Prévia do material em texto
523TÓPICO 3 | REFRAÇÃO DA LUZ 43. (CPAEN-RJ) Observe a figura fora de escala a seguir. Um marinheiro observa verticalmente o fundo do rio pela proa do navio. A distância entre seus olhos e a superfície da água é de 15 m. Os índices de refração do ar e da água são 1,00 e 1,33, respectivamente. A profundidade real do rio é de 10 m. Qual o valor da profundidade virtual que o marinheiro observará? a) 7,5 m b) 8,6 m c) 10 m d) 12,6 m e) 13,3 m 44. História de pescador? O aruanã prateado (Osteoglossum bicirhosum) é um peixe amazônico de escamas muito cobiçado pelos praticantes da pesca esportiva. Isso porque, uma vez fisgado, ele realiza saltos espetaculares, podendo elevar-se cerca de dois metros acima da superfície da água. Em seu ambiente natural, o aruanã também surpreende ao emergir subita- mente de áreas alagadas em saltos verticais efi- cientes que visam a captura de pequenos insetos pousados em galhos próximos à superfície, de- tectados de dentro da água. Admita um aruanã em repouso a 1,5 m de pro- fundidade, espreitando um pequeno besouro tam- bém em repouso na mesma vertical dos olhos do peixe. Considere que a altura do inseto em relação à superfície da água seja de 90 cm e que os índi- ces de refração do ar e da água valham 1,0 e 1,3, respectivamente. Nessas condições, a distância aparente percebida pelo aruanã, entre ele e o besouro, é igual, em centímetros (cm), a: a) 90 b) 117 c) 219 d) 240 e) 267 45. Uma barra AB feita de um material opaco, com 60 cm de comprimento, é submersa verticalmen- te no interior de uma cuba contendo água, cujo índice de refração absoluto é igual a 4 3 . A barra é posicionada de modo a ficar com a extremidade A a 15 cm da superfície líquida, conforme ilustra a figura abaixo. observador ar água A15 cm 60 cm B Sendo igual a 1 o índice de refração absoluto do ar, pede-se: a) determinar o comprimento aparente de AB percebido por um observador que visa a barra das proximidades da vertical que a contém; b) dizer se o comprimento aparente calculado no item anterior depende da profundidade do ponto A. 46. A figura abaixo ilustra um raio monocromático que se propaga no ar e incide sobre uma lâmina de faces paralelas, delgada e de espessura d com ângulo de incidência igual a 608. O raio sofre re- fração, se propaga no interior da lâmina e, em seguida, volta a se propagar no ar. d d Sabendo-se que o sistema está imerso no ar, de índice de refração absoluto igual a 1,0, pede-se determinar o índice de refração absoluto do ma- terial de que é confeccionada a lâmina. B a n c o d e i m a g e n s / A rq u iv o d a e d it o ra B a n c o d e i m a g e n s / A rq u iv o d a e d it o ra R e p ro d u ç ã o /C P A E N -R J , 2 0 1 4 iS to ck p h o to /G e tt y I m a g e s 2CONECTEFis_MERC18Sa_U3_Top3_p494a544.indd 523 7/7/18 2:32 PM 524 UNIDADE 3 | ÓPTICA GEOMÉTRICA 47. Sobre uma lâmina de vidro transparente de faces paralelas, de 4,0 cm de espessura e índice de refração absoluto igual a 3 , en- volta pelo ar (índice de refração absoluto igual a 1,0), incide um estreito feixe cilíndri- co de luz laser, conforme indica o esquema abaixo. 60° ar (meio 1) (meio 2)vidro O feixe laser vai atravessar a lâmina sem so- frer desvio angular (o feixe emergente será paralelo ao incidente), mas vai experimentar um deslocamento lateral d. Pede-se deter- minar o valor de d. Resolução: Pela Lei de Snell, calculamos o primeiro ân- gulo de refração: n1 sen u1 5 n2 sen u2 Sendo n1 5 1, sen u1 5 sen 608 5 3 2 e n2 5 3 , temos: 1 3 2 3 sen sen 1 2 30º2 2 2? 5 5 5[θ ⇒ θ θ Representamos, então, a trajetória do raio até que ele emerja da lâmina: 60° 30° e B C 30° 30° 60° A d D E.R. No triângulo ABC, temos e 5 4,0 cm e pode- mos escrever: cos 30º e AC 3 2 4,0 AC ⇒5 5 AC 8,0 3 cm5 No triângulo ADC, temos: sen 30º d AC 5 5 1 2 d 8,0 3 ⇒ ⇒5 5 d > 2,3 cm Nota: uma vez calculado u2 5 308, poderíamos obter o deslocamento lateral pela aplicação direta da fórmula deduzida na teoria: d e sen ( ) cos 4,0 sen (60º 30º) cos 30º 1 2 2 θ θ θ 5 2 5 2 d 4,0 1 2 3 2 5 ? d > 2,3 cm 48. Um raio de luz monocromática incide sobre a su- perfície de uma lâmina delgada de vidro, com faces paralelas, fazendo com ela um ângulo de 308, como ilustra a figura abaixo. A lâmina está envolvida pelo ar e sua espessura é de 3 cm. Sabendo-se que os índices de refração desse vidro e do ar valem, respectivamente, 3 e 1, determine o desloca- mento lateral x, em mm, sofrido pelo raio de luz ao atravessar a lâmina. ar 30° ar lâmina de vidro x D B a n c o d e i m a g e n s / A rq u iv o d a e d it o ra B a n c o d e i m a g e n s / A rq u iv o d a e d it o ra B a n c o d e i m a g e n s / A rq u iv o d a e d it o ra 2CONECTEFis_MERC18Sa_U3_Top3_p494a544.indd 524 7/7/18 2:33 PM 525TÓPICO 3 | REFRAÇÃO DA LUZ Bloco 3 11. Dispers‹o da luz branca Como já comentamos em tópicos anteriores, a luz branca solar é policromática, isto é, constituída de infinitas cores ou frequências. Costuma-se elencar essas muitas tonalidades em sete cores fundamentais – vermelha, alaranjada, amarela, verde, azul, anil e violeta –, aqui citadas em ordem crescente de frequências (ou de- crescente de comprimentos de onda). Um dos primeiros estudos consistentes a esse respeito foi feito por Isaac Newton, que, em 1672, publicou um importante artigo no periódico Philosophical Transactions of the Royal Society of London em que narrava experimentos nos quais a luz branca era decomposta em um prisma. Na época, uma das abordagens acerca do assunto afirmava que a luz branca era “pura” (sem cor) e que, ao atravessar um prisma, as impurezas do mesmo conferiam ao feixe de luz as cores observadas. O experimento realizado por Newton mostrava que o prisma simplesmente causava a dispersão da luz branca e que a cor observada era, portanto, uma característica do feixe de luz e não do material pelo qual ele passava. Nesta imagem, aparecem as cores fundamentais componentes da luz branca dispostas, da esquerda para a direita, em ordem de frequências descrescentes e comprimentos de onda crescentes. Esboço feito por Newton do seu experimento de dispersão da luz branca. Nele, podemos observar um feixe de luz que adentra o cômodo através de um orifício na janela. Em seguida o feixe passa por um prisma que separa a luz branca em diversas cores. Um segundo prisma é posicionado de modo que só a luz vermelha oriunda do primeiro prisma incida nele. Com esse experimento, Newton observou que a luz que emergia do segundo prisma não mudava de cor. Sua conclusão, revolucionária para a época, era que o feixe de luz branca era composto de diversas cores e que o prisma apenas separava essas componentes. Dispersão da luz é a decomposição de um feixe luminoso nas cores que o constituem. Consideremos um estreito feixe cilíndrico de luz branca propagando-se no vácuo em direção à superfície de separação desse meio com um meio material transpa- rente e homogêneo. No vácuo, todas as cores (frequências) se propa- gam conjuntamente com velocidade de intensidade c 5 3,0 ? 108 m/s. Ao se refratar para o meio material, no entanto, cada cor adquire uma velocidade distinta, o que permite dizer que o meio material confere a cada cor um índice de refração absoluto diferente. Por isso, cada cor ao se refratar sofre um desvio d diferente, que cresce da menor para a maior frequência, isto é, da cor vermelha para a violeta. O fenômeno aqui narrado em condições ideais também pode ser observado quando uma luz policromática se refrata, por exemplo, do ar para a água ou do ar para o vidro, já que, também no ar, todas as cores se propagam praticamente em conjunto com velocidade muito próxima de c. O esquema ao lado ilustra a dispersão da luz branca nare- fração do ar para a água. vácuo água luz branca N direção de incidência da luz branca verm elho alaranjado am arelo ve rd e a zu l a n il d mindmáx v io le ta O desvio d cresce do vermelho para o violeta. B a n c o d e i m a g e n s /A rq u iv o d a e d it o ra A la m y /F o to a re n a Reprodução/Warden and Fellows, New College, Oxford 2CONECTEFis_MERC18Sa_U3_Top3_p494a544.indd 525 7/7/18 2:33 PM