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Literatura Científica sobre o Programa de Enriquecimento Instrumental - PEI Formadoras do PEI no Brasil Lindinalva Almeida Lúcia Regina Schaeppi Marlene Bitencourt Rosé Bueno Rosemary Lopes Tania Costa Quinto Teresa Pereira Tereza Pita Vania Maia sobre o PEI,literatura científica Formadoras do PEI no Brasil O conteúdo deste e-book é composto por extraída de artigos e revistas científicos, estudos acadêmicos, livros e sites de referência do Brasil e de outros países. Edição e tradução: Aline Bitencourt Ano: 2023.2 Formadoras do PEI no Brasil Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Catalogação na Fonte Índice Organização de Pontos ------------------------------------------- 16 Orientação Espacial I --------------------------------------------- 18 Percepção Analítica ---------------------------------------------- 20 Comparações ---------------------------------------------------- 22 Classificações ---------------------------------------------------- 24 Orientação Espacial II -------------------------------------------- 28 Instruções --------------------------------------------------------- 30 Progressões Numéricas ------------------------------------------- 32 Relações Familiares ---------------------------------------------- 34 Relações Temporais ---------------------------------------------- 36 Relações Transitivas ---------------------------------------------- 38 Silogismos --------------------------------------------------------- 40 Ilustrações -------------------------------------------------------- 26 Desenho de Padrões ---------------------------------------------- 42 Fundamentos Teóricos-Filosóficos para a Construção do Conhecimento com o PEI ----------------------------------------- 44 Critérios de Mediação em Feuerstein ---------------------------- 46 Intencionalidade/Reciprocidade -------------------------------- 48 Significado ------------------------------------------------------- 50 Transcendência -------------------------------------------------- 52 Sentimento de Competência ------------------------------------- 54 As Formadoras do PEI no Brasil ------------------------------------ 5 Contato ----------------------------------------------------------- 15 Individuação e Diferenciação Psicológica ---------------------- 60 Mediação da Busca de Objetivos e Metas --------------------- 62 Mediação da Busca por Desafio, Novidade, Complexidade --- 64 Mediação da Consciência de Ser uma Entidade Modificável -- 66 Mediação da Alternativa Otimista ------------------------------- 68 Operações Mentais ----------------------------------------------- 72 Funções Cognitivas ----------------------------------------------- 75 Determinantes Proximais e Distais do Desenvolvimento Cognitivo --- 78 TMCE e Sistema de Crença --------------------------------------- 80 Abordagem Cognitiva para Gestão do Planejamento Estratégico nas Organizações ------------------------------------------------ 82 PEI para Jovens e Adultos com Deficiência Intelectual em Reabilitação Profissional ---------------------------------------- 86 Mediação do Sentimento de Pertencer -------------------------- 70 A Importância da TMCE diante do Desenvolvimento da Neurociência ------------------------------------------------------ 88 Comportamento de Compartilhar -------------------------------- 58 Autorregulação e Conduta Controlada -------------------------- 56 Contato Envelhecimento, Alzheimer e as Contribuições do PEI ----------- 90 A EAM e as Novas Tecnologias ----------------------------------- 92 A Importância das Aulas Mediadas para Estabelecer Objetivos para o Ensino/Aprendizagem ----------------------------------- 94 Esclarecendo 5 Mitos sobre a Aprendizagem ------------------- 96 Referências A Implantação do PEI na Indústria ------------------------------- 84 são autorizadas pelo ICELP/Israel a realizar cursos de formação em PEI, divulgando a Teoria da Modificabilidade Cognitiva Estrutural (TMCE) e a Experiência de Aprendizagem Mediada (EAM) elaborada por Reuven Feuerstein. As Formadoras do PEI no Brasil As Formadoras do PEI no Brasil - 5- Lindinalva Almeida Psicopedagoga Experiência na Formação em PEI desde 1998 Bahia / Abrangência nacional Lúcia Regina Schaeppi Psicopedagoga Experiência na Formação em PEI desde 1999 Bahia / Abrangência nacional Marlene Bitencourt Psicopedagoga Experiência na Formação em PEI desde 1998 Bahia / Abrangência nacional Rosé Bueno Psicopedagoga Experiência na Formação em PEI desde 1996 Minas Gerais / Abrangência nacional EDUCVIDA https://educvida.com.br/ https://educvida.com.br/ Rosemary Lopes Psicopedagoga Experiência na Formação em PEI desde 1999 Bahia / Abrangência nacional Tania Costa Quinto Psicopedagoga Experiência na Formação em PEI desde 1996 Bahia / Abrangência nacional Rio de Janeiro/ Abrangência nacional Psicopedagoga Experiência na Formação em PEI desde 1995 Teresa Pereira Distrito Federal/ Abrangência nacional Psicopedagoga Experiência na Formação em PEI desde 1996 Tereza Pita CDIB https://cdib.com.br/ https://cdib.com.br/ Psicopedagoga Experiência na Formação em PEI desde 1999 Rio de Janeiro/ Abrangência nacional Vania Maia Contato pei.formadorasnobrasil@gmail.com PEIFormadorasnoBrasil pei.formadorasbrasil pei.formadorasnobrasil As Formadoras do PEI no Brasil - 15- https://www.youtube.com/c/PEIFormadorasnoBrasil https://www.facebook.com/pei.formadorasbrasil https://www.instagram.com/pei.formadorasnobrasil/ Organização de Pontos Organização de Pontos é um dos 14 instrumentos que integra o Programa de Enriquecimento Instrumental (PEI). Em todos os exercícios deste instrumento (exceto as 3 últimas páginas), o mediado se depara com uma nuvem amorfa de pontos as quais deve discernir formas específicas que são apresentadas em um modelo na parte superior de cada página. Os exercícios das últimas 3 páginas usam representatividade da tridimensionalidade. O aspecto básico da atividade consiste em identificar e traçar, dentro de uma nuvem amorfa de pontos, uma série de figuras que se entrecruzam parcialmente, tais como quadrados, triângulos, estrelas e outras. Nesta nuvem, o mediado deve discernir o padrão e, com um lápis, traçar os pontos que são exatamente a mesma forma e tamanho do modelo. Os pontos se tornam cada vez mais juntos, aumentando progressivamente o grau de dificuldade. Literatura científica sobre o PEI Formadoras do PEI no Brasil - 16- Organização de Pontos Projeção de relações virtuais; Conservação da constância através das posições das figuras; Transporte visual do modelo na nuvem de pontos; Precisão e exatidão; Comportamento somativo; Planejamento; Controle da impulsividade. As atividades deste instrumento requerem: Através da Organização de Pontos, o mediado não apenas se torna consciente de quais processos de pensamento ele está usando, mas também gosta de aprender a aprender. Para mais informações, assista à live das Formadoras do PEI PEI - Ferramenta que proporciona Flexibilidade Cognitiva no canal do YouTube PEI Formadoras no Brasil. Referência: Texto adaptado a partir de livro de Feuerstein, Reuven, and Lewin-Benham, Ann. What Learning Looks Like: Mediated Learning in Theory and Practice, K-6. USA, Teachers College Press, 2012. Formadoras do PEI no Brasil - 17 - https://www.youtube.com/watch?v=ItUitGVjPn4&ab_channel=PEIFormadorasnoBrasil Orientação Espacial I Orientação Espacial I é um instrumento que faz parte do Programa de Enriquecimento Instrumental – PEI - nível I, de Reuven Feuerstein cujo objetivo maior é construir representações mentais mais plásticas, flexíveis, que englobem diversas possibilidades e enfoques do real, através de um ponto de vista cada vez mais descentrado (menos egocêntrico), e que abarquem vários pontos de vista. Mediante tarefas de natureza espacial, exige-se o domínio da relatividade das relações dos objetosentre si, entendendo que conceitos espaciais, como direita, esquerda, frente e atrás, mudam segundo a posição que os objetos assumem no espaço e segundo a referência escolhida. Literatura científica sobre o PEI Formadoras do PEI no Brasil - 18 - Orientação Espacial I Em uma sequência de atividades formalmente estabelecidas, este instrumento eleva de modo gradativo o nível de abstração (de desenhos dos objetos a símbolos abstratos), mas mantém uma constância no grau de complexidade. A Orientação Espacial I não se sustenta no elemento concreto- prático. Ao contrário, baseia-se no estabelecimento da organização espacial através da definição de pontos de referências mutáveis, da transposição de um ponto de referência para outro, alterando referências através de diversos pontos de vista. A orientação espacial permite a mediação da compreensão da relatividade do conhecimento, bem como permite ao indivíduo aprender a mudar seu ponto de referência, dependendo da escolha de seus critérios. Para mais informações, assista à live das Formadoras do PEI PEI - Ferramenta que proporciona Flexibilidade Cognitiva no canal do YouTube PEI Formadoras no Brasil. Referência: Texto adaptado a partir de Gomes, Cristiano Mauro Assis. Feuerstein e a Construção Mediada do Conhecimento. Artmed, 2002. Formadoras do PEI no Brasil - 19 - https://www.youtube.com/watch?v=ItUitGVjPn4&ab_channel=PEIFormadorasnoBrasil Percepção Analítica Percepção Analítica é um dos 4 primeiros instrumentos trabalhados do Programa de Enriquecimento Instrumental – PEI - nível I, idealizado por Reuven Feuerstein. É um instrumento fundamentado na percepção analítica de formas geométricas que objetivam a organização de estratégias cognitivas. O instrumento é dividido em unidades, conforme seu manejo em ativar o processo de análise (seja através do movimento do todo às partes, seja das partes ao todo), sendo composto de atividades que exigem a identificação e a análise-síntese como operações mentais essenciais para a solução das mesmas. Literatura científica sobre o PEI Formadoras do PEI no Brasil - 20 - Percepção Analítica Desenvolvimento de estratégias cognitivas para ir além das informações perceptivas que permitem uma apreensão diferente dos dados da realidade. Análise e composição de uma totalidade, fundamentada em categorias determinadas. Apreensão do todo quando se compreendem os determinantes que o organizam, e cada parte é, simultaneamente, expressão e fundamento da totalidade. No trabalho, objetiva-se: Feuerstein salienta a importância da percepção analítica para a organização do processo interno de pensamento e seu caráter lógico. O mediador tem grandes possibilidades de promover uma transformação na relação do mediado com seu meio, alterando todo o seu padrão cognitivo e enfocando a percepção da realidade. Para mais informações, assista à live das Formadoras do PEI PEI - Ferramenta que proporciona Flexibilidade Cognitiva no canal do YouTube PEI Formadoras no Brasil. Referências: Texto adaptado a partir de Da Ros, Silvia Zanatta. Pedagogia e mediação em Reuven Feuerstein. Plexus Editora, 2002. Gomes, Cristiano Mauro Assis. Feuerstein e a Construção Mediada do Conhecimento. Artmed, 2002. Formadoras do PEI no Brasil - 21 - https://www.youtube.com/watch?v=ItUitGVjPn4&ab_channel=PEIFormadorasnoBrasil Comparações Comparações é um dos 4 instrumentos do Programa de Enriquecimento Instrumental – PEI - nível I, idealizado por Reuven Feuerstein que desenvolve a capacidade de encontrar as semelhanças e diferenças entre 2 ou mais objetos ou acontecimentos e descrevê-los fundamentados nas mesmas dimensões. Comparar é uma conduta fundamental para estabelecer relações que possibilitam o pensamento abstrato. Trabalhar educacionalmente para enriquecer a habilidade de comparar é levar o mediado a ir além do simples reconhecimento de diferenças e semelhanças. Nesta perspectiva, deve-se pensar que a conduta espontânea pode ser aperfeiçoada para uma conduta comparativa organizada e instalada de modo cognitivo. Para Feuerstein, a carência e as dificuldades de conduta comparativa espontânea provocam uma percepção episódica da realidade, processo pelo qual as coisas são vistas como isoladas, separadas. O mediado não procura estabelecer relações e tem dificuldade em lidar com mais de uma fonte de informação. Literatura científica sobre o PEI Formadoras do PEI no Brasil - 22 - Comparações Estabelecer relações de equivalência (semelhança) ou diferenças entre os fatos, dados ou ideias; Considerar parâmetros relevantes ao comparar (características críticas); Flexibilizar o uso de parâmetros considerando o contexto do que se compara; Ir além da comparação realizada pelo reconhecimento e pelas identificações simples para chegar às relações abstratas que organizam e contextualizam informações comparadas. Os objetivos deste Instrumento são: A conduta comparativa e as relações que dela derivam permitem ao mediado ir muito além dos aspectos perceptuais do mundo, alcançando um nível de pensamento que implica inferências e juízos. Os conceitos devem ser profundamente discutidos. Nessa reflexão, os pensamentos divergentes são enriquecedores e estimulam a busca da eficácia da resposta, sempre considerando que o que define a comparação são os critérios escolhidos. Para mais informações, assista à live das Formadoras do PEI PEI - Ferramenta que proporciona Flexibilidade Cognitiva no canal do YouTube PEI Formadoras no Brasil. Referências: Texto adaptado a partir de De Martins, Ana Maria. A mediação como princípio educacional: bases teóricas das abordagens de Reuven Feuerstein. Brasil, Editora Senac São Paulo, 2019. Da Ros, Silvia Zanatta. Pedagogia e Mediação em Feuerstein. Plexus Editora, 2002. Formadoras do PEI no Brasil - 23 - https://www.youtube.com/watch?v=ItUitGVjPn4&ab_channel=PEIFormadorasnoBrasil Classificações Classificações é um instrumento do Programa de Enriquecimento Instrumental (PEI), nível I, idealizado por Reuven Feuerstein, voltado para o exercício das operações lógico-verbais à base de codificações simbólicas. Este Instrumento permite estabelecer relações entre conceitos que incluem categorias extensas, em vez de parear elementos simples. A capacidade para classificar elementos, coisas e fatos faz com que as pessoas organizem a realidade externa e interna em classes criteriosamente agrupadas e ordenadas. A construção de classes e subclasses, propiciando o desenvolvimento de operações mentais lógicas e reversíveis, é parte da meta do instrumento Classificações. Literatura científica sobre o PEI Formadoras do PEI no Brasil - 24 - Classificações Criar consistência da importância e da necessidade da classificação na vida diária; Utilizar a classificação como forma de reunir e organizar informações; Classificar fundamentado em princípios cada vez mais complexos; Classificar de acordo com dois ou mais princípios, simultaneamente. Os objetivos a serem atingidos são: Para mais informações, assista à live das Formadoras do PEI PEI - Ferramenta que proporciona Flexibilidade Cognitiva no canal do YouTube PEI Formadoras no Brasil. Referências: Texto adaptado a partir de: Da Ros, Silvia Zanatta. Pedagogia e mediação em Reuven Feuerstein. Plexus Editora, 2002. Gomes, Cristiano Mauro Assis. Feuerstein e a Construção Mediada do Conhecimento. Artmed, 2002. Formadoras do PEI no Brasil - 25 - https://www.youtube.com/watch?v=ItUitGVjPn4&ab_channel=PEIFormadorasnoBrasil Ilustrações Segundo Feuerstein e colaboradores, há uma tendência nas pessoas com dificuldades de aprendizagem a perceber os fatos e eventos de forma episódica, aleatória, sem quaisquer relações e conexões. Ilustrações é um instrumento do Programa de Enriquecimento Instrumental (PEI), do nível 1, excelente para trabalhar as relações básicas de causa e efeito, pois apresentam resultados significativos nas pessoas que mantêm uma relação direta e/ou intuitiva com a realidade, caracterizada pela sua visão de mundo. O conteúdo deste instrumento apresenta situaçõesque envolvem problemas e conflitos com os quais nos deparamos no nosso cotidiano. E desperta a necessidade de buscar relações causais entre os fatos para a formação de uma história com coerência e coesão. Literatura científica sobre o PEI Formadoras do PEI no Brasil - 26 - Ilustrações Analisar as ilustrações com a finalidade de definir o problema apresentado. Perceber as transformações que ocorrem, discutindo as reações delas decorrentes. Transcender a informação obtida das ilustrações para as situações da vida diária. A tomada de consciência somente é possível através de pré- requisitos do pensamento, incluindo a percepção clara e precisa dos detalhes, o comportamento comparativo e a percepção global das transformações que ocorrem de um quadro a outro, as quais compõem a sequência ordenada de uma situação dada. Também, fomenta a percepção e a definição de problemas e o pensamento hipotético-inferencial. O Raciocínio Analógico é por excelência a Operação Mental do instrumento Ilustrações. Seus objetivos são: Para mais informações, assista à live das Formadoras do PEI PEI - Ferramenta que proporciona Flexibilidade Cognitiva no canal do YouTube PEI Formadoras no Brasil. Referências: Texto adaptado a partir de Da Ros, Silvia Zanatta. Pedagogia e mediação em Reuven Feuerstein. Plexus Editora, 2002. Gomes, Cristiano Mauro Assis. Feuerstein e a Construção Mediada do Conhecimento. Artmed, 2002. Formadoras do PEI no Brasil - 27 - https://www.youtube.com/watch?v=ItUitGVjPn4&ab_channel=PEIFormadorasnoBrasil Orientação Espacial II Assim como a Orientação Espacial I, a Orientação Espacial II é um instrumento do Programa de Instrumental – PEI, nível 1, que desenvolve o uso de sistemas de referências espaciais. Estes sistemas são acrescidos de elementos objetivos e universais, aumentando ainda mais as necessidades de construção de representações mentais flexíveis e dinâmicas. A crescente abstração presente na Orientação Espacial II acontece por meio da articulação de elementos representados em quadros, tabelas, gráficos, que, por sua vez, devem ser interpretados, codificados e decodificados para que a atividade seja solucionada. Literatura científica sobre o PEI Formadoras do PEI no Brasil - 28 - Orientação Espacial II Trabalhando com pessoas que sofreram lesão cerebral e apresentavam dificuldades de percepção e memória, esse instrumento apresentou-se bastante difícil, principalmente pela necessidade da construção de imagens mentais complexas. A representação mental é bem mais requerida, porque as atividades envolvem a necessidade de construção virtual de dois sistemas de referência conceituais espaciais, de naturezas diferentes, mas em um mesmo plano. E requer o uso e a observação de mais de uma fonte de informação ao mesmo tempo, o que implica, por sua vez, uma crescente amplitude do campo mental. Para mais informações, assista à live das Formadoras do PEI PEI - Ferramenta que proporciona Flexibilidade Cognitiva no canal do YouTube PEI Formadoras no Brasil. Referência: Texto adaptado a partir de Gomes, Cristiano Mauro Assis. Feuerstein e a Construção Mediada do Conhecimento. Artmed, 2002. Formadoras do PEI no Brasil - 29 - https://www.youtube.com/watch?v=ItUitGVjPn4&ab_channel=PEIFormadorasnoBrasil Instruções Instruções é um dos instrumentos do Programa de Enriquecimento Instrumental – PEI- nível II, que mais prioriza a modalidade verbal e figurativa. Nesse instrumento, a linguagem verbal é enfatizada como um sistema útil tanto para a codificação quanto para a decodificação processual de níveis variados. Desse modo, as atividades acarretam algumas dificuldades para indivíduos com comprometimento cognitivo. Além dos conceitos de orientação espacial aprendidos em Orientação Espacial I e II, as atividades do instrumento Instruções exigem uma análise precisa de toda a informação instrucional, bem como uma constante confrontação com várias fontes de informações e o uso de processos hipotético-inferenciais, de modo a se comprovar diferentes alternativas e a presença de um comportamento planejado. Literatura científica sobre o PEI Formadoras do PEI no Brasil - 30 - Instruções Instruções ajuda a desenvolver a habilidade de trabalhar com enunciados verbais e transformá-los em aspectos figurais menos abstratos. Nesse sentido, trabalha a transformação para o menos abstrato, auxiliando eficazmente para as atividades posteriores dos outros instrumentos que enfocam enunciados abstratos formais e preparando para realizar ações mentais cada vez mais formais. Observação: Para participar do curso de Formação em PEI nível II, é preciso fazer primeiro a Formação em PEI nível I. Referência: Texto adaptado a partir de Gomes, Cristiano Mauro Assis. Feuerstein e a Construção Mediada do Conhecimento. Artmed, 2002. Formadoras do PEI no Brasil - 31 - Progressões Numéricas O instrumento Progressões Numéricas, do Programa de Enriquecimento Instrumental, PEI - nível II, tem como base a modalidade numérica, com foco nas relações lógico-formais de progressão entre os números, onde o mediado deve descobrir as relações lógicas entre números em uma determinada sequência numérica. Por trabalhar com números, muitos mediados apresentam uma dificuldade extra nas atividades deste Instrumento, seja por uma barreira emocional, seja por dificuldades mínimas de soma. Mas, apesar da sua modalidade numérica, Progressões Numéricas não é orientado para a aprendizagem de habilidades matemáticas. Seu objetivo principal é o desenvolvimento do pensamento analógico e lógico-formal. Literatura científica sobre o PEI Formadoras do PEI no Brasil - 32 - Progressões Numéricas O código numérico é usado nas progressões porque as relações numéricas requerem poucos pré-requisitos de leitura e de exigência verbal-escrita, facilitando o processo de aquisição da lógica formal por outras modalidades de linguagem. Por ampliar significativamente a descoberta de regras e o uso de analogias de um ponto de vista formal, as Progressões Numéricas têm um efeito extraordinário na correção da função cognitiva deficiente denominada percepção episódica da realidade. Referência: Texto adaptado a partir de Gomes, Cristiano Mauro Assis. Feuerstein e a Construção Mediada do Conhecimento. Artmed, 2002. Formadoras do PEI no Brasil - 33 - Relações Familiares Relações Familiares é um instrumento do Programa de Enriquecimento Instrumental, PEI - nível II, que tem o foco no Raciocínio Lógico. É composto por unidades cujas atividades estão apresentadas em diferentes modalidades de linguagem. Mas, principalmente, possuem enunciados e proposições formais, exigindo alto grau de codificação e decodificação da informação verbal. A partir de algo conhecido, como a família, se trata de encontrar a estrutura e os tipos de relações: hierárquicas, horizontais e verticais. Porém seu objetivo transcende o tema em si e visa ao fomento das relações lógico-formais, evidentes entre os termos dos enunciados, e às diferentes possibilidades de categorização do círculo familiar. Seu objetivo é identificar códigos e conhecer as relações por eles estabelecidas em uma estrutura hierárquica. Principais características e qualidades deste Instrumento: -Verticalidade (hierarquia); -Horizontalidade (hierarquia); Literatura científica sobre o PEI Formadoras do PEI no Brasil - 34 - Relações Familiares -Papéis; -Estática/dinâmica; -Simetria/assimetria; -Reciprocidade; -Aberto/fechado. Implicações e consequências: -Crescimento/ampliação; -Qualitativa/quantitativa. Temporalidade: Está embutida no crescimento e na ampliação. As principais funções cognitivas trabalhadas pelo instrumento são: -Percepção clara e precisa de elementos simbólicos, signos e relações; -Codificação de informação; -Definição exata de um problema; -Comparar elementos para estabelecer relações: precisão no uso de códigos na comunicação de respostas. Segundo Feuerstein, a capacidade de categorizar é aprendida pela criança conforme diferentes prismas, determinados pela diferenciaçãoentre status e função na família. Relações Familiares é um instrumento que trata dos sistemas de relações conceitualmente definidos. É o momento do Programa em que será dado o foco ao estabelecimento e projeção das relações virtuais, contextualizado num sistema familiar, onde as relações têm nome. Referências: Texto adaptado a partir de PEI - Centro de Desenvolvimento da Inteligência e Biofeedback (cdib.com.br) Gomes, Cristiano Mauro Assis. Feuerstein e a Construção Mediada do Conhecimento. Artmed, 2002. Formadoras do PEI no Brasil - 35 - https://cdib.com.br/ Relações Temporais O tempo é um dos conceitos mais complexos e abstratos da experiência humana. Toda relação temporal requer uma representação mental e requer uma reconstrução interiorizada das dimensões do tempo. O Instrumento de Relações Temporais, do nível II do Programa de Enriquecimento Instrumental – PEI, é bastante rico para mediar relações lógicas de causa e efeito, relações lógicas de quantidade, fomentar a construção de conceitos de referência (espaço- temporais) e estimular a produção quantitativa/métrica da realidade. Esse instrumento é utilizado com o objetivo fundamental de desenvolver no mediado a interiorização e o uso de conceitos temporais para que ele possa organizar, ordenar e dar significados às suas experiências pessoais (e às dos outros, respectivamente), bem como se localizar, enquanto sujeito, no tempo-espaço subjetivo e objetivo. Literatura científica sobre o PEI Formadoras do PEI no Brasil - 36 - Relações Temporais Um dos objetivos mais relevantes do Instrumento Relações Temporais é comparar o tempo absoluto (cronológico) com o tempo relativo. Relações temporais ensina conceitos e sistemas de referência pelos quais o mediado pode entender o tempo como um objeto e uma dimensão. Do conceito inicial como um intervalo estável mensurável, o foco é expandido para incluir a realidade do futuro, passado e presente, e o fluxo unidirecional e irreversível de um tempo para outro. Respostas divergentes e alternativas de exploração são encorajadas. Referências: Texto adaptado a partir de Gomes, Cristiano Mauro Assis. Feuerstein e a Construção Mediada do Conhecimento. Artmed, 2002. Feuerstein, Reuven; Rand, Ya’acov & Rynders, John E. Don’t Accept Me as I Am Helping “Retarded” People to Excel Po , 2013. Formadoras do PEI no Brasil - 37- Relações Transitivas O instrumento de Relações Transitivas do Programa de Enriquecimento Instrumental – PEI - nível II, é constituído por atividades que requerem e promovem o pensamento lógico formal através de enunciados verbais. Promove a construção de novas relações a partir das relações existentes entre objetos ou eventos, utilizando conceitos. Relações Transitivas apresenta um alto grau de complexidade lógico-formal e de pensamento abstrato, fundamentando-se em funções cognitivas desenvolvidas e internalizadas através dos instrumentos anteriores. Literatura científica sobre o PEI Formadoras do PEI no Brasil - 38 - Relações Transitivas Identificar se há condições de transitividade; Codificar e decodificar a informação usando os símbolos apropriados; Identificar as relações recíprocas para manter as condições de transitividade; Codificar as informações fornecidas; Analisar e ver a possibilidade de transferir as relações entre membros de um conjunto ordenado, quando há um membro comum; Identificar e ter compreensão do conceito de igualdade; Codificar as afirmações apresentadas de forma verbal, numérica, escrita, pictórica e simbólica; Identificar as conclusões de acordo com a relação desconhecida entre 2 membros de um conjunto ordenado; Classificar os itens de forma que se reúnem as condições para a transferência de relações Identificar as relações transitivas, intransitivas e não transitivas; Analisar as relações entre os itens para determinar se são ou não transitivas; Identificar para chegar a conclusões fundamentadas na transitividade. Podemos destacar os objetivos deste Instrumento: Referências: Texto adaptado a partir de Gomes, Cristiano Mauro Assis. Feuerstein e a Construção Mediada do Conhecimento. Artmed, 2002. Fundação Luis Eduardo Magalhães. Programa de Enriquecimento Instrumental - PEI, Salvador, 2006. Formadoras do PEI no Brasil - 39 - Silogismos O instrumento Silogismos, do Programa de Enriquecimento Instrumental, PEI - nível II, desenvolve uma lógica proposicional formal. A lógica formal é uma poderosa ferramenta psicológica e mobiliza a forma como o mediado interpreta os dados do mundo e os conhecimentos já estruturados. Este Instrumento apresenta unidades bastante estruturadas, seja do ponto de vista dos conteúdos, seja em relação aos objetivos específicos. Através do pensamento formal, o mediado aprende a analisar os conteúdos abstratos, podendo extrair das produções simbólicas humanas uma maior profundidade. Literatura científica sobre o PEI Formadoras do PEI no Brasil - 40 - Silogismos Identificar e utilizar os processos de raciocínio dedutivo e indutivo; Analisar e tirar conclusões fundamentadas na apresentação abstrata das relações entre conjuntos; Inferir logicamente para tirar conclusões em atividades que se tornam cada vez mais abstratas; Utilizar o raciocínio silogístico para tirar conclusões logicamente verdadeiras; Analisar para comprovar o domínio dos conceitos das relações intra e inter. Os principais objetivos do Instrumento Silogismos são: Referências: Texto adaptado a partir de Gomes, Cristiano Mauro Assis. Feuerstein e a Construção Mediada do Conhecimento. Artmed, 2002. Fundação Luis Eduardo Magalhães. Programa de Enriquecimento Instrumental - PEI, Salvador, 2006. Formadoras do PEI no Brasil - 41 - Desenho de Padrões Codificar padrões com o intuito de aplicar em novas situações; Identificar as regras por meio das quais os desenhos são construídos; Projetar relações virtuais para completar partes do desenho; Projetar relações virtuais para ter eficácia no transporte visual; Comparar e levantar hipóteses. Desenho de Padrões é o décimo quarto instrumento do Programa de Enriquecimento Instrumental –PEI, do nível II, e a realização das suas atividades requer o uso dos pré-requisitos cognitivos funcionais e operacionais aprendidos em todos os instrumentos anteriores que compõem o programa de Feuerstein. Os principais objetivos deste Instrumento são: Literatura científica sobre o PEI Formadoras do PEI no Brasil - 42 - Desenho de Padrões Assim, com Desenho de Padrões, concluímos a abordagem sobre os Instrumentos do PEI, nível I e nível II, apresentando a fundamentação da Teoria da Modificabilidade Cognitiva Estrutural – TMCE, e da Experiência de Aprendizagem Mediada (EAM). Através da aplicação dos Instrumentos no curso de Formação, o profissional realizará a práxis. Referências: Texto adaptado a partir de Gomes, Cristiano Mauro Assis. Feuerstein e a Construção Mediada do Conhecimento. Artmed, 2002. Fundação Luis Eduardo Magalhães. Programa de Enriquecimento Instrumental - PEI, Salvador, 2006. Formadoras do PEI no Brasil - 43 - Fundamentos Teóricos- Filosóficos para a Construção do Conhecimento com o PEI O homem, ele próprio, produz-se como ser modificável. A modificabilidade não é um dom que se produz na simples interação do indivíduo com o meio sociocultural. É direito do “deficiente” modificar-se; É um compromisso dos profissionais da Educação, especificamente, e da sociedade em geral, garantir esse direito inalienável. Diante das experiências pedagógicas à luz dos ensinamentos do Programa de Enriquecimento Instrumental - PEI, de Reuven Feuerstein, podemos citar alguns fundamentos teórico-filosóficos: Literatura científica sobre o PEI Formadoras do PEI no Brasil - 44 - Fundamentos Teóricos-Filosóficos para a Construção do Conhecimento com o PEI A relação homem/mundo é mediada pela cultura e, dessa maneira, é a própria cultura que precisa empunhar a bandeira do “não me aceite como eu sou”. Mesmo que a autonomia do indivíduo seja considerada algo relativo (uma vez que homem e relaçõessociais interagem dialeticamente), é preciso não a perder de vista. "Não me aceite como eu sou” é um dos pensamentos do PEI. É a frase chave para a modificação, preconizada por Reuven Feuerstein, mostrando que tanto o mediado quanto o mediador se comprometem com a possibilidade da modificabilidade. . Referência: Texto adaptado a partir de Da Ros, Silvia Zanatta. Pedagogia e mediação em Reuven Feuerstein. Plexus Editora, pád. 119-120, 2002. . Formadoras do PEI no Brasil - 45 - Critérios de Mediação em Feuerstein em Feuerstein O desenvolvimento estrutural cognitivo é o produto da interação mediada. Segundo Reuven Feuerstein, a fase de entrada é trabalhada pelo mediador através das perguntas de mediação para que a elaboração feita pelo mediado seja de boa qualidade. O mediador também está presente entre o processo de elaboração e saída. Com as perguntas de mediação feitas pelo mediador, as respostas do mediado serão precisas e exatas, obtendo um comportamento planejado e evitando o comportamento impulsivo. O objetivo básico da Experiência de Aprendizagem Mediada (EAM) é a aquisição das funções estratégicas cognitivas essenciais, ou seja, o processo de aprender como se aprende. Para isso, foram desenvolvidos os Critérios de Mediação, que são formas concretas de interação que orientará a conduta do mediador. Literatura científica sobre o PEI Formadoras do PEI no Brasil - 46 - Critérios de Mediação em Feuerstein São 12 os Critérios de Mediação. Dentre estes 12, há os Critérios Universais que devem estar presentes durante todo o processo de mediação de qualquer tipo de conhecimento para que a interação seja de fato caracterizada como uma mediação e não apenas uma intervenção. Os demais são Critérios de Mediação Particulares para a diversidade humana, construindo atitudes positivas em relação ao processo de ensino-aprendizagem. Para mais informações, assista à live das Formadoras do PEI Critérios de Mediação em Feuerstein no canal do YouTube PEI Formadoras no Brasil. Referência: Critérios de Mediação em Feuerstein - live disponível no YouTube e página do Facebook das Formadoras do PEI no Brasil, apresentada pelas Formadoras do PEI Lúcia Regina Schaeppi e Vânia Maia. 25 de abril de 2021. Formadoras do PEI no Brasil - 47 - https://www.youtube.com/watch?v=QNjqYBLZ3iw&ab_channel=PEIFormadorasnoBrasil Intencionalidade /Reciprocidade A mediação internaliza algumas características especiais, destacadas por Reuven Feuerstein em sua Teoria da Modificabilidade Cognitiva Estrutural (TMCE). Dentre as características por ele apontadas, estão presentes em todo ato mediado a intencionalidade/reciprocidade. Intencionalidade/Reciprocidade é um Critério de Mediação que visa provocar curiosidade e obter respostas. O mediador apresenta a atividade, de maneira motivacional e desafiadora, para atrair curiosidade e expectativa do mediado. Compartilha a intenção da atividade. Utiliza linguagem apropriada para apresentar o conteúdo e os objetivos da ação. A intencionalidade cria dissonância para despertar no mediado a necessidade de mediar conceitos que revelem aprendizagem. Literatura científica sobre o PEI Formadoras do PEI no Brasil - 48 - Intencionalidade/Reciprocidade É importante notar que o mediado se torna mediador quando consegue descrever e explicar a aprendizagem construída enquanto trabalho. Além disso, o mediador contribui para que o mediado aprenda a organizar a informação, lidar com diferentes fontes, sintetizar, buscar a evidência lógica, comparar, analisar e comunicar-se. Para mais informações, assista à live das Formadoras do PEI Critérios de Mediação em Feuerstein no canal do YouTube PEI Formadoras no Brasil. Referências: Texto adaptado a partir de De Carvalho, Luzia Alves. Gestão do Conhecimento: Uma Proposta de Aprendizagem Mediada. Perspectivas Online: Humanas & Sociais Aplicadas, v. 2, n. 5, 2012. Esquema adaptado de Almeida, Willa Nayana Corrêa; Da Silva Malheiro, João Manoel. A aprendizagem mediada de Reuven Feuerstein: uma revisão teórico-conceitual dos critérios de mediação. Revista Cocar, v. 14, n. 30, 2020. Formadoras do PEI no Brasil - 49- https://www.youtube.com/watch?v=QNjqYBLZ3iw&ab_channel=PEIFormadorasnoBrasil Significado “Olhe que linda flor, repare nos seus contornos, olhe para os detalhes das pétalas e as diferenças de cor!”. O conteúdo apresentado refere-se não apenas à informação sobre a flor, mas também evoca no receptor uma transformação no modo de perceber a realidade, através de uma observação mais precisa e detalhada, de uma atenção dirigida, de uma intenção de análise, de fatores imbricados em um envolvimento motivacional e na construção de um significado. Literatura científica sobre o PEI Formadoras do PEI no Brasil - 50 - Significado O Significado é um dos critérios fundamentais e universais para que uma interação adquira o estatuto de Experiência de Aprendizagem Mediada – EAM – idealizada por Reuven Feuerstein. Reside toda a intenção mediada de valores, atitudes culturais e pessoais do mediador para com o mediado. É o fator da interação que mais mobiliza o aspecto afetivo, envolvendo toda a crença de mundo do mediador e do mediado: as expectativas e os valores, os ideais e os laços sociais de uma comunidade, de um grupo, de uma nação. O mediador deve apresentar seus significados para o mediado, inclusive para que ele possa elaborar novos significados e novas possibilidades, generalizando e transcendendo. Interagir com significado significa trocar experiências, vivências e sentimentos que ultrapassam o nível do fenômeno concreto. Significa que, geração após geração, os seres humanos irão compartilhar e terão uma certa identificação sobre o que é certo e o que é errado, estabelecendo um senso comum, um senso estético e ético. Para mais informações, assista à live das Formadoras do PEI Critérios de Mediação em Feuerstein no canal do YouTube PEI Formadoras no Brasil. Referências: Texto adaptado de Gomes, Cristiano Mauro Assis. Feuerstein e a Construção Mediada do Conhecimento. Artmed, 2002. Esquema adaptado de Almeida, Willa Nayana Corrêa; Da Silva Malheiro, João Manoel. A aprendizagem mediada de Reuven Feuerstein: uma revisão teórico-conceitual dos critérios de mediação. Revista Cocar, v. 14, n. 30, 2020. Formadoras do PEI no Brasil - 51 - https://www.youtube.com/watch?v=QNjqYBLZ3iw&ab_channel=PEIFormadorasnoBrasil Transcendência Transcendência é um critério de mediação universal idealizado por Reuven Feuerstein que significa que algo vai além. O mediado conecta o que ele está fazendo agora com algo que ele se lembra ou algo que imagina. A mediação para a transcendência é um meio natural de generalizar, de transferir o que se aprende para diferentes situações que estão de alguma forma conectadas, mas em um lugar, tempo ou conteúdo totalmente diferentes. Assim, além do que está incluído na interação, o mediador apresenta algo que prepara o mediado para um maior desenvolvimento, expectativas, outras necessidades, hábitos e desejos. Essa é a parte mais humanizadora da mediação. Literatura científica sobre o PEI Formadoras do PEI no Brasil - 52 - Transcendência O mediador que apenas diz “faça porque eu digo”, desumaniza o mediado, impede a curiosidade e prepara o cenário para lutas de poder ou aquiescência passiva, duas condições que descartam o espírito, a capacidade intelectual e a motivação para aprender. O objetivo da transcendência pode ser o próprio ímpeto de que o mediado precisa para não desistir, para perseverar agora. A transcendência conecta a vida de uma pessoa a um passado e a um futuro. Para mais informações, assista à live das Formadoras do PEI Critérios de Mediação em Feuerstein no canal do YouTube PEI Formadoras no Brasil. Referência: Texto adaptado a partir do livro: Feuerstein, Reuven; Lewin-Benham, Ann. What learning looks like: Mediated learning in theory and practice, K-6. Teachers College Press, 2012. Esquema adaptado de Almeida, Willa Nayana Corrêa; Da Silva Malheiro, João Manoel. A aprendizagemmediada de Reuven Feuerstein: uma revisão teórico-conceitual dos critérios de mediação. Revista Cocar, v. 14, n. 30, 2020. Formadoras do PEI no Brasil - 53 - https://www.youtube.com/watch?v=QNjqYBLZ3iw&ab_channel=PEIFormadorasnoBrasil Sentimento de Competência A Mediação do Sentimento de Competência faz parte dos Critérios de Mediação desenvolvidos por Reuven Feuerstein e podem ou devem ocorrer no momento de uma Experiência de Aprendizagem Mediada. Quando é dado ao mediado um feedback sobre as habilidades e realizações que estão dentro do seu próprio repertório, se desenvolve a mediação do sentimento de competência. A enunciação verbal do que está sendo vivenciado, usando estratégias, como elogios verbais, gestos afirmativos ou palmas - cria um sentido interno (implícito) de competência. Literatura científica sobre o PEI Formadoras do PEI no Brasil - 54 - Sentimento de Competência Ao apresentar ao mediado uma crença positiva em sua capacidade, relativa à conscientização do que ele já produz de forma competente ou do que ele possa vir a produzir, o mediador tem uma grande oportunidade para mediar o sentimento de competência, inclusive quando este potencial cognitivo está latente. Sentir-se competente gera autoconfiança, motivação para tentar e determinação para perseverar mesmo com uma história prévia de fracasso. O mediado desenvolve uma consciência metacognitiva, ou seja, tem consciência de seus processos ou ferramentas internas, das estratégias mentais que poderão ser acionadas na resolução de problemas, na aprendizagem de novos conteúdos formais e informais, no enfrentamento de desafios e necessidades da vida. Para mais informações, assista à live das Formadoras do PEI Critérios de Mediação em Feuerstein no canal do YouTube PEI Formadoras no Brasil. Referências: Texto adaptado a partir de Feuerstein, Reuven et al. A think-aloud and talk-aloud approach to building language: Overcoming disability, delay, and deficiency. Teachers College Press, 2015. Texto adaptado de Gomes, Cristiano Mauro Assis. Feuerstein e a Construção Mediada do Conhecimento. Artmed, 2002. Formadoras do PEI no Brasil - 55 - https://www.youtube.com/watch?v=QNjqYBLZ3iw&ab_channel=PEIFormadorasnoBrasil Autorregulação e Conduta Controlada Autorregulação e Conduta Controlada é um dos primeiros Critérios de Mediação idealizados por Reuven Feuerstein que deve ser mediado. A regulação do comportamento está voltada para duas direções: A primeira direção é para o controle da impulsividade. Quando há qualquer tipo de estímulo, a tendência é responder a ele imediatamente. Mas é necessário ter um tempo para pensar, para verificar se existem todos os dados necessários para responder adequadamente. A regulação do comportamento deve ser, portanto, um ato voluntário, fruto da decisão de suspender a resposta até ter analisado a situação a qual está sendo exposta. Literatura científica sobre o PEI Formadoras do PEI no Brasil - 56 - Autorregulação e Conduta Controlada Mas a regulação do comportamento também tem uma segunda direção contrastante: há situações que exigem uma resposta acelerada, uma ação rápida. Às vezes, uma ação rápida pode ser necessária em situações de emergência ou situações que exigem resposta imediata. Nessas condições, a regulação do comportamento toma um rumo diferente, incentivando reações rápidas e oportunas para ajudar aqueles que estão apáticos a reagir. A regulação do comportamento é, portanto, um resultado da capacidade do indivíduo de impor o pensamento às ações - examinar a si mesmo, avaliar a situação e decidir como e quando reagir. Para regular o comportamento do mediado, o mediador deve atuar em duas etapas: na primeira, apresenta ao mediado a capacidade de empregar as funções cognitivas que permitirão a execução das ações necessárias para tomar uma decisão sobre a forma de responder. Na segunda etapa, o mediador deve considerar o insight que o mediado obteve em relação ao processo de planejamento fundamentado na avaliação da situação. O mediador deve considerar os dados e seu significado, a resposta específica que foi planejada e, se a resposta for realizada, possibilita a capacidade de decidir como, onde, quando e de que maneira implementar. Para mais informações, assista à live das Formadoras do PEI Critérios de Mediação em Feuerstein no canal do YouTube PEI Formadoras no Brasil. Referência: Texto adaptado a partir de Feuerstein, Reuven; Feuerstein, Refael; Falik, Louis H. Beyond smarter: Mediated learning and the brain's capacity for change. Teachers College Press, 2015. Formadoras do PEI no Brasil - 57 - https://www.youtube.com/watch?v=QNjqYBLZ3iw&ab_channel=PEIFormadorasnoBrasil Comportamento de Compartilhar Em nosso mundo, no qual existem muitas situações de alienação social, onde o individualismo é crescentemente valorizado e é, muitas vezes, extremo, a habilidade de compartilhar experiências com outros seres humanos e participar de suas experiências é necessário e desejável. A interação mediada do comportamento de compartilhar é um Critério de Mediação idealizado de Reuven Feuerstein, idealizado para restaurar em nós a prontidão e habilidade de fazer contato e chegar a um encontro com outros seres humanos, e aumentar em nós a habilidade de ficar próximo um do outro, nos ajustarmos um ao outro, ganhar insight e suporte um do outro, e criar harmonia entre nossas experiências um com o outro. Literatura científica sobre o PEI Formadoras do PEI no Brasil - 58 - Comportamento de Compartilhar Em nossos dias, sobretudo com a pandemia de covid-19 pela qual estamos passando, a necessidade e prontidão para compartilhar com os outros as nossas experiências e participar das experiências dos outros é uma necessidade de adaptação. O valor educacional da mediação do compartilhar não se limita ao espaço emocional, mas há nela o potencial de enriquecer o tesouro de comportamentos mentais e cognitivos de uma pessoa. A mediação do comportamento de compartilhar também tem duas direções. O mediado, que está recebendo o que o mediador compartilha, participa no que é significativo para o mediador, confirmando sua experiência. E o mediador se ouve compartilhando sua experiência para outros, reforçando o significado e integridade da sua experiência. Para mais informações, assista à live das Formadoras do PEI Critérios de Mediação em Feuerstein no canal do YouTube PEI Formadoras no Brasil. Referência: Texto adaptado a partir de Feuerstein, Reuven; Feuerstein, Rafael S.; Falik, Louis H. Além da inteligência: aprendizagem mediada e a capacidade de mudança do cérebro. Tradução de Aline Kaehler. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014. Formadoras do PEI no Brasil - 59 - https://www.youtube.com/watch?v=QNjqYBLZ3iw&ab_channel=PEIFormadorasnoBrasil Individuação e Diferenciação Psicológica A mediação da individuação e diferenciação psicológica do indivíduo com relação ao outro é um dos Critérios de Mediação em Feuerstein. Aparentemente, este critério poderia ser o oposto do Comportamento de Compartilhar. O que em primeira reflexão parece paradoxal, na verdade, é complementar no ser humano. Hoje uma pessoa que se adapta precisa ser ativada por estes dois critérios juntos, ou seja, é preciso ser você mesmo enquanto também é parceiro de outros. A mediação da individuação encoraja a autonomia e a independência do mediado em relação aos outros, valorizando as diferenças individuais. Contudo, este critério deve ser equilibrado com a mediação do comportamento de compartilhar. Literatura científica sobre o PEI Formadoras do PEI no Brasil - 60- Individuação e Diferenciação Psicológica A individuação e diferenciação psicológica podem ser desenvolvidas por um processo de mediação que é precedido e acompanhado pela mediação do comportamento de compartilhar e envolvimento emocional junto com a mediação de significado, de intencionalidade/reciprocidade e de transcendência - condições núcleo para a Experiência de Aprendizagem Mediada - EAM. A mediação de individuação é essencial para permitir quea pessoa desempenhe papéis básicos na sociedade. Representa a importância de construir no ser humano um sentimento de individuação, de ser uma entidade separada, com o direito de pensar e expressar-se de uma forma diferente dos outros, estabelecendo limites no meio ambiente entre ele e os outros. O mediador que está consciente de enfatizar a diversidade do mediado em termos de suas experiências de vida, representa uma condição importante para um processo adequado de individuação. A mediação que procura e valoriza diferenças entre indivíduos e seus comportamentos únicos leva à formação de uma autopercepção distinta e aceitável com relação a outros. Para mais informações, assista à live das Formadoras do PEI Critérios de Mediação em Feuerstein no canal do YouTube PEI Formadoras no Brasil. Referência: Texto adaptado a partir de Feuerstein, Reuven; Feuerstein, Rafael S.; Falik, Louis H. Além da inteligência: aprendizagem mediada e a capacidade de mudança do cérebro. Tradução de Aline Kaehler. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014. Formadoras do PEI no Brasil - 61 - https://www.youtube.com/watch?v=QNjqYBLZ3iw&ab_channel=PEIFormadorasnoBrasil Mediação da Busca de Objetivos e Metas A presença de um objetivo no repertório mental de um indivíduo reflete o início de uma modalidade representacional (abstrata) de pensamento que permite antecipar resultados, projetando a vida também no plano do futuro. A possibilidade de viver e experimentar não o que existe, mas o que é desejável, no potencial, e a habilidade de colocar objetivos que estão situados à distância, é o que faz o ser humano usar formas abstratas de pensamento, a imaginação, na representação do que ainda não existe. A mediação da busca de objetivo e metas é um Critério de Mediação idealizado por Reuven Feuerstein, cujo objetivo é mediar o indivíduo para explicitar seus objetivos e analisar os meios que serão utilizados para alcançá-los. Reuven Feuerstein afirma que os indivíduos que não desenvolvem esse comportamento de busca, estabelecimento e realização de metas acabam vivendo em busca do imediatismo do dia-a-dia, sem conseguir controlar sua impulsividade pela satisfação imediata. . Literatura científica sobre o PEI Formadoras do PEI no Brasil - 62 - Mediação da Busca de Objetivos e Metas Atualmente há muitos profissionais que abordam a falta de valores dos jovens, a falta de objetivos na vida e caráter “descartável” de seus compromissos e ações. A forma de lhes apresentar o sentido da vida e dos valores humanos inerentes ao relacionamento mais profundo pode estar na mediação da busca de objetivos desde cedo, já na adolescência, para que eles possam escolher valores que transcendam suas necessidades imediatas, lhes permitindo níveis mais altos de funcionamento. O mediador apresenta ao mediado uma variedade de potenciais objetivos, muitos dos quais aumentam a esfera de consciência do mediado com relação ao que é possível, desejável e alcançável. Subsequentemente, esse processo tem uma função extremamente importante na estruturação de operações mentais mais altas, que caracterizam a inteligência humana. O mediador tem um papel muito importante de promover nos mediados uma visão de futuro que está por vir. Para mais informações, assista à live das Formadoras do PEI Critérios de Mediação em Feuerstein no canal do YouTube PEI Formadoras no Brasil. Referências: Texto adaptado a partir de Andriola, W. B. Evaluation of the quality of teaching mediation in a university environment. Rev. Diálogo Educacional, v. 21, n. 68, 2021. Feuerstein, Reuven; Feuerstein, Rafael S.; Falik, Louis H. Além da inteligência: aprendizagem mediada e a capacidade de mudança do cérebro. Tradução de Aline Kaehler. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014. Formadoras do PEI no Brasil - 63- https://www.youtube.com/watch?v=QNjqYBLZ3iw&ab_channel=PEIFormadorasnoBrasil Mediação da Busca por Desafio, Novidade, Complexidade A modificabilidade do indivíduo depende dos processos cognitivos, sua capacidade de aprender com experiências formais e informais e sua disposição ou prontidão para se adaptar a situações de vida mais novas e complexas. No mundo moderno, com as mudanças rápidas e agudas que são partes inseparáveis dele, uma pessoa terá dificuldade em se adaptar se não cumprir os desafios do novo e do não familiar. Por sua vez, cumprir um desafio significa estar pronto para se envolver não apenas na área familiar na qual se está acostumado, mas também em áreas de atividades mais novas e complexas. Literatura científica sobre o PEI Formadoras do PEI no Brasil - 64 - Mediação da Busca por Desafio, Novidade, Complexidade A mediação do comportamento desafiador é um dos Critérios de Mediação em Feuerstein que deve representar um objetivo em todos os programas que buscam aumentar a adaptabilidade do indivíduo para as mudanças e complexidades do nosso mundo. A interação da Experiência de Aprendizagem Mediada – EAM – tem função importante nesta realização. Pesquisas mostram que as experiências de aprendizagem devem ser novas e desafiadoras para estimular a plasticidade cerebral. Se tudo o que se faz é repetir tarefas familiares, o aprendizado não progredirá ou não será elaborado apropriadamente. Diferenças observadas nas reações de indivíduos a novas situações e demandas apresentam desafios do familiar, e podem ser mediados com grande efeito para encorajar a curiosidade, aceitação e eventual expansão no repertório de experiências do mediado, que se tornará mais apto a se beneficiar da experiência. Para mais informações, assista à live das Formadoras do PEI Critérios de Mediação em Feuerstein no canal do YouTube PEI Formadoras no Brasil. Referências: Textos adaptados a partir de Feuerstein, Reuven; Feuerstein, Rafael S.; Falik, Louis H. Além da inteligência: aprendizagem mediada e a capacidade de mudança do cérebro. Tradução de Aline Kaehler. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014. Feuerstein, Reuven; Falik, Louis H. Cognitive enhancement and rehabilitation for the elder population: application of the Feuerstein Instrumental Enrichment Program for the Elderly. Life Span and Disability, v. 15, n. 2, p. 21-33, 2012. Formadoras do PEI no Brasil - 65 - https://www.youtube.com/watch?v=QNjqYBLZ3iw&ab_channel=PEIFormadorasnoBrasil Mediação da Consciência de Ser uma Entidade Modificável Além das mudanças biológicas e crescimento associado com a idade, os seres humanos devem se perceber, e serem percebidos por outros, como possuidores de uma identidade contínua. A mediação da consciência de o indivíduo ser uma entidade modificável é um Critério de Mediação em Feuerstein que apresenta ao mediado o sentimento de ser modificável. A mediação da modificabilidade, como uma característica unicamente humana, é crítica para o aumento do potencial do mediado de se adaptar por meio da experiência de uma autoplasticidade, uma adição bem-vinda (mas não substitutiva) para a preservação da identidade. Literatura científica sobre o PEI Formadoras do PEI no Brasil - 66 - Mediação da Consciência de Ser uma Entidade Modificável O indivíduo que se modifica utiliza uma série de operações cognitivas de forma mais consciente. O indivíduo assim modificado é capaz de reunir os dados necessários para compreender a experiência vivida. A crença na habilidade dos indivíduos em relação a sua modificabilidade levará os educadores a buscar sinais de mudanças em suas avaliações, realizando um prognóstico mais dinâmico (e otimista). Assim, levarão em consideração as mudanças que ocorreram com o mediado, evitando se fundamentar unicamente em nível de funcionamento existente. Esta postura otimista gera perspectivas de um funcionamento melhor no futuro. Para mais informações, assista à live das Formadoras do PEI Critérios de Mediação em Feuerstein no canal do YouTube PEI Formadoras no Brasil. Referências: Texto adaptado a partir de: Feuerstein, Reuven; Feuerstein, Rafael S.; Falik, Louis H. Além da inteligência: aprendizagem mediada e a capacidade de mudança do cérebro. Tradução de Aline Kaehler. Petrópolis, RJ: Vozes,2014. Feuerstein, Reuven; Falik, Louis; Feuerstein, Refael S. Changing minds and brains—The legacy of Reuven Feuerstein: Higher thinking and cognition through mediated learning. Teachers College Press, 2015. Formadoras do PEI no Brasil - 67 - https://www.youtube.com/watch?v=QNjqYBLZ3iw&ab_channel=PEIFormadorasnoBrasil Mediação da Alternativa Otimista Quando apresentadas diferentes possibilidades de ação ou escolha, algumas pessoas tendem a selecionar a alternativa pessimista. A escolha pessimista induz a passividade naqueles que a escolhem: “Eu não tenho chance nisso, então não vale a pena investir ou fazer esforço”. Por outro lado, a escolha da alternativa otimista – saber que é possível - cria no indivíduo o impulso para mobilizar os meios e forças requeridos para realizar o que é necessário ou desejado. Impõe a responsabilidade de agir para materializar o que vemos como possível. Literatura científica sobre o PEI Formadoras do PEI no Brasil - 68 - Mediação da Alternativa Otimista A mediação por uma alternativa otimista faz parte dos Critérios de Mediação em Feuerstein, que possibilita o mediado a procurar e aceitar mudanças, aumentando sua prontidão para estar pronto para lidar com fatores ambientais que ameacem seu equilíbrio físico e mental. Dessa forma, o mediador permite o desenvolvimento de estratégias, que se tornam as operações mentais de situações encontradas e transcendem para futuras soluções que serão vividas. Para mais informações, assista à live das Formadoras do PEI Critérios de Mediação em Feuerstein no canal do YouTube PEI Formadoras no Brasil. Referência: Texto adaptado a partir de Feuerstein, Reuven; Feuerstein, Rafael S.; Falik, Louis H. Além da inteligência: aprendizagem mediada e a capacidade de mudança do cérebro. Tradução de Aline Kaehler. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014. Formadoras do PEI no Brasil - 69 - https://www.youtube.com/watch?v=QNjqYBLZ3iw&ab_channel=PEIFormadorasnoBrasil Mediação do Sentimento de Pertencer Independentemente dos fatores sociais em que vive, o ser humano necessita do sentimento de pertencimento a uma cultura, ser reconhecido e reconhecer-se como indivíduo daquele grupo. Pertencer a algo, além de descentrar o indivíduo de uma onipotência egocêntrica, acalenta um sentimento de prazer, de comunhão. A mediação do sentimento de pertencer é um Critério de Mediação idealizado por Reuven Feuerstein que apresenta ao mediado as suas raízes sociais e o ensina a estabelecer laços e referências psicossociais que irão sustentar a construção de sua história de vida. Literatura científica sobre o PEI Formadoras do PEI no Brasil - 70 - Mediação do Sentimento de Pertencer Para que esse critério de mediação esteja presente, o mediador deve apresentar valores e traços culturais como uma realidade que evidencia a identidade do mediado; conhecer, respeitar e expressar o interesse por tudo o que exalta o pluralismo e a essência de cada cultura. O fenômeno da alienação, que podemos discernir em décadas recentes em sociedades ocidentais ou “ocidentalizadas”, é fortemente ligado ao isolamento do núcleo familiar das unidades sociais maiores às quais é esperado pertencer (implicitamente). Deste isolamento derivam deficiências cognitivas, juntamente com deficiências emocionais e sociais. A interação de mediação entre um ser humano e o mundo não é aleatória. Deriva da interação do mediador e seu desejo de transferir isto ao mediado. O mediador deve proporcionar a ideia da inclusão, fomentando o sentimento de acolhimento entre ele e o mediado para que as relações se estabeleçam de forma apropriada. Para mais informações, assista à live das Formadoras do PEI Critérios de Mediação em Feuerstein no canal do YouTube PEI Formadoras no Brasil. Referências: Texto adaptado a partir de Almeida, Willa Nayana Corrêa; Da Silva Malheiro, João Manoel. A aprendizagem mediada de Reuven Feuerstein: uma revisão teórico-conceitual dos critérios de mediação. Revista Cocar, v. 14, n. 30, 2020. Feuerstein Reuven; Feuerstein, Rafael S.; Falik, Louis H. Além da inteligência: aprendizagem mediada e a capacidade de mudança do cérebro. Tradução de Aline Kaehler. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014. Formadoras do PEI no Brasil - 71- https://www.youtube.com/watch?v=QNjqYBLZ3iw&ab_channel=PEIFormadorasnoBrasil Operações Mentais Operações Mentais é o conjunto de ações internalizadas, organizadas e coordenadas através das quais são elaboradas informações procedentes de fontes internas e externas. Raciocínio lógico - Aplicação, na resolução de problemas, dos princípios da lógica: analogia, generalização, indução, relacionamento de causa e efeito. Raciocínio divergente – Estabelecimento de novas relações que conduzem a ideias novas, criativas, incomuns, inéditas; flexibilidade mental. Literatura científica sobre o PEI Formadoras do PEI no Brasil - 72 - Operações Mentais Raciocínio silogístico - Dedução, a partir de 2 premissas, para estabelecer uma conclusão de acordo com as leis que regem as relações entre as proposições. Raciocínio transitivo – Ordenamento de dados para se fazer inferências e transferir informações, a partir de um termo comum, garantindo a reversibilidade das relações. Raciocínio hipotético - Inferência e predição de fatos a partir dos já conhecidos e das leis que os relacionam. Raciocínio analógico - Descoberta, a partir da comparação de 3 termos de uma proposição, de um 4° termo, tendo como base as relações existentes entre eles. Inferência lógica - Apresentação de uma nova informação relacionando-a a dados percebidos. Síntese - Integração de elementos de um todo, fundamentando-se na análise de suas partes. Análise - Exame de cada parte de um todo com o objetivo de conhecer sua natureza, proporção, função e relação. Projeção de relações virtuais – Projeção de imagens construídas e organizadas através da relação de estímulos internos e externos. Codificação - Expressão e representação de conceitos através de códigos (símbolos, sinais, escalas, mapas) traduzíveis e interpretáveis. Decodificação - Tradução e interpretação de códigos que expressam e representam informações. Classificação - Agrupamento e hierarquização de seres, fatos, fenômenos com base em suas diferenças e semelhanças, utilizando- se critérios conforme o propósito. Formadoras do PEI no Brasil - 73 - Operações Mentais Comparação - Reconhecimento com base nos atributos essenciais de semelhanças e diferenças de fatos, objetos, pessoas, utilizando-se critérios. Transformação mental – Modificação, ampliação ou combinação de características de um ou vários elementos/informações possibilitando a criação de uma nova hipótese. Representação mental - Interiorização de imagens/conceitos, representados por seus traços essenciais, utilizando a associação e abstração. . Diferenciação - Reconhecimento das diferenças essenciais que caracterizam elementos/fatos, utilizando-se critérios. Identificação - Reconhecimento de elementos/fatos pelas características que os compõem. Referência: Texto adaptado a partir da Sinopse sobre a Teoria da Modificabilidade Cognitiva Estrutural – TMCE – elaborada pelas Especialistas na TMCE/EAM - Formadoras do PEI Josenilda Noronha de Oliveira e Lindinalva Gonçalves de Almeida. Acesse a sinopse: https://drive.google.com/file/d/1qeckcb2I5hiXMRjKuJuyHLqo_2Afq WSF/view?usp=sharing Formadoras do PEI no Brasil - 74 - https://drive.google.com/file/d/1qeckcb2I5hiXMRjKuJuyHLqo_2AfqWSF/view?usp=sharing Funções Cognitivas As Funções Cognitivas são pré-requisitos das Operações Mentais. Elas podem ser divididas em 3 grupos, correspondendo a cada uma das fases do ato mental: Coleta de informações - apropriação (entrada); Processamento de informações - elaboração; Comunicação de respostas - representação (saída). Isso significa que o funcionamento cognitivo de uma pessoa pode ser afetado nestes 3 momentos. A interação e a interconexão dessas 3 fases do ato mental é de grande importância para a compreensão da disfunção cognitiva. Literatura científica sobre o PEIFormadoras do PEI no Brasil - 75 - Funções Cognitivas Fase de entrada 1. Percepção clara e precisa 2. Comportamento exploratório sistemático 3. Utilização de vocábulos e conceitos adequados 4. Orientação Espacial 5. Orientação temporal 6. Conservação, constância e permanência do objeto 7. Precisão e exatidão na coleta de informações 8. Utilização de mais de uma fonte de informação simultaneamente Formadoras do PEI no Brasil - 76 - Fase de elaboração 1. Percepção e definição do problema 2. Diferenciação entre dados relevantes e irrelevantes 3. Comportamento comparativo espontâneo 4. Ampliação do campo mental 5. Percepção global da realidade 6. Utilização da evidência lógica 7. Interiorização do próprio comportamento 8. Utilização do raciocínio hipotético-inferencial 9. Estabelecimento de estratégias para verificação de hipóteses 10. Comportamento planejado 11. Elaboração de categorias cognitivas 12. Comportamento somativo 13. Estabelecimento de relações virtuais Funções Cognitivas Fase de saída 1. Comunicação não-egocêntrica 2. Projeção de relações virtuais 3. Comunicação sem bloqueio 4. Eliminação de respostas por ensaio e erro 5. Utilização de vocabulário adequado 6. Precisão e exatidão na comunicação da resposta 7. Eficácia no transporte visual 8. Controle da impulsividade Referência: Texto adaptado a partir da Sinopse sobre a Teoria da Modificabilidade Cognitiva Estrutural – TMCE – elaborada pelas Especialistas na TMCE/EAM - Formadoras do PEI Josenilda Noronha de Oliveira e Lindinalva Gonçalves de Almeida. Acesse a sinopse: https://drive.google.com/file/d/1qeckcb2I5hiXMRjKuJuyHLqo_2Afq WSF/view?usp=sharing Formadoras do PEI no Brasil - 77- https://drive.google.com/file/d/1qeckcb2I5hiXMRjKuJuyHLqo_2AfqWSF/view?usp=sharing Determinantes Proximais e Distais do Desenvolvimento Cognitivo As diferenças no desenvolvimento cognitivo podem ser atribuídas à 2 etiologias distintas: proximais ou distais. A maturação, configuração do organismo e níveis emocionais e educativos dos pais e/ou da criança etc são considerados fatores distais, pois não têm como resultado diferenças no desenvolvimento cognitivo e no grau de modificabilidade típico de um indivíduo. O determinante proximal é o que consideramos direta e inevitavelmente responsável pelas diferenças no desenvolvimento cognitivo e no grau de modificabilidade típico de um indivíduo. Os determinantes distais atuam como gatilhos de processos secundários em relação aos determinantes proximais. O determinante proximal mais importante é a Experiência de Aprendizagem Mediada. Literatura científica sobre o PEI Formadoras do PEI no Brasil - 78 - Determinantes Distais e Proximais do Desenvolvimento Cognitivo No que se refere à dificuldade de aprendizagem, Feuerstein afirma que fatores distais (genéticos, orgânicos, emocionais, socioeconômicos, etc.) podem ser barreiras no desenvolvimento cognitivo, mas que não são determinantes no processo de aprendizagem, se a Experiência de Aprendizagem Mediada – EAM, for fornecida com qualidade, intensidade, foco e entendimento das habilidades e experiências necessárias. A Aprendizagem Mediada é a expressão mais significativa da cultura humana, possibilita a construção de conhecimentos, saberes, reflexões sobre fenômenos e estabelecimento de relações entre eles. A falta da EAM (fatores proximais) pode causar no indivíduo a síndrome do desenvolvimento cognitivo inadequado, originada pela privação cultural, contribuindo para possíveis disfunções cognitivas. Feuerstein afirma que a cultura é o processo mediante o qual aprendizagens, atitudes, valores são transmitidos de uma geração a outra. Nem toda transmissão cultural engloba ou se qualifica como EAM, mas toda EAM engloba ou se qualifica via transmissão cultural. Referência: Texto adaptado a partir da Sinopse sobre a Teoria da Modificabilidade Cognitiva Estrutural – TMCE – elaborada pelas Especialistas na TMCE/EAM - Formadoras do PEI Josenilda Noronha de Oliveira e Lindinalva Gonçalves de Almeida. Acesse a sinopse: https://drive.google.com/file/d/1qeckcb2I5hiXMRjKuJuyHLqo_2Afq WSF/view?usp=sharing Formadoras do PEI no Brasil - 79 - https://drive.google.com/file/d/1qeckcb2I5hiXMRjKuJuyHLqo_2AfqWSF/view?usp=sharing TMCE e Sistema de Crença É possível alterar a inteligência e as formas como uma pessoa aprende? Reuven Feuerstein traz o conceito sobre o que é a inteligência, que é a capacidade do indivíduo em beneficiar-se da experiência para sua adaptação a novas situações, adequando seu comportamento ou atuando sobre o meio. A Neuropsicologia dá suporte à Teoria da Modificabilidade Cognitiva Estrutural – TMCE, preconiza que é possível desenvolver a inteligência. Portanto, o ser humano é dotado de um potencial e propensão para aprender. Literatura científica sobre o PEI Formadoras do PEI no Brasil - 80 - TMCE e Sistema de Crença Então, como modificamos o funcionamento de uma pessoa? Através de um programa de diagnóstico (Avaliação do Potencial de Aprendizagem – LPAD) e intervenção (os sistemas aplicativos do Programa de Enriquecimento Instrumental – PEI, o que inclui o Ambiente Modificador) para confirmar a crença na modificabilidade cognitiva, emocional ou comportamental. A TMCE fundamenta-se em um sistema de crença originada da necessidade vital de ver os indivíduos se desenvolvendo, apesar de todos os prognósticos. A crença na modificabilidade parte do mediador por necessidade de oferecer ao indivíduo a possibilidade de desenvolver seu máximo potencial. Mas também deve partir do mediado, que se apropria e dá significado ao processo de ensino-aprendizagem. . As crenças se expressam numa relação positiva incondicional de esperança e amor. Você acredita que pode oferecer ao seu mediado a possibilidade de desenvolver a modificabilidade? Referência: Texto adaptado a partir da Sinopse sobre a Teoria da Modificabilidade Cognitiva Estrutural – TMCE – elaborada pelas Especialistas na TMCE/EAM - Formadoras do PEI Josenilda Noronha de Oliveira e Lindinalva Gonçalves de Almeida. Acesse a sinopse: https://drive.google.com/file/d/1qeckcb2I5hiXMRjKuJuyHLqo_2Afq WSF/view?usp=sharing Formadoras do PEI no Brasil - 81 - https://drive.google.com/file/d/1qeckcb2I5hiXMRjKuJuyHLqo_2AfqWSF/view?usp=sharing Abordagem Cognitiva para Gestão do Planejamento Estratégico nas Organizações Em todos os sentidos, do mais abrangente ao mais restrito, no que tange à formação profissional e ao desenvolvimento de competências, a noção latente de cognição e a aplicação de instrumentos cognitivos nos programas de capacitação se mostram potencializadores do desenvolvimento do indivíduo. Uma das ferramentas existentes para implementar o desenvolvimento cognitivo aplicado ao planejamento estratégico é o Programa de Enriquecimento Instrumental (PEI), criado por Reuven Feuerstein, cujo objetivo é possibilitar a modificabilidade do ser humano com a Experiência de Aprendizagem Mediada - EAM. Literatura científica sobre o PEI Formadoras do PEI no Brasil - 82 - Abordagem Cognitiva para Gestão do Planejamento Estratégico nas Organizações A intervenção com o conjunto de instrumentos do Programa possibilita a generalização e a transferência do conhecimento apreendido, mediante atividades que trabalham funções cognitivas; desenvolve operações mentais; amplia o vocabulário estimulando a precisão na utilização de termos que subsidiam a elaboração de conceitos; e fomenta a reflexão crítica, possibilitando ao indivíduo o autoconhecimento, a autonomia cognitiva e a motivação intrínseca. A gestão estratégica da organização requer a percepção e interpretação objetiva do valor e do significado da informação nos negócios, nas ações e na tomada de decisão organizacional, para que, assim, esta informação possa ser usada eficientemente na solução de problemas. E este é um processo intelectual, arquitetado a partir de estratégias cognitivas complexas, o que pressupõe a existência de capital intelectual qualificado e preparado para monitorar, perceber, interpretar e transformara informação em conhecimento útil aos propósitos da organização. Referência: Texto adaptado a partir de Varela, A. V., Barbosa, M. L. A., & Farias, M. G. G.. Abordagem Cognitiva para Gestão do Planejamento Estratégico nas Organizações. Perspectivas Em Gestão & Conhecimento, 5(2), 49-68, 2015. Formadoras do PEI no Brasil - 83 - A Implantação do PEI na Indústria O Programa de Enriquecimento Instrumental – PEI e a Experiência de Aprendizagem Mediada - EAM, têm sido utilizados em programas de treinamento nas indústrias com o objetivo de equipar mediados com estratégias adicionais de pensamento para se adaptar às crescentes demandas feitas sobre eles no contexto de seu trabalho. Além das habilidades e competências de processar estímulo para facilidade de aprender, o PEI e a EAM tornam o estímulo significativo para o mediado. Desenvolvem a tendência de explorar o estímulo para acumular experiência e se modificar por meio dele. Promovem mais flexibilidade do ponto de vista cognitivo e desenvolvem esquemas de pensamento que permite ter uma interação com dados novos. Também são importantes para que o mediado aprenda novas formas de percepção, processamento e resposta. Literatura científica sobre o PEI Formadoras do PEI no Brasil - 84 - A Implantação do PEI na Indústria Estudos de casos comprovam os benefícios da aplicação do PEI e da EAM nas indústrias, contribuindo para melhorar a capacidade dos mediados de criar estratégias, resolver problemas e na resolução de conflitos, sistematizar com clareza planejamentos e relatórios, tomar decisões, desenvolver autonomia e se comunicar, aprimorando suas relações interpessoais e intrapessoais. Referências: Texto adaptado a partir de Reuven; Feuerstein, Rafael S.; Falik, Louis H. Além da inteligência: aprendizagem mediada e a capacidade de mudança do cérebro. Tradução de Aline Kaehler. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014. Camusso, Dominique. L’implantation de Enrichissement Instrumental dans I’industrie, l’exemple français. (A Implantação do PEI na Indústria, o exemplo francês). I Fórum Internacional do Programa de Enriquecimento Instrumental – PEI). Formadoras do PEI no Brasil - 85- PEI para Jovens e Adultos com Deficiência Intelectual em Reabilitação Profissional Um dos grandes desafios de jovens e adultos com necessidades educativas especiais reside principalmente nas barreiras sociais e laborais levantadas pela sociedade onde estas pessoas se integram e onde lhes deveriam ser reconhecidos todos os direitos e deveres de qualquer outro cidadão, como, o direito ao emprego, essencial para a independência e autonomia de qualquer pessoa. Muitos indivíduos em situação de formação e de reabilitação profissional não têm o seu potencial de aprendizagem atualizado, na medida em que carecem de pré-requisitos cognitivos básicos para obterem mais rendimento na aprendizagem e na formação, considerando que, raramente, são colocados em situações de reflexão e de pensamento crítico, porque são frequentemente integrados em programas inadequados e ineficientes. Literatura científica sobre o PEI Formadoras do PEI no Brasil - 86 - PEI para Jovens e Adultos com Deficiência Intelectual em Reabilitação Profissional Dentro dos programas que possibilitam a promoção de competências cognitivas dos estudantes ou dos formandos com baixo rendimento cognitivo está o Programa de Enriquecimento Instrumental/PEI, de Feuerstein. O PEI destaca-se de forma relevante pela sua acessibilidade e aplicabilidade a qualquer sistema de ensino ou de formação, dispondo de virtualidades cognitivas excelentes para possibilitar a modificabilidade de jovens e adultos com necessidades educativas especiais em situação de reabilitação profissional, possibilitando que eles sejam mais flexíveis e adaptáveis para se tornarem efetivamente mais autônomos numa sociedade em mudança. Os genes, os cromossomos ou a hereditariedade já não explicam, só por si, o desempenho e a prestação intelectual do indivíduo. A inteligência pode ser aprendida e modificada. Basta que se perspective uma visão de qualidade de ensino e de formação fundamentada nos pressupostos da Educabilidade Cognitiva, como o PEI, que pode fazer a diferença sobre o potencial intelectual da massa cinzenta estudantil ou da força de trabalho adulta. Referências: Texto adaptado a partir de Da Fonseca, Vitor. Aprender a reaprender: a educabilidade cognitiva do século XXI. Perspectivas Online 2007-11, v. 3, n. 11, 2009. Soares, C. M. F. et al. A importância dos contextos na transição para a vida pós-escolar do jovem c/ DM: perspectivas dos técnicos, encarregados de educação e empresários. 2011. Dissertação de Mestrado. Formadoras do PEI no Brasil - 87 - A Importância da TMCE diante do Desenvolvimento da Neurociência A Teoria da Modificabilidade Cognitiva Estrutural (TMCE) é uma prática que possui como horizonte desenvolver o indivíduo para aprender a pensar, para se adaptar às mudanças e para gerar novos modos de ser e estar no mundo, de pensar, de sentir e de agir. Apresenta uma proposta inovadora, altruísta e inclusiva. Sobretudo no momento em que estamos vivendo, quando as pessoas testemunham o acelerado desenvolvimento da neurociência e do desejo da compreensão do aprendizado humano, é importante buscar a aplicação da modificabilidade cognitiva através de teorias como a TMCE. Este é um momento ímpar para unirmos as descobertas no campo científico, afetivo e psicológico com o potencial que o ser humano tem para aprender. Literatura científica sobre o PEI Formadoras do PEI no Brasil - 88 - A Importância da TMCE diante do Desenvolvimento da Neurociência As fundamentações teóricas da TMCE assentam-se na modificabilidade, na flexibilidade da estrutura cognitiva e têm, como principal pilar de sustentação, o pressuposto de que o ser humano é dotado de uma mente flexível, aberta a mudanças e com propensão natural para aprender. A TMCE fundamenta-se na crença de que todo ser humano é capaz de aprender, desde que esteja aberto às mudanças, independentemente de sua idade, condição genética ou experiência de vida. Esta mudança ocorre se alcançada uma estruturação, a estrutura do pensamento. Aprender vivendo e viver aprendendo é uma propriedade da capacidade humana, considerada um atributo da estrutura cognitiva, que se beneficia do conhecimento e se modifica na troca de experiências e na interação, devido à condição humana. Este é um permanente exercício do organismo humano pela condição do sistema aberto à modificabilidade. Referência: Texto adaptado a partir de Dalmina, Rute Rosângela et al. Inteligência, aprendizagem e a Teoria da Modificabilidade Cognitiva Estrutural (TMCE). Série-Estudos, Campo Grande, MS, v. 21, n. 42, p. 201-219, maio/ago. 2016. Formadoras do PEI no Brasil - 89 - Envelhecimento, Alzheimer e as Contribuições do PEI Estudos epidemiológicos mostram que idosos com leves alterações cognitivas apresentam um maior risco de desenvolver a Doença de Alzheimer (DA). Considerando-se que essa condição afeta o cérebro, acarretando perda da memória e o comprometimento em várias áreas cognitivas (linguagem, função executiva, praxia, gnosia etc.), vêm sendo propostas alternativas de tratamento além da terapêutica farmacológica caracterizando a reabilitação neuropsicológica. Literatura científica sobre o PEI Formadoras do PEI no Brasil - 90 - Envelhecimento, Alzheimer e as Contribuições do PEI A aplicação do Programa de Enriquecimento Instrumental (PEI) e da Experiência da Aprendizagem Mediada (EAM) nos programas de reabilitação cognitiva direcionados à DA, favorece a otimização das capacidades residuais e diminui o impacto negativo na qualidade de vida das pessoas com esta doença. Referência: Texto adaptado a partir de De Oliveira, Antonia Rozeli Roberto. O envelhecimento, a doença de Alzheimer e as contribuições do Programa de Enriquecimento Instrumental (PEI). Cuadernos de Neuropsicología/Panamerican Journal of Neuropsychology, v. 4, n. 1, p. 31-41, 2010. Formadoras do PEI no Brasil - 91 - A EAM
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