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Revisão Intercalada (R I) - Livro 3-007-009


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7
R.I. (Revisão Intercalada) 
(“gutsembatsemba”, “massacrar radicalmente”) 
para descrever os atos de uma tragédia absoluta.
Debates semelhantes acompanham qualquer trauma 
coletivo. Há grupos judaicos que rejeitam a expres-
são consagrada “holocausto”, com seu caráter sacri-
ficial, de expiação de pecados, em nome da menos 
ambígua “shoah” (“calamidade”, “aniquilação”). 
Na Turquia, ainda é tabu usar “genocídio” para a 
matança armênia iniciada em 1915. No Brasil, dá-se 
algo semelhante na luta pelo reconhecimento do 
que foi e é praticado contra comunidades indígenas.
De qualquer forma, são batalhas pequenas dentro 
de uma guerra longa e difícil, de transmissão da 
memória para que o horror não se repita. Palavras 
são a primeira arma das vítimas de tentativas de 
extermínio, às vezes a única, e é preciso chegar a 
um modo eficiente – que não se resuma a slogans 
com vocabulário chancelado – para que elas não 
traiam a natureza do que se viveu.
Ou seja, é preciso saber narrar. Discursos facilmente 
se banalizam, tornam-se solenes, sentimentais em 
excesso, causando o efeito contrário do que preten-
dem. 1Chegar à sensibilidade do público, causando 
empatia, desconforto e revolta ativa, o que é obje-
tivo de qualquer militância antiviolência, demanda 
não apenas reproduzir a verdade dos fatos. 2A 
mensagem não é nada sem um receptor disposto 
a entendê-la, por mais pungentes* que sejam as 
vítimas.
Como isso não é comum, o que ocorreu em 1994 
continua sendo apenas um item numa lista atempo-
ral e universal de genocídios, holocaustos, limpezas, 
extermínios, calamidades, aniquilações, massacres e 
gutsembatsembas.
Michel Laub
Adaptado de Folha de São Paulo, 09/05/2014.
*pungentes: comoventes 
5. (Uerj 2016)
A mensagem não é nada sem um receptor disposto 
a entendê-la, por mais pungentes que sejam as víti-
mas. (ref. 2)
Reescreva o trecho acima, substituindo o conectivo 
da parte sublinhada por outro de mesmo sentido 
e fazendo as adaptações necessárias. Em seguida, 
aponte o sentido estabelecido pelo conectivo 
empregado. 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
A(s) quest(ões) a seguir toma(m) por base o “Soneto 
LXVII” (“Considera a vantagem que os brutos fazem 
aos homens em obedecer a Deus”), de Dom Francisco 
Manuel de Melo (1608-1666).
Quando vejo, Senhor, que às alimárias1
Da terra, da água, do ar, – peixe, ave, bruto –,
Não lhe esquece jamais o alto estatuto
Das leis que lhes pusestes ordinárias;
E logo vejo quantas artes2 várias
O homem racional, próvido3 e astuto,
Põe em obrar, ingrato e resoluto,
Obras que a vossas leis são tão contrárias:
Ou me esquece quem sois ou quem eu era;
Pois do que me mandais tanto me esqueço,
Como se a vós e a mi não conhecera.
Com razão logo por favor vos peço
Que, pois homem tal sou, me façais fera,
A ver se assi melhor vos obedeço.
(A tuba de Calíope, 1988.)
1 alimária: animal irracional.
2 arte: astúcia, ardil.
3
 próvido: providente, que se previne, previdente, precavido. 
6. (Unesp 2016)
No primeiro verso, a que classe de palavras pertence 
o termo “que” e qual sua função na frase? No quarto 
verso, a que classe de palavras pertence o termo 
“que” e qual sua função na frase? 
7. (Pucrj 2015)
A imaginação
A imaginação é provavelmente a maior força a atuar 
sobre os nossos sentimentos – maior e mais cons-
tante do que influências exteriores, como ruídos 
e visões amedrontadores (relâmpagos e trovões, 
um caminhão em disparada, um tigre furioso), ou 
prazer sensual direto, inclusive mesmo os intensos 
prazeres da excitação sexual. O que esteja realmente 
acontecendo é, para um ser humano, apenas uma 
pequena parte da realidade; a maior parte é o que 
ele imagina em conexão com as vistas e sons do 
momento.
A imaginação constitui o seu mundo. O que não quer 
dizer que seu mundo seja uma fantasia, sua vida um 
sonho, nem qualquer outra coisa assim, poética e 
pseudofilosófica. Isso significa que o seu “mundo” é 
maior do que os estímulos que o cercam; e a medida 
deste, o alcance de sua imaginação coerente e equi-
librada. O ambiente de um animal consiste das coi-
sas que lhe atuam sobre os sentidos. Coisas ausen-
tes, que ele deseje ou tema, provavelmente não têm 
substitutos em sua consciência, como as imagens de 
tais coisas na nossa, mas aparecem, quando por fim 
o fazem, como satisfações de necessidades imperio-
sas, ou como crises em seu espreitar e reagir mais ou 
menos constante. [...]
8
R.I. (Revisão Intercalada) 
No centro da experiência humana, portanto, existe 
sempre a atividade de imaginar a realidade, conce-
bendo-lhe a estrutura através de palavras, imagens 
ou outros símbolos, e assimilando-lhe percepções 
reais à medida que surgem – isto é, interpretando-
-as à luz das ideias gerais, usualmente tácitas. Esse 
processo de interpretação é tão natural e constante 
que sua maior parte decorre de modo inconsciente. 
LANGER, Suzanne K. Ensaios filosóficos. São Paulo: Cultrix, 1971. 
p.132-133; 135-136. Apud ARANHA, M. L. de Arruda & MARTINS, 
M. H. Pires. Filosofando: introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 
2003. p. 367.
a) Segundo o texto, quais são os dois componentes 
usados pelas pessoas para interpretar o mundo?
b) Há dois desvios gramaticais no período abaixo. 
Reescreva-o, fazendo as devidas correções. 
 Coisas ausentes não interferem no comportamento 
dos animais, onde eles só temem o que lhes desper-
tam os sentidos. 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
A(s) próxima(s) questão(ões) focaliza(m) um excerto 
de um comentário de Fernando Pessoa (1888-1935) 
e um poema de Olegário Mariano (1889-1958).
Nota preliminar
 1 – Em todo o momento de atividade mental acon-
tece em nós um duplo fenômeno de percepção: ao 
mesmo tempo que temos consciência dum estado 
de alma, temos diante de nós, impressionando-nos 
os sentidos que estão virados para o exterior, uma 
paisagem qualquer, entendendo por paisagem, para 
conveniência de frases, tudo o que forma o mundo 
exterior num determinado momento da nossa 
percepção.
 2 – Todo o estado de alma é uma paisagem. Isto 
é, todo o estado de alma é não só representável por 
uma paisagem, mas verdadeiramente uma paisagem. 
Há em nós um espaço interior onde a matéria da 
nossa vida física se agita. Assim uma tristeza é um 
lago morto dentro de nós, uma alegria um dia de 
sol no nosso espírito. E — mesmo que se não queira 
admitir que todo o estado de alma é uma paisagem 
— pode ao menos admitir-se que todo o estado de 
alma se pode representar por uma paisagem. Se eu 
disser “Há sol nos meus pensamentos”, ninguém 
compreenderá que os meus pensamentos estão 
tristes.
 3 – Assim tendo nós, ao mesmo tempo, consciên-
cia do exterior e do nosso espírito, e sendo o nosso 
espírito uma paisagem, temos ao mesmo tempo 
consciência de duas paisagens. Ora essas paisagens 
fundem-se, interpenetram- se, de modo que o nosso 
estado de alma, seja ele qual for, sofre um pouco da 
paisagem que estamos vendo – num dia de sol uma 
alma triste não pode estar tão triste como num dia 
de chuva – e, também, a paisagem exterior sofre do 
nosso estado de alma – é de todos os tempos dizer-se, 
sobretudo em verso, coisas como que “na ausência da 
amada o sol não brilha”, e outras coisas assim.
Obra poética, 1965.
Paisagem holandesa
Não me sais da memória. És tu, querida amiga,
Uma imagem que eu vi numa 1aguarela antiga.
Era na Holanda. Um fim de tarde. Um céu lavado.
Frondes abrindo no ar um pálio recortado...
Um moinho à beira d’água e imensa e desconforme
A pincelada verde-azul de um barco enorme.
A casaria além... Perto o cais refletindo
Uma barra de sombra entre as águas bulindo...
E, debruçada ao cais, olhando a tarde imensa,
Uma rapariguinha olha as águas e pensa...
É loira e triste. Nos seus olhos claros anda
A mesma paz que envolve a paisagem da Holanda.
Paira o silêncio... Uma ave passa, 2arminho e 3gaza,
À flor d’água, acenando adeus com o lenço da asa...
É a saudade de Alguém que anda extasiado, a esmo,
Com a paisagem da Holanda escondida em si mesmo,
Com aquela rapariga a sofrer e a cismar
Numpôr de sol que dá vontade de chorar...
Ai não ser eu um moinho isolado e tristonho
Para viver como na paz de um grande sonho,
A refletir a minha vida singular
Na água dormente, na água azul do teu olhar...
Toda uma vida de poesia, 1957.
1. aguarela: aquarela.
2. arminho: pele ou pelo do arminho; muito alvo, muito 
branco, alvura (sentido figurado).
3. gaza: tecido fino, transparente, feito de seda ou algodão. 
8. (Unesp 2015)
“Em todo o momento de atividade mental acontece 
em nós um duplo fenômeno de percepção”. 
Na oração transcrita, que inicia o comentário de 
Fernando Pessoa, explique por que, sob o ponto de 
vista gramatical, a forma verbal “acontece” está fle-
xionada na terceira pessoa do singular. 
9. (Fuvest 2010)
Observe este anúncio.
9
R.I. (Revisão Intercalada) 
a) Na composição do anúncio, qual é a relação de sen-
tido existente entre a imagem e o trecho “quem é e 
o que pensa”, que faz parte da mensagem verbal?
b) Se os sujeitos dos verbos “descubra” e “pensa” esti-
vessem no plural, como deveria ser redigida a frase 
utilizada no anúncio? 
10. (Fuvest 2008)
Jornalistas não deveriam fazer previsões, mas as 
fazem o tempo todo. Raramente se dão ao trabalho 
de prestar contas quando erram. Quando o fazem 
não é decerto com a ênfase e o destaque conferidos 
às poucas previsões que acertam.
Marcelo Leite, “Folha de S.Paulo”.
a) Reescreva o trecho “Jornalistas não deveriam fazer 
previsões, mas as fazem o tempo todo”, iniciando-o 
com “Embora os jornalistas...”
b) No trecho “Quando O fazem não é decerto com a 
ênfase (...)”, a que ideia se refere o termo desta-
cado? 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Leia o texto para responder à(s) questão(ões) a 
seguir.
Pensar no envelhecimento é algo que costuma inco-
modar a maior parte das pessoas. Herdamos das 
gerações passadas a ideia de que a idade inexoravel-
mente sinaliza o fim de uma vida produtiva plena e 
que o melhor a fazer é aceitar a decadência física, 
almejando contar com o conforto proporcionado por 
uma boa aposentadoria. Mas o mundo mudou. Hoje, 
uma nova geração descobre que, se tomar decisões 
sábias na juventude, pode tornar o tempo futuro 
uma genuína etapa da vida e, mais do que isso, uma 
fase áurea da nossa existência.
Estudos demográficos apontam que as gerações nas-
cidas desde a década de 60 podem contar com, pelo 
menos, mais 20 anos em sua expectativa de vida. Na 
verdade, se recuarmos um pouco mais, vamos cons-
tatar que esse bônus de longevidade é maior ainda. 
No início do século 20, mais ou menos na mesma 
época em que a aposentadoria foi criada, a expecta-
tiva de vida ao nascer do brasileiro era, em média, 
de 33 anos. Hoje estamos quase chegando aos 80. 
Em pouco mais de 100 anos o bônus de longevidade 
foi de quase 50 anos!
Você S/A – Previdência, setembro de 2016. 
11. (Fgv 2017)
No texto, a frase “Mas o mundo mudou.” (1º pará-
grafo) relaciona diferentes informações da argu-
mentação do autor.
a) Que tipo de oração coordenada o autor empregou? 
Que sentido ela estabelece no texto?
b) Qual é o ponto de vista do autor sobre o assunto 
de que trata e que tipo de argumento ele usa para 
sustentá-lo? 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Texto para a(s) questão(ões)
Os enunciados de uma obra científica e, na maio-
ria dos casos, de notícias, reportagens, cartas, 
diários etc., constituem juízos, isto é, as objec-
tualidades puramente intencionais pretendem 
corresponder, adequar-se exatamente aos seres 
reais (ou ideias, quando se trata de objetos mate-
máticos, valores, essências, leis etc.) referidos. 
Fala-se então de “adequatio orationis ad rem”*. 
Há nestes enunciados a intenção séria de verdade. 
Precisamente por isso pode-se falar, nestes casos, 
de enunciados errados ou falsos e mesmo de men-
tira e fraude, quando se trata de uma notícia ou 
reportagem em que se pressupõe intenção séria. 
O termo “verdade”, quando usado com referência a 
obras de arte ou de ficção, tem significado diverso. 
Designa com frequência qualquer coisa como a 
genuinidade, sinceridade ou autenticidade (termos 
que, em geral, visam à atitude subjetiva do autor); 
ou a verossimilhança, isto é, na expressão de Aris-
tóteles, não a adequação àquilo que aconteceu, mas 
àquilo que poderia ter acontecido; ou a coerência 
interna no que tange ao mundo imaginário das per-
sonagens e situações miméticas; ou mesmo a visão 
profunda - de ordem filosófica, psicológica ou socio-
lógica - da realidade. Até neste último caso, porém, 
não se pode falar de juízos no sentido preciso. Seria 
incorreto aplicar aos enunciados fictícios critérios 
de veracidade cognoscitiva. [...] Os mesmos padrões 
que funcionam muito bem no mundo mágico-demo-
níaco do conto de fadas revelam-se falsos e carica-
tos quando aplicados à representação do universo 
profano da nossa sociedade atual [...]. “Falso” seria 
também um prédio com portal e átrio de mármore 
que encobrissem apartamentos miseráveis. É esta

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