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Em muitos países em desenvolvimento, o deslocamento de empregos dos setores 
primário e secundário para o terciário ocorre, em parte, pela ampliação da economia 
informal. São pessoas que trabalham como vendedores ambulantes, catadores de 
materiais recicláveis, ou trabalhadores de empresas não registradas legalmente, e 
também em atividades ilegais, como o comércio de drogas, a prostituição e o jogo 
ilícito. Essas atividades da economia informal, no entanto, não são exclusivas desse 
conjunto de países, uma vez que estão presentes também – embora em número 
bem mais reduzido – em países desenvolvidos.
Composição do PIB por setores de atividades econômicas – 2014 (em %)
Primário Secundário Terciário
Países desenvolvidos
Estados Unidos 1,6% 20,6% 77,8%
Reino Unido 0,6% 19,9% 79,5%
Japão 1,2% 26,8% 72,0%
Emergentes
Brasil 5,6% 23,4% 71,0%
México 3,5% 33,8% 62,7%
Argentina 10,2% 29,5% 60,3%
Rússia 4,2% 35,8% 60,0%
África do Sul 2,5% 29,5% 68,0% 
Menos desenvolvidos
Paraguai 19,2% 18,3% 62,5%
Moçambique 28,6% 21,2% 50,2%
Bangladesh 15,9% 27,9% 56,2%
Fonte: CIA. The World Factbook. Disponível em: <www.cia.gov>. Acesso em: fev. 2016. 
Terceiro setor
Envolve as organizações sem fins lucrativos, entre elas as organizações não governamentais (ONGs), 
que contam com empregados, com a participação voluntária e a filantropia, sem a ação do governo ou do 
setor privado na maioria de suas atividades. 
Elas ocupariam o espaço deixado pelo primeiro setor, ou seja, o governo, agindo nos mais diversos 
segmentos, como preservação ambiental, educação, cultura e assistência social (atendimento a mães 
solteiras, mendigos, catadores de lixo, usuários de drogas, entre outros). Em determinadas ações, o segundo 
setor (setor privado) e o primeiro setor (governo) podem se associar ao terceiro, em especial nos 
casos das ONGs que atuam na área de preservação ambiental.
Ilícito 
Condenado pela lei; ilegal.
159Capítulo 7 – Sociedade e economia 
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2    GLOBALIZAÇÃO, TECNOLOGIA  
DA INFORMAÇÃO E SERVIÇOS
o processo de globalização em particular e as mudanças provocadas pela intro-
dução das tecnologias da informação criaram novos ambientes e relações de trabalho 
e novos hábitos de consumo. Além disso, promoveram uma revolução na maneira 
de fazer negócios e no modo de vida da sociedade atual. 
Nesse contexto, em que se configura uma sociedade da informação, estrutura-se 
o que alguns economistas chamam de nova economia, ligada às novas tecnologias 
de informação e comunicação. É o caso das empresas produtoras de softwares 
(programas de computadores) e de hardwares (equipamentos de informática); dos 
provedores de internet; do e-commerce; e das prestadoras de serviços que utilizam 
as tecnologias da informação.
Dada a particularidade dessas atividades e o nível de avanço tecnológico que 
agregam, foi criado no mercado de ações dos Estados Unidos o Índice Nasdaq 
(figura 2), que mede o desempenho dos negócios das empresas de alta tecnologia, 
incluindo também as de biotecnologia.
As situações decorrentes da nova economia tiveram forte implicação no espaço 
geográfico. As relações econômicas, os contratos e uma série de atividades humanas 
passaram a ser realizados também virtualmente, sem que as pessoas precisassem se 
deslocar de um lugar para o outro. É possível atuar em diversos lugares, em diversos 
setores, sem estar presente fisicamente, ou seja, o espaço, em certo sentido e em 
determinadas situações, também se tornou virtual.
o desenvolvimento tecnológico, em razão da automação, reduziu o número de 
postos de trabalho na agropecuária, na indústria e nos setores de serviço. No entanto, 
gerou uma gama de profissões ligadas ao processamento de informações, caso dos 
setores de telecomunicações e informática. Nesse sentido, as transformações tec-
nológicas marginalizaram parte importante da mão de obra, exigindo cada vez mais 
formação especializada e dificultando, assim, a empregabilidade dos trabalhadores 
menos qualificados. Mesmo os que estão empregados têm necessidade de atualização 
e requalificação constantes.
E-commerce 
Comércio eletrônico, em que 
as transações comerciais de 
mercadorias ou de serviços são 
realizadas através de sistemas 
eletrônicos, como a internet.
Figura 2. A sede da bolsa Nasdaq 
está na times Square, uma área 
de Nova york (Estados Unidos) 
cujo centro é o cruzamento de 
duas grandes avenidas: Broa-
dway e 7th Avenue. Nela encon-
tram-se estúdios da rede de 
televisão ABC, da Mtv e outras. 
Na Broadway Avenue, concen-
tram-se os teatros da Broadway, 
os mais prestigiados pelo público 
e os mais lucrativos do mundo. 
Fotografia de 2016.
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160 Unidade 3 | Espaço, sociedade e economia 
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3    TRABALHO: TRANSFORMAÇÕES 
E DESEMPREGO
A partir da Revolução Industrial, ocorreu uma maior diferenciação entre as 
categorias profissionais: operários, comerciantes, pequenos artesãos, camponeses, 
maquinistas, bancários e outros que compunham o perfil dos trabalhadores que ini-
cialmente movimentaram a sociedade industrial. Isso se deveu às mudanças no modo 
de produção, como a introdução de fábricas e do maquinário, alterando também as 
relações desses profissionais com suas atividades originais. As profissões ligadas aos 
serviços tiveram crescimento, embora inferior àquelas ligadas diretamente à indústria.
Atualmente, existem milhares de categorias profissionais com os mais diversos 
graus de especialização e qualificação. As novas tecnologias substituíram por máqui-
nas, computadores e robôs não só trabalhadores, mas também várias categorias 
profissionais, contribuindo para aumentar o desemprego. 
No entanto, é importante lembrar que o desemprego em larga escala, associado 
a determinados processos de mudança na atividade produtiva ou a crises econômi-
cas, não é um fenômeno exclusivo do mundo globalizado, tendo ocorrido em outros 
momentos da história: na Europa do século XIX, com a Segunda Revolução Industrial, 
e no mundo todo, com a crise de 1929.
o desemprego estrutural, também denominado 
tecnológico, ocorre quando as inovações tecnológicas 
aplicadas aos processos de produção de mercadorias 
(figura 3), às diversas modalidades econômicas do setor 
de serviços e à venda de mercadorias, ao mesmo tempo 
que provocam a elevação da produtividade, reduzem a 
necessidade de trabalhadores. 
Há circunstâncias em que ocorre o desemprego con-
juntural. Ele é provocado por crises econômicas, moti-
vadas por fatores internos ou externos. Algumas crises 
podem se prolongar e causar efeitos negativos na econo-
mia e na sociedade. Foi o caso da crise que teve início 
em 2007-20085, responsável pela ampliação do número 
de desempregados em todo o mundo, atingindo tanto os 
países desenvolvidos como os países em desenvolvimento. 
dESEMPrEgo no Mundo
A taxa de desemprego (ou taxa de desocupação) é calculada pela razão 
entre a população à procura de emprego e a PEA (população economicamente 
ativa). Uma taxa de desemprego de 10%, por exemplo, indica que, do total da 
PEA, 90% estão efetivamente empregados (população ocupada) e 10% estão 
em busca de trabalho.
Para que haja aumento na oferta de vagas é necessário principalmente que a 
economia cresça num ritmo que acompanhe o ingresso de novas pessoas no mer-
cado de trabalho. No entanto, o uso de tecnologia nos processos de produção pode 
desenvolver a economia sem gerar oferta de trabalho. Sobretudo nos países que 
apresentam elevado número de desempregados, é imprescindível que os governos 
criem políticas para incentivar investimentos. Para a população desempregada é 
necessário que se ofereçam auxílios, como cesta básica, seguro-desemprego, auxí-
lio transporte e cursos de requalificação profissional, de modo que essa parcela da 
população possa se recolocar no mercado de trabalho formal.
5 Sobre a crise financeira veja Capítulo3 do Volume 2.
fIlME
O corte
De Costa-Gravas. 
França/Bélgica/Espanha, 
2005. 122 min.
Há dois anos 
desempregado, 
executivo consciente da 
incompetência do governo 
em trazer de volta sua 
vida normal decide agir 
de modo perigoso e ilegal 
para conseguir de volta seu 
antigo cargo.
Figura 3. Máquinas enchem embalagens de leite em indústria de 
Sydney (Austrália), 2016.
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161Capítulo 7 – Sociedade e economia 
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