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Figura 18. Praça da Independência, no centro financeiro de Montevidéu (Uruguai), 2012. Assim como nos países desenvolvidos, alguns países em desenvolvimento apresentam áreas urbanas preservadas e valorizadas. Os índices mais baixos de urbanização ocorrem na África e na Ásia, que abri- gam cerca de 90% da população rural do mundo. No entanto, essas regiões são as que apresentam o ritmo mais acelerado de urbanização atualmente. Para 2050, estima-se que sua taxa de urbanização estará em torno de 56% e 64%, respecti- vamente. Apesar de seus atuais baixos níveis de urbanização, a Ásia abriga 48% da população urbana mundial. População total e taxa de urbanização em alguns países em desenvolvimento da Ásia e da África – 2014 País População total (em milhões) Taxa de urbanização (em %) Malásia 30,2 74 Irã 78,5 73 África do Sul 53,1 64 China 1.393,8 54 Indonésia 252,8 53 Nigéria 178,5 47 Filipinas 100,0 44 República Democrática do Congo 69,4 42 Paquistão 185,1 38 Índia 1.267,4 32 Uganda 38,8 16 Nos países em desenvolvimento, as possibilidades de emprego e de melhores condições de vida estão concentrados nas metrópoles. Elas foram o principal ponto de chegada de milhões de migrantes que deixaram o campo em busca de novas oportunidades. Ocorreu, dessa forma, uma urbanização concentrada nas metrópoles ou um processo de metropoliza•‹o. Fonte: ONU. World Urbanization Prospects: The 2014 Revision. p. 20-25. Disponível em: <http://esa.un.org>. Acesso em: fev. 2016. Cities and biodiversity outlook http://cbobook.org Por meio de imagens de satélite, mostra os diferentes níveis de urbanização nos continentes terrestres. A narração, em inglês, aborda os principais desafios e oportunidades de um desenvolvimento urbano sustentável. SITE D E P O S IT P H O T O S /G LO W I M A G E S 102 Unidade 2 | Espaço geográfi co e urbanização TS_V3_U2_CAP04_082_106.indd 102 23/05/16 19:03 PLANEJAMENTO URBANO NOS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO Como você viu anteriormente, a partir da década de 1950, houve considerável ampliação das cidades nos países em desenvolvimento. Num primeiro momento, esse fenômeno foi mais intenso na América Latina, ocorrendo depois nos continen- tes asiático e africano. Essa urbanização deu-se praticamente sem orientação ou planejamento, agravando o quadro de exclusão social nas cidades. O rápido crescimento populacional nas grandes cidades levou à expansão da superfície construída em áreas cada vez mais afastadas, ampliando a concentração populacional em bairros e zonas periféricas. Isso também foi consequência dos altos preços dos aluguéis nas áreas centrais e dos baixos rendimentos da população mais pobre, obrigada a se deslocar para a periferia, ao mesmo tempo que o número de imóveis vagos nas regiões centrais aumentava. Quando há revitalização /recupera- ção de áreas centrais degradadas das cidades, elas passam a abrigar residências destinadas às classes média e alta, além de serviços inacessíveis às populações de baixa renda. Esse processo é chamado de gentrificação. A expansão significativa da superfície construída das cidades criou e vem criando grandes dificuldades para a introdução de infraestrutura adequada, como transporte, saneamento básico e serviços sociais (postos de saúde, creches e escolas), nesses lugares mais afastados das áreas centrais (essa temática será retomada no próximo capítulo). O crescimento exponencial da população nas cidades dos países em desenvol- vimento, como Cidade do México (México), São Paulo (Brasil), Cairo (Egito), Jacarta (Indonésia), Nova Délhi (Índia), Lagos (Nigéria) e Bangcoc (Tailândia), não teve correspondente histórico quando comparado com cidades como Nova York, Tóquio, Londres e Paris, que conheceram grande crescimento entre o final do século XIX e a primeira metade do século XX. A Cidade do México, por exemplo, estende-se por uma mancha urbana de mais de 1.500 km2 (figura 19). A gama de possibilidades oferecida pela metrópole, sobretudo no mundo em desenvolvimento, não é estendida a todos os seus habitantes. Muitos são excluídos dos serviços essenciais e das oportunidades de emprego, o que implica a deterioração da vida urbana. O aumento da urbanização em nível mundial, mas em maior ritmo nos países em desenvolvimento, impõe a essas cidades desafios para um modelo de desenvolvimento sustentável. Figura 19. Vista aérea da Cidade do México (México), 2014. FILME Quem quer ser um milionário? De Danny Boyle. EUA, 2008. 120 min. O filme conta a história de Jamal Malik, um adolescente que trabalha servindo chá em uma empresa de telemarketing em Mumbai (Índia), uma das maiores cidades do mundo. A vida do rapaz muda completamente quando ele se inscreve num programa de TV e revive fatos da sua vida, tendo como pano de fundo as transformações e os problemas da sua cidade. S U S A N A G O N Z A LE Z /B LO O M B E R G V IA G E T T Y I M A G E S 103Capítulo 4 – Urbanização mundial TS_V3_U2_CAP04_082_106.indd 103 23/05/16 19:04 Urbanização e meio ambiente Observe as imagens de satélite de um trecho da costa leste dos Estados Unidos e responda às questões a seguir. A imagem A mostra a vegetação variando de escassa (bege) para densa (verde-escuro). A imagem B mostra a temperatura variando de amena (azul) para quente (amarelo). O trecho mais bege da área continental da imagem A e o trecho mais amarelado da área continental da imagem B mostram parte da cidade de Nova York (Estados Unidos), 2006. 1. Compare as duas imagens de satélite. Qual é a relação que se pode estabelecer entre vegetação e temperatura? 2. Leia o texto abaixo. “Em Nova York, a asma é a principal causa de hospitalização de crianças menores de 15 anos. Pesquisadores da Universidade de Colúmbia estudaram a relação entre o número de árvores em ruas resi- denciais e a incidência de asma infantil. Descobriram que, quanto maior o número de árvores, menor a ocorrência de asma na infância, mesmo depois que os dados foram ajustados para características sociode- mográficas, densidade populacional e proximidade a fontes de poluição. Como árvores poderiam reduzir o risco para a asma? Uma explicação é que elas ajudam a remover os poluen- tes do ar. Outra é que as árvores podem ser mais abundantes nas vizinhanças que são bem conservadas de outras maneiras, o que leva a reduzir a exposição a alérgenos que desencadeiam a asma. Outra, ainda, é que os bairros mais verdes incentivam as crianças a brincar ao ar livre, onde são expostas a microrganismos que ajudam o desenvolvimento adequado de seus sistemas imunológicos. Novos estudos irão esclarecer melhor se as árvores nas ruas das cidades realmente ajudam as crianças a crescerem mais saudáveis. Mas os governantes e a população de Nova York já decidiram plantar um milhão de novas árvores até 2017.” Cities and biodiversity outlook. Disponível em: <http://cbobook.org>. Acesso em: dez. 2015. Texto traduzido. • Comente sobre alguma ação que você conheça que vise aliar urbanização e meio ambiente. L A N D S A T 5 – T M /N A S A L A N D S A T 5 – T M /N A S A A B 104 Unidade 2 | Espaço geográfi co e urbanização TS_V3_U2_CAP04_082_106.indd 104 23/05/16 19:04