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E-Book Completo_Crescimento e Envelhecimento Humano (Crescimento, Desenvolvimento e Envelhecimento Humano)_CENGAGE_V2 (Versão Digital) (2)

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CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO
E ENVELHECIMENTO HUMANO
ORGANIZADORES DANIEL VICENTINI DE OLIVEIRA
CRESCIMENTO, 
DESENVOLVIMENTO 
E ENVELHECIMENTO 
HUMANO
(Desenvolvimento 
Humano: Infância 
e Adolescência)
ORGANIZADOR: DANIEL VICENTINI DE OLIVEIRA
Crescim
ento, desenvolvim
ento e envelhecim
ento hum
ano
GRUPO SER EDUCACIONAL
Fundamental para entender o funcionamento do corpo humano do indiví-
duo nas fases de crescimento, desenvolvimento e envelhecimento, este 
livro abrangente vai apresentar as peculiaridades e características dos 
aspectos envolvidos nas fases da vida do ser humano. A obra se divide em 
quatro unidades que tratará dos seguintes temas: introdução ao cresci-
mento, desenvolvimento e envelhecimento do ser humano; concebendo 
uma nova vida, tipos de nascimento e a importância do pré-natal; desen-
volvimento motor, cognitivo e psicossocial na infância; e, por �m, desen-
volvimento físico, cognitivo e psicossocial no adolescente, no adulto jovem 
e no idoso.
Bem ilustrada e com linguagem clara, este livro é um rico instrumento de 
estudo para os estudantes de Educação Física e áreas correlatas.
Bons estudos! 
gente criando futuro
I SBN 9786555581430
9 786555 581430 >
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
CRESCIMENTO, 
DESENVOLVIMENTO E 
ENVELHECIMENTO 
HUMANO
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional. 
Diretor de EAD: Enzo Moreira
Gerente de design instrucional: Paulo Kazuo Kato 
Coordenadora de projetos EAD: Manuela Martins Alves Gomes
Coordenadora educacional: Pamela Marques
Equipe de apoio educacional: Caroline Guglielmi, Danise Grimm, Jaqueline Morais, Laís Pessoa
Designers gráficos: Kamilla Moreira, Mário Gomes, Sérgio Ramos,Tiago da Rocha
Ilustradores: Anderson Eloy, Luiz Meneghel, Vinícius Manzi 
Oliveira, Daniel Vicentini de.
Crescimento, desenvolvimento e envelhecimento humano / Daniel Vicentini de Oliveira. 
– São Paulo: Cengage, 2020.
Bibliografia.
ISBN 9786555581430
1. Educação Física. 2. Biologia. 
Grupo Ser Educacional
 Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro 
CEP: 50100-160, Recife - PE 
PABX: (81) 3413-4611 
E-mail: sereducacional@sereducacional.com
“É através da educação que a igualdade de oportunidades surge, e, com 
isso, há um maior desenvolvimento econômico e social para a nação. Há alguns 
anos, o Brasil vive um período de mudanças, e, assim, a educação também 
passa por tais transformações. A demanda por mão de obra qualificada, o 
aumento da competitividade e a produtividade fizeram com que o Ensino 
Superior ganhasse força e fosse tratado como prioridade para o Brasil.
O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – Pronatec, 
tem como objetivo atender a essa demanda e ajudar o País a qualificar 
seus cidadãos em suas formações, contribuindo para o desenvolvimento 
da economia, da crescente globalização, além de garantir o exercício da 
democracia com a ampliação da escolaridade.
Dessa forma, as instituições do Grupo Ser Educacional buscam ampliar 
as competências básicas da educação de seus estudantes, além de oferecer-
lhes uma sólida formação técnica, sempre pensando nas ações dos alunos no 
contexto da sociedade.”
Janguiê Diniz
PALAVRA DO GRUPO SER EDUCACIONAL
Autoria
Daniel Vicentini de Oliveira
Possui graduação em Educação Física (2008) e Fisioterapia (2011) pelo Centro Universitário de Maringá 
(UNICESUMAR), e em Gerontologia pelo Claretiano Centro Universitário (2020). Título de especialista 
em Gerontologia pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (2017 - SBGG)) e de Fisioterapia 
em Gerotologia pela Associação Brasileira de Fisioterapia em Gerontologia (2019 - ABRAFIGE). 
Especialização em Anatomia Funcional (2010 - UNICESUMAR), em Gerontologia (2012 - UENP), em 
Saúde Pública (2017 - UCAM), em Psicogerontologia (2018 - UNYLEYA) e em Bases Morfofuncionais do 
Corpo Humano (2019 - UEM). Mestrado em Promoção da Saúde na linha de pesquisa Envelhecimento 
ativo (2013 - UNICESUMAR). Doutorado em Gerontologia pela Faculdade de Ciências Médicas 
da Universidade Estadual de Campinas (2018 - UNICAMP). Pós-doutorando no programa de Pós-
graduação Stricto Sensu em Promoção da Saúde (2019-2020 - UNICESUMAR). Docente (T-40) no 
Centro Universitário Metropolitano de Maringá (UNIFAMMA) no Departamento de Educação física 
(bacharelado) e Fisioterapia. Tutor e coordenador de cursos de pós-graduação lato sensu, modalidade 
a distância, da Faculdade Unyleya. Membro do Grupo de pesquisa Atividade física e envelhecimento 
(GEPAF/UNICESUMAR/CNPq), do Grupo de Estudos em Psicologia do Esporte e do Exercício (GEPEEX/
UNIVASF/CNPq) e do Grupo de Estudos em Psicologia do Esporte e Desempenho Humano (GEPEDH/
UEM/CNPq). Editor associado da Cadernos de Saúde Coletiva, e Conselheiro Científico Nacional da 
Revista Fisioterapia em Movimento. Membro da Comissão Científica de Fisioterapia da Associação 
Brasileira de Alzheimer (ABRAZ). Possui experiência na área de Gerontologia, Ciências morfológicas, 
Educação física e Fisioterapia, com ênfase em morfologia do aparelho locomotor, educação 
física e fisioterapia em gerontologia, doença de Alzheimer e Parkinson, promoção da saúde no 
envelhecimento, epidemiologia e saúde coletiva, funcionalidade no envelhecimento, e psicologia 
do esporte e do exercício. Membro da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) e da 
Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO).
SUMÁRIO
Prefácio .................................................................................................................................................8
UNIDADE 1 - Introdução ao crescimento, desenvolvimento e envelhecimento do ser humano ........9
Introdução.............................................................................................................................................10
 1 Conceitos e Teorias do Crescimento e Desenvolvimento Humano ...................................................11
2 Compreendendo o Desenvolvimento Motor ..................................................................................... 19
3 Termos e Conceitos Usados pelo Desenvolvimento Motor ...............................................................22
4 O Envelhecimento Humano ............................................................................................................... 24
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................29
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................30
UNIDADE 2 - Concebendo uma nova vida, tipos de nascimento e a importância do pré-natal ........31
Introdução.............................................................................................................................................32
1 Concebendo uma Nova Vida .............................................................................................................. 33
2 Tipos de Nascimento .......................................................................................................................... 45
3 A importância do Pré-Natal ................................................................................................................ 51
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................56
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................57
UNIDADE 3 - Desenvolvimento motor, cognitivo e psicossocial na infância.....................................59
Introdução.............................................................................................................................................601 Crescimento e Desenvolvimento Humano na Infância ..................................................................61
2 Primeira Infância ................................................................................................................................ 64
3 Segunda Infância ................................................................................................................................ 70
4 Terceira Infância ................................................................................................................................. 74
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................76
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................77
UNIDADE 4 - Desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial no adolescente, 
no adulto jovem e no idoso ............................................................................................................79
Introdução.............................................................................................................................................80
1 Crescimento e Desenvolvimento Humano na Adolescência ..............................................................81
2 O Crescimento e Desenvolvimento Humano no Adulto Jovem .........................................................87
3 Desenvolvimento Humano e Alterações no Idoso ............................................................................ 88
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................95
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................96
Neste livro vamos tratar das fases pelas quais o ser humano passa: crescimento, 
desenvolvimento e envelhecimento. A obra está estruturada em quatro unidades que 
abordarão os aspectos biológicos, psicológicos e sociais dos indivíduos em todas as fases da vida.
Na primeira unidade, será apresentada uma introdução ao crescimento, 
desenvolvimento e envelhecimento do ser humano, com a descrição dos principais 
conceitos e teorias a respeito do desenvolvimento humano e as etapas que envolvem 
cada processo. Explicaremos também os fatores intrínsecos e extrínsecos que 
impactam no crescimento e desenvolvimento do ser humano. 
A unidade 2, concebendo uma nova vida, tipos de nascimento e a importância do pré-
natal, trará alguns dos aspectos importantes acerca da gestação e do parto. Abordaremos 
este que é um período muito importante na vida da mulher, cercado de expectativas, 
anseios, medos, desinformações, crendices, etc., apresentando informações baseadas na 
ciência desde o momento em que ocorre a fecundação, ou seja, o encontro dos gametas 
sexuais masculino (espermatozoide) com o feminino (óvulo) até a formação do embrião, 
desenvolvimento do feto e nascimento do bebê. Discutiremos, por fim, a importância do 
pré-natal e os tipos de nascimento: cesária e normal.
A primeira, segunda e terceira infâncias será o assunto da terceira unidade, onde 
serão discutidos o desenvolvimento motor, cognitivo e psicossocial na infância. Você 
entenderá quais alterações motoras, psicológicas e cognitivas acontecem nas fases da 
infância. Aqui, aprofundaremos o estudo sobre o crescimento e desenvolvimento da 
criança, abordando as aproximações e as diferenças pontuais para que sua atuação 
profissional tenha ações assertivas no seu dia a dia de trabalho. Discutiremos, portanto, 
sobre o crescimento e seus períodos durante o ciclo de vida da criança, desde o seu 
nascimento. Assim, esta unidade o levará a uma compreensão do desenvolvimento do 
indivíduo na infância.
Na quarta unidade, os aspectos do desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial 
no adolescente, no adulto jovem e no idoso serão discutidos, abordando as alterações 
que ocorrem em cada uma dessas fases, com suas características, peculiaridades, no 
que diz respeito aos aspectos biológico, social e psicológico.
Este é um livro abrangente para estudar o desenvolvimento humano nos aspectos 
biológicos, sociais e psicológicos! Bons estudos!
PREFÁCIO
UNIDADE 1
Introdução ao crescimento, desen-
volvimento e envelhecimento do ser 
humano
Você está na unidade Introdução ao Crescimento, Desenvolvimento e Envelhecimento 
do Ser Humano. Conheça aqui conceitos e principais teorias do desenvolvimento 
humano. Entenda os fatores intrínsecos e extrínsecos que impactam no crescimento e 
desenvolvimento do ser humano. E, ainda, conheça as etapas do processo de crescimento, 
desenvolvimento e envelhecimento humano.
Bons estudos!
Introdução
11
 1 CONCEITOS E TEORIAS DO CRESCIMENTO E 
DESENVOLVIMENTO HUMANO
Para iniciarmos essa unidade, alguns pontos devem ser esclarecidos sobre crescimento e 
desenvolvimento. Isso é imperativo para seus estudos, devido à frequência com que esses termos 
são utilizados de forma semelhante.
De forma direta e inicial – crescimento, ou crescimento físico é como interpretamos o 
tamanho do corpo de um indivíduo na maturação. Melhor explicando, o crescimento deve ser 
considerado como uma forma de se ver um aumento da estrutura do corpo.
É sabido que o crescimento físico, é um processo biológico que nos fornece o aumento 
quantitativo do tamanho físico. Portanto, temos uma leitura do aumento de massa corporal 
total no sentido longitudinal e transversal. E a verificação desse crescimento pode ser feita 
pela medição de peso, altura, perímetros e diâmetros e dobras cutâneas. De forma geral, essas 
alterações ocorrem do nascimento até os 20 anos de idade (BEE, 2003; HAYWOOD; GETCHELL, 
2016; GALLAHUE; OZMUN, 2005). 
Figura 1 - Crescimento humano 
Fonte: Brian A Jackson, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: a imagem mostra uma criança usando óculos e um casaco de lã azul. Ela está 
com um regador de plantas na mão, como se regasse a própria cabeça. Atrás da criança, é possível 
ver medidas de altura, como uma régua.
12
Já o desenvolvimento refere-se à forma de se ver as alterações no nível de funcionamento 
de um indivíduo ao longo da vida. Isto posto, o desenvolvimento nos fornece informações sobre 
o que e como ocorrem as mudanças de desenvolvimento no organismo durante o ciclo da vida a 
favor da maturidade. Podemos, dessa forma, ver o desenvolvimento e a importância de estudá-
lo, como aponta Gallahue e Ozmun (2005, p.15): “o desenvolvimento é um processo contínuo, 
incluindo todas as dimensões inter-relacionadas de nossa existência”.
É a psicologia do desenvolvimento a responsável por estudar o ser humano ao longo de 
todas as fases de vida. Esta área da psicologia estuda como se desenvolve a cognição, e como 
o comportamento muda durante a fase de crescimento, citada anteriormente. A psicologia 
explica o desenvolvimento humano por meio de seis teorias: Gestalt, psicanálise, behaviorismo, 
psicologia cognitiva, Piaget e Vygotsky.
1.1 Gestalt
Foi uma das primeiras correntes científicas oriundas da psicologia, e defende que o 
aprendizado depende de diversas estruturas com uma base física, e impõe as suas qualidades no 
que diz respeito ao desenvolvimento do ser humano.
Para esta teoria, o desenvolvimento humano baseia-se em estruturas de origem biológica, 
que são aprendidas à medida que crescemos. Há a descoberta progressiva das capacidades do 
cérebro. 
1.2 Psicanálise 
O pai da psicanálise é Sigmund Freud. A psicanálise traz informações sobre impulsos 
inconscientes e os seus efeitos sobre o comportamento humano. Esta teoria teve impacto positivo 
no estudo do desenvolvimento humano, assim como suas teorias revolucionaram à concepção 
que a psicologia tinha a respeito das fases da infância e da adolescência.
Ela considera que o desenvolvimento humano ocorre devido à necessidade da criança 
de satisfazer uma série de necessidades em cada estágioevolutivo. Esta teoria classifica o 
desenvolvimento em uma série de etapas, de acordo com a forma como a satisfação dessa 
série de necessidades é estabelecida. A psicanálise colocou grande ênfase na importância da 
sexualidade em todas as etapas do nosso desenvolvimento, incluindo as primeiras fases. 
13
Figura 2 - Sigmund Freud 
Fonte: Everett Historical, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra o rosto de Sigmund Freud, o pai da Psicanálise, em preto e 
branco.
1.3 Behaviorismo
Nasceu em resposta à reduzida atitude científica da psicanálise. O behaviorismo é 
extremamente positivista, tudo o que diretamente não pode ser medido está fora do estudo da 
psicologia. Eles estudavam apenas a relação entre os estímulos percebidos e os comportamentos 
que provocavam, ignorando qualquer variável intermediária que não pudesse ser medida.
Para esta teoria, o desenvolvimento humano é entendido somente com os diferentes tipos de 
aprendizagem que são considerados neste contexto. A criança nasce com uma série de respostas 
incondicionais e inatas, que, por meio da experiência, vão associando a outros estímulos. Crianças 
geram uma multiplicidade de comportamentos complexos, por meio de processos muito simples. 
1.4 Psicologia Cognitiva
Surgiu como uma reação ao behaviorismo, e se preocupa com o estudo dos processos 
internos que podem acontecer entre um certo estímulo e um comportamento determinado. 
Estuda processos mentais que estão por trás do comportamento, dando início às perspectivas 
computacionais e conexionistas do cérebro humano. A psicologia cognitiva sugere que o indivíduo 
é um produtor de informação que constrói representações internas de como é o mundo. 
14
1.5 Jean Piaget
Jean Piaget é um dos grandes nomes nas teorias sobre o desenvolvimento humano, sendo 
considerado um dos pais do construtivismo. Sua teoria parte da ideia de que a criança constrói 
o seu mundo, e a sua maneira de construi-lo é baseada nos problemas que surgem; a teoria se 
concentra na formação dos conhecimentos.
Figura 3 - Jean Piaget 
Fonte: EQRoy, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra uma estátua, com o busto de Jean Piaget. Esta estátua está 
em um jardim.
Ele elaborou uma teoria que dividiu o desenvolvimento em uma série de etapas. Essas etapas 
são universais e todos os indivíduos passariam por elas em idades semelhantes.
15
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
1.6 Lev Vygotski
Por fim, temos a teoria de Lev Vygotski, referência nas teorias sobre o desenvolvimento 
humano, propondo o desenvolvimento de uma perspectiva construtivista. Ele se concentrou nos 
efeitos culturais e sociais que influenciavam o desenvolvimento.
Figura 4 - Lev Vygotski 
Fonte: Natata, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer:A imagem mostra a ilustração do rosto de Lev Vygotski.
Para Vygotsky, o desenvolvimento humano era inseparável do ambiente social, já que a 
cultura e a sociedade transmitem formas de comportamento e de organização do conhecimento. 
Isto foi conhecido como socioconstrutivismo.
Voltamos agora a falar do desenvolvimento humano em geral. Caro estudante, quando 
entramos no universo do desenvolvimento humano, torna-se necessário passarmos por etapas 
de compreensão do desenvolvimento humano. Para tanto, convido você a iniciar uma empreitada 
16
nos estudos sobre o quanto nosso desenvolvimento perpassa pela interação dos fatores naturais 
(biologia, maturação, hereditariedade, genética) com os fatores ambientais (experiência, 
aprendizado, meio externo ao corpo, educação, sociedade, e etc.).
Bee (2003, p.30) aponta que a discussão sobre “natureza versus meio ambiente, também 
conhecido como hereditariedade versus ambiente ou nativismo versus empirismo, é uma das 
questões teóricas mais antigas e mais centrais na filosofia, assim como na psicologia”.
O desenvolvimento humano pode ser caracterizado pela necessidade de considerar e 
observar as mudanças e constâncias que o nosso organismo passa durante o ciclo da vida. Para 
Bee (2003), o desenvolvimento de qualquer pessoa se dá considerando a interação entre dois 
grandes fatores o natural e o ambiental.
Explicar os dois fatores citados acima, o auxiliará a se aprofundar na dinâmica do 
desenvolvimento do indivíduo. Para tanto, parte-se da compreensão de que o fator natural está 
relacionado à biologia do indivíduo, a sua hereditariedade, à maturação (conteúdo que será mais 
aprofundamento em um tópico posterior).
Ainda contextualizando melhor os fatores naturais, podemos exemplificar que a biologia do 
indivíduo, dá a ela uma individualidade que atenderá a mudanças e constância decorrentes de 
sua genética (BEE, 2003).
Para essa etapa inicial de nossos estudos, torna-se imperativo sua postura crítica em relação a 
essa temática. Por exemplo, sabe-se que a hereditariedade é considerada como a carga genética 
do indivíduo. No entanto, ao saber que esta carga pode ou não potencializar alguns aspectos 
do desenvolvimento de um indivíduo faz de você responsável em considerar a individualidade, 
mas sem deixar de considerar o quanto esse indivíduo interage com as experiências que o 
mesmo enfrentou, enfrenta e enfrentará. Isto posto, seguimos para o segundo grande fator do 
desenvolvimento humano, o fator ambiental, que inclui: 
• experiências,
• fatores externos ao corpo,
• situações do cotidiano,
• educação,
• sociedade,
• o brincar,
• aprendizado e etc.
17
O fator ambiental consiste nos aspectos do meio em que o indivíduo interage. Assim, 
podemos mencionar, por exemplo, a influência que pais têm sobre a educação dos filhos. Porém, 
essa influência não se restringe ao contato humano, abrange o local, a residência, a rotina dos 
pais, da família para os afazeres da casa.
Outro exemplo: podemos considerar como fator ambiental, uma aula de educação física na 
escola ou mesmo em uma escolinha de futebol. A aula, a intervenção do profissional, os materiais 
utilizados, a comunicação do professor, são fatores ambientais que podem ou não influenciar no 
desenvolvimento do público envolvido.
Ao tratar de maturação, é importante deixar bem claro que nossa linguagem estará fundada 
na concepção desenvolvimentista do conceito de maturação. Assim, para seus estudos se 
tornarem efetivos, não convém confrontar, nesse momento, o conceito maturação com outras 
áreas de fundamentação.
A maturação, já mencionada no tópico anterior, faz parte dos fatores naturais do 
desenvolvimento humano. Ela consiste no quanto a natureza pode moldar o desenvolvimento 
humano após o nascimento, esse processo pode ser explicado pela programação genética, essa 
que determinará sequências inteiras do desenvolvimento do indivíduo.
Segundo Gallahue e Ozmun (2005, p. 15), a maturação compreende “alterações qualitativas 
que capacitam o indivíduo a progredir para níveis mais altos de funcionamento”. Já Bee (2003) 
defende que a maturação pode ser considerada um termo utilizado para descrever os padrões 
sequenciais geneticamente programados.
A maturação biológica deve ser vista como o processo que proporcionará ao organismo um 
estado completo de desenvolvimento morfológico, fisiológico e psicológico e que necessariamente 
tem controle genético, e pode ter o ambiental. A maturação está alicerçada na relação entre o 
tempo biológico e o tempo cronológico.
Essa última citação nos mostra que, mesmo a maturação sendo um fator biológico, dotado 
de uma programação, a individualidade deve ser considerada para uma análise mais crítica do 
desenvolvimento, por exemplo, de uma criança. Mesmo considerando essa criança pelo tempo 
cronológico ou tempo biológico, o nível de maturidade atingida pode ser determinado em 
diferentes momentos do ciclo da vida.
Podemos afirmar que a maturação se enquadra às mudanças e constâncias que o 
desenvolvimento humano apresenta. Se maturação remete às alterações decorrentes de uma 
programação genética, e essas alterações geram um melhor funcionamento do organismo, 
corrobora-se que o indivíduo passa por mudanças(qualitativas) mas que seguem, de certo 
modo, uma certa constância, as mudanças tendem a seguir uma sequência e progressivamente 
18
acontecem, mas não deixando de considerar as características da individualidade da pessoa.
Um aspecto importante da maturação é que o padrão maturacional é marcado por três 
qualidades (BEE, 2003): 
• é universal - aparecendo em todas os indivíduos, atravessando fronteiras culturais;
• é sequencial – envolvendo algum padrão de habilidade ou alguma característica que se 
desenvolve com certa progressão e sequência de aparecimento;
• é relativamente impenetrável à influência ambiental – o momento no qual se atinge um 
desenvolvimento maturacional pode ou não sofrer influência ambiental.
Isso nos mostra que, mesmo um fator do desenvolvimento considerado como fator natural, 
não pode ser considerado como fator único no processo do desenvolvimento humano.
Diante disso, discutir os fatores ambientais e como esses podem interferir no desenvolvimento 
de uma pessoa pode ser visto como uma forma de buscar sempre uma análise crítica do 
desenvolvimento, e muitas vezes ajudar na explicação das diferenças e semelhanças de 
desenvolvimento entre os indivíduos.
Conforme apresentado no tópico anterior, a influência ambiental deve ser considerada para 
conceituar e explicar o desenvolvimento humano. Para tanto, a partir de agora, inclinaremos 
nossas análises para como o ambiente interage com a natureza.
Para tanto, começamos a estudar o quanto o momento de uma experiência pode ou não 
interferir no desenvolvimento de uma pessoa. Fala-se do timing da experiência, e considera-se 
quando e por que essa experiência é significativa.
Bee (2003 p.36 e 37) apresenta um exemplo que corrobora com esse nosso momento de 
estudo, veja a seguir: 
Assim como a importância da natureza pode variar de um momento para outro no 
desenvolvimento, o timing de experiências específicas também é significativo. O impacto da 
creche sobre um bebê pode ser muito diferente aos 6 e aos 16 meses; mudar de escola pode ter 
efeitos diferentes quando ocorre na puberdade e quando ocorre em algum outro estágio. 
Ao interpretar o trecho acima, como também, o que já estudamos até esse momento, 
podemos defender que a ideia-chave é a de que a influência das experiências, além de ser uma 
atividade ambiental, será contextualizada pela forma como o indivíduo a interpreta. Para tanto, 
esse indivíduo é dotado de um desenvolvimento maturacional que lhe oferece condições ou não 
de lidar com esses fatores ambientais.
19
Diante do discutido nesse tópico sobre desenvolvimento humano, podemos apontar alguns 
caminhos que podem ser seguidos por você para a sua futura atuação profissional. A natureza e o meio 
ambiente não agem de forma independente, a fim de compor o desenvolvimento humano. Precisamos 
ver e analisar essa interação de forma complexa e, por que não, fascinante, e, assim, é evidente a 
importância e necessidade de interpretar o desenvolvimento humano considerando as características 
biológicas e a interação com o ambiente, bem como as experiências que o indivíduo vivencia.
2 COMPREENDENDO O DESENVOLVIMENTO MOTOR
Após iniciarmos nossos estudos sobre Crescimento e Desenvolvimento Humano, 
começaremos a traçar nosso trajeto para o Desenvolvimento Motor. Para tanto, convido você 
nesse tópico a compreender o desenvolvimento motor e o quanto essa área está atrelada à 
leitura do comportamento motor do indivíduo.
Assim, podemos trazer como abertura desse tópico o conceito de desenvolvimento motor 
defendido por Gallahue e Ozmun (2005, p. 03), esses autores apontam que o “desenvolvimento 
motor é a contínua alteração no comportamento motor ao longo da vida, proporcionada pela 
interação entre as necessidades da tarefa, a biologia do indivíduo e as condições do ambiente”. 
Diante essa citação, torna-se preponderante explicar esse conceito, como também compreender 
o desenvolvimento motor e sua contribuição para a área da saúde.
Podemos ressaltar que o desenvolvimento motor é definido por algumas características, 
segundo Haywood e Getchell (2016), é: um processo contínuo de mudanças de capacidade 
funcional; o desenvolvimento está relacionado à idade apesar de não depender dela; o 
desenvolvimento envolve mudança sequencial de maneira irreversível e ordenada, resultado de 
interações dentro do indivíduo e de interações entre indivíduos e o ambiente.
Segundo Tani (2016, p. 34), o desenvolvimento motor “é visto como um processo que envolve 
emergência, aquisição e aperfeiçoamento de funções e habilidades a partir de um script que vai 
sendo escrito ao longo da experiência”.
Haywood e Getchell (2016) apresentam o desenvolvimento motor como uma forma de 
nos referirmos ao desenvolvimento do movimento. Para tanto, aqueles que fazem uso do 
desenvolvimento motor exploram as mudanças desenvolvimentais do corpo em movimento.
Ainda segundo esses autores, o desenvolvimento motor pode ser utilizado como uma 
ferramenta de estudo, pois consiste em explicar o desenvolvimento do movimento (motor) como 
um processo sequencial e contínuo, no qual o indivíduo progride de um movimento simples, 
reflexos ou com pouco controle, para movimentos complexos e organizados, como as habilidades 
motoras fundamentais e especializadas.
20
Pensando no desenvolvimento motor como instrumento de intervenção profissional, ou 
considerando uma fundamentação para construção, elaboração e estruturação de uma intervenção 
motora. Isto se consolida quando se compreende que qualquer processo de melhora das 
performances de movimentos deve estar fundada nas características dos movimentos do indivíduo.
Conforme apresentado anteriormente, entende-se o desenvolvimento motor como 
uma contínua alteração no comportamento ao longo do ciclo da vida. E essas alterações são 
provocadas por três fatores:
• o indivíduo,
• o ambiente,
• e a tarefa.
Isto posto, trago agora para você um estudo mais aprofundado a respeito desses três 
fatores. Para tanto, para sua melhor compreensão é preponderante o exercício de entender o 
desenvolvimento motor como uma forma de ver as alterações dos movimentos ao longo da vida 
do indivíduo, e buscar sempre querer saber o que provoca essas alterações. Assim, podemos 
categorizar em duas grandes áreas - a biológica e a ambiental -, para melhor esclarecer os fatores 
influenciadores do desenvolvimento motor.
Essa contextualização com o desenvolvimento humano é possível para você, pois é sabido 
que o desenvolvimento é entendido como uma interação entre as características biológicas 
individuais (crescimento e maturação) com o meio ambiente ao qual o sujeito é exposto durante 
a vida (BEE, 2003). Diante disso, os nossos estudos a respeito do desenvolvimento motor não 
podem se afastar da constante compreensão dos fatores naturais e ambientais e suas interações.
É válido lembrar que o desenvolvimento motor é considerado como contínuas alterações no 
comportamento motor ao longo da vida, e essas modificações acontecem devido à influência 
das características biológicas, correlacionadas com os fatores ambientais das experiências vividas 
e dos tipos de tarefas durante esse processo. Isto significa que interpretar o desenvolvimento 
motor é contextualizá-lo desde o momento da concepção até a morte do indivíduo (GALLAHUE; 
OZMUN, 2005; HAYWOOD; GETCHELL, 2016).
Assim, o desenvolvimento motor pode oferecer instrumentos referenciais que ajudarão a 
entender três fatores imprescindíveis, segundo essa teoria, para o processo de construção de 
uma intervenção motora.
Considerando o exposto, podemos compreender e melhor explicar a importância da 
interação dos três fatores (Individual; Tarefa; Ambiente). O termo indissociável passa a fazer mais 
sentido, pois estamos falando de um modelo que preza pela relação entre os fatores envolvidos. 
21
E o mais importante, justifica-se o quanto há interação entre os três aspectos. Porém, para seu 
aprofundamento no estudo do desenvolvimento motor é imperativo oentendimento destes três 
fatores mais profundamente.
No Individual é considerado todos os aspectos que estão relacionados à biologia do indivíduo. 
Assim, a hereditariedade, a própria biologia, a natureza e os fatores intrínsecos são formas de 
você, compreender o quanto esses itens biológicos devem ser considerados para defender a 
individualidade biológica de indivíduo (GALLAHUE; OZMUN, 2005, HAYWOOD; GETCHELL, 2016).
Nesse momento, é bem visível a importância de pensar no desenvolvimento maturacional do 
indivíduo, para tanto, você como futuro profissional pode explorar de forma crítica o estudo do 
desenvolvimento biológico do indivíduo que participará da sua intervenção motora.
Nota-se então que os aspectos externos, os fatores ambientais também devem ser considerados 
para interpretar o desenvolvimento motor de um indivíduo. Existem dois outros fatores, além do 
individual, a tarefa e o ambiente. É imperativo compreender que esses dois fatores pertencem 
à grande área Ambiental do desenvolvimento. Assim, vamos conversar um pouco mais sobre a 
importância da influência ambiental no desenvolvimento motor de uma pessoa.
Na esfera Ambiente, você encontra fatores como experiência, aprendizado, encorajamento e 
fatores extrínsecos. Para melhor compreensão, podemos visualizar esses aspectos em diferentes 
situações e momentos ambientais, como locais, a forma como o profissional responsável conduz 
uma aula, a maneira como a motivação é mantida durante a intervenção motora, e o mais 
importante, deve-se ter como referência a maneira como o indivíduo interpretará esse ambiente.
Para falar de experiência, nesse momento do nosso estudo, é pertinente tratá-la de forma 
objetiva como fatores ambientais que podem ou não influenciar no desenvolvimento do indivíduo, 
como também no processo de aprendizado (GALLAHUE; OZMUN, 2005).
Por último, explicar o fator Tarefa, vincula a compreensão do desenvolvimento motor e 
o quanto as características dos tipos de estímulos que um indivíduo experiencia têm e terão 
durante o seu ciclo de vida. Portanto, a tarefa está relacionada aos fatores físicos e mecânicos. 
Explicitando esses fatores, falamos de:
• exercício propriamente dito,
• dos estímulos motores,
• das atividades em aulas,
• das habilidades motoras a serem trabalhadas.
22
Diante do que foi apresentado nesse tópico, podemos afirmar o quanto o conhecimento 
sobre desenvolvimento motor está começando a ficar mais denso. Isso resultará num constante 
aprofundamento a respeito da importância de considerar o gradual desenvolvimento das 
características dos movimentos de um indivíduo.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
3 TERMOS E CONCEITOS USADOS PELO 
DESENVOLVIMENTO MOTOR
Nos tópicos apresentados até esse momento, muito conceitos e termos foram utilizados para 
melhor exemplificar e contextualizar o desenvolvimento motor. Diante disso, nesse momento, 
nos ocuparemos em melhor explicar alguns dos principais termos e conceitos utilizados por essa 
área de estudo das alterações do comportamento motor ao longo do ciclo da vida.
O comportamento motor pode ser considerado uma área que estuda em demasia o 
movimento humano. Porém, esse estudo, se localiza sob o ponto de vista de sua produção e 
controle, forma de aprendizado, alterações pelas quais passam, ao longo do ciclo da vida, 
como resultado de aspectos intrínsecos e extrínsecos. O comportamento motor nos ajuda a 
compreender os processos subjacentes à performance motora ao longo da vida.
Go Tani (2016) explica de forma mais ampla o comportamento motor de um indivíduo, 
argumentando que é uma área composta pelos campos de investigação denominados de 
Aprendizagem Motora, Controle Motor e Desenvolvimento Motor.
É importante a compreensão de que, apesar de a Aprendizagem Motora, o Controle 
Motor e o Desenvolvimento Motor terem identidades próprias como campos de investigação, 
os fenômenos por eles estudados devem ser vistos como fortemente conectados. Em outras 
23
palavras, deve-se prestar mais atenção às suas relações do que às diferenças, especialmente no 
campo da intervenção profissional.
Encontra-se em Gallahue e Ozmun (2005) que o comportamento motor engloba alterações no 
aprendizado e no desenvolvimento. Isto posto, inclui-se nessa análise os processos maturacionais 
vinculados ao desempenho motor. Esse último termo, o desempenho motor, é frequentemente usado 
para agrupar os diferentes componentes da aptidão física relacionada à saúde, e ao desempenho, 
como: velocidade de movimento, agilidade, coordenação, equilíbrio. Por fim, o desempenho motor 
pode ser visto como capacidade de realizar tarefas motoras e como essas são realizadas.
É sabido que o desenvolvimento motor é um processo permanente, e que se inicia na 
concepção e só cessa na morte. A análise e ,or meio do desenvolvimento motor, permite a 
quem faz uso dessa área encontrar algumas formas de analisar o desempenho humano, nesse 
caso, o desempenho motor, o controle motor e a aprendizagem motora, chegando à possível 
compreensão do comportamento motor da pessoa estudada.
Sendo assim, o desenvolvimento motor passa a ser altamente específico, pois cada pessoa 
possui capacidades específicas em cada uma das muitas áreas de desempenho. Podemos analisar 
isso, quando interpretamos que as habilidades motoras e desempenho físico interagem de 
maneira complexa com o desenvolvimento cognitivo e afetivo do próprio sujeito, não podendo 
deixar de considerar a ampla variedade de exigências biológicas, ambientais, como também as 
tarefas específicas. Diante disso, torna-se imperativo considerar o desenvolvimento motor de 
cada pessoa como um objeto de estudo e de aprofundamento. 
Isso é defendido por Gallahue e Ozmun (2005, p.5 e 6):
O processo de desenvolvimento e, mais especificamente, o processo de desenvolvimento motor, 
deveria lembrar-nos constantemente da individualidade do aprendiz. Cada indivíduo tem um tempo 
peculiar para a aquisição e para o desenvolvimento de habilidade motoras. Embora o relógio biológico 
seja bastante específico quando se trata da sequência de aquisição de habilidade motoras, o nível e 
a extensão do desenvolvimento são determinados individual e dramaticamente pelas exigências da 
tarefa em si. 
3.1 A Relação da Idade com o Desenvolvimento Motor
Para um maior esclarecimento, é sabido que a idade cronológica corresponde ao tempo, o 
período correspondente desde a data de nascimento do indivíduo, e, assim, nos fornece idade 
em anos, meses e dias. Já a idade biológica nos fornece um registro do índice de progresso em 
direção à maturidade, nesse parâmetro, temos condições de medir a idade biológica por meio da 
idade morfológica, idade óssea, idade dental, e a idade sexual (BEE, 2003; GALLAHUES; OZMUN, 
2005). Porém, para o seu processo formativo ser assertivo é imperativo contextualizar esses dois 
parâmetros que podem ser utilizados pelo desenvolvimento motor.
24
Segundo Gallahue e Ozmun (2005, p. 06), “O desenvolvimento é relacionado a idade, mas 
não depende dela”. O excesso de confiança no período de tempo, a idade, pode custar em falha, 
pois negaria de forma sistemática os conceitos de continuidade, especificidade e individualidade 
do processo desenvolvimentista. E o desenvolvimento motor se inclui nessa análise.
Diante disso, devemos saber que o desenvolvimento motor tem na idade um parâmetro para 
ajudar na análise das características do movimento do indivíduo. E também usar a idade para 
uma análise estimada sobre a progressão do desenvolvimento desses movimentos. Porém, por 
tudo que já fora mencionado, não podemos depender da idade para chegar a uma análise crítica 
do desenvolvimento do indivíduo.
O desenvolvimento motor, como conceito, é uma área de estudo das contínuas alterações 
no comportamento motor ao longo do ciclo da vida, mas o que provoca, o que influencia, o que 
é responsável por essas alterações, está diretamente relacionado aos três fatores indissociáveis 
do desenvolvimento motor, a biologia,as experiências, e as tarefas (GALLAHUE; OZMUN, 2005).
4 O ENVELHECIMENTO HUMANO
A população idosa, em âmbito mundial, vem apresentando um crescimento bastante 
expressivo nas últimas décadas, principalmente em virtude do aumento da sua expectativa 
de vida. A implantação de políticas de saúde pública e da medicina preventiva, bem como a 
descoberta de novos medicamentos possibilitou um amplo controle e tratamento eficiente 
de doenças infectocontagiosas e crônico-degenerativas, o que acabou por proporcionar essa 
elevação da vida média da população.
A OMS (Organização Mundial de Saúde) considera, do ponto de vista cronológico, um 
indivíduo idoso aquele com 60 anos ou mais, em países em desenvolvimento e com 65 anos 
ou mais em países desenvolvidos. Esta diferença relaciona-se à maior expectativa de vida nos 
países desenvolvidos, uma vez que a população possui maior acesso aos serviços de saúde e 
melhores condições de vida. Para chegar à condição de idoso, o indivíduo passa pela etapa do 
envelhecimento, quando ocorrem diversas transformações em todos os aspectos da sua vida.
O envelhecimento não é um estado, mas um processo de degradação, que se caracteriza 
por ser progressivo, irreversível e universal, levando a diversas alterações no organismo, que se 
repercutem em âmbito biológico (morfológico, funcional e bioquímico), social e psicológico. Esse 
processo contribui para o aumento da vulnerabilidade e incidência dos processos patológicos, 
que influenciados pela estrutura genética do indivíduo, estilo de vida e o meio ambiente, tendem 
a resultar na morte seja de uma célula, de um tecido, de um órgão ou mesmo do indivíduo.
No âmbito biológico, as modificações morfológicas são caracterizadas pelo aparecimento de 
25
rugas, redução na estatura; cabelos brancos e outras; as modificações fisiológicas relacionam-se 
com as alterações das funções orgânicas; as bioquímicas estão ligadas às transformações das 
reações químicas que ocorrem no organismo.
 No âmbito social, as modificações referem-se ao papel, aos estatutos e aos hábitos da pessoa, 
relativamente aos outros membros da sociedade. No âmbito psicológico, a modificação ocorre 
mediante a adaptação imposta ao indivíduo durante o envelhecimento, incluindo a inteligência, 
a memória e a motivação
O envelhecimento humano pode sofrer influências tanto intrínsecas, como extrínsecas, 
a primeira caracterizada pelo componente genético individual, determinando a longevidade 
máxima; e a segunda representada pelos fatores ambientais e hábitos de vida (poluentes, 
alimentação, atividades sociais, ambiente familiar, entre outros), que influenciam de forma 
diferente cada indivíduo, dependendo da velocidade e da gravidade com que ocorrem (PAPALÉO 
NETTO; BORGONOVI, 2002). Assim, podemos dizer que o envelhecimento ocorre de forma 
bastante heterogênea e que, em muitos casos, as idades biológica, social e psicológica podem ser 
muito diferentes da idade cronológica.
Os termos envelhecimento e senescência são usados como sinônimos, porque ambos se 
referem ao processo de envelhecimento normal que ocorre com o passar dos anos, diminuindo a 
reserva funcional (sem distúrbios de conduta, amnésias, entre outros), quando o envelhecimento 
ocorre de forma patológica, ou seja, quando surgem alterações que acometem a saúde do idoso 
ou doenças crônicas (perda da capacidade de memorizar, desorientação, desatenção, entre 
outros), é denominado de senilidade.
O dinamismo do processo de envelhecimento da população mundial refletiu na busca 
de soluções que visem a minimizar ou retardar os efeitos desse processo, fato que vem 
proporcionando nos últimos anos o aumento de pesquisas voltadas para esse tema, cada qual 
com um conjunto de conceitos, fatos e indicadores, surgindo várias teorias com o propósito de 
explicar as causas desse fenômeno complexo. No entanto, ainda existe muita controvérsia, uma 
vez que muitas teorias formuladas apoiam-se somente numa alteração biológica isolada, sem 
considerar as alterações sociais e psicológicas que também caracterizam o envelhecimento.
Como já estudado, o processo de envelhecimento envolve inúmeras alterações nos diversos 
sistemas que compõem o corpo humano. Diante disso, muitas foram as tentativas de explicar 
esse fenômeno e, portanto, muitas são as teorias criadas com base nelas. No entanto, como o 
processo de envelhecimento é multidisciplinar, ou seja, envolve inúmeras áreas do conhecimento, 
as teorias divergem entre si em muitos aspectos, mas principalmente no enfoque de cada área 
do conhecimento. Assim, para explicar esse processo, temos teorias que partem dos princípios 
biológicos, sistêmicos, sociológicos e psicológicos. Para cada uma dessas vertentes, ainda existem 
diversas teorias que diferem entre si, mas apresentam pontos em comum.
26
As teorias biológicas apoiam-se na ideia de que ocorre uma degradação estrutural e funcional 
dos sistemas orgânicos (FARINATTI, 2002). As teorias sistêmicas defendem que o envelhecimento 
ocorre devido a um tipo de cascata sistêmica em que ocorre a interação do processo genético e 
o meio ambiente.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
As teorias sociológicas abordam o envelhecimento a partir dos seus aspectos sociais, e o 
enfoque da sociedade nesse processo. Já as teorias psicológicas apontam que os aspectos 
psicológicos influenciam a capacidade dos indivíduos de enfrentarem as mudanças que advêm 
do envelhecimento e do processo de doença.
O envelhecimento é um processo gradual e inevitável. Como você viu, várias teorias discutem 
atualmente de que maneira o organismo envelhece; a mais defendida está relacionada a um 
encurtamento de telômeros progressivo, conforme as células passam pelas sucessivas mitoses, 
associado a uma lesão cumulativa causada por radicais livres e também processos de oxidação.
Diante disso, o envelhecimento fisiológico é linear e não obrigatoriamente semelhante em 
todos os sistemas do nosso corpo; cada um começa seu envelhecimento a um dado momento e 
perde a sua função em seu próprio ritmo, mas linear.
O idoso não sofre apenas com as perdas das capacidades funcionais biologicamente e 
fisicamente falando, a velhice vem acompanhada de mudanças psicológicas e sociais, as quais 
resultam na dificuldade destes idosos de se adaptarem a novos papéis sociais que levam a baixa 
autoestima, isolamento social solidão e depressão, inclusive potencializando o declínio cognitivo 
destes indivíduos.
O estado psicológico dos idosos está diretamente influenciado pelo domínio motor, desta 
forma, a redução da força muscular proporcionada pelo envelhecimento e a inaptidão da 
27
realização de atividade doméstica prejudicam significantes as interações sociais e psicológicas 
dos idosos.
Neste sentido, é possível relacionar a diminuição das funções cognitivas do envelhecimento 
com o desuso, aliado ao isolamento social e às mudanças psicológicas providas pelo 
envelhecimento, podendo ocasionar doenças emocionais, como a depressão.
O envelhecimento social é responsável pela alteração do status do idoso, desta forma alterando 
a relação destes indivíduos com as demais pessoas de sua comunidade, sendo estas alterações 
relacionadas com a crise de identidade (ausência do papel social, causando baixa estima).
Outras alterações destacam-se, como:
• as mudanças de papéis (deixa de ser provedor de sua família, sendo obrigado a aceitar 
novas missões);
• aposentadoria (afastamento das atividades funcionais, deixa);
• perdas diversas (perdas financeira, perda de poder de decisão, perdas afetivas com a 
morte de amigos e familiares);
• e diminuição dos contatos sociais (ocasionada em virtude das outras alterações).
A senescência está associada a prejuízos na capacidade cognitiva decorrentes de alterações 
estruturais e funcionais. A perda da capacidade cognitiva impacta diretamente na independência 
e autonomia, e, consequentemente, na qualidade de vida dos idosos. É importante estimular 
atividades que promovem a cognição dos idosos.O desempenho cognitivo sofre declínio com a senescência. Alguns determinantes interferem 
na cognição, a idade é o principal. No entanto, o sexo e a exposição a diversos fatores ambientais, 
como níveis inferiores de renda e educação, sintomas de depressão, inatividade física e 
alimentação também são fatores determinantes.
A prática de consumo de vegetais, frutas e peixes apresenta efeitos positivos pela presença de 
nutrientes, antioxidantes e vitaminas; por outro lado, o impacto negativo na saúde cognitiva está 
associado ao consumo de carnes gordas e fontes de ácidos graxos poli-insaturados.
Além disso, as alterações biopsicossociais acompanham o processo de envelhecimento 
e, deste modo, inicia-se o decréscimo dos processos funcionais e cognitivos. Ao envelhecer, 
o indivíduo relata dificuldade de memorizar fatos do cotidiano, e este declínio das funções 
cognitivas pode estar adjunto à idade e/ou ao estilo de vida.
28
Algumas funções cognitivas são de suma importância, como o tempo de reação para uma 
resposta a um estímulo, memória de atenção – que planeja a realização das atividades diárias – e 
memória de curto prazo – que recorda informações recentes.
 Já as capacidades verbais permanecem preservadas com o envelhecimento normal, 
porém, ao avançar da idade, observa-se que há uma dificuldade na realização de atividades que 
relacionam a memória com a linguagem.
Os idosos que apresentam comorbidades de saúde ou dependência necessitam de assistência 
integral para atender as suas diversas necessidades. Dessa maneira, a atividade física é capaz de 
promover inúmeros benefícios à saúde, até mesmo nas funções cognitivas.
Além disso, indivíduos praticantes de exercícios físicos regularmente apresentam menores 
riscos de serem acometidos por desordens cognitivas em relação aos sedentários.
Diante dessa situação, cerca de 40% dos países desenvolvem políticas de saúde mental. 
Atitude para promoção e prevenção de comprometimento cognitivo trata-se de condições de 
estilo de vida saudáveis, autonomia, apoio social e familiar.
29
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• compreender conceitos e teorias do crescimento e desenvolvimento humano;
• entender o desenvolvimento motor;
• estudar o processo de envelhecimento humano e algumas de suas teorias.
PARA RESUMIR
BEE, H. A criança em desenvolvimento. São Paulo: Artmed, 2003.
FARINATTI, P.T. Teorias biológicas do envelhecimento: do genético ao estocástico. Revista 
Brasileira de Medicina do Esporte, v.8, n.4, p.129-138, 2002.
GALLAHUE, D. L.; OZMUN, J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor. Bebês, crian-
ças, adolescentes e adultos. São Paulo: Phorte, 2005.
HAYWOOD, K. M.; GETCHELL, N. Desenvolvimento motor ao longo da vida. Porto Alegre: 
Artmed, 2016.
PAPALÉO NETTO, M; BORGONOVI, N. Gerontologia: a velhice e o envelhecimento em 
visão globalizada. São Paulo: Atheneu, 1999.
TANI, G. Comportamento motor: conceitos, estudos e aplicações. Rio de Janeiro: Guana-
bara Koogan, 2016.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
UNIDADE 2
Concebendo uma nova vida, tipos 
de nascimento e a importância do 
pré-natal
Você está na unidade Concebendo uma nova vida, tipos de nascimento e a importância do 
Pré-Natal. Conheça aqui aspectos importantes acerca da gestação e do parto. A gravidez 
é um período da vida da mulher muito importante e cercado de expectativas, anseios, 
medos, desinformações, crendices, entre outros. Entretanto, o que todas as gestantes 
desejam é ter uma gestação tranquila, sem intercorrências para a mãe e o nascimento 
de um bebê saudável. Antes da gestação, ocorre a fecundação, ou seja, o encontro dos 
gametas sexuais masculino (espermatozoide) com o feminino (óvulo). Depois, inicia-se a 
formação do embrião, desenvolvimento do feto, e nascimento do bebê. 
Antes do nascimento, é muito importante as consultas e exames pré-natais, feitos, 
geralmente, pelo (a) obstetra e sua equipe de saúde. O pré-natal é muito importante 
para identificar possíveis deficiências da mãe e do feto, assim como prevenir e manter a 
saúde de ambos. Neste material, primeiramente, você estudará como ocorre a concepção 
de um novo ser, de uma nova vida, da fecundação ao desenvolvimento do feto. Em 
seguida, estudará sobre os tipos de nascimento (normal e cesárea). Por fim, o foco será 
na importância do pré-natal.
Bons estudos!
Introdução
33
1 CONCEBENDO UMA NOVA VIDA
Primeiramente, precisamos responder à seguinte questão: como ocorre a concepção? Quais 
são as fases do desenvolvimento embrionário? A concepção tem início após a fecundação do 
óvulo da mãe pelo espermatozoide do pai. Isso ocorrerá durante o período fértil da mulher, que 
corresponde à ovulação entre o 14º dia após o 1º dia da menstruação.
Importante que você saiba que são eliminados na ejaculação, aproximadamente, 300 milhões 
de espermatozoides, mas apenas 200, em média, atingem a tuba uterina, e apenas um fecunda 
o ovócito II.
Figura 1 - Fecundação 
Fonte: 3d_hokage, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra a ilustração de um espermatozóide entrando no óvulo, ou 
seja, o ato de fecundação.
Após liberado pelo ovário, o ovócito encontra-se envolvido na zona pelúcida, formada por 
uma camada de filamentos glicoprotéicos. Há, externamente à zona pelúcida, a corona radiata, 
formadas por células foliculares, derivadas do ovário.
FIQUE DE OLHO
Aprenda, de um jeito divertido e didático, o processo de fecundação humana, assistindo ao 
vídeo “Um jeito divertido de entender a fecundação” (DW BRASIL, 2020). 
34
Figura 2 - Gametas sexuais e a fecundação 
Fonte: SVETLANA VERBINSKAYA, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra a ilustração de um óvulo e suas partes, assim como um 
espermatozoide e suas partes.
No processo de fecundação, o espermatozoide passará pela corona radiata. Quando atingir 
a zona pelúcida, sofrerá algumas alterações, formando o que chamamos de membrana de 
fecundação, que tem a função de impedir a penetração de outros espermatozoides no ovócito. E, 
ao mesmo tempo, ocorrerá a finalização da meiose, originando o óvulo e formando-se o segundo 
corpúsculo polar.
Figura 3 - Fases da Fecundação. 
Fonte: Designua, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra a ilustração das fases da fecundação, desde o oócito até a 
formação do zigoto.
35
O espermatozoide fornece o núcleo e o centríolo para o zigoto. As mitocôndrias dos 
espermatozoides irão se desintegrar no citoplasma do óvulo. Diante disso, todas as mitocôndrias 
do corpo do novo ser são de origem materna.
O núcleo do espermatozoide e o núcleo haploide do óvulo recebem os nomes pró-núcleo 
masculino e pró-núcleo feminino, respectivamente. Com a união desses núcleos, teremos a 
formação da célula-ovo ou zigoto e o início do desenvolvimento embrionário.
Resumindo, após a fecundação, o óvulo começará a se dividir, formando um grupo de células 
que, durante seis a oito dias, é nutrido pelas secreções da tuba uterina. Neste período, o óvulo 
fecundado está sendo impulsionado pela tuba uterina em direção ao útero, onde se fixará e 
permanecerá até o final da gestação.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
Figura 4 - Tuba uterina e Ovário. 
Fonte: Magic mine, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra a ilustração de um útero, com destaque para tuba uterina 
e ovário.
36
Ao longo do crescimento do embrião, alguns genes são ativados e outros desativados, 
surgindo, então, a diferenciação celular. Exemplificando, tipos de células com funções e formas 
distintas, que organizam os tecidos diversos e formarão os órgãos, posteriormente. 
E quais são as fases desse desenvolvimento do embrião? Na espécie humana as fases são:
• clivagem,
• gastrulação,
• e organogênese
1.1 Clivagem
Nesta fase, são rápidas as divisões mitóticas, que dão origem aos blastômeros. O embrião 
apresenta aumento do número delas, mas não de tamanho, devido à velocidade com que as 
células se dividem.
Figura 5 - Estágio de Zigoto 
Fonte: Toor Khan, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer:A imagem mostra a ilustração da fase de clivagem, do desenvolvimento 
embrionário: um zigoto no estágio embrionário. 
37
Figura 6 - Estágio de 4 células 
Fonte: Toor Khan, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra a ilustração da fase de clivagem, do desenvolvimento 
embrionário: um zigoto com quatro células no estágio embrionário. 
A primeira fase da clivagem é a formação da mórula, que é envolvida por uma camada 
externa (denominada trofoblasto) que, desde o primeiro dia da concepção, é responsável pela 
produção do primeiro hormônio gestacional, chamado Gonadotrofina Coriônica Humana (GCH 
ou HCG). Este hormônio apresenta um importante papel na manutenção da gestação, pois ele 
tem a função de impedir o fluxo menstrual e a involução do óvulo. Até a próxima fase, blástula, as 
células do embrião são chamadas de células-tronco, podendo originar todos os diferentes tipos 
de célula do corpo.
Figura 7 - Mórula 
Fonte: nobeastsofierce, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra a ilustração de uma mórula, que é o primeiro estágio da 
embriogênese humana.
38
Figura 8 - Mórula e Trofoblasto 
Fonte: Kateryna Kon, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra a ilustração de uma mórula, revestida pelo trofoblasto.
Na segunda e última etapa, ocorre a blastulação, na qual as células irão delimitar uma 
cavidade interna chamada blastocele, cheia de um líquido produzido pelas próprias células. Por 
volta do quarto dia de fecundação, a mórula atinge o útero e começa a receber fluidos uterinos 
que se acumulam no interior do trofoblasto, com isso, as células da mórula migram para um polo, 
formando um aglomerado de célula em formato de botão que é chamado de blastocisto.
Figura 9 - Blastocisto 
Fonte: Designua, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra a ilustração de um blastocisto, ou seja, estágio de 
desenvolvimento da blástula, que é formado por uma camada interna de células que origina o 
embrião propriamente dito e uma dupla camada de células, o trofoblasto.
39
Por volta do 5º dia, o blastocisto se fixa na decídua (epitélio do endométrio) por meio de vilos, 
esta fase recebe o nome de nidação.
Figura 10 - Estrutura do útero 
Fonte: Timonina, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra a ilustração de um útero e suas partes anatômicas, como o 
endométrio, o miométrio, o perimétrio, a vagina, a cérvix, o corpo do útero, o fundo do útero e 
as tubas uterinas.
1.2 Gastrulação
A partir da blástula, terá início a fase de gastrulação, na qual o embrião aumenta de tamanho, 
surgindo o intestino primitivo e diferenciação dos folhetos germinativos ou embrionários. Estes 
folhetos darão origem aos diversos tecidos do corpo e se dividirão em:
• ectoderme,
• endoderme,
• e mesoderme.
40
Figura 11 - Gastrulação 
Fonte: Betty Ray, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra a ilustração da fase da gastrulação. A primeira ilustração 
mostra apenas a blástula e a indicação da localização da blastoderme e do blastocisto. Na segunda 
ilustração temos a invaginação da gástrula, formação da ectoderme, endoderme e mesoderme. 
Na terceira ilustração temos a gástrula, com a ectoderme e endoderme formadas.
A ectoderme dará origem à epiderme, pelos, unhas, cartilagem, córnea, ossos da face, tecidos 
conjuntivos das glândulas salivares, timo, lacrimais, tireóide e hipófise, sistema nervoso, entre 
outros. A endoderme originará o sistema respiratório (com exceção das cavidades nasais), o 
fígado, o pâncreas, os pulmões, o epitélio da bexiga urinária, entre outros. Por fim, a mesoderme 
irá originar os músculos, derme da pele, ossos (exceto da face) e cartilagens, medula óssea, útero, 
rim, sangue, coração, entre outros. Ao final da gastrulação, o embrião é chamado de gástrula.
1.3 Organogênese
Esta é a fase final do desenvolvimento do embrião. Nela, ocorrerá a diferenciação dos tecidos 
e órgãos. A neurulação, quando há formação do tubo neural, que depois se diferenciará em 
sistema nervoso central, é o primeiro estágio. Durante a neurulação, o embrião recebe o nome 
de nêurula.
41
Figura 12 - Neurulação 
Fonte: Betty Ray, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra a ilustração da fase da neurulação. 
Esta fase (organogênese) termina até a 8ª semana de gestação, lá por volta do 56º dia. Nesse 
período, o embrião está medindo, aproximadamente, três cm de comprimento.
Depois da 9ª semana de gestação, até o nascimento, o indivíduo em formação passa a ser 
chamado de feto. O nascimento ocorrerá em média durante a 38ª semana de gestação.
1.4 Feto
Agora, voltemos a falar sobre o desenvolvimento do indivíduo, sem focar na embriologia. Por 
volta da 8ª semana gestacional, origina-se a placenta.
FIQUE DE OLHO
O professor e biólogo Paulo Jubilut ensina, no vídeo “Desenvolvimento Embrionário – 
Embriologia” (JUBILUT, 2012), sobre a embriologia humana, ou seja, o desenvolvimento 
embrionário. Assista o vídeo para ter uma visão mais ilustrada do processo.
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Figura 13 - Placenta Humana (imagem real) 
Fonte: ravipat, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra a foto de uma placenta humana real, recém retirada de uma 
gestante.
Figura 14 - Placenta Humana (ilustração) 
Fonte: Sakurra, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra uma ilustração de um feto dentro do saco amniótico e ao 
seu lado, a placenta, ligada a ele pelo cordão umbilical.
Da 6ª até a 8ª semana gestacional, a produção dos hormônios progesterona, relaxina 
e estrogênio é realizada pelo corpo lúteo e, após a 8ª semana, os hormônios passam a ser 
produzidos pela placenta que já está formada. A placenta tem um formato de disco que cresce 
durante toda a gestação, chegando a medir 20cm de diâmetro, 3cm de espessura e pesando de 
500 a 700g. Ela é responsável pela manutenção das funções vitais do bebê: troca respiratória, 
absorção de nutrientes e excreção; é como se fosse o pulmão e o intestino do bebê.
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Durante a gestação, o feto se desenvolve dentro de um saco fino e semitransparente chamado 
saco amniótico e é banhado pelo líquido amniótico e anexado à placenta pelo cordão umbilical.
Figura 15 - Saco Amniótico 
Fonte: Medical Art Inc, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra a ilustração de um feto dentro do saco amniótico, dentro do 
útero, pronto para o parto.
Figura 16 - Cordão Umbilical 
Fonte: Sopotnicki, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra a foto do parto de um bebê. O bebê está sendo segurando 
pela mão de um profissional da saúde. Ao lado do bebê, estea o cordão umbilical.
O líquido amniótico é secretado pela placenta, âmnio e cordão, e é substituído a cada três 
horas. O líquido amniótico contém uma série de substâncias, que incluem:
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• proteínas,
• açúcares,
• estrogênio,
• progesterona,
• prostaglandinas,
• e células da pele fetal.
Durante a gestação, o feto ingere este líquido amniótico e excreta como urina.
A gestação humana normal tem duração de 280 dias, dividida em meses de quatro semanas 
(sete dias por semana), resultando em 10 meses completos. Entretanto, como o nosso calendário 
tem meses que duram 28 dias, outros com 30 e 31 dias, a gestação baseada nos meses do nosso 
calendário dura nove meses.
É importante ressaltar que a contagem da gestação não é realizada em meses, mas sim em 
semanas, porque desta forma se chega a uma data mais precisa para estimar o nascimento do 
bebê que é a DPP (Data Provável do Parto). Este método foi criado na primeira metade do século 
XIX pelo obstetra alemão Franz Karl Naegele (1778-1851) e até hoje é chamado de fórmula (ou 
regra) de Naegele, que é utilizado pelos médicos de todo o mundo para definir a DPP. Veja abaixo 
esta fórmula:
Data da Última Menstruação (DUM) + 1 ano – 3 meses + 7 dias = DPP
Entretanto, o bebê é considerado completo (bebê termo) com uma idade gestacional maior 
que 37 semanas e com peso maior que 2500g. O bebê apresenta uma boa sobrevivência quando o 
nascimento ocorre após a 34ª semana e uma baixa sobrevivência por volta da 28ª semana,devido 
aos pulmões e ao centro respiratório não estarem completamente desenvolvidos, imaturidade do 
fígado, baixa ou nenhuma imunidade à infecção.
O profissional que trabalha com obstetrícia tem que saber utilizar os termos adequados:
Embrião:
o nome que o bebê recebe até a 8ª semana. 
Feto:
nome que o bebê recebe com mais de oito semanas de gestação.
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Gestante:
nome que a mulher recebe durante a gestação.
Parturiente:
denominação recebida pela mulher durante o trabalho de parto e parto.
Puérpera:
corresponde à mulher no puerpério. Lembre-se que depois do nascimento do feto, a mãe não 
é mais gestante.
2 TIPOS DE NASCIMENTO
A classificação dos tipos de parto é recente e surgiu após a maioria dos partos serem 
realizados no ambiente hospitalar, exclusivamente por médicos em macas horizontais e na 
posição ginecológica. A partir deste momento iniciou a classificação em parto normal ou cesárea.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
2.1 Parto normal
O parto normal passou a ser realizado em hospitais, em salas de trabalho de parto coletivas, 
sem privacidade, sem acompanhante e permaneciam restritas ao leito. Nessas gestantes, eram 
administradas drogas e realizadas intervenções com o objetivo de acelerar o trabalho de parto, 
e, no período expulsivo, a parturiente permanecia em decúbito dorsal, com as pernas amarradas 
na perneira e profissionais pressionando sua barriga e dando comandos para fazer força, além de 
realizar procedimentos como a episiotomia e o uso de fórceps alto.
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Após a 2ª Guerra Mundial, a comunidade hippie iniciou um movimento revolucionário em 
que questionava a necessidade de todas as intervenções e exigia melhores condições para dar à 
luz, com o objetivo de tornar o parto normal um procedimento mais familiar, afetivo e fisiológico. 
Após pouco tempo, este movimento recebeu o apoio de alguns médicos e mulheres que estavam 
insatisfeitos com os partos que eram realizados e, a partir de então, surgiram as diferentes formas 
de nascer:
• parto na água,
• parto Leboyer,
• parto sem dor,
• parto humanizado,
• parto de cócoras.
O parto Leboyer foi criado na França, pelo obstetra Frédérick Leboyer. Este método defende 
uma forma menos violenta de nascer, e foi o primeiro método a considerar a importância do 
vínculo mãe-recém-nascido no momento do nascimento. Este tipo de parto é feito em ambiente 
com pouca luz, em silêncio, com massagem nas costas do bebê. Espera-se o cordão parar de 
pulsar para o bebê fazer a transição respiratória de forma mais suave. Faz-se o banho do bebê 
perto da mãe, e a amamentação é precoce. O foco é o bebê, e não a mãe, que geralmente está 
deitada de costas, com as pernas em estribos e utiliza-se episiotomia
Já o parto de cócoras foi criado por Janet Balaska, em Londres, na década de 80. Ela trabalhava 
com gestantes por meio de aulas yoga, preparando-as para uma postura mais ativa no parto. O 
método defende a liberdade para movimentação das mulheres, fazendo com que elas possam 
seguir seus instintos e a lógica fisiológica do corpo durante o parto. Como o nome diz, o parto é 
realizado na posição vertical ou de cócoras, durante a fase expulsiva, sendo mais rápido e cômodo 
para a mulher, além de mais saudável para o bebê.
O parto na água foi criado pelo médico obstetra francês Michel Odent, em Pithiviers, o qual 
começou a usar banheira com água quente para o conforto e alívio da dor das gestantes. Ele é 
feito em banheiras especiais ou improvisadas, e tem o objetivo de combater a tensão e a dor, 
ajudando significativamente na dilatação do colo de útero. O nascimento para o bebê é mais 
suave e o períneo da mãe ganha maior flexibilidade com a água quente.
Na década de 1980, surge um novo movimento chamado Parto Ativo, que é um parto 
instintivo que se baseia em dar à luz de modo natural e espontâneo, em que as mulheres têm 
total controle do seu corpo durante todo o processo do parto. Este parto está frequentemente 
relacionado ao não uso de medicamentos, intervenções desnecessárias, anestesia e muitas vezes 
são realizados em casa.
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Figura 17 - Parto Normal 
Fonte: udaix, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra seis ilustrações, com o passo a passo das etapas do parto normal.
O termo parto humanizado, atualmente, tem sido usado de forma indiscriminada e sem uma 
definição real do mesmo. Para o Ministério da Saúde, significa o direito que toda gestante tem 
de passar por pelo menos seis consultas de pré-natal, ter sua vaga garantida em um hospital na 
hora do parto e agora ter o direito a um acompanhante de escolha. Para alguns hospitais, o parto 
humanizado significa a presença de um acompanhante, música na sala de parto e a permissão de 
ficar alguns minutos com o bebê antes dele ser levado para o berçário.
Para a Rede Brasileira pela Humanização do Nascimento, o parto humanizado é devolver o 
papel principal do parto à mulher e promover uma atenção ao parto centrado nas escolhas e 
necessidades individuais de cada mulher.
Por exemplo: se a mulher vai escolher dar à luz de cócoras ou na água; quanto tempo ela vai 
querer ficar com o bebê no colo após seu nascimento; quem vai estar em sua companhia; se ela 
vai querer se alimentar e beber líquidos. Essas são decisões que deverão ser tomadas por ela, a 
mãe. Aqui, o médico e a equipe de saúde deve oferecer apoio e respeitar a fisiologia do parto, 
interferindo apenas se houver real necessidade e não rotineiramente.
2.2 Parto Cesariana
A cesariana recebe o nome de laparotraquelotomia, que se refere a uma cirurgia abdominal 
com uma incisão uterina para a retirada do bebê. Os primeiros relatos de cesariana surgiram na 
Roma por volta de 715 a 672 a.C., e foi um grande marco, pois diminuiu muito a mortalidade 
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materna durante o parto. Até 1960, este procedimento só era realizado quando a mãe estava 
morrendo, mas atualmente esta técnica é amplamente utilizada, até mesmo em casos em que 
não haveria necessidade.
Existem duas técnicas principais de cesariana:
» Incisão clássica: é realizada uma incisão longitudinal na parede anterior do útero. Esta 
cesariana é indicada para parto prematuro, placenta prévia, bebê na posição transversa. Nesta 
cirurgia, é realizada uma incisão na pele e musculatura da região abdominal e são afastados a 
bexiga e os vasos sanguíneos para evitar lesão durante o aprofundamento da incisão. Ao realizar 
a incisão na parede uterina ocorre o extravasamento do líquido amniótico, que é contido com o 
uso de compressas estéreis. Em seguida o obstetra coloca os dedos entre a parede uterina e a 
cabeça fetal e o bebê é retirado da cavidade uterina.
Figura 18 - Incisão realizada no parto cesárea 
Fonte: VP Photo Studio, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra o abdome de uma mulher, com uma cicatriz longitudinal, 
anterior ao útero, consequência de um parto cesárea. A mulher está segurando a barriga. 
» Incisão transversa: é a técnica mais utilizada. A incisão é realizada no peritônio sobre o 
segmento uterino inferior e a cicatriz se aprofunda. Ao chegar próximo da bexiga, o obstetra 
realiza a dissecação da bexiga e a separa do segmento inferior do útero, onde é realizada a 
incisão. Após a incisão, ocorre a saída do bebê, devido à compressão que a cabeça fetal exerce na 
porção inferior do útero.
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Figura 19 - Incisão transversa 
Fonte: Katsiuba Volha, Shutterstock, 2020
#ParaCegoVer: A imagem mostra apenas a região abdominal e do quadril de uma mulher, e a 
cicatriz na região inferior do abdome. Esta cicatriz é longitudinal, consequência do parto cesárea 
do tipo incisão transversal.
Figura 20 - Cesáre 
Fonte: Natthawon Chaosakun, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra a foto de um parto do tipo cesárea. O bebê está sendo 
retirado do útero, por dois profissionais da saúde.
Após qualquer tipo de cesariana, os bebês são posicionados de cabeça para baixo, para evitar 
que ocorra a aspiração, facilitando a saída de líquido amniótico pela boca e nariz. Seu nariz e boca 
são aspirados.São colocados dois clampes no cordão umbilical, para que ele seja cortado. Em 
seguida, vem uma fase semelhante à dequitação, em que o obstetra remove a placenta e todo 
o saco amniótico, e após este procedimento são suturadas as camadas do útero e as paredes 
abdominais da puérpera.
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As indicações para cesariana, de acordo com o Ministério da Saúde, são:
» Indicações absolutas: desproporção céfalo-pélvica; hemorragias no final da gestação; 
doença hipertensiva gestacional; bebê transverso; sofrimento fetal, HIV.
» Indicações relativas: diabete gestacional, ruptura prematura do saco amniótico com 
trabalho de parto prolongado; hipertensão arterial controlada.
Alguns obstetras indicam a cesariana para mulheres que já tiveram um parto cesariano prévio, 
ou seja, após fazer uma cesariana a única possibilidade de parto que a mulher terá é realizar outra 
cesariana, mas isso não é aceito em todas as culturas. A principal preocupação dos obstetras é 
uma possível ruptura de útero durante as contrações do trabalho de parto e parto, pois a cicatriz 
uterina realizada na cesariana não seria capaz de suportar as contrações uterinas.
A cicatriz clássica da cesariana apresenta maior risco de ruptura, quando comparada à 
cicatriz transversa. Entretanto, verificaram que, quando o parto normal é bem conduzido, o risco 
de ruptura uterina é de 0,7% e que o bebê não irá apresentar nenhum problema caso o parto 
seja realizado em até 17 minutos após a ruptura. Este tempo é suficiente para encaminhar a 
parturiente para a sala de parto e realizar uma cesariana.
Por esses motivos, alguns obstetras realizam o parto vaginal quando a puérpera já teve uma 
cesariana; as puérperas são assistidas cuidadosamente pela equipe médica e, caso apresentem 
sinal e sintoma de ruptura uterina, como dor abdominal repentina, seguida por perda de sangue 
pelo canal vaginal, o obstetra avalia se houve ruptura uterina e, caso seja confirmado este 
diagnóstico, ele realiza uma cesariana.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
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3 A IMPORTÂNCIA DO PRÉ-NATAL
Durante o pré-natal, são realizadas diversas consultas médicas e com a equipe de enfermagem, 
em que é avaliada se a gestação está bem ou apresenta sinais e sintomas de alguma complicação 
gestacional. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o número ideal de consultas 
realizadas durante o pré-natal é igual ou superior a seis consultas, sendo que, até a 28ª semana 
gestacional, as consultas deverão ser mensais, e a partir da 28ª semana, semanais.
Na primeira consulta pré-natal, é avaliado:
• a data precisa da última menstruação;
• regularidade dos ciclos;
• uso de anticoncepcionais;
• sinais e sintomas de gravidez (náuseas, vômitos, dor abdominal, constipação, ce-
faleia, síncope, sangramento ou corrimento vaginal, disúria, polaciúria e edemas);
• paridade;
• intercorrências clínicas, obstétricas e cirúrgicas;
• detalhes de gestações prévias;
• hospitalizações anteriores;
• uso de medicações;
• história prévia de doença sexualmente transmissível;
• exposição a riscos ambientais ou ocupacionais;
• reações alérgicas;
• história pessoal ou familiar de doenças hereditárias/malformações;
• gemelaridade anterior;
• fatores socioeconômicos;
• atividade sexual; uso de tabaco, álcool ou outras drogas lícitas ou ilícitas;
• história infecciosa prévia;
• vacinações prévias;
• história de violências.
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Também é avaliada a probabilidade de o bebê desenvolver alguma doença genética. A 
gestante é questionada sobre história pessoal ou familiar de criança com:
• abertura do tubo neural,
• doença cardíaca congênita,
• hemofilia,
• distrofia muscular,
• fibrose cística,
• coreia de Huntington,
• acondroplasia,
• síndrome de Marfan,
• deficiência de G6PD,
• fenilcetonúria,
• retardo mental ou desenvolvimento anormal e de anormalidades cromossômicas prévia 
à gestação;
• história de abortamento habitual;
• exposição a drogas teratogênicas, agentes químicos e radiação na gestação.
Durante o exame físico, são avaliados:
• peso, altura e pressão arterial,
• avaliação de mucosas, da tireoide, das mamas, pulmões, coração, região abdominal e 
extremidades.
No exame ginecológico/obstétrico, avalia-se:
• a genitália externa,
• vagina,
• colo uterino,
• e, no toque bidigital, é avaliado o útero.
Após a 12ª semana gestacional, é realizada a medida da altura do fundo uterino na região 
abdominal. A ausculta fetal será possível após a 10ª ou 12ª semana com o sonar doppler.
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Exames Laboratoriais no Primeiro Trimestre
• Colpocitologia oncótica, conhecido popularmente como papanicolau.
• Gonorrhea e C. Trachomatous, para avaliar se a gestante apresenta gonorreia e clamídia. 
Essas patologias quando não são tratadas podem provocar trabalho de parto prematuro.
• Hematócrito e hemoglobina.
• É realizado Coombs indireto em pacientes Rh negativas com fator de risco para doença 
hemolítica perinatal. Repetir o teste entre a 24ª e a 28ª semana se anteriormente nega-
tivo.
• Glicemia de jejum.
• Urina e urocultura.
• Sorologia para sífilis por meio do exame VDRL.
• Sorologia para rubéola, citomegalovírus e toxoplasmose.
• HbsAg, exame utilizado para verificar se a gestante já teve contato com a Hepatite B.
• Elisa anti-HIV. Em gestantes que o teste é negativo para HIV, o teste é repetido após seis 
meses. Quando o teste é positivo, é realizado outro Teste Elisa, para confirmar o resulta-
do e iniciar o tratamento.
Figura 21 - Consequências da Sífilis não tratada. 
Fonte: enuengneng, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra a foto de uma mão com manchas e feridas provenientes 
de sífilis não tratada.
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Exames Laboratoriais no Segundo Trimestre
• Teste oral de tolerância à glicose com 50 gramas de glicose.
• Glicemia de jejum.
• Curva glicêmica de 2 horas com 75 gramas de glicose.
• Teste sérico tríplice materno: utilizado para rastreio dos defeitos de abertura do
• Tubo neural e trissomias, especialmente a trissomia do cromossomo 21.
• Análise cromossômica fetal por amniocentese em situações especiais.
Exames Laboratoriais no Terceiro Trimestre
• Hematócrito e hemoglobina.Cultura cervical para Estreptococos do Grupo B.
Ultrassonografia no Primeiro Trimestre
• Identificar ou confirmar a idade gestacional: entre a 7ª e a 13ª semana gestacional é 
realizada uma medida craniocaudal que determina com precisão a idade gestacional.
• Verificar se é uma gestação múltipla. É usada quando a gestante realizou inseminação 
artificial ou quando o médico desconfia de uma gestação gemelar.
• Descartar um aborto espontâneo, no caso de gestantes que apresentam sangramento 
vaginal. Neste caso é realizado um ultrassom para verificar a imagem do embrião e 
após a 10ª semana gestacional pode-se escutar os batimentos cardíacos fetais.
• Descartar uma gravidez ectópica ou molar (placenta cresce de forma anormal e não 
permite o desenvolvimento fetal).
Ultrassonografia no Segundo Trimestre
• Translucência nucal: O ideal é que este exame seja realizado na 12ª semana gestacional 
e serve para avaliar se o feto apresenta sinais de algum problema genético, como, por 
exemplo, a Síndrome de Down, Trissomia do 13 (Síndrome de Patau) e do 18 (Síndrome 
de Edwards), Síndrome de Turner etc. Neste examerealiza-se a medida da distância en-
tre a pele do bebê e a coluna cervical. O ideal é que este valor seja menor que 3,0 cm.
• Quando o médico desconfia de algum problema genético é, então, realizada a biópsia 
do vilo corial (biópsia da placenta) ou a amniocentese (extração de uma pequena quan-
tidade de líquidoamniótico, por meio de uma agulha que é inserida na região abdomi-
nal da gestante).
• Ultrassom morfológico: é realizado por volta da 20ª semana gestacional, e é o exame 
de ultrassom mais demorado e detalhado realizado pela gestante. No ultrassom é pos-
sível verificar coração, cérebro, órgãos digestivos, sexo do feto e avaliar o crescimento 
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do bebê medindo a distância da cabeça ao fêmur do feto. Além disso,

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