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472 UNIDADE 3 | ÓPTICA GEOMÉTRICA 14. Construção gráfica das imagens nos espelhos esféricos Para construir a imagem de um ponto conjugada por um sistema óptico, ne- cessitamos de pelo menos dois raios luminosos incidentes. Em relação ao traçado das imagens fornecidas pelos espelhos esféricos, devemos utilizar os raios lumi- nosos particulares descritos na seção anterior. Considere, por exemplo, o espelho con- vexo ao lado, diante do qual há um objeto AB que tem o extremo B no eixo principal. Nes- se caso, para obter a imagem de AB, basta obtermos a imagem do extremo A, pois a imagem correspondente ao extremo B esta- rá situada no eixo principal. Observe que, nessa situação, a imagem formada é: • virtual: obtida pelo cruzamento dos prolongamentos dos raios refletidos (situada “atrás do espelho”); • direita: “de cabeça para cima” em relação ao objeto; • menor: o “tamanho” da imagem é menor que o do objeto. É importante destacar que: V F C A' A B B' O Feijão de Chicago A escultura Cloud Gate (ou The Bean), do artista Anish Kapoor, é uma imensa obra de arte localizada no Millenium Park de Chicago. Feita com cerca de 170 placas de aço inoxidável, o trabalho encan- ta os visitantes desse simpático local por refletir vários edifícios importantes da cidade norte-americana. A superfície convexa da escultura (não esférica, nem tampouco gaussiana) produz imagens virtuais, direitas e menores dos objetos à sua frente. JÁ PENSOU NISTO? Aumentando ou diminuindo a distância entre a peça de xadrez (cavalo) e a superfície refletora do espelho convexo, a imagem mantém suas características: virtual, direita e menor que o objeto. Na fotografia, imagem real, invertida e menor produzida por um espelho esférico côncavo de um objeto situado além de seu centro de curvatura. As características das imagens produzidas pelos espelhos côncavos, por sua vez, dependem da posição do objeto em relação ao espelho. Há cinco casos importantes a considerar: 1 o Objeto além do centro de curvatura Características da imagem: • real: formada pelo cruzamento efetivo dos raios refletidos; • invertida: “de cabeça para baixo” em relação ao objeto; • menor: o "tamanho" da imagem é menor que o do objeto. C A' B F A B' V C J T /Z a p t/ A rq u iv o d a e d it o ra C J T /Z a p t/ A rq u iv o d a e d it o ra A um objeto real, um espelho esférico convexo conjuga uma imagem sempre virtual, direita e menor, compreendida entre o foco principal e o vértice, independentemente da distância do objeto à superfície refletora. G IP h o to S to ck /S c ie n c e S o u rc e /L a ti n s to ck T h a le s T ri g o /A rq u iv o d a e d it o ra B u s a ra /S h u tt e rs to ck 2CONECTEFIS_MERC18Sa_U3_Top2_p439a493.indd 472 7/7/18 2:29 PM 473TÓPICO 2 | REFLEXÃO DA LUZ 2o Objeto no plano frontal, que contém o centro de curvatura Características da imagem: • real; • invertida; • do mesmo tamanho que o objeto. 3o Objeto entre o centro de curvatura e o foco Características da imagem: • real; • invertida; • maior: o “tamanho” da imagem é maior que o do objeto. Observe que as imagens reais obtidas de ob- jetos também reais são sempre invertidas. 4o Objeto no plano focal Características da imagem: Nesse caso, como os raios luminosos emer- gentes do sistema são paralelos entre si, a ima- gem “forma-se no infinito”, sendo, portanto, imprópria. 5o Objeto entre o foco e o vértice Características da imagem: • virtual; • direita; • maior. Esse é o único caso em que, de um objeto real, o espelho côncavo conjuga imagem virtual. C A' A B B' F V C J T /Z a p t/ A rq u iv o d a e d it o ra A' A B B' FC V A B FC V (`) A BF B' A' a a V Duas imagens: duas classificações Nesta fotografia, visualiza-se a imagem virtual, direita e maior de uma vela colocada entre o foco e o vértice de um espelho esférico côncavo. Visualiza-se também a imagem de um bo- neco colocado de cabeça para cima além do centro de curvatura do espelho. Essa imagem é real, menor e invertida, apresentando-se de cabeça para baixo em relação ao boneco. JÁ PENSOU NISTO? Para o dentista ver melhor! Uma ferramenta obrigatória no exercício da Odontologia é o “espelhinho”, uti- lizado pelo dentista para observar a parte interna dos dentes do paciente. Esse “espelhinho” é côncavo e tem distância focal próxima de 40 mm. Com isso, o den- te a ser examinado fica compreendido entre o plano focal e o vértice, fazendo com que o utensílio óptico produza uma imagem virtual, direita e ampliada do dente. JÁ PENSOU NISTO? C J T /Z a p t/ A rq u iv o d a e d it o ra C J T /Z a p t/ A rq u iv o d a e d it o ra C J T /Z a p t/ A rq u iv o d a e d it o ra S é rg io D o tt a J r. / A rq u iv o d a e d it o ra A fr ic a S tu d io /S h u tt e rs to ck 2CONECTEFIS_MERC18Sa_U3_Top2_p439a493.indd 473 7/7/18 2:29 PM 474 UNIDADE 3 | ÓPTICA GEOMÉTRICA C J T /Z a p t/ A rq u iv o d a e d it o ra Determinando o valor da distância focal Há um método prático de determinar o valor aproximado da distância focal de um espelho es- férico côncavo. Além do espelho côncavo (que deve ter pequeno ângulo de abertura), você precisará de um ante- paro, uma vela e uma régua. Material necessário • 1 vela ou uma pequena lâmpada LED em forma de bastão (para um melhor resul- tado); • 1 régua ou trena; • 1 espelho esférico côncavo; • 1 anteparo translúcido. anteparo translúcido vela espelho esférico côncavo régua Procedimento I. Coloque a vela ao lado do anteparo e faça com que a superfície refletora do espelho, previamente fixado, fique voltada para esse conjunto. II. Movimente lentamente a vela e o anteparo, mantendo-os sempre emparelhados, procu- rando fazer com que a luz refletida pelo es- pelho incida sobre o anteparo. Inicialmente, você observará uma mancha luminosa desfocada projetada no antepa- ro, mas, movimentando o conjunto ve- la-anteparo convenientemente, a mancha vai se definindo até constituir-se em uma imagem nítida, devidamente focalizada, da vela. Faça você mesmo Nesse momento, o conjunto vela-anteparo estará posicionado na região do centro de curvatura do espelho e a imagem projeta- da (real) será invertida e terá o mesmo tamanho da vela. C F imagem V objeto III. Medindo com a régua a distância do espe- lho ao conjunto vela-anteparo, você obterá o raio de curvatura R do espelho. IV. Dividindo R por 2, você terá determinado o valor da distância focal f: f 5 R 2 Desenvolvimento 1. Qual o valor do raio de curvatura encontrado nesse experimento? 2. Qual foi o valor da distância focal encontrada? 3. A régua é um bom instrumento de medida para achar o raio de curvatura? 4. Verifique com seus colegas os valores encon- trados para a distância focal. Este experimento envolve fogo. Cuidado tambŽm ao manusear os espelhos. C J T /Z a p t/ A rq u iv o d a e d it o ra C J T /Z a p t/ A rq u iv o d a e d it o ra 2CONECTEFIS_MERC18Sa_U3_Top2_p439a493.indd 474 7/7/18 2:29 PM