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DERMATO LIVRO


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1 INTRODUÇÃO
UNIDADE 1 TÓPICO 1 -
Nosso corpo é revestido externamente por um tipo de tegumento conhecido
como pele. Este sistema, o tegumentar, é composto por pele, pelos e anexos cutâneos.
Fazem parte, também, deste sistema as unhas, os pelos, glândulas sebáceas e
sudoríparas, bem como vários receptores especializados, é considerada o maior órgão do
corpo humano. Dividido em camadas, sendo a mais superficial a epiderme, basicamente
constituída de tecido epitelial possuindo cinco camadas: basal, espinhosa, granulosa,
lúcida e córnea. A segunda camada, a derme, compõe-se de tecido conjuntivo e vasos
sanguíneos. Algumas literaturas ainda consideram uma terceira camada, a hipoderme,
composta de tecido conjuntivo que armazena lipídeos e possui funções de proteção e
regulação térmica do corpo (D’ANGELO; FATTINI, 2011).
A pele é um órgão, composto por milhões de receptores sensitivos, com uma
vasta rede vascular, funcionando como uma interface entre o meio interno e externo.
Ou seja, entre corpo e meio ambiente, protegendo-o quando interage com o ambiente.
Consiste em uma variedade de tecidos organizados em conjunto, sendo sua aparência
clinicamente importante porque demonstra algumas disfunções corporais. Alguns
exemplos, uma pele sem coloração indicam um estado de choque, avermelhada e
quente, febre e infecção; erupções na pele indicam alergias ou infecções locais, já
algumas texturas diferentes podem mostrar alterações glandulares ou nutricionais,
pode demonstrar também problemas emocionais (GRAAFF, 2003).
4
FIGURA 1 – ANATOMIA DA PELE
FONTE: <https://shutr.bz/3JmZXZN>. Acesso em: 18 mar. 2021.
A derme é composta pela camada papilar, tipo de tecido conectivo frouxo,
contém capilares que nutrem a epiderme, tem esse nome devido às papilas que se
projetam entre as cristas da pele. A segunda camada, a reticular, tem fibras unidas em
um emaranhado de tecido conectivo que circunda vasos sanguíneos, folículos pilosos,
nervos, glândulas (MARTINI et al, 2009).
pelo
Epiderme
Derme
Hipoderme
tecido
subcutâneo
Poro
Sudoríparo
nervo
Glândula
Sudorípara
Bulbo piloso
veia
Artéria
Tecido
adiposo
2 AFECÇÕES CUTÂNEAS E DISTÚRBIOS ESTÉTICOS FACIAIS
A pele é o maior órgão do corpo humano, indispensável à vida, é a proteção do
organismo contra o ambiente externo. É vital ao organismo, promovendo proteção contra
lesões ambientais, controle da temperatura, função sensorial e produção de vitamina D.
Manifesta inúmeros sinais e sintomas, que auxiliam no diagnóstico de doenças.
Recobre em torno de 2 m2
, modifica a espessura conforme a região do corpo
avaliada, sendo que, nas palmas das mãos e na planta dos pés, devido uma maior
pressão nestes locais, é mais espessa quando comparada com a pálpebra dos olhos.
Sendo que a pele do corpo recebe 1/3 de todo o sangue que circula pelo organismo,
ainda, este tegumento apresenta características de resistência e elasticidade
(D’ANGELO; FATTINI, 2011).
5
NOTA
A pele é um órgão, o maior do corpo humano, que, no caso de alteração de
temperatura, pode chegar a eliminar em torno de 11 litros de suor, sendo que
isso só não ocorre no leito ungueal, tímpanos e margem dos lábios. O cheiro do
suor é causado pela presença de bactérias presentes em nosso corpo.
A pele pode ser definida como um órgão sensorial, permitindo a percepção de
estímulos de natureza táteis, térmicos e dolorosos, e ainda corresponde a 70% da água
do corpo livre do peso de tecido adiposo. Conforme nos desenvolvemos, o colágeno e
a elastina se tornam maduros. Os fibroblastos aumentam sua síntese, o colágeno se
torna mais resistente. Na vida adulta, esta síntese diminui devido à redução da mitose,
quando se inicia o processo de envelhecimento (RODRIGUES, 2009).
Pode ser considerado um sistema de comunicação entre os sistemas nervoso,
imunológico e endócrino, com os órgãos internos, sendo que, constantemente, se
comunica com o sistema nervoso central. Tem origem em folhetos denominados
ectoderme e mesoderme, o primeiro origina a epiderme, melanócitos, anexos cutâneos,
todas as estruturas do sistema nervoso e o epitélio de revestimento das cavidades nasal,
oral e anal. Do segundo folheto, origina-se a derme, células de Langherans, hipoderme,
músculos esqueléticos e lisos, sistemas circulatório, esquelético, excretor e reprodutor
(FASSHEBER et al. ,2018).
Dentre as camadas da pele temos a epiderme, que é superficial, composta de
um epitélio estratificado de 0,007 a 0,12 mm de espessura, compõe-se, em sua maioria,
de camadas de células mortas, de quatro a cinco camadas dependendo de onde a
pele se encontra. Nas palmas das mãos e planta dos pés existem cinco camadas, por
estarem mais expostas ao atrito, nas outras áreas, apenas quatro camadas.
A primeira camada, ou basal, é única e está em contato direto com a derme,
composta especificamente por quatro tipos celulares: os queratinócitos, melanócitos,
células de Merkel (táteis) e dendrócitos granulares não pigmentados (células de
Langerhans), as células se renovam constantemente, nesta camada, através da mitose,
e vão para superfície superior para renovar a epiderme, chegando até a última camada, a
córnea, onde as células chegam anucleadas, ou seja mortas, para posterior descamação,
o que leva de seis a oito semanas, para que as novas células se desloquem da camada
basal até a camada córnea (GRAAFF, 2003).
6
Nem todos os sinais apresentados pela pele demonstram infecção, trauma
ou alergia, alguns decorrem de respostas normais ao ambiente, exemplo, a
hiperqueratose, que é a calosidade formada por excesso de produção de
queratina, geralmente por excesso de abrasão mecânica, os conhecidos calos
(MARTINI et al., 2009).
ATENÇÃO
2.1 ACNE
Dentre as afecções cutâneas, temos a acne que pode ser descrita como uma
patologia inflamatória de caráter crônico, que afeta a unidade pilossebácea, podendo
apresentar formas de comedões tanto abertos quanto fechados, além de que, nos casos
mais graves, pode trazer presença de pápulas, pústulas e pode, inclusive, apresentar
cistos, o que muitas vezes acaba causando cicatrizes inestéticas no local acometido
(LYON; SILVA, 2015).
Afeta em torno de 80%, pessoas entre 11 e 30 anos de idade, sendo característica
de resposta do organismo à bactéria Proprionibacterium acne, considerada uma afecção
dermatológica que causa lesões evidentes, polimorfas, de intensidade variável (BORGES;
SCORZA, 2016). Atinge, com maior frequência, a fase da adolescência, principalmente o
sexo feminino mais precocemente, por volta de 12 a 14 anos, já, o sexo masculino, por
volta dos 14 aos 16 anos, sendo que, com a passagem da fase da puberdade, acaba por
regredir de forma espontânea. Muitas meninas são acometidas devido a problemas do
sistema endócrino, ou, ainda, pela presença da patologia de ovário policístico.
Surge devido um aumento da secreção da glândula sebácea, denominada
seborreia, decorrente de hiperplasia destas glândulas; uma ceratose do canal folicular
que o estreita e acaba por reter o sebo, denominada comedogênese, e a presença de
um micro-organismo no ducto sebáceo o conhecido Propionibacterium acnes, todo o
processo acaba levando a um quadro inflamatório local (AZULAY, 2017).
FIGURA 2 – ACNE EM FACE
FONTE: <https://shutr.bz/3qk0O5N>. Acesso em: 18 mar. 2022.
7
Geralmente, as peles acneicas estão em estado de asfixia, havendo dificuldade
de a secreção sebácea ser excretada para o exterior, ficando retida no canal folicular,
sendo necessária uma limpeza dos canais para uma melhor oxigenação, evitando a
formação da acne (BORGES, 2010).
Quando ocorrem mudanças nas glândulas sebáceas, sudoríparas e nos
folículos, deve-se verificar alterações hormonais, visto que, especialmente
no período da puberdade, podem promover um aumento da atividade
secretora dessas estruturas. Pessoas que apresentam a estrutura glandular
(sebácea) de forma mais visível, podem, com maior frequência, desenvolver
a acne, especialmente durante a fase de adolescência. Outra patologia
bastante frequente é a dermatite seborreica, que faz com que as glândulas
sebáceas se inflamem, tenham uma grande atividade,deixando a epiderme
mais descamativa. Fatores como ansiedade, estresse e alergias alimentares,
com infecções concomitantes por fungos, podem aumentar a gravidade da
inflamação (MARTINI et al., 2009).
IMPORTANTE
As causas se dividem em herança, em que o tamanho da glândula, atividade
durante a fase da puberdade, e queratinização da glândula, causadas por fatores
genéticos, sendo que, quando os pais apresentam acne, a chance de ser transmitido aos
descendentes é de aproximadamente 50%. Outro fator é a queratinização infundibular
de forma descontrolada acompanhada de hiperqueratose, o que obstrui o folículo
e promove o surgimento do comedão. A terceira causa é a hipersecreção sebácea,
causada em especial quando ocorre o desenvolvimento das glândulas sebáceas
por ação hormonal dos androgênios (por exemplo, testosterona) com maior ação na
puberdade (LYON; SILVA, 2015).
2.2 DISCROMIAS
A pele apresenta colorações diferenciadas devido à presença de melanina,
que pode ser de cor marrom, vermelha e preta, bem como pela presença de sangue
e vasos sanguíneos da derme. Sendo que podem ocorrer discromias caracterizadas
por alterações na coloração da pele por diminuição (leucodermias), ou por aumento da
melanina (melanodermias), ou, ainda, pode ocorrer uma deposição de pigmentos em
especial na derme (hipercromias). A principal leucodermia é o albinismo, ausência total
ou quase total da melanina na pele, cabelos e olhos, levando a pessoa acometida a uma
fotossensibilidade, e um maior risco de desenvolvimento de tumores quando exposta
aos raios ultravioletas (RIVITTI, 2018).
8
FIGURA 3 – CRIANÇA ALBINA
FONTE: <https://shutr.bz/3iiZfRb>. Acesso em: 18 mar. 2022.
De forma adquirida, pode surgir o vitiligo, também uma leucodermia, caracterizase com o surgimento de lesões acrômicas nos locais onde houve destruição dos
melanócitos. Não possui patogênese esclarecida, mas, em geral, ocorre após traumas
ou queimaduras de Sol, existem explicações por três teorias, uma imunológica, que a
caracteriza por uma patologia autoimune, uma teoria citotóxica, em que derivados de
hidroquinona são tóxicos para melanócitos, vindo, por exemplo, a ocorrer devido a um
estresse oxidativo, e, por fim, uma teoria neural em que as lesões do vitiligo ocorreriam
em áreas denervadas (RIVITTI, 2018).
FIGURA 4 – PESSOA COM VITILIGO
FONTE: <https://shutr.bz/3tkMo7g>. Acesso em: 18 mar. 2022.
As hipercromias se caracterizam por hiperpigmentação com vários fatores
desencadeantes, tais como envelhecimento, período gestacional, problemas endócrinos
e a exposição ao Sol. No caso da gravidez, estas hiperpigmentações são conhecidas
como melasmas, e se caracterizam como manchas de coloração marrom, formas
irregulares, mais frequentes na face, além do período gestacional, podem surgir devido
ao uso de medicação anticoncepcional (KAMIZATO; BRITO, 2014).
9
NOTA
O melanócito é uma célula que possui dendritos que são capazes de se
desenvolver em direção às laterais e para cima, permitindo que cada um
deles seja capaz de transmitir seus melanossomas para aproximadamente 36
queratinócitos (MONTEIRO, 2012).
A melanina é produzida pelos melanócitos que ficam na camada basal na
epiderme, bulbo piloso e olhos. Tem como função a proteção dos raios ultravioletas,
refletindo-os ou difratando-os, tem função de proteção das células, o tecido irradiado
faz com que os melanossomas (vesículas que contêm melanina) fiquem ao redor do
núcleo para que protejam o material genético da célula. O bronzeado, na verdade, é uma
forma de proteção, para que não ocorra o fotoenvelhecimento ou a fotocarcinogênese,
bem como uma produção desordenada, pode causar alterações cutâneas, como, por
exemplo, as manchas e lentigos. A melanogênese ocorre porque a tirosinase (enzima
que controla o processo), é produzida no retículo endoplasmático rugoso transferida
para o Complexo de Golgi associado ao lisossoma, ativada e secretada para dentro
de uma vesícula, um pré melanossoma é liberado e se une à vesícula, formando o
melanossoma, em que a tirosinase converte tirosina em eumelanina (cor preta), ou em
feomelanina (amarela ou avermelhada) (KAMIZATO; BRITO, 2014).
2.3 ENVELHECIMENTO CUTÂNEO
Nossa pele ainda é acometida pelo envelhecimento, que pode ser descrito
como um fenômeno fisiológico, que se desenvolve de forma progressiva e não pode ser
revertido, causa um declínio na função e na estrutura do tecido cutâneo. Desenvolve-se
intrinsecamente influenciado por fatores genéticos, características de cada indivíduo,
sendo afetado por fatores endógenos e exógenos, sendo a principal causa exógena
a exposição à radiação ultravioleta conhecido como fotoenvelhecimento. A radiação
ultravioleta UVA e UVB degradam o colágeno e promovem dano ao DNA do núcleo e da
mitocôndria, promovendo o envelhecimento celular (LUPI et al., 2012).
O fotoenvelhecimento causa alterações na pele no nível microscópico,
classificada em Escala de Glogau, conforme Borges (2010):
• Tipo I – discreta: pode-se descrever como “sem rugas”. Por se tratar de um
fotoenvelhecimento precoce, existe uma discreta alteração na pigmentação, as
rugas são mínimas e, geralmente, ocorrem entre as idades de 20 a 30 anos.
• Tipo II – moderada: rugas ao movimento. Já então presentes lentigos senis,
ceratoses palpáveis, mas ainda não visíveis, início do aparecimento da linha paralela
ao sorriso, face com aspecto cansado, entre 30 e 40 anos.
10
• Tipo III – avançada: rugas em repouso. Discromias, ceratoses visíveis, rugas
apresentam-se mesmo sem movimento, aspecto de cansaço constante, em torno
de 50 anos ou mais.
• Tipo IV – grave: apenas rugas. A pele apresenta uma coloração amarelo-acinzentada,
rugas em toda a face, não há pele normal, entre 60 e 70 anos.
FIGURA 5 – ENVELHECIMENTO CUTÂNEO
FONTE: <https://shutr.bz/3JDkoln>. Acesso em: 18 mar. 2022.
Conforme ocorre envelhecimento, a pele fica mais fina e, em alguns locais,
torna-se mais enrugada, seca e escamosa. A camada córnea se torna mais permeável
à passagem rápida de substâncias por ela, as fibras de colágeno ficam mais grossas
e as fibras elásticas perdem sua elasticidade, bem como há decréscimo de gordura
depositada no tecido subcutâneo. A pele mostra mais marcadamente as rugas, o
melanócito se atrofia com a idade, os receptores sensitivos de dor, calor e pressão se
tornam e menos sensíveis e menos numerosos, as glândulas sudoríparas e sebáceas
diminuem de número e função (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
As fibras elásticas e colágenas sofrem agressão pela exposição prolongada aos
raios ultravioletas A e B emitidos pelo Sol, causando um processo de degeneração, que
faz com que a pele fique mais flácida por reduzir sua quantidade de água e nutrientes,
além de diminuição da resposta imunológica, apresentando uma coloração amarelada.
Seu primeiro mecanismo de defesa é a camada mais superficial, a epiderme que
absorve a maioria dos raios ultravioletas, não permitindo que cheguem às camadas
mais profundas. Ainda existe um segundo mecanismo de defesa por meio do suor, que
tem como componente o ácido urocânico, que é altamente absortivo para os raios UVB.
O terceiro mecanismo é a melanina, cuja ação fotoprotetora se faz por absorção da
radiação UV (BORGES; SCORZA, 2016).
11
O envelhecimento leva à perda de tecido fibroso, lentidão para que as células se
renovem, redução na hidratação celular. Devido a essas alterações, o organismo fica mais
frágil em razão de agressões internas e externas, a camada córnea fica mais permeável,
fibras colágenas ficam mais grossas e as elásticas perdem a elasticidade, tudo influenciado
pelo estilo de vida e suas inter-relações pessoais (FASSHEBER et al., 2018).
São várias as teorias que explicam o envelhecimento, sendo a mais conhecida a
dos radicais livres, que se trata de moléculas de oxigênio que perderam elétron
e se ligam em outras para equilibrar sua camada, tornando extremamente
instáveis e reativas (PERRICONE, 2001).
ATENÇÃO
O envelhecimento é classificado pela escala de Glogau, que é feita de acordo
com a profundidade das rugas, em quatro graus. O Grau I, denominado envelhecimentosuave, de 28-35 anos, quando ainda não há rugas, as alterações pigmentares ainda
são suaves, sem queratose; o II, envelhecimento moderado de 35 a 50 anos, as rugas
aparecem com movimento ou expressão do rosto, existem manchas marrons visíveis,
pele áspera e palpável, linhas paralelas ao sorriso, começam a aparecer os pés de galinha;
o Grau III, envelhecimento avançado de 50 a 65 anos, rugas em repouso, mesmo sem
expressão, manchas escuras, avermelhadas, telangiectasias, linhas e sulcos mesmo
em repouso, mesmo sem expressão facial as rugas ficam visíveis; e, IV, envelhecimento
grave da pele de 60 a 75 anos, rugas muito acentuadas e grande flacidez na pele,
presença de manchas escuras, brancas e vermelhas, rugas em toda a face, flacidez
pela falta de colágeno (BORGES, 2010).
As rugas podem ser dinâmicas ou estáticas, as dinâmicas são conhecidas como
de expressão e surgem devido à contração dos músculos da face, são visualizadas
quando ocorrem os movimentos de expressão, isto faz com que, com o tempo, surjam
as linhas de expressão. As chamadas estáticas são mais profundas, visíveis mesmo sem
nenhuma expressão, ou seja, em repouso, causadas pelo envelhecimento extrínseco
em conjunto com os agentes externos, ou ainda evolução das dinâmicas não tratadas
(HORIBE, 2000).
2.4 ROSÁCEA/COUPEROSE
Caracterizada por uma pele avermelhada, trazendo uma sensação de calor que
incomoda, inflama os folículos e os vasos sanguíneos. O rubor evolui para elevações
vermelhas álgicas, as pápulas, alguns pontos com presença de pus (pústulas), e um
desenho em forma de teia de aranha demonstrando o aumento dos vasos sanguíneos.
12
Se não tratada pode originar nódulos, em alguns casos pode ser confundida
com a acne, com a diferença que não apresenta o aspecto de comedões abertos e
fechados, e a exposição solar, que, em alguns casos para acne, quando moderada, é
benéfica, no caso da rosácea, piora o quadro (DEODATO, et al., 2019).
FIGURA 6 – ROSÁCEA
FONTE: <https://shutr.bz/3KXF1sm>. Acesso em: 18 mar. 2022.
Rosácea é um tipo de distúrbio dermatológico classificado como crônico,
trazendo uma ampla variedade de sintomas, atingindo cerca de 10 % da população,
apresentando como padrões mais comuns três formas eritematotelangiectásica (RET),
papulopustular (RPP), fimatosa (RF) e ocular (RO) (TROIELLI et al., 2018).
Uma condição inflamatória de longo prazo que acontece na face, sem causa
determinada. Apenas algumas teorias, os vasos sanguíneos se dilatam muito facilmente,
aumentando o fluxo sanguíneo para a pele, deixando-a avermelhada e ruborizada.
Caracteriza-se por uma vermelhidão crônica ou temporária, que surge na face parecido
com vasos sanguíneos vermelhos, em especial ao redor do nariz e, em alguns casos,
no queixo, em geral, agravada por mudanças nas condições atmosféricas, além de
ingestão de alimentos picantes e exposição ao Sol. Essa pele precisa de muito cuidado,
principalmente com uso de produtos que tenham ativos refrescantes e vasoconstritores
(MICHALUN; MICHALUN, 2010).
Em aproximadamente 22% dos casos afeta a aparência, trazendo, além do
sofrimento físico, também o psicológico, demonstrando hiperplasia das glândulas
sebáceas, o que promove uma considerável oleosidade, aumento dos ramos dos orifícios
foliculares, pele mais espessa, massas irregulares com aspecto de nódulos, sendo que a
região nasal tem maior incidência de ser afetada (SANTOS, 2020).
13
Não existe cura para a rosácea, mas várias opções terapêuticas que permitem
melhora do quadro e longos períodos de remissão, melhorando a qualidade de
vida do paciente.
ATENÇÃO
Ainda para Santos (2020), os mecanismos que promovem o desencadeamento
da rosácea ainda não são bem definidos, trazendo uma causa multifatorial envolvendo
desde genética até pontos chamados de gatilho para a patologia, tais como: microorganismos, radiação ultravioleta, temperaturas extremas, perda da continuidade da
barreira cutânea, problemas emocionais e hormônios.
Podem surgir sintomas secundários como sensação de coceira (prurido) e
queimação, além de um aspecto edemaciado da face, e também da presença de
dermatite seborreica, em casos sérios pode afetar os olhos e provocar rinofima (AWOSIKA;
OUSSEDIK, 2018).
3 AFECÇÕES CUTÂNEAS E DISTÚRBIOS
ESTÉTICOS CORPORAIS
O corpo passa por diversas transformações desde a infância até chegar na vida
adulta, o que pode trazer consigo várias alterações inestéticas como, por exemplo, as
estrias causadas por um crescimento exagerado, alterações hormonais, ganho de peso
ou gestação.
As diferenças morfológicas celulares entre homens e mulheres faz com que a
incidência de lipodistrofia ginoide seja predominante nas mulheres. Além de tudo isso,
uma alimentação desequilibrada e a falta de exercícios traz, hoje, uma das patologias
mais predominantes a nível mundial, a obesidade.
A seguir falaremos mais detalhadamente dessas patologias.
3.1 ESTRIAS
As estrias são descritas como uma forma de atrofia que ocorre em nosso
tegumento, são de aspecto lineares, podendo ser pequenas ou com vários milímetros
de largura. Na fase aguda, se apresentam avermelhadas, evoluindo na fase crônica
para uma coloração esbranquiçada, surgindo em pequena quantidade ou em grande
número, de forma perpendicular, as linhas de fenda da pele.
14
Trazem como característica uma diminuição da espessura da pele,
adelgaçamento, pregueamento, secura e uma diminuição da elasticidade, além de
redução do número de pelos no local do surgimento da estria.
Em geral, os primeiros sintomas são pruridos, dor, erupção papilar plana e
rosada, inicialmente se apresentam rubras (striae rubrae) e quando finaliza o processo
são nacaradas, tornando-se estrias albas (striae albae) (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
 Ocorre um rompimento das fibras que promovem a elasticidade da pele, devido
a um estirão de crescimento, uso de medicamentos com presença de corticoides,
período gestacional, grande alteração de peso, aumento de massa muscular (hipertrofia
muscular), sendo as partes do corpo mais atingidas, a região dos quadris, abdômen,
coxa, mamas e região lateral do corpo (BORGES, 2010).
Os fibroblastos perdem sua capacidade de síntese para reparar o tecido, existe
uma alteração da estrutura do tecido conjuntivo, do colágeno e da elastina, também
ocorre alteração nas fibras de fibrinilas, mais incidente no sexo feminino. Fatores
genéticos, como síndromes de Cushing e Marfan, podem causar estrias (FASSHEBER
et al., 2018).
O mesmo autor ainda descreve, que a teoria mecânica explica a estria pelo
excesso de deposição de gordura no tecido adiposo, que promove dano nas fibras
elásticas e colágenas, denominado de striae distensae. A teoria endocrinológica afirma
que drogas, como alguns hormônios, podem causar o seu surgimento, e a teoria
infecciosa relata o dano das fibras elásticas da pele pela ação de processos infecciosos.
FIGURA 7 – ESTRIAS
FONTE: <https://shutr.bz/3ikBYOK>. Acesso em: 18 mar. 2022.
Através da avaliação histológica, pode se comparar as estrias a uma cicatriz,
visto que, no início, a derme se apresenta acometida por um processo inflamatório e
a epiderme não apresenta alteração significativa, nem atrofia, o que conforme ocorre
a evolução da disfunção, faz com que a epiderme fique atrófica e a derme fique mais
delgada (BOLOGNIA; JORIZZO; SHAEFFER, 2012).
15
Vários recursos podem ser usados no tratamento das estrias, desde
eletroterapia até uso de ácidos. Um dos mais frequentes é o ácido retinóico,
a tretinoína, derivada da vitamina A, auxilia no desenvolvimento tissular,
podendo, neste caso, ser aplicada em variadas lesões do tecido tegumentar,
como estrias, rugas, sequelas de acne e/ou flacidez (RAMOS, 2018).
IMPORTANTE
A rede emaranhada de fibras colágenas da camada reticular promove uma força
tensora, permitindo que a derme se distenda e retorne à posição inicial, porém, a idade,
hormônios e exposição à radiação ultravioleta, reduzem à espessura e flexibilidade
da derme. Quando o abdômen se distende por gravidez ou grande ganho de peso, a
pele ultrapassa sua capacidade de distensão, levando ao surgimento das estriasde
distensão. A maioria das fibras colágenas e elásticas é disposta em paralelo, a orientação
destes feixes depende do estresse aplicado na pele em um movimento normal, os feixes
se dispõem de forma a permitir que seja imposta uma resistência às forças que são
aplicadas, o padrão destes feixes estabelece as linhas de clivagem, que são usadas para
que sejam feitos cortes cirúrgicos, visto que auxilia na cicatrização quando paralelos a
elas (MARTINI et al., 2009).
3.2 LIPODISTROFIA GINOIDE
Infiltração que ocorre no tecido conjuntivo sem caráter inflamatório, sendo que
a substância fundamental se polimeriza e se infiltra em forma de tramas. Caracterizase por uma reação com fibrose e espessamento das camadas subepidérmicas, sendo
que, em alguns casos, causa algia, por vezes forma nódulos ou placas com diferentes
extensões e localizações (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
Atinge em torno de 95% das mulheres, especialmente quando ocorrem
alterações hormonais, por exemplo, durante período de gravidez, na puberdade, o uso
de métodos contraceptivos. Sendo que o principal hormônio envolvido é o estrógeno, e
que ainda acaba por agravar a disfunção (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
Pode ser descrita como uma afecção do tipo degenerativa esclerótica, que
ocorre no tecido conjuntivo, não apresenta inflamação, porém, causa mudanças no
líquido intersticial, na circulação, faz com que a substância fundamental se polimerize
produzindo fibrose (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
16
Classifica-se de acordo com o aspecto apresentado pela pele, trazendo
alteração de relevo, mudança na coloração e uma pele flácida, em geral, vem associada
a alterações circulatórias e diminuição do tônus muscular. Ocorre um aumento no tecido
adiposo, promovendo aderências, que, ao teste de casca laranja, demonstra um relevo
irregular na pele. Pode ser de Grau I, no qual não há dor, e a casca de laranja só é vista se
houver compressão do local ou ainda contração muscular; o Grau II traz um desconforto
no local, presença de depressões visualizadas mesmo sem compressão do local; no
Grau III, além de todos esses sintomas, existe uma sensação de cansaço e dor, e a casca
de laranja é visível em qualquer posição; o Grau IV traz dor constante e sensibilidade no
local, a pele apresenta flacidez e alteração do tônus muscular e aspecto de casca de
laranja em qualquer posição (BORGES; SCORZA, 2016).
FIGURA 8 – LIPODISTROFIA GINOIDE
FONTE: <https://shutr.bz/3CV2x6x>. Acesso em: 18 mar. 2022.
A etiologia é variada desde fatores genéticos, desequilíbrio hormonal e outros
fatores que são determinantes no desenvolvimento dessa patologia, que são o
estresse, tabagismo, sedentarismo, alterações no metabolismo, além de alimentação
desequilibrada; fatores condicionantes como aumento na pressão capilar e dificuldade
de reabsorção linfática (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
NOTA
Popularmente conhecida celulite, a lipodistrofia ginoide é um distúrbio
predominantemente metabólico que atinge com maior incidência as mulheres e
especialmente o tecido subcutâneo, com causas multifatoriais (LIMA et al., 2017).
17
Ocorre uma deterioração da vascularização cutânea, em especial nos esfíncteres
pré capilares arteriolares, no qual existe uma deposição de glicosaminaglicanos e
ácido hialurônico nas paredes de capilares presentes na derme e entre a elastina e o
colágeno (AFONSO et al., 2010).
Trata-se de uma distrofia celular complexa, que afeta o metabolismo da água,
o que acaba saturando o tecido conjuntivo, podendo ser descrito como um distúrbio
endócrino-metabólico e da microcirculação, altera a matriz intersticial e toda a
arquitetura do tecido adiposo subcutâneo. Surge uma fibrose no tecido, devido a um
excesso de proliferação dos fibroblastos ao redor das células adiposas, isso em conjunto
com alteração na circulação, o tecido adiposo tem queda no seu metabolismo (ZERINI
et al., 2015).
O sexo feminino tem um septo fibroso fino que se orienta de forma vertical
até a superfície, o que acaba originando agrupamentos de células adiposas em
compartimentos com disposição retangular, isso, no homem, é diferente, pois, o septo é
mais grosso e, devido uma projeção diagonal com compartimentos em forma poligonal,
faz com que os homens não apresentem uma celulite aparente. No homem, a expansão
do tecido adiposo vai para a profundidade, e na mulher em direção à superfície, quando
expostos à pressão, a alteração do volume leva a projeção das estruturas da derme para
tecido subcutâneo, isto modifica o aspecto da pele aparecendo a celulite (ALMEIDA et
al., 2013).
Sua apresentação física pode ser diferenciada, sendo a compacta em indivíduos
não sedentários, com extremos de magreza ou obesidade, os nódulos são mais duros,
pouco móveis, e são doloridos. O tipo flácido acomete indivíduos sedentários, que
não possuem uma massa muscular considerável. A mista apresenta os dois tipos no
mesmo paciente e a edematosa, que, em geral, ocorre devido um quadro de linfoedema
(GUIRRO; GUIRRO, 2004).
3.3 LIPODISTROFIA LOCALIZADA
O tecido adiposo é composto por um tipo de tecido conjuntivo formado por
células, os adipócitos, que podem se dispor de forma isolada ou agrupados. Quando
se desenvolvem de forma irregular surge a chamada gordura localizada, que pode
advir de fatores genéticos, alterações posturais ou, ainda, por problemas na circulação,
concentrando-se em torno de 15 a 20% do peso corporal, no caso de homens, e, em
torno de 20 a 25%, nas mulheres (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
Esse tecido apresenta uma capacidade maior que os demais de aumentar de
tamanho, na obesidade, a taxa de aumento de tamanho pode atingir 100%, e no caminho
inverso, no caso de patologias como a anorexia, pode reduzir seu tamanho até 3% de
uma célula normal (CURI et al., 2002).
18
O corpo humano possui em torno de 3% em homens e 9% a 12% em mulheres
da gordura que é considerada essencial, que se localiza entre os órgãos para protegêlos, especialmente no tecido nervoso. Para fornecimento de energia e calor, nosso
corpo dispõe da gordura marrom, com pouco teor de gordura e grande quantidade de
mitocôndrias, favorecendo a produção de energia.
A gordura visceral é maléfica à saúde, fica na parte posterior da parede abdominal
e entre os órgãos aos quais rodeia, causa maior inflamação no corpo, pois diminui a
produção de adiponectina, que é responsável pela queima de gordura e metabolismo.
 O quarto tipo de gordura é a conhecida subcutânea, dispõe-se abaixo da
pele e promove o aspecto de abdômen distendido ou, ainda, protuso, abrange a maior
porcentagem da gordura corporal, em torno de 40 a 60% (LILIE, 2003).
A lipodistrofia localizada, ocorre em razão do aumento no número de células
adiposas, denominada hiperplasia celular, além de um acréscimo do volume das células
já existentes, denominada hipertrofia, sendo que, na maioria dos casos, estes fenômenos
ocorrem concomitantemente (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
As paredes do abdômen são musculoaponeuróticas com várias camadas
contraindo para aumentar a pressão intra-abdominal, mas permitindo sua
distensão quando existe a ingestão de alimentos, gestação, algumas doenças
e, ainda, a deposição de tecido gorduroso (MOORE; DALLEY; AGUR, 2011).
IMPORTANTE
O excesso de adipócitos se concentra em regiões do corpo, influenciado por
sexo, idade, hábitos de vida, fatores genéticos, fatores hormonais, biótipo corporal. A
gordura do tipo androide se acumula mais na região abdominal, mais comum no sexo
masculino, já quando se acumula em especial nos membros inferiores, é conhecida
como ginoide, e está mais presente nas mulheres (BORGES; SCORZA, 2016).
19
FIGURA 9 – GORDURA LOCALIZADA
Gordura
subcutânea
Gordura
visceral
Músculo
abdominal
FONTE: <https://bit.ly/3qiYEn7>. Acesso em: 18 mar. 2022.
O corpo humano não consegue armazenar energia vinda dos carboidratos e
proteínas, acabando por armazená-la no tecido adiposo, para que possa ser usada no
caso de jejum por longo período, além de auxiliar no controle da temperatura e ainda é
mobilizado no caso de exercício físico intenso. Porém, quando esta reserva fica acima
do necessário, surge uma disfunçãoque, ao ponto de vista estético, é desagradável
e ainda pode trazer prejuízos à saúde (BORGES, 2010; CAVALHEIRO; FERREIRA;
ASSUNÇÃO, 2012).
3.4 FLACIDEZ
Nosso corpo pode apresentar dois tipos de flacidez, a muscular, mais profunda,
presente quando os músculos estão pouco tonificados, sendo que a tensão muscular
auxilia nas formas corporais, na definição destas e permite ao corpo se apresentar mais
“firme”, e, a dérmica, que é mais superficial, elas podem ocorrer juntas ou de forma
isolada (FASSHEBER et al., 2018).
Processo lento e progressivo que ocorre devido à redução de fibras elásticas e
de colágeno no tecido que dá sustentação à pele, ou seja, o tecido subcutâneo, fazendo
com que surja uma perda de elasticidade destas a partir, especialmente, dos 25 anos
(GOMES, 2015).
As causas da flacidez vão desde fatores genéticos, ambientais, maus hábitos,
sedentarismo e má digestão. Quando ocorre a diminuição dos elementos do tecido
conjuntivo, ela fica mais fraca, perde sua firmeza entre as células, no caso da flacidez
muscular ocorrem pontos antissimétricos, os tecidos afrouxam, caem e caracteriza um
envelhecimento precoce (GUIRRO; GUIRRO,2004).
20
A pele pode ser descrita como um material biológico viscoelástico. Contudo,
um indivíduo magro pode se tornar obeso e voltar a ser magro, mas sua pele
não retornará ao estado inicial por ultrapassar seu limite elástico (GUIRRO;
GUIRRO, 2004).
ATENÇÃO
No processo de flacidez existe a ação da elastase, que promove uma quebra da
cadeia das fibras elásticas, que acaba por deixar a pele flácida. Além disso, a genética
também promove o enfraquecimento da sustentação da pele, bem como um excesso de
exposição ao Sol também promove degradação destas fibras, assim como alimentação
que não contenha muitas proteínas todos estes fatores levam à flacidez (IMOKAWA;
ISHIDA, 2015; GOMES, 2015).
FIGURA 10 – FLACIDEZ
FONTE: <https://bit.ly/3Jpl65w>. Acesso em: 18 mar. 2022.
A arquitetura das fibras de colágeno e elastina, organiza-se em formato
tridimensional que se forma na derme. Quando não há exposição ao Sol, esta estrutura
se mantém ordenada das fibras verticais em várias camadas. Em cada camada, as fibras
se formam diferente das fibras da camada adjacente dando um aspecto de malha,
quando a pele se expõe à radiação, esta malha se altera, as fibras elásticas e a derme
enfraquecem (IMOKAWA; ISHIDA, 2015).
Conforme envelhecemos, o colágeno se torna mais rígido e as fibras elásticas
(elastina) perdem suas características de maleabilidade. Pode-se dizer que a flacidez
da pele é devida à atividade que ocorre no tecido conjuntivo, especialmente quando
ocorrem mudanças nas fases de capacidade de elasticidade de nossa pele (GUIRRO;
GUIRRO, 2004).
21
Na fase elástica, nosso tecido, ao ser submetido a uma carga, é capaz de voltar
a seu estado inicial quando esta é retirada, pode ser verificada a lei de Hooke, tensão
proporcional à habilidade de resistência do tecido a carga imposta, oferecendo certa
resistência a ela. A fase de flutuação corresponde ao fato de que quando a carga é
mantida, mantêm-se também o estiramento chegando um momento ao equilíbrio, as
cadeias de carbono se modificam, ao ser retirada a carga, o tecido permanece igual
não retornando à configuração inicial. A fase plástica já traz o tecido com deformação
permanente, passando de seu limite de elasticidade e deformando-se de forma
permanente. Se continuar após o estiramento total do tecido, não existe possibilidade
de o organismo voltar a configuração inicial, surge a flacidez, podendo vir acompanhada
da presença de ruptura no tecido, as estrias (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
22
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O tecido tegumentar funciona como barreira protetora contra os agressores do
meio externo.
• O tecido tegumentar apresenta alterações em sua estrutura, devido a mudanças em
sua arquitetura ou influência hormonal.
• O tecido tegumentar traz sinais devido às causas físicas, podendo, também,
demonstrar problemas de origem emocional, como, por exemplo, descamação.
• O tecido tegumentar responde a variados tratamentos, desde cosméticos,
equipamentos ou técnicas manuais, o que depende de avaliação adequada.
RESUMO DO TÓPICO 1
23
1 O tecido tegumentar, conhecido como pele, é capaz de se distender quando exposto
a uma força de deformação, podendo voltar a sua configuração inicial ou permanecer
no estado de deformação. Existem as fases que descrevem a capacidade de
elasticidade e resistência deste tecido, no caso, quando o tecido sofre uma deformação
permanente sem retornar ao seu estado inicial. Quanto a sua denominação, assinale
a alternativa CORRETA:
a) ( ) Fase elásticas.
b) ( ) Fase plástica.
c) ( ) Fase de flutuação.
d) ( ) Fase de ruptura.
2 Quando falamos de envelhecimento, podemos o descrever como uma perda gradual
do tecido fibroso, as células não se renovam e existe uma redução na hidratação
celular. O Sol, o estilo de vida e até mesmo a emoção influenciam na perda da
elasticidade da pele. Para classificar o envelhecimento, existe a escala de Goglau,
que é mais utilizada, a qual determina o grau de envelhecimento. De acordo com
os aspectos apresentados pelo paciente em relação à escala de Goglau, associe os
itens, utilizando o código a seguir:
I- Envelhecimento suave.
II- Envelhecimento moderado.
III- Envelhecimento avançado.
IV- Envelhecimento grave.
( ) Atinge a idade de 60 a 75 anos, estão presentes rugas muito acentuadas, flacidez
de pele, manchas escuras, rugas em toda a face.
( ) Atinge a idade de 28 a 35 anos, não há rugas, alterações pigmentares suaves, sem
queratose.
( ) Atinge a idade de 50 a 65 anos, rugas em repouso, mesmo sem expressão, manchas
escuras, telangectasias, linhas e sulcos mesmo em repouso.
( ) Atinge a idade de 35 a 50 anos, as rugas aparecem com movimento ou expressão
do rosto, manchas marrons visíveis, pele áspera e linhas paralelas ao sorriso.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) I - III - II - IV.
b) ( ) IV - I - III - II.
c) ( ) III - II - IV - I.
d) ( ) II - IV - I - II.
AUTOATIVIDADE
24
3 O tecido pigmentar passa por diversas alterações, desde sua resistência, capacidade
de manter um suporte, capacidade de se distender e retornar ao seu estado original,
e a capacidade de proteção do organismo. Este tecido sofre alterações em relação
a sua pigmentação, devido deposição ou falta do pigmento melanina, transmitido
a epiderme pelos melanossomas conforme estímulo por meio das radiações
ultravioletas, por exemplo. Em relação às alterações de pigmentação que são
diagnosticadas, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) O vitiligo se classifica como uma hipercromia classificada como leucodermia e se
caracteriza pela ausência total ou quase total da melanina da pele.
( ) Uma discromia classificada dentro do grupo de leucodermias é o vitiligo, que se
caracteriza por lesões acrômicas locais devido à destruição dos melanócitos.
( ) As hipercromias podem ser chamadas de hiperpigmentação, e o tipo mais conhecido
é o melasma de coloração marrom que surge na face mais frequentemente.
( ) As discromias são alterações na coloração da pele chamadas melanodermias, ou
aumento do pigmento, chamadas de leucodermias.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V - F - F - V.
b) ( ) F - F - V - V.
c) ( ) F - V - V - F.
d) ( ) V - V - F - F.
4 O tecido adiposo é um tipo de tecido conjuntivo, com grande capacidade de aumentar
tamanho, além da capacidade de fornecimento de energia ao corpo humano, sendo
que existem vários tipos de gordura: a marrom, a visceral, a gordura essencial e a
gordura subcutânea. Porém, a forma de acúmulo dos adipócitos no organismo
sofre influências de acordo com o sexo, idade, hábitos de vida, fatores genéticos e
hormonais. Sobre os tipos de gordura, descreva cada um deles.
5 Qualquer mudança hormonal que ocorra no organismo traz alterações no nível de
nossas glândulas e folículos pilosos, especialmente na fase de puberdade. O aumento
da produção de sebo pela glândula sebácea e alteraçõesno canal folicular retém
o sebo e provoca a comedogênese. Em relação à classificação dos tipos de acne,
existem quatro graus com características distintas, descreva cada um deles.
25
TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE
AVALIAÇÃO FACIAL
1 INTRODUÇÃO
UNIDADE 1 TÓPICO 2 -
A pele é de extrema importância para o aspecto estético e, especialmente, por
ser um órgão funcional, envolvendo todo o corpo, tendo, como limites, orifícios externos
dos tratos respiratório, digestório. Ainda é um órgão imunológico, pela defesa por parte
dos queratinócitos, mastócitos, células dendríticas, protegendo-a contra agressores
internos e externos em relação às injúrias teciduais (BORGES, 2010). A beleza, hoje em
dia, relaciona-se à juventude, pele sem rugas, manchas ou marcas de expressão e,
conforme envelhecemos, a pele se modifica de forma gradual, caracterizando-se com
alterações no nível corporal e facial.
A avaliação é importante para que as doenças que possam afetar a pele possam
ser identificadas, verificando se estão restritas a ela ou se na verdade as manifestações
são de doenças sistêmicas.
Em geral as lesões são denominadas elementares, as quais são causadas por
processos degenerativos, inflamatórios, problemas na circulação ou no metabolismo, e são
identificadas por meio de exames clínicos, inspeção e palpação, e se classificam de acordo
com alterações da cor, formações sólidas, alterações na espessura (PORTO, 2019).
2 ANAMNESE
A avaliação facial deve ser feita desde uma entrevista, por meio de uma ficha
de anamnese, realização de um exame visual, com auxílio de uma lâmpada ou lupa, um
exame tátil, verificação da superfície da pele além de palpação, e questionamento do
paciente, dos hábitos de vida, cuidados com a pele, entre outros. A anamnese registra
desde o histórico familiar, antecedentes patológicos, para determinação da conduta
terapêutica (GERSON et al., 2011).
A avaliação das lesões pigmentares pode ser feita de forma visual, sem uso
de ferramentas adicionais para identificação das lesões. Sendo necessária uma
higienização correta da pele, sem maquiagem ou sujidades.
26
A avaliação das discromias também pode ser feita através da lâmpada de Wood,
que se caracteriza por uma câmara escura acoplada a uma lâmpada específica que
permite a avaliação de manchas presentes na epiderme, quando se apresentam mais
escuras, e manchas a nível da derme, quando, então, se apresentam mais azuladas
(ANDRADE et al., 2018).
Na ficha de anamnese registra-se tudo que for observado na avaliação,
desde o histórico do paciente, patologias pregressas, histórico patológico, para que
possa ser determinada a conduta terapêutica adequada levando em consideração as
contraindicações, uma entrevista bem estruturada verifica se as lesões necessitam de
encaminhamento médico para tratamento, o exame visual, muitas vezes com auxílio
da lupa, o exame tátil e a palpação auxiliarão no diagnóstico final (GERSON et al., 2011).
QUADRO 1 – FICHA DE ANAMNESE FACIAL
27
FONTE: <https://bit.ly/3thJiRz>. Acesso em: 18 mar. 2022.
Na ficha de anamnese deve conter todos os procedimentos realizados
anteriormente, se não possui nenhuma reação alérgica, sendo que todas as informações
importantes devem ser tomadas, para que um tratamento adequado seja feito. Deve ser
determinado o correto tipo de pele para uso de cosméticos adequados.
28
3 LÂMPADA DE WOOD
A lâmpada de Wood tem princípio na fluorescência emitida na pele com baixo
comprimento de onda, 340 a 400 nm, o olho humano recebe fótons emitidos pela pele
tanto da luz visível (400 e 700 nm), quanto os emitidos pela fluorescência, para que seja
visível e seja verificado a fluorescência da pele, o paciente deve estar em um ambiente
totalmente escuro, sem luz visível. A irradiação com a lâmpada de Wood emite luz em
comprimento de 320 a 400 nm.
Pode ser aplicada em várias dermatoses, por exemplo, que demonstrará
diferentes colorações, infecções fúngicas apresentarão colorações em tons azulados,
amarelo-prateada, vermelho coral, as infecções bacterianas que apresentarão
colorações vermelho, verde, azul, marrom, as alterações pigmentares que apresentarão
coloração branca, azul brilhante, vermelho-coral (VEASEY; MIGUEL; BEDRIKOW, 2017).
Importante, também, na avaliação facial, é a identificação dos tipos de pele, sendo
que, devido às características das peles encontradas, existem quatro classificações
principais, e, de acordo com as condições, pode ainda ser classificada em mais seis
tipos (MICHALUN; MICHALUN, 2010).
4 CLASSIFICAÇÃO DE FITZPATRICK
Os tipos de pele são determinados, em especial, pela etnia e genética, o que mais
influencia é a quantidade de sebo produzida pelas glândulas sebáceas, e quantidade
de gordura ou lipídeos encontrados entre as células, sendo, portanto, os tipos de pele
divididos em quatro categorias: normal, oleosa, mista e seca. Sendo que, na maioria dos
casos, existe uma combinação desses tipos, principalmente na zona T, composta por
testa, nariz e queixo (GERSON et al., 2011).
Ainda existe a classificação de Fitzpatrick que avalia a capacidade que cada ser
humano tem de se bronzear cada vez que se expõe ao Sol, descrevendo a sensibilidade
e a tendência de ficar vermelha.
Esta classificação traz o Tipo I – branca: que sempre se queima e nunca
bronzeia, é muito sensível ao Sol; o Tipo II – branca: sempre queima, bronzeia muito
pouco, sensível ao Sol; Tipo III – morena clara: que queima moderadamente, bronzeia
moderadamente, sensibilidade normal ao Sol; Tipo IV – morena moderada: que queima
pouco, sempre bronzeia, sensibilidade normal ao Sol; Tipo V – morena escura: queima
raramente, sempre bronzeia, pouco sensível ao Sol; e o Tipo VI – negra: nunca queima,
totalmente pigmentada, insensível ao Sol (CLASSIFICAÇÃO [...], 2016).
29
FIGURA 11 – FOTOTIPOS FITZPATRICK
FONTE: <https://shutr.bz/3tkNUGu>. Acesso em: 18 mar. 2022.
As condições de pele podem ser descritas como desidratação, couperose,
sensibilidade, pigmentação, envelhecimento, acne e, ainda, rosácea. A falta de água,
produção excessiva de células da camada córnea, exposição ao Sol, produção de radicais
livres, alteração na produção de pigmentos, falta de uso de proteção solar, promovem
alterações na pele que permitem sua classificação (MICHALUN; MICHALUN, 2010).
5 CLASSIFICAÇÃO DE BAUMANN
Esta classificação é baseada em quatro parâmetros: oleosa versus seca; sensível
versus resistente; pigmentada versus não pigmentada; e enrugada versus firme (não
enrugada). A avaliação destas dicotomias produz dezesseis potenciais tipos de pele.
Determina-se através de um questionário de autopreenchimento e sugestões para
cada tipo de pele, a avaliação produz um código de quatro letras que indicam os tipos
de pele, cada letra se refere à condição atual ou tendência de uma pessoa desenvolver
a condição de pele correspondente (BAUMANN, 2006).
Essa classificação foi desenvolvida por meio da pesquisa da Doutora Helena
Rubinstein, que inicialmente trouxe quatro classificações principais: seca, oleosa, mista
e sensível, com isso Baumann elaborou 64 questões, que fazem uma junção dessas
características inicialmente estudadas por Rubinstein, e que permite a avaliação de
vários quadros clínicos dos pacientes (MOTA; BARJA, 2006).
30
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• As disfunções estéticas faciais trazem diversas características que permitem sua
avaliação por meio de várias formas como, ficha de anamnese, lâmpada de Wood e
classificações como Baumann e Fitzpatrick.
• A Lâmpada de Wood permite avaliação das dermatoses faciais, trazendo diferenças
na coloração observada conforme a dermatose avaliada, por exemplo, as alterações
pigmentares aparecem com coloração mais esbranquiçada.
• A classificação de Fitzpatrick divide a pele em cinco fototipos, conforme a resposta à
exposição solar em relação à queimadura e ao bronzeamento.
31
1 A pele reage através do bronzeado, como uma forma de proteção em relação à
exposição à radiação ultravioleta, conforme esta resposta, foi desenvolvida uma
escala de tipos de pele, a conhecidaescala de Fitzpatrick. A partir dessa classificação,
quanto à classificação da pele que queima moderadamente, bronzeia moderadamente,
sensibilidade normal ao Sol, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Fototipo I.
b) ( ) Fototipo II.
c) ( ) Fototipo III.
d) ( ) Fototipo IV.
2 Na avaliação facial, uma anamnese bem realizada em conjunto com uma boa avaliação
visual e palpatória, permite um diagnóstico adequado das disfunções faciais e a
melhor forma de intervenção. Além desta avaliação, existem equipamentos, dentre
eles, a lâmpada de Wood, que, conforme a dermatose avaliada, mostra uma coloração
específica na análise. Se estivermos avaliando um quadro de manchas pigmentares,
quanto à coloração observada, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Pontos azuis brilhantes.
b) ( ) Pontos vermelho coral.
c) ( ) Pontos marrons acastanhados.
d) ( ) Pontos esbranquiçados.
3 Quando avaliamos um paciente com disfunção facial, utilizamos de recursos como
a lâmpada de Wood, palpação e avaliação visual. Na avaliação visual, é possível usar
como recurso auxiliar a lupa de aumento. Quanto ao que deve ser observado na
avaliação visual, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Idade do paciente.
b) ( ) Etnia do paciente.
c) ( ) Cor dos olhos do paciente.
d) ( ) Aspecto da pele do paciente.
AUTOATIVIDADE
32
4 Toda vez que se inicia o tratamento dentro da área de fisioterapia dermatofuncional,
é muito importante coletar todas as informações que podem ser úteis para
determinação do protocolo de tratamento mais adequado. Dentre o que se deve
avaliar, vem o histórico familiar, o histórico das patologias pregressas e tratamentos
anteriormente realizados. Qual a importância da anamnese em um tratamento dentro
da área de dermatofuncional?
5 Quando estamos diante de um paciente que apresenta uma disfunção estética
facial, na área de dermatofuncional, devemos verificar quais podem ser os fatores
desencadeantes, quais são os cuidados que ele tem com essa pele, e devemos
utilizar os mais variados recursos disponíveis para um diagnóstico adequado, uma
das avaliações que pode ser realizada é a classificação de pele de Baumann. Como
pode ser descrita esta avaliação?
33
TÓPICO 3 -
TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE
AVALIAÇÃO CORPORAL
1 INTRODUÇÃO
UNIDADE 1
Antes de decidir por qualquer forma de intervenção na área de dermatofuncional,
é importante realizar uma avaliação detalhada do paciente, iniciando por uma anamnese
completa para identificar qualquer contraindicação que impeça a realização de algum
tratamento. Através dos dados coletados, é possível um direcionamento adequado para
qual melhor técnica manual, cosmética ou eletroterápica, que deve ser escolhida para o
tratamento da disfunção apresentada.
É importante uma avaliação detalhada, na qual se verifique, por exemplo, seus
hábitos alimentares, já que o excesso de alguns alimentos, como açúcar e sal podem
agravar o quadro da patologia.
2 DIGITOPRESSÃO: SINAL DE GODET
O edema tem sua formação devido ao acúmulo de líquido no espaço intersticial,
podendo ser localizado ou de grandes proporções, no primeiro caso, pode estar restrito a
um membro e, no segundo, ao corpo como um todo. O que ocorre é um desequilíbrio no
controle da distribuição dos líquidos no espaço intersticial. Sendo que os mecanismos
de controle foram descritos já em 1896, por Starling (COELHO, 2004).
FIGURA 12 – SINAL DE GODET (SINAL DE CACIFO)
FONTE: <https://shutr.bz/3N1X032>. Acesso em: 18 mar. 2022.
34
Para verificação da presença de edema, pode ser realizado o teste de
digitopressão com o polegar pressionado sobre a pele durante cinco a dez segundos,
durante a pressão a coloração da pele se altera, e deve voltar ao normal ao mesmo tempo
que foi pressionado, se houver edema pode aparecer um sinal chamado de Cacifo ou
Godet, ficando presente uma depressão no local avaliado mesmo após a diminuição da
pressão (BRUNING; KALIL; MAHMUD, 2013).
3 SINAL DE STEMMER
Existe mais um sinal clínico importante no diagnóstico de edema, conhecido
como sinal de STEMMER, representado por um espessamento cutâneo na base do
segundo artelho, o examinar consegue verificar este sinal quando tenta pinçar a pele
desta região. É possível verificar no caso de linfedema uma infiltração dos tecidos que
não permite o pinçamento desta região, muitas vezes este sinal está presente antes
mesmo de haver aumento de volume da região acometida por edema ou linfedema
(GODOY; SILVA; SOUZA, 2004).
Quando existe uma alteração no equilíbrio do controle da distribuição de
líquidos entre o líquido intracelular e o extracelular, estes podem se acumular no
espaço intersticial, podendo ser causado por fatores que alteram o fluxo do líquido
pelos capilares, ou, ainda, causas secundárias que influenciam o controle do volume
do compartimento extracelular, bem como do líquido presente no corpo, que pode
desenvolver edemas generalizados.
O edema ocorre com maior frequência no espaço extracelular e em casos menos
frequentes no espaço intracelular (COELHO, 2004; GUYTON; HALL, 2011).
Para Guyton e Hall (2011), o edema pode advir de vários fatores, a saber:
quantidade anormal de líquido plasmático extravasado para o meio externo da célula,
deficiência do sistema linfático na devolução dos líquidos para o sangue, ou ainda
filtração desregrada do líquido capilar.
4 ANTROPOMETRIA
Na avaliação corporal, a antropometria estuda as dimensões e proporções
do corpo. Sendo que a estrutura corporal é composta pelo peso corporal, estatura,
circunferências e diâmetros, mudanças nesses parâmetros estão relacionadas a diversas
disfunções corporais. Permite diagnosticar sobrepeso, obesidade ou desnutrição. Para
essa avaliação é necessário apenas uma fita métrica para medição da circunferência,
compassos ou adipômetro para avaliação das dobras cutâneas e uma balança para
avaliação do peso corporal (ANDRADE et al., 2018).
35
Para a realização dessa avaliação o corpo, pode ser dividido em dois ou mais
compartimentos, sendo que, neste caso, são necessários equipamentos sofisticados
para a avaliação. A divisão em dois compartimentos permite a classificação da massa
corporal em massa de gordura e massa livre de gordura. Mudando, entre elas, a
quantidade de lípides essenciais que estão na parte da massa livre ou isenta de gordura,
e os que estão na massa magra (FREITAS JÚNIOR, 2018).
5 DOBRAS CUTÂNEAS
Para avaliar a porcentagem de gordura corporal, utilizam-se as dobras
cutâneas através do adipômetro. Permite avaliação do conteúdo de gordura abaixo
da pele, sendo que o tecido adiposo subcutâneo que equivale 50 a 70% da gordura
total do corpo. Com essas avaliações é possível uma estimativa do Índice de Massa
Corporal (IMC), pelo peso e altura, e a outra forma, pelo uso de adipômetro, para que
sejam avaliadas as dobras cutâneas (ANDRADE et al., 2018).
A análise pode ser feita por uma tabela que relaciona peso e altura, para
verificação do excesso de peso e pelo uso das dobras cutâneas, estas são feitas no
hemicorpo direito do paciente que deve estar em pé, a adipometria, pinçando a dobra
de pele e gordura com polegar e indicador, colocação do adipômetro um centímetro
abaixo deste pinçamento. As medidas devem ser feitas pelo menos três vezes não
consecutivas, sendo avaliadas as medidas das dobras tricipital, subescapular, suprailíaca, abdominal e coxa. As medidas de circunferência por meio da fiota métrica
medindo o pescoço, ombros, peito, cintura, abdômen, quadril, coxa proximal, medial e
distal, joelho, panturrilha, tornozelo, braço, antebraço e pulso (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
6 PERIMETRIA
A avaliação por meio da perimetria demonstra em centímetros a circunferência
de uma determinada região corporal, para sua realização são necessários lápis
demográfico e fita métrica.
Como descrito por Fernandes Filho (2003), para uma correta mensuração,
deve-se ter alguns cuidados como marcar os pontos da circunferência que será medida
de forma correta com caneta ou com o lápis demográfico, sempre marcar um ponto fixo
para que não haja erros, a pele deve estar livre de vestimentas que podem influenciar
a medida,não utilizar fita elástica ou com baixa flexibilidade, cuidar para que o dedo do
avaliador não fique entre a fita e a pele do paciente, não apertar demais a fita, e nem
deixá-la muito frouxa, são necessárias três medidas para que seja possível o cálculo da
média, a medição não deve ser feita após atividades físicas.
36
As medidas dos perímetros podem auxiliar na avaliação do crescimento, da
condição nutricional do indivíduo e distribuição da gordura corporal, recomenda-se
fitas métricas de dois metros de comprimento pois permitem a avaliação de todas as
circunferências corporais (FREITAS JÚNIOR, 2018).
7 BIOIMPEDÂNCIA
A bioimpedância permite determinar qual é a composição corporal, massa de
gordura, massa livre de gordura, massa de água no interior das células, massa de água
fora das células e a quantidade de massa de água corporal total. Se explica a medida
da impedância pelo fato de que o corpo humano oferece a passagem de uma corrente
elétrica, que faz uma relação inversamente proporcional à massa de água corporal total
(SILVA; CARVALHO; FREITAS, 2019).
Muitos materiais são condutores de energia elétrica, inclusive o corpo humano,
mesmo não sendo constante, pode ser considerado um cilindro não perfeito, influenciado
pela impedância e pelo percentual de água corporal. Em geral, é usada uma frequência
de 50 Hz, passada entre os eletrodos dispostos da mão ao pé, pé a pé ou mão a mão,
permitindo estimar a massa de gordura livre e água corporal total, sem determinar a
água intracelular (FREITAS JÚNIOR, 2018).
8 PALPAÇÃO/TERMOGRAFIA
Importante também no processo de avaliação corporal é a palpação, para que,
em um quadro de fibrodema geloide, gordura localizada e flacidez, cada um desses
distúrbios sejam identificados. Mover as mãos de baixo para cima na área acometida
pela disfunção, esticando a pele para avaliar a presença de retrações, entre outras
avaliações, é importante para diferenciar as disfunções (AGNE, 2014).
Ao realizar uma avaliação corporal para lipodistrofia ginoide, por exemplo, é
importante comparar um lado com o outro, além de avaliar o local em repouso
e com contração. Isso permite confirmar a presença do FEG, de flacidez ou,
ainda, de lipodistrofia localizada (AGNE, 2014).
ATENÇÃO
37
Ainda conforme Agne (2014), outra forma de avaliação corporal é o uso da
termografia, que consegue verificar alteração na circulação a nível cutâneo pela
presença dos nódulos de gordura e formação de fibrose, as placas trarão uma mudança
de coloração, especialmente quando existe uma grande deficiência micro circulatória,
esta distinção fica bem acentuada, permitindo, junto com a palpação e exame visual,
um diagnóstico correto do fibroedema geloide.
Devem ser verificados alguns cuidados em relação à temperatura ambiente que
deve estar na faixa de 22 a 24 °C, o cliente não pode ter realizado nenhuma atividade
física e ainda deve repousar antes da realização da técnica, visto que, se a temperatura
da pele estiver alterada, pode modificar o resultado do termográfico.
Em geral, o fibroedema geloide apresenta uma união de três coisas: a fibrose, a
presença de flacidez e a gordura local. Pode ser utilizada a comparação visual dos dois
lados acometidos pela celulite, inicialmente estando o local em repouso e depois com
contração brusca, para que seja analisada a presença de flacidez, gordura e celulite
no local, não permitindo que seja determinado o grau desta disfunção apenas pela
realização deste teste (AGNE, 2014).
No caso da lipodistrofia ginoide é muito importante a avaliação visual
que permite a identificação de pontos com irregularidades na pele,
características da casca de laranja, sinal mais conhecido da disfunção.
Porém, a contração muscular que torna este sinal mais visível não pode
ser de forma isolada, determinar qual o grau apresentado da disfunção
pela paciente, sendo necessários outras avaliações para que seja fechada
a classificação (AGNE, 2014).
IMPORTANTE
A análise da presença de flacidez em nossa pele é verificada pela correta
avaliação visual, visto que estarão presentes marcas e dobras no local afetado. Junto
com o pinçamento local, permite que seja percebida uma redução da tensão e da
consistência do tecido dérmico. O teste de pinçamento consiste em tracionar a pele
com os dedos e verificar que esta deve demorar cerca de cinco segundos para retornar
a sua posição inicial, ao soltar, avalia-se se o tempo, se for maior que isso, se caracteriza
como flacidez (GARDIN; CIECKOVICZ, 2011).
38
9 FOTODOCUMENTAÇÃO
Em qualquer avaliação na área de dermatofuncional é muito importante o
registro fotográfico, para avaliações dos resultados posteriormente, caso ocorra algum
erro na avaliação inicial, quer seja na perimetria ou adipometria, porém, deve-se ter
alguns cuidados para uma imagem bem nítida e adequada, como a luminosidade do
local, posição do paciente, distância da fotografia, fundo, todos estes parâmetros devem
estar iguais em todas as fotos e que sejam coletadas, no máximo, a cada cinco sessões.
A fotodocumentação é essencial para acompanhar a evolução, antes e durante
os tratamentos para o contorno corporal. Os registros do antes e do depois, também são
usados para acompanhar os resultados, e bons para utilizar como forma de divulgação
do trabalho (BORGES, 2010).
Para registro de imagem, é sempre importante o direito ao uso da imagem,
de acordo com a Constituição Federal de 1988. Mesmo com a autorização,
é importante a preservação dos clientes, sempre usar tarjas pretas,
ocultação dos olhos e não identificar os clientes (BORGES, 2010).
IMPORTANTE
10 OUTROS RECURSOS
Um recurso muito utilizado para avaliar o fibroedema geloide é através do uso
de um sensor com infravermelho (Celluscan), que consegue realizar uma avaliação
cutânea e é capaz de determinar o grau da afecção, e quantidade de retenção de líquido
(SILVA et al., 2017).
Muito importante nas avaliações corporais é a classificação do biotipo corporal,
através da identificação do formato do corpo é possível determinar onde a gordura é
mais resistente, para determinar a melhor forma de terapêutica.
39
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A avaliação corporal permite o diagnóstico de diversas disfunções estéticas, bem
como as condições nutricionais de um indivíduo.
• A antropometria corporal permite, desde avaliação da massa magra, altura e
massa corporal de gordura, o que direciona melhor as intervenções em fisioterapia
dermatofuncional.
• Apesar de existirem padrões ouro de avaliação corporal, a bioimpedância permite
uma avaliação da quantidade de água e gordura corporal.
• Nos tratamentos é importante a fotodocumentação, para que sejam comprovados
os resultados comparando o antes com o depois, além de servir como base científica
para trabalhos acadêmicos.
40
1 O teste de digitopressão demonstra se existe a presença de edema durante um
período de cinco a dez segundos, a pele altera coloração e volta ao normal no tempo
em que foi pressionado. Nesta avaliação aparece um sinal, sobre este sinal, assinale
a alternativa CORRETA:
a) ( ) Sinal de Stemmer.
b) ( ) Sinal do Cacifo/Godet.
c) ( ) Sinal do de Frank.
d) ( ) Sinal de Paul.
2 A determinação da composição corporal é feita de várias formas, é possível avaliar
gordura, massa livre de gordura, massa de água do corpo, esta avaliação pode ser
feita passando uma corrente elétrica pelo corpo, que demonstra a massa corporal
total. Sobre essa técnica, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Perimetria.
b) ( ) Termografia.
c) ( ) Bioimpedância.
d) ( ) Dobras cutâneas.
3 Uma importante forma de avaliação é a fotodocumentação, essencial para
acompanhar a evolução antes e durante os tratamentos para o contorno corporal. Os
registros do antes e do depois também são usados para acompanhar os resultados
e para utilizar como forma de divulgação do trabalho. Sobre o principal cuidado que
devemos ter, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) O mesmo fundo em toda foto.
b) ( ) Fazer foto a cada dez sessões.
c) ( ) Distâncias diferentes.
d) ( ) Roupas de cores diferentes.AUTOATIVIDADE
41
4 Nosso corpo é composto por moléculas, íons, líquidos, órgãos, tecidos, entre outras
estruturas, essas características permitem várias formas de avaliação, dentre elas
podemos citar a adipometria, a perimetria, bioimpedância. Sobre essas técnicas,
descreva a adipometria, também chamada de dobras cutâneas:
5 A antropometria corporal é algo antigo, permite avaliação de vários fatores, tais
como peso, altura, massa corporal entre outros. Esses parâmetros permitem a
verificação do estado nutricional do paciente, bem como presença de sobrepeso e
nas disfunções corporais como lipodistrofia localizada, lipodistrofia ginoide etc. Sobre
a antropometria corporal, explique a importância desta avaliação para o profissional
de fisioterapia dermatofuncional na escolha dos procedimentos a serem realizados
no paciente:
42
43
TÓPICO 4 -
TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE
AVALIAÇÃO DOS ANEXOS CUTÂNEOS
1 INTRODUÇÃO
UNIDADE 1
Os anexos cutâneos são parte do sistema tegumentar, sendo eles os pelos,
unhas, glândulas sudoríparas, sebáceas e as glândulas mamárias.
Os pelos são compostos de queratina e tem crescimento ininterrupto, ficando
dentro de uma invaginação presente na epiderme e compostos por três partes –
raiz, córtex e cutícula –, já as unhas são células onde foi depositada a queratina e
se encontram na superfície dorsal das falanges distais dos dedos (JUNQUEIRA;
CARNEIRO, 2008).
Junqueira e Carneiro (2008) também descrevem que as glândulas sebáceas são
exócrinas e se localizam na derme, e os ductos chegam aos folículos pilosos estando
ausentes apenas nas palmas das mãos e planta dos pés, as glândulas sudoríparas são
exócrinas e distribuídas em toda a pele.
2 DERMATOSCÓPIO
A análise capilar pode ser feita por meio do dermatoscópio, que permite
avaliação do couro cabeludo e da haste capilar, existem muitos aparelhos portáteis que
aumentam de 25 a 400 vezes, permitindo ser acoplado em computadores e celulares
para a captura de imagem (ANDRADE et al., 2018).
Além do dermatoscópio, existem formas de avaliação específicas para verificação
de oleosidade, ph, densidade capilar, contagem dos velos e análise em relação à presença
de caspa, por meio de equipamentos específicos (BORGES; SCORZA, 2016).
3 HISTÓRIA CLÍNICA
A história clínica do paciente é importante na avaliação da perda de pelos, uma
anamnese cuidadosa permite que seja feito um diagnóstico diferencial.
Pode-se, também, avaliar o crescimento dos pelos por meio da medição com
uma régua graduada, além de reconhecer aqueles pelos que estão na fase anágena
e na fase telógena, ou seja, a fase de crescimento e a fase que caminha para queda.
Isso exige um acompanhamento por anos e o paciente, muitas vezes, fica sem cortar o
cabelo, por exemplo, por um período de cinco a sete anos (DAWBER; NESTE, 1996).
44
São dois tipos de pelos, os chamados velos que são curtos e de coloração clara,
recobrindo toda a superfície da pele como, por exemplo, os encontrados na face. O
lanugo é chamado de penugem clara e muito clara, está presente no corpo de recémnascidos. Os pelos terminais são mais grossos e crescem em partes específicas do
corpo sobrancelhas, cílios, região púbica e barba, bem como os cabelos são um tipo
de pelo terminal se diferenciando dos demais por um crescimento contínuo e textura
diferenciada (KUPLICH, 2018).
FIGURA 13 – FASE DE CRESCIMENTO DO CABELO, DIAGRAMA ANATOMIA DO CABELO HUMANO
FONTE: <https://shutr.bz/36qqdUj>. Acesso em: 18 mar. 2022.
Uma anamnese completa deve verificar quesitos específicos, tais como, tipo de
cabelo, cuidados gerais com ele, hábitos de vida, medicamentos em uso, além de saber
quais procedimentos de química ou terapia capilar que foram feitos (KUPLICH, 2018).
Os tratamentos de nível capilar não se restringem apenas à parte de
transformações da haste capilar, como corte, coloração e químicas, mas
também tratamento do couro cabeludo, suas disfunções, queda capilar,
oleosidade em excesso e ainda dermatite seborreia, descamações do couro
cabeludo etc. (KUPLICH, 2018).
ATENÇÃO
45
Ademais, o exame clínico, existem exames complementares que podem ser
feitos para auxiliar no diagnóstico, sendo os mais frequentes solicitados pelos médicos
o tricograma, anatomopatológico, microscopia e medições do comprimento e da haste
capilar (BORGES; SCORZA, 2016).
4 AVALIAÇÃO UNGUEAL
Ainda nos anexos cutâneos encontramos as unhas, glândulas sudoríparas. As
unhas são compostas por lâminas de ceratina e se localizam na parte dorsal das falanges
distais dos dedos, tem sua origem na matriz ungueal. Divide-se em lúnula, eponíquio,
lâmina ungueal, leito ungueal e hiponíquio, possuem as camadas lúcida e córnea da
epiderme. As glândulas sudoríparas estão presentes na derme, produzindo o suor,
tendo como principal função o controle da temperatura da epiderme por evaporação.
São divididas em apócrinas e écrinas, as primeiras desembocam diretamente nos
folículos pilossebáceos, sendo que o odor característico se deve a produtos de
decomposição pelas bactérias no local. As glândulas écrinas, encontram-se nas regiões
palmo plantares, e praticamente em todo o corpo, secretam um suor livre de odor até o
momento em que ocorre a ação da bactéria (FASSHEBER et al., 2018).
As unhas podem apresentar diversas disfunções causadas por traumas,
infecções fúngicas, patologias cutâneas e ainda problemas sistêmicos. As
onicomicoses são provocadas por dermatófitos, sendo os mais comuns o T. rubrum e
o T. mentagrophytes, que tem como alimento a queratina. Em geral, as onicomicoses
acabam por provocar o descolamento da unha em sua borda livre, deixa-a mais espessa,
com coloração anormal e em muitos casos, com formato alterado, ou seja, deformada
(WOLFF et al., 2015).
Quando é realizado o embelezamento das unhas, a cutícula, que na
verdade se chama eponíquio, é retirada fazendo com que a região fique
mais vulnerável a processos inflamatórios e infecciosos, devido ao risco de
penetração de agentes irritantes e patogênicos. Se os objetos usados não
forem adequadamente esterilizados podem, inclusive, surgirem doenças
como onicomicoses e hepatite C (ANDRADE, et al., 2018).
IMPORTANTE
Na avaliação visual, as onicomicoses podem se apresentar de diversas formas
do tipo subungueal distal e lateral, se iniciando na região do hiponíquio até a região
lateral, a unha se apresenta com coloração mais opaca, espessada e de forma irregular.
A do tipo branca superficial apresenta-se como uma placa esbranquiçada no corpo da
unha, tipo subungueal proximal que afeta a matriz da unha apresentando uma mancha
esbranquiçada no local afetado (WOLFF et al., 2015).
46
O diagnóstico clínico é complexo, pois, algumas disfunções podem ser
confundidas como caso de infecções fúngicas e psoríase ungueal, sendo necessária,
por vezes, a cultura dos fungos para identificação do agente patológico, neste caso, o
paciente deve ser encaminhado ao médico para prescrição da medicação adequada
(ANDRADE et al., 2018).
5 AVALIAÇÃO GLÂNDULAS SEBÁCEAS
As glândulas sebáceas são outro anexo da pele, responsáveis por produzir o
sebo, contendo ácidos graxos, presentes em grande quantidade no couro cabeludo e
ausentes nas palmas das mãos e planta dos pés. São classificadas como glândulas
exócrinas, desembocando no folículo piloso, promovem lubrificação da superfície da
pele e do pelo, tem característica hidrofóbica e, em conjunto com a queratina, protege
o pelo, além de ter ação bactericida (FASSHEBER et al., 2018).
As alterações das glândulas geralmente são diagnosticadas por diagnóstico
clínico, algumas vezes é necessária uma avaliação histopatológica para confirmação, por
exemplo, a hiperplasia sebácea que se caracteriza por lesão presente na pele, agravada
por hormônios androgênicos, radiação ultravioleta e uso de ciclosporina, ocorrendo
mais na face de pessoas idosas em número variável, sendo diferenciadas do carcinoma
basocelular por meio da dermatoscopía (TAGLIOLATTO; ENOKIHARA; ALCHORNE, 2011).
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RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A ficha de anamnese é usada para registrar aavaliação realizada, colher o histórico
familiar e antecedentes patológicos do cliente.
• Por meio de uma avaliação detalhada dos anexos cutâneos, podem ser verificadas
alterações na saúde da pessoa, por exemplo, o estresse que se manifesta em queda
capilar.
• Muitas patologias dos anexos cutâneos exigem exames complementares para
confirmação de um diagnóstico, por exemplo, para diferenciar o carcinoma basocelular
de hiperplasia sebácea.
• A história clínica da paciente traz informações importantes que auxiliam no diagnóstico
e na escolha do tratamento mais adequado a cada paciente, é importante saber os
cosméticos utilizados, tratamentos anteriores, fatores genéticos e hormonais.
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1 Nosso couro cabeludo é rico em glândulas que produzem o sebo rico em ácidos
graxos, são glândulas classificadas em exócrinas, pois desembocam no folículo
piloso, proporcionado brilho e maciez ao nosso cabelo, mas em excesso pode causar
seborreia, caspa entre outras disfunções. A substância secretada por estas glândulas,
o sebo, quanto às suas funções, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Ressecamento pele e pelo.
b) ( ) Reduzir a proteção cutânea
c) ( ) Barreira perda de água.
d) ( ) Controle da temperatura.
2 Em uma avaliação, a história clínica do paciente é muito importante, para verificar a
perda de pelos, por exemplo, por meio de um diagnóstico diferencial. Deve-se avaliar
o crescimento dos pelos, reconhecer as fases do crescimento e de queda, muitas
vezes este acompanhamento perdura por anos. Os pelos podem ser classificados
em vários tipos, como terminais, lanugos e velos. Em relação ao lanugo, assinale a
alternativa CORRETA:
a) ( ) Pelos curtos de coloração clara.
b) ( ) Penugem clara ou muito clara de recém-nascidos.
c) ( ) Crescem em partes específicas do corpo.
d) ( ) Estão presentes no couro cabeludo.
3 Nosso corpo é composto por vários tipos celulares que dão origem a vários tipos de
tecidos, dentre eles, o tegumentar, popularmente conhecido como pele. Além desta
existem os anexos, que são compostos por estruturas especializadas, dentre elas
nossos pelos, as glândulas sebáceas e sudoríparas e as unhas. Quando analisamos
as glândulas, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As glândulas sebáceas e sudoríparas produzem respectivamente o sebo e o
suor, que ainda não têm função conhecidas.
b) ( ) A glândula sudorípara produz o sebo, que tem como principal função o controle
de temperatura na pele.
c) ( ) A glândula sebácea elimina o suor que auxilia na hidratação e lubrificação da pele
e dos pelos.
d) ( ) A glândula sudorípara produz o suor que auxilia no controle da temperatura
corporal, e a sebácea o sebo que lubrifica pele e pelos.
AUTOATIVIDADE
49
4 Nosso tecido tegumentar é formado por nossa pele, que apresenta várias funções,
por exemplo, atuar como barreira a agentes agressores externos, tecido tátil que
permite várias sensações, além de, através das glândulas sudoríparas, produzir o suor
para auxílio no controle da temperatura, composta por duas camadas a epiderme e a
derme. Sobre essas camadas descreva cada uma delas:
5 A pele é diferente entre as pessoas pois existem os diferentes fototipos, de
acordo com a deposição de um pigmento denominado melanina, produzido pelos
melanócitos e transportado pelos melanossomas, conforme existe a exposição
aos raios ultravioleta, existe a resposta de nosso organismo, tornando-se a pele
bronzeada e sem queimaduras, ou sendo um fototipo baixo não se bronzeando e
ainda queimando. Descreva sobre o melanócito:
50
51
ELABORAÇÃO DO PLANO DE
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO
APLICADO À DERMATOFUNCIONAL
1 INTRODUÇÃO
UNIDADE 1 TÓPICO 5 -
A Fisioterapia Dermatofuncional é uma disciplina que estuda várias disfunções
estéticas e a forma de tratamento de cada uma delas, atuando desde a prevenção até a
recuperação de patologias que atingem o tecido tegumentar, pele, anexos, especialmente
em relação à terapia capilar, tecido adiposo, não apenas como embelezamento, mas,
também, como intervenção de saúde.
Para tanto, é importante o conhecimento da fisiopatologia de cada disfunção
e uma anamnese bem realizada para que as técnicas adequadas sejam eleitas, sendo
tanto os manuais, cosméticos, eletroterapia, entre outras.
2 TRATAMENTO PARA PATOLOGIAS UNGUEAIS
Basicamente, a intenção no caso de uma onicomicose é controlar a infecção
através do uso da eletroterapia ou da cosmetologia, por exemplo, o laser de baixa
intensidade auxilia na modulação da atividade celular, sendo que o laser vermelho
auxilia as células do sistema imune, auxiliando no combate a onicomicose. O uso de
leds de coloração azul trazem benefícios aos tecidos. O equipamento de alta frequência
auxilia no controle da proliferação dos fungos (AGNE, 2014; BORGES, 2010).
No caso de cosméticos, os princípios ativos visam auxiliar o crescimento da
unha e combater o fungo, como exemplo pode-se citar a biotina que atua como cofator
enzimático, auxiliando na diferenciação da epiderme, no metabolismo de aminoácidos.
O óleo essencial de melaleuca puro sobre a região acometida auxilia no controle do
micro-organismo, quando aplicado três vezes ao dia, pode ser diluída no óleo de rosamosqueta ou copaíba, ou em creme neutro (ANDRADE et al., 2018).
52
3 TRATAMENTO DAS PATOLOGIAS CORPORAIS
Os recursos terapêuticos estéticos podem ser usados de forma isolada ou
associados de forma adequada para que o resultado seja mais efetivo. Por exemplo, no
tratamento do fibroedema geloide Grau II com uso de ultrassom, endermoterapia, junto
com drenagem linfática, devido à fibrose associada ao edema, associado a recursos
eletroterápicos. O ultrassom usado para melhorar a fibrose, a endermoterapia no tecido
com FEG e a drenagem em todo o corpo.
Um protocolo de tratamento para flacidez cutânea pode ser uma associação
de radiofrequência, massagem modeladora e cosméticos. A radiofrequência em toda a
área, massagem modeladora com creme com presença de colágeno, e uso domiciliar de
creme para tratamento de flacidez cutânea com ácido hialurônico ou ativos lipolíticos.
Podendo ser feitos diversos outros protocolos com associação de técnicas manuais,
cosméticos, eletroterapia e home care.
3.1 MICROAGULHAMENTO
Nas estrias, a aplicação do microagulhamento promove um processo inflamatório,
que faz com que seja produzido colágeno local, melhorando a qualidade da pele,
epiderme e derme, além de promover uma facilitação na proliferação dos queratinócitos,
pois o colágeno que se forma é saudável, além de melhorar a microcirculação local.
As agulhas promoverão uma lesão restrita e localizada, promovendo estímulo
ao processo de cicatrização em todas as suas fases (BORGES; SCORZA, 2016):
• inflamação: um a três dias;
• proliferação: cinco a oito semanas;
• remodelação: 28 dias a dois anos.
3.2 MICROGALVANOPUNTURA
Tem efeito devido à corrente elétrica de baixa intensidade associada à
perfuração cutânea com uma pequena agulha. O eletrodo ativo negativo provoca
uma reação inflamatória reestruturando o tecido. Inicia-se com uma esfoliação da
pele para remoção de células mortas ou não funcionais, assim, a perfuração leva
a modificações eletroquímicas ao redor destas, precipitando algumas proteínas
orgânicas, estabilizando e incrementando a síntese proteica, reorganizando o tecido
conjuntivo da derme local, sendo que a puntura varia de três a quatro pontos por
centímetro em um ângulo paralelo à pele.
O tempo em cada ponto não deve ultrapassar três segundos. Forma-se edema
e hiperemia no local, sendo ideal um estímulo de sete dias na mesma estria, tendo em
torno de cinco a dez aplicações, com dose de 150 a 300 ampères (AGNE, 2014).
53
3.3 LASER
A ação do laser ocorre no nível celular, com combinações farmacológicas ou
tópicas, e aumenta o número das fibras de colágeno, melhorando a tensão da epiderme
e o aspecto da pele, porém, neste caso, é necessário um número grande de aplicações
(GUIRRO; GUIRRO, 2004).
Pode ser usado em diversas disfunções da área de dermatofuncional, por
exemplo, quando usado em estrias recentes, consegue agir a nível celular, melhorando
o metabolismo do tecido,