comércio de emissões. Este instrumento 
de mercado possibilita que os países que tenham obrigatoriedade de reduzir suas 
emissões possam comprar créditos de carbono de um país que já tenha atingido a sua 
meta, e, portanto, tem créditos excedentes para vender.
140
 QUESTÕES
 1.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Soldado	Policial	Militar	(PM	AL)/2021
 Acerca dos problemas sociais urbanos no Brasil e de seus desdobramentos 
socioeconômicos e socioespaciais, julgue o item a seguir.
 Como elementos extraídos da natureza serão transformados e utilizados para 
a subsistência do homem, economia e meio ambiente são categorias que devem ser 
analisadas em conjunto, quando se considera a sustentabilidade.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 2.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Professor	(SEDUC	AL)/Geografia/2021
 A agricultura pode ser definida como um conjunto de técnicas concebidas 
para cultivar a terra a fim de obter produtos e garantir a subsistência alimentar do ser 
humano bem como matérias-primas para a produção de combustível, medicamentos, 
ferramentas, roupas, entre outros. Atualmente, segundo dados da Embrapa, o Brasil 
ocupa 75,4 milhões de hectares de área plantada e é o quarto maior exportador 
mundial de produtos agropecuários, com faturamento de aproximadamente USD 96,9 
bilhões anuais, atrás apenas da União Europeia, EUA e China.
 Internet: <www.myfarm.com.br> (com adaptações).
 A respeito da agropecuária brasileira e de sua importância produtiva, julgue o 
item subsecutivo.
 Mesmo a revolução técnico-científica tendo causado a Revolução Verde e 
aumentado toda a produção em toneladas de produtos agrícolas para a exportação, o 
clima ainda exerce uma influência importante, porque afeta diretamente o desempenho 
da agropecuária do país.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 3.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Professor	(SEDUC	AL)/Geografia/2021
 No que se refere a questões ambientais e a política ambiental, julgue o item a 
seguir.
 O conceito de sustentabilidade, apesar de ser vinculado à criação de ações 
de preservação ambiental com vistas ao não comprometimento da vida ecológica do 
nosso planeta, não se relaciona com os temas e as estratégias referentes a política 
ambiental nem com a noção de desenvolvimento econômico.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 
141
	 4.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Analista	de	Gestão	de	Resíduos	Sólidos	 (SLU	DF)/
Geografia/2019
 Julgue o item que se segue, com relação a problemas ambientais urbanos 
decorrentes da ocupação humana.
 A retirada de cobertura vegetal intraurbana reduz a atividade fotossintética e, 
quando associada ao fluxo de veículos, gera acúmulo de dióxido de carbono sobre as 
cidades, fenômeno esse conhecido como domos urbanos de CO2.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 5.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Analista	de	Gestão	de	Resíduos	Sólidos	 (SLU	DF)/
Geografia/2019
 Julgue o item que se segue, com relação a problemas ambientais urbanos 
decorrentes da ocupação humana.
 A coleta e a destinação de resíduos sólidos são consideradas como problemas 
ambientais urbanos para os quais a maioria das cidades brasileiras ainda não tem uma 
solução eficaz.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 6.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Analista	de	Gestão	de	Resíduos	Sólidos	 (SLU	DF)/
Geografia/2019
 Julgue o item que se segue, com relação a problemas ambientais urbanos 
decorrentes da ocupação humana.
 O lançamento de esgotos em lagos urbanos tem como consequência a 
eutrofização desses locais, processo de aumento de nutrientes, principalmente 
nitrogênio e fósforo.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO 
 7.	 CEBRASPE	 (CESPE)	 -	 Analista	 do	 Ministério	 Público	 da	 União/Perícia/
Geografia/2013
 Com relação à geografia humana e planejamento territorial, julgue o item a 
seguir.
 No que concerne ao desenvolvimento econômico e à conservação da natureza, 
o Estado, que é mediador do processo ambiental, deve construir um modelo de gestão 
que integre diversos interesses em torno do desenvolvimento sustentável.
142
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 8.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Oficial	de	Inteligência/2008
 O século XX assistiu a um rápido crescimento da população mundial, que 
partiu de 1,6 bilhões e alcançou 6,1 bilhões. Não se prevê uma estabilização para o 
atual século, porém, para 2050, a expectativa é de 9 bilhões de habitantes no planeta. 
Abaixo, o gráfico mostra os dez países que deverão apresentar o maior incremento 
populacional no mundo.
 
 
 Julgue o item que se segue, acerca das informações do texto e do gráfico acima 
apresentados, bem como dos assuntos a eles relacionados.
 Embora o crescimento populacional contribua para o aumento dos problemas 
ambientais, como a destruição da cobertura florestal e a poluição em suas várias 
formas, a necessária intensificação na exploração dos recursos naturais terá a sua 
sustentabilidade ambiental e econômica assegurada por meio do desenvolvimento da 
tecnologia, já que esta implica o adequado aumento da produtividade.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 9.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Diplomata	(Terceiro	Secretário)/2005
 Texto
 O Estado-nação brasileiro tem suas raízes na expansão mercantil-colonial 
europeia do século XVI. Naquele momento histórico, as burguesias mercantis, aliadas 
às monarquias, sobretudo portuguesa e espanhola, empreendiam a busca, para além-
mar, do ouro, da prata ou de produtos que, de alto valor comercialnos mercados 
europeus, pudessem ser transacionados com muito lucro. O pau-brasil, que abundava 
em nossas florestas tropicais, ao longo da costa atlântica, foi o primeiro alvo do saque 
aos recursos naturais, até então manejados por diversos povos indígenas nômades 
e seminômades. Ironicamente, a espécie que acabou por dar origem ao nome do 
país tornou-se a primeira vítima: o pau-brasil, madeira de coloração avermelhada que 
os europeus utilizavam na produção de tinturas, hoje só existe nos jardins e museus 
botânicos.
 Carlos Walter Porto Gonçalves. Formação socioespacial e questão ambiental no Brasil. In: Berta K. 
Becker et al. (org.). Geografia e meio ambiente no Brasil. 3.ª ed. São Paulo: Ana Blume – Hucitec, 2002, p. 312 (com 
adaptações).
143
 Considerando o assunto abordado no texto, julgue (C ou E) o item seguinte, 
relativos à temática ambiental no Brasil.
 A reflexão sobre o meio ambiente, com o objetivo de se alcançar o 
desenvolvimento sustentável, exige o estabelecimento de paradigmas que alterem a 
relação homem/natureza verificada desde o período colonial.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 10.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Oficial	de	Inteligência/Código	11/2004
 No final do século XX, a economia capitalista mundializada produziu uma 
segmentação geoeconômica atestada na formação de blocos econômicos. O quadro 
atual é resultado de vários desdobramentos não só econômicos, mas sociais e 
culturais.
 Nesse contexto, julgue o item subsequente.
 Na chamada nova ordem mundial, observa-se a preocupação com um novo 
tipo de desenvolvimento que, ao contrário do modelo baseado no uso intensivo dos 
recursos naturais, leve em conta a preservação ambiental.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 11.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Professor	(SEDUC	AL)/Geografia/2018
 Em uma aula de geografia, os estudantes fizeram três perguntas ao professor. 
A primeira questionava o interesse do Brasil em integrar o grupo BRICS (Brasil, Rússia, 
Índia, China e África do Sul), a segunda pedia que o professor elencasse as áreas nas 
quais a América Latina recebe investimentos da China e a terceira tratava do impacto 
das indústrias das potências centrais e dos países emergentes no meio ambiente 
global.
 Em cada um dos itens a seguir, é apresentada uma resposta dada pelo professor 
de geografia às questões formuladas pelos estudantes.
 Julgue o item quanto à correção das respostas apresentadas pelo professor.
 Assim como as indústrias da Rússia, da China, da Índia, dos Estados Unidos da 
América, da União Europeia e do Japão, as indústrias brasileiras compõem o setor da 
economia do país que mais emite gases de efeito estufa na atmosfera.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 12.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Assistente	de	Saneamento	(EMBASA)/Técnico	em	
Meio	Ambiente/2010
 O Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), criado em 1988, 
144
no âmbito da ONU, tem como objetivo avaliar as informações científicas, técnicas e 
socioeconômicas para compreender os riscos das mudanças climáticas induzidas 
pelo homem, seus impactos potenciais e as opções para adaptação e mitigação. 
Nesse sentido, julgue o item subsequente, relativos ao aquecimento global.
 A agropecuária contribui para a emissão de gases de efeito estufa e para a 
poluição atmosférica, por meio do lançamento de dióxido de carbono, metano e óxido 
de nitrogênio.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 13.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Diplomata	(Terceiro	Secretário)/2003
 A consciência ecológica desenvolvida nas últimas décadas trouxe novos 
desafios para as políticas e medidas a serem estabelecidas no Brasil. O desempenho 
ambiental do país tem fortes implicações em suas relações internacionais. Acerca 
desse tema, julgue o item que se segue.
 O disciplinamento, o uso racional da terra e o estabelecimento de limites 
territoriais são elementos significativos nas medidas de conservação da biodiversidade 
brasileira.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 14.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Analista	de	Gestão	de	Resíduos	Sólidos	(SLU	DF)/
Geografia/2019
 Com relação a impactos sociais e econômicos decorrentes da implantação de 
grandes empreendimentos em diversos setores das atividades produtivas no Brasil, 
julgue o item. 
 O sistema de licenciamento ambiental vigente no Brasil impõe que os modelos 
de intervenção e remediação de impactos sejam comuns aos estados.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 15.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Geógrafo	(MPOG)/2015
 Com relação às características de resiliência, equilíbrio e estabilidade, proteção 
e manejo de ecossistemas, julgue o item que se segue.
 Entre as estratégias que podem ser empregadas para minimizar os impactos 
negativos sobre o ambiente natural inclui-se a criação, por decreto ou lei, de unidades 
de conservação, como a APP (área de preservação permanente) que, além de proteger 
os ecossistemas naturais, visam regular a utilização antrópica dos recursos naturais 
nas áreas protegidas.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
145
 GABARITO COMENTADO
 1. CERTO
 A busca pela sustentabilidade está relacionada com o equilíbrio entre o 
crescimento econômico, a preservação ambiental e a justiça social, para garantir as 
demandas atuais sem comprometer as futuras gerações.
 2. CERTO
 A revolução técnico-científica advinda da Revolução Verde proporcionou o 
aumento da produção, porém os recursos hídricos, elemento mais importante da 
produção, dependem estritamente da dinâmica climática, afetando diretamente o 
desempenho da agropecuária do país em casos de estiagem, por exemplo.
 3. ERRADO
 Os temas e as estratégias referentes à política ambiental e desenvolvimento 
econômico estão diretamente relacionados ao conceito de sustentabilidade, já que é 
necessário a atuação em conjunto para se buscar tais objetivos. 
 4. CERTO
 Os domos urbanos de CO2 são resultantes da queima de combustíveis fósseis 
e da consequente emissão de gases, concentrando-se no centro da cidade, área em 
que as emissões geralmente são maiores, e reduzindo-se à medida que se desloca 
para as áreas periféricas. Portanto, a retirada de cobertura vegetal intraurbana é um 
fator de agravamento desse quadro.
 5.	CERTO
 Realmente a coleta e a destinação de resíduos sólidos são grandes problemas 
ambientais urbanos do Brasil, devido à sua destinação à locais inadequados. Quando 
esses resíduos são acumulados em lixões e aterros sanitários precários, podem 
causar poluição dos solos e recursos hídricos, além de se transformarem em áreas 
de proliferação de doenças. A solução seria a coleta total desses resíduos e a sua 
destinação à aterros controlados.
 6. CERTO
 A eutrofização gerada pelo aumento de nutrientes por meio do lançamento de 
esgotos em lagos urbanos causa transformações como o aumento do número de algas 
e cianobactérias, que criam uma camada na superfície do corpo d’água impedindo a 
penetração de luz e consequentemente incapacitando as plantas aquáticas de realizar 
a fotossíntese. Com isso, ocorre a redução da disponibilidade de oxigênio na água, 
causando a redução especialmente de peixes.
146
 7. CERTO 
 O Estado deve desenvolver planejamento, estratégias e ações que levem em 
consideração o desenvolvimento econômico, as questões ambientais e sociais para 
alcançar o desenvolvimento sustentável.
 8. ERRADO
 O desenvolvimento da tecnologia não assegura a sustentabilidade ambiental e 
econômica da exploração dos recursos naturais, mas pode auxiliar juntamente com o 
desenvolvimento de políticas ambientais e sociais efetivas.
 9. CERTO
 A relação homem/natureza verificada desde o período colonial é extremamente 
predatória e geradora de degradação ambiental, colocando o desenvolvimento 
sustentável como grande objetivo para se buscar o equilíbrio econômico, ambiental e 
social.
 10. CERTO
 Na Nova Ordem Mundial, as nações passaram a inserir no planejamento de seus 
modelos de desenvolvimento as questões ambientais e sociais, orientados pelos 
debates e conferências da diplomacia ambiental. 
 11.ERRADO
 O setor agropecuário é o grande responsável pela emissão de CH4 e de N2O 
(gases do efeito estufa no Brasil), superando as emissões industriais do país.
 12. CERTO
 O lançamento de dióxido de carbono, metano e óxido de nitrogênio pela 
agropecuária ocorre devido às queimadas para abertura de pastagens, uso de 
fertilizantes e pelo processo digestivo do gado.
 13. CERTO
 O planejamento territorial contribui para amenizar os impactos oriundos dos 
vetores responsáveis pela degradação de áreas naturais como urbanização, agricultura, 
industrialização, dentre outros.
 14. ERRADO
 Cada estado possui diferentes características ambientais e sociais, bem como 
diferentes tipos de degradação ambiental, portanto devem possuir diferentes modelos 
de intervenção e remediação de impactos.
147
 15.	ERRADO
 Uma Área de Preservação Permanente (APP) não é uma unidade de conservação 
e não pode receber intervenções antrópicas com o objetivo de utilização dos seus 
recursos naturais.
148
 10. MACRODIVISÃO NATURAL DO ESPAÇO BRASILEIRO: 
BIOMAS, DOMÍNIOS E ECOSSISTEMAS
 10.1 - Domínios morfoclimáticos do Brasil
 Domínios morfoclimáticos são extensas regiões delimitadas no território 
brasileiro por meio da análise	da	presença	e	 interação	de	elementos	em	comum, 
formando assim paisagens relativamente homogêneas. Em essência, o conjunto de 
elementos que compõem os domínios morfoclimáticos hoje conhecidos são: Clima, 
Relevo,	Vegetação,	Solos,	Hidrografia. Importante perceber que os critérios para a 
definição dos domínios morfoclimáticos são de origem física ou natural.
 A classificação dos domínios morfoclimáticos ou paisagísticos, como são 
também chamados, foi feita pelo geógrafo	Aziz	Ab’Saber, e é amplamente utilizada 
nos estudos da paisagem natural brasileira. 
 Domínio morfoclimático amazônico
 O domínio Amazônico é	a	maior	das	seis	unidades	paisagísticas	do	Brasil. 
Situa-se	 predominantemente	 na região Norte, abrangendo os estados do Acre, 
Amazonas, Pará, Amapá, parte de Roraima, Rondônia e o norte do Tocantins. Estende-
se ainda por uma pequena parte do Nordeste, no noroeste do Maranhão.
 Essa região é caracterizada pelo clima Equatorial, marcado pelas altas 
temperaturas e elevada umidade relativa do ar. Além disso, as chuvas são abundantes 
nesse domínio, proporcionando a formação de uma cobertura vegetal densa (floresta 
149
equatorial) e o abastecimento dos seus principais cursos d’água.
 
 A vegetação do domínio amazônico é formada 
pela Floresta Amazônica, que abrange um total de 
nove países. Trata-se da maior floresta tropical do 
mundo, onde são encontradas matas ciliares, igapós, 
igarapés e matas de terra firme. Abriga uma enorme 
biodiversidade, com mais de 12 mil espécies vegetais 
e 40 mil espécies animais catalogadas.
 A hidrografia desse domínio se divide entre a bacia	Amazônica, que é a maior 
bacia hidrográfica do mundo, e a bacia do Tocantins-Araguaia, considerada a maior 
bacia exclusivamente brasileira. Entre os principais rios que banham a região estão o 
Amazonas, Negro, Tapajós, Madeira, Tocantins e Araguaia.
 Já	o	relevo	do	domínio	amazônico	apresenta	formas	bastante	diversificadas. 
Extensas áreas de planície e terras baixas amazônicas dividem espaço com os planaltos 
e as depressões, demarcando assim áreas com substrato bastante antigo e erodido 
pela intensa ação dos agentes modeladores do relevo.
 Os	 solos	 são	 pobres	 em	 nutrientes e, em parte, arenosos, contrastando 
com a vegetação exuberante da floresta tropical. Em contrapartida, possuem uma 
camada de material orgânico depositado em sua superfície, proporcionando assim a 
sua fertilização. Os solos mais férteis são encontrados nas áreas de planícies fluviais, 
onde há o depósito de nutrientes pelas águas dos rios. Os principais tipos de solos 
encontrados nesse domínio são os argissolos,	latossolos	e	gleissolos.
 Domínio morfoclimático da Caatinga
 O domínio da Caatinga compreende estados da região Nordeste do Brasil. 
Abrange integralmente o estado do Ceará, o oeste do Rio Grande do Norte, Paraíba, 
Pernambuco e Alagoas; o leste do Maranhão; e uma extensa área da Bahia. Uma 
pequena parte ao norte do estado de Minas Gerais, da região Sudeste, integra também 
o domínio da caatinga.
 
150
 Constitui um domínio com um regime	 de	
chuvas	 irregulares, podendo haver longos períodos 
de estiagem (ausência de chuvas). Além da baixa 
umidade relativa do ar, as temperaturas são bastante 
elevadas durante a maior parte do ano, havendo assim 
a predominância	do	clima	Semiárido.
 Seu	relevo	é	caracterizado	pelas	depressões	Sertaneja	e	do	São	Francisco,	
indicando	assim	a	intensa	ação	de	agentes	erosivos	na	região.	
 Os solos encontrados na área variam 
conforme a localização e o relevo, estabelecendo-
se estruturas profundas, como latossolos, 
pouco profundas e de difícil infiltração, como 
os vertissolos, e rasas, como os neossolos e 
luvissolos. Assim, existem nesse domínio áreas 
com solos férteis e outras com coberturas com 
baixo teor de nutrientes e pedregosas, o que 
dificulta o desenvolvimento de vegetação densa e 
limita as atividades agrícolas.
 A	 vegetação	 característica	 desse	 domínio	 é	 a	 da	 Caatinga, formada por 
plantas adaptadas ao calor e aos longos intervalos sem chuva. Dessa forma, observa-
se a presença de espécies de baixo e médio porte, caducifólias, isto é, que perdem as 
suas folhas em determinado período do ano, com raízes longas destinadas à absorção 
de água, e algumas delas com estruturas que servem para a sua defesa, como espinhos, 
e para o armazenamento de água, como as cactáceas.
 Quatro bacias hidrográficas comportam os rios e mananciais desse domínio, 
que são as bacias do São Francisco, do Parnaíba, do Atlântico Nordeste Oriental e do 
Atlântico Leste. Em decorrência do seu regime de chuvas, grande parte dos seus rios é 
intermitente, ou seja, são temporários, com a água “sumindo” de seu leito nos períodos 
mais secos. O principal rio perene da região é o São Francisco.
 Domínio morfoclimático do Cerrado
 O domínio morfoclimático do Cerrado é o segundo	mais	extenso	do	Brasil,	
abrangendo	 estados	 de	 quatro	 regiões	 do	 país, com predominância do Centro-
Oeste. Nesta região, o domínio do cerrado ocorre em todos os estados e também no 
Distrito Federal. No Sudeste inclui áreas de Minas Gerais, no Nordeste compreende o 
oeste da Bahia, sul do Maranhão e uma estreita faixa a sudoeste do Piauí, enquanto na 
região Norte incorpora áreas do Tocantins e de Rondônia.
 O	clima	no	domínio	do	cerrado	é	tipicamente	
Tropical, havendo a alternância entre uma 
estação seca e a outra chuvosa, o que reflete 
em sua vegetação. Esta, como o nome sugere, 
é caracterizada pelos cerrados e cerradões, 
variando assim de gramíneas, arbustos e árvores 
de pequeno porte, formando campos e savanas, 
e médio porte até árvores de grande porte e 
formações florestais.
151
 Muitas das espécies lenhosas do Cerrado apresentam troncos espessos e 
retorcidos, feições que surgiram da adaptação às condições climáticas e também à 
ação do fogo por meio de queimadas naturais ou antrópicas. 
 
 O	relevo	desse	domínio	é	marcado	pela	presença	de	planaltos,	chapadas	e	
depressões.	
 Os solos encontrados no Cerrado são geralmente pobres em nutrientes e, 
portanto, possuem baixa fertilidade natural. Além disso, a sua composição confere a 
eles um pH baixo, o que caracteriza a ocorrência de solos ácidos.
 Esse domínio é conhecido por abrigar as nascentes de importantes rios 
brasileiros, como o Paraná, São Francisco, Tocantins, Araguaia, Parnaíba e outros, 
abrangendo grande parte das bacias hidrográficas que conformam o sistema 
hidrológico brasileiro.
 Domínio morfoclimático dos Mares de morros
 O domínio dos mares de morros compreende	 todo	o	 litoral	 leste	do	Brasil, 
desde o Nordeste até a região Sul, além de abranger a quase totalidade do estado de 
São Paulo. Seu nome é derivado das formas de relevo observadas em boa parte de sua 
extensão, caracterizadas porconjuntos de morros arredondados, que são também 
chamados de relevo mamelonar ou de meia laranja.
 Além das formas convexas que compõem 
a paisagem de mar de morros, tal domínio é 
marcado pelas planícies litorâneas, portanto, 
áreas de baixas altimetria e pluviosidade 
decorrente da umidade vinda do oceano. Também 
neste domínio encontram-se áreas de altitude 
relevante em regiões de relevo acidentado, das 
quais podemos destacar as serras do Espinhaço, 
do Mar e da Mantiqueira. 
 Os	climas	 variam	conforme	 a	 latitude,	 indo	de	Tropical	 quente	 e	 úmido	 a	
Subtropical. Nos estados da região Sudeste, destaca-se também a ocorrência dos 
climas Tropical e Subtropical de altitude nos terrenos mais elevados. A área coincide 
com o bioma Mata Atlântica, onde se observa a presença de florestas, campos e 
vegetação litorânea.
152
 Possui um denso sistema de drenagem 
potencializado pelo relevo acidentado. Ao todo, 
seis	 bacias	 hidrográficas	 fazem	 parte	 desse	
domínio, entre elas as bacias do Paraná, do 
Atlântico Leste e do Atlântico Sul.
 Domínio morfoclimático das Araucárias
 O domínio das	 Araucárias	 ocorre	
em	 áreas	 de	 clima	 Subtropical	 do	 Brasil, 
abrangendo então os estados da região	 Sul, 
sendo predominante em Santa Catarina e Paraná, 
e caracterizando a porção norte e nordeste da 
paisagem do Rio Grande do Sul.
 A mata de araucárias, embora tenha sofrido 
uma severa redução de área em decorrência do 
avanço das atividades extrativas e agropecuárias, 
recobre a maior parte do domínio, motivando 
assim a sua denominação. O desenvolvimento 
das araucárias, árvores de grande estatura e 
aciculifoliadas (folhas em forma de agulha), foi 
favorecido por, além das condições	climáticas,	
solos	 de	 elevado	 grau	 de	 fertilidade, em 
especial aqueles que recebem o nome de “terra 
roxa”, que nada mais são do que os latossolos 
avermelhados derivados da decomposição de 
rochas basálticas.
 O relevo do domínio das araucárias é composto por terrenos	elevados	que	
formam	os	planaltos	e	patamares, onde se observa feições que vão de suavemente 
onduladas até encostas íngremes. Os corpos d’água e rios que banham suas terras 
estão compreendidos nas bacias hidrográficas do Paraná, do Atlântico Sudeste e Sul 
e também do Uruguai.
 Domínio morfoclimático das Pradarias
 O domínio das Pradarias está presente, no 
Brasil, somente	no	estado	do	Rio	Grande	do	Sul. 
Abrange boa parte do oeste e sudoeste gaúchos, 
e corresponde à paisagem que conhecemos 
como campanha gaúcha.
 Ocorre em clima Subtropical	 com	
temperaturas	 amenas	 e	 frias, dispondo 
de uma vegetação formada por gramíneas, 
principalmente, arbustos e árvores esparsas. 
 O	relevo	dessa	região	recebe	o	nome	de	
153
coxilha, caracterizado por feições suavemente 
onduladas e planas. Trata-se de uma área com 
solo fértil da classe dos chernossolos, de 
coloração escura, em sua maioria raso e com alta 
propensão ao desenvolvimento agrícola.
 Faixas de transição dos domínios morfoclimáticos do Brasil
 As faixas de transição correspondem a áreas	 situadas	 entre	 dois	 ou	mais	
domínios	morfoclimáticos. Em função da sua localização, dispõem de características 
físicas e climáticas que se assemelham aos domínios próximos, porém possuindo 
feições singulares. 
 As principais faixas de transição encontradas hoje no Brasil são:
 Mata	 dos	 cocais: localizada entre os domínios do cerrado, da caatinga e 
amazônico.
	 Agreste:	situado entre os domínios da caatinga e dos mares de morros (zona da 
mata).
 Pantanal: localizado entre os domínios amazônico e do cerrado, no território 
brasileiro, e também do chaco, que recobre países vizinhos como a Bolívia, a Argentina 
e o Paraguai.
 
154
 10.2 - Impactos ambientais sobre os domínios morfoclimáticos do 
Brasil
 Identifica-se problemas ambientais em todos os domínios morfoclimáticos 
brasileiros, em maior ou menor grau. A grande maioria deles associada ao 
desmatamento	 e	 ao	 processo	 de	 queimadas, ambos com motivações de cunho 
econômico.
 O principal impacto, causador de grandes perdas nos domínios amazônico, 
do cerrado e também dos pampas, está associado com o avanço	 da	 produção	
agropecuária:	a abertura de novas áreas destinadas ao plantio de commodities, como 
a soja, e também de pastagens para a prática da pecuária extensiva.
 Áreas nas proximidades da fronteira entre Rondônia, o Amazonas e o Mato 
Grosso têm sido consideradas como a “última fronteira agrícola”, no sentido de mais 
nova, justamente pela crescente presença de grandes lavouras. No domínio das 
pradarias, o que tem ocorrido é um processo de arenização dos solos devido à remoção 
da vegetação natural também para a prática agrícola de grande escala. 
 Os desmatamentos avançam pela caatinga em função da retirada de matérias-
primas utilizadas na produção de lenha e carvão vegetal, assim como atividades 
agropecuárias. Esse domínio se vê ameaçado igualmente pelas queimadas, que, 
somadas ao desmatamento, podem causar a desertificação do solo.
 
 Imagem: área desmatada na Floresta Amazônica.
 Os índices de degradação e 
descaracterização dos domínios são elevados na 
mata de araucárias e no domínio dos mares de 
morro, este recoberto pela Mata Atlântica, e são 
causados pela extração de recursos destinados à 
indústria madeireira, por exemplo, e pelo avanço 
das áreas urbanizadas.
 
 
 Imagem: Biomas e áreas desmatadas no Brasil. 
155
 Resumo	sobre	domínios	morfoclimáticos	do	Brasil
	 •	Domínios	morfoclimáticos	são	regiões	definidas	com	base	na	sua	composição	
paisagística,	formada	pela	interação	dos	seguintes	elementos:	clima,	relevo,	vegetação,	
solo,	hidrografia.
	 •	O	Brasil	é	composto	por	seis	domínios:	amazônico,	da	caatinga,	do	cerrado,	
dos	mares	de	morro,	das	araucárias	e	das	pradarias.	
	 •	Entre	os	domínios	se	formam	as	chamadas	zonas	de	transição,	que	apresentam	
características	de	duas	ou	mais	unidades	paisagísticas.
	 •	São	zonas	de	transição:	mata	dos	cocais,	pantanal	e	agreste.
	 •	 O	 desmatamento	 e	 as	 queimadas	 são	 alguns	 dos	 problemas	 ambientais	
identificados	 nos	 domínios	 morfoclimáticos	 brasileiros,	 motivados	 pelo	 avanço	 da	
agropecuária,	do	extrativismo	e	também	das	áreas	urbanas	em	expansão.
 10.3 - Os Biomas brasileiros 
 Bioma é um conjunto de vida vegetal e animal, constituído pelo agrupamento de 
tipos de vegetação que são próximos e que podem ser identificados em nível regional, 
com condições de geologia e clima semelhantes e que, historicamente, sofreram os 
mesmos processos de formação da paisagem. 
 Os Biomas Brasileiros correspondem ao conjunto de ecossistemas que existem 
no país, cada um com suas características climáticas, físicas e biológicas. De acordo 
o Instituto de Geografia e Estatísticas (IBGE) existem seis no Brasil seis biomas 
diferentes. 
 São eles:
Biomas:
 Amazônia Mata Atlântica
 Caatinga Pampa
 Cerrado Pantanal
 O Brasil é um país amplo em termos de extensão territorial e biodiversidade, 
mais de 70% de todas as espécies de fauna e flora existentes no mundo estão aqui. 
Em um local de tal amplitude, como classificar um bioma? 
 Antes de tudo é necessário definir o que é um bioma. O termo deriva das 
palavras gregas Bio	“vida”	e	Oma	“grupo	ou	massa” e em ecologia é definido com um 
156
conjunto de ecossistemas interligados, onde os seres vivos vivem de forma adaptada 
às condições naturais (vegetação, luz, solo, clima, etc.).
 A classificação dos biomas segue um padrão mundial, que identifica os grandes 
conjuntos de	ecossistemas relacionados de acordo com condições de clima e solo 
específicas. No Brasil, o IBGE é o órgão responsável pela classificação dos biomas, o 
último estudo foi realizado em 2014. 
 A vegetação é um dos componentes mais importantes da biota, seu estado 
de conservação e de continuidade definem a existência ou não de hábitats para as 
espécies, a manutenção de serviços ambientais e o fornecimento de bens essenciais 
à sobrevivência de populações humanas.
 Para a perpetuaçãoda vida nos biomas, é necessário o estabelecimento de 
políticas públicas ambientais, a identificação de oportunidades para a conservação, 
uso sustentável e repartição de benefícios da biodiversidade.
 
157
 Impactos ambientais nos biomas brasileiros
 O Brasil é o país mais rico em biodiversidade 
entre todas as nações do mundo. O tamanho 
das nossas reservas de água seria suficiente 
para nos deixar despreocupados em relação aos 
problemas que a falta de água pode causar. No 
entanto, temos muito com o que nos preocupar, 
pois, com o crescimento desordenado das 
cidades, o aumento da população e a destruição 
dos nossos principais biomas, o ciclo da água 
e todo o ecossistema brasileiro estão sendo 
impactados, causando alterações na dinâmica 
climática de várias regiões do país. Tempestades 
de areia, chuvas torrenciais e seca em outras 
áreas, são alguns dos impactos que essas 
mudanças tem causado em nosso país.
 O impacto causado nos biomas brasileiros afeta todas as regiões do país e pode 
fazer com que a população brasileira comece a ter problemas muito em breve. Para 
entender melhor quais são estes impactos e onde eles têm maior influência, é preciso 
saber mais sobre estes biomas e como é possível minimizar os impactos causados 
pelo homem.
 Principais impactos por bioma
 Antes de falar sobre os impactos negativos particulares de cada bioma, é 
importante ressaltar que o avanço da agropecuária, causado pela necessidade cada 
vez maior de alimento, é o principal impacto contraproducente sobre os biomas. Esta é 
uma característica comum a todos eles e é um assunto delicado, uma vez que envolve 
governos, produtores rurais e a própria necessidade da população em obter alimentos. 
Entenda melhor cada bioma e os impactos negativos causados pelo homem:
	 •	Floresta	Amazônica:	este é um dos biomas que mais sofre atualmente com 
os impactos negativos causados pelo homem. O desmatamento é o principal impacto, 
sendo que até há leis de proteção em muitas áreas, mas a necessidade por mais áreas 
de pasto e plantações faz com que o desmatamento seja, muitas vezes, encoberto 
158
para que ONGs de proteção ambiental não denunciem. Outro grave problema na 
Floresta Amazônica é a construção de usinas hidrelétricas, devido à grande quantidade 
de rios com alta vazão na região. Além de modificar a paisagem e o ecossistema, o 
represamento de água dos rios faz com que vários povos indígenas e populações 
ribeirinhas tenham suas casas destruídas, tendo que deixar os locais de moradia. 
Somente o esforço mundial pode fazer com que a Floresta Amazônica seja salva. Caso 
contrário, este será um bioma seriamente ameaçado em poucos anos;
 •	 Cerrado:	 mais da metade deste bioma já foi destruído. Grande parte foi 
convertida em pasto ou áreas de plantio. O Planalto Central brasileiro – região onde 
o Cerrado está localizado – passou por grandes transformações, principalmente no 
século XX. Brasília foi construída, estradas foram feitas e o progresso avançou para a 
região. A vítima foi o Cerrado, que sofre com períodos de seca e com desmatamento 
constante. Especialistas afirmam que ele pode ser extinto em pouco mais de 20 anos 
caso o governo não tome medidas mais drásticas para preservar este bioma;
 •	Caatinga:	a Caatinga já é um bioma naturalmente frágil. Grandes épocas de 
seca e a presença de muitas espécies endêmicas (que só existem nesta região do 
mundo) faz com que cada impacto negativo cause problemas de grandes proporções. 
A ocupação do bioma para o desenvolvimento da pecuária e da agricultura fez com 
que o solo se tornasse pobre. Além disso, a destruição da vegetação nativa, sobretudo 
das margens dos poucos rios existentes na região, faz com que a seca seja ainda mais 
implacável e isso prejudica a existência da Caatinga;
 •	Mata	Atlântica:	o bioma mais prejudicado de todos desde que o Brasil foi 
“descoberto” pelos europeus. Por estar localizada numa área mais próxima do litoral, a 
Mata Atlântica foi rapidamente destruída em favor do progresso. Pouco menos de 10% 
do bioma ainda existe. A maior parte é protegida por leis, portanto a Mata Atlântica 
é, curiosamente, o bioma que corre menos risco de sofrer ainda mais. Os principais 
impactos negativos durante todos os anos da história do Brasil foram a criação das 
cidades, a instalação de indústrias e a criação de infraestruturas necessárias ao 
desenvolvimento do país, como portos e aeroportos;
 
159
 • Pantanal: este bioma tem sofrido mais recentemente pela ação do turismo 
predatório. O desenvolvimento desorganizado da atividade turística faz com que haja 
crescente poluição dos rios e lagos, depredação do ambiente, perturbação da fauna e 
flora local por pessoas despreparadas e, também, pela construção de estruturas que 
facilitem o acesso ao local, como aeroportos e outras estruturas turísticas.
 A urbanização, seus impactos e as soluções
 Dois problemas estão entre os principais causadores de impactos nos biomas 
brasileiros: a agropecuária e a urbanização. Já ficou claro que a agropecuária é a 
principal “tomadora de espaço” nos biomas, mas a urbanização – promovida de 
forma equivocada e sem organização – pode provocar impactos ainda maiores e 
irreversíveis nos biomas. As áreas de restingas e manguezais (na faixa litorânea, que é 
a mais populosa do país) sofrem impactos o tempo todo: são esgotos lançados sem 
tratamento nos rios e no oceano, é a presença de indústrias e refinarias petroquímicas, 
enfim, a urbanização no Brasil é um agente predatório e só a revisão das políticas 
públicas pode dar um fim nos impactos negativos nos biomas brasileiros.
160
 QUESTÕES
	 1.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Soldado	Policial	Militar	(PM	AL)/2021
 Acerca dos problemas sociais urbanos no Brasil e de seus desdobramentos 
socioeconômicos e socioespaciais, julgue o item a seguir.
 As queimadas no Pantanal e o desmatamento da Amazônia registrados nos 
últimos dois anos são exemplos de impactos ambientais que poderiam, ao menos 
parcialmente, ter sido evitados, uma vez que foram causados, em parte, pelo ser 
humano.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO 
 2.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Analista	de	Gestão	de	Resíduos	Sólidos	 (SLU	DF)/
Geografia/2019
 Acerca dos biomas brasileiros e de interferências antrópicas nesses biomas, 
julgue o item subsecutivo.
 Nos rios do bioma amazônico, cuja coloração característica se deve à sua relação 
com o tipo de terreno de suas nascentes e de seu curso, as principais interferências 
antrópicas estão associadas ao desmatamento decorrente da atividade mineradora.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO 
 3.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Analista	de	Gestão	de	Resíduos	Sólidos	 (SLU	DF)/
Geografia/2019
 Acerca dos biomas brasileiros e de interferências antrópicas nesses biomas, 
julgue o item subsecutivo.
 Devido ao processo histórico de ocupação humana de seu território, o bioma 
da Mata Atlântica foi o mais degradado entre os biomas brasileiros; porém, nos últimos 
anos, as áreas desmatadas abandonadas têm sido regeneradas e já ocupam uma 
extensão equivalente à da cidade de São Paulo.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 4.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Analista	de	Gestão	de	Resíduos	Sólidos	 (SLU	DF)/
Geografia/2019
 Acerca dos biomas brasileiros e de interferências antrópicas nesses biomas, 
julgue o item subsecutivo.
 A expansão de fronteiras agrícolas é a principal forma de degradação por 
ação antrópica que acomete atualmente o cerrado, savana mais rica do mundo em 
diversidade biológica.
161
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
	 5.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Professor	(Pref.	São	Cristóvão)/Geografia/Educação	
Básica/2019
 No que se refere à história ambiental do desmatamento e da transformação de 
vegetação nativa do cerrado, julgue o item a seguir.
 A área de floresta estacional decidual no cerrado, no estado de Goiás, foi 
ocupada esparsamente nos séculos XVIII e XIX, e permanece assim atualmente, sendo 
protegida por uma unidade de conservação.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO 
 6.	CEBRASPE	(CESPE)-	Diplomata	(Terceiro	Secretário)/2017
 O Brasil é, na América Latina, um dos países que mais reorganizou sua atividade 
agropecuária desde meados do século XX. Desde então, a reestruturação produtiva 
da agricultura brasileira tem-se norteado pela racionalidade com funcionamento 
regulado pelas relações de produção e distribuição globalizadas, direcionando-se, 
cada vez mais, ao atendimento da crescente demanda do mercado urbano interno e à 
produção de commodities para a exportação, in natura ou após passarem por algum 
tipo de transformação industrial, o que aumenta seu valor agregado.
 Denise Elias. Globalização, agricultura e urbanização no Brasil. Internet: <http://revista.ufrr.br> (com adaptações).
 Tendo esse fragmento de texto como referência inicial, julgue o item seguinte, 
acerca da estruturação e do funcionamento do agronegócio no Brasil.
 Para atender, principalmente, ao mercado internacional, adotam-se, nas áreas 
do bioma Cerrado, os modelos de ocupação do território e de produção desenvolvidos 
pelo agribusiness nos países centrais do capitalismo global, que favorecem a produção 
em larga escala, intensiva em tecnologia, a partir dos latossolos de média e alta 
fertilidade.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO 
 7.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Soldado	(PM	CE)/2012
 Julgue o item a seguir, relativo a aspectos geográficos do estado do Ceará.
 Mais de 60% do território do estado do Ceará estão inseridos no domínio 
morfoclimático denominado caatinga.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 
162
 8.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Professor	(SEDUC	AM)/Geografia/2011
 Acerca dos ecossistemas brasileiros, julgue o item subsequente.
 A Amazônia apresenta o seguinte escalonamento topográfico: terra firme ou 
porção que normalmente não é alagada; várzea, que apresenta períodos de alagamento; 
e mata de igapó, que se encontra permanentemente alagada.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 9.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Professor	(SEDUC	AM)/Geografia/2011
 Acerca dos ecossistemas brasileiros, julgue o item subsequente.
 Os campos sulinos caracterizam-se por predomínio de vegetação arbórea e 
arbustiva associada ao clima subtropical.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 10.	 CEBRASPE	 (CESPE)	 -	 Analista	 do	Ministério	 Público	 da	 União/Perícia/
Geografia/2010
 Julgue o item seguinte, quanto à influência do clima nos ecossistemas brasileiros.
 No domínio das pradarias, a distribuição anual da pluviometria e da temperatura 
do ar apresenta elevada regularidade em função da posição geográfica da área, seu 
relevo, e a atuação dos sistemas atmosféricos intertropicais e polares.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO 
 11.	 	CEBRASPE	 (CESPE)	 -	Analista	do	Ministério	Público	da	União/Perícia/
Geografia/2010
 Julgue o item seguinte, quanto à influência do clima nos ecossistemas brasileiros.
 O aspecto xeromórfico das árvores do cerrado denota a existência de escassez 
de água na estação seca.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 12.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Diplomata	(Terceiro	Secretário)/2008
 A análise da dinâmica da modernização da agricultura brasileira é importante 
para o entendimento da sociedade do Brasil contemporâneo. A esse respeito, julgue 
(C ou E) o item subsequente.
 O cerrado brasileiro é um bioma propício à atividade agrícola, como comprova 
sua alta produtividade nas últimas décadas, graças, especialmente, à fertilidade do 
163
seu solo, que não exige corretivos.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO 
 13.	CEBRASPE	(CESPE)	-	Diplomata	(Terceiro	Secretário)/2008
 Acerca das transformações globais, nacionais e locais relacionadas ao desafio 
do desenvolvimento ambiental sustentável, julgue (C ou E) o item a seguir.
 Não é apenas a dimensão do desmatamento em curso na Amazônia que 
preocupa, mas também os prejuízos à biodiversidade advindos desse desmatamento, 
bem como o aumento da grilagem de terras públicas.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 14.	 CEBRASPE	(CESPE)	-	Diplomata	(Terceiro	Secretário)/2008
 Acerca da estrutura agrária e de questões ambientais atuais no nordeste 
brasileiro, julgue (C ou E) o item que se segue.
 Na região Nordeste, apesar da semi-aridez predominante, é possível encontrar 
ilhas de umidade, nas quais se registra desenvolvimento agrícola intenso.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 15.	 CEBRASPE	(CESPE)	-	Perito	(PC	AC)/Qualquer	Área	de	Formação/2008
 O Brasil é o país de maior biodiversidade do planeta. Devido a sua dimensão 
continental e à grande variação geomorfológica e climática, o Brasil abriga sete biomas 
e diversos ecossistemas. A respeito do assunto e das características dos biomas e 
ecossistemas brasileiros, julgue o item a seguir.
 A costa brasileira possui uma grande diversidade de ecossistemas de alta 
relevância ambiental, tais como: manguezais, restingas, dunas, praias, ilhas, costões 
rochosos, baías, falésias, estuários, recifes de corais.
 ( ) CERTO ( ) ERRADO
 
164
GABARITO COMENTADO:
 1. CERTO
 As queimadas no Pantanal e o desmatamento da Amazônia são provocadas, 
em sua grande maioria, por atividades antrópicas como agropecuária, extração de 
madeira legal e ilegal e mineração. Dessa forma os impactos ambientais poderiam, ao 
menos parcialmente, ter sido evitados.
 2. ERRADO
 Outros fatores também contribuem para essas interferências, como o 
desmatamento causado para o desenvolvimento de atividades agropecuárias.
 3. CERTO
 Uma área de aproximadamente 219 mil hectares (equivalente ao da cidade de 
São Paulo) foi recuperada no Bioma Mata Atlântica nas últimas décadas. 
 4. CERTO
 Cerca de 80% do Cerrado foi degradado devido principalmente à expansão de 
fronteiras agrícolas.
 5.	 ERRADO
 A área de floresta estacional decidual no cerrado, no estado de Goiás, foi 
ocupada somente nos séculos XVIII e XIX, posteriormente espalhando-se para outras 
áreas do território estadual.
 6. ERRADO
 Os latossolos do Cerrado são ácidos e de baixa fertilidade, sendo necessário a 
aplicação de métodos de correção do solo para o seu aproveitamento.
 7. CERTO
 O domínio morfoclimático caatinga é predominante em mais de 60% do território 
do Ceará.
 8. CERTO
 A Amazônia apresenta o seguinte escalonamento topográfico: terra firme 
ou porção que normalmente não é alagada; várzea, que apresenta períodos de 
alagamento; e mata de igapó, que se encontra permanentemente alagada. A afirmativa 
está descrevendo corretamente as características da floresta amazônica.
 
165
 9. ERRADO
 Os campos sulinos caracterizam-se por predomínio de vegetação arbustiva e 
rasteira, com extensas áreas abertas, caracterizando o domínio morfoclimático das 
Pradarias.
 10. ERRADO
 No domínio das pradarias, a distribuição anual da pluviometria apresenta elevada 
regularidade, por outro lado, a elevada amplitude térmica faz com que a distribuição 
anual da temperatu1ra do ar apresente elevada irregularidade, devido à sua localização 
no clima subtropical e da atuação das Massas de Ar Tropical Continental, Tropical 
Atlântica e Polar Atlântica.
 11. CERTO
 O aspecto xeromórfico das árvores do cerrado denota a existência de escassez 
de água na estação seca, uma vez que essa vegetação é caracterizada como xerófila 
(adaptadas à aridez) e Tropófila (adaptadas a uma estação seca e outra úmida).
 12. ERRADO
 É justamente o fato de que os solos do cerrado, em geral, são pobres em 
nutrientes e ácidos, que existe uma larga utilização de técnicas corretivas para tornar 
as terras agricultáveis, proporcionando alta produtividade agrícola nesse bioma nas 
últimas décadas.
 13. CERTO
 O desmatamento em curso na Amazônia e os prejuízos à biodiversidade 
advindos desse problema ambiental estão diretamente ligados à grilagem de terras 
públicas.
 14. CERTO
 As ilhas de umidade são ambientes específicos do bioma caatinga, chamadas 
de brejos de altitude. Possuem maior disponibilidade hídrica devido à ocorrência de 
chuvas orográficas, favorecendo o desenvolvimento agrícola.
 15.	 CERTO
 Os manguezais, restingas,dunas, praias, ilhas, costões rochosos, baías, falésias, 
estuários, recifes de corais são ecossistemas presentes ao longo da costa brasileira e 
são extremamente importantes para o equilíbrio biológico dessa região do território.
	1. O Brasil político: nação e território 
		1.1 Conceito de nação e território 
		1.2 Nação e território brasileiros
	Questões
		Gabarito Comentado
	2. ORGANIZAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO
		2.1 A República Federativa do Brasil
		2.2 - O Sistema eleitoral brasileiro
		2. 3 - Regionalização do território
		Questões
	Gabarito Comentado
		3. DIVISÃO INTER-REGIONAL DO TRABALHO E DA PRODUÇÃO NO BRASIL
		3.1 Os setores da economia
		3.2 - Principais atividades econômicas nas regiões brasileiras atualmente
	Questões
	Gabarito comentado
	4. A ESTRUTURA URBANA BRASILEIRA E AS GRANDES METRÓPOLES
		4.1 Espaço urbano brasileiro
		4.2 Hierarquia Urbana
		4.3 - Nova hierarquia urbana
		4.4 - A rede urbana brasileira
	4.5 - Problemas urbanos nas grandes metrópoles
		QUESTÕES
		GABARITO COMENTADO
	 5. Distribuição espacial da população no Brasil e movimentos migratórios internos. 
		5.1 Distribuição da população pelo território nacional
		
		5.2 População urbana e rural
		5.3 Movimentos migratórios internos
	Questões	
	GABARITO COMENTADO
		6. INTEGRAÇÃO ENTRE INDUSTRIA E ESTRUTURA URBANA E SETOR AGRÍCOLA NO BRASIL
		6.1 - Indústria no Brasil
	QUESTÕES
	GABARITO COMENTADO
	7. REDE DE TRANSPORTE NO BRASIL: MODAIS E PRINCIPAIS INFRAESTRUTURAS
		Questões
		Gabarito Comentado
		8. A INTEGRAÇÃO DO BRASIL AO PROCESSO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DA ECONOMIA
		8.1 - Globalização
		8.2 – As fases da Globalização
		8.3 – As empresas transnacionais
		8.4 - Globalização cultural
		8.5 - Globalização no Brasil
		8.6 - Processo histórico-econômico do Brasil
		8.7 - Divisão internacional do trabalho 
		Questões
		Gabarito Comentado
		10. MACRODIVISÃO NATURAL DO ESPAÇO BRASILEIRO: BIOMAS, DOMÍNIOS E ECOSSISTEMAS
		10.1 - Domínios morfoclimáticos do Brasil
		10.2 - Impactos ambientais sobre os domínios morfoclimáticos do Brasil
		10.3 - Os Biomas brasileiros 
		Questões
	Gabarito Comentado:

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