Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

(correta).
– Ele goza sua melhor forma. / Ele goza de sua melhor forma.
– Não necessitam/precisam defesa de ninguém. (forma rara atualmente) / Não
necessitam/precisam da defesa de ninguém.
– O nascimento do filho obstou a viagem. / O nascimento do filho obstou à viagem.
Obs.: Tais regências são abonadas por Celso Pedro Luft e por Francisco Fernandes.
– O trovão precedeu o temporal. / O trovão precedeu ao temporal.
– O padre presidirá a cerimônia. / O padre presidirá à cerimônia.
– O político, mais um, renunciou o cargo. O político renunciou ao cargo.
– Satisfez sua necessidade? / Satisfez à sua necessidade?
Cuidado!!!
Alguns verbos transitivos diretos seguidos de preposição, segundo Bechara, “dão um
colorido especial ao contexto”. Lembra-se dos casos de objeto direto preposicionado?
Então, lá há alguns verbos que fazem parte de expressões idiomáticas do português junto
com seus complementos preposicionados. Exemplos:
– Comi o bolo. / Comi do bolo. (Apenas um pedaço do bolo – não ele todo – foi comido; a
preposição neste caso tem um papel semântico indicando “partição”.)
Na edição de junho de 2011 da revista Piauí, o professor Evanildo Bechara diz que “a
função das preposições não é sintática, mas semântica. Pegar uma linha indicaria nada mais
do que segurá-la. Mas pegar da linha implica que ela será utilizada”. O erudito disse mais:
“É impressionante como os bons autores aproveitam todas as faculdades da língua”,
comentou. No inglês, o fenômeno, conhecido como two-word verbs, é largamente utilizado.
Look é “olhar”. Acrescido da preposição for, quer dizer “procurar”, look for. Bechara
explicou então que “cumprir o dever” é diferente de “cumprir com o dever”, que exige
sacrifício [zelo, esforço].
O mesmo se dá com fazer, que pode figurar como “Fazer que...” ou “Fazer com que”, em
que a preposição apenas serve de ênfase ao objeto direto: “Pouco conhecimento faz (com)
que as pessoas se sintam orgulhosas.”. (Leonardo Da Vinci)
Verbos que normalmente mudam de sentido devido à regência
Para facilitar sua vida, apresentarei os verbos mais corriqueiros nos concursos. É óbvio
que existem outros não tão populares assim em seu concurso... e, por isso mesmo,
normalmente de fácil percepção quanto à regência. Caso você queira mais, recomendo a
consulta ao Dicionário Prático de Regência Verbal, de Celso P. Luft, ou ao Dicionário de
Verbos e Regimes, de Francisco Fernandes, ou ainda ao Dicionário de Regência Verbal, de
Antenor Nascentes. São as grandes referências no assunto.
Usarei algumas siglas: VI (verbo intransitivo), VTD (verbo transitivo direto), VTI (verbo
transitivo indireto) e VTDI (verbo transitivo direto e indireto, ou bitransitivo). Suas
respectivas preposições, quando houver, virão junto. Vamos lá!
Agradar
Acariciar, fazer carinho (VTD)
– A mãe agradou seu filho no colo.
Satisfazer, alegrar, contentar (VTI – a)
– Este espetáculo sempre agrada ao público.
Obs.: Não ortodoxamente, Luft diz que neste último caso, o verbo pode ser VTD: Este
espetáculo agradou-o. Na hora da prova, analise todas as opções possíveis, ficando
com a “melhor resposta”.
Agradecer
VTD (complemento “coisa”)
– Alguns sem-teto agradeceram nosso auxílio.
VTI (complemento “pessoa”; acompanhado ou não de adjunto adverbial de causa)
– Devemos agradecer a Deus (quem crê, é claro) pelas bênçãos diárias.
VTDI (OD (“coisa”) / OI (“pessoa”) – a)
– Agradeceste-lhe (a ele) o elogio?
Ajudar
Facilitar (VI)
– Dinheiro não traz felicidade, mas ajuda. (dito popular)
Auxiliar (VTD)
– Deus ajuda quem cedo madruga. (dito popular)
Auxiliar (VTI – em)
– Ele sempre ajuda na reforma da Igreja.
Auxiliar (VTDI (OD: “pessoa” / OI: “coisa” – em)
– Os irmãos não se ajudam em nada.
Obs.: Quando o OI tem como núcleo um verbo no infinitivo, Celso P. Luft diz que é iniciado
pela preposição a, sendo desaconselhada na linguagem culta formal o uso de lhe na
posição de objeto direto: “Vou ajudar-lhe a arrumar o quarto.” (regência
desaconselhada) / “Vou ajudá-lo a arrumar o quarto.” (regência aconselhada). Já
Francisco Fernandes diz que tanto faz. É a visão do Luft, porém, que prevaleceu na visão
do Cespe/UnB, que ignorou o ensinamento de Francisco Fernandes: Cespe/UnB –
ANATEL – TÉCNICO EM REGULAÇÃO – 2006 – QUESTÃO 11.
Apelar
Interpor recurso judicial à instância superior, recorrer (VTI – de)
– O advogado apelou da decisão.
Pedir socorro/ajuda (VTI – a, para)
– Aquela mulher feia teve de apelar para o santo casamenteiro.
Aspirar
Respirar, inspirar, sugar (VTD)
– Em regiões muito altas, é difícil aspirar o ar.
Almejar, pretender alcançar (VTI – a)
– Nunca mais aspirarei a amores impossíveis.
Obs.: O pronome oblíquo átono lhe nunca é usado como complemento deste verbo. Logo,
usamos o pronome oblíquo tônico: “Nunca mais aspirarei a eles (a amores
impossíveis).”.
Assistir
Morar, residir, habitar (VI – em)
– Assisto em Copacabana há 15 anos.
Obs.: Lembre-se de que em Copacabana não é um complemento para os gramáticos
tradicionais, em outras palavras, não é um objeto indireto, mas sim um adjunto adverbial
de lugar! Lembrando que este é um dos verbos que indicam
moradia/estaticidade/permanência.
Ajudar, auxiliar, apoiar, prestar assistência (VTD (preferencialmente) ou VTI – a)
– O professor assistia frequentemente a aluna com dificuldade.
– O professor assistia-lhe (a ela) frequentemente.
Ver (e ouvir), presenciar, observar (VTI – a)
– Quando namorávamos, assistíamos a vários shows.
	Capítulo 29 – Regência Verbal e Nominal
	Regência Verbal
	Verbos que normalmente mudam de sentido devido à regência

Mais conteúdos dessa disciplina