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SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO.... ........................................................................................................... 3 
1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL .................................. 4 
1.1 Definição global do serviço social ......................................................... 4 
1.2 Dia a dia do profissional em assistência social ..................................... 6 
2 DIREITOS SOCIAIS E SERVIÇO SOCIAL ......................................... 10 
2.1 Fortalecimento da assistência social e efetividade dos direitos sociais 12 
3 RELAÇÃO FAMÍLIA/COMUNIDADE/SOCIEDADE NO SERVIÇO 
SOCIAL ............................................................................................... 15 
3.1 Família ................................................................................................. 16 
3.2 Família e serviço social ....................................................................... 17 
3.3 Família e sua respectiva função social ................................................ 19 
3.4 Família e proteção social ..................................................................... 21 
3.5 Família e políticas públicas de assistência social ................................ 23 
3.6 A matricialidade sociofamiliar materializada nos programas de proteção 
básica e especial ............................................................................................. 27 
4 REFERÊNCIAS ................................................................................... 34 
 
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INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
Prezado aluno! 
 
 
 
 
 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. 
O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e 
todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em 
perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que 
serão respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
 
 
 
 
Bons estudos! 
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1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL 
 
 
1.1 Definição global do serviço social 
 
 
 
Fonte: pinheiropreto.sc.gov.br 
 
 
Segundo Sousa (2015) pensar em referenciais genéricos, passa, desde logo, 
por definir o que é o Serviço Social. 
A construção do discurso sobre a definição do Serviço Social procura, segundo 
Vicente Faleiros, não só traduzir uma síntese enunciativa de elementos componentes 
do que se considera constituinte do Serviço Social, mas de articulá-lo com as 
determinações históricas e estruturais de sua construção e desconstrução 
(FALEIROS, 2011: 749 apud SOUSA, 2015, p. 14). 
Os discursos constituintes são os que, assumindo uma função na produção 
simbólica, reconhecem a sua própria autoridade de definição, têm como referência 
uma visão científica ou profissional, dão sentido a atos de reconhecimento e de 
legitimidade e procuram uma coesão em torno dos mesmos (POSSENTI; SOUZA-E- 
SILVA. apud. FALEIROS, 2011. apud. SOUSA, 2015). 
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A construção de uma definição sobre Serviço Social acompanha e decorre de 
dinâmicas de tensão e disputa, não só linguísticas, mas ideológicas e políticas, que 
põem em confronto diferentes projetos políticos (FALEIROS, 2011. apud. SOUSA, 
2015). 
Para Nigel Hall, a definição global traduz parâmetros, funções e papéis da 
profissão na sociedade. 
Nesse contexto, a Associação Internacional de Escolas de Serviço Social 
(AIESS/IASSW) e a Federação Internacional dos Assistentes Sociais (FIAS/IFSW) 
acordaram proceder em 2013 a uma revisão da definição internacional de Serviço 
Social, desencadeando, para o efeito, um processo de consulta geral. 
O ponto da situação desta discussão se deu especificamente em 10 de abril de 
2013 e já apontava para uma definição de serviço social, com a nota de que esta 
poderia ser ampliada a nível nacional e/ou regional. (SOUSA, 2015). 
Esta proposta, como ressaltou Sousa (2015), parecia vir ao encontro de 
algumas críticas que vinham sendo produzidas no seio da classe profissional6, 
sublinhando-se dois aspetos cruciais: 
 
[...] i) o assistente social é aqui entendido como facilitador da mudança social 
e não como o promotor da mesma – a expressão anterior podia levar a leituras 
equivocadas, com alguma carga messiânica, ficando mais clara a existência 
de outros atores com papel idêntico, entre os quais os próprios destinatários 
da ação; 
ii) na mesma linha, desaparece a expressão “o Serviço Social intervém” e é 
explicitada a estratégia de envolvimento das pessoas e estruturas, no 
enfrentamento das situações. (SOUSA, p. 15, 2015) 
 
 
O processo de consulta continuou, tendo sido realizadas sessões com esse 
objetivo também em Portugal, nomeadamente em Coimbra e Lisboa, com a 
participação de Susan Lawrence, Vice-Presidente da AIESS e Presidente da EASSW. 
O Comité Executivo da FIAS e o Conselho da AIESS deram, entretanto, por 
completo o processo de consulta, donde resultou a mais recente definição de Serviço 
Social, aprovada pelas duas organizações, em julho de 2014, em Melbourne, na qual 
ele é identificado como: 
 
 
Uma profissão baseada na prática e uma disciplina acadêmica que promove 
a mudança social e desenvolvimento, a coesão social e o empoderamento e 
libertação de pessoas. Princípios de justiça social, direitos humanos, 
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responsabilidade coletiva e respeito pela diversidade são fundamentais para 
o trabalho social. Apoiado em teorias do trabalho social, ciências sociais, 
ciências sociais, humanidades e conhecimento indígena, o trabalho social 
envolve pessoas e estruturas para enfrentar os desafios da vida e melhorar o 
bem-estar. A definição acima pode ser amplificada em níveis nacionais e / ou 
regionais. (IFSW & IASSW, 2014). 
 
Com esta proposta, é sublinhado pela primeira vez na definição global, que o 
Serviço Social é uma profissão e uma área científica. 
Por outro lado, é recuperada a ideia do Serviço Social enquanto promotor, e 
não apenas como facilitador, da mudança social e do desenvolvimento, da coesão 
social, do empoderamento e da autonomia das pessoas. 
Relativamente à definição anterior, releva-se a introdução de conceitos como o 
desenvolvimento, a coesão social, a responsabilidade coletiva e o respeito pela 
diversidade. É reiterada a ideia de que o Serviço Social está profundamente vinculado 
à justiça social, aos direitos humanos e ao reforço da emancipação das pessoas, para 
a promoção do bem-estar. (SOUSA, 2015). 
 
 
1.2 Dia a dia do profissional em assistência social 
 
No Brasil, o Serviço Social surgiu no final da década de 1930, mas a profissão 
foi oficializada alguns anos depois, em 1957. Desde então, o assistente social atua no 
fortalecimento e apoio de indivíduos, famílias e comunidades no enfrentamento das 
questões sociais. 
Assim, o profissional da área é responsável por dialogar para facilitar o acesso 
às políticas públicas que melhor atendam às necessidades dos cidadãos. 
 
Para se pensar sobre o exercício profissional para além da aparência, a todo 
momento se faz necessário exercitar mentalmente o movimento entre 
singular e universal no que diz respeito aos elementos envolvidos no exercício 
profissional cotidiano e suasinterconexões com a dinâmica real da 
sociedade, bem como se pensar em objetivos imediatos e mediatos do 
exercício profissional, orientando cada pequena ação cotidiana a construções 
maiores (LACERDA, 2014, p. 24). 
 
Para Barroco (2003) a sociedade é uma totalidade organizada por várias 
totalidades cuja reprodução pressupõe uma totalidade maior que se efetua de formas 
peculiares, com regularidades próprias. (BARROCO, 2003. apud. LACERDA, 2014) 
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Portanto, ao analisar o cotidiano de trabalho dos assistentes sociais, 
consideramos-o como um todo agrupado sob outros complexos causais maiores: 
política social, estado, crise da estrutura de capital etc. 
À medida que a sociedade se torna mais complexa, esses setores podem 
adquirir certo grau de autonomia, o que dá a falsa impressão de que são 
independentes; mas esse é apenas o visual que tentamos transformar. 
Ao ler esse espaço ao ver o trabalho como categoria fundadora do homem, 
entendemos que é a partir da relação orgânica do homem com a natureza que se 
constrói a base social que, na modernidade, torna-se mais complexa, dada sua 
especificidade histórica: 
 
(...) o trabalho assalariado, cuja base é propriedade privada dos meios 
fundamentais de produção e a alienação do trabalho, duas categorias 
centrais para se desvendar a totalidade das relações humanas, ou sociedade, 
por meio da qual são fundados dois grupos de humanos: aqueles que 
exploram e aqueles que são explorados (LACERDA, 2014, p. 25). 
 
 
É nesse chão de intensas contradições tensionadas pela luta de classes que, 
segundo Lacerda (2014), o assistente social é chamado a centrar sua atuação nas 
questões levantadas e reconhecidas como “direito do usuário”, direito que deve buscar 
realizar por meio de ações profissionais individualizadas. 
Não se pode ignorar que as necessidades não são pessoais, pois são comuns 
a um grupo de pessoas no mesmo movimento histórico de exploração pelo trabalho - 
a refração da "questão social" - e que as respostas a essas necessidades são fruto 
de direitos sendo violado. pela luta de classes, pela reprodução capitalista do Estado 
burguês, pela organização do aparato institucional constitutivo da política social. 
 
 Na esfera terminal dessa execução há um conjunto de trabalhadores 
(médicos, enfermeiros, pedagogos, psicólogos etc.) que colocam sua 
capacidade física e mental para o trabalho a serviço das políticas sociais, 
incluindo os assistente sociais, cujo compromisso ético-político propõe ações 
vinculadas à emancipação humana, questão cada vez mais premente, 
sobretudo no âmbito da crise estrutural do capital que caminha para a 
extinção da humanidade (MÉSZÁROS, 2009 apud LACERDA 2014). 
 
Essa tarefa não é simples, uma vez que a atividade profissional se dá no Estado 
burguês, as políticas sociais visam viabilizar direitos para manter o status quo - 
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contribuir para a transformação da sociedade, trabalho assalariado e exploração 
latente, pré-requisito para a reprodução desta empresa. 
O compromisso ético-político assumido tras preocupação em relação a 
emancipação humana, de forma que para que esse compromisso se traduza em 
ações efetivas, existe a necessidade de uma poderosa capacidade de compreensão 
do real além de percepção nas causalidades dadas as contradições além das 
possibilidades transgressoras. 
Para esta análise, a noção de usuários como "vítimas do sistema" não contribui 
para isso, pois do ponto de vista fatalista imobiliza o sujeito sem autonomia nem 
capacidade de reação. O sujeito não é o carrasco de sua condição, o culpado dos 
desafios que ele tem que ir para a reeducação, para se reintegrar à sociedade. 
Ainda de acordo com o que Lacerda (2014, p. 26) elucida cada um de nós é o 
resultado do contexto histórico em que estamos inseridos e das reações que trazemos 
a ele, das alternativas que escolhemos, dos valores que orientam nosso fazer essa 
escolha e fazer acontecer. 
Para compreender a natureza humana, não há afirmação mais radical que a 
de de que “o homem é síntese de suas relações sociais, objetiva e 
subjetivamente. A posição que ocupa na divisão social do trabalho configura 
as condições materiais de existência, e é nessa que os sujeitos fazem suas 
histórias e se constituem objetiva e subjetivamente. (Marx, 2006. apud. 
LACERDA, 2014) 
 
Lacerda (2014) afirma que estamos vivendo o cotidiano de uma sociedade 
capitalista alienada, em que a liberdade é medida por contas bancárias, pois todas as 
necessidades são satisfeitas pelo mercado mundial, e nesta condição, os impotentes 
têm poucas alternativas, todas precárias, mas sempre há avenidas que podem ser 
alargadas, especialmente quando se trata de atividades coletivas. 
 
Sabemos que a construção coletiva da concepção de direito é um desafio 
sobremaneira complexo num país como o Brasil, de democracia débil, valores 
conservadores e um povo acostumado desde a colonização a aceitar e pagar 
pelos rumos coletivos que as elites tomam, no interior do capitalismo 
dependente (FERNANDES, 2005. apud. LACERDA, 2014) 
 
O qual em consonância com os interesses da burguesia nacional e 
internacional. 
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A própria leitura que se desenrola deve mostrar que não há técnica mágica 
capaz de efetivar na prática os direitos oficialmente concedidos, em nome de 
manobras históricas concretas, impediu: a escassez de trabalhadores decorreu das 
peculiaridades do modo de produção capitalista. No entanto, o sistema não é afetado 
por nenhuma política social, satisfazendo parcialmente as necessidades da classe 
trabalhadora devido à exploração do trabalho. 
O orçamento público disponível para isso, pano de fundo de uma disputa em 
que a classe trabalhadora se juntou timidamente, tem recursos irrisórios. 
Como tal, a prestação de serviços e benefícios será sempre aquém do 
necessário para a classe trabalhadora e, em essência, contribui para perpetuar a 
carência de usuários, especialmente na América Latina, onde políticas elaboradas por 
organismos internacionais. a nível mundial. servir o grande capital, agir como 
imperialista, nunca incitar a tensão em favor da classe trabalhadora na luta de classes. 
Em contraste, no continente ditador, o patriarcal, o patriarcal, o coronelista, etc. 
Nesse sentido, tais políticas têm viés reacionário, são usadas para política barata e 
usam recursos que inevitavelmente alimentam uma infinidade de parasitas de vários 
tamanhos (empresários do sexo masculino têm "relações estreitas" com o Estado; 
políticos, empresários da fé; titulares de cargos autorizados , etc.), é um recurso 
suficiente apenas para esse fim, independentemente da existência de lei formal e dos 
recursos necessários para implementá-la. 
É natural, portanto, que os usuários, os assalariados pobres, devam sofrer 
intervenções específicas para que possam sobreviver em suas vidas precárias, como 
força de trabalho. 
Apesar destas limitações, deve-se reconhecer que, mesmo assim, a leitura do 
profissional dos elementos constitutivos de sua prática profissional. 
É fundamental para ampliar suas habilidades e atenção às necessidades dos 
cidadãos pergunta: 
(...) apreender o usuário dentro de suas condições materiais e perceber as 
refrações da “questão social” é a única forma de superar preconceitos e a 
psicologização da “questão social”, possibilitando recobrar a perspectiva de 
totalidade da questão em tela, procedendo os encaminhamentos e 
intervenções mais adequadas; perceber o Estado e as políticas sociais no 
âmbito da luta de classes enquanto se domina a burocracia e a técnica são 
fundamentais para gerar respostas criativas (LACERDA, 2014, p. 27). 
 
Esse classificador aproxima o projeto de ciência do terreno histórico em que se 
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10documenta o trabalho do assistente social, reproduz um conjunto de relações causais, 
mas não o próprio trabalho profissional. depois de ler as relações causais postuladas. 
Compreender o dia-a-dia do trabalho do assistente social requer compreender o lugar 
das telecomunicações do assistente social no quotidiano das instituições burguesas. 
O Serviço Social é um importante ator no campo da atuação dos Direitos 
Sociais e da Proteção Social, facilita a promoção mais ampla das intervenções para o 
enfrentamento dos problemas sociais articulando a acessibilidade aos Direitos 
Sociais. 
A profissão é um instrumento de intervenção na realidade humana e social e 
atua nos diversos níveis das políticas de proteção social. 
 
2 DIREITOS SOCIAIS E SERVIÇO SOCIAL 
 
Segundo Andrade et al (2015) os direitos sociais podem ser definidos como 
 
(...) aqueles fundamentados na igualdade social, econômica e cultural entre 
os cidadãos, visando à estabilidade social com melhor qualidade de vida e 
igualdade social entre classes, de modo que cada um tenha direito à saúde, 
educação, moradia, lazer, assistência social etc., ocorrendo à efetivação dos 
mesmos por meio de instituições prestadoras desses serviços (ANDRADE et 
al, 2015, p. 2). 
 
De acordo com Telles (TELLES, 1999. apud. ANDRADE et al., 2015), a própria 
Declaração Universal dos Direitos Humanos, da Organização das Nações Unidas – 
ONU, de 1948, reconhece que tais direitos, associados aos direitos civis e políticos, 
têm status de direitos humanos, na medida em que a vida com plena dignidade não 
pode ser dissociada do usufruto deste conjunto de direitos, o que nos remete à 
definição clássica de cidadania, apresentada por Thomas Marshall (MARSHALL, 
1967. apud. ANDRADE et al., 2015). 
Marshall (1967) entende a cidadania como a conjugação de três elementos 
básicos, os quais ele chama de elemento civil, elemento político e elemento social. 
Podemos referirmo-nos a estes elementos como direitos, onde o direito civil é 
referente à liberdade individual como o direito de ir e vir, da propriedade privada, da 
justiça, dentre outros. O direito político, por sua vez, denota a participação política e 
ativa do cidadão, como eleitor dos seus representantes ou responsável e/ou 
participante de instituições políticas (ANDRADE et al., 2015). 
Por fim, os direitos sociais, colocados em evidência, referem-se a um direito 
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mínimo de bem estar abrangendo também o (...) econômico e segurança ao direito de 
participar, por completo, na herança social e levar a vida de um ser civilizado de 
acordo com os padrões que prevalecem na sociedade (MARSHALL, 1967. apud. 
ANDRADE et al., 2015). 
Portanto, os direitos sociais devem, de acordo com Andrade: possibilitar o 
suprimento das carências sociais, viabilizando as necessidades básicas a fim de 
promover uma vivência saudável da população. A vigência desses direitos remete-
nos ao início da formação de uma sociedade justa e igualitária, em que todos os 
cidadãos têm acesso a um conjunto de direitos. (Andrade et al. 2015, p. 3) 
Aliás, é válido ressaltar que o Serviço Social, enquanto profissão inscrita na 
divisão sociotécnica do trabalho, se faz socialmente necessário na medida em que 
medeia a relação capital e trabalho e se compromete com a defesa intransigente dos 
direitos humanos. 
Dentre os princípios fundamentais que norteiam a profissão de assistente 
social, podemos mencionar a ampliação e consolidação da cidadania, considerada 
tarefa primordial de toda sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis sociais e 
políticos das classes trabalhadoras (CFESS, 1993. apud. ANDRADE et al., 2015). 
Para Andrade et al (2015) o Serviço Social possui uma grande responsabilidade 
para a emancipação das classes sociais, tendo em vista o disposto em seu código de 
ética. Para eles, esse trabalho inclui o atendimento direto aos usuários nas 
instituições, o posicionamento sociopolítico em favor do direito e da justiça, bem como 
o apoio e participação dos movimentos sociais e organizações populares, buscando 
a democracia e direitos de cidadania. 
Nos diferentes espaços sócio-ocupacionais, o assistente social lida com direitos 
e trabalha planejando, executando e avaliando políticas sociais, as quais são uma 
forma de materialização desses direitos. Por isso, a atuação profissional se faz 
extremamente necessária para que os usuários conheçam e tenham acesso aos bens 
e serviços sociais. As orientações, encaminhamentos, contatos internos e externos, 
são meios de viabilização desse acesso (ANDRADE et al., 2015). 
A atuação comprometida e propositiva deste profissional tende a contribuir para 
a qualidade do espaço público, para o controle social e, em última instância, para a 
construção de uma nova ordem social (VASCONCELOS, 2001. apud. ANDRADE et 
al., 2015). 
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O assistente social atua como um grande articulador, ao passo em que seu 
conhecimento da gama de direitos sociais, das instituições e dos caminhos 
necessários faz com que o usuário usufrua da herança social. 
 
2.1 Fortalecimento da assistência social e efetividade dos direitos sociais 
 
O modelo institucional adotado pelo Brasil a partir da Constituição de 1988 
(CF/1988), segundo o qual mudanças foram implementadas na seguridade social para 
tornar a proteção social mais abrangente – além do vínculo empregatício -, demonstra 
expressamente (art. 6º da Constituição) o caráter abrangente e o desejo vinculativo 
de que o Estado brasileiro observasse alguns valores no tocante à existência de 
políticas sociais capazes de promover alterações na estrutura social (PEREIRA, S. 
2014). 
Todavia, as mudanças normativas e institucionais não se mostraram suficientes 
para alterar o contexto de desigualdade social observado na sociedade brasileira, 
cabendo ainda reflexões que apontem na direção da concretização dos direitos 
sociais. 
Para reforçar a relevância do fortalecimento da assistência social nesse 
contexto e na esteira de demonstrar a relação entre essa política social e a efetividade 
dos direitos sociais, os dados da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílio (PDAD) 
– Indicadores Sociais, de 2011 (disponibilizada em novembro de 2013), realizada pela 
Companhia de Planejamento do Distrito Federal (CODEPLAN), são bastante 
elucidativos. 
 
Naquele ano, o DF tinha 18,3% de domicílios com famílias de baixa renda 
(renda per capita de até meio salário mínimo), sendo que na Região 
Administrativa XXV (SCIA/Estrutural) esse índice era de 50,4%, ao passo que 
na Região Administrativa XVI (Lago Sul) não havia moradores de baixa 
renda.(CODEPLAN. apud. COSTA; SILVA; SANTOS, 2016) 
 
 
Referidos dados evidenciam a intensa desigualdade social presente no Distrito 
Federal, uma realidade também do Brasil, o que não somente justifica como impõe a 
necessidade de reflexões sobre políticas sociais que sejam capazes de reduzir a 
desigualdade, garantir direitos e conferir cidadania (COSTA; SILVA; SANTOS, 2016). 
No âmbito do governo federal, tem-se o Benefício de Prestação Continuada 
(BPC), que integra a política de assistência social. 
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Como benefício constitucionalmente previsto, O BPC é voltado aos idosos e 
aos deficientes, pessoas que não possuem condições de trabalhar. Ademais, 
 
O BPC constitui uma garantia de renda básica, no valor de um salário mínimo, 
[...] [e] é processador de inclusão dentro de um patamar civilizatório que dá 
ao Brasil um lugar significativo em relação aos demais países que possuem 
programas de renda básica, principalmente na América Latina. Trata-se de 
uma garantia de renda que dá materialidade ao princípioda certeza e do 
direito à assistência social (PNAS, 2004. apud. COSTA; SILVA; SANTOS, 
2016). 
 
A despeito da desigualdade social ainda acentuada no Brasil, é possível 
observar que os programas assistenciais desenvolvem importante papel na redução 
da desigualdade e na efetivação de direitos, seja diretamente, como é o caso das 
condicionalidades no Programa Bolsa Família, seja indiretamente pela garantia de 
renda mínima conferida pelo BPC (COSTA; SILVA; SANTOS, 2016). 
Por exemplo, no Distrito Federal, de acordo com o Diagnóstico do 
Desenvolvimento Social do Distrito Federal de 2012: 
A quantidade de idosos e de deficientes inseridos no BPC aumentou 
continuamente entre os anos de 2007 e 2011. Nesse período, o número de 
idosos beneficiários passou de 14.983 para 21.257, enquanto o número de 
deficientes passou de 16.126 para 23.019. Esses dados sugerem que o BPC 
está cada vez mais alcançando o público ao qual é destinado, seja ele de 
idosos ou de deficientes (CODEPLAN, 2012. apud. COSTA; SILVA; 
SANTOS, 2016). 
 
Ao mesmo tempo, “É possível observar que, entre 2007 e 2010, o percentual 
de famílias extremamente pobres diminuiu, passando de 2,71% em 2007 para 1,60% 
em 2010. [...] Quanto ao percentual de famílias pobres, foi possível verificar também 
sua diminuição, passando de 6,06% para 3,56% em 2009” (CODEPLAN, 2012. apud. 
COSTA; SILVA; SANTOS, 2016). 
Os dados acima demonstram, para Costa, Silva e Santos (2016), uma clara 
relação entre a execução de políticas de assistência, mormente de transferência de 
renda, e a mobilidade social com o combate à pobreza, o que se mostra como primeiro 
passo para o acesso aos demais direitos sociais. 
Portanto, o impacto da política pública de assistência social na realidade dos 
necessitados é diretamente proporcional ao crescimento de sua implementação. É 
através da assistência social que o Estado Social cumpre seu dever de garantir 
condições mínimas de uma existência humana digna. Robert Alexy, citando o Tribunal 
Constitucional Federal alemão, numa decisão de 1975, diz: 
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(...) claro que a assistência aos necessitados é um dos deveres 
inquestionáveis do Estado Social. Isso necessariamente inclui o auxílio social 
aos cidadãos que, em virtude de fragilidades físicas ou psíquicas, enfrentam 
obstáculos para o seu desenvolvimento pessoal e social, e não estão em 
condições de se sustentar sozinhos. A comunidade estatal tem que lhes 
garantir no mínimo as condições básicas para uma existência humana digna 
(COSTA; SILVA; SANTOS, 2016, p. 21). 
 
Não se pode olvidar que a assistência social não se resume a políticas de 
transferência de renda, embora elas sejam um exemplo de política social. “A política 
social é mais ampla e visa a proteção social, que é uma forma de enfrentar o 
desrespeito aos direitos sociais perpetrados pela desigualdade social que caracteriza 
o modo de produção capitalista” (COSTA; SILVA; SANTOS, 2016). 
Na verdade, conceder protagonismo somente aos programas de transferência 
de renda, em detrimento dos serviços sociais básicos tem como consequência o 
enfraquecimento do Estado, “ao precarizar suas políticas e reduzi-las a ações 
emergenciais” (PEREIRA, 2010. apud. COSTA; SILVA; SANTOS, 2016). 
Além de estigmatizar seu público-alvo por torna-lo merecedor com base no 
critério da miséria e por fazer jus a um benefício na contramão do direito (PEREIRA, 
2010. apud. COSTA; SILVA; SANTOS, 2016). 
O fortalecimento da política social deve ser acompanhado do aprofundamento 
da participação da sociedade civil nos processos decisórios para que se ultrapasse os 
estágios do respeito e da proteção aos direitos e se torne factível a efetiva garantia e 
uma verdadeira promoção dos direitos sociais, contexto esse que promove 
emancipação de indivíduos e coletividades como parte de seu empoderamento 
(COSTA; SILVA; SANTOS, 2016). 
 
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3 RELAÇÃO FAMÍLIA/COMUNIDADE/SOCIEDADE NO SERVIÇO SOCIAL 
Fonte: google.com 
 
 
Segundo Souza e Silva a família tem sido cada vez mais requisitada pelo 
Estado a assumir responsabilidades na gestão de determinados segmentos como 
criança, adolescente, idosos e portadores de necessidades especiais, conforme 
estabelece nos estatutos de todos os segmentos existentes, que é dever da família, 
da comunidade, da sociedade civil e do estado, assegurar atendimento e garantia de 
direitos dos mesmos. 
Portanto, na situação contemporânea, de acordo com as autoras supracitadas, 
não se pode definir um “modelo” de família a ser seguido e uma única forma de 
trabalho com a mesma, pois ela possui particularidades e diferentes formas de 
enfrentamento das consequências do processo de produção capitalista e das 
transformações na sociedade consumista, determinadas pelo próprio sistema de 
produção que repercuti no consumo, na dinâmica social, comunitária e familiar, na 
vida e na classe social, que a família está inserida. 
O desafio das políticas públicas que visam a proteção social é pensar e 
repensar a família buscando superar velhas ações e concepções centradas na 
focalização e estratificação da proteção social a partir das famílias. 
Percebe-se, portanto, que a família é tida como a base que afetará diretamente 
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o indivíduo enquanto membro da comunidade e da sociedade. 
Por isso, para o Serviço Social a família é o foco de interesse, nesse sentido, 
considerando que o objeto de trabalho dos assistentes sociais são as expressões da 
questão social e que as ações destes profissionais incidem diretamente na construção 
da proteção social na perspectiva dos direitos, obviamente o foco de interesse central 
do Serviço Social é a relação família e proteção social. 
Refletir sobre a família no campo da proteção social, sugere reconhecer que a 
família, na dimensão simbólica, multiplicidade e organização, é importante à medida 
que subsidia a compreensão sobre o lugar que lhe é conferido na configuração da 
proteção social de uma sociedade, em determinado momento histórico. 
Para pensar em trabalho com famílias, portanto, é importante identificar quais 
as tendências predominantes na inclusão da família, no campo da política social, 
enquanto sujeito destinatário. 
Diante de tais considerações, uma vez vislumbrada a importância da Família 
para a sociedade e para a comunidade, no próximo capítulo o estudo será centrado 
na Família e sua relação com o Serviço Social. 
 
3.1 Família 
 
 
Fonte: viralagenda.com 
 
A família se define como uma instituição que se organiza socialmente, dentro 
da qual está vinculado o ser humano através do nascimento, casamento e filiação, de 
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acordo com os costumes, configurações políticas do Estado e da cultura da época 
onde está integrada (MALUF, 2010. apud. BARRETO; RABELO, 2015). 
Sob a ótica antropológica, a função de unir um homem (sexo masculino) e uma 
mulher (sexo feminino) com sua posterior procriação apresenta a família como um 
fenômeno universal que está inserido nas diversas sociedades (ROUDINESCO, 2003. 
apud. BARRETO; RABELO, 2015). 
Ela é vista como o agrupamento de pessoas que se unem parentalmente ou 
através de relação conjugal impregnada de propósitos comuns e afetividade, 
possibilitando ao indivíduo um desenvolvimento subjetivo (MALUF, 2010. apud. 
BARRETO; RABELO, 2015). 
No entanto, a estrutura familiar se modifica amplamente, conforme a evolução 
histórica, incluindo as variáveis econômicas, religiosas ou sociopolíticas de cada 
época, para, além de assegurar a sobrevivência da espécie, promover o 
desenvolvimento psicossocial (ZAMBERLAM, 2001. apud. BARRETO; RABELO, 
2015). 
De acordo com a Constituição Federal de 1988 e pelo Código Civil de 2002, o 
conceito de família foi se tornando diferente das formulações passadas tendo em vista 
as novas concepções dos seus componentes, cujamulher passa a alcançar os 
mesmos direitos que o marido. Reconhece, inclusive, a união estável e a 
monoparentalidade, também, como uma entidade familiar e não só a família “legítima” 
constituída pelos laços matrimoniais (Maluf, 2010 apud BARRETO; RABELO, 2015). 
Desse modo, a família vem se constituindo como pequeno grupo social, no qual 
estão inseridas diversas relações conjugais e ou parentais aliadas ao compromisso, 
afeto e partilha entre seus membros. (BARRETO; RABELO, 2015). 
 
3.2 Família e serviço social 
 
A família é considerada um sujeito de intervenção do Serviço Social. No Brasil 
ele nasce intrinsecamente ligada aos movimentos de ação social, em uma proposta 
de apostolado social ao lado das famílias subalternas, sobretudo a família operaria. 
(ABRAHÃO; PARRÃO, 2019) 
Segundo Mioto (2010) é no período da consolidação da profissão que o 
trabalho com famílias ganha impulso. Foi basicamente no Método do Serviço Social 
de Caso, onde procurava-se ajustar os indivíduos ao meio social para o benefício dele 
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e da sociedade em geral. Os problemas sociais eram vistos como responsabilidades 
dos próprios indivíduos. 
Percebe-se que os assistentes sociais ainda seguiam uma orientação 
positivista e funcionalista na abordagem das famílias. Neste caminho os assistentes 
sociais aprimoraram suas técnicas com o objetivo de controlar os modos de vida das 
famílias. Essa perspectiva deu continuidade até o momento em que a teoria de Marx 
passa a ser discutida pelos profissionais. (ABRAHÃO; PARRÃO, 2019) 
Diante disso, surge uma nova forma de pensar e trabalhar a família. As 
demandas trazidas pelos sujeitos deixam de ser discutidas como problemas 
individuais e passam a ser observadas como frutos do sistema social vigente. 
 
Assim, torna-se possível desvincular-se da ideia que as necessidades 
expressas na família e pelas famílias são “casos de família” e, por conseguinte, 
as questões que afligem as famílias não se circunscrevem no campo da 
competência ou incompetência desse sujeito. (MIOTO, 2010. apud. 
ABRAHÃO; PARRÃO, 2019) 
 
Neste sentido, a profissão passa a buscar uma nova ordem societária, 
comprometida eticamente com uma transformação social. 
No ano de 1990 a família no Serviço Social tem pouca visibilidade comparada 
aos direitos sociais e políticas sociais. Contudo, no ano de 1979 no CBASS conhecido 
como “Congresso da Virada” a família ganha destaque sendo tema principal deste 
evento. 
Além do mais, no ano de 2000 a política social brasileira adquire estruturas 
dentro da proposta do bem-estar social, onde a família passa ser enfatizada. 
Sendo assim, as contradições são explicitadas neste momento. Ao mesmo 
tempo em que a profissão se constitui em uma área de bastante conhecimento, 
também se mostra frágil diante da intervenção profissional. 
Neste contexto, surge a necessidade de se planejar novas formas de 
intervenção do Serviço Social em relação à família. 
A busca de práticas mediadas pelo projeto profissional não está apenas no 
domínio do pensamento. Trata-se de identificar na realidade e definir/ 
priorizar/realizar estratégias e ações e atividades que se impõem e que são 
essenciais e indispensáveis, não só ao acesso às políticas sociais como 
direito do cidadão e dever do Estado, mas também aos processos de 
formação, mobilização e organização das massas trabalhadoras, tendo em 
vista sua participação no controle social dos serviços prestados e na 
imposição de limites ao capital [...] (VASCONCELOS, 2015, p.432) 
 
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3.3 Família e sua respectiva função social 
 
Nas sociedades primitivas, o instinto sexual foi a base da formação dos 
primeiros grupos sociais sem a preocupação da finalidade da união. Entretanto, com 
a existência da prole e o crescimento da cultura, criou-se uma organização social para 
garantir ao indivíduo a capacidade de ser funcional e saudável (MALUF, 2010. apud. 
BARRETO; RABELO, 2015). 
Consequentemente, a família evoluiu através de três fases distintas: a 
conservação do patrimônio familiar; a organização das funções e da afetividade, assim 
como, a prioridade na realização íntima de dois indivíduos (ROUDINESCO, 2003. 
apud. BARRETO; RABELO, 2015). 
No governo romano, a família se apresentava como uma forte estrutura social 
organizada, cujos membros eram unidos na submissão ao chefe (o pai) que exercia 
plenos poderes de controlar a vida dos filhos (independentemente da idade) em 
relação ao casamento, ao divórcio, aos bens, podendo vender ou abandoná-los. 
Entretanto, na idade média, essa situação começou a mudar com a influência 
do Cristianismo através de uma nova concepção de moral que tornava a figura do pai 
mais humana, sendo a representação da igreja predominante na formulação de novas 
bases sobre a família, tornando sagrada a união matrimonial (MALUF, 2010. apud. 
BARRETO; RABELO, 2015). 
Na modernidade, com o surgimento da indústria, a família teve que se adequar 
à nova realidade de produção de trabalho, levando os pais, dentro da família nuclear, 
a se dividirem nas tarefas e, consequentemente, diminuir o cuidado com a educação 
dos filhos (ZAMBERLAM, 2001. apud. BARRETO; RABELO, 2015). 
Na contemporaneidade, por sua vez, a família ocidental ainda se apresenta 
como o agrupamento humano organizado mais sólido da sociedade, mesmo não 
sendo mais submetida a diversos segmentos sociais (ROUDINESCO, 2003. apud. 
BARRETO; RABELO, 2015). 
Demonstra se estabelecer cada vez mais RABELO (2015), organizada como 
pequeno grupo que através do apoio econômico, físico, social e afetivo oferecidos aos 
seus membros, busca promover uma estabilidade social como um núcleo que se 
propaga continuamente. 
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Devido à mudança de costumes, a família vem priorizando o afeto como um 
apoio que tem o objetivo de valorizar o ser humano em sua dignidade e subjetividade. 
Por isso, a contemporaneidade se apresenta, conforme a Constituição Federal 
e o Código Civil, como a época mais preparada para manter as diversas modalidades 
de família, assim como novas configurações que já vem sendo legisladas em vários 
países, como a família homoafetiva e outras (MALUF, 2010. apud. BARRETO; 
RABELO, 2015). 
Essas novas formulações se apresentam com considerável flexibilidade de 
papéis entre os sexos: 
 
(...) mulher oficial de forças armadas, homem dono-de-casa, mãe e pai 
solteiros, mulher chefe de família, casais homossexuais masculinos ou 
femininos, parceiros masculinos mais jovens, casal sem filhos por opção, 
produção independente, bebê de proveta e demais possibilidades que a 
evolução científica permite ou está em vias de possibilitar, tal como a 
discutida clonagem humana. (NEGREIROS e FÉRES-CARNEIRO, 2004. 
apud. BARRETO; RABELO, 2015) 
 
Entretanto, com o favorecimento da liberdade de escolhas, das livres relações 
de afeto dentro das diversas estruturações, surgiram, também, desequilíbrios em 
determinadas relações, no que se refere à parento-filial. 
Os desequilíbrios ocorrem segundo porque a família vista no passado com 
grande autoritarismo cedeu o seu espaço à família em desordem no presente, cujos 
conflitos íntimos extinguem a imagem, principalmente, do pai autoritário, desvelando 
um ser na sua individualização. 
Na sociedade, cada membro ou grupo nela inserido, necessita assumir uma 
função que lhe atribua a importância de sua participação e permanência nessa esfera. 
A família, portanto, se implica nessa construção, conforme suas funções 
representativas. (BARRETO; RABELO, 2015). 
Nesse aspecto, as funções biológica e psicossocial da família, de certa forma, 
estão fortemente ligadas, visto que o objetivo de proteger e conservar colabora na 
edificação de subjetividade em cada pessoa que se vincula, originando todo o 
processo decultura (ZAMBERLAM, 2001 apud BARRETO; RABELO, 2015). 
Desse modo, a função social da família consiste na proteção dos seus 
membros, fornecendo afeto e segurança e contribuindo para o desenvolvimento da 
subjetividade, conforme o período histórico onde se encontra, com o propósito de 
aprender a interagir no meio social estruturando o indivíduo na sua formação e 
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socialização (MALUF, 2010 apud BARRETO; RABELO, 2015). 
Com isso, a família tem como função básica, educar, socializar e suprir as 
necessidades dos seus membros dentro de uma estrutura familiar interativa 
qualificada, com a qual envolve a comunhão de afetos e responsabilidades com a 
tarefa de transmitir a outros (BATISTA & TEODORO, 2012 apud BARRETO; 
RABELO, 2015). 
De acordo com essa perspectiva, faz-se necessário um comprometimento 
contínuo dos seus membros, no sentido de assumir os devidos papéis, levando-se em 
conta as diferenças pessoais e a importância de se buscar compreender as diversas 
manifestações subjetivas de cada indivíduo nesse âmbito. (BARRETO; RABELO, 
2015) 
Por fim, imperioso ressaltar que a família, que antes era de inteira 
responsabilidade da mulher, tornou-se responsabilidade de todos os seus membros 
como dito, assim como do estado e da sociedade (ABRAHÃO; PARRÃO, 2019). 
 
3.4 Família e proteção social 
 
Segundo Abrahão e Parrão (2019) os avanços na proteção social à família 
também são vistos em relação aos direitos da família. De acordo com o art. 226 da 
Constituição Federal de 1988 a família constitui-se base da sociedade e merece 
especial proteção do Estado. 
A proteção social deve ser garantida a todos os membros da família seja 
direcionada a mulher, ao homem, ao idoso, a criança e ao adolescente, todos sem 
distinção, dispõe dos amparos legais existentes. 
 
Proteção social - o sentido de proteção (protectione do latim) supõe antes de 
mais nada tomar a defesa de algo, impedir sua destruição, sua alteração. 
Nesse sentido a ideia de proteção contém um caráter preservacionista – não 
da precariedade, mas da vida – supõe apoio, guarda, socorro e amparo. Este 
sentido preservacionista é que exige tanto as noções de segurança social 
como de direitos sociais. (SPOSATI, 2015. apud. ABRAHÃO; PARRÃO, 
2019). 
 
A proteção é de suma importância para a preservação integral à vida. E esta, 
deve garantir a segurança de sobrevivência; acolhimento; e de convívio familiar. 
Portanto, pensar em trabalho com famílias requer o reconhecimento das principais 
tendências que predominam a incorporação desta no campo da política social 
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enquanto seu sujeito destinatário. (ABRAHÃO; PARRÃO, 2019) 
Pode-se dizer, de acordo com Abrahão e Parrão (2019), que há duas grandes 
tendências a serem destacadas: proposta familista e proposta protetiva. 
No primeiro caso (proposta familista), a necessidade de satisfação do indivíduo 
encontra-se na família e no mercado, somente quando estes falham é que ocorre a 
interferência pública. Ou seja, a política pública ocorre de forma compensatória, em 
virtude da falência no provimento de condições básicas para a sobrevivência. 
Esse conceito de falência familiar é definido no desenvolvimento do capitalismo 
e, segundo Regina Celia Mioto (2010, p. 170 apud ABRAHÃO; PARRÃO, 2019), com 
a separação entre casa e empresa, se conformou uma nova forma de família (família 
nuclear burguesa). 
Neste momento, os conflitos gerados na esfera da produção, são jogados para 
dentro da família. Problemas advindos da insuficiência de recursos como o 
desemprego, por exemplo, são vistos como “problemas de família”. 
Essa concepção, procedente do ideário neoliberal é uma: 
 
Proposição que se realiza numa realidade onde se esta cada vez mais 
distante da possibilidade da família contar um manancial de recursos 
suficientes para responder as necessidades de seus membros e as 
expectativas que lhes são colocadas. (MIOTO, 2010. apud. ABRAHÃO; 
PARRÃO, 2019). 
 
Em conformidade a isto, notamos a impossibilidade da família ter uma posição 
central em relação à proteção social. É nítida a regressão da participação do Estado 
em relação à provisão de bem-estar. (ABRAHÃO; PARRÃO, 2019) 
Diferentemente da proposta familista, a proposta protetiva afirma que a 
proteção é efetivada por meio dos direitos sociais. E mediante esta efetivação a 
cidadania caminhara para a consolidação da justiça e equidade social. 
Neste aspecto, as políticas públicas referem-se à socialização antecipada dos 
custos enfrentados pela família, antes que se atinja sua “falência”. (ABRAHÃO; 
PARRÃO, 2019) 
Essas propostas apresentam projetos de política social, onde envolve a 
participação de profissionais e dentre estes, o papel do assistente social. 
 
 
 
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3.5 Família e políticas públicas de assistência social 
 
O novo cenário da assistência social chama atenção pela centralidade que a 
família ocupa no debate e organização da política, tendo na matricialidade 
sociofamiliar um eixo estruturante estabelecido na PNAS (Ministério, 2004). A 
matricialidade sociofamiliar se refere à centralidade da família como núcleo social 
fundamental para a efetividade de todas as ações e serviços da política de assistência 
social (MINISTÉRIO, 2004. apud. FRITZEN; MOSER; PEZZO, 2015). 
A matricialidade sociofamiliar representa um avanço no sentido de uma 
concepção ampliada de família, o que representa a não fragmentação do atendimento 
ao se pensar o indivíduo em seu contexto familiar. 
 
Ao eleger a matricialidade sócio familiar como pilar do SUAS, a Política 
Nacional de Assistência Social enfoca a família em seu contexto sociocultural 
e em sua integralidade. Neste sentido, para realizar o trabalho social com as 
famílias é necessário focar todos os seus membros e suas demandas, 
reconhecer suas próprias dinâmicas e as repercussões da realidade social, 
econômica, cultural vivenciadas por elas.” (SOUZA, 2010. apud. FRITZEN; 
MOSER; PEZZO, 2015) 
 
Todavia, a centralidade na família oculta a forte responsabilização e 
culpabilização sobreposta aos seus membros de prover seu bem-estar. Se observa 
nas políticas sociais, especificamente na política de assistência social, que estas 
 
[...] fornecem serviços para reforçar as tradicionais funções da família, de 
proteção social, aumentando a dependência dos indivíduos da família e 
exigindo-se delas mais responsabilidades e serviços, como condição para 
poder ter acesso a algum benefício ou serviço público. (Teixeira, 2009. apud 
FRITZEN; MOSER; PEZZO, 2015) 
 
Em se tratando da responsabilização, essa recai principalmente sobre a 
mulher-mãe, historicamente identificada com a figura de protetora, cuidadora e 
administradora das expressões da questão social. 
É a mulher no âmbito da família que responde pelas condicionalidades dos 
programas socioassistenciais, pela participação em reuniões de grupos de 
convivência, pelo cuidado dos filhos, doentes e idosos, etc. 
Também se oculta nesse processo os conflitos e contradições de classe e a 
desresponsabilização do Estado na garantia dos direitos sociais (FRITZEN; MOSER; 
PEZZO, 2015). 
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Segundo Pereira (2010) o objetivo da política social em relação à família não 
deve ser o de pressionar as pessoas para que elas assumam responsabilidades além 
de suas forças e de sua alçada, mas o de oferecer-lhes alternativas realistas de 
participação cidadã. 
Para Teixeira (2009) no Brasil, a política dirigida à família, mesmo que ofereça 
proteção, o faz para que ela possa proteger seus membros, o que reforça as suas 
funções protetivas e a dependência do indivíduo das relações familiares, reforçando 
o “familismo”, ao invés de ser desfamiliarizante.Este formato de matricialidade sociofamiliar não leva em conta que a família 
também possa ser um espaço de desproteção. Baseia-se somente em um modelo 
central e nuclear de família protetora, que zela pelo bem comum sem levar em 
consideração os demais fatores, como aponta Teixeira (2009): 
[...] Parte-se sempre do pressuposto de um papel ideal e universal da família, 
aquele protetivo (das funções especializadas na formação da personalidade, 
educação e socialização, tal como definidas por Parsons, como típicas da 
família nuclear), que a caracteriza e que deve ser desempenhado 
independentemente dos seus formatos, das condições de vida e acesso aos 
serviços sociais. (TEIXEIRA, 2009, p.5) 
 
Fritzen, Moser e Pezzo (2015) assinalam ainda que o fato da família ser vista 
como instância primeira de proteção social, descarta a possibilidade de entender as 
contradições presentes em seu interior. 
Segundo eles, muitas dessas famílias são produtoras de violências, de 
abandono, e tão pouco oferecem um espaço de segurança e acolhida a seus 
membros. Nesse sentido se questiona qual o papel das políticas sociais na 
reprodução dessa categorização unilateral de famílias? 
Em se tratando do trabalho social com famílias na atual política de assistência 
social, Mioto (2014) identifica tensões nesse campo. 
Se a definição de família adotada na NOB/SUAS (Ministério, 2012) inclui 
diferentes formas de se “fazer família”, a definição orientadora não garante por si só a 
operacionalidade do trabalho desenvolvido pelos técnicos, já que o mesmo pode ser 
crivado por elementos pessoais da experiência familiar dos profissionais, convicções 
religiosas ou mesmo pelo senso comum, produzindo um trabalho profissional marcado 
por pré-conceitos e julgamentos de ordem moral, em direção oposta à perspectiva 
inclusiva e acolhedora que se quer imprimir no contexto do SUAS (MIOTO, 2014, p. 
7). 
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Outro foco de tensão no campo do trabalho com famílias identificado por Mioto 
(2014) diz respeito às diferentes apreensões teórico-metodológicas pelas quais 
podem ser concebidos os elementos que definem famílias. Essas distintas 
apreensões determinam diferenças nas formas de condução do trabalho social. 
Nesse sentido, Mioto (2014) aponta os processos de responsabilização da 
família e a garantia da defesa da cidadania social; e a perspectiva do controle social 
e da garantia dos direitos. Para a autora essas tensões vão se revelar diretamente no 
encaminhamento do trabalho social com famílias (Mioto, 2014, p. 8). 
Paralelo a este eixo estruturante da política de assistência social está sendo 
implementada a vigilância socioassistencial. Esta tem função protetiva que visa 
reconhecer nos territórios as vulnerabilidade e riscos sociais que atingem as famílias, 
bem como analisar os serviços, programas e benefícios socioassistenciais existentes, 
adequando-os de acordo com as demandas sociais locais e municipais (FRITZEN; 
MOSER; PEZZO, 2015). 
A LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social, 1993) foi alterada em 2011 para 
a inserção da vigilância socioassistencial entre as funções de proteção da política de 
assistência social. A vigilância visa analisar territorialmente a capacidade protetiva das 
famílias e nela a ocorrência de vulnerabilidades, de ameaças, de vitimização e danos 
(FRITZEN; MOSER; PEZZO, 2015). 
A vigilância deve orientar-se pelos princípios que compõem o modelo de 
proteção social não contributiva: universalidade; matricialidade sociofamiliar, 
descentralização compartilhada; territorialização e intersetorialidade ao mesmo tempo 
em que atua fundamentalmente em conjunto com as demais proteções estabelecidas 
pela política de assistência social: defesa de direitos e proteção social. 
Na NOB/SUAS, a vigilância socioassistencial é assinalada como uma das 
funções da política de assistência social, que deve ser realizada por intermédio da 
produção, sistematização, análise e disseminação de informações territorializadas. 
De acordo com as Orientações Técnicas da Vigilância Socioassistencial: 
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A Vigilância deve apoiar atividades de planejamento, organização e execução 
de ações desenvolvidas pela gestão e pelos serviços, produzindo, 
sistematizando, analisando informações territorializadas sobre: as situações 
de vulnerabilidade e risco que incidem sobre famílias e indivíduos; os padrões 
de oferta de serviços e benefícios socioassistenciais, considerando questões 
afetas ao padrão de financiamento, ao tipo, volume, localização e qualidade 
das ofertas e das respectivas condições de acesso. (MINISTÉRIO, 2014. 
apud. FRITZEN; MOSER; PEZZO, 2015) 
 
 
Assim, para alcançar seus objetivos a Vigilância Socioassistencial deve lançar 
mão de uma grande variedade de fontes e instrumentos de informação [...] trabalha 
tanto com dados coletados de forma qualitativa ou quantitativa e de forma primária ou 
secundária. (Ministério, 2014. apud. FRITZEN; MOSER; PEZZO, 2015). 
Entre os principais instrumentos e fontes de informação para a vigilância 
socioassistencial encontram-se: 
 O Cadastro Nacional do SUAS – CadSUAS; 
 Censo SUAS, Busca Ativa; 
 Registro Mensais de Atendimentos – RMA, Prontuário SUAS; 
 Consulta; 
 Seleção e Extração de Informações do CadÚnico – CECAD; 
 Sistema de Identificação de Domicílios em Vulnerabilidade – IDV; 
 Matriz de Informações Sociais e Relatórios de Informações Sociais – 
MI-SAGI e RI-SAGI; 
 SuasWEB entre outros instrumentos. 
 
A vigilância também se apropria de dados e indicadores sociais que podem ser 
operacionalizados como catalisadores das demandas e necessidades sociais das 
famílias e indivíduos. 
Contudo, muitas dessas ferramentas ainda estão em processo de apropriação 
e construção, não se aferindo realidade à atuação da vigilância socioassistencial em 
todos os entes federados (FRITZEN; MOSER; PEZZO, 2015). 
A vigilância socioassistencial surge frente a necessidade de subsidiar as ações 
da política de assistência social e tem como proposta ser uma função especializada e 
pública nas ações de monitoramento, avaliação e análise dos dados, indicadores, 
mapas, diagnósticos dentre tantas outras ferramentas que perpassam a rede de 
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serviços no SUAS. 
Nesse sentido, de acordo com Fritzen, Moser e Pezzo (2015), a vigilância tem 
um papel fundamental ao dar visibilidade e mensurar as demandas sociais das 
famílias em seus territórios. 
Entretanto, historicamente o trato com as famílias na assistência social se deu 
de modo autoritário, fiscalizador, com o intuito de controlar suas dinâmicas. É preciso 
questionar sobre a permanência de atuações conservadoras que se inserem na 
vigilância socioassistencial, ao promover ações fiscalizatórias sobre as famílias e ao 
“pacificar” os movimentos e as lutas sociais. 
Nesse contexto, Fritzen, Moser e Pezzo (2015) registram que apesar dos 
avanços observados, considera-se que a vigilância socioassistencial pode acabar 
refletindo retrocessos em suas ações. 
 
3.6 A matricialidade sociofamiliar materializada nos programas de proteção 
básica e especial 
 
De acordo com o falado no tópico anterior, há na PNAS (2004) e NOB/SUAS 
(2005) uma inovação significativa na concepção de família, que se define como um 
“grupo unido por laços conjugais, filiais ou fraternais/afetivos” (CRONEMBERGER; 
TEXEIRA, 2014, p. 102). 
Tal novidade contribui para romper com os estigmas construídos, reconhecer a 
inexistência de um modelo idealizado de família e admitir a sua capacidade plural de 
compor arranjos. 
Mas, conforme Cronemberger e Texeira (2014) pregam, ela é conservadora em 
termos das expectativas em relação à família e suas funções, contradição que seexpressa na condução do trabalho social com famílias. 
 
Na proteção básica, o trabalho com famílias deve considerar novas 
referências para a compreensão dos diferentes arranjos familiares..., partindo 
do suposto de que são funções básicas das famílias: prover a proteção e a 
socialização dos seus membros; constituir-se como referências morais, de 
vínculos afetivos e sociais; de identidade grupal, além de ser mediadora das 
relações dos seus membros com outras instituições sociais e com o Estado 
(BRASIL, 2005. apud. CRONEMBERGER; TEXEIRA, 2014). 
 
O principal serviço de proteção social básica do SUAS, que materializa a 
centralidade na família, é o PAIF, ofertado por meio dos serviços socioassistenciais, 
socioeducativos e de convivência, e os projetos de preparação para a inclusão 
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produtiva voltados às famílias, membros e indivíduos, conforme as necessidades 
identificadas no território. 
O PAIF é realizado exclusivamente pelo poder público nos CRAS e tem por 
perspectiva “o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, o direito à 
proteção social básica e ampliação da capacidade de proteção social e prevenção de 
risco no território de abrangência do CRAS” (BRASIL, 2005. apud. 
CRONEMBERGER; TEXEIRA, 2014). 
O PAIF, criado em 18 de abril de 2004 (Portaria nº 78) pelo MDS aprimorou a 
proposta do Plano Nacional de Atendimento Integrado à Família (PNAIF), implantado, 
em 2003, pelo governo federal. 
Em 19 de maio de 2004, o PAIF tornou-se “ação continuada da Assistência 
Social”, passando a integrar a rede financiada pelo governo federal (Decreto 
5.085/2004), saindo de programa para serviço (CRONEMBERGER; TEXEIRA, 2014). 
Dentre os pressupostos do PAIF, destaca-se: 
 
1- a família como modelo idealizado, inexiste, mas sim famílias que resultam 
de uma pluralidade de arranjos e rearranjos, estabelecidos pelos integrantes; 
2- a família deve ser apoiada pela proteção social de assistência social e ter 
acesso a condições para responder ao dever de sustento, guarda e educação 
de suas crianças, adolescentes e jovens à proteção dos seus membros em 
vulnerabilidade, principalmente idosos e pessoas com deficiência; 
3- o fortalecimento de possibilidades de convívio, educação e proteção social 
da família não restringe as responsabilidades públicas dessa proteção para 
com os indivíduos e a sociedade (BRASIL, 2006. apud. CRONEMBERGER; 
TEXEIRA, 2014). 
 
Segundo o parecer de Cronemberger e Texeira (2014) aparecem, no texto 
legal, as mesmas contradições da PAS porque o princípio é o mesmo, com avanços 
e recuos. Avanços porque se rompe com a ideia de modelo idealizado de família 
nuclear, e recuo porque, no segundo pressuposto, impõem-se limites e 
condicionalidades a um sujeito para receber proteção social. 
Ainda, segundo referidos autores, oferece-se apoio e exige-se que a família 
realize ações no seu âmbito restrito, atribuídas genericamente a todos os tipos 
familiares, independentemente das condições de vida e das formas de convivência. 
Isso se dá apesar da tentativa de não desresponsabilizar o poder público. 
Na proteção social especial presente no SUAS, o CREAS é a unidade pública 
e estatal de abrangência municipal ou regional que oferta, obrigatoriamente, o PAEFI. 
De acordo com a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, a 
Proteção Social Especial de Média Complexidade inclui o PAEFI, o Serviço 
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Especializado em Abordagem Social, o Serviço de Proteção Social a Adolescentes 
em Cumprimento de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida (LA) e de 
Prestação de Serviços à Comunidade (PSC), Serviço de Proteção Social Especial 
para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas Famílias e o Serviço Especializado para 
Pessoas em Situação de Rua. 
Compete ao CREAS ofertar e referenciar serviços especializados de caráter 
continuado para famílias e indivíduos em situação de risco pessoal e social, por 
violação de direitos e por violência, expressa em maus-tratos, negligência, abandono, 
discriminações, entre outras. 
A busca é a de resgatar vínculos familiares e sociais rompidos, apoiando-se a 
construção ou reconstrução de projetos pessoais e sociais. Na verdade, a centralidade 
da família no CREAS tem como objeto: 
 
[...] compreender, em um determinado contexto, como se constroem e se 
expressam as relações familiares entre seus membros. Essa perspectiva não 
visa responsabilizar a família e seus componentes no tocante às vicissitudes 
que vivenciam no seu cotidiano, mas contextualizar a situação vivida e 
recolocar o papel do Estado como provedor de direitos por meio das políticas 
sociais, fornecendo instrumentos de apoio e sustentação necessários para a 
proteção social das famílias (BRASIL, 2011. apud. CRONEMBERGER; 
TEXEIRA, 2014). 
 
Isso significa um avanço pelo reconhecimento de que as vicissitudes e 
infortúnios que acometem as famílias em situação de risco social e pessoal não são 
de responsabilidade delas, o que recoloca o papel do Estado como provedor de 
direitos e responsável pela proteção social. 
O PAEFI, por exemplo, oferta serviços de apoio, orientação e acompanhamento 
a famílias com um ou mais de seus membros em situação de ameaça e violação de 
direitos. Esses serviços, ofertados nos CREAS, têm como objetivos: 
 
i) O fortalecimento da função protetiva da família; ii) A construção de 
possibilidades de mudança e transformação em padrões de relacionamento 
familiares e comunitários com violação de direitos; iii) A potencialização dos 
recursos para a superação da situação vivenciada e a reconstrução de 
relacionamentos familiares, comunitários e com o contexto social, ou 
construção de novas referências, quando for o caso; iv) O empoderamento e 
a autonomia; v)O exercício do protagonismo e da participação social; vi) O 
acesso das famílias e indivíduos a direitos socioassistenciais e à rede de 
proteção social; vii) A prevenção de agravamentos e da institucionalização 
(BRASIL, 2011. apud. CRONEMBERGER; TEXEIRA, 2014). 
 
São, por sua vez, objetivos do PAEFI: 
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i) Contribuir para o fortalecimento da família no desempenho de sua função 
protetiva; ii) Processar a inclusão das famílias no sistema de proteção social 
e nos serviços públicos, conforme as necessidades; iii)Contribuir para 
restaurar e preservar a integridade e as condições de autonomia dos 
usuários; iv)Contribuir para romper com padrões violadores de direitos no 
interior da família; v)Contribuir para a reparação de danos e da incidência 
deviolação de direitos; vi)Prevenir a reincidência de violações de direitos 
(BRASIL, 2009. apud. CRONEMBERGER; TEXEIRA, 2014). 
 
Nesse contexto, Cronemberger e Texeira (2014) destacam que os objetivos do 
CREAS e do PAEFI também demarcam peculiaridades de retrocessos na condução 
de uma política que deveria ser desfamilizante quando reafirma a necessidade de 
fortalecimento e potencialização da função protetiva da família, mesmo com vínculos 
já violados. “É como se a solução para o problema fosse a falta de proteção social 
exercida pelas famílias ou seu uso inadequado, tentando-se ajustá-la nos intramuros 
familiares” (p. 104). 
Ora, embora a família seja um dos agentes de violação de direitos, ela o faz 
por desconhecimento, traços culturais patriarcais, pelo uso de álcool e outras 
drogas, associados ao desemprego, à precariedade de condições de vida, e 
à falta de expectativas sociais (CRONEMBERGER; TEXEIRA, 2014, p. 104). 
 
O primeiro objetivo do PAEFI, segundo os autores citados, é contraditório em 
relação aos demais, mas avançado quando reconhece a necessidade do 
empoderamento e autonomia das famílias, o exercício da participação social, 
articulação com serviçossocioassistenciais de proteção básica, a busca de reparação 
dos danos e a prevenção da reincidência das violações de direitos. 
Eles reforçam que a proteção social especializada deve se dirigir à família que, 
enquanto espaço contraditório e ambíguo, pode constituir um dos espaços de violação 
de direitos, submissões e violências. Essa situação requer trabalho educativo de 
reabilitação para a convivência familiar, mas sem cair em culpabilizações estéreis. 
Ao Estado cabe, nesse contexto, prover serviços especializados de tratamento 
das situações provocadoras de violação e incluir os membros familiares naqueles que, 
de fato, alterem-lhes a condição de risco social e carências extremas, buscando 
construir relações sociais e familiares menos assimétricas, e mais horizontais, 
fundadas no respeito mútuo e na cultura de direitos (CRONEMBERGER; TEXEIRA, 
2014). 
 
Essa duvidosa proteção social à família, reconhecida de um lado como direito 
e, de outro, como significante parceria, exige contrapartidas do grupo, 
ampliando-se as responsabilidades familiares ao invés de independentizar os 
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indivíduos dos seus cuidados e recursos, como seria próprio de uma política 
desfamiliarizante. Isso dá sustentáculo à ideia de que a proteção social se 
desvia da rota da garantia do direito quando, para ser concretizada, requer 
parceria (CRONEMBERGER; TEXEIRA, 2014, p. 105). 
 
A ausência ou a limitada rede de atenção socioassistencial, sua filantropização 
e precarização, e a retomada da família como parte essencial dela, com funções 
potencializadas para prevenir os riscos sociais, padecem de um acentuado 
conservadorismo, considerando que famílias pobres acumulam vulnerabilidades e 
fragilidades e precisam de serviços inclusivos e socioeducativos emancipatórios, os 
únicos capazes de oferecer à política social uma perspectiva preventiva e de 
investimento social (CRONEMBERGER; TEXEIRA, 2014). 
A centralidade da família na política social, em especial na assistência social, 
ocorre para Cronemberger e Texeira (2014) num cenário marcado, de um lado, pelos 
movimentos sociais que lutavam pela desinstitucionalização das práticas assistenciais 
e, de outro, pelo avanço das propostas neoliberais de redução do Estado e o retorno 
das demandas de proteção social para canais naturais como família e mercado. 
Para os autores em questão, as influências neoliberais e a manutenção da 
intervenção do Estado cada vez mais focalizada geraram um novo modelo de proteção 
social, que envolve o mix público/privado ou o pluralismo de bem-estar social, 
reafirmado na noção de rede socioassistencial. 
Não significa, segundo eles, dizer que o modelo da PNAS e da NOB/SUAS seja 
conservador e neoliberal, até porque, é uma tentativa de efetivação da PAS como 
política pública. Entretanto, elas absorvem, no seu desenho, a nova cultura ou o 
consenso no modo de fazer política social, envolvendo o mix público/privado na 
composição das redes. 
O privado, a sua vez, é também a própria família, as comunidades e 
organizações não governamentais, tomadas como parceiros, sendo função do poder 
público coordenar, financiar e potencializar essa rede, na qual se espera, por parte da 
família, a utilização de seus recursos e sua solidariedade e o cumprimento das 
funções clássicas de sustento, socialização, educação e cuidados, o que amplia o 
trabalho das mulheres, historicamente responsabilizadas por esses serviços 
(CRONEMBERGER; TEXEIRA, 2014). 
Ressalta-se que muitas das novas formas de organização familiar, como as 
famílias chefiadas por mulheres, as monoparentais, ou a de um único provedor em 
situação de trabalho precário e irregular acumulam pobreza, vulnerabilidades e 
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dificuldades de cuidados aos membros dependentes, sendo-lhes impossível atuar de 
forma preventiva. Responsabilizá-las ainda mais e potencializar-lhe funções clássicas, 
de acordo com Cronemberger e Texeira (2014), só aumentaria o sentimento de culpa 
por não poder cumpri-las, conforme as expectativas sociais. 
Cronemberger e Texeira (2014), assinalam que a crítica mais contundente à 
afirmação da família como referência das políticas públicas, na atualidade, está 
associada à regressão da participação do Estado na provisão de bem-estar e a 
consequente privatização das respostas às refrações da questão social, tomadas 
agora como “casos de famílias”. 
Ou seja, segundo eles, desvia-se da rota da garantia dos direitos sociais por 
meio de políticas públicas de caráter universal e entra-se na rota da focalização das 
políticas públicas, nos segmentos mais pauperizados da população, em parceria com 
as organizações não governamentais de assistência. 
Nesse sentido, fortalece-se significativamente o privado, como instância de 
provisão de bem-estar, apostando nas organizações da sociedade civil e da família 
como provedoras de serviços (CRONEMBERGER; TEXEIRA, 2014). 
Destarte, Cronemberger e Texeira (2014) defendem que a proteção social 
primária deve permanecer no âmbito das relações informais guiadas pelo amor, 
solidariedade e cooperação (exceto quando destrutivas e geradoras de violação de 
direitos), de modo que a função de uma política pública é oferecer serviços de 
proteção básica e especial que sejam preventivos ou especializados e trabalho 
socioeducativo emancipatório, não apostando, potencializando e fortalecendo essas 
funções da família como forma de prevenir e tratar os problemas sociais. 
Como destacado, a família protege, regida pelos princípios de afetividade, 
cooperação e solidariedade, pois é uma unidade especializada de vínculos e relações 
de pertencimento que não precisa ser formalizada, administrada ou responsabilizada 
pelo Estado. As restrições formais imputadas à família são formas de responsabilizá- 
la e punir a que não cumpra os ditames impostos pelas legislações. 
Em relação à direção da centralidade na família, a PNAS/2004 ora a reconhece 
como sujeito de direitos e sujeita à proteção social, ora a toma como agente de 
proteção social natural e informal, que tem de ser potencializada com novas 
competências para cuidar melhor de seus integrantes e minimizar a necessidade de 
serviços públicos, reduzindo-se as demandas ao Estado (CRONEMBERGER; 
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TEXEIRA, 2014). 
Mesmo dito isso, o SUAS representa uma clara possibilidade de avanço na sua 
organização e no seu legítimo reconhecimento como política de seguridade social, 
ainda que existam diversas questões a serem discutidas e repensadas, como a 
matricialidade sociofamiliar, que passa a ter papel de destaque no âmbito do SUAS e 
merece ser melhor decifrada, debatida e redefinida (CRONEMBERGER; TEXEIRA, 
2014). 
O próprio esboço da incorporação do PAIF e PAEFI como serviço, 
caracterizando, assim, ações de natureza continuada e com financiamento regulado 
é um avanço e demanda novas perspectivas de trabalho social com famílias, numa 
dimensão de efetivação de direitos e numa lógica de emancipação e protagonismo 
social (CRONEMBERGER; TEXEIRA, 2014). 
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