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Capítulo 592 v x (t 3 = 2 s) v (t 2 = 1 s) v (t 1 = 0) a a a Figura a. v (t 3 = 2 s) v (t 2 = 1 s) v (t 1 = 0) x a a a Figura b. 12. Na figura, a partícula está, no instante t = 0, prestes a se mover. Ela está sob a ação de uma aceleração a que será mantida constante por alguns segundos. Descreva, no instante t = 1,0 s, qual é a classificação do movimento relativamen- te à sua velocidade, bem como se ele é acelerado ou retardado. v = 0 a (t 1 = 0) v a (t 2 = 1 s) α + v Lu iz A u g u st o R ib ei R o Exercícios de Aplicação 7. Um corpo em movimento apresenta, num dado ins- tante, aceleração escalar α = +2,0 m/s2. Podemos afirmar que o seu movimento é acelerado? Resolução: Não. Apenas o sinal positivo da aceleração esca- lar não é suficiente para classificar o movimento. Ele pode ser acelerado ou retardado. Observemos: 1º. caso: Se o corpo tiver velocidade escalar positiva (v > 0) e α > 0, ou seja, movimento acelerado. 2º. caso: Se o corpo tiver velocidade escalar negativa (v < 0) e α > 0, ou seja, movimento retardado. 8. Um móvel está, num dado instante, em movimen- to progressivo e retardado. a) Quais são os sinais algébricos da velocidade escalar e da aceleração escalar? b) Se invertermos a orientação da trajetória, o movimento tornar-se-á acelerado? Resolução: a) No movimento progressivo: v > 0. No movimento retardado: α e v têm sinais contrários. Logo, α < 0. b) A classificação do movimento como retarda- do não depende da orientação da trajetória e, assim, o movimento continua retardado. Invertendo a trajetória, a velocidade e a ace- leração mudam de sinais, mas continuam com sinais contrários: v < 0 e α > 0. 9. Classifique os movimentos representados nas figuras a, b e c. Apenas indique se é acelerado ou retardado. Nas figuras, v é a velocidade e α é a aceleração. v Figura .a α v Figura .b α v Figura .c α 10. Um móvel percorre uma trajetória com velocidade escalar positiva e aceleração escalar negativa, fazendo com que ele venha a parar no instante t = 5,0 s. Imediatamente, o móvel retoma o seu movimento, no mesmo sentido, aumentando gra- dativamente a velocidade escalar. Classifique o movimento, usando os conceitos de progressivo-retrógrado e de acelerado-retardado: a) para um instante t < 5,0 s, antes de o móvel parar; b) para um instante t > 5,0 s, na retomada do movimento. Exercícios de Reforço 11. Classifique os movimentos das figuras a e b, usando os conceitos de movimento acelerado e retardado. Nas figuras, v representa a velocidade e a representa a aceleração. zA pt iL u st R A ç õ es : zA pt Movimento uniformemente variado (MUV) 93 6. Movimento uniformemente variado (MuV) Quando a aceleração escalar de uma partícula é diferente de zero e não varia com o tempo, o seu movimento é denominado uniformemente variado. Existem muitos exemplos em que é possível se manter constante a aceleração escalar. um carro está parado num semáforo e, ao sinal verde, começa a movimentar-se; ainda que por um curto intervalo de tempo, o movimento pode ser realizado sob ace- leração escalar praticamente constante. um carro que, na estrada, está em baixa velocidade, poderá aumentá-la, acelerando de modo constante, ou seja, fazendo a velocidade variar uniformemente. Quando deixamos cair uma borracha escolar no chão e esta percorre uma trajetória retilínea vertical, seu movimento pode ser considerado uniformemente variado. Esses e muitos outros exemplos de nosso cotidiano nos levaram a fazer um estudo em separado do movimento uniformemente variado (MuV) e a elaborar para ele um grupo especial de equações e respectivos gráficos. 7. a velocidade escalar no MuV Como a aceleração escalar é constante, a aceleração média é igual à instantânea e podemos escrever: α = α m = v – v 0 t – t 0 • v 0 é a velocidade escalar para t 0 = 0, denominada de velocidade escalar inicial. • v é a velocidade escalar para um instante genérico t. Da equação acima se escreve: v = v 0 + αt 1 Essa equação nos informa o valor da velocidade escalar instantânea para um dado valor de t. Vamos denominá-la equação horária da velocidade. diagramas horários da velocidade e da aceleração Como a equação horária da velocidade é do 1º. grau em t, podemos concluir também que o gráfico da função que ela representa é uma reta oblíqua ao eixo do tempo. A função será crescente se a aceleração escalar for positiva (α > 0), como na figura 6. A função será decrescente se a aceleração escalar for negativa (α < 0), como na figura 8. Por outro lado, se a aceleração escalar for constante, o seu gráfico será uma reta paralela ao eixo do tempo. temos duas possibilidades, devido ao sinal da aceleração, como nos mostram as figuras 7 e 9. v v 0 0 t Figura 6. Gráfico da veloci- dade no MUV para α > 0. α 0 t Figura 7. Gráfico da aceleração escalar no MUV para α > 0. v 0 v 0 t Figura 8. Gráfico da veloci- dade no MUV para α < 0. α 0 t Figura 9. Gráfico da aceleração escalar no MUV para α < 0. os gráficos retilíneos das figuras 6 e 8 mostram que a velocidade escalar varia uniforme- mente com o tempo, daí o nome dado ao movimento: uniformemente variado. Capítulo 594 v 0 α s 0 + Figura 10. A partícula no instante inicial t = 0. 31 5 + v 0 = 5 m/s s (m) α = 6 m/s2 Figura 11. 86 10 α = 8 m/s2v0 = –3 m/s + s (m) Figura 12. 0–5 5 v 0 = 2 m/s α = –4 m/s2 + s (m) Figura 13. posição s s 0 0 t tempo Figura 14. Válido para α > 0. t tempo posição s s 0 0 Figura 15. Válido para α < 0. Lu iz A u g u s t o R ib E iR o 8. Posição do móvel em função do tempo Consideremos uma partícula que ocupa, no instante t = 0, a posição de abscissa s 0 , com velocidade escalar instantânea v 0 , cujo movimento tenha uma aceleração escalar constante α (fig. 10). sua nova posição s em qualquer instante t é dada pela equação do 2º. grau: s = s 0 + v 0 t + α 2 t2 2 Mais adiante, neste mesmo capítulo, na página 103, faremos a de- monstração dessa equação. Agora vamos nos limitar ao seu estudo e ao da função que ela representa. os termos s 0 , v 0 e α são conhecidos como parâmetros do movimen- to, enquanto s e t são as variáveis. Apenas para ilustrar como se monta uma equação horária de um MuV, vamos considerar os casos ilustrados nas figuras 11, 12 e 13, que represen- tam um carro e seus parâmetros no instante t = 0. a) Na figura 11, a equação horária de posições é dada por: s = 3 + 5t + 6 2 t2 s = 3 + 5t + 3t2 (unidades do si) b) Na figura 12, a equação horária é dada por: s = 8 – 3t + 8 2 t2 ⇒ s = 8 – 3t + 4t2 (unidades do si) c) Finalmente, na figura 13, a equação horária é dada por: s = 0 + 2t – 4 2 t2 ⇒ s = 2t – 2t2 (unidades do si) análise dimensional dos termos da equação [s] = L [s 0 ] = L [v 0 ] = L t [α] = L t2 s = s0 + v0t + 1 2 αt2 ↓ ↓ ↓ ↓ L L L t · t L t2 · t2 Pela análise dimensional de cada termo, verificamos que a equação é homogênea e todos os seus termos têm a mesma dimensão: L. diagrama horário posição × tempo Como a equação horária das posições é do 2º. grau em t, o gráfico da função que ela representa é uma parábola. A concavidade dessa parábola depende do sinal do termo do 2º. grau, ou seja, da aceleração escalar α. As figuras 14 e 15 apresentam as duas pos- sibilidades desse gráfico: com a concavidade para cima ou com a concavidade para baixo. os diagramas horários das posições serão discutidos no decorrer deste capítulo.