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De forma adquirida, pode surgir o vitiligo, também uma leucodermia, caracterizase com o surgimento de lesões acrômicas nos locais onde houve destruição dos melanócitos. Não possui patogênese esclarecida, mas, em geral, ocorre após traumas ou queimaduras de Sol, existem explicações por três teorias, uma imunológica, que a caracteriza por uma patologia autoimune, uma teoria citotóxica, em que derivados de hidroquinona são tóxicos para melanócitos, vindo, por exemplo, a ocorrer devido a um estresse oxidativo, e, por fim, uma teoria neural em que as lesões do vitiligo ocorreriam em áreas denervadas (RIVITTI, 2018).

Conforme ocorre envelhecimento, a pele fica mais fina e, em alguns locais, torna-se mais enrugada, seca e escamosa. A camada córnea se torna mais permeável à passagem rápida de substâncias por ela, as fibras de colágeno ficam mais grossas e as fibras elásticas perdem sua elasticidade, bem como há decréscimo de gordura depositada no tecido subcutâneo. A pele mostra mais marcadamente as rugas, o melanócito se atrofia com a idade, os receptores sensitivos de dor, calor e pressão se tornam e menos sensíveis e menos numerosos, as glândulas sudoríparas e sebáceas diminuem de número e função (GUIRRO; GUIRRO, 2004).

O que são as estrias e quais são suas características?

Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O tecido tegumentar funciona como barreira protetora contra os agressores do meio externo.
• O tecido tegumentar apresenta alterações em sua estrutura, devido a mudanças em sua arquitetura ou influência hormonal.
• O tecido tegumentar traz sinais devido às causas físicas, podendo, também, demonstrar problemas de origem emocional, como, por exemplo, descamação.
• O tecido tegumentar responde a variados tratamentos, desde cosméticos, equipamentos ou técnicas manuais, o que depende de avaliação adequada.
RESUMO DO TÓPICO 1
1 O tecido tegumentar, conhecido como pele, é capaz de se distender quando exposto a uma força de deformação, podendo voltar a sua configuração inicial ou permanecer no estado de deformação. Existem as fases que descrevem a capacidade de elasticidade e resistência deste tecido, no caso, quando o tecido sofre uma deformação permanente sem retornar ao seu estado inicial. Quanto a sua denominação, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Fase elásticas.
b) ( ) Fase plástica.
c) ( ) Fase de flutuação.
d) ( ) Fase de ruptura.

1 O teste de digitopressão demonstra se existe a presença de edema durante um período de cinco a dez segundos, a pele altera coloração e volta ao normal no tempo em que foi pressionado. Nesta avaliação aparece um sinal, sobre este sinal, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Sinal de Stemmer.
b) ( ) Sinal do Cacifo/Godet.
c) ( ) Sinal do de Frank.
d) ( ) Sinal de Paul.

2 A determinação da composição corporal é feita de várias formas, é possível avaliar gordura, massa livre de gordura, massa de água do corpo, esta avaliação pode ser feita passando uma corrente elétrica pelo corpo, que demonstra a massa corporal total. Sobre essa técnica, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Perimetria.
b) ( ) Termografia.
c) ( ) Bioimpedância.
d) ( ) Dobras cutâneas.

3 Uma importante forma de avaliação é a fotodocumentação, essencial para acompanhar a evolução antes e durante os tratamentos para o contorno corporal. Os registros do antes e do depois também são usados para acompanhar os resultados e para utilizar como forma de divulgação do trabalho. Sobre o principal cuidado que devemos ter, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) O mesmo fundo em toda foto.
b) ( ) Fazer foto a cada dez sessões.
c) ( ) Distâncias diferentes.
d) ( ) Roupas de cores diferentes.

Nosso couro cabeludo é rico em glândulas que produzem o sebo rico em ácidos graxos, são glândulas classificadas em exócrinas, pois desembocam no folículo piloso, proporcionado brilho e maciez ao nosso cabelo, mas em excesso pode causar seborreia, caspa entre outras disfunções. A substância secretada por estas glândulas, o sebo, quanto às suas funções, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Ressecamento pele e pelo.
b) ( ) Reduzir a proteção cutânea
c) ( ) Barreira perda de água.
d) ( ) Controle da temperatura.

Em uma avaliação, a história clínica do paciente é muito importante, para verificar a perda de pelos, por exemplo, por meio de um diagnóstico diferencial. Deve-se avaliar o crescimento dos pelos, reconhecer as fases do crescimento e de queda, muitas vezes este acompanhamento perdura por anos. Os pelos podem ser classificados em vários tipos, como terminais, lanugos e velos. Em relação ao lanugo, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Pelos curtos de coloração clara.
b) ( ) Penugem clara ou muito clara de recém-nascidos.
c) ( ) Crescem em partes específicas do corpo.
d) ( ) Estão presentes no couro cabeludo.

1 Quando falamos de tratamentos em fisioterapia dermatofuncional, dispomos de muitos recursos cosméticos, manuais e especialmente eletroterápicos. Em se tratando de lipodistrofia localizada, algumas técnicas podem ser associadas, outras usadas de forma isolada, quando de um estímulo não invasivo que promove uma morte celular programada, a apoptose, devido à tendência da manutenção da homeostase tecidual. Sobre essa técnica, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Ultracavitação.
b) ( ) Carboxiterapia.
c) ( ) Radiofrequência.
d) ( ) Criolipólise.

2 Pode ser usado um tratamento por emissão de luz para estimular ou inibir o metabolismo celular, este mecanismo ocorre por bioestimulação, cascata de respostas, melhora a resposta celular, proliferação de células e regeneração destas. Age por uma luz pulsada quando submetida à corrente elétrica, sendo o comprimento mais usado o vermelho. Sobre essa técnica, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Laser.
b) ( ) Led.
c) ( ) Radiofrequência.
d) ( ) Iontoforese.

3 A técnica se trata de uma onda eletromagnética que promove o aquecimento tecidual por meio da conversão, sendo que usa de 30 KHz a 300 Mhz, promovendo a neocolagênese pelo calor produzido na derme e hipoderme, auxiliando em um metabolismo celular. Sobre essa técnica, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Eletrolipoforese.
b) ( ) Eletrolifiting.
c) ( ) Ultrassom focado.
d) ( ) Radiofrequência.

Material
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Questões resolvidas

De forma adquirida, pode surgir o vitiligo, também uma leucodermia, caracterizase com o surgimento de lesões acrômicas nos locais onde houve destruição dos melanócitos. Não possui patogênese esclarecida, mas, em geral, ocorre após traumas ou queimaduras de Sol, existem explicações por três teorias, uma imunológica, que a caracteriza por uma patologia autoimune, uma teoria citotóxica, em que derivados de hidroquinona são tóxicos para melanócitos, vindo, por exemplo, a ocorrer devido a um estresse oxidativo, e, por fim, uma teoria neural em que as lesões do vitiligo ocorreriam em áreas denervadas (RIVITTI, 2018).

Conforme ocorre envelhecimento, a pele fica mais fina e, em alguns locais, torna-se mais enrugada, seca e escamosa. A camada córnea se torna mais permeável à passagem rápida de substâncias por ela, as fibras de colágeno ficam mais grossas e as fibras elásticas perdem sua elasticidade, bem como há decréscimo de gordura depositada no tecido subcutâneo. A pele mostra mais marcadamente as rugas, o melanócito se atrofia com a idade, os receptores sensitivos de dor, calor e pressão se tornam e menos sensíveis e menos numerosos, as glândulas sudoríparas e sebáceas diminuem de número e função (GUIRRO; GUIRRO, 2004).

O que são as estrias e quais são suas características?

Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O tecido tegumentar funciona como barreira protetora contra os agressores do meio externo.
• O tecido tegumentar apresenta alterações em sua estrutura, devido a mudanças em sua arquitetura ou influência hormonal.
• O tecido tegumentar traz sinais devido às causas físicas, podendo, também, demonstrar problemas de origem emocional, como, por exemplo, descamação.
• O tecido tegumentar responde a variados tratamentos, desde cosméticos, equipamentos ou técnicas manuais, o que depende de avaliação adequada.
RESUMO DO TÓPICO 1
1 O tecido tegumentar, conhecido como pele, é capaz de se distender quando exposto a uma força de deformação, podendo voltar a sua configuração inicial ou permanecer no estado de deformação. Existem as fases que descrevem a capacidade de elasticidade e resistência deste tecido, no caso, quando o tecido sofre uma deformação permanente sem retornar ao seu estado inicial. Quanto a sua denominação, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Fase elásticas.
b) ( ) Fase plástica.
c) ( ) Fase de flutuação.
d) ( ) Fase de ruptura.

1 O teste de digitopressão demonstra se existe a presença de edema durante um período de cinco a dez segundos, a pele altera coloração e volta ao normal no tempo em que foi pressionado. Nesta avaliação aparece um sinal, sobre este sinal, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Sinal de Stemmer.
b) ( ) Sinal do Cacifo/Godet.
c) ( ) Sinal do de Frank.
d) ( ) Sinal de Paul.

2 A determinação da composição corporal é feita de várias formas, é possível avaliar gordura, massa livre de gordura, massa de água do corpo, esta avaliação pode ser feita passando uma corrente elétrica pelo corpo, que demonstra a massa corporal total. Sobre essa técnica, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Perimetria.
b) ( ) Termografia.
c) ( ) Bioimpedância.
d) ( ) Dobras cutâneas.

3 Uma importante forma de avaliação é a fotodocumentação, essencial para acompanhar a evolução antes e durante os tratamentos para o contorno corporal. Os registros do antes e do depois também são usados para acompanhar os resultados e para utilizar como forma de divulgação do trabalho. Sobre o principal cuidado que devemos ter, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) O mesmo fundo em toda foto.
b) ( ) Fazer foto a cada dez sessões.
c) ( ) Distâncias diferentes.
d) ( ) Roupas de cores diferentes.

Nosso couro cabeludo é rico em glândulas que produzem o sebo rico em ácidos graxos, são glândulas classificadas em exócrinas, pois desembocam no folículo piloso, proporcionado brilho e maciez ao nosso cabelo, mas em excesso pode causar seborreia, caspa entre outras disfunções. A substância secretada por estas glândulas, o sebo, quanto às suas funções, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Ressecamento pele e pelo.
b) ( ) Reduzir a proteção cutânea
c) ( ) Barreira perda de água.
d) ( ) Controle da temperatura.

Em uma avaliação, a história clínica do paciente é muito importante, para verificar a perda de pelos, por exemplo, por meio de um diagnóstico diferencial. Deve-se avaliar o crescimento dos pelos, reconhecer as fases do crescimento e de queda, muitas vezes este acompanhamento perdura por anos. Os pelos podem ser classificados em vários tipos, como terminais, lanugos e velos. Em relação ao lanugo, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Pelos curtos de coloração clara.
b) ( ) Penugem clara ou muito clara de recém-nascidos.
c) ( ) Crescem em partes específicas do corpo.
d) ( ) Estão presentes no couro cabeludo.

1 Quando falamos de tratamentos em fisioterapia dermatofuncional, dispomos de muitos recursos cosméticos, manuais e especialmente eletroterápicos. Em se tratando de lipodistrofia localizada, algumas técnicas podem ser associadas, outras usadas de forma isolada, quando de um estímulo não invasivo que promove uma morte celular programada, a apoptose, devido à tendência da manutenção da homeostase tecidual. Sobre essa técnica, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Ultracavitação.
b) ( ) Carboxiterapia.
c) ( ) Radiofrequência.
d) ( ) Criolipólise.

2 Pode ser usado um tratamento por emissão de luz para estimular ou inibir o metabolismo celular, este mecanismo ocorre por bioestimulação, cascata de respostas, melhora a resposta celular, proliferação de células e regeneração destas. Age por uma luz pulsada quando submetida à corrente elétrica, sendo o comprimento mais usado o vermelho. Sobre essa técnica, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Laser.
b) ( ) Led.
c) ( ) Radiofrequência.
d) ( ) Iontoforese.

3 A técnica se trata de uma onda eletromagnética que promove o aquecimento tecidual por meio da conversão, sendo que usa de 30 KHz a 300 Mhz, promovendo a neocolagênese pelo calor produzido na derme e hipoderme, auxiliando em um metabolismo celular. Sobre essa técnica, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Eletrolipoforese.
b) ( ) Eletrolifiting.
c) ( ) Ultrassom focado.
d) ( ) Radiofrequência.

Prévia do material em texto

1 INTRODUÇÃO
UNIDADE 1 TÓPICO 1 -
Nosso corpo é revestido externamente por um tipo de tegumento conhecido
como pele. Este sistema, o tegumentar, é composto por pele, pelos e anexos cutâneos.
Fazem parte, também, deste sistema as unhas, os pelos, glândulas sebáceas e
sudoríparas, bem como vários receptores especializados, é considerada o maior órgão do
corpo humano. Dividido em camadas, sendo a mais superficial a epiderme, basicamente
constituída de tecido epitelial possuindo cinco camadas: basal, espinhosa, granulosa,
lúcida e córnea. A segunda camada, a derme, compõe-se de tecido conjuntivo e vasos
sanguíneos. Algumas literaturas ainda consideram uma terceira camada, a hipoderme,
composta de tecido conjuntivo que armazena lipídeos e possui funções de proteção e
regulação térmica do corpo (D’ANGELO; FATTINI, 2011).
A pele é um órgão, composto por milhões de receptores sensitivos, com uma
vasta rede vascular, funcionando como uma interface entre o meio interno e externo.
Ou seja, entre corpo e meio ambiente, protegendo-o quando interage com o ambiente.
Consiste em uma variedade de tecidos organizados em conjunto, sendo sua aparência
clinicamente importante porque demonstra algumas disfunções corporais. Alguns
exemplos, uma pele sem coloração indicam um estado de choque, avermelhada e
quente, febre e infecção; erupções na pele indicam alergias ou infecções locais, já
algumas texturas diferentes podem mostrar alterações glandulares ou nutricionais,
pode demonstrar também problemas emocionais (GRAAFF, 2003).
4
FIGURA 1 – ANATOMIA DA PELE
FONTE: <https://shutr.bz/3JmZXZN>. Acesso em: 18 mar. 2021.
A derme é composta pela camada papilar, tipo de tecido conectivo frouxo,
contém capilares que nutrem a epiderme, tem esse nome devido às papilas que se
projetam entre as cristas da pele. A segunda camada, a reticular, tem fibras unidas em
um emaranhado de tecido conectivo que circunda vasos sanguíneos, folículos pilosos,
nervos, glândulas (MARTINI et al, 2009).
pelo
Epiderme
Derme
Hipoderme
tecido
subcutâneo
Poro
Sudoríparo
nervo
Glândula
Sudorípara
Bulbo piloso
veia
Artéria
Tecido
adiposo
2 AFECÇÕES CUTÂNEAS E DISTÚRBIOS ESTÉTICOS FACIAIS
A pele é o maior órgão do corpo humano, indispensável à vida, é a proteção do
organismo contra o ambiente externo. É vital ao organismo, promovendo proteção contra
lesões ambientais, controle da temperatura, função sensorial e produção de vitamina D.
Manifesta inúmeros sinais e sintomas, que auxiliam no diagnóstico de doenças.
Recobre em torno de 2 m2
, modifica a espessura conforme a região do corpo
avaliada, sendo que, nas palmas das mãos e na planta dos pés, devido uma maior
pressão nestes locais, é mais espessa quando comparada com a pálpebra dos olhos.
Sendo que a pele do corpo recebe 1/3 de todo o sangue que circula pelo organismo,
ainda, este tegumento apresenta características de resistência e elasticidade
(D’ANGELO; FATTINI, 2011).
5
NOTA
A pele é um órgão, o maior do corpo humano, que, no caso de alteração de
temperatura, pode chegar a eliminar em torno de 11 litros de suor, sendo que
isso só não ocorre no leito ungueal, tímpanos e margem dos lábios. O cheiro do
suor é causado pela presença de bactérias presentes em nosso corpo.
A pele pode ser definida como um órgão sensorial, permitindo a percepção de
estímulos de natureza táteis, térmicos e dolorosos, e ainda corresponde a 70% da água
do corpo livre do peso de tecido adiposo. Conforme nos desenvolvemos, o colágeno e
a elastina se tornam maduros. Os fibroblastos aumentam sua síntese, o colágeno se
torna mais resistente. Na vida adulta, esta síntese diminui devido à redução da mitose,
quando se inicia o processo de envelhecimento (RODRIGUES, 2009).
Pode ser considerado um sistema de comunicação entre os sistemas nervoso,
imunológico e endócrino, com os órgãos internos, sendo que, constantemente, se
comunica com o sistema nervoso central. Tem origem em folhetos denominados
ectoderme e mesoderme, o primeiro origina a epiderme, melanócitos, anexos cutâneos,
todas as estruturas do sistema nervoso e o epitélio de revestimento das cavidades nasal,
oral e anal. Do segundo folheto, origina-se a derme, células de Langherans, hipoderme,
músculos esqueléticos e lisos, sistemas circulatório, esquelético, excretor e reprodutor
(FASSHEBER et al. ,2018).
Dentre as camadas da pele temos a epiderme, que é superficial, composta de
um epitélio estratificado de 0,007 a 0,12 mm de espessura, compõe-se, em sua maioria,
de camadas de células mortas, de quatro a cinco camadas dependendo de onde a
pele se encontra. Nas palmas das mãos e planta dos pés existem cinco camadas, por
estarem mais expostas ao atrito, nas outras áreas, apenas quatro camadas.
A primeira camada, ou basal, é única e está em contato direto com a derme,
composta especificamente por quatro tipos celulares: os queratinócitos, melanócitos,
células de Merkel (táteis) e dendrócitos granulares não pigmentados (células de
Langerhans), as células se renovam constantemente, nesta camada, através da mitose,
e vão para superfície superior para renovar a epiderme, chegando até a última camada, a
córnea, onde as células chegam anucleadas, ou seja mortas, para posterior descamação,
o que leva de seis a oito semanas, para que as novas células se desloquem da camada
basal até a camada córnea (GRAAFF, 2003).
6
Nem todos os sinais apresentados pela pele demonstram infecção, trauma
ou alergia, alguns decorrem de respostas normais ao ambiente, exemplo, a
hiperqueratose, que é a calosidade formada por excesso de produção de
queratina, geralmente por excesso de abrasão mecânica, os conhecidos calos
(MARTINI et al., 2009).
ATENÇÃO
2.1 ACNE
Dentre as afecções cutâneas, temos a acne que pode ser descrita como uma
patologia inflamatória de caráter crônico, que afeta a unidade pilossebácea, podendo
apresentar formas de comedões tanto abertos quanto fechados, além de que, nos casos
mais graves, pode trazer presença de pápulas, pústulas e pode, inclusive, apresentar
cistos, o que muitas vezes acaba causando cicatrizes inestéticas no local acometido
(LYON; SILVA, 2015).
Afeta em torno de 80%, pessoas entre 11 e 30 anos de idade, sendo característica
de resposta do organismo à bactéria Proprionibacterium acne, considerada uma afecção
dermatológica que causa lesões evidentes, polimorfas, de intensidade variável (BORGES;
SCORZA, 2016). Atinge, com maior frequência, a fase da adolescência, principalmente o
sexo feminino mais precocemente, por volta de 12 a 14 anos, já, o sexo masculino, por
volta dos 14 aos 16 anos, sendo que, com a passagem da fase da puberdade, acaba por
regredir de forma espontânea. Muitas meninas são acometidas devido a problemas do
sistema endócrino, ou, ainda, pela presença da patologia de ovário policístico.
Surge devido um aumento da secreção da glândula sebácea, denominada
seborreia, decorrente de hiperplasia destas glândulas; uma ceratose do canal folicular
que o estreita e acaba por reter o sebo, denominada comedogênese, e a presença de
um micro-organismo no ducto sebáceo o conhecido Propionibacterium acnes, todo o
processo acaba levando a um quadro inflamatório local (AZULAY, 2017).
FIGURA 2 – ACNE EM FACE
FONTE: <https://shutr.bz/3qk0O5N>. Acesso em: 18 mar. 2022.
7
Geralmente, as peles acneicas estão em estado de asfixia, havendo dificuldade
de a secreção sebácea ser excretada para o exterior, ficando retida no canal folicular,
sendo necessária uma limpeza dos canais para uma melhor oxigenação, evitando a
formação da acne (BORGES, 2010).
Quando ocorrem mudanças nas glândulas sebáceas, sudoríparas e nos
folículos, deve-se verificar alterações hormonais, visto que, especialmente
no período da puberdade, podem promover um aumento da atividade
secretora dessas estruturas. Pessoas que apresentam a estrutura glandular
(sebácea) de forma mais visível, podem, com maior frequência, desenvolver
a acne, especialmente durante a fase de adolescência. Outra patologia
bastante frequente é a dermatite seborreica, que faz com que as glândulas
sebáceas se inflamem, tenham uma grande atividade,deixando a epiderme
mais descamativa. Fatores como ansiedade, estresse e alergias alimentares,
com infecções concomitantes por fungos, podem aumentar a gravidade da
inflamação (MARTINI et al., 2009).
IMPORTANTE
As causas se dividem em herança, em que o tamanho da glândula, atividade
durante a fase da puberdade, e queratinização da glândula, causadas por fatores
genéticos, sendo que, quando os pais apresentam acne, a chance de ser transmitido aos
descendentes é de aproximadamente 50%. Outro fator é a queratinização infundibular
de forma descontrolada acompanhada de hiperqueratose, o que obstrui o folículo
e promove o surgimento do comedão. A terceira causa é a hipersecreção sebácea,
causada em especial quando ocorre o desenvolvimento das glândulas sebáceas
por ação hormonal dos androgênios (por exemplo, testosterona) com maior ação na
puberdade (LYON; SILVA, 2015).
2.2 DISCROMIAS
A pele apresenta colorações diferenciadas devido à presença de melanina,
que pode ser de cor marrom, vermelha e preta, bem como pela presença de sangue
e vasos sanguíneos da derme. Sendo que podem ocorrer discromias caracterizadas
por alterações na coloração da pele por diminuição (leucodermias), ou por aumento da
melanina (melanodermias), ou, ainda, pode ocorrer uma deposição de pigmentos em
especial na derme (hipercromias). A principal leucodermia é o albinismo, ausência total
ou quase total da melanina na pele, cabelos e olhos, levando a pessoa acometida a uma
fotossensibilidade, e um maior risco de desenvolvimento de tumores quando exposta
aos raios ultravioletas (RIVITTI, 2018).
8
FIGURA 3 – CRIANÇA ALBINA
FONTE: <https://shutr.bz/3iiZfRb>. Acesso em: 18 mar. 2022.
De forma adquirida, pode surgir o vitiligo, também uma leucodermia, caracterizase com o surgimento de lesões acrômicas nos locais onde houve destruição dos
melanócitos. Não possui patogênese esclarecida, mas, em geral, ocorre após traumas
ou queimaduras de Sol, existem explicações por três teorias, uma imunológica, que a
caracteriza por uma patologia autoimune, uma teoria citotóxica, em que derivados de
hidroquinona são tóxicos para melanócitos, vindo, por exemplo, a ocorrer devido a um
estresse oxidativo, e, por fim, uma teoria neural em que as lesões do vitiligo ocorreriam
em áreas denervadas (RIVITTI, 2018).
FIGURA 4 – PESSOA COM VITILIGO
FONTE: <https://shutr.bz/3tkMo7g>. Acesso em: 18 mar. 2022.
As hipercromias se caracterizam por hiperpigmentação com vários fatores
desencadeantes, tais como envelhecimento, período gestacional, problemas endócrinos
e a exposição ao Sol. No caso da gravidez, estas hiperpigmentações são conhecidas
como melasmas, e se caracterizam como manchas de coloração marrom, formas
irregulares, mais frequentes na face, além do período gestacional, podem surgir devido
ao uso de medicação anticoncepcional (KAMIZATO; BRITO, 2014).
9
NOTA
O melanócito é uma célula que possui dendritos que são capazes de se
desenvolver em direção às laterais e para cima, permitindo que cada um
deles seja capaz de transmitir seus melanossomas para aproximadamente 36
queratinócitos (MONTEIRO, 2012).
A melanina é produzida pelos melanócitos que ficam na camada basal na
epiderme, bulbo piloso e olhos. Tem como função a proteção dos raios ultravioletas,
refletindo-os ou difratando-os, tem função de proteção das células, o tecido irradiado
faz com que os melanossomas (vesículas que contêm melanina) fiquem ao redor do
núcleo para que protejam o material genético da célula. O bronzeado, na verdade, é uma
forma de proteção, para que não ocorra o fotoenvelhecimento ou a fotocarcinogênese,
bem como uma produção desordenada, pode causar alterações cutâneas, como, por
exemplo, as manchas e lentigos. A melanogênese ocorre porque a tirosinase (enzima
que controla o processo), é produzida no retículo endoplasmático rugoso transferida
para o Complexo de Golgi associado ao lisossoma, ativada e secretada para dentro
de uma vesícula, um pré melanossoma é liberado e se une à vesícula, formando o
melanossoma, em que a tirosinase converte tirosina em eumelanina (cor preta), ou em
feomelanina (amarela ou avermelhada) (KAMIZATO; BRITO, 2014).
2.3 ENVELHECIMENTO CUTÂNEO
Nossa pele ainda é acometida pelo envelhecimento, que pode ser descrito
como um fenômeno fisiológico, que se desenvolve de forma progressiva e não pode ser
revertido, causa um declínio na função e na estrutura do tecido cutâneo. Desenvolve-se
intrinsecamente influenciado por fatores genéticos, características de cada indivíduo,
sendo afetado por fatores endógenos e exógenos, sendo a principal causa exógena
a exposição à radiação ultravioleta conhecido como fotoenvelhecimento. A radiação
ultravioleta UVA e UVB degradam o colágeno e promovem dano ao DNA do núcleo e da
mitocôndria, promovendo o envelhecimento celular (LUPI et al., 2012).
O fotoenvelhecimento causa alterações na pele no nível microscópico,
classificada em Escala de Glogau, conforme Borges (2010):
• Tipo I – discreta: pode-se descrever como “sem rugas”. Por se tratar de um
fotoenvelhecimento precoce, existe uma discreta alteração na pigmentação, as
rugas são mínimas e, geralmente, ocorrem entre as idades de 20 a 30 anos.
• Tipo II – moderada: rugas ao movimento. Já então presentes lentigos senis,
ceratoses palpáveis, mas ainda não visíveis, início do aparecimento da linha paralela
ao sorriso, face com aspecto cansado, entre 30 e 40 anos.
10
• Tipo III – avançada: rugas em repouso. Discromias, ceratoses visíveis, rugas
apresentam-se mesmo sem movimento, aspecto de cansaço constante, em torno
de 50 anos ou mais.
• Tipo IV – grave: apenas rugas. A pele apresenta uma coloração amarelo-acinzentada,
rugas em toda a face, não há pele normal, entre 60 e 70 anos.
FIGURA 5 – ENVELHECIMENTO CUTÂNEO
FONTE: <https://shutr.bz/3JDkoln>. Acesso em: 18 mar. 2022.
Conforme ocorre envelhecimento, a pele fica mais fina e, em alguns locais,
torna-se mais enrugada, seca e escamosa. A camada córnea se torna mais permeável
à passagem rápida de substâncias por ela, as fibras de colágeno ficam mais grossas
e as fibras elásticas perdem sua elasticidade, bem como há decréscimo de gordura
depositada no tecido subcutâneo. A pele mostra mais marcadamente as rugas, o
melanócito se atrofia com a idade, os receptores sensitivos de dor, calor e pressão se
tornam e menos sensíveis e menos numerosos, as glândulas sudoríparas e sebáceas
diminuem de número e função (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
As fibras elásticas e colágenas sofrem agressão pela exposição prolongada aos
raios ultravioletas A e B emitidos pelo Sol, causando um processo de degeneração, que
faz com que a pele fique mais flácida por reduzir sua quantidade de água e nutrientes,
além de diminuição da resposta imunológica, apresentando uma coloração amarelada.
Seu primeiro mecanismo de defesa é a camada mais superficial, a epiderme que
absorve a maioria dos raios ultravioletas, não permitindo que cheguem às camadas
mais profundas. Ainda existe um segundo mecanismo de defesa por meio do suor, que
tem como componente o ácido urocânico, que é altamente absortivo para os raios UVB.
O terceiro mecanismo é a melanina, cuja ação fotoprotetora se faz por absorção da
radiação UV (BORGES; SCORZA, 2016).
11
O envelhecimento leva à perda de tecido fibroso, lentidão para que as células se
renovem, redução na hidratação celular. Devido a essas alterações, o organismo fica mais
frágil em razão de agressões internas e externas, a camada córnea fica mais permeável,
fibras colágenas ficam mais grossas e as elásticas perdem a elasticidade, tudo influenciado
pelo estilo de vida e suas inter-relações pessoais (FASSHEBER et al., 2018).
São várias as teorias que explicam o envelhecimento, sendo a mais conhecida a
dos radicais livres, que se trata de moléculas de oxigênio que perderam elétron
e se ligam em outras para equilibrar sua camada, tornando extremamente
instáveis e reativas (PERRICONE, 2001).
ATENÇÃO
O envelhecimento é classificado pela escala de Glogau, que é feita de acordo
com a profundidade das rugas, em quatro graus. O Grau I, denominado envelhecimentosuave, de 28-35 anos, quando ainda não há rugas, as alterações pigmentares ainda
são suaves, sem queratose; o II, envelhecimento moderado de 35 a 50 anos, as rugas
aparecem com movimento ou expressão do rosto, existem manchas marrons visíveis,
pele áspera e palpável, linhas paralelas ao sorriso, começam a aparecer os pés de galinha;
o Grau III, envelhecimento avançado de 50 a 65 anos, rugas em repouso, mesmo sem
expressão, manchas escuras, avermelhadas, telangiectasias, linhas e sulcos mesmo
em repouso, mesmo sem expressão facial as rugas ficam visíveis; e, IV, envelhecimento
grave da pele de 60 a 75 anos, rugas muito acentuadas e grande flacidez na pele,
presença de manchas escuras, brancas e vermelhas, rugas em toda a face, flacidez
pela falta de colágeno (BORGES, 2010).
As rugas podem ser dinâmicas ou estáticas, as dinâmicas são conhecidas como
de expressão e surgem devido à contração dos músculos da face, são visualizadas
quando ocorrem os movimentos de expressão, isto faz com que, com o tempo, surjam
as linhas de expressão. As chamadas estáticas são mais profundas, visíveis mesmo sem
nenhuma expressão, ou seja, em repouso, causadas pelo envelhecimento extrínseco
em conjunto com os agentes externos, ou ainda evolução das dinâmicas não tratadas
(HORIBE, 2000).
2.4 ROSÁCEA/COUPEROSE
Caracterizada por uma pele avermelhada, trazendo uma sensação de calor que
incomoda, inflama os folículos e os vasos sanguíneos. O rubor evolui para elevações
vermelhas álgicas, as pápulas, alguns pontos com presença de pus (pústulas), e um
desenho em forma de teia de aranha demonstrando o aumento dos vasos sanguíneos.
12
Se não tratada pode originar nódulos, em alguns casos pode ser confundida
com a acne, com a diferença que não apresenta o aspecto de comedões abertos e
fechados, e a exposição solar, que, em alguns casos para acne, quando moderada, é
benéfica, no caso da rosácea, piora o quadro (DEODATO, et al., 2019).
FIGURA 6 – ROSÁCEA
FONTE: <https://shutr.bz/3KXF1sm>. Acesso em: 18 mar. 2022.
Rosácea é um tipo de distúrbio dermatológico classificado como crônico,
trazendo uma ampla variedade de sintomas, atingindo cerca de 10 % da população,
apresentando como padrões mais comuns três formas eritematotelangiectásica (RET),
papulopustular (RPP), fimatosa (RF) e ocular (RO) (TROIELLI et al., 2018).
Uma condição inflamatória de longo prazo que acontece na face, sem causa
determinada. Apenas algumas teorias, os vasos sanguíneos se dilatam muito facilmente,
aumentando o fluxo sanguíneo para a pele, deixando-a avermelhada e ruborizada.
Caracteriza-se por uma vermelhidão crônica ou temporária, que surge na face parecido
com vasos sanguíneos vermelhos, em especial ao redor do nariz e, em alguns casos,
no queixo, em geral, agravada por mudanças nas condições atmosféricas, além de
ingestão de alimentos picantes e exposição ao Sol. Essa pele precisa de muito cuidado,
principalmente com uso de produtos que tenham ativos refrescantes e vasoconstritores
(MICHALUN; MICHALUN, 2010).
Em aproximadamente 22% dos casos afeta a aparência, trazendo, além do
sofrimento físico, também o psicológico, demonstrando hiperplasia das glândulas
sebáceas, o que promove uma considerável oleosidade, aumento dos ramos dos orifícios
foliculares, pele mais espessa, massas irregulares com aspecto de nódulos, sendo que a
região nasal tem maior incidência de ser afetada (SANTOS, 2020).
13
Não existe cura para a rosácea, mas várias opções terapêuticas que permitem
melhora do quadro e longos períodos de remissão, melhorando a qualidade de
vida do paciente.
ATENÇÃO
Ainda para Santos (2020), os mecanismos que promovem o desencadeamento
da rosácea ainda não são bem definidos, trazendo uma causa multifatorial envolvendo
desde genética até pontos chamados de gatilho para a patologia, tais como: microorganismos, radiação ultravioleta, temperaturas extremas, perda da continuidade da
barreira cutânea, problemas emocionais e hormônios.
Podem surgir sintomas secundários como sensação de coceira (prurido) e
queimação, além de um aspecto edemaciado da face, e também da presença de
dermatite seborreica, em casos sérios pode afetar os olhos e provocar rinofima (AWOSIKA;
OUSSEDIK, 2018).
3 AFECÇÕES CUTÂNEAS E DISTÚRBIOS
ESTÉTICOS CORPORAIS
O corpo passa por diversas transformações desde a infância até chegar na vida
adulta, o que pode trazer consigo várias alterações inestéticas como, por exemplo, as
estrias causadas por um crescimento exagerado, alterações hormonais, ganho de peso
ou gestação.
As diferenças morfológicas celulares entre homens e mulheres faz com que a
incidência de lipodistrofia ginoide seja predominante nas mulheres. Além de tudo isso,
uma alimentação desequilibrada e a falta de exercícios traz, hoje, uma das patologias
mais predominantes a nível mundial, a obesidade.
A seguir falaremos mais detalhadamente dessas patologias.
3.1 ESTRIAS
As estrias são descritas como uma forma de atrofia que ocorre em nosso
tegumento, são de aspecto lineares, podendo ser pequenas ou com vários milímetros
de largura. Na fase aguda, se apresentam avermelhadas, evoluindo na fase crônica
para uma coloração esbranquiçada, surgindo em pequena quantidade ou em grande
número, de forma perpendicular, as linhas de fenda da pele.
14
Trazem como característica uma diminuição da espessura da pele,
adelgaçamento, pregueamento, secura e uma diminuição da elasticidade, além de
redução do número de pelos no local do surgimento da estria.
Em geral, os primeiros sintomas são pruridos, dor, erupção papilar plana e
rosada, inicialmente se apresentam rubras (striae rubrae) e quando finaliza o processo
são nacaradas, tornando-se estrias albas (striae albae) (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
 Ocorre um rompimento das fibras que promovem a elasticidade da pele, devido
a um estirão de crescimento, uso de medicamentos com presença de corticoides,
período gestacional, grande alteração de peso, aumento de massa muscular (hipertrofia
muscular), sendo as partes do corpo mais atingidas, a região dos quadris, abdômen,
coxa, mamas e região lateral do corpo (BORGES, 2010).
Os fibroblastos perdem sua capacidade de síntese para reparar o tecido, existe
uma alteração da estrutura do tecido conjuntivo, do colágeno e da elastina, também
ocorre alteração nas fibras de fibrinilas, mais incidente no sexo feminino. Fatores
genéticos, como síndromes de Cushing e Marfan, podem causar estrias (FASSHEBER
et al., 2018).
O mesmo autor ainda descreve, que a teoria mecânica explica a estria pelo
excesso de deposição de gordura no tecido adiposo, que promove dano nas fibras
elásticas e colágenas, denominado de striae distensae. A teoria endocrinológica afirma
que drogas, como alguns hormônios, podem causar o seu surgimento, e a teoria
infecciosa relata o dano das fibras elásticas da pele pela ação de processos infecciosos.
FIGURA 7 – ESTRIAS
FONTE: <https://shutr.bz/3ikBYOK>. Acesso em: 18 mar. 2022.
Através da avaliação histológica, pode se comparar as estrias a uma cicatriz,
visto que, no início, a derme se apresenta acometida por um processo inflamatório e
a epiderme não apresenta alteração significativa, nem atrofia, o que conforme ocorre
a evolução da disfunção, faz com que a epiderme fique atrófica e a derme fique mais
delgada (BOLOGNIA; JORIZZO; SHAEFFER, 2012).
15
Vários recursos podem ser usados no tratamento das estrias, desde
eletroterapia até uso de ácidos. Um dos mais frequentes é o ácido retinóico,
a tretinoína, derivada da vitamina A, auxilia no desenvolvimento tissular,
podendo, neste caso, ser aplicada em variadas lesões do tecido tegumentar,
como estrias, rugas, sequelas de acne e/ou flacidez (RAMOS, 2018).
IMPORTANTE
A rede emaranhada de fibras colágenas da camada reticular promove uma força
tensora, permitindo que a derme se distenda e retorne à posição inicial, porém, a idade,
hormônios e exposição à radiação ultravioleta, reduzem à espessura e flexibilidade
da derme. Quando o abdômen se distende por gravidez ou grande ganho de peso, a
pele ultrapassa sua capacidade de distensão, levando ao surgimento das estriasde
distensão. A maioria das fibras colágenas e elásticas é disposta em paralelo, a orientação
destes feixes depende do estresse aplicado na pele em um movimento normal, os feixes
se dispõem de forma a permitir que seja imposta uma resistência às forças que são
aplicadas, o padrão destes feixes estabelece as linhas de clivagem, que são usadas para
que sejam feitos cortes cirúrgicos, visto que auxilia na cicatrização quando paralelos a
elas (MARTINI et al., 2009).
3.2 LIPODISTROFIA GINOIDE
Infiltração que ocorre no tecido conjuntivo sem caráter inflamatório, sendo que
a substância fundamental se polimeriza e se infiltra em forma de tramas. Caracterizase por uma reação com fibrose e espessamento das camadas subepidérmicas, sendo
que, em alguns casos, causa algia, por vezes forma nódulos ou placas com diferentes
extensões e localizações (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
Atinge em torno de 95% das mulheres, especialmente quando ocorrem
alterações hormonais, por exemplo, durante período de gravidez, na puberdade, o uso
de métodos contraceptivos. Sendo que o principal hormônio envolvido é o estrógeno, e
que ainda acaba por agravar a disfunção (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
Pode ser descrita como uma afecção do tipo degenerativa esclerótica, que
ocorre no tecido conjuntivo, não apresenta inflamação, porém, causa mudanças no
líquido intersticial, na circulação, faz com que a substância fundamental se polimerize
produzindo fibrose (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
16
Classifica-se de acordo com o aspecto apresentado pela pele, trazendo
alteração de relevo, mudança na coloração e uma pele flácida, em geral, vem associada
a alterações circulatórias e diminuição do tônus muscular. Ocorre um aumento no tecido
adiposo, promovendo aderências, que, ao teste de casca laranja, demonstra um relevo
irregular na pele. Pode ser de Grau I, no qual não há dor, e a casca de laranja só é vista se
houver compressão do local ou ainda contração muscular; o Grau II traz um desconforto
no local, presença de depressões visualizadas mesmo sem compressão do local; no
Grau III, além de todos esses sintomas, existe uma sensação de cansaço e dor, e a casca
de laranja é visível em qualquer posição; o Grau IV traz dor constante e sensibilidade no
local, a pele apresenta flacidez e alteração do tônus muscular e aspecto de casca de
laranja em qualquer posição (BORGES; SCORZA, 2016).
FIGURA 8 – LIPODISTROFIA GINOIDE
FONTE: <https://shutr.bz/3CV2x6x>. Acesso em: 18 mar. 2022.
A etiologia é variada desde fatores genéticos, desequilíbrio hormonal e outros
fatores que são determinantes no desenvolvimento dessa patologia, que são o
estresse, tabagismo, sedentarismo, alterações no metabolismo, além de alimentação
desequilibrada; fatores condicionantes como aumento na pressão capilar e dificuldade
de reabsorção linfática (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
NOTA
Popularmente conhecida celulite, a lipodistrofia ginoide é um distúrbio
predominantemente metabólico que atinge com maior incidência as mulheres e
especialmente o tecido subcutâneo, com causas multifatoriais (LIMA et al., 2017).
17
Ocorre uma deterioração da vascularização cutânea, em especial nos esfíncteres
pré capilares arteriolares, no qual existe uma deposição de glicosaminaglicanos e
ácido hialurônico nas paredes de capilares presentes na derme e entre a elastina e o
colágeno (AFONSO et al., 2010).
Trata-se de uma distrofia celular complexa, que afeta o metabolismo da água,
o que acaba saturando o tecido conjuntivo, podendo ser descrito como um distúrbio
endócrino-metabólico e da microcirculação, altera a matriz intersticial e toda a
arquitetura do tecido adiposo subcutâneo. Surge uma fibrose no tecido, devido a um
excesso de proliferação dos fibroblastos ao redor das células adiposas, isso em conjunto
com alteração na circulação, o tecido adiposo tem queda no seu metabolismo (ZERINI
et al., 2015).
O sexo feminino tem um septo fibroso fino que se orienta de forma vertical
até a superfície, o que acaba originando agrupamentos de células adiposas em
compartimentos com disposição retangular, isso, no homem, é diferente, pois, o septo é
mais grosso e, devido uma projeção diagonal com compartimentos em forma poligonal,
faz com que os homens não apresentem uma celulite aparente. No homem, a expansão
do tecido adiposo vai para a profundidade, e na mulher em direção à superfície, quando
expostos à pressão, a alteração do volume leva a projeção das estruturas da derme para
tecido subcutâneo, isto modifica o aspecto da pele aparecendo a celulite (ALMEIDA et
al., 2013).
Sua apresentação física pode ser diferenciada, sendo a compacta em indivíduos
não sedentários, com extremos de magreza ou obesidade, os nódulos são mais duros,
pouco móveis, e são doloridos. O tipo flácido acomete indivíduos sedentários, que
não possuem uma massa muscular considerável. A mista apresenta os dois tipos no
mesmo paciente e a edematosa, que, em geral, ocorre devido um quadro de linfoedema
(GUIRRO; GUIRRO, 2004).
3.3 LIPODISTROFIA LOCALIZADA
O tecido adiposo é composto por um tipo de tecido conjuntivo formado por
células, os adipócitos, que podem se dispor de forma isolada ou agrupados. Quando
se desenvolvem de forma irregular surge a chamada gordura localizada, que pode
advir de fatores genéticos, alterações posturais ou, ainda, por problemas na circulação,
concentrando-se em torno de 15 a 20% do peso corporal, no caso de homens, e, em
torno de 20 a 25%, nas mulheres (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
Esse tecido apresenta uma capacidade maior que os demais de aumentar de
tamanho, na obesidade, a taxa de aumento de tamanho pode atingir 100%, e no caminho
inverso, no caso de patologias como a anorexia, pode reduzir seu tamanho até 3% de
uma célula normal (CURI et al., 2002).
18
O corpo humano possui em torno de 3% em homens e 9% a 12% em mulheres
da gordura que é considerada essencial, que se localiza entre os órgãos para protegêlos, especialmente no tecido nervoso. Para fornecimento de energia e calor, nosso
corpo dispõe da gordura marrom, com pouco teor de gordura e grande quantidade de
mitocôndrias, favorecendo a produção de energia.
A gordura visceral é maléfica à saúde, fica na parte posterior da parede abdominal
e entre os órgãos aos quais rodeia, causa maior inflamação no corpo, pois diminui a
produção de adiponectina, que é responsável pela queima de gordura e metabolismo.
 O quarto tipo de gordura é a conhecida subcutânea, dispõe-se abaixo da
pele e promove o aspecto de abdômen distendido ou, ainda, protuso, abrange a maior
porcentagem da gordura corporal, em torno de 40 a 60% (LILIE, 2003).
A lipodistrofia localizada, ocorre em razão do aumento no número de células
adiposas, denominada hiperplasia celular, além de um acréscimo do volume das células
já existentes, denominada hipertrofia, sendo que, na maioria dos casos, estes fenômenos
ocorrem concomitantemente (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
As paredes do abdômen são musculoaponeuróticas com várias camadas
contraindo para aumentar a pressão intra-abdominal, mas permitindo sua
distensão quando existe a ingestão de alimentos, gestação, algumas doenças
e, ainda, a deposição de tecido gorduroso (MOORE; DALLEY; AGUR, 2011).
IMPORTANTE
O excesso de adipócitos se concentra em regiões do corpo, influenciado por
sexo, idade, hábitos de vida, fatores genéticos, fatores hormonais, biótipo corporal. A
gordura do tipo androide se acumula mais na região abdominal, mais comum no sexo
masculino, já quando se acumula em especial nos membros inferiores, é conhecida
como ginoide, e está mais presente nas mulheres (BORGES; SCORZA, 2016).
19
FIGURA 9 – GORDURA LOCALIZADA
Gordura
subcutânea
Gordura
visceral
Músculo
abdominal
FONTE: <https://bit.ly/3qiYEn7>. Acesso em: 18 mar. 2022.
O corpo humano não consegue armazenar energia vinda dos carboidratos e
proteínas, acabando por armazená-la no tecido adiposo, para que possa ser usada no
caso de jejum por longo período, além de auxiliar no controle da temperatura e ainda é
mobilizado no caso de exercício físico intenso. Porém, quando esta reserva fica acima
do necessário, surge uma disfunçãoque, ao ponto de vista estético, é desagradável
e ainda pode trazer prejuízos à saúde (BORGES, 2010; CAVALHEIRO; FERREIRA;
ASSUNÇÃO, 2012).
3.4 FLACIDEZ
Nosso corpo pode apresentar dois tipos de flacidez, a muscular, mais profunda,
presente quando os músculos estão pouco tonificados, sendo que a tensão muscular
auxilia nas formas corporais, na definição destas e permite ao corpo se apresentar mais
“firme”, e, a dérmica, que é mais superficial, elas podem ocorrer juntas ou de forma
isolada (FASSHEBER et al., 2018).
Processo lento e progressivo que ocorre devido à redução de fibras elásticas e
de colágeno no tecido que dá sustentação à pele, ou seja, o tecido subcutâneo, fazendo
com que surja uma perda de elasticidade destas a partir, especialmente, dos 25 anos
(GOMES, 2015).
As causas da flacidez vão desde fatores genéticos, ambientais, maus hábitos,
sedentarismo e má digestão. Quando ocorre a diminuição dos elementos do tecido
conjuntivo, ela fica mais fraca, perde sua firmeza entre as células, no caso da flacidez
muscular ocorrem pontos antissimétricos, os tecidos afrouxam, caem e caracteriza um
envelhecimento precoce (GUIRRO; GUIRRO,2004).
20
A pele pode ser descrita como um material biológico viscoelástico. Contudo,
um indivíduo magro pode se tornar obeso e voltar a ser magro, mas sua pele
não retornará ao estado inicial por ultrapassar seu limite elástico (GUIRRO;
GUIRRO, 2004).
ATENÇÃO
No processo de flacidez existe a ação da elastase, que promove uma quebra da
cadeia das fibras elásticas, que acaba por deixar a pele flácida. Além disso, a genética
também promove o enfraquecimento da sustentação da pele, bem como um excesso de
exposição ao Sol também promove degradação destas fibras, assim como alimentação
que não contenha muitas proteínas todos estes fatores levam à flacidez (IMOKAWA;
ISHIDA, 2015; GOMES, 2015).
FIGURA 10 – FLACIDEZ
FONTE: <https://bit.ly/3Jpl65w>. Acesso em: 18 mar. 2022.
A arquitetura das fibras de colágeno e elastina, organiza-se em formato
tridimensional que se forma na derme. Quando não há exposição ao Sol, esta estrutura
se mantém ordenada das fibras verticais em várias camadas. Em cada camada, as fibras
se formam diferente das fibras da camada adjacente dando um aspecto de malha,
quando a pele se expõe à radiação, esta malha se altera, as fibras elásticas e a derme
enfraquecem (IMOKAWA; ISHIDA, 2015).
Conforme envelhecemos, o colágeno se torna mais rígido e as fibras elásticas
(elastina) perdem suas características de maleabilidade. Pode-se dizer que a flacidez
da pele é devida à atividade que ocorre no tecido conjuntivo, especialmente quando
ocorrem mudanças nas fases de capacidade de elasticidade de nossa pele (GUIRRO;
GUIRRO, 2004).
21
Na fase elástica, nosso tecido, ao ser submetido a uma carga, é capaz de voltar
a seu estado inicial quando esta é retirada, pode ser verificada a lei de Hooke, tensão
proporcional à habilidade de resistência do tecido a carga imposta, oferecendo certa
resistência a ela. A fase de flutuação corresponde ao fato de que quando a carga é
mantida, mantêm-se também o estiramento chegando um momento ao equilíbrio, as
cadeias de carbono se modificam, ao ser retirada a carga, o tecido permanece igual
não retornando à configuração inicial. A fase plástica já traz o tecido com deformação
permanente, passando de seu limite de elasticidade e deformando-se de forma
permanente. Se continuar após o estiramento total do tecido, não existe possibilidade
de o organismo voltar a configuração inicial, surge a flacidez, podendo vir acompanhada
da presença de ruptura no tecido, as estrias (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
22
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O tecido tegumentar funciona como barreira protetora contra os agressores do
meio externo.
• O tecido tegumentar apresenta alterações em sua estrutura, devido a mudanças em
sua arquitetura ou influência hormonal.
• O tecido tegumentar traz sinais devido às causas físicas, podendo, também,
demonstrar problemas de origem emocional, como, por exemplo, descamação.
• O tecido tegumentar responde a variados tratamentos, desde cosméticos,
equipamentos ou técnicas manuais, o que depende de avaliação adequada.
RESUMO DO TÓPICO 1
23
1 O tecido tegumentar, conhecido como pele, é capaz de se distender quando exposto
a uma força de deformação, podendo voltar a sua configuração inicial ou permanecer
no estado de deformação. Existem as fases que descrevem a capacidade de
elasticidade e resistência deste tecido, no caso, quando o tecido sofre uma deformação
permanente sem retornar ao seu estado inicial. Quanto a sua denominação, assinale
a alternativa CORRETA:
a) ( ) Fase elásticas.
b) ( ) Fase plástica.
c) ( ) Fase de flutuação.
d) ( ) Fase de ruptura.
2 Quando falamos de envelhecimento, podemos o descrever como uma perda gradual
do tecido fibroso, as células não se renovam e existe uma redução na hidratação
celular. O Sol, o estilo de vida e até mesmo a emoção influenciam na perda da
elasticidade da pele. Para classificar o envelhecimento, existe a escala de Goglau,
que é mais utilizada, a qual determina o grau de envelhecimento. De acordo com
os aspectos apresentados pelo paciente em relação à escala de Goglau, associe os
itens, utilizando o código a seguir:
I- Envelhecimento suave.
II- Envelhecimento moderado.
III- Envelhecimento avançado.
IV- Envelhecimento grave.
( ) Atinge a idade de 60 a 75 anos, estão presentes rugas muito acentuadas, flacidez
de pele, manchas escuras, rugas em toda a face.
( ) Atinge a idade de 28 a 35 anos, não há rugas, alterações pigmentares suaves, sem
queratose.
( ) Atinge a idade de 50 a 65 anos, rugas em repouso, mesmo sem expressão, manchas
escuras, telangectasias, linhas e sulcos mesmo em repouso.
( ) Atinge a idade de 35 a 50 anos, as rugas aparecem com movimento ou expressão
do rosto, manchas marrons visíveis, pele áspera e linhas paralelas ao sorriso.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) I - III - II - IV.
b) ( ) IV - I - III - II.
c) ( ) III - II - IV - I.
d) ( ) II - IV - I - II.
AUTOATIVIDADE
24
3 O tecido pigmentar passa por diversas alterações, desde sua resistência, capacidade
de manter um suporte, capacidade de se distender e retornar ao seu estado original,
e a capacidade de proteção do organismo. Este tecido sofre alterações em relação
a sua pigmentação, devido deposição ou falta do pigmento melanina, transmitido
a epiderme pelos melanossomas conforme estímulo por meio das radiações
ultravioletas, por exemplo. Em relação às alterações de pigmentação que são
diagnosticadas, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) O vitiligo se classifica como uma hipercromia classificada como leucodermia e se
caracteriza pela ausência total ou quase total da melanina da pele.
( ) Uma discromia classificada dentro do grupo de leucodermias é o vitiligo, que se
caracteriza por lesões acrômicas locais devido à destruição dos melanócitos.
( ) As hipercromias podem ser chamadas de hiperpigmentação, e o tipo mais conhecido
é o melasma de coloração marrom que surge na face mais frequentemente.
( ) As discromias são alterações na coloração da pele chamadas melanodermias, ou
aumento do pigmento, chamadas de leucodermias.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V - F - F - V.
b) ( ) F - F - V - V.
c) ( ) F - V - V - F.
d) ( ) V - V - F - F.
4 O tecido adiposo é um tipo de tecido conjuntivo, com grande capacidade de aumentar
tamanho, além da capacidade de fornecimento de energia ao corpo humano, sendo
que existem vários tipos de gordura: a marrom, a visceral, a gordura essencial e a
gordura subcutânea. Porém, a forma de acúmulo dos adipócitos no organismo
sofre influências de acordo com o sexo, idade, hábitos de vida, fatores genéticos e
hormonais. Sobre os tipos de gordura, descreva cada um deles.
5 Qualquer mudança hormonal que ocorra no organismo traz alterações no nível de
nossas glândulas e folículos pilosos, especialmente na fase de puberdade. O aumento
da produção de sebo pela glândula sebácea e alteraçõesno canal folicular retém
o sebo e provoca a comedogênese. Em relação à classificação dos tipos de acne,
existem quatro graus com características distintas, descreva cada um deles.
25
TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE
AVALIAÇÃO FACIAL
1 INTRODUÇÃO
UNIDADE 1 TÓPICO 2 -
A pele é de extrema importância para o aspecto estético e, especialmente, por
ser um órgão funcional, envolvendo todo o corpo, tendo, como limites, orifícios externos
dos tratos respiratório, digestório. Ainda é um órgão imunológico, pela defesa por parte
dos queratinócitos, mastócitos, células dendríticas, protegendo-a contra agressores
internos e externos em relação às injúrias teciduais (BORGES, 2010). A beleza, hoje em
dia, relaciona-se à juventude, pele sem rugas, manchas ou marcas de expressão e,
conforme envelhecemos, a pele se modifica de forma gradual, caracterizando-se com
alterações no nível corporal e facial.
A avaliação é importante para que as doenças que possam afetar a pele possam
ser identificadas, verificando se estão restritas a ela ou se na verdade as manifestações
são de doenças sistêmicas.
Em geral as lesões são denominadas elementares, as quais são causadas por
processos degenerativos, inflamatórios, problemas na circulação ou no metabolismo, e são
identificadas por meio de exames clínicos, inspeção e palpação, e se classificam de acordo
com alterações da cor, formações sólidas, alterações na espessura (PORTO, 2019).
2 ANAMNESE
A avaliação facial deve ser feita desde uma entrevista, por meio de uma ficha
de anamnese, realização de um exame visual, com auxílio de uma lâmpada ou lupa, um
exame tátil, verificação da superfície da pele além de palpação, e questionamento do
paciente, dos hábitos de vida, cuidados com a pele, entre outros. A anamnese registra
desde o histórico familiar, antecedentes patológicos, para determinação da conduta
terapêutica (GERSON et al., 2011).
A avaliação das lesões pigmentares pode ser feita de forma visual, sem uso
de ferramentas adicionais para identificação das lesões. Sendo necessária uma
higienização correta da pele, sem maquiagem ou sujidades.
26
A avaliação das discromias também pode ser feita através da lâmpada de Wood,
que se caracteriza por uma câmara escura acoplada a uma lâmpada específica que
permite a avaliação de manchas presentes na epiderme, quando se apresentam mais
escuras, e manchas a nível da derme, quando, então, se apresentam mais azuladas
(ANDRADE et al., 2018).
Na ficha de anamnese registra-se tudo que for observado na avaliação,
desde o histórico do paciente, patologias pregressas, histórico patológico, para que
possa ser determinada a conduta terapêutica adequada levando em consideração as
contraindicações, uma entrevista bem estruturada verifica se as lesões necessitam de
encaminhamento médico para tratamento, o exame visual, muitas vezes com auxílio
da lupa, o exame tátil e a palpação auxiliarão no diagnóstico final (GERSON et al., 2011).
QUADRO 1 – FICHA DE ANAMNESE FACIAL
27
FONTE: <https://bit.ly/3thJiRz>. Acesso em: 18 mar. 2022.
Na ficha de anamnese deve conter todos os procedimentos realizados
anteriormente, se não possui nenhuma reação alérgica, sendo que todas as informações
importantes devem ser tomadas, para que um tratamento adequado seja feito. Deve ser
determinado o correto tipo de pele para uso de cosméticos adequados.
28
3 LÂMPADA DE WOOD
A lâmpada de Wood tem princípio na fluorescência emitida na pele com baixo
comprimento de onda, 340 a 400 nm, o olho humano recebe fótons emitidos pela pele
tanto da luz visível (400 e 700 nm), quanto os emitidos pela fluorescência, para que seja
visível e seja verificado a fluorescência da pele, o paciente deve estar em um ambiente
totalmente escuro, sem luz visível. A irradiação com a lâmpada de Wood emite luz em
comprimento de 320 a 400 nm.
Pode ser aplicada em várias dermatoses, por exemplo, que demonstrará
diferentes colorações, infecções fúngicas apresentarão colorações em tons azulados,
amarelo-prateada, vermelho coral, as infecções bacterianas que apresentarão
colorações vermelho, verde, azul, marrom, as alterações pigmentares que apresentarão
coloração branca, azul brilhante, vermelho-coral (VEASEY; MIGUEL; BEDRIKOW, 2017).
Importante, também, na avaliação facial, é a identificação dos tipos de pele, sendo
que, devido às características das peles encontradas, existem quatro classificações
principais, e, de acordo com as condições, pode ainda ser classificada em mais seis
tipos (MICHALUN; MICHALUN, 2010).
4 CLASSIFICAÇÃO DE FITZPATRICK
Os tipos de pele são determinados, em especial, pela etnia e genética, o que mais
influencia é a quantidade de sebo produzida pelas glândulas sebáceas, e quantidade
de gordura ou lipídeos encontrados entre as células, sendo, portanto, os tipos de pele
divididos em quatro categorias: normal, oleosa, mista e seca. Sendo que, na maioria dos
casos, existe uma combinação desses tipos, principalmente na zona T, composta por
testa, nariz e queixo (GERSON et al., 2011).
Ainda existe a classificação de Fitzpatrick que avalia a capacidade que cada ser
humano tem de se bronzear cada vez que se expõe ao Sol, descrevendo a sensibilidade
e a tendência de ficar vermelha.
Esta classificação traz o Tipo I – branca: que sempre se queima e nunca
bronzeia, é muito sensível ao Sol; o Tipo II – branca: sempre queima, bronzeia muito
pouco, sensível ao Sol; Tipo III – morena clara: que queima moderadamente, bronzeia
moderadamente, sensibilidade normal ao Sol; Tipo IV – morena moderada: que queima
pouco, sempre bronzeia, sensibilidade normal ao Sol; Tipo V – morena escura: queima
raramente, sempre bronzeia, pouco sensível ao Sol; e o Tipo VI – negra: nunca queima,
totalmente pigmentada, insensível ao Sol (CLASSIFICAÇÃO [...], 2016).
29
FIGURA 11 – FOTOTIPOS FITZPATRICK
FONTE: <https://shutr.bz/3tkNUGu>. Acesso em: 18 mar. 2022.
As condições de pele podem ser descritas como desidratação, couperose,
sensibilidade, pigmentação, envelhecimento, acne e, ainda, rosácea. A falta de água,
produção excessiva de células da camada córnea, exposição ao Sol, produção de radicais
livres, alteração na produção de pigmentos, falta de uso de proteção solar, promovem
alterações na pele que permitem sua classificação (MICHALUN; MICHALUN, 2010).
5 CLASSIFICAÇÃO DE BAUMANN
Esta classificação é baseada em quatro parâmetros: oleosa versus seca; sensível
versus resistente; pigmentada versus não pigmentada; e enrugada versus firme (não
enrugada). A avaliação destas dicotomias produz dezesseis potenciais tipos de pele.
Determina-se através de um questionário de autopreenchimento e sugestões para
cada tipo de pele, a avaliação produz um código de quatro letras que indicam os tipos
de pele, cada letra se refere à condição atual ou tendência de uma pessoa desenvolver
a condição de pele correspondente (BAUMANN, 2006).
Essa classificação foi desenvolvida por meio da pesquisa da Doutora Helena
Rubinstein, que inicialmente trouxe quatro classificações principais: seca, oleosa, mista
e sensível, com isso Baumann elaborou 64 questões, que fazem uma junção dessas
características inicialmente estudadas por Rubinstein, e que permite a avaliação de
vários quadros clínicos dos pacientes (MOTA; BARJA, 2006).
30
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• As disfunções estéticas faciais trazem diversas características que permitem sua
avaliação por meio de várias formas como, ficha de anamnese, lâmpada de Wood e
classificações como Baumann e Fitzpatrick.
• A Lâmpada de Wood permite avaliação das dermatoses faciais, trazendo diferenças
na coloração observada conforme a dermatose avaliada, por exemplo, as alterações
pigmentares aparecem com coloração mais esbranquiçada.
• A classificação de Fitzpatrick divide a pele em cinco fototipos, conforme a resposta à
exposição solar em relação à queimadura e ao bronzeamento.
31
1 A pele reage através do bronzeado, como uma forma de proteção em relação à
exposição à radiação ultravioleta, conforme esta resposta, foi desenvolvida uma
escala de tipos de pele, a conhecidaescala de Fitzpatrick. A partir dessa classificação,
quanto à classificação da pele que queima moderadamente, bronzeia moderadamente,
sensibilidade normal ao Sol, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Fototipo I.
b) ( ) Fototipo II.
c) ( ) Fototipo III.
d) ( ) Fototipo IV.
2 Na avaliação facial, uma anamnese bem realizada em conjunto com uma boa avaliação
visual e palpatória, permite um diagnóstico adequado das disfunções faciais e a
melhor forma de intervenção. Além desta avaliação, existem equipamentos, dentre
eles, a lâmpada de Wood, que, conforme a dermatose avaliada, mostra uma coloração
específica na análise. Se estivermos avaliando um quadro de manchas pigmentares,
quanto à coloração observada, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Pontos azuis brilhantes.
b) ( ) Pontos vermelho coral.
c) ( ) Pontos marrons acastanhados.
d) ( ) Pontos esbranquiçados.
3 Quando avaliamos um paciente com disfunção facial, utilizamos de recursos como
a lâmpada de Wood, palpação e avaliação visual. Na avaliação visual, é possível usar
como recurso auxiliar a lupa de aumento. Quanto ao que deve ser observado na
avaliação visual, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Idade do paciente.
b) ( ) Etnia do paciente.
c) ( ) Cor dos olhos do paciente.
d) ( ) Aspecto da pele do paciente.
AUTOATIVIDADE
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4 Toda vez que se inicia o tratamento dentro da área de fisioterapia dermatofuncional,
é muito importante coletar todas as informações que podem ser úteis para
determinação do protocolo de tratamento mais adequado. Dentre o que se deve
avaliar, vem o histórico familiar, o histórico das patologias pregressas e tratamentos
anteriormente realizados. Qual a importância da anamnese em um tratamento dentro
da área de dermatofuncional?
5 Quando estamos diante de um paciente que apresenta uma disfunção estética
facial, na área de dermatofuncional, devemos verificar quais podem ser os fatores
desencadeantes, quais são os cuidados que ele tem com essa pele, e devemos
utilizar os mais variados recursos disponíveis para um diagnóstico adequado, uma
das avaliações que pode ser realizada é a classificação de pele de Baumann. Como
pode ser descrita esta avaliação?
33
TÓPICO 3 -
TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE
AVALIAÇÃO CORPORAL
1 INTRODUÇÃO
UNIDADE 1
Antes de decidir por qualquer forma de intervenção na área de dermatofuncional,
é importante realizar uma avaliação detalhada do paciente, iniciando por uma anamnese
completa para identificar qualquer contraindicação que impeça a realização de algum
tratamento. Através dos dados coletados, é possível um direcionamento adequado para
qual melhor técnica manual, cosmética ou eletroterápica, que deve ser escolhida para o
tratamento da disfunção apresentada.
É importante uma avaliação detalhada, na qual se verifique, por exemplo, seus
hábitos alimentares, já que o excesso de alguns alimentos, como açúcar e sal podem
agravar o quadro da patologia.
2 DIGITOPRESSÃO: SINAL DE GODET
O edema tem sua formação devido ao acúmulo de líquido no espaço intersticial,
podendo ser localizado ou de grandes proporções, no primeiro caso, pode estar restrito a
um membro e, no segundo, ao corpo como um todo. O que ocorre é um desequilíbrio no
controle da distribuição dos líquidos no espaço intersticial. Sendo que os mecanismos
de controle foram descritos já em 1896, por Starling (COELHO, 2004).
FIGURA 12 – SINAL DE GODET (SINAL DE CACIFO)
FONTE: <https://shutr.bz/3N1X032>. Acesso em: 18 mar. 2022.
34
Para verificação da presença de edema, pode ser realizado o teste de
digitopressão com o polegar pressionado sobre a pele durante cinco a dez segundos,
durante a pressão a coloração da pele se altera, e deve voltar ao normal ao mesmo tempo
que foi pressionado, se houver edema pode aparecer um sinal chamado de Cacifo ou
Godet, ficando presente uma depressão no local avaliado mesmo após a diminuição da
pressão (BRUNING; KALIL; MAHMUD, 2013).
3 SINAL DE STEMMER
Existe mais um sinal clínico importante no diagnóstico de edema, conhecido
como sinal de STEMMER, representado por um espessamento cutâneo na base do
segundo artelho, o examinar consegue verificar este sinal quando tenta pinçar a pele
desta região. É possível verificar no caso de linfedema uma infiltração dos tecidos que
não permite o pinçamento desta região, muitas vezes este sinal está presente antes
mesmo de haver aumento de volume da região acometida por edema ou linfedema
(GODOY; SILVA; SOUZA, 2004).
Quando existe uma alteração no equilíbrio do controle da distribuição de
líquidos entre o líquido intracelular e o extracelular, estes podem se acumular no
espaço intersticial, podendo ser causado por fatores que alteram o fluxo do líquido
pelos capilares, ou, ainda, causas secundárias que influenciam o controle do volume
do compartimento extracelular, bem como do líquido presente no corpo, que pode
desenvolver edemas generalizados.
O edema ocorre com maior frequência no espaço extracelular e em casos menos
frequentes no espaço intracelular (COELHO, 2004; GUYTON; HALL, 2011).
Para Guyton e Hall (2011), o edema pode advir de vários fatores, a saber:
quantidade anormal de líquido plasmático extravasado para o meio externo da célula,
deficiência do sistema linfático na devolução dos líquidos para o sangue, ou ainda
filtração desregrada do líquido capilar.
4 ANTROPOMETRIA
Na avaliação corporal, a antropometria estuda as dimensões e proporções
do corpo. Sendo que a estrutura corporal é composta pelo peso corporal, estatura,
circunferências e diâmetros, mudanças nesses parâmetros estão relacionadas a diversas
disfunções corporais. Permite diagnosticar sobrepeso, obesidade ou desnutrição. Para
essa avaliação é necessário apenas uma fita métrica para medição da circunferência,
compassos ou adipômetro para avaliação das dobras cutâneas e uma balança para
avaliação do peso corporal (ANDRADE et al., 2018).
35
Para a realização dessa avaliação o corpo, pode ser dividido em dois ou mais
compartimentos, sendo que, neste caso, são necessários equipamentos sofisticados
para a avaliação. A divisão em dois compartimentos permite a classificação da massa
corporal em massa de gordura e massa livre de gordura. Mudando, entre elas, a
quantidade de lípides essenciais que estão na parte da massa livre ou isenta de gordura,
e os que estão na massa magra (FREITAS JÚNIOR, 2018).
5 DOBRAS CUTÂNEAS
Para avaliar a porcentagem de gordura corporal, utilizam-se as dobras
cutâneas através do adipômetro. Permite avaliação do conteúdo de gordura abaixo
da pele, sendo que o tecido adiposo subcutâneo que equivale 50 a 70% da gordura
total do corpo. Com essas avaliações é possível uma estimativa do Índice de Massa
Corporal (IMC), pelo peso e altura, e a outra forma, pelo uso de adipômetro, para que
sejam avaliadas as dobras cutâneas (ANDRADE et al., 2018).
A análise pode ser feita por uma tabela que relaciona peso e altura, para
verificação do excesso de peso e pelo uso das dobras cutâneas, estas são feitas no
hemicorpo direito do paciente que deve estar em pé, a adipometria, pinçando a dobra
de pele e gordura com polegar e indicador, colocação do adipômetro um centímetro
abaixo deste pinçamento. As medidas devem ser feitas pelo menos três vezes não
consecutivas, sendo avaliadas as medidas das dobras tricipital, subescapular, suprailíaca, abdominal e coxa. As medidas de circunferência por meio da fiota métrica
medindo o pescoço, ombros, peito, cintura, abdômen, quadril, coxa proximal, medial e
distal, joelho, panturrilha, tornozelo, braço, antebraço e pulso (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
6 PERIMETRIA
A avaliação por meio da perimetria demonstra em centímetros a circunferência
de uma determinada região corporal, para sua realização são necessários lápis
demográfico e fita métrica.
Como descrito por Fernandes Filho (2003), para uma correta mensuração,
deve-se ter alguns cuidados como marcar os pontos da circunferência que será medida
de forma correta com caneta ou com o lápis demográfico, sempre marcar um ponto fixo
para que não haja erros, a pele deve estar livre de vestimentas que podem influenciar
a medida,não utilizar fita elástica ou com baixa flexibilidade, cuidar para que o dedo do
avaliador não fique entre a fita e a pele do paciente, não apertar demais a fita, e nem
deixá-la muito frouxa, são necessárias três medidas para que seja possível o cálculo da
média, a medição não deve ser feita após atividades físicas.
36
As medidas dos perímetros podem auxiliar na avaliação do crescimento, da
condição nutricional do indivíduo e distribuição da gordura corporal, recomenda-se
fitas métricas de dois metros de comprimento pois permitem a avaliação de todas as
circunferências corporais (FREITAS JÚNIOR, 2018).
7 BIOIMPEDÂNCIA
A bioimpedância permite determinar qual é a composição corporal, massa de
gordura, massa livre de gordura, massa de água no interior das células, massa de água
fora das células e a quantidade de massa de água corporal total. Se explica a medida
da impedância pelo fato de que o corpo humano oferece a passagem de uma corrente
elétrica, que faz uma relação inversamente proporcional à massa de água corporal total
(SILVA; CARVALHO; FREITAS, 2019).
Muitos materiais são condutores de energia elétrica, inclusive o corpo humano,
mesmo não sendo constante, pode ser considerado um cilindro não perfeito, influenciado
pela impedância e pelo percentual de água corporal. Em geral, é usada uma frequência
de 50 Hz, passada entre os eletrodos dispostos da mão ao pé, pé a pé ou mão a mão,
permitindo estimar a massa de gordura livre e água corporal total, sem determinar a
água intracelular (FREITAS JÚNIOR, 2018).
8 PALPAÇÃO/TERMOGRAFIA
Importante também no processo de avaliação corporal é a palpação, para que,
em um quadro de fibrodema geloide, gordura localizada e flacidez, cada um desses
distúrbios sejam identificados. Mover as mãos de baixo para cima na área acometida
pela disfunção, esticando a pele para avaliar a presença de retrações, entre outras
avaliações, é importante para diferenciar as disfunções (AGNE, 2014).
Ao realizar uma avaliação corporal para lipodistrofia ginoide, por exemplo, é
importante comparar um lado com o outro, além de avaliar o local em repouso
e com contração. Isso permite confirmar a presença do FEG, de flacidez ou,
ainda, de lipodistrofia localizada (AGNE, 2014).
ATENÇÃO
37
Ainda conforme Agne (2014), outra forma de avaliação corporal é o uso da
termografia, que consegue verificar alteração na circulação a nível cutâneo pela
presença dos nódulos de gordura e formação de fibrose, as placas trarão uma mudança
de coloração, especialmente quando existe uma grande deficiência micro circulatória,
esta distinção fica bem acentuada, permitindo, junto com a palpação e exame visual,
um diagnóstico correto do fibroedema geloide.
Devem ser verificados alguns cuidados em relação à temperatura ambiente que
deve estar na faixa de 22 a 24 °C, o cliente não pode ter realizado nenhuma atividade
física e ainda deve repousar antes da realização da técnica, visto que, se a temperatura
da pele estiver alterada, pode modificar o resultado do termográfico.
Em geral, o fibroedema geloide apresenta uma união de três coisas: a fibrose, a
presença de flacidez e a gordura local. Pode ser utilizada a comparação visual dos dois
lados acometidos pela celulite, inicialmente estando o local em repouso e depois com
contração brusca, para que seja analisada a presença de flacidez, gordura e celulite
no local, não permitindo que seja determinado o grau desta disfunção apenas pela
realização deste teste (AGNE, 2014).
No caso da lipodistrofia ginoide é muito importante a avaliação visual
que permite a identificação de pontos com irregularidades na pele,
características da casca de laranja, sinal mais conhecido da disfunção.
Porém, a contração muscular que torna este sinal mais visível não pode
ser de forma isolada, determinar qual o grau apresentado da disfunção
pela paciente, sendo necessários outras avaliações para que seja fechada
a classificação (AGNE, 2014).
IMPORTANTE
A análise da presença de flacidez em nossa pele é verificada pela correta
avaliação visual, visto que estarão presentes marcas e dobras no local afetado. Junto
com o pinçamento local, permite que seja percebida uma redução da tensão e da
consistência do tecido dérmico. O teste de pinçamento consiste em tracionar a pele
com os dedos e verificar que esta deve demorar cerca de cinco segundos para retornar
a sua posição inicial, ao soltar, avalia-se se o tempo, se for maior que isso, se caracteriza
como flacidez (GARDIN; CIECKOVICZ, 2011).
38
9 FOTODOCUMENTAÇÃO
Em qualquer avaliação na área de dermatofuncional é muito importante o
registro fotográfico, para avaliações dos resultados posteriormente, caso ocorra algum
erro na avaliação inicial, quer seja na perimetria ou adipometria, porém, deve-se ter
alguns cuidados para uma imagem bem nítida e adequada, como a luminosidade do
local, posição do paciente, distância da fotografia, fundo, todos estes parâmetros devem
estar iguais em todas as fotos e que sejam coletadas, no máximo, a cada cinco sessões.
A fotodocumentação é essencial para acompanhar a evolução, antes e durante
os tratamentos para o contorno corporal. Os registros do antes e do depois, também são
usados para acompanhar os resultados, e bons para utilizar como forma de divulgação
do trabalho (BORGES, 2010).
Para registro de imagem, é sempre importante o direito ao uso da imagem,
de acordo com a Constituição Federal de 1988. Mesmo com a autorização,
é importante a preservação dos clientes, sempre usar tarjas pretas,
ocultação dos olhos e não identificar os clientes (BORGES, 2010).
IMPORTANTE
10 OUTROS RECURSOS
Um recurso muito utilizado para avaliar o fibroedema geloide é através do uso
de um sensor com infravermelho (Celluscan), que consegue realizar uma avaliação
cutânea e é capaz de determinar o grau da afecção, e quantidade de retenção de líquido
(SILVA et al., 2017).
Muito importante nas avaliações corporais é a classificação do biotipo corporal,
através da identificação do formato do corpo é possível determinar onde a gordura é
mais resistente, para determinar a melhor forma de terapêutica.
39
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A avaliação corporal permite o diagnóstico de diversas disfunções estéticas, bem
como as condições nutricionais de um indivíduo.
• A antropometria corporal permite, desde avaliação da massa magra, altura e
massa corporal de gordura, o que direciona melhor as intervenções em fisioterapia
dermatofuncional.
• Apesar de existirem padrões ouro de avaliação corporal, a bioimpedância permite
uma avaliação da quantidade de água e gordura corporal.
• Nos tratamentos é importante a fotodocumentação, para que sejam comprovados
os resultados comparando o antes com o depois, além de servir como base científica
para trabalhos acadêmicos.
40
1 O teste de digitopressão demonstra se existe a presença de edema durante um
período de cinco a dez segundos, a pele altera coloração e volta ao normal no tempo
em que foi pressionado. Nesta avaliação aparece um sinal, sobre este sinal, assinale
a alternativa CORRETA:
a) ( ) Sinal de Stemmer.
b) ( ) Sinal do Cacifo/Godet.
c) ( ) Sinal do de Frank.
d) ( ) Sinal de Paul.
2 A determinação da composição corporal é feita de várias formas, é possível avaliar
gordura, massa livre de gordura, massa de água do corpo, esta avaliação pode ser
feita passando uma corrente elétrica pelo corpo, que demonstra a massa corporal
total. Sobre essa técnica, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Perimetria.
b) ( ) Termografia.
c) ( ) Bioimpedância.
d) ( ) Dobras cutâneas.
3 Uma importante forma de avaliação é a fotodocumentação, essencial para
acompanhar a evolução antes e durante os tratamentos para o contorno corporal. Os
registros do antes e do depois também são usados para acompanhar os resultados
e para utilizar como forma de divulgação do trabalho. Sobre o principal cuidado que
devemos ter, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) O mesmo fundo em toda foto.
b) ( ) Fazer foto a cada dez sessões.
c) ( ) Distâncias diferentes.
d) ( ) Roupas de cores diferentes.AUTOATIVIDADE
41
4 Nosso corpo é composto por moléculas, íons, líquidos, órgãos, tecidos, entre outras
estruturas, essas características permitem várias formas de avaliação, dentre elas
podemos citar a adipometria, a perimetria, bioimpedância. Sobre essas técnicas,
descreva a adipometria, também chamada de dobras cutâneas:
5 A antropometria corporal é algo antigo, permite avaliação de vários fatores, tais
como peso, altura, massa corporal entre outros. Esses parâmetros permitem a
verificação do estado nutricional do paciente, bem como presença de sobrepeso e
nas disfunções corporais como lipodistrofia localizada, lipodistrofia ginoide etc. Sobre
a antropometria corporal, explique a importância desta avaliação para o profissional
de fisioterapia dermatofuncional na escolha dos procedimentos a serem realizados
no paciente:
42
43
TÓPICO 4 -
TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE
AVALIAÇÃO DOS ANEXOS CUTÂNEOS
1 INTRODUÇÃO
UNIDADE 1
Os anexos cutâneos são parte do sistema tegumentar, sendo eles os pelos,
unhas, glândulas sudoríparas, sebáceas e as glândulas mamárias.
Os pelos são compostos de queratina e tem crescimento ininterrupto, ficando
dentro de uma invaginação presente na epiderme e compostos por três partes –
raiz, córtex e cutícula –, já as unhas são células onde foi depositada a queratina e
se encontram na superfície dorsal das falanges distais dos dedos (JUNQUEIRA;
CARNEIRO, 2008).
Junqueira e Carneiro (2008) também descrevem que as glândulas sebáceas são
exócrinas e se localizam na derme, e os ductos chegam aos folículos pilosos estando
ausentes apenas nas palmas das mãos e planta dos pés, as glândulas sudoríparas são
exócrinas e distribuídas em toda a pele.
2 DERMATOSCÓPIO
A análise capilar pode ser feita por meio do dermatoscópio, que permite
avaliação do couro cabeludo e da haste capilar, existem muitos aparelhos portáteis que
aumentam de 25 a 400 vezes, permitindo ser acoplado em computadores e celulares
para a captura de imagem (ANDRADE et al., 2018).
Além do dermatoscópio, existem formas de avaliação específicas para verificação
de oleosidade, ph, densidade capilar, contagem dos velos e análise em relação à presença
de caspa, por meio de equipamentos específicos (BORGES; SCORZA, 2016).
3 HISTÓRIA CLÍNICA
A história clínica do paciente é importante na avaliação da perda de pelos, uma
anamnese cuidadosa permite que seja feito um diagnóstico diferencial.
Pode-se, também, avaliar o crescimento dos pelos por meio da medição com
uma régua graduada, além de reconhecer aqueles pelos que estão na fase anágena
e na fase telógena, ou seja, a fase de crescimento e a fase que caminha para queda.
Isso exige um acompanhamento por anos e o paciente, muitas vezes, fica sem cortar o
cabelo, por exemplo, por um período de cinco a sete anos (DAWBER; NESTE, 1996).
44
São dois tipos de pelos, os chamados velos que são curtos e de coloração clara,
recobrindo toda a superfície da pele como, por exemplo, os encontrados na face. O
lanugo é chamado de penugem clara e muito clara, está presente no corpo de recémnascidos. Os pelos terminais são mais grossos e crescem em partes específicas do
corpo sobrancelhas, cílios, região púbica e barba, bem como os cabelos são um tipo
de pelo terminal se diferenciando dos demais por um crescimento contínuo e textura
diferenciada (KUPLICH, 2018).
FIGURA 13 – FASE DE CRESCIMENTO DO CABELO, DIAGRAMA ANATOMIA DO CABELO HUMANO
FONTE: <https://shutr.bz/36qqdUj>. Acesso em: 18 mar. 2022.
Uma anamnese completa deve verificar quesitos específicos, tais como, tipo de
cabelo, cuidados gerais com ele, hábitos de vida, medicamentos em uso, além de saber
quais procedimentos de química ou terapia capilar que foram feitos (KUPLICH, 2018).
Os tratamentos de nível capilar não se restringem apenas à parte de
transformações da haste capilar, como corte, coloração e químicas, mas
também tratamento do couro cabeludo, suas disfunções, queda capilar,
oleosidade em excesso e ainda dermatite seborreia, descamações do couro
cabeludo etc. (KUPLICH, 2018).
ATENÇÃO
45
Ademais, o exame clínico, existem exames complementares que podem ser
feitos para auxiliar no diagnóstico, sendo os mais frequentes solicitados pelos médicos
o tricograma, anatomopatológico, microscopia e medições do comprimento e da haste
capilar (BORGES; SCORZA, 2016).
4 AVALIAÇÃO UNGUEAL
Ainda nos anexos cutâneos encontramos as unhas, glândulas sudoríparas. As
unhas são compostas por lâminas de ceratina e se localizam na parte dorsal das falanges
distais dos dedos, tem sua origem na matriz ungueal. Divide-se em lúnula, eponíquio,
lâmina ungueal, leito ungueal e hiponíquio, possuem as camadas lúcida e córnea da
epiderme. As glândulas sudoríparas estão presentes na derme, produzindo o suor,
tendo como principal função o controle da temperatura da epiderme por evaporação.
São divididas em apócrinas e écrinas, as primeiras desembocam diretamente nos
folículos pilossebáceos, sendo que o odor característico se deve a produtos de
decomposição pelas bactérias no local. As glândulas écrinas, encontram-se nas regiões
palmo plantares, e praticamente em todo o corpo, secretam um suor livre de odor até o
momento em que ocorre a ação da bactéria (FASSHEBER et al., 2018).
As unhas podem apresentar diversas disfunções causadas por traumas,
infecções fúngicas, patologias cutâneas e ainda problemas sistêmicos. As
onicomicoses são provocadas por dermatófitos, sendo os mais comuns o T. rubrum e
o T. mentagrophytes, que tem como alimento a queratina. Em geral, as onicomicoses
acabam por provocar o descolamento da unha em sua borda livre, deixa-a mais espessa,
com coloração anormal e em muitos casos, com formato alterado, ou seja, deformada
(WOLFF et al., 2015).
Quando é realizado o embelezamento das unhas, a cutícula, que na
verdade se chama eponíquio, é retirada fazendo com que a região fique
mais vulnerável a processos inflamatórios e infecciosos, devido ao risco de
penetração de agentes irritantes e patogênicos. Se os objetos usados não
forem adequadamente esterilizados podem, inclusive, surgirem doenças
como onicomicoses e hepatite C (ANDRADE, et al., 2018).
IMPORTANTE
Na avaliação visual, as onicomicoses podem se apresentar de diversas formas
do tipo subungueal distal e lateral, se iniciando na região do hiponíquio até a região
lateral, a unha se apresenta com coloração mais opaca, espessada e de forma irregular.
A do tipo branca superficial apresenta-se como uma placa esbranquiçada no corpo da
unha, tipo subungueal proximal que afeta a matriz da unha apresentando uma mancha
esbranquiçada no local afetado (WOLFF et al., 2015).
46
O diagnóstico clínico é complexo, pois, algumas disfunções podem ser
confundidas como caso de infecções fúngicas e psoríase ungueal, sendo necessária,
por vezes, a cultura dos fungos para identificação do agente patológico, neste caso, o
paciente deve ser encaminhado ao médico para prescrição da medicação adequada
(ANDRADE et al., 2018).
5 AVALIAÇÃO GLÂNDULAS SEBÁCEAS
As glândulas sebáceas são outro anexo da pele, responsáveis por produzir o
sebo, contendo ácidos graxos, presentes em grande quantidade no couro cabeludo e
ausentes nas palmas das mãos e planta dos pés. São classificadas como glândulas
exócrinas, desembocando no folículo piloso, promovem lubrificação da superfície da
pele e do pelo, tem característica hidrofóbica e, em conjunto com a queratina, protege
o pelo, além de ter ação bactericida (FASSHEBER et al., 2018).
As alterações das glândulas geralmente são diagnosticadas por diagnóstico
clínico, algumas vezes é necessária uma avaliação histopatológica para confirmação, por
exemplo, a hiperplasia sebácea que se caracteriza por lesão presente na pele, agravada
por hormônios androgênicos, radiação ultravioleta e uso de ciclosporina, ocorrendo
mais na face de pessoas idosas em número variável, sendo diferenciadas do carcinoma
basocelular por meio da dermatoscopía (TAGLIOLATTO; ENOKIHARA; ALCHORNE, 2011).
47
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A ficha de anamnese é usada para registrar aavaliação realizada, colher o histórico
familiar e antecedentes patológicos do cliente.
• Por meio de uma avaliação detalhada dos anexos cutâneos, podem ser verificadas
alterações na saúde da pessoa, por exemplo, o estresse que se manifesta em queda
capilar.
• Muitas patologias dos anexos cutâneos exigem exames complementares para
confirmação de um diagnóstico, por exemplo, para diferenciar o carcinoma basocelular
de hiperplasia sebácea.
• A história clínica da paciente traz informações importantes que auxiliam no diagnóstico
e na escolha do tratamento mais adequado a cada paciente, é importante saber os
cosméticos utilizados, tratamentos anteriores, fatores genéticos e hormonais.
48
1 Nosso couro cabeludo é rico em glândulas que produzem o sebo rico em ácidos
graxos, são glândulas classificadas em exócrinas, pois desembocam no folículo
piloso, proporcionado brilho e maciez ao nosso cabelo, mas em excesso pode causar
seborreia, caspa entre outras disfunções. A substância secretada por estas glândulas,
o sebo, quanto às suas funções, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Ressecamento pele e pelo.
b) ( ) Reduzir a proteção cutânea
c) ( ) Barreira perda de água.
d) ( ) Controle da temperatura.
2 Em uma avaliação, a história clínica do paciente é muito importante, para verificar a
perda de pelos, por exemplo, por meio de um diagnóstico diferencial. Deve-se avaliar
o crescimento dos pelos, reconhecer as fases do crescimento e de queda, muitas
vezes este acompanhamento perdura por anos. Os pelos podem ser classificados
em vários tipos, como terminais, lanugos e velos. Em relação ao lanugo, assinale a
alternativa CORRETA:
a) ( ) Pelos curtos de coloração clara.
b) ( ) Penugem clara ou muito clara de recém-nascidos.
c) ( ) Crescem em partes específicas do corpo.
d) ( ) Estão presentes no couro cabeludo.
3 Nosso corpo é composto por vários tipos celulares que dão origem a vários tipos de
tecidos, dentre eles, o tegumentar, popularmente conhecido como pele. Além desta
existem os anexos, que são compostos por estruturas especializadas, dentre elas
nossos pelos, as glândulas sebáceas e sudoríparas e as unhas. Quando analisamos
as glândulas, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As glândulas sebáceas e sudoríparas produzem respectivamente o sebo e o
suor, que ainda não têm função conhecidas.
b) ( ) A glândula sudorípara produz o sebo, que tem como principal função o controle
de temperatura na pele.
c) ( ) A glândula sebácea elimina o suor que auxilia na hidratação e lubrificação da pele
e dos pelos.
d) ( ) A glândula sudorípara produz o suor que auxilia no controle da temperatura
corporal, e a sebácea o sebo que lubrifica pele e pelos.
AUTOATIVIDADE
49
4 Nosso tecido tegumentar é formado por nossa pele, que apresenta várias funções,
por exemplo, atuar como barreira a agentes agressores externos, tecido tátil que
permite várias sensações, além de, através das glândulas sudoríparas, produzir o suor
para auxílio no controle da temperatura, composta por duas camadas a epiderme e a
derme. Sobre essas camadas descreva cada uma delas:
5 A pele é diferente entre as pessoas pois existem os diferentes fototipos, de
acordo com a deposição de um pigmento denominado melanina, produzido pelos
melanócitos e transportado pelos melanossomas, conforme existe a exposição
aos raios ultravioleta, existe a resposta de nosso organismo, tornando-se a pele
bronzeada e sem queimaduras, ou sendo um fototipo baixo não se bronzeando e
ainda queimando. Descreva sobre o melanócito:
50
51
ELABORAÇÃO DO PLANO DE
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO
APLICADO À DERMATOFUNCIONAL
1 INTRODUÇÃO
UNIDADE 1 TÓPICO 5 -
A Fisioterapia Dermatofuncional é uma disciplina que estuda várias disfunções
estéticas e a forma de tratamento de cada uma delas, atuando desde a prevenção até a
recuperação de patologias que atingem o tecido tegumentar, pele, anexos, especialmente
em relação à terapia capilar, tecido adiposo, não apenas como embelezamento, mas,
também, como intervenção de saúde.
Para tanto, é importante o conhecimento da fisiopatologia de cada disfunção
e uma anamnese bem realizada para que as técnicas adequadas sejam eleitas, sendo
tanto os manuais, cosméticos, eletroterapia, entre outras.
2 TRATAMENTO PARA PATOLOGIAS UNGUEAIS
Basicamente, a intenção no caso de uma onicomicose é controlar a infecção
através do uso da eletroterapia ou da cosmetologia, por exemplo, o laser de baixa
intensidade auxilia na modulação da atividade celular, sendo que o laser vermelho
auxilia as células do sistema imune, auxiliando no combate a onicomicose. O uso de
leds de coloração azul trazem benefícios aos tecidos. O equipamento de alta frequência
auxilia no controle da proliferação dos fungos (AGNE, 2014; BORGES, 2010).
No caso de cosméticos, os princípios ativos visam auxiliar o crescimento da
unha e combater o fungo, como exemplo pode-se citar a biotina que atua como cofator
enzimático, auxiliando na diferenciação da epiderme, no metabolismo de aminoácidos.
O óleo essencial de melaleuca puro sobre a região acometida auxilia no controle do
micro-organismo, quando aplicado três vezes ao dia, pode ser diluída no óleo de rosamosqueta ou copaíba, ou em creme neutro (ANDRADE et al., 2018).
52
3 TRATAMENTO DAS PATOLOGIAS CORPORAIS
Os recursos terapêuticos estéticos podem ser usados de forma isolada ou
associados de forma adequada para que o resultado seja mais efetivo. Por exemplo, no
tratamento do fibroedema geloide Grau II com uso de ultrassom, endermoterapia, junto
com drenagem linfática, devido à fibrose associada ao edema, associado a recursos
eletroterápicos. O ultrassom usado para melhorar a fibrose, a endermoterapia no tecido
com FEG e a drenagem em todo o corpo.
Um protocolo de tratamento para flacidez cutânea pode ser uma associação
de radiofrequência, massagem modeladora e cosméticos. A radiofrequência em toda a
área, massagem modeladora com creme com presença de colágeno, e uso domiciliar de
creme para tratamento de flacidez cutânea com ácido hialurônico ou ativos lipolíticos.
Podendo ser feitos diversos outros protocolos com associação de técnicas manuais,
cosméticos, eletroterapia e home care.
3.1 MICROAGULHAMENTO
Nas estrias, a aplicação do microagulhamento promove um processo inflamatório,
que faz com que seja produzido colágeno local, melhorando a qualidade da pele,
epiderme e derme, além de promover uma facilitação na proliferação dos queratinócitos,
pois o colágeno que se forma é saudável, além de melhorar a microcirculação local.
As agulhas promoverão uma lesão restrita e localizada, promovendo estímulo
ao processo de cicatrização em todas as suas fases (BORGES; SCORZA, 2016):
• inflamação: um a três dias;
• proliferação: cinco a oito semanas;
• remodelação: 28 dias a dois anos.
3.2 MICROGALVANOPUNTURA
Tem efeito devido à corrente elétrica de baixa intensidade associada à
perfuração cutânea com uma pequena agulha. O eletrodo ativo negativo provoca
uma reação inflamatória reestruturando o tecido. Inicia-se com uma esfoliação da
pele para remoção de células mortas ou não funcionais, assim, a perfuração leva
a modificações eletroquímicas ao redor destas, precipitando algumas proteínas
orgânicas, estabilizando e incrementando a síntese proteica, reorganizando o tecido
conjuntivo da derme local, sendo que a puntura varia de três a quatro pontos por
centímetro em um ângulo paralelo à pele.
O tempo em cada ponto não deve ultrapassar três segundos. Forma-se edema
e hiperemia no local, sendo ideal um estímulo de sete dias na mesma estria, tendo em
torno de cinco a dez aplicações, com dose de 150 a 300 ampères (AGNE, 2014).
53
3.3 LASER
A ação do laser ocorre no nível celular, com combinações farmacológicas ou
tópicas, e aumenta o número das fibras de colágeno, melhorando a tensão da epiderme
e o aspecto da pele, porém, neste caso, é necessário um número grande de aplicações
(GUIRRO; GUIRRO, 2004).
Pode ser usado em diversas disfunções da área de dermatofuncional, por
exemplo, quando usado em estrias recentes, consegue agir a nível celular, melhorando
o metabolismo do tecido,consequentemente, a deposição de colágeno, se associado a
alguns fármacos, promove resultados mais satisfatórios, de forma isolada, melhora em
torno de 50% das estrias (JACINTO; CASTRO; MAGACHO, 2010).
3.4 CARBOXITERAPIA
Os estímulos elétrico, químico e traumático causam um processo inflamatório,
o trauma mecânico pela punturação das agulhas, junto com o descolamento da pele
provocado pelo gás, leva ao posterior reparo, estimulando fibroblastos, elastoblastos
e angioblastos.
A técnica é feita em cada estria, tanto em estrias agudas quanto crônicas, sendo o
fluxo em torno de 60 a 80 ml/min, com intervalo entre as sessões de 21 dias, tempo de
maturação do colágeno (BORGES, 2010).
FIGURA 14 – CARBOXITERAPIA
FONTE: <https://shutr.bz/3tjl0qs>. Acesso em: 18 mar. 2022.
Já no tratamento de gordura localizada, podem ser usadas técnicas com objetivo
de estimular a lipólise reduzindo o tecido adiposo onde o excesso está depositado. A
seguir, veremos algumas técnicas que podem ser aplicadas.
54
3.5 RADIOFREQUÊNCIA
A radiofrequência gera calor no tecido subcutâneo, produzindo novas fibras de
colágeno e melhorando o aspecto da pele, age no tratamento de diversas patologias,
como linha de expressão facial, fibroses, cicatrizes e aderências, celulite e gordura
localizada, agindo na produção do tegumento comum (BORGES, 2010).
FIGURA 15 – RADIOFREQUÊNCIA
FONTE: <https://shutr.bz/34R7hO3>. Acesso em: 18 mar. 2022.
É um tratamento não invasivo, melhorando a circulação, oxigenação, o que
acelera a eliminação de catabólitos, a lipólise, reorientação das fibras de colágeno,
melhora a espessura do tecido epitelial e regenera tecidos moles, o que auxilia na
flacidez cutânea local, e, pela agitação celular, aumenta o gasto energético promovendo
uma melhora do quadro de gordura localizada (HASSUN; BAGATIN; VENTURA, 2008).
3.6 ELETROLIPOFORESE
É o uso de uma microcorrente específica de baixa frequência, em torno de 20
Hz, atuando nos adipócitos com tendência a favorecer sua diminuição, pode ser aplicada
por meio invasivo que se constitui da implantação de finíssimas agulhas no panículo
adiposo, ou por eletrodos na superfície cutânea, com efeito mais discreto (ULLMANN;
REIS; STEIBEL, 2003).
Esta técnica de microcorrente com uma frequência baixa consegue agir
diretamente na célula adiposa e nas gorduras depositadas, que são mobilizadas em
ácidos e glicerol, o que facilita sua eliminação posterior (MELLO et al., 2010).
55
3.7 CRIOLIPÓLISE
A criolipólise atua no processo de congelamento dos adipócitos de forma não
invasiva, o resfriamento é intenso e localizado sem lesionar os tecidos vizinhos. As baixas
temperaturas levam os impulsos nervosos até hipotálamo, que conduz respostas com
objetivo de conservar o calor pela ativação do sistema nervoso simpático que causa
vasoconstrição e piloereção, fenômeno conhecido como calafrio (GUYTON; HALL, 2011;
SILVERTHORN, 2003).
Essa técnica promove uma morte celular programada, denominada de apoptose,
com segurança e características bem definidas, tudo para manter um equilíbrio local,
recuperando a homeostase tecidual e eliminando as células não mais viáveis. As células
adiposas são mais afetadas pelas baixas temperaturas, sendo que a zero graus vão
entrar no processo de morte programada, havendo um processo inflamatório, paniculite,
que se desenvolve nas próximas 24 horas após a aplicação da técnica. O processo
inflamatório promove o rompimento dos adipócitos, agregação de lipídeos e a paniculite
diminui lentamente ao longo de semanas seguintes, diminuindo a gordura sem qualquer
dano ou cicatriz tecidual persistente (BORGES; SCORZA, 2016).
FIGURA 16 – CRIOLIPÓLISE
FONTE: <https://shutr.bz/3N4u5uU>. Acesso em: 18 mar. 2022.
Os adipócitos são resfriados de forma programada, levando à cristalização
dessas células que serão posteriormente digeridas por macrófagos, com efeitos
colaterais quase nulos se aplicada de forma correta, não invasiva, indolor permitindo
execução normal de atividades logo após o procedimento (LEITE, 2017).
56
3.8 ULTRASSOM FOCADO
É o ultrassom de forma focada e localizada, sem haver dispersão descontrolada
da energia, levando à lipólise e reduzindo o volume do tecido adiposo. A frequência varia
de um a três mega-hertz, sendo que, quanto menor a frequência, maior a profundidade
atingida (COLEMAN; COLEMAN; BENCHETRIT, 2009; BORGES, 2010).
A terapia com uso de ultracavitação usa os mesmos princípios do ultrassom
terapêutico, com ondas emitidas no nível ultrassônico. O ultrassom usado em
fisioterapia dermatofuncional pode ser dividido de acordo com suas propriedades em
duas categorias:
• Focalizado de alta intensidade: as ondas sonoras são emitidas focalizadas e a energia,
encontra-se pontual e mais profunda.
• Baixa frequência e baixa intensidade: as ondas não são focalizadas, sendo o ultrassom
convencional com intensidade maior e frequências em kHz mais baixas.
FIGURA 17 – ULTRASSOM FOCADO
FONTE: <https://shutr.bz/3u7EfCC>. Acesso em: 18 mar. 2022.
Por se tratar de um ultrassom de alta potência, é eficaz para redução das células
gordurosas, visto que a onda é focalizada (MANDARI, 2010).
A cavitação ocorre no tempo de aplicação do ultrassom pelos pulsos liberados
pelo gerador, o que promove uma movimentação coordenada das células próximas ao
cabeçote, no caminho do feixe ultrassônico, o que estimula a formação de bolhas cheias
de ar/gás nos líquidos do meio onde as ondas sonoras se propagam (BORGES; SCORZA,
2016). Ainda existem, além desses recursos citados, outros que podem ser usados no
tratamento da lipodistrofia ginoide, veremos a seguir.
57
3.9 VACUOTERAPIA
 É a utilização de uma bomba de pressão negativa, controlada por um
vacuômetro e/ou manômetro, com pressão modulada em mmHg. Os adipócitos são
distorcidos e reorganizam-se em melhor distribuição, o que causa um alisamento do
contorno corporal, ativando a microcirculação, reduzindo edemas e facilitando o retorno
venolinfático (BORGES, 2010).
No caso da lipodistrofia ginoide, em que o tecido tem sua pressão externamente
diminuída e a internamente aumentada, acaba por haver uma redução da oxigenação
local o que faz com que o metabolismo tecidual seja afetado.
O vácuo por meio de sua pressão negativa, permite uma mobilização de forma
profunda dos tecidos, com possibilidade de regulagem desta pressão, conforme a
regulação do equipamento, o que melhora a mobilização de forma profunda da pele e
do tecido subcutâneo (FILLIPO; SALOMÃO,2012).
3.10 ULTRASSOM
Possui a capacidade de veiculação de substâncias através da pele (fonoforese),
neovascularização, rearranjo e aumento da extensibilidade das fibras colágenas,
melhorando a mecânica tecidual (GUIRRO; GUIRRO, 2004). Ocorre o efeito de tixotropia,
que é a capacidade de certos líquidos de reduzir a sua viscosidade quando agitados
mecanicamente, transformando coloide gel em sol. É capaz de “amolecer” substâncias
com maior consistência em estado gelatinoso, o que é aplicado em quadros de celulite,
mais especificamente nos nódulos de celulite, o que pode favorecer manobras de
vacuoterapia, massagem, drenagem e absorção pelo organismo (BORGES, 2010).
3.11 ONDAS DE CHOQUE
É uma terapia que usa ondas acústicas que surgiu recentemente no campo
da estética, sendo usada para melhorar a textura da pele, com efeitos cutâneos e
subcutâneos. Quando usada na pele ou gordura subjacente, promove remodelação
das fibras de colágeno, melhorando o aspecto típico de casca de laranja, além de
promover liberação de mediadores, como o fator de crescimento endotelial vascular, o
que aumenta a angiogênese e a circulação sanguínea no local de tratamento causando
uma lipólise (AGNE, 2016; FERRARO et al., 2012).
As ações são mecânicas pela geração de microbolhas que se rompem e
fragmentam o tecido local, ação analgésica que libera enzimas locais e de ação vascular
pela liberação de mediadores como o de crescimento endotelial vascular. Ainda melhora
a elasticidade da pele e promove uma revitalização dérmica, por este motivo é indicada
no tratamento do FEG (BORGES; SCORZA, 2016).
58
4 TRATAMENTO DAS PATOLOGIASFACIAIS
Algumas patologias são um desafio para o tratamento da área de
dermatofuncional, como exemplo, a rosácea, por ter causa multifatorial é muito sensível
à maioria dos tratamentos tópicos, necessitando de intervenções para prevenir os
fatores que promovem o desencadeamento da disfunção, bem como uma hidratação da
pele, prevenção em relação à ação dos raios UV (fotoproteção). Podem ser usados, por
exemplo, agentes moduladores alfa-adrenérgicos como é o caso da luz intensa pulsada
(LIP), lasers pulsados, laser de 532 nm, para que diminua o aspecto de vermelhidão da
pele (SANTOS, 2020).
Os tratamentos faciais devem promover uma hidratação da pele, um aspecto
mais viçoso, além de tratar hipercromias, atuar nas linhas de expressão e rugas, tudo
que puder ser atenuado devido causas como estresse, agentes externos ou mesmo
alimentação desequilibrada.
4.1 DESINCRUSTE/ IONTOFORESE
A corrente galvânica promove ação química, desincruste e uma ação iônica
(iontoforese), os eletrodos fluem em uma direção única, promovendo um relaxamento
que age nas terminações nervosas da epiderme (GERSON et al., 2011).
O uso da corrente galvânica por meio do desincruste reduz o excesso de óleo da
pele ou do couro cabeludo, chamada saponificação, ou seja, o óleo é transformado em
sabão, através de uma técnica eletroquímica, auxiliando no tratamento de seborreia ou
oleosidade do couro cabeludo (BORGES, 2010).
FIGURA 18 – DESINCRUSTE
FONTE: <https://shutr.bz/3tjlixy>. Acesso em: 18 mar. 2022.
59
A iontoforese é o uso de corrente galvânica para introduzir substâncias no interior
do organismo, sendo colocado um eletrodo passivo próximo ao local da área a ser tratada
em forma de placa ou na mão do paciente, com intensidade de, aproximadamente, 0,05
mA/cm2
 da placa, usando-se substâncias como ácido hialurônico (SORIANO; PÉREZ;
BAKUÉS, 2002)
A pele pode ser hidratada com oclusão, com substâncias lipídicas, emolientes,
ceramidas, óleos vegetais, que retardam o tempo de evaporação e perda de água por
formar o filme na superfície da pele. A umectação por substâncias higroscópicas para
reter água na pele, por exemplo, por meio da glicerina, propilenoglicol, e uma hidratação
ativa por ingredientes com capacidade higroscópica o NMF (ureia, PCA-Na) e ainda por
meio dos alfa-hidroxiácidos (SOUZA; NASCIMENTO, 2015).
4.2 ELETROLIFITING
É o tratamento que visa à atenuação de rugas e marcas de expressão através
de uma mobilização eletro iônica da água e células sanguíneas, abrandando as lesões
dérmicas em seu polo negativo. Trabalha-se com um eletrodo especial, que possui uma
agulha, para concentrar a corrente no local, promovendo estimulação de forma local até
que haja uma hiperemia em todo o trajeto da ruga. Os procedimentos consistem em:
deslizamento da agulha no canal da ruga, penetração da agulha em pontos adjacentes
e no interior da ruga, e escarificação (deslizamento no canal da ruga com agulha a
noventa graus até causar lesão no tecido) (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
Age por meio dos efeitos promovidos pela corrente galvânica, um eletrodo de
ativo, que pode ser uma caneta ou uma agulha, outro passivo, uma placa ou um bastão,
promovem estímulo a circulação, causando no momento da aplicação uma vermelhidão
local (hiperemia), o que consegue otimizar o metabolismo local e a regeneração tecidual
no trajeto da ruga (BARBOSA; CAMPOS, 2013).
4.3 MICRODERMOABRASÃO
É uma técnica de esfoliação não cirúrgica e não invasiva, que incrementa a mitose
celular não fisiológica, promovendo atenuação de rugas superficiais, afinamento do tecido
epitelial. Aplica-se por uma pressão negativa e positiva simultâneas com micro grânulos
de óxido de alumínio de 100 a 140 micras, quimicamente inertes, jateados pela pressão
positiva, levando à erosão nas camadas da epiderme, sugados pela pressão negativa.
60
FIGURA 19 – MICRODERMOABRASÃO
FONTE: <https://shutr.bz/3CTsa7N>. Acesso em: 18 mar. 2022.
Existe ainda, o equipamento com pontas diamantadas de granulometrias
diferentes, que é o peeling de diamante, exercendo somente pressão negativa,
promovendo lixamento, sendo que a manopla varia de 50 a 200 micras (BORGES, 2010).
4.4 RADIOFREQUÊNCIA
Trata-se de uma onda eletromagnética que promove o aquecimento tecidual por
meio da conversão, sendo que usa de 30 KHz a 300 Mhz, promovendo a neocolagênese
pelo calor produzido na derme e hipoderme, auxiliando em um metabolismo celular mais
efetivo (FERRARI, 2017).
FIGURA 20 – RADIOFREQUÊNCIA
FONTE: <https://shutr.bz/3N4uIog>. Acesso em: 18 mar. 2022.
61
Energia térmica direcionada aos tecidos, gerando efeitos importantes para ativar
as funções dos fibroblastos, produzindo novo colágeno e elastina em torno de 40 a 42
ºC, que promove uma contração imediata do colágeno sendo mantida a temperatura,
o que levará à liberação dos mediadores. A pele deve ser higienizada para retirada de
resíduos cosméticos ou hidratantes, e a energia térmica é dirigida aos tecidos, gerando
efeitos sem lesionar a epiderme (BAENA, 2008; AGNE, 2014).
4.5 LEDS
No rejuvenescimento, a radiação que é emitida pelos diodos estimula ou
inibe o metabolismo celular, o que permite o rejuvenescimento. O mecanismo ocorre
pela fotobioestimulação, promovendo uma cascata de respostas, melhorando o
funcionamento celular, promovendo proliferação das células e uma regeneração das
células com alterações.
FIGURA 21 – TRATAMENTO POR LED
FONTE: <https://shutr.bz/3ikEMvg>. Acesso em: 18 mar. 2022.
Os leds, quando submetidos a uma corrente elétrica, emitem uma luz usada na
fototerapia de 405 nm (azul) a 940 nm (infravermelho), sendo o comprimento de onda
vermelho mais adequado a tecidos superficiais, embora a coloração azul também seja usada
nos tecidos superficiais, pois promove estimulação nas organelas, mais especificadamente
nas mitocôndrias, com ação inibitória ou estimulatória (JEDWAB, 2010).
62
4.6 LIMPEZA DE PELE
A extração de conteúdos foliculares é importante na limpeza de pele, em que
são retirados os resíduos foliculares como sebo, utilizando-se de substâncias emolientes
como a trietanolamina com associação de vapor de ozônio para a dilatação ou ainda
a máscara térmica. Quando os estímulos hormonais andrógenos e estrógenos estão
atuando sobre o folículo pilossebáceo, existe um excesso de produção de sebo que se
acumula na superfície cutânea, formando os comedões e, em casos mais severos, as
pápulas e pústulas.
Assim, quando é realizada a limpeza de pele, retiram-se os comedões, as
pústulas e os miliuns. O procedimento deve ser finalizado com uso de uma solução
antisséptica ou, ainda, o equipamento de alta frequência para que não haja proliferação
bacteriana, funcionando como auxílio no tratamento da acne (BORGES; SCORZA, 2016).
4.7 MICROAGULHAMENTO
No tratamento de cicatrizes de acne, pode ser utilizado o microagulhamento
que estimula a produção de colágeno sem causar lesão à pele. A cicatrização ocorre
em pouco tempo sem efeitos colaterais, e a pele fica mais densa e resistente. Melhora a
circulação da pele e o aspecto geral do tecido, sendo que a quantidade de sessões varia
de acordo com a disfunção tratada e o caso de cada paciente (LIMA; LIMA; TAKANO,
2013; PIATTI, 2013).
FIGURA 22 – MICROAGULHAMENTO
FONTE: <https://shutr.bz/362yjTr>. Acesso em: 18 mar. 2022.
63
A técnica provoca uma agressão no tecido microagulhado, o qual perde sua
integridade, promovendo formação de novas fibras de colágeno, para que haja o reparo
da lesão, os queratinócitos são dissociados, o sistema imune, ativa as citocinas, o que
aumenta o fornecimento do sangue local devido à vasodilatação, os queratinócitos
migram para o local e restabeleça o tecido microagulhado, além de melhorar a permeação
de ativos no tecido (DALBONE, et al., 2013).
4.8 PEELINGS
Usam-se retinóides (isotretinoína e adapaleno), peróxido de benzoíla,
antibióticos, alfa-hidroxiácidos, ácidos salicílicos e azeláicos. Na acne Grau I, a tretinoína,
isotretinoína, ácido azeláico agem de forma anti-inflamatória, anticomedogênico e
comedolítico (MENESES; BOLZAS, 2009).
FIGURA 23 – PEELING QUÍMICO
FONTE: <https://shutr.bz/36sW72G>.Acesso em: 18 mar. 2022.
Na Fisioterapia Dermatofuncional, trabalha-se com alfa-hidrociácidos, ácido
salicílico e azeláico, ou seja, formas de aplicação tópicas, já as medicações como a
isotretinoína devem ser indicadas por dermatologista.
64
FISIOTERAPIA DERMATOFUNCIONAL: PRÁTICA CIENTÍFICA, USO ILEGAL DOS
RECURSOS PRÓPRIOS DA CATEGORIA E ESTRATÉGIAS DE VALORIZAÇÃO
Adriana Clemente Mendonça
Keila de Castro Marinho Azevedo
Rogério Mendonça de Carvalho
A Fisioterapia Dermatofuncional, especialidade reconhecida em 2009 e
regulamentada pela Resolução 394 de 2011, tem cada vez mais firmado sua importância
nos processos de prevenção e recuperação de lesões tegumentares e isso nos leva a
refletir sobre como devemos agir para manter e incentivar ainda mais essa crescente
valorização da área.
Quando se pensa no avanço científico e tecnológico que a especialidade obteve
nas últimas duas décadas, sobretudo no que diz respeito ao espectro e eficácia das terapias
e ao seu alinhamento com o escopo de atuação da Fisioterapia, pode-se notar o quanto
é crescente seu reconhecimento junto à sociedade usuária, aos demais profissionais e ao
meio acadêmico, que tem adaptado suas grades curriculares e aumentado a carga horária
da disciplina, anteriormente denominada fisioterapia estética.
Olhando para trás, percebe-se que essa velocidade de evolução não encontra
precedentes em nenhumas das outras 14 especialidades fisioterapêuticas reconhecidas
pelo COFFITO, especialmente quando se leva em conta as alucinantes taxas de
obsolescência e renovação procedimentais compartilhadas pelos campos da estética,
cosmética, estomatologia, distúrbios vasculares, queimaduras, dentre outros que fazem
interface direta com a Dermatofuncional.
A criação da atuante Associação Brasileira de Fisioterapia Dermatofuncional
(ABRAFIDEF) foi um marco histórico em 2005. De fundamental importância também,
foi o reconhecimento demonstrado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, em
2015, recomendando a Fisioterapia Dermatofuncional na condução do pós-operatório
de cirurgias plásticas.
É importante relatar também que o crescimento dessa especialidade tem
causado certo desconforto aos demais profissionais da estética e, isso, muitas vezes,
interfere negativamente na qualidade do atendimento fisioterapêutico à medida que
deixamos de lado nossa raiz assistencial para concorrer comercialmente.
LEITURA
COMPLEMENTAR
65
Pensando nisso, é muito importante que cada parte cumpra suas obrigações,
ou seja, cada categoria profissional elabore normas reguladoras à fim de se estabelecer
limites à avidez mercadológica das profissões de nível técnico para que não avancem,
em prejuízo à saúde da população, na aplicação de técnicas privativas de Fisioterapeutas
Dermatofuncionais e, por sua vez, que cada fisioterapeuta respeite os preceitos éticos
e de responsabilização social e legal inerentes de sua profissão, além é claro de ofertar
um tratamento diferenciado, baseado em evidências atualizadas e em resultados
objetivamente demonstráveis.
Uma boa medida é a aplicação do raciocínio teleológico na defesa da Fisioterapia
Dermatofuncional. É importante que o profissional pergunte a si mesmo: Essa prática
se encaixa na definição de nossa profissão, segundo a Resolução COFFITO nº 8, no
que diz respeito a recursos físicos, cinesioterapêuticos, mecanoterapêuticos e eletrotermo-sono-ionto-fototerapêuticos? Sem sim, deve-se pensar imediatamente quais as
consequências e limites de parâmetros adequados ao caso. Um profissional qualificado
deve conhecer as indicações e contra-indicações das técnicas ofertadas, ter capacidade
de realizar anamnese e exames adequados, esclarecer aos pacientes todas as dúvidas
quanto a técnica a ser empregada, procurar cursos de capacitação profissional
reconhecidos, conhecer e se atualizar constantemente sobre a literatura científica, usar
equipamentos licenciados e certificados no Brasil e documentar em prontuário seus
atendimentos. Nesse mesmo caminho, deve-se atuar com profissionalismo e valorizar
todas as demais profissões que fazem interface ao nosso campo de atuação e, assim
inspirar que a mesma respeitabilidade retorne em relação à nossa própria prática.
Por fim, deve-se manter uma postura ética perante a especialidade, e
aos demais colegas que dela compartilham, jamais outorgar responsabilidades e
conhecimentos privativos a profissionais de outras áreas e tampouco a pacientes e
pessoal de nível técnico, pois os melhores resultados prescindem de raciocínio clínico
e, por isso, somente serão alcançados com o desenvolvimento das capacidades
aridamente adquiridas ao longo de vários anos de ensino superior e de pós-graduação,
no mais amplo contexto de expertises.
FONTE: MENDONÇA, A. C.; AZEVEDO, K. C. M.; CARVALHO, R. M. Fisioterapia dermatofuncional:
prática científica, uso ilegal dos recursos próprios da categoria e estratégias de valorização.
Belo Horizonte: Crefito – 4ª Região, 2017. Disponível em: http://crefito4.org.br/site/wp-content/
uploads/2017/04/Artigo-Fisioterapia-Dermatofuncional.pdf. Acesso em: 20 fev. 2022.
66
RESUMO DO TÓPICO 5
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A fisioterapia dermatofuncional pode tratar várias disfunções estéticas, dispondo
de vários recursos eletroterápicos, podendo citar, na área de corporal, as técnicas
de eletrolipólise, carboxiterapia, criolipólise, entre outras. Estes recursos devem ser
escolhidos de acordo com a anamnese e avaliação do quadro do paciente.
• Para as disfunções faciais é possível o tratamento por meio de microagulhamento,
eletrolifiting e, conforme avaliação, o uso de cosméticos adequados de acordo com o
quadro e a disfunção apresentada.
• Cabe ao fisioterapeuta dermatofuncional avaliar as contraindicações para escolher a
melhor forma de intervenção e, quando necessário, encaminhar a outros profissionais
para atendimento, além da realização de uma anamnese detalhada para escolha dos
melhores recursos disponíveis dentre a eletroterapia, cosméticos e técnicas manuais.
67
1 Quando falamos de tratamentos em fisioterapia dermatofuncional, dispomos de
muitos recursos cosméticos, manuais e especialmente eletroterápicos. Em se
tratando de lipodistrofia localizada, algumas técnicas podem ser associadas, outras
usadas de forma isolada, quando de um estímulo não invasivo que promove uma
morte celular programada, a apoptose, devido à tendência da manutenção da
homeostase tecidual. Sobre essa técnica, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Ultracavitação.
b) ( ) Carboxiterapia.
c) ( ) Radiofrequência.
d) ( ) Criolipólise.
2 Pode ser usado um tratamento por emissão de luz para estimular ou inibir o metabolismo
celular, este mecanismo ocorre por bioestimulação, cascata de respostas, melhora
a resposta celular, proliferação de células e regeneração destas. Age por uma luz
pulsada quando submetida à corrente elétrica, sendo o comprimento mais usado o
vermelho. Sobre essa técnica, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Laser.
b) ( ) Led.
c) ( ) Radiofrequência.
d) ( ) Iontoforese.
3 A técnica se trata de uma onda eletromagnética que promove o aquecimento
tecidual por meio da conversão, sendo que usa de 30 KHz a 300 Mhz, promovendo
a neocolagênese pelo calor produzido na derme e hipoderme, auxiliando em um
metabolismo celular. Sobre essa técnica, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Eletrolipoforese.
b) ( ) Eletrolifiting.
c) ( ) Ultrassom focado.
d) ( ) Radiofrequência.
AUTOATIVIDADE
68
4 A fisioterapia dermatofuncional possui uma ampla gama de recursos para
tratamento das disfunções corporais e faciais, bem como dos anexos cutâneos.
De acordo com a anamnese, avaliação visual, palpatória e análise das
contraindicações, é possível elaborar um protocolo de atendimento individual
para cada paciente. Em um quadro de lipodistrofia localizada de paciente do sexo
feminino, sem contraindicações, com acúmulo especialmente em abdômen, qual
protocolo pode ser usado, cite dois equipamentos.
5 Nosso corpo passa por diversas alterações causadas por fatores externos e internos,
nossas célulasenvelhecem, isto se manifesta em todos os tecidos, inclusive o
tegumentar, que traz a presença de linhas e expressão e rugas, para tratamento destas
disfunções existem várias formas de intervenção, dentre elas a radiofrequência.
Descreva como é a ação desta técnica nas disfunções faciais.
69
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MOORE, K. L.; DALLEY, A.; AGUR, A. M. R. Anatomia orientada para a clínica. Rio de
Janeiro: Koogan, 2011.
unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – COSMETOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA DERMATOFUNCIONAL
TÓPICO 2 – RECURSOS FÍSICOS, QUÍMICOS E MECÂNICOS APLICADOS À FISIOTERAPIA
DERMATOFUNCIONAL
TÓPICO 3 – RECURSOS TERAPÊUTICOS APLICADOS À FISIOTERAPIA DERMATOFUNCIONAL
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
78
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 2!
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79
TÓPICO 1 —
COSMETOLOGIA APLICADA À
FISIOTERAPIA DERMATOFUNCIONAL
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 1, abordaremos como desenvolver as habilidades
necessárias para elaborar um plano de tratamento satisfatório e que agregue valor na
vida do paciente e do profissional.
Para desenvolver um protocolo de atendimento específico, é necessário
conhecer todas as afecções cutâneas que o paciente apresenta, bem como os fatores
endógenos e exógenos que causam o aparecimento dessas afecções.
É necessário, também, que o fisioterapeuta conheça o modo de ação de cada
aparelho, suas indicações e contraindicações, seus efeitos fisiológicos e parâmetros
que resultem numa melhor proposta terapêutica para cada paciente.
Os recursos utilizados na fisioterapia dermatofuncional podem ser químicos
como os peelings químicos, recursos mecânicos como a massagem, a drenagem e
a endermologia, ou físicos como os peelings de microdermoabrasão e o peeling de
diamante, os recursos eletroterápicos como a radiofrequência, o ultrassom terapêutico
e a corrente ruassa.
Para melhores resultados, o terapeuta deve desenvolver raciocínio clínico
através do conhecimento e aprofundamento de estudo dentre as propostas
apresentadas na unidade.
É importante salientar que protocolos prontos não garantem resultado, e
atrapalham o crescimento profissional do fisioterapeuta, sendo a melhor alternativa a
constante pesquisa e atualização em terapias e propostas de tratamento.
2 RACIOCÍNIO CLÍNICO
O mercado de trabalho e a área da fisioterapia dermatofuncional têm crescido
cada vez mais, visto que novas tecnologias vêm ganhando cada vez mais comprovação
e validade científica.
O profissional de hoje deve estar atento, para não se deixar levar por técnicas e
produtos lançados no mercado sem a devida comprovação científica.
80
O que garante ao fisioterapeuta sucesso em seus protocolos são: o embasamento
teórico, uma anamnese bem detalhada e o interesse em ouvir o relato da queixa e
histórico do paciente, muita atenção às mais diferentes especificidades dos pacientes e
levando sempre em consideração suas particularidades.
Sabendo que o tratamento estético precisa ser multidisciplinar, tanto em
questões de recursos como de acompanhamento profissional, o fisioterapeuta deve
contar com uma rede de apoio de outros profissionais como, nutricionista, médicos,
biomédicos e esteticistas.
O fisioterapeuta deve estar sempre ciente dos riscos de cada procedimento,
bem como dos seus efeitos fisiológicos, para isso, faz-se necessário o conhecimento em
anatomia, fisiologia, histologia, biofísica, biologia, bioquímica, cosmetologia, dentre outros.
Sabendo que os aparelhos estéticos são bons recursos para os tratamentos,
mas que o melhor resultado é o que transforma hábitos ruins em bons hábitos, por
isso vale ressaltar as limitações dos aparelhos e a responsabilidade do paciente no
comprometimento com a terapia para que os resultados possam ser garantidos.
O fisioterapeuta, como profissional que trabalha com a autoestima, deve estar
sempre disposto a motivar, orientar e acompanhar a jornada do paciente na busca por
seus objetivos nos resultados estéticos.
É importante lembrar que o profissional deve estar atento às novidades do
mercado, porém, o uso demasiado de tecnologias e recursos sem base fundamental
teórica, põe a integridade do paciente em risco, por isso, o melhor a ser feito é estudar
os recursos disponíveis, e os que têm fundamentação teórica e resultados positivos
na prática.
Sem o domínio completo das áreas que abrangem a estética como um todo, o
profissional se limita em ser um “dependente de protocolo pronto”, entregando resultados
insatisfatórios e levando a saúde do paciente ao risco. Por isso é tão importante frisar o
domínio do conhecimento científico, e a vontade constante de pesquisar e se aprimorar
na área.
O desejo do fisioterapeuta deve ser em executar a melhor proposta terapêutica
dentro dos recursos possíveis e disponíveis para tal, e jamais oferecer propostas
milagrosas para o paciente.
81
Para ajudar a ser um profissional que motiva o paciente a mudar de hábitos
e entender quais são as limitações que atrapalham o ser humano a alcançar
resultados, aplicando técnicas baseadas na biologia, psicologia e neurociência,
sugerimos a leitura do livro “Hábitos atômicos: um método fácil e comprovado
de criar bons hábitos e se livrar dos maus”, de James Clear.
DICA
3 COSMETOLOGIA
A cosmetologia é a ciência dos cosméticos, e seu estudo permite ao profissional
associar incrementos que podem auxiliar ou até mesmo potencializar os resultados
dos tratamentos dermatofuncionais. Hoje, a cosmetologia apresenta inúmeros tipos de
ativos com aplicabilidade científica-tecnológica.
Para melhores resultados nos protocolos, é interessante o fisioterapeutaescolher cosméticos a base de nanotecnologia, já que as formulações desses produtos
garantem mais permeabilidade dos princípios ativos, otimizando, assim, a relação custobenefício do produto.
Os ativos nanotecnológicos possuem vetores que “carregam” o ativo até o
tecido alvo ou mais próximo dele. Esses vetores podem ser nanocapsulares, lipossomas,
ou simplesmente as partículas do ativo estarem hidrolisadas em tamanhos nanômetros.
Pode-se utilizar os cosméticos associados nos tratamentos de microdermoabrasão,
como forma de proporcionar uma revitalização facial.
A revitalização facial é um procedimento que inclui a higienização da pele,
seguida de peeling físico (microdermoabrasão ou peeling de diamante), máscara facial,
em seguida, a hidratação e a finalização com protetor solar.
O protocolo varia de acordo com as necessidades e especificidade do paciente.
Os ativos indicados também variam muito. Nesse caso, os melhores cosméticos são
os que possuem nanotecnologia e ativos a base dos componentes do fator natural de
hidratação (NMF), ácido hialurônico, vitaminas C e E que possuem ação antioxidantes,
ácido retinóico que age no rejuvenescimento facial, normalizando o estrato córneo e
estimulando a síntese de colágeno, oligoelementos e outros.
A escolha do ativo deve ser baseada no histórico do cliente, nas características
da pele, no objetivo terapêutico desejado e na compatibilidade de associação com outros
recursos. Nos protocolos que envolvem tratamento de estrias, os cosméticos também
podem ser os estimuladores de neocolagênese e inibidores da glicação do colágeno.
82
QUADRO 1 – ALGUNS ATIVOS INDICADOS PARA ASSOCIAR A PROTOCOLOS DE
REJUVENESCIMENTO FACIAL
FONTE: Adaptado de Ugoline (2017)
Nos protocolos de clareamento e estética facial, o principal objetivo do ativo é
a inibição da melanogênese. A seguir, alguns ativos para ajudar a compreender melhor.
83
QUADRO 2 – ALGUNS ATIVOS PARA AUXILIAR NO TRATAMENTO DE CLAREAMENTO FACIAL
E CORPORAL
FONTE: Adaptado de Ugoline (2017)
Nos protocolos de tratamento de acne, os ativos com ação comedolítica e
queratolítica são os mais indicados. O tratamento de acne para obter melhor resultado,
deve ser sempre associado com a limpeza de pele e extração dos comedões. A seguir,
alguns dos ativos indicados para esse tratamento.
QUADRO 3 – ALGUNS ATIVOS PARA TRATAMENTO DE ACNE, SEBORREIA E CONTROLE
DA OLEOSIDADE
FONTE: Adaptado de Ugoline (2017)
84
Nos protocolos de estética corporal, os principais ativos a serem escolhidos são
os que melhoram a circulação e os que promovem lipólise. Nos casos de tratamento de
gordura localizada, os ativos lipolíticos devem ser priorizados, pois, a maioria dos recursos
eletroterápicos estimulam a circulação sanguínea e podem facilitar a permeação dos
ativos. É o caso do ultrassom, que pode ser associado à cosmetologia, utilizando um gel
de contato com princípios ativos para proporcionar fonoforese.
QUADRO 4 – ALGUNS DOS ATIVOS MAIS USADOS NOS PRODUTOS DESTINADOS A REDUÇÃO DE
GORDURA LOCALIZADA
FONTE: Adaptado de Ugoline (2017)
Os ativos indicados para tratamento do Fibroedema Geloide (FEG) devem ser
sempre estimuladores da circulação, melhora da oxigenação tecidual e anti-inflamatório.
A seguir, podemos conhecer alguns dos principais ativos usados nos cosméticos corporais.
QUADRO 5 – ALGUNS ATIVOS MAIS UTILIZADOS NOS PRODUTOS DESTINADOS A TRATAMENTO
DO FEG E MELHORA DA CIRCULAÇÃO
FONTE: Adaptado de Ugoline (2017)
85
A cosmetologia é uma ciência fantástica, e conhecer as propriedades dos
cosméticos garante ao fisioterapeuta maior domínio sobre o resultado esperado, pois,
muitas vezes é o cuidado diário com os ativos certos que garantem os efeitos mais
desejados dos aparelhos.
Sem a cosmetologia e a hidratação sistêmica, os resultados dos aparelhos ficam
pela metade ou até mesmo não chegam nem a produzir efeitos terapêuticos, cabe ao
fisioterapeuta sempre estar se atualizando em cosmetologia e tecnologia dos ativos.
86
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A importância do raciocínio clínico para o fisioterapeuta estar preparado para oferecer
melhores resultados, associando os recursos eletroterápicos e cosméticos para
elaborar melhor proposta terapeuta de tratamento.
• O fisioterapeuta, como profissional da área da saúde, precisa zelar pela integridade
do paciente e elaboração de protocolos com base nas áreas médicas, isso será o
diferencial para os resultados e a satisfação do paciente.
• A cosmetologia é uma ciência riquíssima em embasamento de diversos ativos e
efeitos fisiológicos no organismo, os métodos de associação entre procedimentos
em clínicas e home care levam o paciente ao resultado mais positivo possível dentro
da proposta terapêutica.
• Respeitar os limites do paciente e suas individualidades, são fundamentais para
o sucesso da proposta terapêutica, sempre levando em consideração que cada
organismo responde de uma maneira diferente a diversos estímulos e, portanto, a
proposta deve estar de acordo com o bem-estar do paciente.
87
1 Os recursos estéticos são constantemente oferecidos no mercado pelos fabricantes
de aparelhos, e muitas vezes prometendo resultados milagrosos ou oferecendo
tecnologia não avaliada fortemente, cabendo ao profissional o senso crítico e o
conhecimento técnico-científico. Sobre os principais fatores que influenciam no
raciocínio clinico, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As informações fornecidas pelo fabricante e os estudos realizados por eles.
b) ( ) O conhecimento em novas tecnologias e recursos, que são os lançamentos do
mercado.
c) ( ) As informações lançadas nas redes sociais e a indicação de famosos e
influenciadores digitais.
d) ( ) O conhecimento em anatomia, fisiologia, histologia, biofísica, biologia, bioquímica,
cosmetologia.
2 Na hora de adquirir um equipamento ou um recurso de tratamento, o fisioterapeuta
deve levar em consideração diversos fatores que influenciam os resultados das
propostas terapêuticas mais procuradas, e a facilidade em associar outros recursos
disponíveis. Com base no raciocínio clínico e na escolha dos recursos, analise as
afirmativas a seguir:
I- Os recursos mais indicados são os que contêm maior embasamento científico
de resultados e que estão no mercado há muitos anos, sendo cada vez mais
estudados em diversos grupos de pessoas, aprimorando seus resultados e
facilitando sua compreensão.
II- Os melhores recursos são os lançamentos. Quanto mais um recurso terapêutico ou
cosmético promete em resultado, melhor para a prática clínica, pois o investimento
em adquirir recursos diminui.
III- O fisioterapeuta tem como comprometimento estudar os recursos e as variáveis que
influenciam o seu resultado, para chegar na melhor proposta de tratamento possível.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As afirmativas I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a afirmativa II está correta.
c) ( ) As afirmativas I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a afirmativa III está correta.
AUTOATIVIDADE
88
3 Para melhores resultados, o fisioterapeuta deve desenvolver raciocínio clínico
através do conhecimento e aprofundamento de estudos de disfunções estéticas
e tratamentos, uma proposta terapêutica deve ser dinâmica e agradável para o
paciente. De acordo com os fatores que influenciam na montagem do protocolo de
tratamento, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) O profissional deve estar atento às novidades do mercado, porém, a cada ano, novos
aparelhos são lançados pelos fabricantes e sem a devida comprovação científica,
utilizando apenas estudos realizados pela própria marca e que não obedecem ao
critério de avaliação acadêmica.
( ) A combinação de muitos recursos terapêuticos no mesmo protocolo é o que
garante resultado na prática clínica.
( ) o uso demasiado de recursos terapêuticos, principalmente eletroterápicos, numa
mesma sessão, mostra que o profissional não tem conhecimento suficiente desses
recursos e que muitas vezes está repetindo protocolos prontos.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:a) ( ) V - F - F.
b) ( ) V - F - V.
c) ( ) F - V - F.
d) ( ) F - F - V.
4 A cosmetologia é a ciência dos cosméticos. Ela está presente em qualquer proposta
de tratamento a ser elaborada pelo fisioterapeuta, e sabemos que a tecnologia
também se desenvolveu na área da cosmetologia, transformando os cosméticos
de um simples produto de embelezamento para um produto terapêutico. Nesse
contexto, disserte sobre os nanocosméticos.
5 A busca pelo rejuvenescimento facial é o que mais trai mulheres ao consultório
fisioterápico em busca de tratamentos para linhas de expressão, rugas ou até mesmo
para prevenir seu aparecimento, fazendo com que o fisioterapeuta se aprofunde
cada vez mais nos fatores etiológicos e na abordagem terapêutica. Nesse contexto,
disserte os ativos utilizados para rejuvenescimento facial.
89
RECURSOS FÍSICOS, QUÍMICOS E
MECÂNICOS APLICADOS À FISIOTERAPIA
DERMATOFUNCIONAL
1 INTRODUÇÃO
UNIDADE 2 TÓPICO 2 -
Os recursos utilizados físicos, químicos e mecânicos são os mais antigos a
serem utilizados pela humanidade. Desde as civilizações mais antigas, como os egípcios
antigos tinham o costume de depilarem os pelos, fazer banhos aromáticos, esfoliar a
pele, aplicar massagem como forma de tratamento para doenças e outros. Esses tipos
de recursos estão disponíveis até hoje e a ciência está, cada dia mais, aprimorando
e desenvolvendo tratamentos à base de peelings químicos, físicos, massagens
terapêuticas e afins.
É sempre necessário fazer a anamnese para entender melhor quais as
possibilidades de elaborar um tratamento multidisciplinar. Os recursos mecânicos
são sempre os mais indicados para completar as eletroterapias, sendo a massagem o
recurso mais utilizado.
Vale salientar que os recursos físicos, químicos e manuais podem ser
aplicados tanto nos protocolos faciais quanto nos protocolos corporais, e cabe ao
fisioterapeuta entender qual a necessidade e os fatores que podem influenciar a
escolha do método pretendido.
2 FACIAIS
Para elaboração de protocolos de tratamento facial, encontramos diversos
recursos terapêuticos que agem principalmente a nível epidérmico, e que garantem
resultados satisfatórios quando aplicados pelo fisioterapeuta com cautela e seguindo
sempre a frequência correta de intervalos.
O domínio da técnica e as indicações, bem como dos fatores etiológicos, que
acarretam o surgimento das disfunções estéticas, são a chave para o fisioterapeuta elaborar
um plano de tratamento com as expectativas de respostas positivas nas abordagens
terapêuticas. Veremos, a seguir, algumas das técnicas disponíveis no mercado.
90
2.1 MICRODERMOABRASÃO FACIAL
A microdermoabrasão é um recurso físico, que consiste um uma esfoliação feita
por microesferas de óxido de alumínio, que são lançadas diretamente na pele através
de um jato de ar, cuja pressão pode ser controlada e ajustada de acordo com o fim
terapêutico. O aparelho produz tanto a pressão positiva quanto a pressão negativa.
A pressão positiva lança as microesferas por uma cânula e a pressão negativa faz a
sucção das esferas (juntamente com os queratinócitos que foram removidos pela
abrasão) por outra cânula, ambas acopladas à ponteira do aparelho. Essa ponteira
é descartável e deve ser aberta na frente do paciente antes do uso e descartada ao
final do procedimento. O resíduo do procedimento, ou seja, as microesferas que foram
usadas juntamente com as células queratinócitas, ficam armazenadas num recipiente e
sua higienização deve ser feita periodicamente.
Esse é um recurso muito utilizado para tratamento de cicatrizes de acne,
clareamento de manchas mais superficiais da epiderme, como lentigos solares, para
suavização de linhas de expressão e para o afinamento da pele, servindo como processo
de revitalização facial. De acordo com Borges (2010), os seus efeitos fisiológicos estão
relacionados com o incremento da mitose celular, fazendo com que a produção de
queratinócitos, como também a produção do fibroblasto, apesar de que a indicação do
recurso na fisioterapia dermatofuncional seja apenas para tratamentos superficiais, sem
alcançar a derme.
Outro recurso físico que também promove microabrasão na pele é o peeling
de diamante. Esse aparelho se assemelha muito à microdermoabrasão, mas possui
várias ponteiras diamantadas de diferentes tamanhos e quantidades de grânulos. Essa
técnica promove apenas a pressão negativa e o terapeuta que executa os movimentos
na pele causando assim a abrasão.
Deve-se ter cuidado com a pressão em ambas as técnicas, pois, a pele facial
é mais fina e está constantemente exposta aos fatores ambientais, o que pode causar
desidratação e sensibilidade, e aumento da produção sebácea, por isso a técnica deve
ser feita, nos parâmetros iniciais, entre 100 mmHg a 200 mmHg e sendo ajustada de
acordo com a necessidade e indicação terapêutica. Outro fator importante a salientar
é que quanto mais o terapeuta deslizar a cânula sobre a mesma área, maior será a
abrasão, além disso, a velocidade do movimento influencia a abrasão. Quanto mais lento
o terapeuta deslizar a cânula maior será a profundidade da abrasão promovida, por isso
o terapeuta deve manter as mãos firmes e os movimentos precisos, para que possa
adquirir o efeito desejável.
De acordo com Borges (2010), a aplicação da técnica deve ser feita seguindo as
linhas de tensão naturais da pele, complementadas em movimentos em xadrez.
91
A microdermoabrasão deve ser feita de forma gradativa, sem exageros na
aplicação. Se o terapeuta optar por esse método de tratamento, deve levar em conta
que a pele é um órgão que responde rápido a estímulos externos, por isso tende
a hiperpigmentar mais fácil, aumentar a espessura por efeito rebote, aumenta a
sensibilidade e descamação.
A microdermoabrasão está contraindicada para pacientes com fototipos altos,
com facilidade de hiperpigmentação pós-inflamatórias, diabetes descompensada,
doenças infecciosas, escoriações na pele, acne inflamatória, pacientes que possuem
alergias e sensibilidades cutâneas como nos casos de dermografia. Por ser um método
de tratamento que estimula uma inflamação tecidual, a microdermoabrasão pode ser
realizada a cada quinze dias no mínimo, para que seus efeitos possam ser observados.
2.2 ENDERMOLOGIA – VACUOTERAPIA
É uma técnica que utiliza um aparelho que promove pressão negativa sobre
a pele, ou seja, uma sucção. A vacuoterapia pode estar associada ao tratamento de
revitalização facial, pois seus efeitos estimulam o aumento da circulação sanguínea,
aumento da nutrição tecidual, drenagem linfática, o que faz com que seus efeitos se
assemelhem muito ao da massagem facial. Os protocolos de revitalização utilizando a
vacuoterapia consistem em aplicar as ponteiras, que são feitas de vidro, sobre as linhas
de tensão da pele, ou sobre as rugas e linhas de expressão.
Outra forma de utilizar a vacuoterapia nos tratamentos faciais é utilizando a
caneta de sucção, que é uma ponteira usada para extração de comedões no protocolo
de limpeza de pele profunda. Essa caneta é indicada para substituir a extração manual
dos comedões em pacientes que apresentam peles sensíveis ou os que possuem baixa
ou nenhuma tolerabilidade a dor.
A endermologia pode ser realizada de duas a três vezes na semana, ou como o
fisioterapeuta avaliar a necessidade. A sessão corporal dura entre dez e 20 minutos, e a
terapia deve ser associada a outros recursos para proporcionar dinâmica ao protocolo.
2.3 PEELINGS QUÍMICOS FACIAIS
O peeling químico é um dos recursos mais utilizados para tratamento de
rejuvenescimento facial, acnes, cicatrizes de acne, hipermelanose e revitalização facial.
A maioria dos ácidos usados para peeling são os alfa-hidroxiácidos (AHAS)
de origem natural como, frutas e cereais.
92
Os AHAS mais utilizados são o ácido lático (dos derivados fermentados do
leite), ácido cítrico (das frutas cítricas), ácido málico (da maçã), ácido mandélico (das
amêndoas amargas), ácido tartárico (das uvas), o ácido glicólico (da cana de açúcar), e o
ácido kójico (derivado do arroz). Os AHAS são ácidos solúveis em água e possuem baixo
peso molecular,ou seja, são ativos que possuem alta permeabilidade, dentre os AHAS
com maior peso molecular, podemos destacar o ácido mandélico, por isso muitas vezes
é indicado para profissionais que estão começando a trabalhar com peelings químicos.
Os AHAS são queratolíticos, despigmentantes, estimuladores de colágeno,
hidratantes enfim. A forma de ação dos AHAS está relacionada à quantidade de
concentração do ácido numa solução. Geralmente concentrações de até 10% são
utilizadas em soluções para procedimento profissional, tendo como principal efeito os
queratolíticos, sendo assim classificados como peelings superficiais. Nos produtos de
uso home care, essa concentração pode chegar até 3%, o que garante uma hidratação
cutânea por método chamado de hidratação ativa.
Os peelings são recursos muito utilizados na estética facial, sendo uma
proposta terapêutica de tratamento de linhas de expressão e rugas, as mais comuns
na sua aplicação. A maioria dos peelings agem no aumento da atividade mitótica
celular, fazendo com que novas células sejam formadas, além de promoverem uma
esfoliação química nas células da epiderme através da quebra dos dermossomos.
Uma esfoliação química garante mais controle do processo inflamatório a ser gerado,
garantindo uma melhor resposta terapêutica, estimulando a produção de colágeno
através de processos inflamatórios controlados. Além de esfoliar o extrato córneo,
alguns ácidos agem normalizando sua espessura, por isso, é tão usado nos tratamentos
de fotoenvelhecimento.
A segunda proposta terapêutica que mais faz uso dos peelings químicos são os
tratamentos de hiperpigmentação, principalmente de melasma. Além de estar incluso
na proposta terapêutica do melasma, pode ser usado para clarear as efélides e lentigos.
Um ácido muito interessante na proposta de tratamento para acne é o ácido
salicílico. Esse ácido pertence ao grupo dos Beta Hidroxiácidos (BHA), que são solúveis
em lipídeos e por isso sua forma de agir controla a oleosidade durante o tratamento de
acne. Sua ação comedolítica, secativa, queratolítica e antinflamatória, fazem com que o
ácido salicílico aja em diversos fatores que acarretam o surgimento da acne.
Os peelings de ácido glicólico, ácido retinóico, ácido salicílico e
outros são eficazes em todos os tipos de acne, induzindo melhora
rápida e restauração da pele normal. Podem ser utilizados na forma
comedogênica; na forma papulopustulosa é, geralmente, necessário
maior número de sessões; e na nodulocística produz grande melhora
da cicatriz pós-acne. O procedimento é bem tolerado e tem grande
aderência (KEDE; OLEG, 2004, p. 113).
93
Sua ação em cabine pode ser de 10 a 15%, e, em uso home care, os produtos
à base de ácido salicílico são 3%. O grande problema do ácido salicílico é que, para
garantir sua estabilidade, os produtos são manipulados em base alcoólica, e isso pode
exacerbar a sensibilidade nos pacientes com acne inflamatória
Devemos ter cuidado na hora de escolher o ácido a ser utilizado como proposta
terapêutica, pois, além do modo de ação, os ácidos precisam estar em concentrações
baixas a fim de não permearem além da epiderme. Para garantir mais segurança na hora
de trabalhar com os ácidos, o fisioterapeuta deve optar por produtos que contenham
dois a três ácidos por solução, dessa forma, garante que a concentração dos ácidos seja
menor e sua permeação seja mais controlada, evitando o frost. O melhor tratamento é
aquele cuja resposta terapêutica é gradual, controlada e constante.
NOTA
O termo frost vem do inglês que significa “geada”. O termo faz referência ao
aspecto esbranquiçado da desnaturação das proteínas de colágeno que estão
presentes na camada basal (limite entre derme e epiderme), e que formam uma
camada branca na pele como os cristais de gelo que ficam sobre a relva após a
geada. O frost se trata de uma intercorrência leve no procedimento do peeling
químico, mas o fisioterapeuta deve estar atento para neutralizar sua ação antes
que o ácido comece a permear nas camadas mais profundas da pele, a derme,
causando, assim, manchas, queimaduras e até mesmo bolhas. Para neutralizar,
utiliza-se uma solução alcalina, ou até mesmo água nos locais onde o frost está
se formando.
O peeling químico está contraindicado para pacientes com fototipos altos, com
facilidade de hiperpigmentação pós-inflamatórias, diabetes descompensada, doenças
infecciosas, gravidez, escoriações na pele.
O fisioterapeuta pode orientar o paciente a beber mais água e manter a hidratação
da cútis em dia, no período que antecede a aplicação do ácido. A pele hidratada tende
a ser mais segura para a aplicação do peeling, fazendo com que a permeação do ácido
ocorra de forma mais controlada evitando o frost. A frequência de repetições do peeling
químico as sessões é de 15 a 28 dias, para obter o processo inflamatório e recuperação
desejável do tecido tratado.
94
2.4 MASSAGENS FACIAIS
A massagem é um recurso terapêutico que pode estar inclusa em tratamentos
faciais servindo como acelerador da circulação sanguínea, proporcionando relaxamento
e auxiliando na permeação de produtos na face. A pressão será sutil e as pontas dos
dedos serão mais utilizadas, a palma da mão será indicada para deslizar sobre as laterais
da face.
O sentido dos movimentos deve ser sempre contra a gravidade, ou seja, de cima
para baixo. Nas regiões onde há linhas e rugas de expressão, movimentos suaves de
fricção são bem-vindos, pois, eles aquecem o tecido e ativam a circulação sanguínea,
aumentando a nutrição tecidual local.
IMAGEM 1 – SENTIDO DAS MANOBRAS DE MASSAGEM FACIAL
FONTE: <https://shutr.bz/36jOUSB>. Acesso em: 22 mar. 2022.
A massagem facial é um procedimento que deve ser realizada em ambiente
calmo e relaxante. O fisioterapeuta pode utilizar recursos como creme de massagem,
óleos faciais e utensílios como rollers e ventosas, que ajudam a oxigenar os tecidos.
Para a realização da massagem, o rosto precisa ser previamente higienizado com
sabonete, esfoliante e tônico facial. Após a realização desses passos de higiene, seguese a hidratação com um produto que facilitará as manobras de massagem
2.4.1 Effleurage (deslizamento ou alisamento)
O deslizamento é a técnica que permite ao terapeuta reconhecer as estruturas
internas do corpo, e identificar qualquer alteração que possa estar acometendo o
indivíduo, funcionando como um meio de palpação e avaliação.
95
O deslizamento superficial é utilizado para iniciar e finalizar a massagem
relaxante, pois são os toques mais brandos, quando o terapeuta realizará um toque
sutil, superficial, lento e delicado no paciente. O objetivo desse toque é promover um
relaxamento (sedação) nas terminações nervosas da pele. Quanto ao deslizamento
profundo, conforme Guirro e Guirro (2004, p. 72) “podemos utilizar o deslizamento para
estimular o esvaziamento dos vasos sanguíneos e linfáticos a fim de promover uma
melhora no fluxo venoso, aumentar o aporte de nutrientes para as células e estimular a
drenagem dos líquidos excessivos”.
Essa manobra é a principal da massagem e a mais executada em qualquer
objetivo terapêutico, seja para relaxamento ou para aumento de circulação sanguínea.
2.4.2 Petrissage (amassamento)
Consiste no movimento de compressão que trabalhará a musculatura do
indivíduo. O principal objetivo desses movimentos é aumentar a nutrição celular
muscular. O amassamento ajuda no relaxamento das musculaturas faciais em pessoas
que trabalham com atividades que causam muito estresse, ou em atletas que fazem
muita “careta” durante a realização da atividade física.
Por ser um movimento no qual a mão do terapeuta trabalha com mais pressão,
o amassamento é feito na região do trapézio para proporcionar relaxamento. É
importante ter cautela sempre que executar esse movimento da face, para não causar
incomodo ou machucar o paciente.
2.4.3 Fricção
Esta técnica é bastante indicada para massagear o couro cabeludo. De acordo
com Guirro e Guirro (2004), fricções são movimentos circulares ou transversais, com
ritmo e velocidade uniformes e pressão suficiente para mobilizar o tecido superficiale
profundo. Seu principal efeito fisiológico é estimular a circulação sanguínea local, para
que, assim, possa ocorrer troca gasosa e retirada de metabólicos.
O tamborilamento é a técnica que utiliza a ponta dos dedos para dar leves
batidinhas na face. Todos esses movimentos podem ser usados durante a massagem e
a sequência a ser desenvolvida depende da necessidade do paciente e da avaliação do
fisioterapeuta.
96
2.4.4 Drenagem linfática
A drenagem linfática também constitui um método de recurso mecânico,
devido aos movimentos e pressão das mãos causarem um deslocamento dos fluidos
intersticiais e da linfa para o sistema circulatório. É interessante associar a drenagem em
tratamentos de acne inflamatória devido à ação drenante dos mediadores inflamatórios,
que causam o inchaço e vermelhidão local. A drenagem deve ser feita sempre no sentido
da circulação, deslocando a linfa até o grupo de linfonodos mais próximos, bombeando
a região de linfonodos.
A massagem é contraindicada para indivíduos que possuem doenças
circulatórias, trombose, tromboflebites, doenças cardíacas, diabéticos descompensados,
hipertensos descompensados, neoplasias, doenças infecciosas.
Qualquer outro fator que o fisioterapeuta compreenda como fator de risco para
o paciente, a massagem deve ser suspensa, visto que sua ação é exclusivamente no
sistema circulatório e por isso pode agravar a situação clínica de um paciente que não
esteja com a saúde íntegra.
A frequência das sessões de massagem pode ser de duas a três vezes na
semana, de acordo com a avaliação do profissional. Vale ressaltar que é preciso dar
intervalos de pelo menos 24 horas entre uma sessão e outra.
3 CORPORAIS
Devemos estar cientes de que a maioria das disfunções estéticas corporais
possuem fatores etiológicos que estão relacionados a hábitos ruins, como alimentação
inadequada e sedentarismo, portanto, o fisioterapeuta deve indicar novos hábitos ou
associar abordagem terapêutica a outros profissionais, como nutricionista e educador
físico que podem auxiliar na terapia de tratamento, para que os resultados alcançados
sejam completos e satisfatórios.
Os recursos terapêuticos físicos, químicos e mecânicos utilizados em estética
corporal, servem para dar suporte e complemento às terapias de tratamento propostas
pelo fisioterapeuta ao paciente. As utilizações desses recursos isolados não alcançam
resultados significativos suficientes, sendo necessário a associação com recursos
eletroterápicos.
97
3.1 ENDERMOLOGIA
A endermologia é um recurso mecânico obtido por aparelho que exerce um
vácuo sobre a pele através de uma ventosa gerando uma pressão negativa. Essa
técnica realiza uma massagem nos tecidos e seus efeitos fisiológicos são semelhantes
aos efeitos da massagem, podemos destacar: vasodilatação, aumento da nutrição e
oxigenação tecidual, melhora da circulação de retorno (quando utilizada pressões
abaixo de 100 mmHg), aumento da maleabilidade tecidual. Existem muitas ventosas
disponíveis no mercado, as mais usadas são:
• ventosas de vidro (facial e corporal);
• ventosas com rolinhos (utilizadas para proporcionar pressão positiva e negativa
durante o tratamento);
• ventosas sem rolinhos (utilizadas no modo pulsado).
O aparelho pode ser configurado no modo contínuo ou pulsado. A pressão
exercida durante a terapia varia de acordo com os objetivos terapêuticos.
Nos protocolos de estética corporal, a endermologia pode ser um recurso muito
interessante, principalmente para tratamentos de gordura localizada e FEG, além de
poder ser um recurso para tratamento de estrias. Também podemos utilizar na estética
facial com o objetivo de tratar rugas e linhas de expressão, ativando a circulação local
e para facilitar a permeação de princípios ativos. Pode ser usada no tratamento de
sequelas e cicatrizes de queimadura para amenizar as aderências do tecido conjuntivo.
A endermologia pode ser utilizada no modo contínuo para obtenção de efeitos
terapêuticos semelhante ao da massagem, aumentando a circulação sanguínea,
melhorando o retorno da circulação sanguínea e linfática, reduzindo edemas. Também
promove uma reorganização dos adipócitos modelando o tecido e, desta forma,
melhorando o aspecto do FEG.
O sentido de aplicação corresponde ao objetivo terapêutico desejado.
Movimentos longitudinais (sentido da circulação de retorno):
apresentam efeitos predominantemente circulatórios. Movimentos
transversais: apresenta efeito descontraturante. Movimentos
circulares: realizam um amaciamento das zonas de fibrose e
descongestionam o tecido profundo (BORGES, 2010, p. 139).
Para a utilização no modo contínuo, a pressão usada é geralmente em torno
de 100 mmHg a 300 mmHg, e o movimento pode ser um deslizamento superficial
ou profundo.
O modo pulsado é utilizado nas regiões ganglionares para abertura dos
linfonodos. De acordo com Borges (2010, p. 139), “[…] a ação do vácuo realiza um
bombeamento local, efeitos reflexo, estimulando assim os linfonodos da região aplicada.
Utiliza-se normalmente uma pressão máxima entre 600 mmHg a 700 mmHg”
98
A endermologia pode ser realizada de duas a três vezes na semana, ou como
o fisioterapeuta avaliar necessidade. A sessão corporal dura entre 20 a 40 minutos, e a
terapia deve ser associada a outros recursos para proporcionar dinâmica ao protocolo.
Nos tratamentos de estrias, a recomendação é que seja feita uma aplicação de dez a
15 dias.
Endermologia é contraindicada para indivíduos que possuam fragilidade capilar,
tumores cutâneos, tromboses e doenças circulatórias e doenças infecciosas.
O fisioterapeuta deve investigar o histórico familiar e perguntar sobre usos de
medicamentos, pois a maioria dos pacientes tendem a não responder com fidelidade ao
questionário de anamnese. Por isso, o diálogo deve ser sempre estimulado pelo fisioterapeuta.
3.2 PEELING QUÍMICO CORPORAL
O peeling químico também é um excelente recurso para tratamento de afecções
cutâneas corporais. Devido a sua ação estimuladora de colágeno, o peeling pode ser um
recurso para tratamento de estrias brancas e rubras. O fisioterapeuta deve estar atento
à área a ser tratada e à escolha do ácido, visto que geralmente as estrias se localizam
em áreas onde há menos glândulas sebáceas, fazendo com que o ácido permeie mais
rapidamente.
Outra disfunção estética que pode ser melhorada com o peeling químico é a
acantose nigricans. Lembrando que a acantose é uma melanose causada por diversos
fatores etiológicos, sendo os distúrbios endócrinos-metabólicos os mais influentes na
sua aparição. Por isso, o tratamento deve ser acompanhado por diversos profissionais,
inclusive médicos, pois o paciente pode apresentar resistência insulínica e diabetes.
A frequência de repetições do peeling químico é de uma sessão entre 15 e 28
dias, para obter processo inflamatório e recuperação desejável do tecido tratado.
O peeling químico está contraindicado para pacientes com fototipos altos, com
facilidade de hiperpigmentação pós-inflamatória, diabetes descompensada, doenças
infecciosas, gravidez, escoriações na pele.
O protocolo de peeling químico pode ser associado ao microdermobrasão, a
vacuoterapia, ao peeling de diamante, qualquer recurso utilizado deve ser levado em
consideração dentro das especificidades do paciente.
99
3.3 MASSAGEM CORPORAL
A massagem é um ótimo recurso terapêutico para ser adicionado aos protocolos
corporais de gordura localizada e Fibroedema Geloide (FEG). Visto que seu maior
efeito fisiológico é aumentar a circulação sanguínea, a massagem pode ser associada
a tratamento de gordura localizada como facilitadora de permeação de produtos e
remodelando a superfície corporal.
A massagem é o recurso mecânico mais antigo usado pela humanidade desde
as antigas civilizações, como egípcia, chinesa e indiana nas quais muitas vezes era
utilizada como tratamento e prevenção de doenças.
A massagem que conhecemos hoje em dia é denominada massagem
clássica, pois engloba os movimentos de massagem praticados há muito tempo,
sendo que esses movimentos promovem respostas fisiológicas distintas. O conjunto
de manobrase sua repetição geram muitos efeitos terapêuticos no organismo. Os
efeitos da massagem clássica no corpo são divididos em efeitos fisiológicos e efeitos
terapêuticos. Os efeitos fisiológicos são obtidos pelas respostas bioquímicas do corpo,
dentre eles podemos citar:
• aumento da circulação sanguínea e linfática;
• aumento da perspiração;
• aumento da nutrição tecidual;
• aumento da produção sebácea;
• remoção de produtos catabólitos;
• aumento da maleabilidade e extensibilidade tecidual;
• aumento da mobilidade articular;
• deslocamento, direcionamento e remoção das secreções pulmonares;
• estímulo das funções viscerais;
• estímulo das funções autonômicas;
• auxílio na penetração de fármacos.
Dentre os efeitos terapêuticos, podemos citar o relaxamento muscular local e
geral, o alívio da dor, a diminuição da respiração e a diminuição dos batimentos cardíacos.
Movimentos de deslizamento superficial e profundo são indicados para dar
início à massagem. Através dos deslizamentos, o fisioterapeuta pode sentir se há algum
tecido fibroso nos tecidos mais profundos como tecido subcutâneo e musculatura, e
identificar qualquer alteração que possa estar acometendo o indivíduo, funcionando
como um meio de palpação e avaliação.
O deslizamento quando feito no sentido da circulação de retorno melhora o
edema tecidual e proporciona um alívio dos membros inferiores acometidos pelo FEG.
100
Amassamento é o movimento mais utilizado na massagem corporal, visto que
quando se trabalha gordura localizada, o incremento da circulação local é necessário
para que ocorra as trocas metabólicas, aumento da circulação e permeação dos ativos.
 Movimentos de amassamento são vigorosos e intensos, mas a força deve ser
controlada e o limiar de dor do paciente deve ser respeitado. Movimentos intensos e
com muita força geram hematomas, e isso não deve ocorrer na prática clínica.
Percussão, também chamada de tapotagem, é uma técnica que utiliza de
golpes manuais precisos, vigorantes, repetidos e com leveza, que promovem bem-estar
e relaxamento do local a ser tratado. Geralmente é feito com a borda ulnar das mãos, de
forma alternada ou sincronizada.
Geralmente o fisioterapeuta utiliza essa técnica quando promove uma massagem
terapêutica ou relaxante.
Fricção é uma técnica que deve ser aplicada de forma rítmica e com certa
velocidade. Seu objetivo é liberar algumas aderências que podem ser formadas por
estresse de movimentos repetidos ou emocionais. O movimento de fricção libera as
traves fibróticas do tecido conjuntivo, e também ajuda na liberação miofascial. Podese realizar a fricção em regiões onde a gordura localizada se encontra compacta, para
facilitar a permeação de ativos e aumentar a circulação local.
Além da massagem, podemos mencionar a drenagem linfática manual, que é
um recurso muito utilizado na abordagem terapêutica do FEG, pois, melhora o edema
proporcionado pela dificuldade de retorno da circulação sanguínea e linfática. A
associação de drenagem linfática com ultrassom terapêutico, tem se mostrado uma
boa abordagem no tratamento de FEG dos membros inferiores.
O tempo de execução da massagem depende da técnica usada e do objetivo
terapêutico. Em média, o tempo de uma massagem relaxante varia de 50 a 90 minutos,
enquanto uma massagem para fins estéticos varia entre 30 e 40 minutos.
É importante salientar que para haver aumento da circulação sanguínea e
melhor resposta terapêutica, a massagem deve ser realizada no corpo todo fazendo
com que a circulação aumente de forma geral.
O fisioterapeuta deve trabalhar dentro das condições do paciente como as
disfunções a serem tratadas e o limiar de dor do paciente. A frequência das sessões
de massagem pode ser de duas a três vezes na semana, de acordo com a avaliação do
profissional. Vale ressaltar que é preciso dar intervalos de pelo menos 24h entre uma
sessão e outra.
101
3.4 MICRODERMOABRASÃO CORPORAL
A microdermoabrasão é um peeling físico que afina o estrato córneo, facilitando
a permeação de produtos que possivelmente não permeariam muitas camadas
adentro da epiderme. Na estética corporal sua indicação é no tratamento de estrias,
agindo como um esfoliante superficial e podendo ser associado a peelings químicos e
soluções contendo ativos estimuladores de colágeno e fator de crescimento.
A frequência de tratamento e as contraindicações seguem as mesmas citadas
na microdermoabrasão facial.
4 ANEXOS CUTÂNEOS
Os recursos utilizados nos anexos cutâneos são os que agem sobre os pelos.
Nesse caso encontramos recursos físicos, químicos e mecânicos, como agentes
depilatórios e epilatórios.
A epilação consiste numa técnica de remoção dos pelos e do bulbo capilar,
ou seja, do pelo e de sua raiz. A remoção dos pelos e do bulbo é feita através de
ceras epilatórias que são aquecidas a temperaturas de 38 a 40 °C, e aplicadas sobre
a pele, onde serão puxadas pela terapeuta, constituindo, dessa forma, o método de
epilação mecânica. Existem métodos de epilação com cera fria e essas são utilizadas
principalmente na face ou em pacientes com sensibilidade ao calor.
O depilador elétrico também promove uma epilação muito semelhante à da
cera, pois promove a extração do pelo e do bulbo. Existe no mercado uma variedade
de aparelhos e seu uso é bastante fácil. Além do aparelho depilatório, a epilação pode
ser realizada com a pinça, que é um método muito antigo de extração dos pelos,
principalmente da face.
Esses métodos de epilação podem ser realizados a cada 20 dias, pois estão
relacionados ao ciclo capilar e às fases de crescimento do pelo.
O procedimento de epilação pode ser realizado em clínicas, principalmente a
epilação com cera. A cera é descartável, bem como todos os materiais usados na sessão,
como espátulas, lenços depilatórios, cera utilizada e afins. Para iniciar o procedimento, é
necessário a higienização do local com água e sabão ou solução pré-depilatória.
O aparelho depilatório é de uso pessoal, não cabendo ao fisioterapeuta usar em
procedimentos, mas sim, indicar para o seu paciente. As pinças utilizadas para epilar,
devem ser lavadas com água e sabão e esterilizadas em autoclave.
102
A depilação consiste num método em que os pelos são retirados parcialmente,
como exemplo, na utilização da lâmina de barbear. Este método de depilação consiste
numa depilação física, pois o pelo sofreu um corte rente à pele. É um mito dizer que
a depilação com lâmina de barbear deixa o pelo “mais grosso”, visto que a lâmina não
altera em nada a espessura do pelo. O que acontece é que, devido ao corte gerado, o
pelo perde a sua ponta que são estruturas mais finas, e, dessa forma, o pelo cresce com
o aspecto mais grosso, mas isso é apenas impressão.
Outra forma de depilação é a utilização de cremes depilatórios. Esse método
consiste numa depilação química, pois os ativos presentes na emulsão geralmente são
Hidróxido de guanidina e tioglicolato de amônio que quebram as ligações iônicas e as
pontes de hidrogênio causando, assim, a desintegração dos pelos. Por ser um agente
químico, o creme depilatório está relacionado à grande irritabilidade e reações alérgicas
103
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A microdermoabrasão é um recurso que promove uma esfoliação por abrasão, isto é,
um recurso que age fisicamente na pele. Sua indicação varia entre muitas disfunções
estéticas faciais, bem como no tratamento de estrias.
• A massagem é o recurso mais antigo que existe, e pode ser associada aos protocolos
de estética como complemento dos recursos eletroterápicos. O recurso mecânico da
massagem varia desde uma massagem clássica até a drenagem linfática.
• A endermologia é um recurso manual que exerce pressão negativa sobre a pele, e
pode ser aplicada tanto na estética facial quanto na estética corporal, com o objetivo
de aumentar a circulação sanguínea.
• O peeling químico está entre os recursos mais usados no tratamento de disfunções
estéticas faciais, devido ao grande poder regenerador tecidual pela ação da
degradação das células epiteliais.
104
1 A endermologia é um recursomuitas vezes utilizado em clínicas, devido ao seu efeito
fisiológico, e sua ação proporcionar um resultado visível imediato na área aplicada,
melhorando, assim, o aspecto do FEG e da lipodistrofia. Sobre os efeitos fisiológicos
da endermologia, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Aumento da nutrição tecidual e oxigenação tecidual, aumento da atividade
mitótica, angiogênese e agitação molecular dos fluidos intersticiais.
b) ( ) Vasodilatação, aumento da nutrição e oxigenação tecidual, melhora da circulação
de retorno e aumento da maleabilidade tecidual.
c) ( ) Aumento da contração muscular, angiogênese e vasodilatação.
d) ( ) Melhora da circulação de retorno, aumento da maleabilidade tecidual, agitação
molecular dos fluidos intersticiais e aumento da atividade mitótica.
2 A microdermoabrasão é um recurso estético que auxilia o fisioterapeuta nos
principais protocolos de disfunções estéticas faciais devido a sua ação esfoliativa, o
que proporciona uma pele mais viçosa e de aspecto rejuvenescido ao paciente. Sobre
a microdermoabrasão, analise as afirmativas a seguir:
I- O enfoque do tratamento é estimular a proliferação de novas células através de uma
abrasão controlada, e que causa um leve processo inflamatório local. O procedimento
afina a camada córnea de imediato o que facilita a permeação de ativos na pele.
II- A microdermoabrasão pode ser realizada todos os dias no tratamento de estrias, devido
a sua ação inflamatória que estimula a produção de colágeno, melhorando o aspecto
de estrias albas e avermelhadas, é importante que o fisioterapeuta faça o procedimento
todos os dias para que o processo inflamatório esteja sempre em evidência.
III- A microdermoabrasão pode ser utilizada nos tratamentos de cicatrizes de acne,
clareamento de lentigos solares ou manchas senis, tratamento de estrias, suavização
de rugas e linhas de expressão, e também para protocolos de revitalização facial.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As afirmativas I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a afirmativa II está correta.
c) ( ) As afirmativas I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a afirmativa III está correta.
AUTOATIVIDADE
105
3 Os peelings químicos são recursos utilizados na estética facial e corporal há algum
tempo, e atualmente é um dos recursos mais acessíveis para se trabalhar, entretanto
seu uso deve ser com cautela e respeitando sempre as especificidades dos pacientes.
Dito isso, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) O peeling químico é um excelente recurso para tratamento do melasma,
pois promove uma renovação celular, retirando as células que estavam
hiperpigmentadas e aumentando a permeabilidade cutânea para aplicação de
outros produtos clareadores.
( ) Uma esfoliação química tende a ser mais eficaz para produção de colágeno,
sendo o fisioterapeuta o profissional mais indicado para aplicação de ácidos com
concentrações acima de 80%.
( ) A maioria dos peelings agem no aumento da atividade mitótica celular, fazendo
com que novas células sejam formadas.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V - F - F.
b) ( ) V - F - V.
c) ( ) F - V - F.
d) ( ) F - F - V.
4 A massagem é um recurso terapêutico, acessível e que promove muitos efeitos
benéficos ao tratamento proposto, principalmente os de rejuvenescimento facial
e gordura localizada. Além disso, proporciona relaxamento ao paciente e muita
satisfação ao receber o procedimento, o que muitas vezes gera fidelidade entre
terapeuta e paciente. Disserte sobre os efeitos fisiológicos e da massagem clássica
como também da drenagem linfática.
5 O peeling químico é uma proposta de tratamento muito eficaz no tratamento
disfunções estéticas faciais e corporais, além de ser utilizado no home care em
concentrações mais baixas, sua ação deve ser apenas na epiderme, sendo classificado
como peeling superficial, e garantindo ao fisioterapeuta maior segurança durante a
aplicação e resultados progressivos e satisfatórios. Nesse contexto, disserte sobre os
efeitos fisiológicos do peeling químico e suas principais indicações.
106
107
TÓPICO 3 -
RECURSOS TERAPÊUTICOS APLICADOS À
FISIOTERAPIA DERMATOFUNCIONAL
1 INTRODUÇÃO
UNIDADE 2
Os recursos terapêuticos utilizados na fisioterapia dermatofuncional para
elaboração do protocolo de atendimento, devem ser utilizados de maneira multidisciplinar
para obtenção de melhores resultados. Recursos terapêuticos quando utilizados
de maneira isoladas, tendem a não responder de maneira satisfatória ao objetivo do
tratamento. Vale salientar que os recursos disponíveis devem ser inseridos em plano
de tratamento sempre para complementar um ao outro, mas o uso de muitos recursos
combinados no mesmo plano de tratamento também acabam gerando pouco resultado.
Por isso, o fisioterapeuta deve conhecer totalmente as indicações,
contraindicações, efeitos fisiológicos, efeitos terapêuticos e parâmetros de cada recurso.
Cabe ao fisioterapeuta manter a integridade do paciente e oferecer a proposta terapêutica
que contém embasamento teórico, principalmente nos recursos eletroterápicos.
2 FACIAIS
Os recursos eletroterápicos utilizados na fisioterapia dermatofuncional oferecem
uma grande possibilidade de tratamentos de disfunções, e ajudam o fisioterapeuta a
alcançar melhores resultados nos tratamentos.
A eletroterapia tem um forte embasamento teórico e interesse em propor
terapias eletroterápicas para tratamentos em estética facial. É amplamente comum em
várias áreas da saúde.
O fisioterapeuta, como profissional e pesquisador, deve conhecer todos os
parâmetros, indicações e contraindicações além dos fatores etiológicos que acarretam
o surgimento das disfunções cutâneas faciais. Vejamos, a seguir, os recursos mais
embasados teoricamente.
108
2.1 RADIOFREQUÊNCIA
A radiofrequência é um tratamento eletroterápico, cuja aplicação é feita por um
aparelho que produz energia eletromagnética, gerando efeito térmico na pele e no tecido
subcutâneo. Essa energia eletromagnética forma um campo energético que engloba
tanto o paciente, quanto a terapeuta e os demais inseridos dentro do ambiente onde
a técnica é aplicada, porém, o paciente produzirá o efeito térmico, pois a manopla que
libera corrente elétrica é aplicada sobre sua pele. A corrente elétrica passa de um campo
positivo (+) para um negativo (-), fechando, assim, o campo elétrico apenas no paciente.
Não é correto dizer que a radiofrequência promova calor, comumente
encontradas em artigos e publicidade. Quando em contato com um
determinado tipo de tecido biológico, a corrente elétrica de elevada
frequência promove o aumento de sua temperatura. Se, fisicamente,
o calor e a temperatura são distintos, no meio celular as respostas
também são diferentes. Por exemplo, podemos dizer que um calor
gerado por um agente térmico qualquer como compressa quente,
forno de Bier ou parafina, promove relaxamento tecidual enquanto
que a radiofrequência incidente, ao contrário, reafirma esse tecido
pela resposta de contração das fibras de colágeno. Quando se
submete a pele à emissão da radiofrequência, essa responderá de
modo contrário ao calor, ou seja, a pele responderá com retração
promovendo efeito benéfico contra a flacidez. Assim, diferenciamos
com facilidade calor e temperatura (AGNES, 2013, p. 273).
A radiofrequência é um método relativamente moderno, e tem apresentado
resultados bastante satisfatórios no tratamento de flacidez de pele. De acordo com
Agnes (2013, p. 271), a radiofrequência pode ser definida como uma terapia que “[…]
utiliza corrente elétrica de média intensidade, cuja potência liberada tem a finalidade
de elevar a temperatura tecidual a níveis que possam favorecer respostas fisiológicas
perfeitamente controláveis”.
Na estética, faz-se uso da radiofrequência não ablativa, ou seja, sua ação atinge
tecidos internos como a derme e o tecido subcutâneo causando uma inflamação, porém,
sem lesionar a epiderme para tal efeito. A temperatura deve ser controlada através de
um termômetro a laser durante toda a aplicação da manopla. Existe no mercado vários
aparelhos quepossuem um sistema de resfriamento da pele acoplado na ponteira,
dispensando assim o uso de termômetro a laser. Cabe ao profissional conhecer o aparelho,
e os parâmetros a serem utilizados em cada protocolo. A profundidade de penetração
das ondas eletromagnéticas e do efeito térmico dependem dos parâmetros utilizados,
esses parâmetros variam de acordo com o objetivo terapêutico a ser alcançado. As
frequências utilizadas na área estética variam de 0,5MHz a 3,0MHz.
A indicação da radiofrequência é para protocolos de rejuvenescimento
facial graças aos seus excelentes resultados demonstrando, dessa forma, que a
radiofrequência é o tratamento não invasivo mais procurado nas clínicas de estética.
109
Os resultados da radiofrequência na flacidez de pele facial são divididos em
imediatos e tardios. O efeito imediato se deve a retração das fibras de colágeno, fazendo
com que a suavização de linhas e rugas seja instantânea a aplicação do aparelho. Sobre
esse efeito:
É normal e lógico que um paciente com importante flacidez
de pele visualize uma considerada melhora estética ao final da
aplicação e, reforçando com as admirações em casa ou no trabalho,
seja estimulada às repetidas aplicações. Caberá ao profissional,
estabelecer juntamente com seu cliente, uma correta programação
terapêutica e não deixando a exclusividade dos resultados para a
radiofrequência. Devemos respeitar a repetição das sessões sobre
uma mesma área, relacionadas não somente aos dias de intervalo,
mas também com a dosimetria ou manutenção da temperatura
(AGNES, 2013, p. 284).
O efeito tardio se trata dos efeitos relacionados a formação de novos colágenos.
Esse efeito é visto especialmente em pacientes acima dos 50 anos, e é o efeito
terapêutico mais esperado no protocolo de rejuvenescimento. Agnes (2013, p. 284) nos
orienta em como conduzir um protocolo de rejuvenescimento aproveitando ao máximo
esse efeito:
Tão importante quanto ao efeito imediato são os efeitos tardios,
basicamente referidos à estimulação de novas fibras de colágeno e
para isso devemos respeitar tempos maiores de intervalo para uma
nova sessão de radiofrequência. Não podemos ser taxativos em
definir qual a periodicidade do tratamento, pois algumas variáveis
podem interferir nesse processo. Nada impede que as repetições
ocorram entre dez e quinze dias, inclusive aproveitando os intervalos
para uso de micro corrente, LED e produtos cosmetológicos.
A radiofrequência em temperaturas externas em torno de 40 a 42 °C, estimulam
uma proteína chamada de HSP-47, fazendo com que os fibroblastos respondam a esse
estímulo produzindo novas fibras de colágeno, a neocolagênese.
O tratamento de radiofrequência facial deve ser feito entre 15 a 28 dias, para dar
tempo ao processo inflamatório responder, formando novos colágenos.
A sessão do procedimento dura em média 30 a 40 minutos na região facial e
pescoço. Deve-se dividir a face em quadrantes quatro vezes maior que a manopla. Cada
quadrante deve ser trabalhado em torno de três minutos na temperatura de 40 °C.
A manopla utilizada nos tratamentos faciais são: a bipolar e a tripolar. O resultado
final do tratamento de rejuvenescimento com a radiofrequência aparece por volta de 90
dias após a finalização do tratamento.
110
2.2 ALTA FREQUÊNCIA
O alta frequência, como o próprio nome diz, é um aparelho de ondas
eletromagnéticas utilizado nua frequência alta variando de 150 kHz a 200 kHz numa
voltagem de 30.000 V, e que possui efeito bactericida, fungicida, cicatrizante e
cauterizador. Esses efeitos são muito procurados quando tratamos pacientes com acne
inflamatória, fazendo com que o alta frequência seja um aparelho indispensável para os
protocolos de tratamento facial.
O aparelho forma um campo eletromagnético no eletrodo e no tecido ao
redor, gerando gás ozônio quando em contato com a pele, proporcionando os efeitos
fisiológicos desejados.
O uso do aparelho de alta frequência na superfície da pele provoca
a formação de ozônio (O,) e este, por ser uma substância instável,
se decompõe rapidamente em oxigênio molecular (O,) e em oxigênio
atômico (O). A ação desinfetante do ozônio reside na grande
agressividade do oxigênio atômico nascente, liberado durante a de
composição do ozônio (O3 = O2 + O), pois este tem reconhecida
eficácia contra agentes microbianos, agindo por lise da membrana
dos agentes após oxidação (BORGES, 2010, p. 87).
Além do contato com a pele, o eletrodo pode emitir faíscas quando posicionado
rente à pele, e essas faíscas também promovem a formação de ozônio e seu efeito
bactericida. Entretanto, vale salientar que para melhor resultado da desinfecção da pele
a ser tratada, o eletrodo deve deslizar em contato direto com a pele sem nenhum meio
de acoplamento, pois muitas vezes são utilizadas gazes para facilitar o deslizamento do
eletrodo, mas numa pele acneica com pápulas e pústulas, a indicação é que não seja
utilizado nenhum recurso que facilite o deslizamento para que assim o aparelho tenha
sua eficácia aproveitada em 100%.
Podemos utilizar o alta frequência nas propostas terapêuticas de acne, e nos
procedimentos de limpeza de pele. Seu uso acontece sempre após a extração de
comedões para evitar contaminação após a implosão de alguma postura recorrente.
Encontramos no mercado diversos eletrodos de alta frequência. Todos são
feitos de vidro e possuem diversos formato que são conhecidos como: cebola (grande
ou pequeno), eletrodo de bico ou cauterizador, eletrodo saturador (que contém uma
espiral dentro), eletrodo forquilha, eletrodo rolinho, eletrodo pente e eletrodo cachimbo.
O alta frequência deve ser utilizada sobre a pele limpa e sem nenhum resquício
de cosmético, pois se o cosmético possuir álcool na sua composição, poderá ocasionar
queimaduras. As contraindicações do alta frequência são gravidez, portadores de
marca-passo, alterações de sensibilidade e qualquer outro motivo que o fisioterapeuta
avaliar como contraindicado.
111
3 CORPORAL
A estética corporal conta com diversos recursos, que muitas vezes também
são utilizados na estética facial, porem quando programados em outros parâmetros,
possuem efeitos fisiológicos distintos. Isso otimiza recursos para o fisioterapeuta que
pode oferecer diversos serviços com um aparelho só.
Devemos lembrar que as principais causas que levam o paciente procurar
recursos fisioterapêuticos dermatofuncionais estão relacionados com aumento de
peso, sedentarismo e alimentação inadequada, por isso o acompanhamento nutricional
é necessário.
3.1 RADIOFREQUÊNCIA
A radiofrequência pode ser utilizada no tratamento de gordura localizada com
o objetivo de promover lipólise através da ativação de catecolaminas, juntamente com
a vibração molecular nos íons presentes da membrana plasmática dos adipócitos. Para
melhor resultado da radiofrequência na redução de medidas, pode-se fazer uso vários
recursos como ultrassom, corrente russa e ultracavitação.
Como existem recursos muito específicos, poderemos escolher uma
pequena seleção deles para que sejam usados conjuntamente até
mesmo numa mesma sessão. Assim, sem o objetivo de estabelecer
um protocolo, poderemos utilizar uma terapia combinada de
ultrassom e corrente elétrica, ou a própria ultracavitação, anterior
a radiofrequência. Sempre, ao usar um equipamento para reduzir
gordura o paciente deverá executar algum tipo de atividade física,
podendo iniciar esteira ergométrica ou plataforma vibratória de
preferência antes da aplicação dos aparelhos (AGNES, 2013, p. 291).
A radiofrequência eleva a temperatura tecidual, causando assim, vários efeitos
fisiológicos nos tecidos. Dentre os efeitos fisiológicos, podemos destacar:
• vasodilatação;
• aumento da circulação sanguínea e linfática;
• aumento do aporte de nutrientes, oxigênio e retorno de catabólitos;
• neocolagênese;
• reorganização das fibras colágenas;
• lipólise.
Com isso, a radiofrequência é um método de tratamento indicado para flacidez
tissular, suavização de linhas e rugas de expressão, cicatrizes de acne, gordura
localizada, FEG, fibroses e aderências, cicatrizes hipertróficas e atróficas,queloides e
estrias, flacidez vaginal e anal
112
Dependendo do objetivo terapêutico, a radiofrequência pode ser aplicada com
várias manoplas que garantem melhor resultado. Para o acoplamento das manoplas com
a pele ser feito de forma segura, é necessário a utilização de um meio de contato entre a
manopla e a pele, geralmente se faz uso de gel glicerinado ou óleo mineral ou vegetal.
• Manopla monopolar: a ponteira monopolar produz efeito térmico profundo e é
muito interessante para tratamento de gordura localizada, tendões, músculos e
articulações. É utilizada juntamente com um eletrodo de retorno, uma placa metálica
onde a energia é transferida de um eletrodo positivo para um negativo. A manopla
monopolar é circular e compacta.
• Bipolar, tripolar e octopolar: são ponteiras cuja profundidade térmica é mais
superficial, causando agitação molecular apenas na área a ser tratada.
• Criofrequência: é um tipo de radiofrequência cuja ponteira é resfriada na hora da
aplicação em temperaturas a 0 °C, promovendo um resfriamento da epiderme e um
aquecimento dos tecidos profundos.
Para obter efeitos terapêuticos desejados, é necessário manter o controle da
temperatura do corpo tanto internamente quanto externamente. Para Agnes (2013), a
temperatura ambiente do local onde será realizado o procedimento deve ser em torno
de 22 °C. dessa forma, a temperatura da pele estará em torno de 31 °C. Sabendo que
a temperatura interna do corpo varia em até 5 °C para mais na profundidade de três
a cinco milímetros, ou seja, derme e tecido subcutâneo, quando se tem por objetivo
atingir essas camadas, devemos trabalhar com as temperaturas externas entre 40 e
41 °C, a qual elevará a temperatura interna em torno dos 45 °C. Quando se deseja obter
temperaturas interna menores, em torno de 40 °C, devemos atingir temperaturas em
torno de 35 a 38 °C.
Tratamentos de radiofrequência com temperaturas em torno de 37 a 38 °C
estimulam a proteína HSP-46, que desnatura parcialmente o colágeno, causando,
assim, ação fibrinolítica.
A área a ser tratada deve ser dividida em tamanhos de quadrantes que
permitam o deslizamento da ponteira na vertical e horizontal, geralmente um quadrante
quatro vezes maior que a ponteira é o suficiente. O tempo de aplicação pode variar de
acordo com a proposta terapêutica, mas, a partir de três minutos por área, mantendo a
temperatura desejada constante já é suficiente para obter efeitos terapêuticos.
Nos tratamentos de queloides, cicatrizes hipertróficas, fibroses de pósoperatório e FEG, Agnes (2013) orienta que a manutenção homogênea da temperatura
em torno de 36 °C por um longo período e o constante contato da manopla com a pele
garantem resultados satisfatórios.
As sessões podem ser realizadas até duas vezes por semana no primeiro mês,
após esse período, recomenda-se sessões a cada dez dias.
113
O resultado da radiofrequência no tratamento de estrias também é extremamente
interessante. Visto que conseguimos tratar até mesmo estrias albas e nacaradas. Como
todo tratamento que estimula o processo inflamatório tecidual, o intervalo entre as
sessões deve ser de no mínimo quinze dias. A forma de aplicação consiste:
Atingir temperatura próxima de 40 °C mantendo durante um tempo
até que seja observado forte eritema (cor rosada homogênea
intensa) em toda a região tratada. Para que isso ocorra, evite usar
potência muito elevada, senão ficará impossível de controlar essa
homogeneidade da cor. As primeiras respostas começam a serem
visualizadas com a retração tecidual e aproximação das bordas das
estrias. Jamais associar com peeling químico (AGNES, 2013, p. 297).
Para tratamentos de gordura localizada, temperaturas em torno de 43 °C
com a manopla monopolar tendem a ser mais interessantes, devido à manopla atingir
aquecimento tecidual profundo. É importante salientar que a técnica deve ser executada
com cautela, e sempre controlar a temperatura com o cronometro infravermelho.
A radiofrequência é uma terapia contraindicada em casos de portadores
de marca-passo, epilepsia gravidez, doenças cardíacas, diabetes descompassivas,
neoplasias, estados infecciosos locais ou sistêmicos, isquemia, trombose e hemofilia.
Aprofunde seus conhecimentos sobre radiofrequência assistindo a uma
entrevista do Dr. Jones Agnes, em que ele ressalta a importância da biofísica
e dos conhecimentos dos parâmetros da radiofrequência para tornar a
prática clínica mais confiante e segura. Disponível em: https://bit.ly/3trrxze.
IMPORTANTE
3.2 ULTRASSOM
O ultrassom é um recurso terapêutico que utiliza ondas sonoras para gerar
efeitos fisiológicos nos tecidos, através da aplicação de transdutores que contém
em seu interior cristais piezelétricos. O aparelho utiliza energia elétrica para produzir
ondas sonoras, estas ondas se propagam onde há maior concentração molecular, ou
seja, onde as moléculas estiverem mais próximas umas das outras. Na fisioterapia
dermatofuncional, utiliza-se ultrassom nas frequências de 1 MHz a 3 MHz.
É importante utilizar um gel de contato como substância de acoplamento,
pois ele tem a impedância acústica próxima à da pele e isso evita a reflexão da onda
ultrassonora. A intensidade é medida por W/cm², normalmente é utilizada ente 0,8 W/
cm² a 1,5 W/cm².
114
Segundo Borges (2010), o uso do ultrassom terapêutico pode ser de acordo
com o tempo de aplicação que varia entre três e cinco minutos por quadrante, sendo os
quadrantes divididos pelo tamanho dos transdutores do aparelho e o tempo máximo de
aplicação de 15 minutos por área.
As ondas ultrassônicas causam vasodilatação pela agitação molecular, o
que melhora o incremento celular, facilitando a retirada de catabólitos e a oferta de
nutrientes.
De acordo com Borges (2010), a micromassagem é um efeito fisiológico é
responsável por quase todo os efeitos da terapia ultrassônica. Esses efeitos são obtidos
tanto no modo contínuo ou pulsado. A micromassagem do tecido se deve a oscilações
provocadas pele feixe ultrassônicos que o atravessa.
Além disso o ultrassom gera aumento da permeabilidade da membrana
celular, este efeito é a base para a fonoforese. Borges (2010) salienta que o aumento
da permeabilidade da membrana é capaz de proporcionar alteração no potencial de
membrana e aceleração dos processos osmóticos (difusão de partículas através da
membrana plasmática).
A agitação molecular promovida pelo ultrassom é chamada de cavitação, e esse
é um dos efeitos mais fundamentados do ultrassom.
De acordo com Borges (2010), consiste em oscilação de moléculas e células
situadas no caminho do feixe da onda ultrassonica, estimulando a formação de bolhas
cheias de ar/gás, que pode gerar dois tipos de cavitação: estável e instável.
A cavitação, embora seja um efeito incrível e que permite aumento da
temperatura tecidual, aumento da permeabilidade da membrana plasmática para a
permeação de fármacos, não produz lipólise, como é algumas vezes afirmado dentre os
profissionais da área.
A Cavitação estável ocorre quando as bolhas oscilam de um lado para
o outro das ondas de pressão do ultrassom, aumentam e diminuem
o volumem, mas permanecem intactas. Esse efeito é considerado
normal e desejável. A Cavitação instável ocorre quando o volume
das bolhas se altera rápida e violentamente, então a bolha colapsa
(implode) causando mudanças de temperatura podendo resultar em
dano tecidual. Os efeitos da terapia ultrassônica derivam somente da
cavitação estável (BORGES, 2010, p. 46).
Contudo, hoje no mercado, são disponibilizados aparelhos de ultrassom que
geram cavitação instável chamados de “lipocavitação”. Essa tecnologia faz uso da High
Intensity Focused Ultrasond (HIFU) que emite uma onda ultrassônica focalizada de
alta intensidade. Esses equipamentos possuem um transdutor em formato côncavo,
115
diferente dos transdutores de ultrassom terapêutico que são plainos, dessa forma,
quando acionado, as ondas são direcionadas a um único ponto, causando, assim, a
destruição dos tecidos internos. Os aparelhos com essa tecnologia fazem uso de
frequência em torno de 200 kHz e potência de 17 W/cm², no modo pulsado.A frequência mais baixa favorece a penetração das ondas sonoras
a fim de que a convergência destas até o interior dos tecidos
proporcione o efeito lesivo desejado de forma localizada, onde se
busca o rompimento da membrana dos adipócitos, diminuindo assim
a espessura da gordura subcutânea (BORGES, 2010, p. 46).
Os efeitos térmicos do ultrassom geram vasodilatação, aumento do fluxo
sanguíneo e aumento da temperatura tecidual. Além desses efeitos, o ultrassom,
promove diminuição tecidual fibrótica por sua ação tixotróprica e também estimula a
angiogênese. É importante salientar que o tecido adiposo não tem uma impedância
acústica boa, portanto, seus efeitos sobre a gordura localizada são poucos e não há
evidências de lipólise. A melhor forma de associar o ultrassom terapêutico ao tratamento
de gordura localizada é fazendo uso de sua ação tixotrópica para permear ativos (técnica
chamada fonoforese).
Outro efeito bastante controverso é o efeito fibrinolítico do ultrassom. A melhor
forma de usar o ultrassom para esse objetivo é fazendo uso de outas terapias complementares, já que as fibroses muitas vezes são persistentes e demoradas de se tratar.
O ultrassom terapêutico é contraindicado nos casos de: gravidez, neoplasias,
varizes e tromboflebites, implante metálico, diabetes, diretamente sobre marca passo,
feridas abertas, osteoporose e sobre área cardíaca.
O ultrassom é um recurso muito utilizado nos protocolos e seus resultados
são sempre positivos mas cabe ao fisioterapeuta a análise durante a anamnese e a
entrevista com o paciente para obter informações relevantes que possam contraindicar
o uso do ultrassom.
3.3 CORRENTE RUSSA
Desenvolvida por Yakov Kots, na antiga União Soviética, na década de 1970. O
objetivo era aumentar a massa muscular de astronautas que passavam muito tempo
em programas espaciais e perdiam grande quantidade de massa. É uma corrente de
média frequência de 2.500 Hertz, modulada a uma frequência de 50 Hz a 150 Hz, com
bursts de 10 milissegundos
De acordo com Borges (2010, p. 169, grifo nosso), “[…] a corrente russa pode ser
definida como uma corrente alternada de média frequência (entre 2.500 Hz e 5.000
Hz), que pode ser modulada por bursts (rajadas) e é utilizada com fins excitomotores”.
Promove contração muscular, tratando flacidez muscular e também promovendo
drenagem linfática.
116
A corrente russa é uma corrente excitomotora, que trabalha a contração da
musculatura esquelética. Nossos músculos são formados por dois tipos de fibras: as
fibras de contração rápida (brancas) e as fibras de contração lenta (vermelhas).
As fibras musculares esqueléticas variam no seu conteúdo de
mioglobina, a proteína vermelha que liga o oxigênio às fibras
musculares. Aquelas com altas concentrações de mioglobina são
chamadas fibras musculares vermelhas, enquanto aquelas que
possuem uma concentração baixa de mioglobina são chamadas fibras
musculares brancas. As fibras musculares vermelhas também contêm
mais mitocôndrias e são supridas por mais capilares sanguíneos do
que nó fibras musculares brancas (TORTORA; NIELSEN, 2013, p. 345).
A corrente russa é um recurso eletroterápico que estimula a contração de ambas
as fibras, dependendo dos parâmetros do aparelho e do objetivo terapêutico desejado.
A corrente russa é uma corrente quadrática, isto é, a dinâmica de propagação
da corrente (o pulso) e o seu tempo de repouso, a modulação se trata das variáveis que
estão relacionadas ao tempo e intensidade. Guirro e Guirro (2004) explicam que essas
variáveis estão divididas entre: T(off) – repouso; subida; e, T(on) – sustentação; descida.
Os parâmetros da modulação são baseados no objetivo terapêutico e na
condição muscular dos grupos a serem trabalhados. Vale salientar que pessoas que
praticam atividade física possuem a musculatura mais resistente e, portanto, toleram
com tranquilidade uma sustentação prolongada.
O fisioterapeuta deve manter cautela sempre que incluir a corrente russa como
recurso de tratamento, segundo Guirro e Guirro (2004), os pulsos quadráticos são de
maior risco para lesão muscular devido a todas as unidades motoras se contraírem
instantaneamente até o limite máximo imposto pela amplitude.
Segundo as análises de Borges (2010), contrações que duram dez segundos
e um tempo de repouso de 30 segundos são ideais para o fortalecimento muscular sem
causar fadiga. Outras análises demonstram que o tempo de contração de nome segundos
associados com tempo de repouso de 27 segundos são suficientes para hipertrofia.
Para tratamento de puérperas, Borges (2010) verificou que o resultado de seis
segundos de estimulação associado a seis segundos de repouso reduziu a diástase
abdominal.
As rampas de subida e descida proporcionam uma eletroestimulação gradativa
causando, assim, mais conforto para o paciente. As rampas de subida e descida variam
entre um e cinco segundos.
117
A intensidade da corrente russa é medida em burts, ou rajadas, relacionados à
amplitude da corrente. Na corrente russa a intensidade é de 50 burts por segundo, com
intervalos de dez microssegundos. Segundo Borges (2010), quanto maior a intensidade,
mais terminações nervosas serão acionadas, o que leva ao desconforto do paciente.
Porém, se não for trabalhada no limiar de sensibilidade, a corrente russa acaba gerando
comodidade e o resultado não será o desejado. Borges (2010, p. 181) diz assim: “Orientase o trabalho de eletroestimulação com a máxima intensidade de corrente tolerada, pois
há uma dependência da intensidade da contração eliciada eletricamente com o ganho
de força muscular”.
O aparelho conta com canais de saída da corrente em frequências moduladas.
Cada canal é composto por um par de fios – um com polaridade negativa (-) e outro
com polaridade positiva (+) – que possuem terminações para encaixes de eletrodos.
Os eletrodos são colocados sobre os grupos musculares, na parte proximal e distal dos
músculos ou sobre pontos excitomotores. Os burts são programados no aparelho de
acordo com a finalidade de tratamento e com a tolerabilidade do paciente.
A corrente russa foi projetada para produzir bursts de corrente
alternada modulada por tempo. Os bursts foram criados para permitir
que uma corrente pulsada passe por alguns milissegundos; e depois
deixe de passar por alguns milissegundos, em um ciclo de repetição.
Os bursts são chamados também de “envelopes” ou “rajadas”, e
correspondem aos pulsos de uma corrente pulsada, por isso, tanto
dez bursts como dez pulsos individuais são capazes de causar
contrações isoladas; entretanto, a percepção dos bursts é diferente
daquela de pulsos individuais (BORGES, 2010, p. 183, grifos nossos).
O tempo em que a corrente russa passa pelo tecido é chamado de ciclo do
trabalho, e ele está relacionado com a intensidade dos burts e seus intervalos.
Geralmente é fornecido por porcentagens. A maioria dos aparelhos possuem um ciclo
de trabalho em 50%, mas existem aparelhos com ciclos e 20%, 33%, 40, 50%. Para fins
estéticos, geralmente opta-se pelo ciclo de 50%, enquanto para pacientes em fase de
recuperação, recomenda-se o ciclo em torno de 20%
A corrente russa está contraindicada nos casos de lesões nervosas, miopatias,
lesões musculares, inflamações articulares, portadores de marca-passo, portadores de
placas metálicas, diabéticos, hipertensos, cardíacos e outros.
A frequência modulada para trabalhar fibras vermelhas (fortalecimento
muscular), pode ser programada entre 20 e 30 Hz, em contrapartida, para se trabalhar
as fibras brancas (hipertrofia) trabalhamos com parâmetros entre 50 e 150 Hz.
A corrente russa está contraindicada nos casos de inflamações teciduais e
articulares, lesão muscular, fraturas, miopatias.
118
4 ANEXOS CUTÂNEOS
Os anexos cutâneos também recebem tratamentos eletroterápicos,
principalmente os pelos e as unhas, visto que são estruturas que remetem a feminilidade
e por isso, os cuidados e embelezamento dos anexos cutâneos estão sempre dentro
das abordagens terapêuticas da fisioterapia dermatofuncional.
Dentre os recursos eletroterápicos mais utilizados para tratar os anexoscutâneos, encontramos a Luz Intensa Pulsada e o laser para depilação definitiva e a alta
frequência, que é muito empregada para tratar infecções ungueais e do couro cabeludo.
4.1 ALTA FREQUÊNCIA
A alta frequência, como foi mencionada nos recursos eletroterápicos usados em
tratamento facial, produz ozônio quando em contato com a superfície da pele. O ozônio
possui grande propriedade bactericida e fungicida, além de promover a cicatrização dos
tecidos lesionados devido a sua corrente de alta frequência cauterizar a pele.
Dessa forma, a alta frequência é indicada para qualquer infecção ou lesão
nas unhas e no couro cabeludo. Seu efeito fungicida é muito eficaz no tratamento
de onicomicose e nos casos de unha encravada, após a retirada da lâmina, deve ser
realizada a aplicação para evitar possíveis infecções e auxiliar o processo de cicatrização.
O eletrodo utilizado nas unhas se chama cachimbo, devido ao seu formato feito para
encaixar o dedo dentro do eletrodo.
Nos cabelos, a alta frequência pode ser utilizada para tratamento de seborreia e
dermatite seborreica, devido ao seu alto poder fungicida, além disso, também pode ser
utilizada para tratar pediculose, que atinge principalmente as crianças. Para a aplicação
no couro cabeludo fazemos uso do eletrodo pente. As contraindicações são as mesmas
citadas anteriormente.
4.2 LUZ INTENSA PULSADA – PELOS
A Luz Intensa Pulsada (LIP) emite luz em vários feixes, por isso é chamada de
policromática, ou seja, o aparelho emite vários feixes de luz com tamanhos de ondas
diferentes, e por isso a energia é dispensada pelo tecido, necessitando, assim, fazer
uso de filtros que garantem que o máximo de energia penetre na profundidade de
tecido desejável. Dessa forma o aparelho é interessante para tratar diversas disfunções
estéticas, mas seu uso deve ser feito sempre com muita cautela.
119
Para realizar a fotodepilação é necessário fazer uma depilação com lâminas de
barbear, pois, o pelo deve estar rente à pele para que os feixes de luz se direcionem ao
folículo piloso e não dispersem sobre a pele. O procedimento precisa ser realizado com
a aplicação de gel de contato que protege a pele de possíveis queimaduras, e ajuda a
absorção dos feixes de luz. Pacientes com pele mais escura ou áreas de tratamentos
pigmentadas, exigem cuidados especiais na hora da utilização da LIP. Nesses casos, o
laser costuma ser mais indicado que o LIP, devido ao fato de conseguir focar somente
no pelo, sem atingir a pele ao redor e, com isso, minimizando os riscos do surgimento
de manchas.
O aparelho possui diversos filtros que são encaixados na ponteira do equipamento
fazendo com que as ondam alcancem menos propagação. Para o procedimento de
fotodepilação, são usados filtros de 690 a 775 nm.
Os disparos devem ser feitos primeiramente no sentido vertical em toda a área
de tratamento, depois deve ser repetido no sentido horizontal. Os intervalos entre as
sessões variam de seis a oito semanas. As contraindicações são: gravidez, melasma,
herpes ativa e uso de Roacutam.
4.3 LASER – PELOS
A epilação com laser é um recurso terapêutico muito procurado nas clínicas de
estética, pois esse tipo de epilação promove uma destruição da matriz do pelo, o que
permite uma epilação mais duradora e até mesmo definitiva.
Os lasers utilizados no marcado brasileiro são feitos de rubi, alexandrita ou de
diodo e são monocromáticos, ou seja, emitem a luz num único feixe de luz. O alvo da
luz do laser é o cromófago algo – a melanina. A melanina que o laser atinge é a do pelo
e não da epiderme.
Conforme os diferentes comprimentos de onda haverá uma maior ou
menor absorção pelo cromóforo alvo e determinada profundidade de
penetração e atuação na pele. Quanto maior o comprimento de onda,
maior a penetração. Para atingir pelos que são mais profundos, por
exemplo, precisamos de comprimentos maiores que cheguem até a
derme reticular (AGNES, 2013, p. 383).
A temperatura ideal para que danifique o folículo piloso é de 60 °C, outro fator
importante é o tempo de duração do pulso que deve ser suficiente para lesionar o alvo, mas
não promover danos nos tecidos próximos, esse tempo depende do diâmetro do pelo.
Fototipos mais claros podemos selecionar durações de pulsos mais
curtas, como 30 ms. Essas durações de pulsos tornarão o tratamento
mais agressivo, portanto, devemos utilizá-las somente em fototipos
mais baixos; Já-em fototipos mais altos, onde existe uma maior
concentração de melanina na epiderme, devemos utilizar durações
de pulsos longas em 100 e 400 ms (AGNES, 2013, p. 385).
120
O consultório ou a sala de atendimento devem estar resfriados, alguns
aparelhos deverão ser utilizados com gel de contato como meio de acoplamento. Devese dividir a área a ser trabalhada em quadrantes, e cada quadrante receberá um disparo
pressionando a ponteira do aparelho contra a pele, para não ocorrer nenhuma lesão nos
tecidos cutâneos. As sessões deverão ser feitas com intervalos de seis a oito semanas.
Quanto às contraindicações da aplicação do laser, podemos citar: gravidez, herpes
ativos, tratamento com Roacutam.
121
PARÂMETROS DE MODULAÇÃO NA ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR
UTILIZANDO CORRENTE RUSSA – PARTE 1
Fábio dos Santos Borges
Fabiana Barroso de Souza
José Tadeu Madeira de Oliveira
Alexsander Roberto Evangelista
Modulação
Modulação é uma variação ordenada dos ajustes empregadas nos equipamentos,
com o objetivo de obter a máxima eficácia quanto aos resultados pretendidos. As
modulações mais comuns nos diversos aparelhos de eletroestimulação giram em torno
dos ajustes de intensidade de corrente (amplitude), rampas de subida (rise) e descida
(decay), duração (largura) de pulso, frequência portadora e modulada, ciclo (duty cicle),
sustentação e repouso (tempo ON e tempo OFF), forma de onda etc.
Nos equipamentos de corrente russa (principalmente os fabricados no Brasil) as
modulações normalmente encontradas são os ajustes de intensidade, que se constitui
na escolha da saída de corrente (quantidade de fluxo de elétrons) em miliamperes,
para o eliciamento da contração muscular; as modulações de rampa de subida e de
descida, que são aumentos ou diminuições cíclicos e sequenciais que podem ocorrer na
largura do pulso, mas que são característicos da intensidade (amplitude); a frequência
modulada, que é utilizada para diferenciar as unidades motoras que se objetiva priorizar
na estimulação; a frequência portadora, que se caracteriza pela frequência da corrente
introdutória do estímulo excitomotor; a sustentação e o repouso, caracterizados pelo
tempo que a corrente é transmitida para os tecidos, assim como deixa de fazê-lo; e o
modo de estimulação relacionado ao regime de saída de corrente nos canais, onde se
pode optar, por exemplo, pela saída de corrente em todos os canais ao mesmo tempo,
pela saída em apenas um grupo de canais alternadamente com outro grupo de canais etc.
Corrente russa
O termo, corrente russa, foi aplicado aos eletroestimuladores com uma saída de
corrente de onda senoidal com uma frequência portadora de aproximadamente 2.500
a 5.000 Hz, modulada de forma a produzir 50 bursts por segundo (bps). Essa forma de
estimulação foi promovida comercialmente como “estimulação russa”;
LEITURA
COMPLEMENTAR
122
Segundo Hooker, atualmente, existem duas formas de ondas básicas na corrente
russa: uma onda senoidal e um ciclo de onda quadrada com um intervalo intrapulso
fixo. Entretanto, encontramos também em grande parte dos aparelhos fabricados no
Brasil outras formas de onda empregadas comumente em aparelhos de TENS e FES
(Eletroestimulação Funcional), principalmente pulsos bifásicos assimétricos, com uma
fase triangular e outra retangular. Isto nos parece uma estratégia mercadológica de
construção de aparelhos, pois para a indústria é mais interessante comercialmente dispor
aos seus clientes um aparelho de corrente russa que venha construído também com o
TENS e o FES. Para isto aproveitam a construção de circuitos eletrônicos já consagrados
em sua formatação para TENS/FES e adicionam o modo estimulação russa utilizando
a mesma formade onda bifásica assimétrica. Delitto e Rose fizeram uma avaliação do
conforto relativo entre três formas de onda diferentes (triangular, sinusoidal e quadrada),
produzidas por aparelhos de corrente russa (2500 Hz, com 50 bursts por segundo) e
descobriram que a percepção de um indivíduo para o desconforto muda enquanto a
forma de onda de estimulação varia, e que as “preferências individuais” existiam para
cada forma de corrente. Outras pesquisas mostraram resultados semelhantes quando
compararam a corrente russa (onda senoidal de 2.500 Hz, com 50 bursts por segundo)
com corrente “pulsada única”. Os pesquisadores concluíram que os indivíduos preferiram
as formas de onda pulsada únicas.
Existem no Brasil, por questões meramente comerciais, empresas e
fisioterapeutas que fazem distinção acerca da terminologia “corrente russa” e
“estimulação russa”, apregoando que a corrente original utilizada nos trabalhos de Kots,
que utilizava 50 burst/s de frequência modulada, foi denominada de corrente russa,
e que hoje com o advento de pesquisas acerca da eletroestimulação neuromuscular,
o que suscitou o surgimento de aparelhos com parâmetros de frequência modulada
variando de 1 até 100 Hz, a corrente passou a se chamar estimulação russa.
Tempo de contração (ON Time ou Tempo ON) e de repouso (OFF Time ou Tempo OFF)
Podemos modular o tempo em que a corrente passa para os tecidos, assim
como o tempo em que ela cessa sua passagem. ON Time ou Tempo ON é o tempo em que
um trem de pulsos ou uma série de bursts é fornecido em uma aplicação terapêutica,
ou seja, quando há a contração muscular. OFF Time ou Tempo OFF é o tempo entre
trens de pulsos ou uma série de bursts, ou seja, é quando cessa a contração muscular.
Normalmente encontramos nos aparelhos fabricados no Brasil, parâmetros que giram
em torno de 1 a 30 minutos (as vezes até 60 minutos).
Este tipo de modulação está revestido de uma importância muito grande, pois
se constitui num dos principais pontos dos diversos protocolos utilizados em prática
clínica, assim como em pesquisas.
123
Entretanto, verificamos através da literatura e também pela utilização clínica,
que a eleição do tempo de contração (T. ON) e de repouso (T. OFF) está associada a
alguns fatores como, por exemplo, o condicionamento da musculatura que está sendo
estimulada, o processo de agudização ou cronificação da doença, a qualidade tecnológica
de construção do estimulador, e das experiências pessoais do fisioterapeuta.
Portanto verificamos, apesar de existirem alguns relatos baseados em
pesquisas, que esses parâmetros de modulação são extremamente pessoais em relação
ao profissional que está atuando terapeuticamente. Em 1971 Kots e Xvilon utilizaram,
com a corrente russa, um protocolo chamado de regime “10/50/10”, que correspondia
a dez segundos de tempo “ON”, 50 segundos de tempo “OFF”, e um tempo total de dez
minutos por sessão.
Eles concluíram que um tempo “ON” máximo de dez segundos com um
tempo “OFF” de 50 segundos eram desejáveis para que não ocorresse fadiga durante
a eletroestimulação (caracterizada por uma diminuição do torque). Também por esse
motivo, Brasileiro et al. mencionaram, baseando-se na literatura, um tempo ON de 60
seg. e um tempo OFF de dez segundos. como ideais. Snyder-Mackler et al. verificaram
fortalecimento de quadríceps com dez segundos ligado e dois minutos em repouso.
Borges e Valentin utilizaram seis segundos de contração eletro estimulada com 6
segundos de OFF time em músculo reto-abdominal de puérperas com 15 dias pós-parto.
Evangelista et al. utilizaram nove segundos de ON time por nove segundos
de OFF time em região abdominal de voluntárias sadias. Em ambos os estudos não
houve sinais de fadiga. Verificamos através dos relatos, uma variedade de protocolos
condicionando o tempo de contração e de repouso a diversos fatores.
Rampa de subida (Rise) e descida (Decay)
A rampa determina um aumento ou diminuição gradativa da duração de pulso,
da amplitude de pulso, ou ambos, dentro de um determinado período de tempo, variando
normalmente de um a cinco segundos, permitindo assim um aumento ou diminuição
gradual da contração muscular.
O aumento progressivo da carga do pulso é chamado de rampa de subida ou
Rise, e a diminuição gradual da carga até o fim do tempo ON é chamada de rampa de
descida ou Decay. No passado, as modulações de rampa eram referidas como tempo
de transição e tempo de queda. Contudo, esses dois termos são usados hoje para
descrever características de pulso único, não as variações nas características de uma
série de pulsos.
A rampa tem como função dar um aspecto mais fisiológico à contração eletro
estimulada, pois diferentemente das correntes sem rampas, ditas correntes de pulso
brusco, a contração inicia e termina de forma abrupta, proporcionando desconforto e
receio ao paciente, pois em algumas vezes ele se assusta quando a corrente se inicia
ou termina.
124
Segundo Robinson, em aplicações visando à estimulação neuromuscular, a
inclusão de uma rampa de subida no bordo anterior de um trem de pulsos leva em conta
o restabelecimento gradual das fibras do nervo motor e sucessivamente o aumento
gradual na contração muscular, resultando no aumento suave da força contrátil do
músculo. Este início gradual de estimulação produz contrações musculares que, copiam
com mais rigor aquelas produzidas nas atividades funcionais durante a contração
muscular voluntária e o início gradual tem um caráter mais confortável para o indivíduo
submetido à estimulação.
Os aparelhos que permitem o controle manual das rampas de subida e descida,
na qual o fisioterapeuta pode eleger os tempos de cada uma delas independentemente
do tempo ON, são considerados clinicamente superiores aos outros aparelhos, nas quais
o tempo de rampa é parte integrante do tempo ON. Na prática clínica, muitas vezes
quando se ajusta a rampa de subida, adota-se o mesmo valor para a rampa de descida
(isso muitas vezes é imposto pelo design eletrônico do aparelho).
Normalmente, utiliza-se três segundos de rampa de subida em início de
tratamento visando dar conforto e segurança ao paciente que está se submetendo
pela primeira vez a um tipo de sensação, para muitos, desagradável. Com a adaptação
do paciente ao estímulo e a confiança na terapêutica os valores de rampa de subida
normalmente passam para dois segundos. O uso de dois segundos de rampa de descida
tem se estabelecido como usual na prática clínica na maioria dos protocolos.
Intensidade (amplitude)
Os controles de amplitude de corrente são rotulados de “intensidade” ou
“voltagem” e num determinado aparelho os números expressos no controle de emissão
de corrente, variando de 1 a 10, por exemplo, indicam o nível de saída de estimulação
do mais baixo ao mais alto. A amplitude de corrente adotada nos diversos protocolos
para a corrente russa está condicionada aos parâmetros de modulação encontrados
nos vários tipos de aparelho e à forma de trabalhar de cada profissional.
Quanto aos aparelhos, os analógicos possuem escalas numéricas que não
informam a dosagem ótima (em miliamperagem) que está sendo empregada (estas
informações, na maioria das vezes, não constam nem nos manuais técnicos dos
aparelhos). Já os aparelhos com displays digitais, microcontrolados ou microprocessados,
normalmente informam a quantidade de corrente que está sendo empregada no
eliciamento da contração muscular. Apesar da possibilidade de encontrarmos um tipo
ou outro, sabe-se que a corrente é calculada em Coulomb/ segundo, na qual Coulomb
é a unidade de medida da carga elétrica e um segundo representa o intervalo de tempo
no qual se calcula o fluxo da corrente. A média da quantidade de fluxo de corrente em
um segundo é uma corrente média chamada de RMSA. Um excesso de corrente RMSA
pode causar lesão, enquanto uma corrente RMSA insuficiente não eliciará a resposta
fisiológica esperada.
125
Na prática clínica deve se utilizar uma densidade de corrente RMSA mais baixa
capaz de produzir a resposta fisiológica desejada. Uma corrente desnecessariamente alta
aumenta o desconforto do pacientee diminui a eficiência do estimulador. No entanto, na
corrente russa a corrente RMSA (cerca de 50-100 mA), é sempre igual a aproximadamente
70% da corrente de pico. E para se reduzir a saída desta corrente RMSA, o fabricante da
corrente russa escolheu uma forma de onda senóide modulada em tempo, 50 bursts por
segundo, criando um intervalo interbursts de 10 ms. Esses bursts reduzem um pouco
a corrente RMSA e permitem que se aumente a amplitude e, portanto, a carga da fase,
fazendo com que se consiga uma estimulação motora muito intensa.
Embora haja relatos associando a intensidade da contração estimulada com
a força ganha, na prática clínica, algumas vezes nos deparamos com queixas de dor,
vindas do paciente, durante a eletroestimulação com doses de intensidade mais altas.
Isto muitas vezes acontece em virtude do aumento excessivo da amplitude da corrente
diante de pouca ou nenhuma contração muscular.
Quanto a isso, deve-se observar, por exemplo, se há uma grossa camada de
gordura subcutânea, muito comum nos tratamentos da fisioterapia dermatofuncional,
onde as áreas mais trabalhadas são as regiões glútea e abdominal. Neste caso a gordura
atuaria como “isolante” para corrente elétrica, dificultando sua chegada até os tecidos
excitáveis. Orienta-se deslocar os eletrodos para as regiões mais excitáveis na pele
(ponto motor ou emergência nervosa) ou modificar a técnica de aplicação (tamanho e/
ou tipo dos eletrodos, meio de acoplamento dos eletrodos, modulação dos parâmetros
de eletroestimulação etc.).
Segundo Robinson há três maneiras comuns de estimulação para serem
coordenadas quando vários canais, por exemplo, são aplicados em uma única
abordagem terapêutica. Primeiro, o aparelho pode ser ajustado para que todos os canais
forneçam estimulação ininterrupta (sem OFF Time) para todo o período de tratamento.
Este padrão de estimulação é geralmente chamado de modo de estimulação contínuo
(bastante utilizado para protocolos visando analgesia).
A segunda, maneira se dá pelo fato de muitos aparelhos poderem ligar e desligar
a saída de corrente para todos os canais ao mesmo tempo. A corrente é emitida pelos
canais, durante um período, de acordo com o ajuste do tempo ON, e consequentemente
cessa, em todos os canais, por um período de acordo com o ajuste do tempo OFF.
Esse modo de estimulação é chamado de modo sincrônico (sincronizado), simultâneo
ou interrompido, e é empregado normalmente para estimulação de músculos ou
grupamentos musculares isolados.
A terceira maneira na qual a saída de corrente é regulada através dos canais
é alternar a estimulação entre grupos de canais, ou seja, um grupo de canais permite
a saída de corrente enquanto outro grupo de canais está desligado e vice-versa. Esse
padrão de estimulação em dois canais é geralmente chamado de modo alternado ou
126
recíproco. Este modo permite o recrutamento de músculos agonistas e antagonistas
de um membro, ou a estimulação, num mesmo momento, de músculos localizados
em segmentos corpóreos distintos (Ex.: estimulação dos quadríceps, de ambos os
membros, num mesmo momento).
Alguns aparelhos fabricados no Brasil apresentam apenas o modo sincronizado.
Isto limita a aplicação terapêutica da eletroestimulação neuromuscular, pois os
grupamentos musculares serão estimulados todos ao mesmo tempo, podendo produzir
contrações de agonistas e antagonistas ao mesmo tempo, ou tornando a contração
muscular pouco fisiológica. Além disto, nos tratamentos de fisioterapia dermatofuncional,
em que normalmente são estimulados vários músculos ao mesmo tempo, se houver
a contração muscular associada à movimentação articular, pode parecer um ato
esdrúxulo pelo fato de várias articulações estarem se movimentando ao mesmo tempo.
Existe ainda um outro padrão de saída de corrente nos canais, comumente encontrado
nos aparelhos destinado à terapêutica de fisioterapia dermatofuncional, tendo como
principal indicação a drenagem de líquidos.
Neste tipo de aparelho, no qual existem vários canais (seis, oito, dez e até mais),
a corrente é emitida num canal, em seguida no canal vizinho (após cessar a saída
de corrente no canal anterior), a seguir no próximo canal, e assim sucessivamente.
Este tipo de estimulação é chamado de estimulação sequencial. Embora não
tenhamos encontrado relatos científicos comparando a drenagem linfática provida
manualmente com a obtida através da eletroestimulação sequencial, há um consenso
dos profissionais que se valem da drenagem linfática para a mobilização de líquidos de
que esta manobra provida por aparelhos de eletroestimulação é muito menos eficaz
que a manobra feita manualmente.
FONTE: BORGES, F. dos S. et al. Parâmetros de modulação na eletroestimulação neuromuscular
utilizando corrente russa – parte 1. Revista Fisioterapia Ser, Rio de Janeiro, ano 2, n. 1, jan./
mar. 2007. Disponível em: https://bit.ly/3uhtbTu. Acesso em: 19 fev. 2022.
127
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A radiofrequência é um método relativamente moderno e tem apresentado resultados
bastante satisfatórios no tratamento de flacidez da pele, fibroses de pós-operatório e
redução de gordura localizada.
• A agitação molecular promovida pelo ultrassom terapêutico é chamada de cavitação,
e consiste em oscilação de moléculas e células situadas no caminho do feixe da onda
ultrassônica, estimulando a formação de bolhas cheias de ar/gás, que podem gerar
dois tipos de cavitação: estável e instável.
• Na estética, faz-se uso da radiofrequência não ablativa, ou seja, sua ação atinge
tecidos internos como a derme e o tecido subcutâneo causando uma inflamação,
porém, sem lesionar a epiderme para tal efeito.
• A corrente russa é uma corrente excitomotora que trabalha a contração da
musculatura esquelética. A corrente russa é um recurso eletroterápico que estimula a
contração de ambas as fibras, dependendo dos parâmetros do aparelho e do objetivo
terapêutico desejado.
128
1 Dentre os recursos eletroterápicos, a radiofrequência proporciona um tratamento
que produz energia eletromagnética, gerando efeito térmico na pele e no tecido
subcutâneo. Esse método é comprovado como um dos melhores nas respostas
terapêuticas, em que se engloba a maioria das disfunções estéticas. Sobre os efeitos
da radiofrequência, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Vasodilatação, aumento da circulação sanguínea e aporte de nutrientes, oxigênio e
retorno de catabólitos, neocolagênese, reorganização das fibras colágenas e lipólise.
b) ( ) Aumento da pespiração, vasodilatação, aumento das atividades peristálticas,
neocolagênese e aumento da circulação sanguínea e linfática.
c) ( ) Vasodilatação, aumento da produção sebácea, angiogênese, lipólise e aumento
da nutrição tecidual.
d) ( ) Aumento da circulação sanguínea, vasoconstrição, aumento da pespiração,
lipólise e reorganização das fibras colágenas.
2 Na aplicação da radiofrequência, o paciente produzirá o efeito térmico, pois a manopla
que libera corrente elétrica é aplicada sobre sua pele. A corrente elétrica passa de um
campo positivo (+) para um negativo (-), fechando, assim, o campo elétrico apenas
no paciente. Com base nas definições do efeito térmico da radiofrequência, analise
as afirmativas a seguir:
I- Dizer que a radiofrequência promove calor é um termo equivocado que muitas
vezes é propagado nos veículos de comunicação, nos eventos promovidos por
fabricantes e em alguns artigos científicos. O que de fato ocorre, é que quando em
contato com um determinado tipo de tecido biológico, a radiofrequência promove o
aumento de sua temperatura tecidual.
II- Quando se submete a pele à emissão da radiofrequência, ela responderá de modo
contrário ao calor, ou seja, a pele responderá com retração promovendo efeito
benéfico contra a flacidez.
III- O calor e a temperatura são correspondentes, isto é, quando a temperatura
aumenta o objeto incide mais calor, no meio celular as respostas é a mesma. Assim,
entendemos perfeitamente que o calor da radiofrequência estimula a formação de
novas fibras de colágeno.
AUTOATIVIDADE
129
Assinalea alternativa CORRETA:
a) ( ) As afirmativas I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a afirmativa II está correta.
c) ( ) As afirmativas I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a afirmativa III está correta.
3 Devido ao potencial de elevação da temperatura tecidual, a radiofrequência deve
ser monitorada constantemente quando em contato com a pele do paciente.
Esse monitoramento ocorre por meio de um termômetro infravermelho que afere
a temperatura externa da pele. De acordo com os princípios sobre temperatura,
classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) Tratamentos de radiofrequência em torno de temperaturas de 45 °C HSP-46 que
desnatura parcialmente o colágeno, causam, assim, a ação fibrinolítica.
( ) A proteína HSP-47 é responsável por estimular a atividade dos fibroblastos,
sendo que a resposta a esse estímulo é o aumento da produção de novas fibras
de colágeno, ou neocolagênese. A radiofrequência aplicada em temperaturas em
torno de 40 a 42 °C estimulam essa proteína
( ) Nos tratamentos de queloides, cicatrizes hipertróficas, fibroses de pós-operatório e
FEG, a manutenção homogênea da temperatura deve ser em torno de 38 °C.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V - F - F.
b) ( ) V - F - V.
c) ( ) F - V - F.
d) ( ) F - F - V.
4 O ultrassom terapêutico é um recurso de valor acessível, e que promove resultados
muitos satisfatórios nos protocolos de estética corporal, sendo seu modo de ação a
propagação de ondas sonoras nos tecidos biológicos causando efeitos fisiológicos
nos tecidos. Na fisioterapia dermatofuncional, seu principal efeito é a cavitação.
Disserte sobre o conceito de cavitação e quais os tipos gerados pelo ultrassom.
5 A corrente russa é uma terapia recente, meados 1980, quando os astronautas
soviéticos utilizaram uma forma de corrente de média frequência para estimular
a musculatura que ficava hipotônica/hipotrófica por causa da ausência de força
da gravidade. O seu objetivo sempre foi fortalecer a musculatura e proporcionar
hipertrofia. Disserte sobre o conceito de modulação da corrente russa.
130
REFERÊNCIAS
AGNES, J. Eletrotermofototerapia. Santa Maria: o Autor, 2013.
BORGES, F. dos S. Dermatofuncional: modalidades terapêuticas nas disfunções
estéticas. 2. ed. São Paulo: Editora Phorte, 2010.
BORGES, F. dos S. et al. Parâmetros de modulação na eletroestimulação neuromuscular
utilizando corrente russa – parte 1. Revista Fisioterapia Ser, Rio de Janeiro, ano 2, n. 1,
jan./mar. 2007. Disponível em: https://bit.ly/3uhtbTu. Acesso em: 19 fev. 2022.
GUIRRO, E. C. O.; GUIRRO, R. R. J.; Fisioterapia dermatofuncional: fundamentos,
recursos, patologias. 3. ed. Barueri: Manole, 2004.
KEDE, M. P. V.; OLEG, S.; Dermatologia Estética. São Paulo: Editora Atheneu, 2004.
TORTORA. G. J.; NIELSEN, M. T. Principles of human anatomy. 12. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2013.
UGOLINE, B.; Fundamentos da cosmetologia. Curitiba: Universidade Positivo, 2017.
E-book.
131
TÓPICOS ESPECIAIS
EM FISIOTERAPIA
DERMATOFUNCIONAL
UNIDADE 3 —
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer a importância e formas de atuação da fisioterapia dermatofuncional no pré,
trans e pós-operatório de cirurgias plásticas, reconstrutivas e bariátricas;
• conhecer os parâmetros de uso racional de substâncias e medicamentos pelo
fisioterapeuta;
• conhecer os procedimentos injetáveis que podem ser realizados pelo fisioterapeuta;
• conhecer a importância e formas da atuação da fisioterapia dermatofuncional em
pacientes queimados.
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NO PRÉ, TRANS E PÓS-OPERATÓRIO DE
CIRURGIAS PLÁSTICAS, RECONSTRUTIVAS, BARIÁTRICAS
TÓPICO 2 – SUBSTÂNCIAS E/OU MEDICAMENTOS UTILIZADOS PELO FISIOTERAPEUTA
TÓPICO 3 – PROCEDIMENTOS INJETÁVEIS REALIZADOS PELO FISIOTERAPEUTA
TÓPICO 4 – FISIOTERAPIA EM PACIENTES QUEIMADOS
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UNIDADE 3!
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133
TÓPICO 1 —
ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NO
PRÉ, TRANS E PÓS-OPERATÓRIO
DE CIRURGIAS PLÁSTICAS,
RECONSTRUTIVAS, BARIÁTRICAS
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 1, abordaremos a atuação da fisioterapia no pré, trans e
pós-operatório de cirurgias plásticas, reconstrutivas e bariátricas. Atualmente, o cenário
de buscas de padrões esteticamente prefeitos tem crescido cada vez mais.
As frequentes queixas de caráter estético fazem com que os indivíduos
busquem mais por cirurgias plásticas, como lipoaspiração, abdominoplastia, ritidoplastia,
mamoplastia de aumento, entre outras.
Além das cirurgias estéticas, existem também as provenientes de cenários
patológicos, como do câncer de mama, este tipo de cirurgia, além da necessidade,
muitas vezes focada no tratamento, também pode ser complementada com cirurgias
reparadoras e até mesmo com a finalidade estética, de modo a propiciar à paciente a
reconstrução da mama (prótese mamária) que lhe foi retirada. Dessa forma, a fisioterapia
dermatofuncional vem ganhando mais e mais espaço, sendo pertinente destacar
que, o fisioterapeuta é capaz de atuar nos cuidados pré e pós-operatório de qualquer
intervenção cirúrgica, seja ela estética ou não.
A Resolução Coffito nº 362/2009 reconheceu a especialidade da fisioterapia
dermatofuncional e, a partir daí, esse profissional ganhou ainda mais espaço na área,
principalmente pela utilização de suas técnicas e procedimentos de preparação para
a intervenção cirúrgica e aceleração do processo de recuperação, com o objetivo de
controlar e prevenir complicações que sejam comuns do procedimento cirúrgico.
2 O PAPEL DA FISIOTERAPIA DERMATOFUNCIONAL NOS
PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS
A fisioterapia dermatofuncional está em evidência no que diz respeito aos
cuidados pré e pós-operatório de cirurgias. A eficácia de uma cirurgia plástica ou
reparadora está atrelada não apenas aos cuidados do médico cirurgião, mas também
aos do fisioterapeuta, que tem uma participação fundamental nesse processo (GUIRRO;
GUIRRO, 2003).
134
A atenção prestada no pré e pós-operatório é fator crucial para o sucesso da
recuperação cirúrgica, a fim de evitar ou minimizar potenciais complicações. Nesse
contexto, o fisioterapeuta tem atuação de destaque.
O fisioterapeuta busca se fundamentar em conhecimentos científicos fidedignos
para atuar com sucesso no pré e pós-operatório e, consequentemente, prevenir e/ou
tratar respostas sobrevindas das cirurgias, incluindo formação de fibroses cicatriciais,
hematomas e edemas. Nesse sentido, examinaremos sua atuação em mamoplastia,
mastectomia, lipoaspiração, abdominoplastia, ritidoplastia e cirurgia bariátrica.
A mamoplastia é a intervenção cirúrgica mais comum em todo o mundo,
geralmente subdividida em mamoplastia de aumento (como a colocação de silicones),
redutora ou de correção. As três opções cirúrgicas visam proporcionar ao paciente
equilíbrio em termos de volume e forma, sendo importante ressaltar que cada paciente
deve ser avaliado individualmente.
No procedimento da mamoplastia, o fisioterapeuta dermatofuncional atua de
forma a prevenir o risco de encapsulamento das próteses mamárias colocadas, sendo
esta a mais importante complicação das próteses. É nesse contexto que o fisioterapeuta
tem sua ação mais assídua (GUIRRO; GUIRRO, 2003).
FIGURA 1 – PRÓTESE DE SILICONE
FONTE: <https://shutr.bz/3iukn6Y>. Acesso em: 28 fev. 2022.
A mastectomia é uma intervenção cirúrgica, que busca tratar sequelas
significativas do câncer de mama. Esse tipo de câncer é uma patologia complicada,
geralmente de evolução lenta, mas em alguns casos sua evolução pode ser mais
avançada. Trata-se de uma doença sistêmica, que invade vários órgãos. Uma forma de
tratamento comumente utilizada é mastectomia.
135
FIGURA 2 – MASTECTOMIA
FONTE: <https://shutr.bz/3tuM9XE>.Acesso em: 28 fev. 2022.
A mastectomia visa a retirada das células malignas, promovendo um controle
local do câncer. Porém, pode originar dificuldades físicas imediatas ou tardias, como
diminuição de amplitude de movimento, principalmente do ombro e do cotovelo,
linfedema, fraqueza muscular, dor, parestesia, alterações sensoriais e funcionais
homolaterais à cirurgia, colocando em risco as atividades cotidianas da paciente.
Portanto, é frente a essas limitações e sequelas que o fisioterapeuta dermatofuncional
deve basear seu tratamento.
Além da especialidade dermatofuncional, o Conselho Federal de Fisioterapia
e Terapia Ocupacional (Coffito) reconhece, por meio da Resolução nº 397, de
3 de agosto de 2011, a especialidade de fisioterapia oncológica, que pode
ser somada aos cuidados e tratamento de pacientes pós-mastectomia.
IMPORTANTE
Atuando junto a pacientes com reconstrução de mama após procedimentos
cirúrgicos do tipo mastectomia, o fisioterapeuta dermatofuncional terá sua ação voltada
a amenizar fibroses teciduais, dificuldades de cicatrização e restrições de movimento
em membro superior ipsilateral (ALTOMARE, 2020).
Por sua vez, a lipoaspiração, também chamada de lipossucção, é uma cirurgia
que visa o remodelamento corporal a partir da remoção de excesso de tecido adiposo
localizado em regiões específicas. A técnica cirúrgica envolve pequenas incisões,
através das quais, cânulas são inseridas para aspirar a gordura por meio de pressão
negativa. Na lipoaspiração, o fisioterapeuta atua intensamente com o objetivo de evitar
e minimizar complicações do tipo seroma e fibrose, que são as mais esperadas nessa
intervenção cirúrgica.
136
FIGURA 3 – LIPOASPIRAÇÃO
FONTE: <https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/surgical-liposuction-tummytuck-1145609078>. Acesso em: 28 fev. 2022.
Já a abdominoplastia, também conhecida como lipectomia abdominal, busca
a correção funcional e estética dos músculos abdominais, que podem ter sido afetados
por gestações múltiplas, efeito sanfona (engordar e emagrecer), extenso emagrecimento
e excesso de gordura localizada em abdome.
Frente à abdominoplastia, o fisioterapeuta dermatofuncional atua junto a uma
equipe interdisciplinar. Após a cirurgia, além de cuidados fisioterapêuticos envolvendo
uso de meias compressivas e realização contínua de drenagem linfática, o paciente
pode vir a necessitar de medicações para complementar o tratamento, e nesse cenário
surge a interdisciplinaridade com o médico e o farmacêutico (LEDUC; LEDUC, 2007).
Como a abdominoplastia apresenta incisão cirúrgica, a cicatrização pode
apresentar tamanhos variáveis, dependendo da localização e do excesso de tecido
removido. O
 comportamento de cada cicatriz é imprevisível e depende de como cada
organismo reage, podendo ocorrer alterações como queloides, cicatrizes hipertróficas,
alargamento, depressão, retração e escurecimento (ALTOMARE, 2020).
A ritidoplastia consiste na realização de um lifting facial a fim de atenuar os
sinais do envelhecimento, como a flacidez tissular e a ptose do tecido cutâneo. Após a
intervenção, o paciente apresentará edemas, hematoma, alteração sensorial e algum
grau de dor. Sendo assim, o fisioterapeuta atuará buscando atenuar essas queixas,
recorrendo, sobretudo, à drenagem linfática (LEDUC; LEDUC, 2007), e a recursos
eletroterapêuticos (PEREIRA, 2019).
137
A cirurgia bariátrica é destinada a pessoas obesas. Nesta cirurgia, é feita
a redução do estômago, o que força uma grande perda de peso em razão da pouca
ingestão de alimento e da redução de absorção de vitaminas. No caso da cirurgia
plástica de abdome após cirurgia bariátrica, em função da sobra de pele ocasionada
pela perda significativa de peso, é possível que o cirurgião plástico precise fazer uma
incisão extra, causando uma cicatriz em formato de âncora, bem maior do que a incisão
realizada na abdominoplastia clássica ou na mini abdominoplastia, o que vai depender
da quantidade de excesso de tecido.
Os cuidados para os pacientes bariátricos precisam ser maiores, a fim de
melhorar a qualidade da pele, que, além de um déficit nutricional, pode vir a apresentar
desidratação, flacidez tissular e muscular, e estrias largas e profundas.
Qualquer intervenção cirúrgica que tenha caráter estético, reparador ou
funcional, desde o início deve haver acompanhamento de um psicólogo para
auxiliar o paciente em suas decisões, para, então, ser encaminhado a um
médico cirurgião.
ATENÇÃO
Dentre as complicações pós-operatórias, estão as cicatrizes mal posicionadas,
como as hipertróficas ou com queloides (ALTOMARE, 2020). Além dessas complicações,
também podem ocorrer hematoma, infecção, deiscência da sutura, irregularidades,
depressões, aderências, fibroses, excessos cutâneos e seroma, variando de acordo com
cada cirurgia e técnica aplicada. As cicatrizes hipertróficas se limitam à área do processo
cicatricial inicial, e tendem a diminuir ao longo dos anos. Já os queloides são pequenos
tumores duros e rosados, ou castanhos, que apresentam dor ou coceira, irregularmente
dispersos ou em arranjo nodular. Tanto queloides quanto cicatrizes hipertróficas são
distúrbios fibroproliferativos causados pela cicatrização anormal da pele lesada ou irritada,
variando em termos de intensidade e duração inflamatória (ALTOMARE, 2020).
Além das alterações cicatriciais citadas, ainda existe a cicatriz atrófica, quando há
perda das estruturas (gordura e músculo) que proporcionam firmeza à pele, deixando o
local afetado por essa cicatriz, com um aspecto de buraco (ALTOMARE, 2020).
138
3 INTERVENÇÕES FISIOTERAPÊUTICAS
PRÉ-OPERATÓRIAS
O ato cirúrgico compõe uma lesão tecidual, e mesmo que controlada, podem
ocorrer danos à funcionalidade dos tecidos envolvidos. Mesmo diante desse contexto,
alguns cirurgiões consideram desnecessárias as condutas fisioterapêuticas. Entretanto,
atuando no pré-operatório da cirurgia, o fisioterapeuta pode evitar danos posteriores.
Nesse sentido, compete ao fisioterapeuta atuar com todos os recursos
disponíveis para tratar ou minimizar as alterações funcionais. A atuação do fisioterapeuta
no que tange o pré-operatório, tem por ênfase a ativação e melhoria funcional dos vasos
sanguíneos e linfáticos do local a ser operado (GUIRRO; GUIRRO, 2003).
No pré-operatório, o fisioterapeuta deve avaliar os fatores de risco que se
relacionam com as disfunções estéticas funcionais, incluindo: contraturas musculares;
deformidades articulares; insuficiência vascular; presença de fibroses significativas em
caso de celulites; predisposição para formação de edemas; e padrões posturais alterados.
Essa investigação facilita a recuperação pós-operatória, pois o fisioterapeuta já poderá
abordá-las na fase pré-operatória, com intuito de prevenir agravamentos do quadro.
Na condição clínica da mamoplastia e da abdominoplastia, o fisioterapeuta
dermatofuncional atua no pré-operatório oferecendo técnicas de preparação da pele
e sua hidratação, mediante o uso de cosméticos associados à técnica de drenagem
linfática manual (LEDUC; LEDUC, 2007), intensificando a circulação sanguínea e
linfática nos tecidos e beneficiando as trocas metabólicas. Além disso, pode aplicar
técnicas de eletroestimulação da musculatura abdominal por meio de corrente russa,
que proporciona contração muscular e seu fortalecimento, melhorando o tônus e
diminuindo a flacidez (PEREIRA, 2019).
Ademais, na fase pré-operatória de qualquer intervenção cirúrgica, o
fisioterapeuta dermatofuncional deve coletar o histórico pregresso, atual e familiar do
paciente, bem como questioná-lo quanto a patologias associadas, a fim de desenvolver
um planejamento adequado. Assim, a intervenção fisioterápica no pré-operatório também
visa identificar fatores de risco e alterações pré-existentes. Como exemplo, ao receberem
o diagnóstico de câncer de mama e a orientação de passarem por uma cirurgia, muitas
pacientes podem apresentar tensões musculares protetoras, principalmente no ombro e
no pescoço, o que pode ser abordado previamente pelo fisioterapeuta.
139
Em geral, compete ao profissional ofertar, nopré-operatório, um atendimento
humanizado, buscando orientar e explicar a todos os pacientes como será o
protocolo de atendimento, sua duração, os recursos utilizados e os efeitos
esperados, além de pontuar o que cabe ao paciente fazer de forma ativa,
para ter melhorias em sua recuperação.
IMPORTANTE
Vejamos a seguir uma síntese das orientações que visam proporcionar ao
paciente uma boa recuperação:
• Respirar fundo e devagar, como exercício, umas quatro vezes ao dia.
• Evitar ficar deitado por longos períodos, pois a não movimentação das pernas pode
acarretar formação de trombos.
• Ao se sentar, apoiar as pernas sobre um banquinho, mexendo os pés o máximo de
tempo possível, a fim de favorecer o retorno venoso.
• Retirar a cinta abdominal preferencialmente em decúbito – apenas pacientes
acostumados devem retirá-la de pé. Antes de sentar-se, respirar fundo e devagar,
esperar um tempo, depois se sentar, esperar mais um pouco para depois se levantar.
• Os esforços físicos devem ser evitados para que as cicatrizes não se abram, e
queloides não se formem.
• Não se deve deitar de lado nos primeiros 15 dias após o procedimento.
• Se cansar da posição supina, colocar um travesseiro entre as pernas e abaixo de cada
ombro, revezando para ficar com o corpo meio inclinado.
• Evitar o uso de tabaco, pois dificulta o processo de cicatrização e pode ocasionar a
deiscência de sutura.
Apesar de muitos pacientes ainda não procurarem um profissional para o
tratamento pré-operatório, os cuidados nesse período são muito importantes, pois
auxiliam na reabilitação da cirurgia plástica, principalmente da cirurgia bariátrica.
É de extrema importância uma avaliação antes desse tipo de cirurgia, quando deve
ser avaliada a condição da pele, a fraqueza muscular e a presença de flacidez ou
irregularidades, como depressões na região em que será realizada a cirurgia.
O tratamento dermatofuncional pré-operatório nestes casos, é extremamente
necessário, pois ele ajuda a aumentar a hidratação e a elasticidade tecidual, além de
melhorar o fluxo linfático. Um dos tratamentos mais utilizados no pré-operatório da
cirurgia bariátrica é a drenagem linfática manual (DLM), pois, além de direcionar o fluxo
linfático e eliminar os líquidos em excesso presentes no interstício, previne edemas mais
complexos no pós-operatório (LEDUC; LEDUC, 2007).
140
FIGURA 4 – DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL
FONTE: <https://shutr.bz/37PYY6r>. Acesso em: 28 fev. 2022.
Pensando nisso, você, futuro profissional da dermatofuncional, deve oferecer
protocolos baseados na avaliação do aspecto cutâneo do cliente que melhorem
as condições desse tecido, utilizando técnicas como DLM, reforço muscular,
microcorrentes, ionização e hidratação cosmética. Na avaliação pré-operatória, é
importante que seja feito o registro das condições da pele na região a ser operada, para
que o acompanhamento do pós-operatório seja adequado.
4 INTERVENÇÕES FISIOTERAPÊUTICAS
PÓS-OPERATÓRIAS
No pós-operatório, o principal objetivo da fisioterapia dermatofuncional é
proporcionar ao paciente uma recuperação funcional a curto prazo sem a presença
de complicações graves. Recursos eletroterapêuticos e manuais para favorecer a
aceleração desse processo é de grande valia, pois beneficiaram o retorno prévio às
atividades funcionais e sistêmicas.
A intervenção e o acompanhamento fisioterapêutico geralmente se iniciam
entre 72 horas e 30 dias após a cirurgia.
O protocolo de atendimento fisioterapêutico pós-cirúrgico é versátil e está
atrelado ao perfil individual de cada paciente e a fatores pré-condicionados pelos
indivíduos, como estado de tensão cutâneo e muscular, gravidade do edema,
recuperação cicatricial, quadro álgico e alterações sensoriais.
Um dos fatores mais recorrentes e agravantes no pós-operatório de
abdominoplastia ou lipoaspiração, é a formação das aderências cicatriciais, ou seja, a
formação de fibroses. Além de afetar a estética da cirurgia, a fibrose pode comprometer
a funcionalidade do paciente, restringindo seus movimentos.
141
A fibrose é marcada pelo aumento da contratura tecidual e pela elevação dos
elementos da matriz extracelular, sobretudo do colágeno.
Clinicamente, a fibrose se apresenta com irregularidades e assimetrias e
consequente presença de dor, sensação de encurtamento e diminuição mobilidade.
Além da fibrose, outras complicações podem surgir neste contexto, como deiscência da
satura, cicatrizes hipertróficas, queloides, entre outras (ALTOMARE, 2020).
Uma ferramenta de tratamento terapêutico é a determinação do quadro
inflamatório e dos estágios cicatriciais. Vejamos, a seguir, informações quanto aos
estágios de restauração tecidual:
• fase inflamatória: inicia-se logo após o trauma, sendo uma reação esperada,
marcada por extravasamento sanguíneo e agregação plaquetária. Dura em média 72
horas. É recomendado repouso, com deambulação frequente de pequenas distâncias,
acompanhamento e orientações posturais, como a forma correta de deitar-se,
levantar e dormir, além do uso da cinta modeladora e exercícios de respiração;
• fase proliferativa: responsável pelo fechamento da lesão tecidual. É marcada
por três subfases: reepitelização, fibroplasia e angiogênese. Tem início por volta do
3º e 4º dia pós-trauma, estendendo-se por duas a quatro semanas. O protocolo
de atendimento é baseado nas mesmas atividades que na fase anterior, mas são
acrescentadas outras atividades, como terapia manual para mobilização do tecido
conjuntivo e técnicas de drenagem linfática manual;
• fase de remodelamento: é marcada pela tentativa de regeneração tecidual, quando
o tecido lesionado se enriquece com mais fibras colágenas, adquirindo característica
de cicatriz. Tem início por volta do 11º dia e segue até o 40º dia de pós-operatório. São
acrescidos, nesta fase, exercícios de respiração, exercícios de membros superiores e
atividades físicas, como caminhadas leves (GUIRRO; GUIRRO, 2003).
Vejamos, a seguir, algumas modalidades empregadas para o tratamento
fisioterapêutico pós-cirúrgico, a começar pela DLM. Nos traumas advindos das cirurgias,
alterações tendem a obstruir a mecânica linfática, e a DLM visa reduzir ou abolir
edemas. A DLM é uma técnica que deve ser aplicada por profissionais que dominam
muito bem a anatomia e a fisiologia do sistema linfático, sempre considerando o seu
trajeto. Deve ser aplicada com pressões suaves e leves, a fim de comprimir apenas o
tecido superficial. O ritmo de aplicação da manobra é lento e deve ser repetido de oito
a dez vezes. A DLM atua na estimulação da circulação linfática, buscando eliminar
toxinas, nutrir tecidos, melhorar a defesa do organismo, além de reduzir hematomas,
edemas e tensões musculares.
O uso da DLM é contraindicado em caso de trombose venosa profunda, pois
pode se desprender na circulação e obstruir algum órgão. Além disso, caso o local da
incisão apresente sinais de infecção a DLM também não deve ser usada, pois o efeito
circulatório da drenagem tenderia dissipar a infecção.
142
Por sua vez, o tratamento com laser de baixa intensidade, tende a contribuir
significativamente com o mecanismo de regeneração cicatricial, resultando em melhoria
da circulação sanguínea e aceleração do reparo tecidual. A aplicação de laser acelera a
divisão celular, o que resulta em maior síntese de colágeno por parte dos fibroblastos.
Sendo assim, o laser de baixa potência possui eficácia no processo de regeneração
celular, levando a uma cicatrização mais rápida e proporcionando, de acordo com as
respostas particulares que induz nos tecidos, diminuição do edema e do processo
inflamatório e aumento da fagocitose, das sínteses de colágeno e da epitelização.
Em resumo, os lasers de baixa potência demonstram efeitos antiedematosos
e analgésicos, estimulando a liberação de endorfinas, inibindo sinais nociceptores e
controlando os mediadores da dor. Também apresentam efeitos anti-inflamatórios,
diminuindo o edema tecidual e a hiperemia vascular, e efeitos de remodelação e reparo
ósseo, estimulando a função neural após lesões, modulando as células do sistema
imune para beneficiaro reparo tecidual.
Outro método relevante é o ultrassom terapêutico (UST) de 3 MHz. As correntes
desse aparelho estimulam as atividades celulares e alteram a permeabilidade da
membrana, acrescentando à síntese proteica a excreção dos mastócitos, a absorção
de cálcio, a fabricação dos fatores de crescimento pelos macrófagos e a mobilidade dos
fibroblastos. Isso diminui as chances de formações fibróticas, estimula a reabsorção de
hematomas, reduz edemas e a sensação de dor, e promove a ativação da circulação
sanguínea e linfática.
Além de acelerar a cicatrização tecidual, o UST contribui para melhorar a
força tênsil, para que não ocorra a formação de cicatrizes queloides e hipertróficas. O
UST ainda pode ser usado no modo fonoforese com a enzima hialuronidase, em que
favorece a circulação sanguínea. Os parâmetros preconizados são: modo contínuo, 3
MHz, amplitude abaixo de 1,5 a 1,8 W/cm2
.
Sobre a utilização do UST, algumas observações precisam ser pontuadas. Na
fase inicial (aguda) de cicatrização, quando se tem uma incisão significativa, como no
caso da abdominoplastia, esse aparelho não deve ser aplicado diretamente, e sim ao
redor do local. Já em casos envolvendo lipoaspiração, em que a incisão para cânula é
mínima, o UST pode ser aplicado normalmente ainda na fase inicial, caso necessário.
Por sua vez, a crioterapia é um recurso térmico utilizado pelo fisioterapeuta
para tratar algumas disfunções. A crioterapia promove um resfriamento tecidual
imediato, reduzindo o trauma local. Por meio da hipotermia, a crioterapia causa uma
vasoconstrição e contribui para diminuição do metabolismo celular. A técnica pode ser
aplicada logo nos primeiros dias de pós-operatório, com o objetivo de reduzir o edema
e a dor, já que a técnica causa uma diminuição na condução dos impulsos nervosos,
bem como vasoconstrição. A crioterapia pode ser aplicada por aproximadamente 20 a
30 minutos.
143
Outra alternativa terapêutica extremamente relevante no pós-operatório é a
cinesioterapia. Por meio da terapia manual com métodos como pompagem, mobilização
tecidual e articular, a cinesioterapia atua diretamente na prevenção de aderências,
melhorando a circulação sanguínea.
A cinesioterapia se torna importante por oferecer aos pacientes a possibilidade
de autoaplicação em casa. Pode ser empregada em pós-operatório de abdominoplastia,
lipoaspiração, mastectomia, ritidoplastia, entre outras.
Especificamente na fase inflamatória da ritidoplastia, a cinesioterapia pode
envolver exercícios de mobilização da cintura escapular por meio da pompagem, com
o objetivo de relaxar a grande tensão muscular do paciente logo após a intervenção
médica. Na fase proliferativa e de remodelação, são incluídos exercícios de alongamento
(ativo, ativo/assistido), fortalecimento e estimulação sensorial para região facial. A
diferença de uma fase para outra é que na fase de remodelação a carga e a intensidade
dos exercícios são aumentadas gradativamente.
Outra importante alternativa terapêutica é a massoterapia no pós-operatório,
que tem o objetivo de estimular mecanicamente os tecidos por meio de movimentos
rítmicos de pressão e distensão tecidual. As manobras aplicadas contribuem para o
aumento da circulação sanguínea. Por meio dessa técnica, costuma haver redução de
dor nos tecidos afetados e melhora da integridade tecidual, favorecendo a liberação de
aderências como as fibroses.
Dentre as técnicas manuais, vale também destacar o amassamento, a
fricção transversa profunda e o deslizamento. Essas técnicas objetivam mobilizar
tecido conjuntivo, impedindo a formação de fibroses. Através da tensão mecânica da
massagem, há deposição ordenada das fibras de colágeno, que, aqui, estão em fase de
cicatrização, o que permite uma organização mais natural.
Outros objetivos das técnicas manuais incluem reduzir ou abolir as aderências
cicatriciais por ação mecânica nas traves fibróticas, gerando eficiente a circulação
sanguínea e linfática local e sistêmica, tanto na fase aguda quanto na crônica,
exercer efeito direto e mecânico sobre o retorno venoso, aumentando o fluxo
venoso. A aplicabilidade dessas técnicas é recomendável somente a partir da fase
de amadurecimento, pois, somente então, as chances de deslocamento tecidual são
diminuídas, devendo haver também cuidados na pressão utilizada, pois, quando intensa,
pode gerar hematomas tardios.
Na cirurgia bariátrica, dentre as indicações das terapias, a mais indicada para
a redução de edema é a DLM, que, combinada ao taping, pode somar os benefícios no
pós-operatório. Já o mais indicado para tratamento de fibroses e aderências é o uso do
ultrassom, desde que sejam observados os parâmetros corretos.
144
Dentre os cuidados e as contraindicações dos equipamentos, ao utilizar o
ultrassom, é preciso estar atento aos parâmetros, especialmente quanto às fases de
cicatrização, em razão dos seus efeitos térmicos e mecânicos, que podem causar
efeitos adversos e complicações indesejadas aos tecidos.
Além disso, o uso contínuo do ultrassom só é indicado na fase de remodelamento,
quando é necessário o uso de calor para a remodelação. Ainda, esse equipamento não
é indicado para ser usado diretamente em próteses metálicas, processos infecciosos,
tromboflebites, varizes e em gestantes.
Outro recurso também muito utilizado na fase de remodelamento é a
vacuoterapia, já que auxilia na redução de fibroses e aderências. Entretanto, para
não haver complicações, são muito importantes os cuidados na escolha da pressão e
manopla certa, assim como a técnica ao utilizar esse recurso
Ainda, após uma lesão no corpo e o rompimento de sua atividade elétrica normal,
as microcorrentes podem produzir sinais elétricos semelhantes aos que acontecem
naturalmente durante a recuperação de tecidos lesionados. Contudo, não é indicado
em clientes desidratados, pois pode causar náuseas, tonturas ou dores de cabeça, além
de um desconforto na pele.
A corrente russa é muito utilizada para melhorar a qualidade muscular e
o trofismo muscular em protocolos pré-operatórios; não é indicada em fraturas,
inflamações articulares, miopatias e lesões nervosas. Já o laser de baixa potência é muito
utilizado para restabelecer logo a cicatrização e para o tratamento de complicações
pós-operatórias da cirurgia bariátrica. Ele é contraindicado no pós-operatório imediato,
podendo ser aplicado somente de 48 a 72 horas após o procedimento, evitando a região
da tireoide e do globo ocular.
O uso de alta frequência, que tem indicação para cicatrização de feridas em um pósoperatório, em peles com cosméticos inflamáveis, como álcool ou éter, é contraindicado
em razão do risco de queimaduras, causadas pelo faiscamento do aparelho.
Já a radiofrequência, que é indicada tanto para o pré-operatório (em
tratamentos de flacidez tissular e vascularização tecidual), quanto para o pósoperatório (para aquecimento e maleabilidade do tecido), é contraindicada nas fases
inflamatória e proliferativa em razão do seu aquecimento. Ela só é indicada na fase
de remodelamento, a fim de auxiliar no tratamento de fibroses, e, ainda assim, em
temperaturas abaixo dos 37 °C.
Esse equipamento também é contraindicado nas mesmas situações sinalizadas
que o ultrassom, a diferença é que no caso de próteses metálicas não se deve utilizar a
radiofrequência, independentemente da localização do metal. Sabe-se que até mesmo
a drenagem linfática tem contraindicações no pós-operatório, não sendo indicados os
movimentos de deslizamento para não afastar as bordas da cicatriz, o que pode vir a
causar uma deiscência (LEDUC; LEDUC, 2007).
145
Os cuidados para os pacientes bariátricos precisam ser maiores, a fim de
melhorar a qualidade da pele, que, além de um déficit nutricional, pode vir a apresentar
desidratação, flacidez tissular e muscular e estrias largas e profundas. Já os riscos da
abdominoplastia em pacientes bariátricos são maiores, como seromas, hematomas e
até aumento das chances de embolia, por isso há a necessidade de cuidados maiores
no pré e no pós-operatório.
Pacientes bariátricos acima de 40 anos de idadeque perderam muito peso
(acima de 50 kg) após a cirurgia, e que o peso do retalho retirado na abdominoplastia
for superior a dois quilos, podem ter várias complicações. Ainda, outra informação a
considerar, é que a perda de peso, mesmo que significativa, não consegue reverter
totalmente o seu risco, aumentado para complicações. Sendo assim, os cuidados no pré
e no pós-operatório de abdominoplastia pós-cirurgia bariátrica, tornam-se essenciais
para diminuir tais riscos.
146
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A fisioterapia dermatofuncional no pré e pós-operatório de cirurgias plásticas,
reconstrutivas e bariátricas possui um papel importante, principalmente no que se
refere à prevenção de complicações sistêmicas e locais.
• Existem algumas condições clínicas específicas dos pacientes submetidos a cirurgias
plásticas, reconstrutivas e bariátricas, como a mamoplastia, mastectomia, dentre
outras.
• Os cuidados necessários no pré-operatório de pacientes submetidos a cirurgias
plásticas, reconstrutivas e bariátricas, incluem avaliar os fatores de risco que
se relacionam com as disfunções estéticas funcionais, de modo a proporcionar
ao paciente uma recuperação funcional a curto prazo sem a presença de
complicações graves.
• Dentre as técnicas fisioterapêuticas utilizadas no pré e pós-operatório de cirurgias
plásticas, reconstrutivas e bariátricas, destacam-se a eletroterapia, as técnicas
manuais, a educação em saúde.
147
1 A lipoaspiração é uma técnica que, por meio da sucção, retira o excesso de gordura
de uma determinada região do corpo do paciente. É realizada em pessoas que
desejam melhoras estéticas, em geral. É bastante realizada na região abdominal,
mas pode ser feita em diversas outras regiões corporais. A respeito da atuação
fisioterapêutica em cirurgias de lipoaspiração, classifique V para as sentenças
verdadeiras e F para as falsas:
( ) O taping, uma modalidade de bandagem elástica, é um recurso fisioterapêutico que
pode ser utilizado para o tratamento das equimoses.
( ) A drenagem linfática manual pode ser utilizada na área da cirurgia após 48 horas da
realização da cirurgia.
( ) A deambulação é contraindicada no primeiro dia de pós-operatório.
( ) Após as 48 horas do procedimento realizado, verifica-se os melhores resultados
com a utilização da crioterapia.
( ) A radiofrequência pode ser um recurso a ser utilizado na fase pós-operatória de
remodelamento do tecido quando há presença de fibrose.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V - F - F - V - F.
b) ( ) V - V - F - F - V.
c) ( ) V - F - V - V - F.
d) ( ) F - V - V - F - V.
2 A fisioterapia dermatofuncional está em evidência, no que diz respeito aos cuidados
pré e pós-operatório de cirurgias estéticas e reparadoras. Existem diversas e
diferentes técnicas a serem utilizadas pelo fisioterapeuta nessa área, com objetivos
relacionados à prevenção de complicações. Com base no papel do fisioterapeuta nas
cirurgias na área dermatofuncional, analise as afirmativas a seguir:
I- A eficácia de uma cirurgia plástica ou reparadora está atrelada aos cuidados do
médico cirurgião e aos do fisioterapeuta.
II- A atenção prestada no pré e pós-operatório é fator crucial para o sucesso da
recuperação cirúrgica, a fim de evitar ou minimizar potenciais complicações.
III- O fisioterapeuta busca prevenir e/ou tratar respostas sobrevindas das cirurgias estéticas.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As afirmativas I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a afirmativa II está correta.
c) ( ) As afirmativas I, II e III estão corretas.
d) ( ) Somente a afirmativa III está correta.
AUTOATIVIDADE
148
3 As cirurgias plásticas envolvem a restauração, reconstrução ou alteração de regiões
específicas do corpo humano. Elas podem ser reconstrutivas e cirurgia estéticas.
Cada uma dessas cirurgias possui objetivos e cuidados específicos, principalmente
relacionados à prevenção de complicações do paciente. De acordo com definições
das cirurgias estéticas, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) A lipoaspiração é uma cirurgia que visa o remodelamento corporal a partir da
remoção de excesso de tecido adiposo localizado em regiões específicas.
( ) A abdominoplastia busca a correção funcional e estética dos músculos abdominais,
sendo uma cirurgia semelhante à lipoaspiração.
( ) Na abdominoplastia, o fisioterapeuta dermatofuncional atua junto a uma equipe
interdisciplinar, diferentemente da lipoaspiração.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V - F - F.
b) ( ) V - F - F.
v) ( ) F - V - F.
d) ( ) F - F - V.
4 A mamoplastia é uma intervenção cirúrgica que pode ser realizada tanto para
aumento, como para reduzir ou corrigir as mamas. Essas três opções cirúrgicas
visam proporcionar ao paciente equilíbrio em termos de volume e forma. Diante disso,
disserte sobre o papel do fisioterapeuta na mamoplastia.
5 Um dos fatores mais recorrentes e agravantes no pós-operatório de algumas
cirurgias, como a abdominoplastia ou lipoaspiração, por exemplo, é a formação das
aderências cicatriciais, ou seja, a formação de fibroses. Nestes casos, uma ferramenta
de tratamento terapêutico é a determinação do quadro inflamatório e dos estágios
cicatriciais. Neste contexto, disserte quanto aos estágios de restauração tecidual,
relatando o tempo de duração de cada fase e os procedimentos básicos que podem
ser realizados pelo fisioterapeuta.
149
SUBSTÂNCIAS E/OU MEDICAMENTOS
UTILIZADOS PELO FISIOTERAPEUTA
1 INTRODUÇÃO
UNIDADE 3 TÓPICO 2 -
Acadêmico, neste tópico, abordaremos as substâncias e medicamentos que
podem e geralmente são utilizados pelo fisioterapeuta dermatofuncional. Sabemos que,
em sua formação técnico, científica e legal, o fisioterapeuta é o profissional que cuida da
funcionalidade humana, inclusive na área da dermatofuncional.
Na prática, o fisioterapeuta dermatofuncional previne disfunções e recupera
funções corporais, tanto na área estética como de saúde em geral. Porém, é desconhecida
a possibilidade desses profissionais utilizarem substâncias e medicamentos regulados
pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Coffito).
Neste tópico, você irá estudar a respeito da iontoforose, carboxiterapia, alguns
princípios ativos utilizados em dermatofuncional e em alguns cosméticos.
2 IONTOFORESE
A iontoforese é um método que utiliza corrente contínua para administração
da pele, com substâncias que serão utilizadas com objetivo terapêutico específico. Um
exemplo é a corrente galvânica, que serve para permeação de substâncias terapêuticas.
Ela possui esse fim devido a sua capacidade de influenciar na movimentação das
substâncias, quando apresentam formatação iônica.
Antes de abordamos mais especificamente esse método, é importante que você
entenda algumas questões. A pele e a gordura são fracos condutores de corrente elétrica,
oferecendo maior resistência ao fluxo de corrente. Intensidades de corrente mais altas
são necessárias para se criar movimento de íons em áreas onde as camadas de pele e
de gordura são espessas, aumentando a probabilidade de queimaduras, principalmente
ao redor do eletrodo negativo. Contudo, a presença de glândulas sudoríparas diminui a
impedância, facilitando, assim, o fluxo de corrente contínua, bem como de íons. Os ductos
sudoríferos são os trajetos primários pelos quais os íons se movem através da pele.
150
À medida que a pele se torna mais saturada com um eletrólito, e o fluxo
sanguíneo aumenta para a área durante o tratamento, a impedância total da pele
irá diminuir sob os eletrodos. A iontoforese deve ser considerada como tratamento
relativamente superficial, com a medicação penetrando não mais do que um centímetro
e meio durante um período de 12 a 24 horas, mas apenas um a três milímetros durante
a duração do tratamento médio (GUIRRO; GUIRRO, 2003).
FIGURA 5 – IONTOFORESE
FONTE: <https://shutr.bz/3ir78UF>. Acesso em: 1 mar. 2022.
A densidade da corrente é diretamente proporcional ao número de íons
absorvidos e vice-versa. Quanto mais longosos fluxos de corrente, maior será o número
de íons transferidos para os tecidos. Desta forma, a transferência de íons pode ser
aumentada quando aumentamos a intensidade e a duração do tratamento.
Infelizmente, à medida que a duração do tratamento aumenta, a impedância da
pele diminui, aumentando, desta forma, a probabilidade de queimaduras. Mesmo que a
concentração de íons afete a transferência de íons, as concentrações maiores do que 1
a 2% não são mais efetivas do que as medicações em concentrações mais baixas.
A quantidade de íons a serem transferidos para os tecidos na iontoforese,
são determinados pela intensidade ou densidade da corrente no eletrodo
que estiver ativo, assim como pela duração do fluxo de corrente e pela
concentração de íons em solução.
ATENÇÃO
Uma vez que os íons passam através da pele, eles se recombinam com íons
existentes e radicais livres que flutuam na corrente sanguínea, formando os novos
compostos necessários para interações terapêuticas favoráveis.
151
2.1 TIPO DE CORRENTE NECESSÁRIA
Como vimos anteriormente, na iontoforese, utilizamos a corrente galvânica,
uma corrente contínua, constante, direta, unidirecional. Em outras palavras, é um tipo
de corrente em que o fluxo de elétrons ocorre em apenas uma direção.
A aplicação dessa corrente pode ser dividida em galvanização e a iontoforese. A
galvanização é utilizada para obtermos os efeitos do ponto de vista fisiológico (polares
e interpolares), gerando alterações locais e sistêmicas. Os efeitos polares ocorrem na
superfície do corpo que fica sob os eletrodos.
Em razão das propriedades dos tecidos biológicos, que apresentam elevadas
concentrações de íons positivo e negativo, podemos, por uma diferença de potencial,
realizar o movimento iônico dentro do tecido. Importantes resultados desse movimento
ocorrem por causa desses efeitos. O movimento dos íons dentro dos tecidos resulta nos
efeitos polares, com consequências físicas e químicas, classificadas em: efeitos osmóticos,
efeitos eletroquímicos, modificações vasomotoras e alterações na excitabilidade.
Veja, a seguir, os efeitos interpolares:
• eletrosmose ou endosmose: envolve a transferência de líquido de um polo para
outro, o que irá produzir modificações da água nos tecidos. No polo positivo ocorre a
anaforese, e no polo negativo a cataforese;
• eletroforese: ocorre por causa da migração de soluções coloidais, bactérias, células
do sangue, por meio da corrente contínua devido à absorção ou à oposição de íons;
• eletrotônus: relacionado à alteração na condutibilidade e excitabilidade que a
corrente elétrica produz nos tecidos corporais;
• vasodilatação da pele: ocorrerá liberação de energia com aumento da temperatura
local, a qual está relacionada à resistência dos tecidos à passagem da corrente (o
chamado efeito Joule);
• aneletônus: efeito que ocorre no polo positivo, diminuindo a excitabilidade nervosa
e gerando analgesia;
• cateletônus: ocorre no polo negativo, aumentando a excitabilidade nervosa, e
gerando estimulação para peles desvitalizadas.
A corrente galvânica, ao passar sobre o tecido, transfere íons de um polo para
o outro. Agem nos nervos vasomotores, tornando a hiperemia mais ativa, a qual atinge
tecidos mais profundos por estimulação reflexa. Isso ocasiona um aumento da irrigação
sanguínea e da nutrição dos tecidos mais profundos, além de maior oxigenação e
aumento do metabolismo.
O aumento do fluxo sanguíneo está associado à vasodilatação de arteríolas e
capilares que conduzem uma maior quantidade de substâncias nutritivas para a área,
como leucócitos, colaborando para o reparo.
152
A corrente contínua tem sido utilizada tradicionalmente para iontoforese. Esse
tipo de corrente assegura o fluxo de íons unidirecional, o que não pode ser realizado
com o emprego de corrente bidirecional ou alternada. A iontoforese que utiliza corrente
alternada evita queimaduras eletroquímicas, e a administração do fármaco aumenta
com a duração da aplicação.
Nem as correntes contínuas de alta voltagem, nem as correntes interferenciais
podem ser utilizadas para iontoforese, visto que a corrente é interrompida e a duração
de corrente é muito curta para se produzir movimento de íon significativo. Deve-se
acrescentar, contudo, que as correntes pulsadas moduladas têm sido empregadas
com algum sucesso em estudos in vivo e in vitro em animais de laboratório, para a
administração transdérmica de fármacos.
2.2 GERADORES DE IONTOFORESE
Estão disponíveis no mercado vários geradores de corrente que produzem
corrente contínua e são especificamente empregados para iontoforese. Deve ser
enfatizado que qualquer gerador que tenha a capacidade de produzir corrente contínua,
pode ser utilizado para iontoforese.
Alguns geradores são movidos por baterias, outros, por corrente alternada. Muitos
geradores produzem corrente em uma voltagem constante, que reduz gradualmente a
impedância da pele, aumentando-se, consequentemente, a densidade de corrente e,
portanto, o risco de queimaduras.
O gerador deve administrar uma saída de voltagem constante para o paciente,
ajustando-se a amperagem de saída para variações normais que ocorrem na impedância
de tecido, reduzindo, dessa forma, a probabilidade de queimaduras. Por motivos de
segurança, o gerador deve se desligar automaticamente se a impedância da pele
diminuir para algum limite pré-ajustado.
O gerador deve ter algum tipo de controle de intensidade de corrente, para que
possa ser ajustado entre 1 e 5 mA. Ele também deve ter um timer ajustável, programandose sua atividade para até 25 minutos. A polaridade dos terminais deve ser claramente
marcada, e uma chave inversora de polaridade é desejável.
Os fios de chumbo que conectam os eletrodos aos terminais devem ser bem
isolados e devem ser verificados regularmente com relação a um possível dano ou quebra.
153
2.3 INTENSIDADE DE CORRENTE
As correntes de baixa amperagem parecem ser mais efetivas como força motriz
do que as correntes com intensidades mais altas. Correntes de intensidade mais alta
tendem a reduzir a penetração efetiva dentro dos tecidos. As amplitudes de corrente
recomendadas ao uso para iontoforese variam entre 3 e 5 mA.
Ao iniciar o tratamento, a intensidade de corrente deve sempre ser aumentada
muito lentamente, até que o paciente relate sentir uma sensação de formigamento
ou de alfinetada. Se dor ou sensação de queimação for evocada, a intensidade está
muito alta e deve ser diminuída. Da mesma forma, quando o tratamento for concluído,
a intensidade de corrente deve ser lentamente diminuída para zero antes dos eletrodos
serem desconectados.
Recomenda-se que a intensidade de corrente máxima seja determinada pelo
tamanho do eletrodo ativo. A amplitude de corrente é geralmente ajustada de modo que
a densidade de corrente esteja entre 0,1 e 0,5 mA/cm2
 da superfície do eletrodo ativo.
2.4 DURAÇÃO DO TRATAMENTO
As durações de tratamento recomendadas variam entre dez e 20 minutos,
sendo a média de 15 minutos. Durante o tratamento de 15 minutos, o paciente deve
estar confortável, sem sinais relatados ou visíveis de dor ou queimadura. O fisioterapeuta
deve verificar a pele do paciente a cada três a cinco minutos durante o tratamento,
procurando sinais de irritação na pele.
Visto que a impedância da pele geralmente diminui durante o tratamento,
pode ser necessário que se diminua a intensidade de corrente para se evitar dor ou
queimadura. Deve-se acrescentar que o eletrodo medicado pode ser deixado no local
por 12 a 24 horas para se intensificar o tratamento inicial.
2.5 DOSAGEM DE MEDICAÇÃO
Uma dose de medicação de iontoforese administrada durante o tratamento é
expressa em miliamperes-minutos (mA-min). Uma mA-min é uma função de corrente e
de tempo. A dose total do fármaco administrada (mA-min) é igual a corrente tempo de
tratamento. Por exemplo: dose de 40 mA-min corrente de 4,0 mA tempo de tratamento
de dez minutos; dose de 30 mA-min corrente de 2,0 mA tempo de tratamento de 15
minutos. Uma dose de administração de fármaco iontoforético típica é 40 mA-min, mas
pode variar de 0 a 80 mA-min dependendoda medicação.
A seguir, veja alguns exemplos de íons recomendados para utilização na
iontoforese, e suas dosagens:
154
• cálcio, de cloreto de cálcio: solução aquosa a 2%. Acredita-se que estabiliza o
limiar de irritabilidade em qualquer direção, conforme imposto pelas necessidades
fisiológicas dos tecidos. Efetivo com condições espasmódicas;
• cobre: a partir de uma solução aquosa a 2% de cristais de sulfato de cobre. Pode ser
utilizado como fungicida, adstringente, e nos casos de dermatofitose;
• hialuronidase: a partir de cristais Wydase em solução aquosa conforme direcionado.
Utilizado para edema localizado;
• lidocaína: a partir de unguento de Xilocaína a 5%; anestésico/analgésico,
especialmente para condições inflamatórias agudas;
• lítio: a partir de cloreto ou carbonato de lítio, solução aquosa a 2%. Efetivo como um
íon de troca com tofos gotosos;
• magnésio: a partir de sulfato de magnésio (“Sais de Epsom”), solução aquosa a 2%.
É um excelente relaxante muscular, bom vasodilatador e analgésico leve;
• mecolil: derivado familiar de acetilcolina, unguento a 0,25%. É um poderoso
vasodilatador, bom relaxante muscular e analgésico;
• priscoline: a partir do hidrocloreto de benzazolina, solução aquosa a 2%. Considerado
efetivo com úlceras indolentes;
• zinco: a partir de unguento de óxido de zinco, 20%. Um elemento de traço necessário
para cicatrização, especialmente eficaz com lesões abertas e ulcerações.
2.6 ELETRODOS
A corrente elétrica contínua deve ser administrada ao paciente através de algum
tipo de eletrodo. Muitos eletrodos diferentes estão disponíveis para o fisioterapeuta,
variando-se desde aqueles “emprestados” de outros estimuladores elétricos até
os eletrodos fabricados comercialmente, prontos para uso, descartáveis e feitos
especificamente para iontoforese.
Os eletrodos mais tradicionais são feitos de estanho, cobre, chumbo,
alumínio ou platina, sustentados por borracha e completamente cobertos
por uma esponja, toalha ou gaze que esteja em contato com a pele. O
material absorvente é encharcado com a solução ionizada a fim de que seja
conduzida para dentro dos tecidos. Se os íons estiverem contidos em uma
pomada, ela deve ser esfregada na pele sobre a zona-alvo e coberta por
algum material absorvente embebido em água ou solução salina antes de o
eletrodo ser aplicado.
IMPORTANTE
155
Os eletrodos comercialmente produzidos, são vendidos com a maioria dos
sistemas de iontoforese. Esses eletrodos possuem uma câmara pequena, na qual
a solução ionizada é armazenada, que é coberta por algum tipo de membrana
semipermeável. O eletrodo se adere à pele. Esse tipo de eletrodo eliminou a confusão
e o esforço que estavam associados à preparação do eletrodo para iontoforese no
passado. Alguns eletrodos estão disponíveis já com as soluções ionizadas dentro. Outros
eletrodos ainda precisam ter a medicação injetada dentro de sua cavidade.
FIGURA 6 – IONTOFORESE COM ELETRODOS
FONTE: <https://shutr.bz/3qng4Pi>. Acesso em: 1 mar. 2022.
Independentemente do tipo de eletrodo utilizado, para se assegurar contato
máximo dos eletrodos, a pele deve ser raspada e limpa antes da inserção dos eletrodos.
Deve-se tomar cuidado para não se machucar a pele durante a limpeza, pois pele
danificada tem uma resistência mais baixa à corrente, de modo que uma queimadura
possa ocorrer mais facilmente. Além disso, deve-se ter cuidado ao se tratarem áreas
que, por uma razão ou outra, possuam sensação reduzida.
Uma vez que esse eletrodo tenha sido preparado, ele, então, torna-se o eletrodo
ativo, e o fio de chumbo para o gerador é inserido de modo que a polaridade do fio seja a
mesma do íon em solução. Um segundo eletrodo, o eletrodo dispersivo, é preparado com
água, gel ou algum outro material condutor conforme recomendado pelo fabricante.
Os dois eletrodos devem ser presos com segurança na pele, de modo que contato e
pressão uniformes na pele sejam mantidos sob os dois eletrodos a fim de se minimizar
o risco de queimaduras. Ao final do tratamento, o controle de intensidade deve retornar
a zero e o gerador deve ser desligado antes de se retirarem os eletrodos do paciente
(GUIRRO; GUIRRO, 2003).
156
Os eletrodos via fios de chumbo não devem ser conectados ao gerador, a menos
que o gerador e o controle de amplitude ou de intensidade estejam desligados.
ATENÇÃO
O tamanho e o formato dos eletrodos podem causar uma variação na
intensidade de corrente e afetar o tamanho da área tratada. Eletrodos menores
possuem uma densidade de corrente maior e devem ser utilizados para se tratar uma
lesão específica. Eletrodos maiores devem ser usados quando a área de tratamentoalvo não é bem definida.
As recomendações para o espaçamento entre os eletrodos ativo e dispersivo
parecem ser variáveis. Eles devem ser separados por, pelo menos, o diâmetro do
eletrodo ativo. Uma fonte recomenda o espaçamento entre eles de, pelo menos,
45,7 cm de distância. À medida que o espaçamento entre os eletrodos aumenta, a
densidade de corrente nos tecidos superficiais irá diminuir, minimizando, talvez, o
potencial para queimaduras
O tipo de eletrodo mais recente utiliza um sistema de administração de fármaco
transdérmico eletrônico liberado por tempo estendido. Uma placa autoadesiva tem uma
bateria embutida, reservada, que produz uma corrente elétrica de nível baixo para se
transportarem íons para o tecido adjacente. A administração de fármaco é interrompida
automaticamente quando a dosagem prescrita for administrada. A placa é de uso
exclusivo e descartável.
3 CARBOXITERAPIA
O gás carbônico foi descoberto pelo escocês Joseph Black, em meados de
1754, por meio da fisiologia circulatória e respiratória. Essa técnica, que utiliza o gás
carbônico medicinal ligado a um cilindro, é aplicada através de um equipo com uma
agulha de insulina no tecido subcutâneo. O equipamento regula a entrada de gás (ml/
min) e o volume (ml) em gás injetado. Esse gás também é utilizado para auxiliar em
alguns exames complementares, devido a sua segurança para o uso terapêutico.
157
FIGURA 7 – CARBOXITERAPIA
FONTE: <https://shutr.bz/3wrlk8E>. Acesso em: 1 mar. 2022.
A agulha e o gás causam inflamação e vasodilatação local, que favorecem
a restauração do tecido. A reconstrução do tecido lesado favorece a angiogênese
(formação de novos vasos), e a fibrinogênese (fibroblastos) e promove a ruptura das
células de gordura (lipólise oxidativa).
Embora seja de fácil aplicabilidade, a carboxiterapia apresenta algumas
contraindicações que devem ser respeitadas, como: infarto agudo do miocárdio, angina
instável, insuficiência cardíaca, epilepsia, gravidez, distúrbios psiquiátricos, histórico de
atopia, rinite alérgica, lúpus, infecção, acne inflamatória, biodermite, herpes simples e
zoster e neoplasia local.
4 PRINCÍPIOS ATIVOS E COSMÉTICOS UTILIZADOS
EM DERMATOFUNCIONAL
Os princípios ativos para fibroedema geloide misturados nos produtos são as
matérias-primas responsáveis pelo efeito gerado no tecido, que terá uma indicação
específica. O foco é utilizar ativos lipolíticos, ativadores da microcirculação, crioterápicos
e termogênicos. Os mais indicados são: cafeisilane (complexo cafeína-silício), cafeína,
xantagosil, nicotinato de metila, sulfato de magnésio, Ginkgo biloba, extrato de arnica,
cavalinha, triac; argisil, e castanha-da-índia.
Também existem muitos ativos que podem ser utilizados para auxiliar
no tratamento da gordura, porém, a eficácia da permeação depende de fatores
relacionados com a pele, o próprio princípio e o veículo adequado. As substâncias que se
destacam são hiperemiantes, lipolíticas e crioterápicas: cafeisilane ou cafeína, iodotrat,
remoduline, xantagosil; argisil arginina combinada com silício orgânico, theophysilane
C, e fosfatidilcolina.
158
Já para as estrias, a remoção de pele morta pelo peeling de diamante favorece a
permeação dos ativos. A aplicação de cosméticos específicos potencializa a terapêutica,
como vitamina C, silício orgânico, máscara de argila verde e ácidos graxos essenciais.
Os peelings químicos também apresentam resultados satisfatórios, sendo queos mais
indicados para essa disfunção cinética corporal são o glicólico, o tartárico e o mandélico.
O setor de cosméticos está cada vez mais em ascensão, de modo que os avanços
nas pesquisas são constantes, com a disponibilização de cosméticos mais aprimorados e
com resultados mais satisfatórios. Planejar o atendimento e a terapia requer conhecimento
e habilidade do profissional para propor um protocolo eficaz e coerente.
A esfoliação física é um dos primeiros passos nos atendimentos corporais,
sendo de suma importância, devido a sua ação de remoção das primeiras camadas
de pele, facilitando a permeação de um produto. A esfoliação age por atrito sobre a
camada córnea do indivíduo, podendo ser derivada de substância de sementes, cascas,
folhas, frutos e microesferas de polietileno. Por meio dos ativos presentes dentro dos
cosméticos, é possível uma ação específica no tecido.
Para a flacidez de pele, são indicados os seguintes ativos: firmantes; densiskin,
rafermine, DMAE, Liftiline, vegetensor®, easy lift, sesaflash. Os ativos de fatores de
crescimento são importantes para o reparo tecidual e a renovação celular, pois, após
uma lesão, eles interagem com os receptores da superfície celular para iniciar a
cicatrização. A carência de fatores de crescimento pode acelerar o envelhecimento da
pele, favorecendo uma flacidez tissular.
Para compreender o mecanismo de ação dos ativos para a gordura e a
lipodistrofia ginoide, faz-se necessário conhecer o processo de lipólise e lipogênese. Os
ativos mais eficazes devem ativar os receptores beta-adrenérgicos e estimular a lipólise
(diminuição dos adipócitos). Há ativos que bloqueiam o receptor alfa-2-adrenérgico
e inibem a lipogênese (armazenamento de gordura no adipócito), como: cavalinha,
amarashape®, extrato de arnica, fosfatodilcolina, xantagosil, cafeína, entre outros.
Os cosméticos empregados na pele têm uma função importante, diretamente
relacionada com os princípios ativos, possibilitando o direcionamento de um tratamento.
A xerose cutânea, também conhecida como pele seca, pode ocorrer em qualquer
pessoa durante o decorrer da vida, podendo ser restabelecida a hidratação da pele
sem problemas. Contudo, alguns fatores, como participação genética, ambiental e
comportamental (estilo de vida), estresse, idade, sexo e doenças, podem influenciar
no mecanismo de desidratação. Dessa forma, a camada córnea fica comprometida,
ocorrendo a perda de água através da pele. A pele se mantém hidratada graças ao
auxílio dos lipídeos, que são produzidos pela glândula sebácea e distribuídos sobre a
camada córnea, formando um manto.
159
Quando ocorre uma desidratação, as funções orgânicas da pele ficam
comprometidas, favorecendo os distúrbios estéticos, como flacidez tissular,
envelhecimento e estrias. Portanto, deve-se buscar cosméticos que auxiliem na
hidratação, potencializando os resultados estéticos de um tratamento. Deve-se buscar
por uma hidratação ativa, incluindo ativos que permeiem na camada córnea e retenham
líquido em toda a sua extensão, como ureia (5%), lactato de amônio (5%) e glicerina (5%).
O hidratante ideal deve combinar três formas de atuação em um produto:
umectação, oclusão e hidratação ativa. Para reverter os efeitos negativos gerados por
uma desidratação, sugere-se ativos hidratantes, como aquaxil®, alantoína, aloe vera e
aquaporine®. Lembre-se de que, para um resultado mais eficaz, os produtos cosméticos
devem ser associados a outras terapias.
160
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A iontoforese é um método que utiliza corrente contínua para administração da pele
com substâncias que serão utilizadas com objetivo terapêutico específico.
• A iontoforese oferece efeitos interpolares, como a eletrosmose, eletroforese,
eletrotônus, vasodilatação da pele, aneletônus e cateletônus.
• Pela iontoforese, pode ser aplicado cálcio, cobre, hialuronidase, lidocaína, lítio,
magnésio, mecolil, priscoline e zinco.
• A carboxiterapia utiliza o gás carbônico medicinal ligado a um cilindro e é aplicada
através de um equipo com uma agulha de insulina no tecido subcutâneo.
• As substâncias mais indicadas para tratamento de gordura localizada e fibroedema
geloide incluem cafeisilane, cafeína, xantagosil, nicotinato de metila, sulfato de
magnésio, Ginkgo biloba, extrato de arnica, cavalinha, triac, argisil e castanha-da-índia.
161
1 A iontoforese é uma técnica não invasiva, baseada na aplicação de corrente elétrica
de baixa intensidade para facilitar a liberação de uma variedade de substâncias ativas
e medicamentos, carregados ou não, por meio de membranas biológicas, rumo à
corrente sanguínea. É utilizada a bastante tempo na área dermatofuncional. Quando
à corrente utilizada para a introdução de medicação no corpo, conhecida como
iontoforese, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Bifásica senoidal.
b) ( ) Bifásica assimétrica balanceada.
c) ( ) Bifáfica simétrica.
d) ( ) Contínua.
2 O fisioterapeuta na dermatofuncional pode e deve utilizar diversas substâncias e
alguns medicamentos para melhor tratamento estético. Por exemplo, os princípios
ativos para fibroedema geloide misturados nos produtos são as matérias-primas
responsáveis pelo efeito gerado no tecido, que terá uma indicação específica. Com
base nos princípios ativos e cosméticos utilizados no tratamento do fibroedema
geloide, analise as afirmativas a seguir:
I- O foco é utilizar ativos lipolíticos, ativadores da microcirculação, crioterápicos e
termogênicos.
II- Dentre as substâncias ativas mais indicadas estão a cafeisilane, xantagosil e
nicotinato de metila.
III- A eficácia da permeação das substâncias utilizadas depende de fatores relacionados
à pele, ao próprio princípio e ao veículo adequado.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As afirmativas I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a afirmativa II está correta.
c) ( ) As afirmativas I, II e III estão corretas.
d) ( ) Somente a afirmativa III está correta.
AUTOATIVIDADE
162
3 A corrente elétrica contínua deve ser administrada ao paciente através de algum
tipo de eletrodo. Muitos eletrodos diferentes estão disponíveis para o fisioterapeuta,
como aqueles prontos para uso, os descartáveis e os feitos especificamente para
iontoforese. Tendo como base o conteúdo estudado sobre os eletrodos utilizados na
iontoforese, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) Os eletrodos comercialmente produzidos possuem uma câmara pequena, na qual
a solução ionizada é armazenada, que é coberta por algum tipo de membrana
semipermeável.
( ) O eletrodo nem sempre deve estar aderido à pele do paciente.
( ) Alguns eletrodos estão disponíveis já com as soluções ionizadas dentro.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V - F - F.
b) ( ) V - F - V.
c) ( ) F - V - F.
d) ( ) F - F - V.
4 Em razão das propriedades dos tecidos biológicos, por uma diferença de potencial,
é possível realizar o movimento iônico dentro do tecido, gerando importantes
resultados. Associados aos efeitos polares de transferência iônica ocorrem outros
efeitos denominados interpolares. Diante disso, discorra sobre os efeitos eletrotônus,
aneletônus e cateletônus.
5 A carboxiterapia é considerada uma técnica com a qual injeta-se gás carbônico no
tecido subcutâneo do paciente. Para isso, utiliza-se um aparelho com uma agulha
bastante fina. A carboxiterapia objetiva melhorar a circulação e oxigenação dos
tecidos. Porém, nem todas as pessoas podem se beneficiar dessa técnica. Nesse
contexto, disserte quanto as contraindicações da carboxiterapia.
163
TÓPICO 3 -
PROCEDIMENTOS INJETÁVEIS
REALIZADOS PELO FISIOTERAPEUTA
1 INTRODUÇÃO
UNIDADE 3
Acadêmico, neste tópico, abordaremos alguns procedimentos injetáveis
utilizados pelo fisioterapeuta dermatofuncional. Já vimos um desses procedimentos no
tópico anterior, a carboxiterapia.
Aqui, iremos focar na ozonioterapia, no Plasma Rico em Plaquetas (PRP), na
intradermoterapia/mesoterapia, no microagulhamento (STOEBER; MAIBACH; SIVAMANI,
2022), hidrolipoclasia ultrassônica não aspirativa, preenchedoressemipermanentes,
fios de sustentação e bioestimulação, e na toxina botulínica.
Essas e outras técnicas injetáveis pelo fisioterapeuta são legalmente embasadas
pelo documento orientador para o uso racional de substâncias e/ou medicamentos e
procedimentos injetáveis pelo fisioterapeuta, o Acórdão nº 20/2020, de 19 de novembro
de 2020, do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Coffito).
2 ACÓRDÃO Nº 20/2020, DE 19 DE NOVEMBRO DE 2020
Esse Acórdão nada mais é do que um documento orientador para o uso racional
de substâncias e/ou medicamentos, e procedimentos injetáveis pelo fisioterapeuta. Ele
foi criado pelo Coffito, considerando a necessidade do estabelecimento de um uso mais
racional de medicamentos e também de procedimentos injetáveis pelo fisioterapeuta
em sua prática clínica.
Conforme o Art. 2º do Acórdão nº 020/2020, as seguintes técnicas e
procedimentos são próprios da fisioterapia:
Intradermoterapia/Mesoterapia; Microagulhamento; Hidrolipoclasia
Ultrassônica não Aspirativa; Preenchedores Semipermanentes;
Procedimento Injetável para Microvasos; Toxina Botulínica
Fisioterapêutica; Terapia Neural; Ozonioterapia; Plasma Rico
em Plaquetas e Terapia Fotodinâmica e Fotossensibilizadores
Fisioterapêuticos (COFFITO, 2020, p. 4-5).
Contudo, para a utilização dos recursos/técnicas citados anteriormente, “[…]
recomenda-se que o fisioterapeuta seja especialista profissional na área da especialidade
em que o recurso venha a ser utilizado” (COFFITO, 2020, p. 5).
164
Caro estudante, tenha acesso completo ao Acórdão nº 20, de 19 de novembro
de 2020, do Coffito. É o documento que respalda e autoriza a utilização
de procedimentos injetáveis pelo fisioterapeuta, principalmente na área
dermatofuncional. Disponível em: https://bit.ly/36w8Ql4.
DICA
3 OZONIOTERAPIA
Dentre as técnicas injetáveis da fisioterapia dermatofuncional, destaque-se
a ozonioterapia, uma técnica das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde
(PICs), que utiliza a aplicação de um conjunto de oxigênio e ozônio (gases), por meio de
várias vias de administração.
A técnica tem como objetivos aumentar a resposta do sistema imunológico,
melhorar a oxigenação dos tecidos e aliviar dores crônicas. Em suma, a ozonioterapia
pode ser utilizada para tratar doenças inflamatórias, infecciosas e isquêmicas, pois, tem
propriedades fungicidas, bactericidas e virustáticas.
Os meios mais comuns para realização do tratamento com ozonioterapia é por
meio de aplicações diretas na pele ou ainda por vias intravenosas ou intramusculares.
Conforme a indicação e tipo de aplicação, a concentração dos gases pode variar entre 1
e 100 mg/L, ou seja, 0,05 e 5% O3.
4 PLASMA RICO EM PLAQUETAS (PRP)
O Plasma Rico em Plaquetas (PRP) é um procedimento que utiliza uma porção
do sangue que possui componentes plaquetários e a adição de qualquer produto, como
anticoagulante ou coagulante. Essa técnica possui o objetivo de facilitar o processo
de regeneração dos tecidos por meio da migração, proliferação e diferenciação celular,
inflamação e angiogênese.
O PRP pode, também, ser definido como um volume da fração do plasma de
sangue autólogo com uma concentração de plaquetas maior do que o do valor inicial.
As plaquetas possuem um grande número de fatores de crescimento e de citocinas
com papel importante na regeneração e maturação dos tecidos moles, como a pele,
por exemplo.
165
5 INTRADERMOTERAPIA/MESOTERAPIA
A intradermoterapia ou mesoterapia compreende a aplicação de injeções
intradérmicas de substâncias farmacológicas diluídas e diretamente administradas na
região do paciente a ser tratada.
O método clássico é com a aplicação com agulha e seringa, mas podem ser
utilizados também injetores eletrônicos ou mecânicos de múltiplos pontos. Esses
permitem quantificar o volume e a profundidade da aplicação.
6 MICROAGULHAMENTO
O microagulhamento consiste na microperfuração da pele, geralmente facial,
em diferentes profundidades. Utiliza-se um instrumento composto de cabo com
cilindro revestido de microagulhas acoplado na extremidade. Ele possui diferentes
comprimentos e tem o objetivo de produzir uma inflamação aguda, com consequente
incremento da atividade fibroblástica. Outro objetivo deste procedimento é facilitar
a absorção de substâncias ativas, portanto, durante e após a aplicação, podem ser
utilizados alguns cosméticos (STOEBER; MAIBACH; SIVAMANI, 2022).
FIGURA 8 – MICROAGULHAMENTO
FONTE: <https://shutr.bz/3KWCrTu>. Acesso em: 1 mar. 2022.
O tratamento é realizado pelo rolamento do instrumento em várias direções na
pele do paciente. 2,0 mm é o comprimento máximo das agulhas do instrumento a ser
utilizado pelo fisioterapeuta (STOEBER; MAIBACH; SIVAMANI, 2022).
166
7 HIDROLIPOCLASIA ULTRASSÔNICA NÃO ASPIRATIVA
A hidrolipoclasia ultrassônica não aspirativa compreende a infiltração de uma
solução salina (soro fisiológico, geralmente), com ou sem a presença de agentes
lipolíticos, no tecido adiposo do paciente. Há ainda aplicação do ultrassom terapêutico,
o que gera uma lipólise local do tecido. Essa técnica objetiva, principalmente, reduzir a
gordura corporal localizada.
A utilização dessa técnica em tratamentos estéticos é relativamente atual,
sendo a sua aplicação geralmente associada ao tratamento da lipodistrofia finoide e
da gordura localizada. A possibilidade para sua aplicação se relaciona aos seus efeitos
mecânicos e térmicos.
8 PREENCHEDORES SEMIPERMANENTES
Os preenchedores permanentes compreendem substâncias biocompatíveis
e que são reabsorvidas pelo organismo humano, utilizadas para preenchimentos
subcutâneos, dérmicos e supraperiostal, corrigindo perdas de volume.
Ácido hialurônico, hidroxiapatita de cálcio e o ácido poli-L-láctico são
as principais substâncias utilizadas. O fisioterapeuta não é liberado para usar o
polimetilmetacrilato (PMMA).
9 FIOS DE SUSTENTAÇÃO E BIOESTIMULAÇÃO
É um procedimento que objetiva o realinhamento das estruturas da matriz
extracelular que sofreram ptose, por meio da diminuição das forças de tração do
envelhecimento dos tecidos. O fisioterapeuta utilizará fios absorvíveis, estimulando a
produção de colágeno na região em que foi implantada, ao mesmo tempo em que são
lentamente reabsorvidos pelo organismo.
É proibida a implantação de fios permanentes ou definitivos pelo fisioterapeuta.
Os fios de ácido polilático e os fios de polidioxanona, são os principais materiais utilizados
pelo fisioterapeuta.
167
10 TOXINA BOTULÍNICA
Compreende um procedimento realizado através de uma injeção intramuscular
após diluição da toxina do tipo A. Para tal, utiliza-se uma seringa e uma agulha aplicada
nas regiões do paciente a serem tratadas.
A dosagem irá variar de 10 a 20 U por paciente. É recomendado o volume
de um a cinco mililitros por ponto. Vale reforçar que este procedimento poderá
ser utilizado exclusivamente nas condições registradas pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa).
168
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O Acórdão nº 20, de 19 de novembro de 2020, é o documento orientador para o
uso racional de substâncias e/ou medicamentos e procedimentos injetáveis pelo
fisioterapeuta, criado pelo Coffito.
• Conforme o Art. 2º do Acórdão nº 20/2020, as técnicas de intradermoterapia/
mesoterapia, microagulhamento, hidrolipoclasia ultrassônica não aspirativa,
preenchedores semipermanentes, procedimento injetável para microvasos, toxina
botulínica fisioterapêutica, terapia neural, ozonioterapia, plasma rico em plaquetas e
terapia fotodinâmica e fotossensibilizadores fisioterapêutico, são liberadas para uso
dos fisioterapeutas.
• A ozonioterapia é uma técnica das Práticas Integrativas e Complementares em
Saúde que utiliza a aplicação de um conjunto de oxigênio e ozônio (gases), por meio
de várias vias de administração para melhorar a oxigenação dos tecidos e aliviar
dores crônicas.
• O PRP é um procedimento que utiliza uma porção do sangue que possui componentes
plaquetários e a adição de qualquer produto, como anticoagulante ou coagulante,
com o objetivo de facilitar o processo de regeneraçãodos tecidos por meio da
migração, proliferação e diferenciação celular, inflamação e angiogênese.
• A intradermoterapia, ou mesoterapia, compreende a aplicação de injeções
intradérmicas de substâncias farmacológicas diluídas, e diretamente administradas
na região do paciente a ser tratada.
• O microagulhamento consiste na microperfuração da pele, geralmente facial, em
diferentes profundidades, com o objetivo de produzir uma inflamação aguda, com
consequente incremento da atividade fibroblástica.
• A hidrolipoclasia ultrassônica não aspirativa, compreende a infiltração de uma solução
salina, com ou sem a presença de agentes lipolíticos, no tecido adiposo do paciente,
o que gera uma lipólise local do tecido. Essa técnica objetiva, principalmente, reduzir
a gordura corporal localizada e lipodistrofia finoide.
• Os preenchedores permanentes compreendem substâncias biocompatíveis e que são
reabsorvidas pelo organismo humano, utilizadas para preenchimentos subcutâneos,
dérmicos e supraperiostal, corrigindo perdas de volume. Utiliza-se geralmente ácido
hialurônico, hidroxiapatita de cálcio e o ácido poli-L-láctico.
169
1 O microagulhamento é um tratamento estético, que utiliza diversas agulhas de
aço cirúrgicas dispostas em um tipo de rolo que causam perfurações na pele. O
procedimento aumenta a vasodilatação e estimula a formação de colágeno. É uma
técnica bastante procurada atualmente. Sobre o recurso de microagulhamento (MA)
utilizado pelo fisioterapeuta dermatofuncional em sua prática clínica, assinale a
alternativa CORRETA:
a) ( ) O uso de anticoagulantes pelo paciente não é considerado uma contraindicação
para realização do MA.
b) ( ) Há a necessidade da utilização de anestesia tópica com cremes à base de
lidocaína, ou outros anestésicos tópicos para realização do procedimento de MA.
c) ( ) Em cada área tratada com MA, deve ser realizada apenas uma passada em cada
direção – horizontal, vertical e diagonal.
d) ( ) Os aparelhos de MA podem ser reutilizados, de acordo com as normas da Anvisa,
quando forem autoclavados adequadamente.
2 Atualmente, há uma gama crescente e disponível de técnicas e procedimentos que
podem ser utilizados na área da fisioterapia dermatofuncional. O foco dessas técnicas
e procedimentos é a estética do paciente, mas, também, há aquelas que agem
principalmente na saúde e qualidade de vida. Quanto ao procedimento que utiliza
uma porção do sangue que possui componentes plaquetários e a adição de qualquer
produto, como anticoagulante ou coagulante, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Toxina botulínica.
b) ( ) PNP.
c) ( ) Hidrolipoclasia ultrassônica não aspirativa.
d) ( ) Microagulhamento.
AUTOATIVIDADE
170
3 Com o passar do tempo e evolução das pesquisas na área dermatofuncional,
diversas técnicas, procedimentos e métodos foram desenvolvidos. Um deles é
o microagulhamento, bastante utilizado na área da estética facial, melhorando
aspectos relacionados principalmente ao envelhecimento facial. A respeito do
microagulhamento, analise as afirmativas a seguir:
I- O microagulhamento consiste na microperfuração da pele, geralmente facial, em
diferentes profundidades.
II- Utiliza-se um instrumento composto de cabo com cilindro revestido de microagulhas
acoplado na extremidade.
III- Produz uma inflamação crônica, que dura semanas, com consequente incremento
da atividade fibroblástica.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As afirmativas I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a afirmativa II está correta.
c) ( ) As afirmativas I, II e III estão corretas.
d) ( ) Somente a afirmativa III está correta.
4 Os fios de sustentação e bioestimulação compreende um excelente procedimento
para o rejuvenescimento facial. Pode ser aplicado em diferentes áreas do rosto. Esse
procedimento é liberado pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional,
o Coffito, para uso do fisioterapeuta. Descreva o objetivo do uso dos fios de sustentação
e bioestimulação e seus efeitos.
5 Dentre as técnicas injetáveis da fisioterapia dermatofuncional, destaque-se a
ozonioterapia. É uma técnica relativamente nova, atual e que necessita de treinamento
especializado do profissional. É uma das técnicas injetáveis autorizadas pelo Coffito,
para utilização do fisioterapeuta. Discorra a respeito dessa técnica.
171
TÓPICO 4 -
FISIOTERAPIA EM PACIENTES QUEIMADOS
1 INTRODUÇÃO
UNIDADE 3
Acadêmico, neste tópico abordaremos o papel da fisioterapia dermatofuncional
em pacientes queimados. Calor, fogo, substâncias químicas, eletricidade e radiação
podem causar queimaduras nos tecidos corpóreos. A queimadura é uma transferência
de energia que, muitas vezes, passa pela pele causando um dano celular, que pode
comprometer algumas funções. Ainda, o aquecimento rápido da superfície do corpo
leva à dilatação dos vasos sanguíneos e gera respostas inflamatórias.
Milhares de pessoas sofrem com queimaduras, sendo que dez a cada 1.000
morrem por isso. Dessa maneira, o tratamento adequado requer entendimento não só do
local lesionado, mas dos aspectos hematológicos, nutricionais, imunológicos e biofísicos.
A prevalência de indivíduos queimados é alta, e estes precisam ser bem
avaliados e tratados, devido à gama de consequências que podem ocorrer após uma
lesão térmica. Cabe ao fisioterapeuta entender a fisiologia do processo de queimaduras,
assim como de sua cicatrização.
O fisioterapeuta deve saber avaliar a profundidade e a extensão da lesão, assim
como sugerir um tratamento cinético-funcional, manual e eletrotermofototerapêutico
para seus pacientes. É importante ter em mente que o número de profissionais da área
da saúde especializados em queimaduras é reduzido frente à demanda de pacientes.
2 ASPECTOS GERAIS E FISIOLÓGICOS DA QUEIMADURA
E DA CICATRIZAÇÃO
A queimadura pode gerar alterações teciduais locais e sistêmicas. Assim, a
seguir, serão abordadas as reações que os indivíduos podem sofrer ao terem uma lesão
térmica e como será a resposta do organismo frente a isso.
As lesões térmicas, como as queimaduras, são um dos principais problemas de
saúde do trabalhador. Cerca de 100 mil pacientes são atendidos pelo serviço hospitalar
por ano, e a taxa de mortalidade é de 2,5 a cada mil queimados, sendo o óbito causado
de maneira direta ou indireta por esse tipo de lesão.
Dependendo do grau da queimadura, ocorrerá lesão em tecidos profundos,
como osso, músculo, vasos, nervos e tendões. Esses fatores vão gerar diferentes
manifestações clínicas, como pequenas bolhas e aspecto marmorizado da pele,
podendo ser preto, amarelo, branco e vermelho.
172
Entre os fatores que mais causam queimaduras, 50% dos casos de lesões são
causados por líquidos superaquecidos, chama direta ou superfícies quentes, como ferro
de passar roupa, tampa de panela, churrasqueira etc.
Assim, quando ocorre uma queimadura, a integridade da pele, que é um
fator de proteção do organismo humano, é completamente destruída, favorecendo o
aparecimento de bactérias patogênicas. Estas podem se reproduzir facilmente, devido
ao ambiente desequilibrado da microbiota cutânea, e essa infecção pode ser fatal –
ela representa um quarto dos óbitos de pacientes queimados. Assim, deve-se acelerar
o processo de cicatrização, seja por meio de recursos terapêuticos ou por enxerto
(GUIRRO; GUIRRO, 2003).
No momento agudo de uma lesão térmica, é observada a liberação de histamina
pelos mastócitos, a qual vai aumentar a permeabilidade capilar e gerar o extravasamento
do plasma sanguíneo no interstício do tecido.
Consequentemente, se formará um edema e ocorrerá hipovolemia, sendo que
esse processo de vasodilatação ocorre em minutos e pode atingir seu ápice em até
oito horas. Por esse aumento ser intenso, as soluções cristaloides e coloides podem
passar livremente pelo vaso, contribuindo ainda mais com o edema e agravando a
retenção hídrica.
Resumidamente, o edema, a perda de líquidos e o aumento da permeabilidade
capilar vão gerar dois riscos para o paciente, descritos a seguir:
• choque hipovolêmico: tipo frequente de choque que diminui o débito cardíaco
devido à redução do volume sanguíneo,nesse caso, pela perda de líquidos não
associada à hemorragia. Pode causar aumento da atividade simpática, hiperventilação,
vasoconstrição venosa e hipoperfusão tecidual, a qual vai aumentar os níveis de
lactato;
• perda de eletrólitos: perda de minerais responsáveis pela transposição de água
dentro do ambiente celular, além de atuarem nas sinapses nervosas. Esse desequilibro
eletrolítico é decorrente da aldosterona que foi secretada em função da hipovolemia,
promovendo a liberação de sódio e perda de potássio.
Outra preocupação constante é a infecção nas feridas, visto que o paciente
pode sofrer uma sepse – uma inflamação intensa em todo o organismo, quando os
agentes infecciosos realizam a invasão dos vasos sanguíneos e percorrem todo o corpo.
Este estado de sepse pode levar a um quadro de hipóxia tecidual e a um aumento dos
fatores coagulativos, gerando tromboses e hemorragias ao longo do corpo. Os sintomas
mais comuns são:
• temperatura corporal acima de 38 °C ou abaixo de 35 °C;
• taquicardia, que, quando associada à hipovolemia, pode causar bradicardia;
• frequência respiratória elevada, acima de 20 incursões por minuto;
• no hemograma, leucócitos acima de 12.000 cel/mm3 ou abaixo de 4.000 cel/mm3.
173
Além dessas alterações metabólicas, ainda ocorre a baixa filtração glomerular,
a qual gera hipoalbuminemia, decorrente da hemodiluição, podendo estar associada
a quadros de hipomagnesemia, hipofosfatemia e hipopotassemia. Esse quadro gera
sinais e sintomas de náuseas, vômitos, letargia, fraqueza, alteração de personalidade,
podendo chegar à paralisia e insuficiência respiratória.
Em relação ao tecido superficial, será visível a aparição de escaras,
potencialmente constritivas, gerando cicatrizes que limitam a expansão do tecido. Elas
são uma ameaça à mobilidade articular, principalmente dos dedos e, quando envolvem
a região torácica, podem comprometer a ventilação. O enfoque terapêutico do paciente
é diretamente ligado ao conhecimento fisiológico e clínico que ele pode apresentar.
3 AVALIAÇÃO DO PACIENTE QUEIMADO
As vítimas de queimaduras possuem um quadro clínico diferente um do
outro, afinal, tudo dependerá da gravidade da lesão. Desta forma, avaliar o paciente é
fundamental para o sucesso do tratamento fisioterapêutico.
É necessário que o fisioterapeuta saiba como avaliar a profundidade da
queimadura, além de sua extensão, entender o estado de hidratação do paciente e
realizar uma avaliação cinesiológica dos movimentos/tecidos adjacentes.
A seguir, será abordada a classificação das queimaduras quanto à profundidade.
3.1 CLASSIFICAÇÃO PELA PROFUNDIDADE DA QUEIMADURA
A classificação pela profundidade da queimadura é dividida em três graus,
descritos a seguir.
• Lesão de primeiro grau: lesão que atinge a camada mais superficial da pele, a
epiderme, podendo deixar um aspecto úmido, com hiperemia, edema e dor. Não
há presença de sangue, e o quadro é resolvido em poucos dias, podendo haver
escurecimento e descamação da pele. Essas lesões não necessitam de tratamento
fisioterapêutico, visto que sua regeneração é rápida, podendo levar até sete dias.
• Lesão de segundo grau: a profundidade dessa lesão chega até a derme, a qual vai
apresentar bolhas (flictenas), as quais podem estar rompidas. Caso seja uma lesão
de segundo grau superficial, o paciente pode manter alguns folículos pilosos, no
entanto, quando ocorre o rompimento das bolhas, será visível uma pele avermelhada
e úmida, podendo ter formação cicatricial em 14 até 21 dias. Nesse tipo de lesão, o
fisioterapeuta não encontrará alterações funcionais no movimento articular e poderá
tratar, principalmente, por meio de recursos eletrotermofototerapêuticos. Agora, se
for uma lesão de segundo grau profunda, após o rompimento das bolhas, é normal
174
visualizarmos uma camada branca (pálida) da pele, menos dolorosa. Como o epitélio
é frágil, nesses casos, pode ocorrer úlceras com facilidade, gerando cicatrizações
hipertróficas e formação de contraturas cicatriciais, as quais podem impedir o
movimento tecidual e articular. Para evitar tal comprometimento, pode ocorrer a
excisão tangencial e a colocação de enxertos. Nesse caso, se houver uma cicatrização
em dobras articulares, poderá limitar o movimento; assim, a atuação do fisioterapeuta
é indispensável.
• Lesão de terceiro grau: acomete os tecidos cutâneo, subcutâneo, muscular e
até ósseo. Apresenta formação da pele marmorizada, com cor esbranquiçada, com
redução da capacidade elástica, perda de sensibilidade e vasos trombosados. Nas
áreas carbonizadas pelo estímulo térmico ou elétrico, pode-se dizer que é uma lesão
de quarto grau.
FIGURA 9 – QUEIMADURAS DE 1º, 2º E 3º GRAU
FONTE: <https://shutr.bz/3ItUkrd>. Acesso em: 2 mar. 2022.
Em toda lesão que se apresentar circular, ou no tórax, os médicos realizam a
escarotomia, que é a retirada de todo o tecido morto. A avaliação da extensão e do
comprometimento de regiões articulares é indispensável para esse grau de queimadura,
devido à profundidade dela, a qual pode limitar severamente o movimento, se não
houver a colocação de enxertos.
3.2 MENSURAÇÃO DA EXTENSÃO DA QUEIMADURA
O cálculo de extensão corporal não deve embutir as áreas de primeiro grau.
Caso isso aconteça, ocorrerá uma supervalorização da ferida. Usaremos a regra dos
nove, um método rápido para mensurar a extensão da lesão, além de ser o procedimento
mais utilizado em hospitais. Basta vermos a região que foi queimada e somarmos a
porcentagem referente àquela área. Em seguida, utilizamos a classificação de acordo
com a gravidade da lesão, proposta pela American Burn Association, descrita a seguir:
175
• Lesão mínima:
◦ < 15% da espessura parcial da superfície corporal (10% em crianças);
◦ < 2% da espessura plena da superfície corporal (não envolvendo olhos, orelhas,
face ou períneo).
• Lesão moderada:
◦ todas aquelas com 15% a 25% da superfície corporal (10% a 20% em crianças);
◦ 2% a 10% da espessura total da superfície corporal (não envolvendo olhos, orelhas,
face ou períneo).
• Lesão maior:
◦ todas aquelas com > 25% de espessura da superfície corporal (> 20% em crianças);
◦ todas as queimaduras de face, olhos, orelhas e pés;
◦ todas as queimaduras elétricas;
◦ todas as queimaduras por inalação;
◦ todas as queimaduras com fratura ou trauma tecidual importante;
◦ todas as queimaduras com grande risco, secundário à idade ou doença.
Todas as informações básicas devem ser colhidas, como nome, idade, sexo,
estado civil, trabalho etc. Deve-se identificar as patologias associadas e pregressas, o tipo
de acidente, como ocorreu, o agente causador e se houve trauma associado e inalação de
fumaça. Ainda, deve-se realizar a avaliação respiratória por ausculta pulmonar.
O fisioterapeuta deve realizar a mensuração das feridas com uma fita métrica, e
fazer um acompanhamento fotográfico para observar os futuros resultados do
tratamento fisioterapêutico.
ATENÇÃO
4 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO EM
PACIENTES QUEIMADOS
Após obter as informações necessárias durante a avaliação, o fisioterapeuta
tem um dos papéis mais importantes no atendimento do paciente queimado, que é
avaliar o tratamento mais indicado para cada caso.
Existem algumas técnicas e procedimentos que podem ser utilizados
nos pacientes que sofreram queimaduras, seja de 1º, 2º ou 3º grau. Dependerá do
conhecimento e capacidade do fisioterapeuta em escolher a técnica mais indicada para
cada caso.
176
4.1 COMPRESSÃO TECIDUAL
O processo de cicatrização das queimaduras predispõe à formação de
cicatrizes hipertróficas e contraturas, devido ao aumento de vascularização, pelo qual
os fibroblastos e miofibroblastos podem passar, ocorrendo deposição de colágeno e
material intersticial. Isso vai depender da duração da vascularidade – quanto maior a
duração, maior a chance de formar uma cicatriz hipertrófica.
As cicatrizes que perdem seu aspecto avermelhado dentro de dois a três
meses têm baixa chance de terem complicações teciduais restritivas. Essas cicatrizes
hipertróficas perdem seu aspecto avermelhado e se tornam macias e planas. Para isso
acontecer corretamente,é necessário aplicar compressão a um nível que exceda a
pressão capilar, isto é, 25 mmHg, diminuindo a intensidade da cicatrização.
As cicatrizes retráteis podem aparecer já nas primeiras semanas, evoluindo
durante seis a dez meses na ausência de tratamento. Elas vão gerar uma tensão
constante e permanente, tendo espessura parcial e profunda.
Um dos tratamentos para esse tipo de cicatrização é a compressão por malhas
compressivas. Essas malhas devem ser confeccionadas sob medida. O material
utilizado normalmente é 67% nylon e 33% látex, capaz de proporcionar uma
compressão superior à do capilar sanguíneo.
ATENÇÃO
Para que ocorra sucesso no tratamento, a fisioterapia deve iniciar com o uso das
malhas logo após a epitelização completa, sendo que o paciente pode usar 23 horas por
dia, durante 12 a 36 meses.
Caso isso seja realizado, ocorrerá a diminuição do prurido e da sensação de
ferroadas no paciente; além disso, a elasticidade da pele será favorecida, e será
promovido o benefício funcional e estético. Vale ressaltar que a pressão facilita a
drenagem linfática e, por isquemia tissular, ocasiona remodelamento do colágeno,
induzindo a formação de fibras paralelas.
4.2 AGENTES ELETROTERMOFOTOTERAPÊUTICOS
A fotobiomodulação é um ótimo recurso para pacientes queimados. Por ser
uma luz, o laser de baixa intensidade tem algumas características especiais, como
monocromaticidade (apenas uma cor), unidirecionalidade (todos os fótons têm uma
única direção), e coerência (todos os picos de onda acontecem ao mesmo tempo,
mantendo a amplitude igual).
177
No caso de queimaduras superficiais, ao nível da epiderme, podemos utilizar
equipamentos com comprimentos de onda próximos a 630 nm, conhecidos como laser
vermelho, visto que sua penetração no tecido é baixa. Já para lesões de queimaduras
profundas, é recomendado utilizar lasers com comprimentos de onda próximos a 904
nm, visto que sua penetração tecidual é alta, esse laser é conhecido como infravermelho.
No momento em que a luz penetrar a célula, a enzima citocromo oxidase
vai absorver os fótons e desencadear uma cascata metabólica. Que vai aumentar a
produção de adenosina trifosfato nas mitocôndrias, além de auxiliar na formação de
novos vasos por meio dos fatores de crescimento vasoendoteliais.
Dessa maneira, para queimaduras de segundo grau, é recomendada a realização
de laser de baixa intensidade, com intervalo de três dias. Com o laser vermelho de
arseneto de gálio, com frequência de 10 kHz e potência de 100 mW, aplicando-se uma
fluência de 4 J/ cm2
, vai ocorrer a ativação mitocondrial, a replicação do DNA local e o
aumento da neurotransmissão. Isso gera uma cascata metabólica que vai resultar na
reparação tecidual, na resolução inflamatória e na diminuição da dor.
Já a luz intensa pulsada é utilizada variando o comprimento de onda entre 390 e
1.200 nm. A luz é emitida em forma de flash. Essa variação de comprimentos de onda vai
penetrar profundamente na pele, ampliando a destruição de vasos profundos, enquanto
aquece vasos de maior calibre de maneira lenta, ajudando na remodelação de colágeno.
Para tais efeitos, é recomendado aplicar 13 J/cm2
, com 22 ms de duração do flash, com
gel resfriado na região, fazendo um disparo para cada dois cm2
.
Por sua vez, a terapia ultrassônica vai gerar vibrações mecânicas com uma
frequência entre 0,7 e 3 Mhz. Para o tratamento de cicatrizes hipertróficas, preconizase o uso do modo contínuo, por aumentar a mobilidade da cicatriz endurecida (madura),
aumentando a extensão das proteínas de colágeno, podendo-se observar uma
suavização do tecido cicatricial. A potência sugerida pode variar entre 1 e 3 W/cm2
,
durante cinco a oito minutos, sendo que os resultados são mais expressivos quando a
cicatriz não completou um ano.
A terapia com ultrassom vai acelerar a resposta inflamatória, promovendo
a liberação de histamina e fatores de crescimento pela granulação de macrófagos,
mastócitos e plaquetas, aumentando a síntese de colágeno pelos fibroblastos. Lembrando
que não se deve aplicar o ultrassom em regiões com hipoestesia ou insuficiência
vascular, no nível dos olhos, em grávidas, sobre a área cardíaca, em tumores malignos,
testículos ou regiões trombóticas, em implantes metálicos ou em endopróteses.
178
NOTA
A eletroterapia é um recurso eficiente no tratamento de cicatrizes hipertróficas.
Por exemplo, podemos utilizar correntes alternadas para tratar aderências de
tendões ao tecido cicatricial subjacente. Ainda, caso a corrente seja bipolar e
pulsada, ela vai reduzir o edema e aumentar a amplitude de movimentos dos
pacientes queimados (PEREIRA, 2019).
A corrente galvânica é o melhor recurso eletroterapêutico para tratar cicatrizes
hipertróficas, devido ao seu efeito polar. Assim, sugere-se colocar o polo negativo
diretamente sobre a cicatriz, ocorrendo endosmose, aumento de circulação e formação
de um composto de pH básico que auxilia no aumento da elasticidade tecidual.
4.3 VACUOTERAPIA
A vacuoterapia trabalha restaurando a forma e a função do tecido, por meio do
aumento circulatório e, consequentemente, da oxigenação no meio intersticial. Essa
técnica vai utilizar equipamentos específicos de aspiração, que vão forçar a mobilidade
tecidual profunda da pele.
Essa forte sucção gerará um processo inflamatório agudo e estimulará os
fibroblastos, quando aplicada a uma intensidade de 100 a 250 mmHg. Toda a técnica
deve ser executada no sentido das fibras musculares e das linhas de tensão da pele,
justamente para evitar a flacidez tecidual.
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IMPORTÂNCIA DA FISIOTERAPIA NA REABILITAÇÃO DO PACIENTE QUEIMADO
Cintia Monique Lima Santana
Cibele Figueiredo de Brito
Aida Carla Santana de Melo Costa
OBJETIVO
Analisar a importância da fisioterapia na reabilitação de pacientes com
queimaduras, por meio da aplicação de um protocolo de avaliação antes e após a
fisioterapia, com os pacientes do Hospital de Emergência de Sergipe (HUSE), na cidade
de Aracaju, SE, de março a maio de 2012.
MÉTODO
Estudo de intervenção e de campo, com a natureza qualitativa e quantitativa,
realizada na Unidade e Terapia de Queimados do HUSE. A amostra foi composta por 30
voluntários. Analisamos o aspecto dor de reparo cicatricial, agente causador, edema,
grau e extensão da queimadura, a força muscular e a amplitude de movimento antes e
depois de dez sessões de fisioterapia.
RESULTADOS
Foi encontrada prevalência de queimaduras entre 18 e 59,9 anos e, quanto à
área queimada, obteve-se em maior medida na faixa etária de 1 a 5,9 anos e o tempo
médio de internação foi de 24,84 dias. Houve predomínio de queimadura de 2º grau.
Evidenciou-se que, antes da fisioterapia, a fase predominante foi a inflamatória e, após
a prática de fisioterapia, foi a de remodelação. O edema regrediu em todos os pacientes
após a terapia. Houve aumento significativo em todas as variáveis estudadas.
CONCLUSÕES
Os parâmetros clínicos comparados, antes e após a fisioterapia, apresentaram
valor preditivo significativo para todas as variáveis, confirmando a importância deste
serviço na reabilitação.
FONTE: SANTANA, S. M. L.; BRITO, C. F. de; COSTA, A. C. S. de. Importância da fisioterapia na
reabilitação do paciente queimado. Revista Brasileira de Queimaduras. Goiânia, v. 11, n. 4,
2012. Disponível em: https://bit.ly/3L35e90. Acesso em: 25 fev. 2022.
LEITURA
COMPLEMENTAR
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RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A queimadura pode gerar alterações teciduais locais e sistêmica, sendo um dos
principais problemas de saúde do trabalhador, por exemplo.
• Dependendo do grau da queimadura, ocorrerá lesão em tecidos profundos, como
osso, músculo, vasos, nervos e tendões. Portanto, é necessário que o fisioterapeuta
saiba como avaliar a profundidade da queimadura, além de sua extensão, entender
o estado de hidratação do paciente e realizar uma avaliação cinesiológica dos
movimentos/tecidos adjacentes.
• As queimaduras podem ser classificadas em lesão de primeiro grau, lesão de segundo
grau e lesão de terceiro grau. A primeira, acomete apenas a epiderme. A segunda,
acometea epiderme e a derme. E a terceira, acomete todas as camadas da pele e
também tecidos adjacentes.
• Em pacientes queimados, o fisioterapeuta poderá atuar com compressão tecidual,
agentes eletrotermofototerapêuticos e vacuoterapia.
181
1 As queimaduras são lesões graves que afligem milhares de pessoas em todo o mundo.
Em sua maioria acometem a pele, maior órgão do corpo humano e responsável pelo
seu revestimento, mas podem acometer, ainda, órgãos internos. Essas lesões podem
ser causadas por diferentes tipos de agentes agressores e atingir profundidades e
extensões variáveis. Tais características serão determinantes para a escolha do
tratamento mais adequado. Com relação ao programa fisioterapêutico de um paciente
com extensas queimaduras recentes, analise as afirmativas a seguir:
I- Exercícios ativos devem ser realizados em todas as áreas queimadas, a fim de se
manter ou recuperar a amplitude de movimento e minimizar ou impedir a formação
de contraturas teciduais.
II- A cinesioterapia na piscina é uma opção de escolha do fisioterapeuta para o
tratamento do paciente.
III- O exercício contribui no processo de cicatrização das lesões por promover tensão no
tecido, desde que a mobilização seja realizada na amplitude articular máxima.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As afirmativas I e III estão corretas.
b) ( ) Somente a afirmativa I está correta.
c) ( ) As afirmativas I, II e III estão corretas.
d) ( ) Somente a afirmativa III está correta.
2 A fisioterapia para pacientes que sofreram queimaduras é relativamente nova. Por meio
de algumas técnicas e procedimentos, pode-se melhorar a função das áreas queimadas.
A fotobiomodulação, por exemplo, é um ótimo recurso para pacientes queimados. A
respeito da fotobiomodulação nessa área, analise as afirmativas a seguir:
I- Por ser uma luz, o laser de baixa intensidade tem algumas características especiais,
como monocromaticidade, unidirecionalidade e coerência.
II- Nas queimaduras superficiais, podemos utilizar o laser vermelho, equipamento com
comprimentos de onda próximos a 630 nm com alta penetração no tecido.
III- Nas lesões de queimaduras profundas, é recomendado utilizar lasers com
comprimentos de onda próximos a 904 nm.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As afirmativas I e III estão corretas.
b) ( ) Somente a afirmativa II está correta.
c) ( ) As afirmativas I, II e III estão corretas.
d) ( ) Somente a afirmativa III está correta.
AUTOATIVIDADE
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3 O processo de cicatrização das queimaduras predispõe a formação de cicatrizes
hipertróficas e contraturas, devido ao aumento de vascularização pelo qual os
fibroblastos e miofibroblastos podem passar, ocorrendo deposição de colágeno e
material intersticial. Isso vai depender da duração da vascularidade, quanto maior a
duração, maior a chance de formar uma cicatriz hipertrófica. A partir do texto base e
do conteúdo estudado, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) As cicatrizes que perdem seu aspecto avermelhado dentro de dois a três meses,
têm baixa chance de terem complicações teciduais restritivas.
( ) As cicatrizes hipertróficas perdem seu aspecto avermelhado e se tornam macias
e planas.
( ) As cicatrizes retráteis podem aparecer já nas primeiras semanas, evoluindo durante
seis a dez meses na ausência de tratamento.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V - F - F.
b) ( ) V - V - V.
c) ( ) F - V - F.
d) ( ) F - F - V.
4 Existem diversas técnicas para tratamento de pacientes queimados, como a
compressão tecidual, os agentes eletrotermofototerapêuticos e a vacuoterapia. A
vacuoterapia, compreende um tratamento estético que ajuda a melhorar a circulação
sanguínea e linfática do paciente queimado. Nesse contexto, disserte sobre a
vacuoterapia, sua aplicação e benefícios estéticos.
5 As queimaduras são ferimentos traumáticos causados, geralmente, por agentes
térmicos, químicos, elétricos ou radioativos. Elas atuam nos tecidos que vestem nosso
corpo, causando destruição parcial ou total da pele e das demais camadas anexas,
podendo, ainda, atingir camadas mais profundas, como tecido celular subcutâneo,
músculos, tendões e ossos. Diante disso, descreva e diferencie as queimaduras de
primeiro, segundo e terceiro grau.
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