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20 UNIDADE 1 | ELETROSTÁTICA B a n c o d e i m a g e n s / A rq u iv o d a e d it o ra Um material é chamado condutor elétrico quando há nele grande quantidade de portadores de carga elétrica que podem se movimentar com grande facili- dade. Caso contrário, ele será denominado isolante elétrico. 6. Condutores e isolantes elétricos Em alguns corpos, podemos encontrar portadores de cargas elétricas com grande liberdade de movimentação. Esses corpos são denominados condutores elétricos. Nos demais, essa liberdade de movimentação praticamente não existe; esses corpos são denominados isolantes elétricos ou dielétricos. Em condutores eletrizados em equilíbrio eletrostático, as cargas elétricas distribuem-se na superfície externa. Por enquanto, pode-se dizer que isso ocorre devido à repulsão entre cargas elétricas de mesmo sinal, que buscam maior distanciamento entre si. Tanto um condutor como um isolante podem ser eletrizados. É importante ob- servar, porém, que, no isolante, a carga elétrica em excesso permanece exclusiva- mente no local onde se deu o processo de eletrização, enquanto no condutor essa carga busca uma situação de equilíbrio, distribuindo-se em sua superfície externa. Woody Lawton Rick/Acervo do fotógrafo O fio de cobre, largamente utilizado nas instalações elétricas, é um condutor e a capa plástica que o envolve é um isolante. Os metais, a grafita, os gases ionizados e as soluções eletrolíticas são exemplos de condutores elétricos. O ar, o vidro, a borracha, a porcelana, os plásticos, o algodão, a seda, a lã, as resinas, a água pura, o enxofre e a ebonite são exemplos de isolantes elétricos. Quando se diz que um material é condutor, deve-se entender que se trata de um bom condutor. Do mesmo modo, quando se diz que um material é isolante, estamos nos referindo a um bom isolante. Tanto os condutores como os isolantes podem ser encontrados nos estados sólido, líquido ou gasoso. Em relação aos portadores de cargas elétricas que podem se movimentar com grande facilidade, os condutores classificam-se em três casos: condutores de primeira, segunda e terceira espécies. Condutores de primeira espécie São aqueles nos quais os portadores móveis de carga são os elétrons livres. Embora a existência dos elétrons livres só possa ser justificada pela Física Quânti- ca, pode-se dizer, de um modo mais simples, que esses elétrons têm grande liber- dade de movimentação por estarem muito afastados dos núcleos dos átomos dos quais fazem parte e, além disso, por serem atraídos fracamente em várias direções e sentidos pelos núcleos existentes ao seu redor. São classificados como condutores de primeira espécie os metais e a grafita. – – – – – – – – – – – – –– – – – – – – – + + + + + + + + + ++ + + + + + + + + + + 3CONECTEFIS_MERC18Sa_U1_Top1_p010a046.indd 20 9/13/18 9:25 AM 21TÓPICO 1 | CARGAS ELÉTRICAS H 2 O 1 NaC, W o o d y L a w to n R ic k / A c e rv o d o f o tó g ra fo A solução aquosa de cloreto de sódio (sal de cozinha) é condutora. Nos fios, movimentam-se elétrons e, na solução, íons. A tensão elétrica aplicada entre as extremidades da lâmpada fluorescente ioniza o gás existente em seu interior, tornando-o condutor. B a n c o d e i m a g e n s /A rq u iv o d a e d it o ra 7. Processos de eletrização Como vimos, um corpo estará eletrizado quando possuir mais elétrons do que prótons ou mais prótons do que elétrons. Um corpo neutro, por sua vez, tem igual número de prótons e de elétrons. Assim, para eletrizá-lo negativamente basta fornecer elétrons a ele. Por outro lado, para adquirir carga positiva, o corpo neu- tro deve perder elétrons, pois dessa forma ficará com mais prótons do que elétrons. Denomina-se eletrização o fenômeno pelo qual um corpo neutro passa a eletrizado devido à alteração no número de seus elétrons. Os processos mais comuns de eletrização são descritos a seguir. Eletrização por atrito de materiais diferentes Esse é o primeiro método de eletrização de que se tem conhecimento. Como vimos, data do século VI a.C., quando Tales de Mileto observou pela primeira vez que o âmbar, ao ser atritado com tecido ou pele de animal, adquiria a pro- priedade de atrair pequenos pedaços de palha. Experimentalmente, comprova-se que, ao atritar entre si dois corpos neutros de materiais diferentes, um deles recebe elétrons do outro, ficando eletrizado com carga negativa, enquanto o outro – o que perdeu elétrons – adquire carga positiva. Ao se atritar, por exemplo, seda com um bastão de vidro, constata-se que o vidro passa a apresentar carga positiva, enquanto a seda passa a ter carga negativa. Entretanto, quando a seda é atritada com um bastão de ebonite, ela torna-se positiva, ficando a ebonite com carga negativa. Os corpos atritados adquirem cargas de mesmo módulo e sinais opostos. Condutores de segunda espécie Nos condutores de segunda espécie, os portadores móveis de carga são íons positivos e íons negativos, isto é, átomos (ou gru- pos de átomos) que, por terem perdido ou recebido elétrons, pas- sam a ter o número de prótons diferente do número de elétrons. Íons são encontrados em soluções eletrolíticas, por exemplo, soluções aquosas de alguns ácidos, bases ou sais. Condutores de terceira espécie Nos condutores de terceira espécie, os portadores móveis de carga podem ser íons positivos, íons nega- tivos e elétrons livres. Isso ocorre nos gases ionizados. B a n c o d e i m a g e n s /A rq u iv o d a e d it o ra vidro neutro seda vidro seda neutra antes do atrito – – – – – – após o atrito + + + + + + ebonite neutra – – – – – – seda ebonite seda neutra antes do atrito + + + + + + após o atrito NOTA! A ebonite é obtida pela vulcanização da borracha com excesso de enxofre. Essa substância é um iso- lante eletrotérmico, sendo muito usada na confecção de cabos de panelas e in- vólucros de interruptores e tomadas. 3CONECTEFIS_MERC18Sa_U1_Top1_p010a046.indd 21 9/13/18 9:25 AM 22 UNIDADE 1 | ELETROSTÁTICA A partir do experimento descrito, surgiu a conve niência de se ordenarem os materiais em uma lista chamada série triboelétrica. A confecção dessa lista obedece a um critério bem definido: um elemento da relação, ao ser atritado com outro que o segue, fica eletrizado com carga elétrica positiva e, ao ser atritado com o que o precede, fica eletrizado com carga elétrica negativa. Observe a série. Quando atritamos, por exemplo, um bastão de vidro com poliéster, o vidro torna-se positivo (perde elétrons) e o poliéster, negativo (recebe elétrons). No entanto, se atritarmos o bastão de vidro com pele de coelho, o vidro ficará eletrizado negativamente e a pele de coelho, positivamente. Assim, quem está acima na série triboelétrica fica eletrizado positivamente quando atritado com quem está abaixo, que fica eletrizado negativamente. Série triboelétrica 1 – pele de coelho vidro cabelo humano mica lã pele de gato seda algodão âmbar ebonite poliéster isopor plástico Após o atritamento com o cabelo de uma pessoa, o pente passou a apresentar cargas elétricas negativas em excesso, tornando-se eletrizado (consultar a série triboelétrica). Na aproximação, as bolinhas de isopor, muito leves, são atraídas. As cargas não são descarregadas para a mão da pessoa porque o material do pente é péssimo condutor. As cargas negativas, que apareceram em excesso, ficam localizadas, isto é, não se distribuem pela superfície, como ocorre em um material condutor. M a rt y n F . C h ill m a id /S P L /L a ti n s to ck A B – – – – – – – – – – –– – – – – antes – – – – – – – – – – – durante – – – – – A B A B – – – – – – – – depois –– – – – – – – A B A B Eletriza•‹o por contato Quando dois ou mais corpos condutores são colocados em contato, estando pelo menos um deles eletrizado, observa-se uma redistribuição de carga elétrica pelas suassuperfícies externas. Considere, por exemplo, dois condutores A e B, estando A eletrizado negati- vamente e B, neutro. É importante observar que, ao se fazer contato entre esses dois condutores, obtém-se um novo condutor de superfície externa praticamente igual à soma das superfícies individuais. Assim, a carga elétrica de A redistribui-se sobre a superfície total. É importante também notar que o corpo inicialmente neutro adquire carga de mesmo sinal da carga do corpo que já estava eletrizado e que a soma algébrica das cargas elétricas deve ser a mesma antes, durante e depois do contato. A quantidade de carga elétrica existente em cada um dos condutores no final do processo depende da forma e das dimensões deles. B a n c o d e i m a g e n s / A rq u iv o d a e d it o ra B a n c o d e i m a g e n s / A rq u iv o d a e d it o ra 3CONECTEFIS_MERC18Sa_U1_Top1_p010a046.indd 22 9/13/18 9:25 AM