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Ocorrência dos Conteúdos nos Vestibulares Apesar das questões estarem vinculadas a um texto de apoio, é necessário conhecimento do conteúdo, em especial, dos conceitos, já que, dificilmente, haverá questões que envolvam matemática na área de genética. Bioquímica e genética são assuntos com grande incidência na Fuvest. Genética é um tema recorrente, em especial, a segunda lei de Mendel. Questões conceituais de bioquímica tendem a aparecer. Bioquímica e genética são dois temas de grande importância para o candidato que deseja prestar o vestibular da Unifesp. Atente às reações bioquí- maicas e treine cruzamentos genéticos. A Unesp mantém questões de bioquímica, de forma frequente, porém, com conceitos mais básicos. O conteúdo de genética também é cobrado, mas em menor proporção. É um vestibular bastante recente, o que dificulta analisar a incidência temática a longo prazo. No entanto, evidenciaram-se questões envolvendo a leitura de heredogramas e expressão gênica (mecanismos de regulação de DNA e RNA). Pelo recente formato, a prova encontra-se em situação semelhante ao Albert Einstein. Contudo, aparecem questões com cruzamentos e experi- mentos de Mendel. Dentre os tópicos de genética, há destaque para os cruzamentos e mecanismos de regulação da expressão gênica. Em bioquímica, fotossíntese marca presença e tende a cair associada a conceitos botânicos. Já em genética, é possível que o candidato se depare com questões envolvendo leitura de heredograma, expressão gênica e cálculos com mais de um gene envolvido. É garantida a presença de questões que envol- vam processos metabólicos, como respiração celular e fotossíntese, e genética, focando, prin- cipalmente, conceitos como leitura de cariótipo e expressão gênica. Genética é um assunto recorrente nessa prova, com questões de leitura de heredogramas e as leis de Mendel. Para essa prova, é importante dominar a leitura de cariótipos e conhecer bem os cruzamentos da primeira lei de Mendel. A bioquímica é um assunto extremamente cobrado, chegando a ocupar 50% da prova. São recorrentes questões associadas à citologia. Já a genética se faz presente, mas em proporção menos expressiva. A Unigranrio costuma cobrar conceitos relacio- nados à genética em suas provas, focando na natureza do DNA e do RNA, leitura de cariótipos e conceitos básicos. O candidato deve encontrar questões envolvendo cruzamentos e leituras de heredogramas. Teorico-Bio-Volume-3.indb 106Teorico-Bio-Volume-3.indb 106 16/05/2023 16:12:4016/05/2023 16:12:40 VOLUME 3 | Ciências da Natureza e suas tecnologias 107 Metabolismo Energético Celular I BIOLOGIA 3 Aulas: 25 e 26 Competência(s): 5 Habilidade(s): 18 1. Metabolismo celular O metabolismo celular é responsável por uma série de reações bioquímicas que ocorrem nas células, essen- ciais para a manutenção, manifestação e propagação da vida. Ele pode ser dividido em três tipos, com base nas estruturas celulares e nas substâncias químicas envolvidas: metabolismo energético, de construção e de regulação. Além disso, existem duas ideias importantes sobre o meta- bolismo celular: anabolismo, que envolve reações quími- cas de síntese para produzir moléculas maiores a partir de moléculas menores, e catabolismo, que envolve reações químicas de degradação para transformar moléculas gran- des em unidades menores. O metabolismo celular é o conjunto de todas as rea- ções químicas que ocorrem nas células e é responsável pelos processos de síntese e degradação dos nutrientes, sendo fundamental para o crescimento e reprodução das células. Embora a glicose seja a fonte energética mais fre- quente, os organismos podem obter energia a partir de outras moléculas orgânicas, como açúcares, aminoácidos e ácidos graxos. Os organismos heterotróficos podem obter glicose alimentando-se de organismos autotróficos fotos- sintetizantes, que são capazes de produzi-la ATP: as baterias de energia Após a digestão de carboidratos, a molécula de glicose é liberada na circulação sanguínea e é utilizada como prin- cipal fonte energética das células. No entanto, a energia contida nas ligações entre os átomos de carbono da gli- cose não pode ser liberada de uma só vez, pois isso pode danificar as células. A respiração celular é o processo de quebra gradual das moléculas de glicose para a liberação de energia. Durante esse processo, a energia liberada é transferida para moléculas de adenosina trifosfato, ou ATP, que servem como reservatórios temporários de energia. A quebra da glicose libera energia que liga o fosfato inorgânico (Pi) à adenosina difosfato (ADP), gerando ATP. O ATP se difunde por toda a célula e é utilizado como fonte de energia para realizar as atividades celulares. Quando ocorre a conversão de ATP em ADP e Pi para liberar ener- gia, a ligação entre ADP e Pi é reversível, e os ADPs são recarregados toda vez que há liberação de energia na que- bra da glicose. O processo de recarga do ATP é constante e essencial para manter a célula funcionando adequada- mente. Adenosina Ribose O CH 2P P PO O O O O O O - - - - Energia disponível para o trabalho celular e para a síntese química Energia da luz ou dos alimentos O CH 2P PO O O O O - - - PO O O - - O- + Adenosina Ribose ATP ADP CH 2OP O O - O- P O O - O P O O - O H OH OH H O HC N N N C C C N CH Adenina NH 2 RiboseGrupos fosfato ATPEstrutura da adenosina trifosfato A estrutura do ATP O ATP é um composto derivado de nucleotídeo que contém uma base nitrogenada (adenina) e um monossa- carídeo (ribose). A adenosina pode se ligar a um grupo fosfato formando AMP (adenosina monofosfato) ou a dois grupos fosfato formando ADP (adenosina difosfato). Quando há energia disponível na célula, é possível ligar mais um grupo fosfato às moléculas de ADP, formando o ATP. A ligação entre o segundo e o terceiro grupo fosfato de uma molécula de ATP é altamente energética, e sua quebra libera cerca de 7 kcal/mol. Essa energia é utilizada para realizar trabalhos celulares, como contração muscular e atividades neuronais. Quando ocorre a quebra do ATP em ADP, a energia liberada é utilizada pelas células para executar suas funções. Teorico-Bio-Volume-3.indb 107Teorico-Bio-Volume-3.indb 107 16/05/2023 16:12:4016/05/2023 16:12:40 Biologia 108 Transportadores de elétrons As moléculas NAD+, NADP e FAD possuem uma com- plexa estrutura que permite a captação de elétrons e átomos de hidrogênio liberados durante reações quí- micas que ocorrem no interior das células. Essas molécu- las são conhecidas como transportadoras de hidrogênio e aceptoras de elétrons e são representadas em sua forma oxidada pelo NAD+, NADP+ e FAD. O NAD+ e o FAD são nucleotídeos unidos às vitami- nas nicotinamida e riboflavina, respectivamente. Dessa forma, NAD+ significa Nicotinamida-Adenina-Dinucleotí- deo e FAD significa Flavina-Adenina-Dinucleotídeo. Já o NADP possui um grupo fosfato (P) adicionado ao NAD. Quando NAD+, NADP+ e FAD recebem elétrons e hi- drogênios, suas formas oxidadas são reduzidas. O NAD+ é reduzido a NADH, o NADP+ é reduzido a NADPH e o FAD é reduzido a FADH2. Apesar de serem substâncias parecidas, NAD+ e NADP+ possuem funções distintas na célula. Enquanto o NAD+ atua em processos de quebra de moléculas (cata- bólicos), como respiração e fermentação, o NADP+ atua em processos de síntese (anabólicos), como fotossíntese e quimiossíntese. Essas moléculas são essenciais para o funcionamento celular, permitindo a realização de diversas atividades metabólicas. 2. Respiração celular Ribossomos ATP sintase DNA mitocondrial Espaço entre membranas Cristas mitocondriais Membrana externa Membrana interna Grânulos Matriz A respiração celular é o processo pelo qual as células extraem a energia química armazenada em moléculas de substâncias orgânicas. A intensidade da respiração celu- lar está relacionada com a demanda metabólica de cadacélula e pode ser medida pela quantidade de gás carbô- nico liberado e oxigênio absorvido. Para efetivamente ex- trair energia dos nutrientes para a atividade celular, são necessários três processos bioquímicos: glicólise, ciclo de Krebs e fosforilação oxidativa. A glicólise ocorre no citosol e não consome oxigênio, o ciclo de Krebs ocorre na ma- triz mitocondrial e também não consome oxigênio. Já a fosforilação oxidativa ocorre nas membranas internas das mitocôndrias e é a única etapa que consome oxigênio. Glicólise É um processo anaeróbico que pode ocorrer em dife- rentes tipos de células e é capaz de produzir energia a par- tir da molécula de glicose. Esse processo envolve a ação de um conjunto de enzimas que gradualmente modificam a molécula de glicose, resultando na produção de duas moléculas de ácido pirúvico (C3H4O3) e na liberação de energia armazenada em duas moléculas de ATP. Na primeira etapa desse processo, que consiste na modificação da molécula de glicose, são utilizadas duas moléculas de ATP, uma vez que as enzimas necessitam de energia para realizar sua função. No entanto, ao final do processo, são produzidas quatro moléculas de ATP, resul- tando em um saldo energético de dois ATPs a cada molé- cula de glicose. É importante ressaltar que a fermentação é uma for- ma de obtenção de energia menos eficiente do que a res- piração celular aeróbica, uma vez que produz menos ATP por molécula de glicose. Além disso, a fermentação pode resultar na produção de subprodutos indesejados, como o álcool etílico e o ácido láctico. Ciclo de Krebs ou ciclo do ácido cítrico c c c cc c c c c c c c c c c c c c c c c c c c c c c c c c c Ciclo do ácido cítrico Oxaloacetato Citrato Isocitrato -cetoglutaratoα Malato Fumarato Succinil-Coa Succinato CoA CoA CoA +NAD NADH + c O 2 +NAD NADH + c O 2 NADH +NAD GTP GDP ADP ATP FAD FADH 2 OOH OOH OOH OOH OOH OOH OOH OOH OOH HOO OOH OOH OOH OOH Acetil-CoA H o 2 CoAH C 3 C O OOH OOH OOH c c c c c c Fonte: https://images.app.goo.gl/qF2hZhmtkY8pguge9 O processo de obtenção de energia nas células, a par- tir da respiração celular, ocorre na mitocôndria. O ácido pirúvico, formado na glicólise, é transformado em acetil- -coenzima A, que reage com o ácido oxalacético, forman- do uma molécula de seis carbonos, o ácido cítrico (citrato). Esse ácido passa por uma série de reações químicas cícli- cas, liberando CO2 e hidrogênios que são transportados por aceptores (NAD+ e FAD) e citocromos em um processo de oxidação-redução, resultando na produção de molécu- las de NADH e FADH2, além de prótons H+. Teorico-Bio-Volume-3.indb 108Teorico-Bio-Volume-3.indb 108 16/05/2023 16:12:4116/05/2023 16:12:41
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