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CONCEITO-DERMATOFUNCIONAL-E-TRATAMENTO-FUNCIONAL

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2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3 
2 CONCEITOS E HISTÓRICOS ................................................................................ 4 
3 ANATOMIA DA PELE ............................................................................................ 5 
3.1 Estrutura da Pele .................................................................................................. 6 
3.2 Epiderme ..............................................................................................................8 
3.3 Derme.................. ............................................................................................... 11 
3.4 Tela Subcutânea ................................................................................................. 12 
4 MANUTENÇÃO DA HOMEOSTASIA .................................................................. 13 
4.1 Cicatrização da epidérmica ................................................................................. 13 
4.2 Cicatrização profunda ......................................................................................... 14 
4.3 Envelhecimento .................................................................................................. 16 
5 FISIOTERAPIA DERMATOFUNCIONAL NAS DISFUNÇÕES DO TECIDO 
ADIPOSO .................................................................................................................. 16 
5.1 Disfunções cinético-funcionais do tecido adiposo ............................................... 17 
5.2 Intervenções fisioterapêuticas nas disfunções do tecido adiposo ....................... 19 
6 FISIOTERAPIA DERMATOFUNCIONAL NAS DISFUNÇÕES FACIAIS ............. 23 
6.1 Microagulhamento .............................................................................................. 23 
6.2 Peeeling...............................................................................................................25 
7 FISIOTERAPIA DERMATOFUNCIONAL NAS DISFUNÇÕES CORPORAIS ..... 27 
8 FISIOTERAPIA DERMATOFUNCIONAL E QUEIMADURAS .............................. 37 
8.1 Tratamentos ........................................................................................................ 39 
9 FISIOTERAPIA DERMATOFUNCIONAL NOS PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS
 ...............................................................................................................................41 
9.1 Intervenção do fisioterapêuticas no pré-cirúrgico ................................................ 42 
9.2 Intervenções fisioterapêuticas pós-operatórias ................................................... 43 
10 REFERÊNCIAS .................................................................................................... 48 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - 
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
2 CONCEITOS E HISTÓRICOS 
 
A Fisioterapia é uma das áreas mais recentes da saúde, surgiu e ainda vem 
se desenvolvendo no Brasil, graças aos esforços de uma classe que em 2004 contava 
com 80 milhões de profissionais da saúde e que em 2018 já contava com cerca de 
240 mil profissionais segundo o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia 
Ocupacional (COFFITO). 
A Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR) foi a primeira 
instituição do país a oferecer um curso regular em Fisioterapia, sendo sua criação a 
cargo da Escola de Reabilitação do Rio de Janeiro. A luta permanente de um grupo 
de profissionais fez com que a profissão crescesse legalmente, ganhando um 
importante enfoque científico. 
Atualmente no Brasil a Fisioterapia ligada a área da estética denominada por 
Fisioterapia Dermatofuncional, a substituição do seu primeiro nome, deve-se uma 
tentativa de ampliar a área, conferindo-lhe a conotação de restauração de função, 
além da sugerida anteriormente, que era apenas melhorar ou restaurar aspectos 
ligados a uma aparência física. Assim, a área de Dermatofuncional deve receber a 
mesma importância que as demais especialidades, apesar de seu reconhecimento no 
Brasil ser mais antigo, iniciado em 2012 (MELO, 2014). 
A Fisioterapia Dermatofuncional é a área responsável por diagnosticar e tratar 
os distúrbios estético-funcionais decorrentes de patologias, procedimentos cirúrgicos 
e/ou suas sequelas. Em outras palavras, eles intervêm em distúrbios onde a função 
do sistema tegumentar foi alterada (TACANI; MACHADO; TACANI, 2009). 
No total, e conforme a definição, é uma subespecialidade da Fisioterapia que 
se concentra na prevenção, promoção e recuperação do sistema tegumentar em 
relação a distúrbios endócrinos, metabólicos, dermatológicos, circulatórios, 
osteomioarticulares e neurológicos, visando restaurar a estética e funcionalidade do 
sistema tegumentar. 
O Fisioterapeuta Dermatofuncional é então designado por fornecer um 
tratamento mais eficaz e seguro para pacientes com este tipo de “condições”, 
utilizando seus conhecimentos de anatomia e fisiologia, trabalhando a partir da base 
científica existente (OLIVEIRA, BARRETO, TAVARES, 2012). 
 
 
5 
 
A intervenção da Fisioterapia Dermatofuncional atualmente divide — se em 
duas grandes dimensões: estética e reparadora. São duas grandes áreas da 
Fisioterapia Dermatofuncional, onde a estética corresponde à tentativa de aproximar 
as variações da normalidade ao que se considera padrão de beleza de uma cultura 
em um determinado momento, bem como corrigir as alterações que ocorrem ao longo 
do tempo, promovendo o rejuvenescimento visual. 
A vertente reparadora se compromete a reparação de tecidos, recuperação de 
substâncias perdidas, reabilitação das funções dos órgãos, em geral, resultados de 
traumas, doenças ou defeitos congênitos. A linha entre essas duas definições é 
bastante tênue, dada a frequência com que ocorrem situações que envolvem 
distinções funcionais. 
3 ANATOMIA DA PELE 
Anatomia é um ramo da biologia que estuda todos os aspectos do corpo 
humano, bem como a estrutura, composição e organização de todos os seres vivos 
que podem ser afetados pela genética, tempo e ambiente. Além disso, o estudo da 
anatomia abrange as estruturas corporais fundamentais e busca os mecanismos que 
podem levar a modificações, portanto, alterar as funções do corpo 
(TORTORA; DERRICKSON, 2019). 
O principal órgão do corpo humano é a pele, que atua como uma barreira para 
o mundo exterior, permitindo o controle da perda de fluidos corporais e também 
inibindo a penetração de substâncias estranhas e nocivas no corpo, resultando em 
uma barreira impenetrável. 
O tegumento comum é formado por pele, pelos, glândulas sebáceas e 
sudoríficas, unhas e receptores sensitivos. O tegumento comum ajuda a manter uma 
temperatura corporal consistente, protege o corpo e fornece informações sensíveis 
sobre o ambiente circundante. Nenhum dos órgãos do corpo é examinadocom mais 
facilidade ou é mais vulnerável a infecções, doenças e lesões do que a pele. Apesar 
de sua localização torná-la vulnerável a danos causados por traumas, luz solar, 
microrganismos e poluentes ambientais, as características da pele a protegem dessas 
 
 
6 
 
ameaças. Por sua visibilidade, a pele reflete nossas emoções (franzir as 
sobrancelhas, rubor) e alguns aspectos da fisiologia regular (como o suor). Mudanças 
na cor da pele também podem indicar desequilíbrios homeostáticos no corpo A pele é 
tão crucial para a autoimagem que muitas pessoas gastam muito tempo e dinheiro 
para recuperar uma aparência mais normal ou jovem. A dermatologia é uma 
especialidade médica que lida com a estrutura, função e distúrbios da pele comum 
(TORTORA.; DERRICKSON, 2019). 
3.1 Estrutura da Pele 
A pele, às vezes conhecida como cútis, cobre a superfície externa do corpo e 
é o órgão mais pesado. A pele cobre cerca de 2 m² nos adultos e pesa entre 4,5 e 5 
kg, representando aproximadamente 7% do peso corporal total. Sua espessura varia 
de 0,5 mm nos pés a 4,0 mm nos botões. Ela mede entre 1 e 2 mm na maior parte de 
seu corpo. A pele é composta de duas partes principais. A epiderme é a camada mais 
fina e superficial da pele, composta por tecido epitelial. A derme é o componente mais 
espesso e largo do tecido conjuntivo. Enquanto a epiderme é avascular, a derme é 
vascularizada (TORTORA; DERRICKSON, 2019). (Figura 1 e Figura 2). 
 
Figura 1 – Componentes do tegumento comum. 
 
Fonte: https://bit.ly/3wt70uT. 
https://bit.ly/3wt70uT
 
 
7 
 
Figura 2 – Visão de corte da pele 
 
Fonte: Tortora e Derrickson (2019). 
Uma tela subcutânea pode ser encontrada abaixo da derme, mas sem remover 
a pele. Essa camada, também conhecida como hipoderme, é formada pelos tecidos 
areolar e adiposo. As fibras que se formam a partir da derme aderem à pele no 
subcutâneo, que, se conecta à fáscia subjacente, o tecido conjuntivo que envolve os 
músculos e tendões. A gordura subcutânea é armazenada na superfície da pele e 
existem grandes vasos sanguíneos que nutrem a pele. Essa região (e, às vezes, a 
derme) também contém terminações nervosas conhecidas como corpúsculos 
lamelares ou corpúsculos de Pacini, sensíveis à pressão. 
 
 
8 
 
3.2 Epiderme 
A epiderme é constituída por epitélio pavimentoso estratificado queratinizado. 
Ela contém quatro tipos principais de células: queratinócitos, melanócitos, macrófagos 
intraepidérmicos e células epiteliais. Aproximadamente 90% das células epidérmicas 
são queratinócitos, que se organizam em quatro ou cinco câmaras e produzem a 
proteína queratina. 
A queratina é uma proteína fibrosa que ajuda a proteger a pele e os tecidos 
subcutâneos de abrasões, calor, microrganismos e substâncias químicas. Os 
queratinócitos também produzem grãos lamelares, que liberam uma substância que 
repele a água, reduzindo a entrada e perda de água e impedindo a entrada de corpos 
estranhos (TORTORA; DERRICKSON, 2019). 
Aproximadamente 8% das células epidérmicas são melanócitos, que se 
desenvolvem a partir da ectoderme do embrião e produzem o pigmento melanina. 
Projeções longas e estreitas se ligam aos queratinócitos e transferem para eles 
grânulos ricos em melanina. A melanina é um pigmento amarelo-alaranjado que 
contribui para a cor da pele e absorve os raios ultravioleta (UV) nocivos. 
Uma vez dentro dos queratinócitos, os grânulos de melanina se aglomeram, 
formando uma camada protetora sobre o núcleo, com um lado voltado para a 
superfície da pele. Desta forma, eles protegem o DNA nuclear dos danos causados 
pelos raios UV. Independentemente de quão bem seus grânulos ricos em melanina 
protejam seus queratinócitos, os melanócitos são particularmente vulneráveis aos 
danos causados pelos raios UV (TORTORA; DERRICKSON, 2019). 
Camada Basal 
A camada mais profunda da epiderme é a camada basal, constituída por um 
único conglomerado de queratinócitos cúbicos ou colunares. Algumas das células 
dessa caverna são células-tronco, que precisam de divisão celular para continuar 
produzindo novos queratinócitos. Os núcleos dos queratinócitos na camada basal são 
grandes, e seus citoplasmas contêm muitos ribossomos, um pequeno complexo de 
Golgi, algumas mitocôndrias e vários retículos endoplasmáticos rugosos. O 
citoesqueleto de queratinócitos da camada de base inclui filamentos intermediários 
 
 
9 
 
esparsos, também conhecidos como filamentos intermediários de queratina 
(tonofilamentos). 
Os filamentos intersticiais de queratina formam a proteína rígida de queratina 
nas camadas epidérmicas mais superficiais. A queratina protege as camadas mais 
profundas das lesões. Os filamentos intermediários de queratina se conectam aos 
desmossomos, que conectam as células da camada basal umas às outras e às células 
da camada adjacente, assim como os hemidesmossomos, que conectam os 
queratinócitos à membrana basal localizada entre a epiderme e a derme. Melanócitos 
e epiteliais táteis (Merkel) com seus discos táteis associados tão nutritivos entre os 
queratinócitos da camada basal. A camada basal também é conhecida como camada 
germinativa, indicando seu papel na formação de novas células 
(TORTORA; DERRICKSON, 2019). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Tortora; Derrickson, (2019). 
CORRELAÇÃO CLÍNICA ENXERTOS DE PELE 
Uma nova pele não consegue se regenerar se uma lesão destruiu uma grande área da 
camada basal e suas células-tronco. Feridas dessa magnitude requerem enxertos de 
pele para cicatrizar. Um enxerto de pele é a transferência de um pedaço de pele 
saudável retirada de um local doador para a cobertura de uma ferida. Um enxerto de 
pele é realizado para proteger contra perda de líquido e infecção, para promover a cura 
tecidual, para reduzir a formação de cicatriz, para evitar a perda de função e por motivos 
estéticos. Para evitar a rejeição tecidual, a pele transportada em geral é retirada do 
mesmo indivíduo (autoenxerto) ou de um gêmeo idêntico (isoenxerto). Se o dano à pele 
for tão extenso que um autoenxerto causaria problemas, um procedimento de doação 
chamado de transplante de pele autólogo pode ser utilizado. Nesse procedimento, 
realizado mais frequentemente em pacientes com queimaduras graves, são removidas 
pequenas porções da epiderme do paciente e os queratinócitos são cultivados em 
laboratórios para a produção de camadas finas de pele. A nova pele é transplantada de 
volta para o paciente para cobrir a queimadura e gerar uma pele permanente. Também 
existem produtos para a cobertura de feridas como enxertos de pele que são cultivados 
em laboratório a partir da pele do prepúcio de crianças circuncisadas. 
 
 
10 
 
Camada espinhosa 
A camada espinhosa está localizada abaixo da camada base. Esta camada é 
composta principalmente por numerosos queratinócitos organizados em 8 a 10 
camadas. As células nas camadas mais distintas na superfície estão sendo 
achatadas. Os queratinócitos nas camadas espinhosas, produzidos pelas células-
tronco na camada basal, possuem as mesmas organelas das células da camada basal 
e algumas delas conservam a capacidade de se dividir. Essa organização dá força e 
flexibilidade à pele. Macrófagos intraepidérmicos e melanócitos também estão 
presentes nas camadas espinhosas (TORTORA; DERRICKSON, 2019). 
Camada granulosa 
Aproximadamente no meio da epiderme encontra-se uma camada granulosa, 
que consiste em três a cinco camadas de queratinócitos sofrendo apoptose (morte 
celular geneticamente programada e organizada de tal forma que o núcleo se 
fragmenta antes que a célula morra). Os núcleos e outras organelas dessas células 
começam a degenerar quando são removidos da fonte de nutrição (os vasos 
sanguíneos dérmicos). A presença de grânulos azulados de uma proteína chamada 
querato-hialina, que liga os filamentos intermediários da queratina, é uma 
característica marcantedas células dessa camada. Grânulos lamelares revestidos 
por membrana, que funcionam com a membrana plasmática e liberam uma secreção 
rica em lipídios, também estão presentes nos queratinócitos 
(TORTORA; DERRICKSON, 2019). 
Camada lúcida 
Camada lúcida é encontrada apenas em áreas como as pontas dos dedos, as 
palmas das mãos e as solas dos pés. Ele é composto de quatro a seis câmaras de 
queratinócitos comprados, claros e mortos, contendo muita queratina e finas 
membranas plasmáticas. Isso pode fornecer um nível adicional de rigidez a essa área 
da pele. 
 
 
 
11 
 
Camada Córnea 
A camada córnea consiste em aproximadamente 25 a 30 queratinócitos 
achatados e mortos, mas pode variar em tamanho de algumas células na pele fina até 
50 ou mais células na pele espessa. As células são envoltórias de queratina envoltos 
por membranas plasmáticas e não contêm núcleo ou qualquer outra organela interna. 
Eles são o resultado do processo de diferenciação do queratinócito. As células em 
cada camada se sobrepõem como escamas na pele de uma cobra. As células são 
constantemente perdidas e reabsorvidas na camada mais externa da epiderme e 
reabsorvidas nas camadas mais profundas. Suas células mortas ajudaram a camada 
córnea a proteger as camadas mais profundas contra lesões 
(TORTORA; DERRICKSON, 2019). 
Derme 
A derme é a segunda camada mais profunda da pele. As células mais 
dominantes nesta camada são os fibroblastos, responsáveis pela produção das fibras 
de colágeno e elastina. Essa camada é organizada estruturalmente em derme papilar 
e reticular. 
A camada papilar é a mais superficial. Este nome foi dado a ele porque ele 
tinha papilas em sua estrutura que são destinadas à pele. É confeccionado em tecido 
conjuntivo, composto por fibras de colágeno e elastina dispostas de forma levemente 
firme. Esta camada contém uma quantidade significativa de capilares sanguíneos, que 
fornecem nutrição à epiderme, bem como axônios de neurônios sensitivos, que 
controlam a função dos receptores da camada e da epiderme (MARTINI; TIMMONS; 
TALLITSCH, 2009). 
A camada reticular é a mais profunda, respondendo por quase 80% da 
densidade dérmica. Esse nome vem do fato de sua estrutura ser formada por uma 
rede de fibras colágenas. É feito de tecido conjuntivo denso que envolve vasos 
sanguíneos, vasos linfáticos, nervos, glândulas e folículos pilosos. Devido à presença 
do plexo cutâneo entre a derme reticular e a tela subcutânea, existem numerosas 
artérias e veias. O plexo cutâneo é responsável por nutrir toda a derme e uma porção 
da epiderme por meio de suas ramificações. As terminações nervosas também se 
 
 
12 
 
destacam, com receptores sensíveis a tons suaves, distensão, pressão profunda e 
vibração (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009). 
Por sua composição proteica, rica em fibras colágenas, a derme proporciona 
força, resistência e sustentação por meio da ação das fibras colágenas, evitando que 
as lesões ultrapassem a camada e atinjam os tecidos mais profundos. Além disso, a 
presença do colágeno atrai moléculas de água, mantendo a região hidratada. Já a 
presença de fibras de elastina permite a retração elástica da pele, evitando lesões 
quando a pele é esticada além de certo ponto. 
Alguns desequilíbrios da homeostase podem prejudicar a função dérmica, 
resultando em disfunções como a ruptura da fibra elástica dérmica. A flacidez cutânea 
excessiva pode ocorrer em situações como surto de crescimento na adolescência, 
gravidez, ganho de peso significativo e rápido e ganho de massa muscular. Esses 
fatores podem causar lesões nas fibras de elastina dérmica, que resistem até certo 
ponto à elasticidade tecida, causando lacerações e gerando marcas de elasticidade 
tecida que se estendem até a epiderme. Visualmente, essa condição é representada 
pela formação de estrias na pele, que se distinguem por linhas avermelhadas ou 
esbranquiçadas que podem aparecer em diversas áreas do corpo (MARIEB; HOEHN, 
2008). 
Outros desequilíbrios físicos relacionados ao processo de envelhecimento 
também têm impacto nas condições estruturais e funcionais dérmicas. Nesses casos, 
o envelhecimento da pele provoca uma diminuição constante das fibras de elastina e 
colágeno, além de alterações na estrutura das fibrilas remanescentes. Este efeito é 
muito mais severo com o fotoenvelhecimento. Surgem então as rugas, linhas de 
expressão, flacidez de pele e músculos, são comuns devido à redução destas 
estruturas, fruto da redução de componentes essenciais à sustentação e flexibilidade 
do sistema. 
3.3 Tela Subcutânea 
As fibras do tecido conjuntivo da camada reticular estão intimamente 
entrelaçadas com as fibras do tecido subcutâneo (também conhecido como 
hipoderme). É constituído em tecido frouxo conjuntivo com grande número de células 
 
 
13 
 
adipócito. Essa estrutura permite que a tela subcutânea sirva como uma interface de 
manutenção da pele com tecidos mais profundos, como os tecidos ósseo e muscular. 
Além disso, sua estrutura é elástica, permitindo acompanhar os movimentos da pele 
(MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009). 
Essa camada também pode ser afetada por desequilíbrios que causam 
disfunções e, nesse caso, é comumente associada ao desenvolvimento de 
lipodistrofia localizada, também conhecida como gordura localizada. A distribuição de 
grandes quantidades de adipócitos nessa camada é irregular e, à medida que as 
pessoas envelhecem, há maiores concentrações dessas células em locais 
específicos. Os homens tendem a depositar nas regiões lombar, glútea, pescoço e 
braço (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009). 
As mulheres, por outro lado, tendem a depositar mais nas áreas de glúteos, 
nádegas e mamas. Há maior concentração dessas células na região do abdômen em 
ambos os sexos. Quando essa deposição desigual se intensifica por diversos motivos, 
pode ocorrer um aumento expressivo da gordura em determinadas áreas do corpo, 
alterando o contorno corporal e causando problemas estéticos. 
4 MANUTENÇÃO DA HOMEOSTASIA 
Uma lesão cutânea desencadeia uma cadeia de eventos que cura a pele, 
restaurando — à sua estrutura e função normais (ou quase normais). Dependendo da 
gravidade da lesão, podem ocorrer dois processos diferentes de cicatrização. Uma 
cicatrização epidérmica superficial ocorre em lesões que afetam apenas a epiderme, 
enquanto uma cicatrização profunda ocorre em lesões que penetram na derme 
(TORTORA; DERRICKSON, 2019). 
4.1 Cicatrização da epidérmica 
Embora a porção central de uma lesão epidérmica possa se estender até a 
derme, as margens da lesão geralmente incluem apenas uma pequena lesão nas 
 
 
14 
 
células epidérmicas superficiais. Tipos comuns de lesões epidérmicas incluem 
abrasões, nas quais uma parte da pele é removida, e pequenas queimaduras. 
Em resposta a uma lesão epidérmica, as células epidérmicas basais ao redor 
da ferida param de se comunicar com a membrana basal. As células então crescem 
e migram devido à lesão. As células parecem migrar como uma camada até serem 
descobertas se afastando da área lesada. As células epidérmicas param de migrar 
quando entram em contato graças a uma resposta celular conhecida como inibição 
por contato. 
A migração das células epidérmicas será completa se cada indivíduo entrar em 
contato com as células epidérmicas em toda a extensão da lesão. A medida que as 
células epidérmicas basais se multiplicam, um hormônio conhecido como fator de 
crescimento epidérmico estimula a divisão das células epidérmicas basais e substitui 
aquelas que se deslocaram para a área lesada. Conforme as células epidérmicas 
básicas se dividem para produzir um novo cada, a epiderme recém-formada torna-se 
mais expansiva como resultado TORTORA; DERRICKSON, 2019). 
4.2 Cicatrização profunda 
Quando uma ferida se estende até a derme e subcutâneo, há cicatrizes 
profundas. O processo de cicatrização é mais difícil do que a cicatrização epidérmica,pois vários tecidos cobertos precisam ser reparados. Além disso, à medida que se 
forma um tecido cicatricial, o tecido cicatrizado perde algumas de suas funções típicas. 
A cicatrização profunda ocorre em quatro fases: uma fase inflamatória, uma fase 
migratória, uma fase proliferativa e uma fase de maturação 
(TORTORA; DERRICKSON, 2019). (Figura 3). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
Figura 3 – Cicatrização da pele 
 
Fonte: https://bit.ly/406EKvD. 
Um coágulo de sangue se forma na ferida durante a fase inflamatória e se 
expande violentamente até seus limites. Conforme sugerido pelo nome, esse estágio 
de cicatrização profunda envolve inflamação, bem como uma resposta vascular e 
celular que auxilia na remoção de organismos microscópicos, objetos estranhos e 
tecido morto, a fim de preparar a área para reparo. A vasodilatação e o aumento da 
permeabilidade dos vasos sanguíneos causados pela inflamação aumentam a entrada 
de células saudáveis. Estes incluem leucócitos semelhantes a fibroblastos conhecidos 
como neutrófilos, monócitos, que se desenvolvem a partir de macrófagos que 
fagocitam microrganismos e células mesenquimais. 
O trabalho de reparação da lesão é realizado nas três fases a seguir. Durante 
a fase de migração, o coágulo se transforma em crosta e as células epiteliais migram 
para baixo dela, cicatrizando a ferida. Os vasos sanguíneos danificados começam a 
crescer novamente quando os fibroblastos migram ao longo da rede de fibrina e 
começam a formar o tecido cicatricial (fibras colágenas e glicoprotenoides). 
O material utilizado para cobrir a ferida durante esta fase é referido como 
material de granulação. O crescimento extenso de células epiteliais abaixo da crosta, 
a expansão contínua dos vasos sanguíneos e a deposição de fibras colágenas por 
fibroblastos em um padrão aleatório são características da fase proliferativa. 
Finalmente, durante a fase de aderência, a crosta se separa uma vez que a epiderme 
voltou à sua espessura original (TORTORA; DERRICKSON, 2019). 
 
 
16 
 
4.3 Envelhecimento 
A maioria das alterações relacionadas à idade começa por volta dos 40 anos e 
afeta principalmente as proteases dérmicas. As fibras de colágeno na derme 
começam a se tornar menos abundantes, mais rígidas, extintas e desorganizadas em 
uma rede alongada e desorganizada. As fibras elásticas perdem um pouco de sua 
elasticidade, aglomeram-se e degradam-se, efeito notavelmente acelerado na pele do 
fumante. O número de fibroblastos, que produzem fibras colágenas e elásticas, 
diminui. Como resultado, a pele desenvolve cristas distintas conhecidas como rugas. 
Os efeitos do envelhecimento da pele não se tornam perceptíveis até que as 
pessoas se aproximem dos 40 anos. O número de macrófagos intraepidérmicos 
diminui e eles se tornam menos eficazes em causar fagocitose, reduzindo a resposta 
imune da pele. Além disso, a redução do tamanho das glândulas sebáceas leva a uma 
pele ressecada e mais suscetível a infecções. A produção de suor cai, talvez 
contribuindo para o aumento da incidência de insolação em idosos. Ocorre uma 
diminuição no número de melanócitos funcionais, resultando em cabelos grisalhos e 
pigmentação distinta da pele. 
A espessura da pele madura, particularmente da derme, é maior que a da pele 
jovem, e a migração do tecido basal para a superfície epidérmica é muito reduzida. 
Com o início do envelhecimento, a pele começa a cicatrizar ligeiramente e torna-se 
mais suscetível a condições patológicas, incluindo câncer de pele e hematomas. A 
rosácea é uma doença de pele que afeta principalmente adultos com pele clara entre 
30 e 60 anos. Ela se distingue por rubor, pústulas diminutas e vasos sanguíneos 
visivelmente visíveis, geralmente no meio da face (TORTORA; DERRICKSON, 2019). 
5 FISIOTERAPIA DERMATOFUNCIONAL NAS DISFUNÇÕES DO TECIDO 
ADIPOSO 
Em seu amplo campo de atuação, a fisioterapia dermatofuncional vem 
encontrando cada vez mais aplicação no tratamento de disfunções estéticas e 
funcionais, com ênfase especial nas alterações do tecido adiposo como lipodistrofia 
 
 
17 
 
localizada, flacidez abdominal e fibroedema. É fundamental o conhecimento da 
fisiopatologia fisiológica, etiologias, fatores de risco e manifestações clínicas para 
estabelecer regras de conduta. As intervenções fisioterapêuticas visam diminuir ou 
eliminar as sequelas funcionais. Os recursos que possibilitam essa ação vão desde 
dispositivos terapêuticos eletrônicos até recursos terapêuticos manuais. 
A lipodistrofia localizada é um comprometimento do tecido adiposo. A 
hipoderme muitas vezes tem uma superabundância de células adiposas, que tendem 
a se acumular como triglicerídeos quando cobertas por lipoproteínas. Os lipídeos são 
então liberados segundo as necessidades metabólicas do corpo ou eliminados por um 
processo dinâmico no qual a gordura é hidrolisada em ácidos graxos e glicerol. 
Quando esse processo funciona mal, o acúmulo de triglicerídeos pode resultar em um 
aumento anormal da massa adipocitária (FIGUEIREDO; MEJIA, 2020). 
As células dos adipócitos possuem células que se assemelham aos 
fibroblastos, multiplicam-se durante a infância e a adolescência e permanecem em 
número constante ao longo da vida adulta, embora a quantidade de lipoproteína nelas 
depositada possa variar (COSTA; MEJIA, 2020). Um mecanismo conhecido como 
lipogênese causa a gordura localizada, ou lipodistrofia localizada, que está 
relacionada às células adipocitóticas. A lipogênese é caracterizada por uma disrupção 
no metabolismo dos lipídios, que afeta principalmente quadris, abdômen e coxas 
(SOUZA; LEITE; SILVA, 2019). 
Existem dois tipos diferentes de tecido adiposo que se distribuem pelo corpo: o 
tecido adiposo monolocular ou amarelo, cujas células contêm um único lipídeo em 
quase todo o citoplasma, e o tecido adiposo multilocular ou marrom/ pardo, que 
contém múltiplos lipídeos e um maior número de mitocôndrias. 
5.1 Disfunções cinético-funcionais do tecido adiposo 
A lipodistrofia localizada é uma disfunção do tecido adiposo. Normalmente a 
hipoderme tem um excesso de adipócitos, que tendem a se acumular como lipídeos 
na forma de triglicerídeos. Em seguida, os lipídios são liberados segundo as 
necessidades metabólicas do organismo ou eliminados por um processo dinâmico em 
que a gordura é hidrolisada em glicose e glicerol. Quando esse processo falha, o 
 
 
18 
 
acúmulo de triglicerídeos pode ocasionar um aumento anormal da adipocitária 
(FIGUEIREDO; MEJIA, 2020). 
A lipodistrofia ocorre em determinados locais. Geralmente, os homens 
acumulam menos gordura do que as mulheres, sendo a gordura abdominal a mais 
comum (obesidade androide). A população feminina ganha peso nas regiões das 
pernas e do quadril (obesidade ginoide). Quando ambos são acometidos por gordura 
localizada, a forma corporal muda (CARNEVALLI et al., 2018). 
A gordura localizada distribuída está relacionada à tela subcutânea em dois 
extratos distintos: o lamelar e o areolar. Em primeiro lugar, são encontrados os lóbulos 
de gordura compostos por adipócitos fusiformes e pequenos que armazenam um 
maior volume de lipídeos. O segundo extrato é constituído por células globulares e 
superpostas, com seu maior eixo perpendicular à superfície da pele (GUIRRO, E; 
GUIRRO, R., 2003). Gordura corporal pode aparecer subcutânea ou visceralmente. A 
subcutânea forma-se na camada mais superficial da pele, cobrindo os músculos 
abdominais, costas e culotes. Quando a quantidade é excessiva, os músculos ficam 
escondidos. A obesidade visceral localiza-se atrás da parede abdominal, causando 
inflamação em decorrência da liberação de substâncias como as adipocinas. 
Outra alteração do tecido adiposo é a celulite, também conhecida como 
fibroedema geloide, o qual é uma alteração histopatológica que ocorre na 
hipoderme. É um distúrbio que se manifesta como alterações vasculares e 
lipodistróficas nos tecidos dérmicoe subcutâneo. Segundo Figueiredo e Mejia (2020), 
a fisiopatologia ocorre quando há alteração na microcirculação do sangue e acúmulo 
de adipócitos na hipoderme, principalmente nas partes inferiores como glúteos, coxas, 
quadris e culotes. Por causa dessas alterações hormonais, tem o maior impacto na 
população feminina, sendo o estrogênio o precursor de tais mudanças. 
A disfunção do fibroedema geloide está relacionada a uma interrupção na 
lipólise, que pode ser causada por uma variedade de fatores, como fatores genéticos, 
nutricionais, psiquiátricos, circulatórios e dentários. As manifestações clínicas podem 
incluir zonas doloridas, diminuição das atividades funcionais, alterações emocionais, 
sensação de peso e cansaço nas pernas, podendo levar ao quadro de imobilidade 
(GUIRRO, E; GUIRRO, R., 2003). 
 
 
19 
 
Outra queixa comum associada à disfunção corporal é a flacidez, que se 
caracteriza pela falta de tonicidade muscular ou da pele, referindo -se ao estado frouxo 
do tecido. A causa pode ser multifatorial, sendo os fatores mais comuns a genética, o 
ambiente, a falta de atividade física, a má alimentação, a gravidez, o efeito sanfona 
(engordar e emagrecer) e o excesso de gordura abdominal. 
5.2 Intervenções fisioterapêuticas nas disfunções do tecido adiposo 
A insatisfação com o próprio corpo e a consequente busca por formas corporais 
perfeitas são muito comuns, manifestando-se tanto em mulheres quanto em homens. 
Nesse contexto, a fisioterapia dermatofuncional tem ganhado popularidade devido aos 
seus recursos eletroterapêuticos e manuais. Quando a massoterapia é utilizada com 
cosméticos, por exemplo, seus efeitos são amplificados. As terapias manuais, como 
a massoterapia, podem ser indicadas no tratamento da lipodistrofia e do fibroedema. 
Cosmetologia combinada com massoterapia. Os cosméticos podem atuar 
como coadjuvantes no tratamento do fibroedema gelóide portrês mecanismos 
distintos: 
1. Metabolismo da lipólise; 
2. Reestruturação do tecido lesionado via regeneradores de colágeno; 
3. Drenagem melhora através da ativação da circulação sanguínea. 
Os princípios ativos resultaram no aumento da circulação sanguínea e linfática, 
além de aumentar a hidratação da gordura na forma de gorduras e glicerol. A 
cosmetologia também contribui para o tratamento da lipodistrofia localizada com 
princípios lipolíticos como cafeína, aminofilina, teofilina e teobromina. Os cremes 
baseados nesses princípios possuem um mecanismo de ação que inibe a 
fosfodiesterase, reduzindo a gordura e aumentando a adenosina monofosfato. O 
efeito terapêutico desejado é o aumento da circulação sanguínea, que ativa a 
permeabilidade da pele e facilita a queima de gordura (SOUZA; LEITE; SILVA, 2019). 
A massoterapia associada à cosmetologia deve ser aplicada na área tratada 
oito a doze vezes com movimentos vigorosos e intensos. Movimentos usando o punho 
 
 
20 
 
fechado (forma de carrinho), o punho aberto e o punho aberto podem ser usados. 
Após a massagem, o paciente não deve apresentar hematomas, pois isso indicaria 
que foi efetuada muita pressão. (Figura 4) . 
Figura 4 – Sequência para manobras de drenagem linfática. 
 
 
A) Esvasiamento dos linfonodos inguais B) manobra em bracelete, C) esvaziamento dos linfonodos 
popliteos, D) manobra em ondas na perna, E) manobra em ondas no tornozelo, F) circular com os 
polegares. Fonte: Guirro, E..; Guirro, R., 2003. 
 
Corrente Galvânica 
É usado em sua forma pura (galvanização) ou em conjunto com drogas 
despolimerizantes (iontoforese). No caso da corrente galvânica pura, a inércia da 
corrente, seus efeitos eletroquímicos e osmóticos e as alterações vasomotoras podem 
levar a um aumento na nutrição do tecido como resultado do aumento da circulação 
local, que ocorre principalmente no nível do polo negativo, sendo mais estimulante. 
A medicação introduzida durante a ionização visa promover a despolimerização 
da substância amorfa fundamental (GUIRRO, E; GUIRRO, R., 2003). As medicações 
utilizadas são as mucopolissacaridases associadas ou não a outras drogas. Algumas 
considerações devem ser feitas para garantir a eficácia da ionização: 
A
 
D 
B C 
E F 
 
 
21 
 
 O medicamento deve ser administrado por um dispositivo elétrico de mesma 
polaridade, que varia conforme o laboratório do fabricante; 
 Não há justificativa para inverter a polaridade durante a terapia; 
 A posição dos eletrodos deve ser transversal; 
 A intensidade deve ser calibrada conforme o tamanho do eletrodo, com um 
mínimo de 4 mA (tamanho padrão do eletrodo); 
 A solução deve ser água deionizada. 
 Devido ao risco de promover queimaduras locais, os eletrodos não devem ser 
colocados em soluções de continuidade (lesões). 
 O tempo de aplicação deve ser mantido abaixo de 20 minutos. 
 O material entre o eletrodo metálico e a pele deve ser descartável. 
 
Corrente Russa 
A corrente russa é uma ferramenta eletroterapêutica com uma frequência de 
cerca de 2.500 Hz e um efeito terapêutico na contração muscular voluntária, 
resultando no fortalecimento dos músculos, melhorias locais no tônus muscular e na 
suavidade da pele, bem como a estimulação dos sistemas sanguíneo e linfático e a 
oxigenação celular. O aparelho é aplicado com gel condutor em placas de silicone 
distribuídas pelas áreas de tratamento. 
O limite de tempo é estabelecido em 5 a 20 minutos, pois ultrapassar esse limite 
de tempo pode resultar em fadiga muscular (COSTA et al., 2019). Dentre os cuidados 
e contraindicações, a corrente russa não deve ser utilizada em marcas, cardiopatas, 
áreas de pescoço e boca, modulações de alta intensidade, pacientes com fraturas 
recentes, processos infecciosos e lesões neurológicas graves (BORGES, 2010). 
Endermologia 
Refere-se a uma técnica terapêutica que inclui equipamentos especializados 
(com vários nomes), baseados na aspiração (sucessão), combinados com uma 
mobilização tecidual realizada por rolos motorizados localizados no crânio, A técnica 
francesa conhecida como “palper roler” (palpar-rola) provoca uma mobilização 
 
 
22 
 
profunda da pele e do tecido subcutâneo, permitindo um aumento do fluxo sanguíneo 
superficial. Em relação ao aumento da circulação linfática, não há dados concretos 
que sustentem essa hipótese, pois a linfaterapia manual e pressoterápica aumenta a 
pressão positiva no tecido enquanto o vácuo promove a pressão negativa (BORGES, 
2010). 
A depressão tecidual, parece não estar ocorrendo no sentido reabsorvente, 
mas sim filtrante, não estando, portanto, estabelecida a eficácia e inocuidade das 
técnicas instrumentais de mobilização dos tecidos por aspiração. O autor continua 
dizendo que essas alegações não diminuem sua notável eficácia no tratamento de 
cicatrizes e aderências. 
Ocorre alteração do colágeno no fibroedema gelóide crônico, favorecendo a 
fibroesclerose dos septos interlobulares. Portanto, outra finalidade do tratamento é 
melhorar a maleabilidade do tecido, com atuação mesmo nas fases tardias da doença, 
melhorando assim o aspecto atrofiado da pele. Por enquanto, para prevenir a flacidez 
tecidual, as manipulações devem ser realizadas no sentido das fibras musculares e 
linhas de tensão da pele (BORGES, 2010). 
 
Radiofrequência 
A radiofrequência é uma onda eletromagnética que gera calor por conversão, 
medido entre 30 KHz e 300 MHz, sendo a frequência mais usada entre 0,5 e 1,5 MHz. 
As correntes que se encontram abaixo de 3.000 Hertz (Hz) são usados em 
eletroestimulação e eletro analgesia, enquanto a radiofrequência é usada em 
dermatologia para gerar calor por conversão. Essa energia é transferida eletricamente 
para o material, elevando a temperatura local à medida que a resistência inerente do 
material (impedância) transforma a corrente elétrica em energia térmica (SANTOS et 
al., 2017). 
Existem duas tecnologias de emissão de ondas eletromagnéticas: capacitiva 
e resistiva. Acapacitiva é quando a manopla possui uma camada isolante no 
eletrodo como material plástico, por exemplo, o que faz com que o 
aquecimento seja menos intenso. A resistiva não possui nenhum isolador do 
eletrodo da sua manopla, trazendo um calor mais intenso (SANTOS et al., 
2017). 
 
 
23 
 
A radiofrequência é um tratamento não invasivo que melhora a circulação 
sanguínea e a entrega de nutrientes, a hidratação dos tecidos, aumenta a oxigenação, 
elimina o catabolismo, a lipólise e a contração do tecido conjuntivo que promove a 
reorientação das fibras de colágeno e aumenta o número dessas fibras, aumenta a 
espessura e densidade do tecido epitelial e suavidade da proteção do tecido. 
6 FISIOTERAPIA DERMATOFUNCIONAL NAS DISFUNÇÕES FACIAIS 
Atualmente, uma variedade de opções de tratamento está disponível para os 
profissionais de dermatologia funcional. De fato, na última década, seu campo de 
atuação avançou significativamente, levando ao surgimento de técnicas e ferramentas 
inovadoras que produziram resultados altamente satisfatórios. Dessa forma, o 
profissional da área deve estar em constante aprendizado e se esforçar para atualizar 
periodicamente seus conhecimentos sobre novos tratamentos (MELO, 2014). 
O tratamento fisioterapêutico visa diminuir ou eliminar as consequências 
cinético-funcionais das disfunções faciais. As ferramentas que tornam isso possível 
vão desde a aplicação de dermocosméticos ao uso de aparelhos eletroterapêuticos 
até técnicas terapêuticas manuais como a massagem modeladora. A seguir, veremos 
alguns desses recursos e suas vantagens na redução ou, em alguns casos, na 
eliminação de deficiências funcionais simples. 
6.1 Microagulhamento 
O microagulhamento, também conhecido como indução percutânea de 
colágeno (ICP), é um procedimento que utiliza microagulhas para criar pequenas 
perfurações na pele e estimular o processo inflamatório e a posterior produção de 
colágeno sem danificá-lo como outras técnicas de ablação epidérmica (BACHA; 
MUDRIK, 2016). (Figura 5). 
 
 
 
 
 
24 
 
Figura 5 – Aparelho de microagulhamento 
 
Fonte: https://bit.ly/3X2EPhu. 
Assim, o microagulhamento pode ser considerado um procedimento seguro, 
pois pode ser realizado em qualquer fotótipo e não remove totalmente a camada 
superficial da pele. Quando comparado a outras técnicas, ele é mais eficiente, mais 
fácil de usar, menos invasivo, tem tecnologia mais simples e custa menos. 
No SATI, ou drug delivery, como costuma ser conhecido, o microagulhamento 
cria microcanais, que permitem a entrega de atividades ou medicamentos de forma 
mais eficiente e rápida, uma vez que o equipamento é rolado sobre a pele. Um 
aumento na permeação de ativos variando de 80 a 500% tem sido relatado na 
literatura. Antes de mais nada, deve-se ter cautela na escolha do produto associado 
à técnica, pois os princípios ativos têm potencial para penetrar mais profundamente 
na pele (NEGRÃO, 2015). 
O aparelho mais utilizado para microagulhamento é um rolo de polietileno ou 
policarbonato e acrilonitrilo-butadieno-estireno (ABS) encravado com agulhas de aço 
inoxidável ou reforço e estéreis por irradiação gama, dispostas simetricamente em 
esperas. Segundo o fabricante, a quantidade de agulhas varia de 190 a 540 unidades, 
mas a largura permanece constante e pode variar de 0,2 mm a 3,0 mm dependendo 
do modelo (BACHA; MUDRIK, 2016). 
 
 
25 
 
O microagulhamento é uma técnica relativamente segura com poucos riscos e 
complicações pós-procedimento. No entanto, algumas intercorrências podem ocorrer 
como resultado de seleção caseira da agulha comprimento, bem como velocidade e 
pressão comandada na execução da técnica com a reutilização do equipamento, 
alergias a cosméticos, desrespeito à fisiologia e intervalos entre as sessões e 
associação com outros tratamentos. São elas cortes, arranhões, petequeias, 
hematomas, ativação de herpes e rosácea, acne, edemas, contaminação, infecção, 
cicatrizes hipertróficas e queloides (NEGRO, 2015). 
O microagulhamento é uma técnica que trabalha com dois objetivos. A primeira 
é estimular a produção de colágeno, como nos casos de rejuvenescimento da pele 
que melhoram a textura, a cor e o brilho da pele; em tratamentos para flacidez cutânea 
e aumento de poros e linhas de expressão; e em tratamentos para estrias, cicatrizes 
de acne e cicatrizes hipertróficas pós-queimaduras. O segundo objetivo do 
microagulhamento é aumentar a permeação de ativos, às vezes conhecido como 
“drug delivery”, por meio da veiculação de ativos como vitamina C e retinol. 
As contraindicações incluem: câncer de pele, ceratose solar, verrugas, 
infecções de pele, pacientes em uso de anticoagulantes, quitoterapia, radioterapia ou 
corticoterapia, diabetes descontrolado, rosácea ativa e acne, uso de isotretinoína oral 
com intervalo de seis meses e pele danificada pelo sol (BACHA; MUDRIK, 2016). 
6.2 Peeeling 
Assim, vemos que os tratamentos de beleza há muito estão em destaque, e o 
uso de ácidos também é importante nesse sentido. Na fisioterapia dermato-funcional 
da pele, a terapia ácida tornou-se um importante recurso no tratamento de diversas 
doenças da pele. Disfunções estéticas como estrias, rejuvenescimento facial, rugas 
superficiais, acne, redução da oleosidade, manchas superficiais de hiperpigmentação, 
seborreia do couro cabeludo, suavização de cicatrizes e fotodermatoses. Também 
desempenhamos um papel importante ao lado do médico na preparação da pele para 
o peeling médio realizadas por dermatologistas (BORGES, 2010). 
 
 
26 
 
Muitas vezes, os pacientes procuram ou os profissionais acabam 
recomendando o peeling visando afinar e firmar o estrato córneo, aumentar a 
espessura da epiderme, suavizar linhas finas. 
 
Tipos de Peeling 
Os peelings são classificados em quatro tipos na indústria cosmética 
atualmente: 
 Físico: lixas, sementes moídas e peelings de cristal, diamante e ultrassônico, 
sendo mais utilizados em consultórios e clínicas estéticas. 
 Biológico: raramente usados; geralmente enzimas extraídas de papana e 
bromalina. 
 Vegetal: São os produtos vendidos pelas empresas de cosméticos para 
proporcionar um peeling bem superficial. 
 Químico: o mais utilizado na estética dermatológica por dermatologistas, 
esteticistas e fisioterapeutas dermato funcionais. Utiliza ácidos como glicólico, 
mandélico, retinóico, salicílico, ácido tricloroacético (TCA), solução de Jessner, 
ácido málico, cítrico, lático, entre outros. Saiba que todo profissional tende a 
trabalhar com esses tipos de peeling respeitando os padrões ou normas. 
 
Procedimentos Pré-Peeling 
A preparação da pele também é importante e deve ser limpa com éter ou álcool, 
ou lave a área com um sabonete de ácido glicólico a 10% por pelo menos dois a três 
minutos, ou mais para remover a gordura existente e o material da superfície da pele, 
desta forma, as barreiras na penetração do peeling químico são removidas (BORGES, 
2010). 
Atualmente, a maioria dos fisioterapeutas e médicos trabalha com esteticistas 
para instruir os pacientes sobre a limpeza e hidratação profunda da pele, três dias 
antes do início do peeling, e manter essa rotina de hidratação, uma vez por semana 
fazer o uso da solução pré-stripping (solução de Jessner ou Combes) pode ser usada 
antes da cirurgia para facilitar a ação do ácido. A utilização do procedimento de pré-
 
 
27 
 
peeling é indicada apenas para peles normais ou resistentes, a finalidade é facilitar a 
penetração de agentes químicos. 
O uso de procedimentos de pré-peeling é recomendado apenas para peles 
normais ou resistentes, a fim de facilitar a remoção de agentes químicos. Este 
procedimento não é recomendado para peles sensíveis ou secas devido ao risco de 
descamação mais agressiva. É importante explicar ao paciente sobre o procedimento 
de peeling, como ele vai envelhecer na pele, suas limitações, cuidados, presença de 
eritemaleve, irritabilidade, etc. (BORGES, 2010). 
 
Contraindicação 
As contra-indicações absolutas são pele no local de aplicação, em feridas, 
cicatrizes pós-cirúrgicas recentes, alergias como herpes-zóster, erupções cutâneas, 
prurido e urticária e hipersensibilidade aos ácidos. Ficam contraindicados também as 
regiões classificadas como mucosas e aqueles que recebem tratamento de depilação 
por infravermelho, tensão de pulso e laser. Pessoas que possuam histórico familiar de 
doenças de pele clinicamente sensíveis, eritema após exposição solar ou depilação, 
pacientes que usam usando cosméticos ou soluções à base de ácido (BORGES, 
2010). 
7 FISIOTERAPIA DERMATOFUNCIONAL NAS DISFUNÇÕES CORPORAIS 
Ultracavitação 
A ultracavitação é uma terapia desenvolvida com os mesmos princípios do 
ultrassom tradicional, sendo considerada uma terapia de alta tecnologia e não 
invasiva. A frequência sonora das ondas dos equipamentos é transmitida 
diferenciadamente, produzindo altíssimo nível de intensidade ultrassônica, variando 
de 27 kHz a 3 MHz (BORGES; SCORZA, 2016). 
Os princípios da terapia de ultracavitação são os mesmos da terapia de 
ultrassom convencional; no entanto, as ondas sonoras são produzidas de maneira 
diferente, produzindo um alto nível de intensidade ultrassônica. A técnica está sendo 
 
 
28 
 
comercializada de diversas formas, dependendo do padrão tecnológico do fabricante 
ou de considerações mercadológicas, regionais e linguísticas. 
Os equipamentos ultracavitação podem ser divididos em duas grandes 
categorias: 
 Intensidade relativamente baixa e baixa frequência de ondas (têm efeito 
atérmico) - normalmente presentes em equipamentos não focalizados; 
 Intensidade alta, frequência alta (intenso efeito térmico). 
A focalização do feixe ultrassônico muda como ele é emitido pelo transmissor, 
e essa mudança pode ser obtida de diversas formas: 
 Com material piezoelétrico em formato côncavo. 
 
Figura 6 – Esquema que demonstra a focalização das ondas sonoras com 
transdutor de cerâmica côncava; b) Modelo de transdutor de cerâmica côncava. 
 
Fonte: Borges; Scorza (2016). 
 
 
29 
 
 Com o uso da focalização eletrônica, determinadas cerâmicas piezelétricas 
(formato planar) são posicionadas adequadamente no transdutor, permitindo a 
transmissão das ondas sonoras e gerando um ponto focal comum. 
 Com lentes acústicas côncavas posicionadas à frente da cerâmica piezoelétrica 
planar, proporcionando focalização das ondas sonoras. Devido à concavidade 
das lentes acústicas, é comum que esses tipos de transdutores apresentem 
uma “cavidade” e, como resultado, uma certa quantidade de gel ou gel 
misturado com água é usada para preencher essa cavidade, de modo que o 
som, as ondas têm um meio para se propagar até a gordura. Esse tipo de 
tecnologia é comumente encontrado nos equipamentos de ultracavitação 
focalizada do mercado brasileiro. 
Figura 7 – Transdutores que utilizam lentes acústicas convergentes e apresentam 
uma cavidade em sua estrutura física. 
 
Fonte: Borges; Scorza, 2016. 
 As ondas ultrassônicas são geradas utilizando uma cilíndrica piezoelétrica 
cerâmica na frequência de 1 MHz, e o ultrassom focalizado é produzido 
utilizando um refletor parabólico. A distância focal do peixe pode ser alterada 
ajustando as propriedades do refletor e do transdutor. 
As ondas sonoras são produzidas pelo transdutor, mas não em quantidade 
suficiente para prejudicar a pele, nervos, vasos sanguíneos ou órgãos localizados 
antes, oualém do ponto focal, pois, enquanto a intensidade no ponto focal pode atingir 
 
 
30 
 
níveis elevados, a dose fora de esse ponto varia apenas entre 1 W/cm e 3 W/cm, 
principalmente na superfície da pele. Com isso, é gerado calor suficiente para 
provocar a ruptura do tecido adiposo apenas no ponto de convergência dos feixes 
focalizados, concentrando sua energia. Isso foi confirmado por Jewel et al. na pré-
abdominoplastia tecido gorduroso humano, e por Brown et al. em experimentos com 
animais, onde o efeito da cavitação na estrutura tratada não mostrou nenhum dano 
histológico em vasos sanguíneos e nervosos fora da estrutura. 
As ondas sonoras do equipamento HIFU podem ser focalizadas com baixo grau 
de penetração no tecido gorduroso, atingindo regiões próximas à pele e produzindo 
efeitos mais superficiais com segurança. Isso também ocorre com o equipamento de 
ultrassom microfocado (MFU), que gasta menos energia que o HIFU, mas é suficiente 
para elevar a temperatura para cerca de 60 °C, atingindo até 5 mm na camada reticular 
nos níveis dérmico e subdérmico, bem como superficial sistema aponeurótico 
muscular (SMAS). Isso causa uma lesão térmica, remodelando o colágeno e 
removendo erupções cutâneas e descamação. Esses dispositivos operam em 
frequências que variam de 4 a 10 MHz (BORGES; SCORZA, 2016). 
 
Figura 8 – Esquema que demonstra a concentração de energia das ondas 
focalizadas no tecido gorduroso sem danos nos tecidos circunvizinhos à área de 
lesão tecidual (zona focal). 
 
Fonte: Borges; Scorza (2016). 
 
 
31 
 
As microbolhas geradas pelo aparelho quebram, e essa quebra no tecido 
adipócito se fragmenta, resultando em extravasamento de gordura. A quebra pode 
ocorrer nas etapas a seguir: 
 
 Efeito mecânico: causado pela cavitação. 
 Efeito térmico: a conversão de energia mecânica em energia térmica. 
 Efeito químico: divisão de macromoléculas e formação de radicais livres. 
A ultracavitação é uma técnica segura desde que observadas as 
contraindicações e precauções. A contraindicação mais importante é para doenças 
hepáticas, pois a gordura está relacionada ao metabolismo dos lipídios. Outras 
contraindicações significativas incluem doenças neoplásicas, distúrbios de pele, 
insuficiência renal, dislipidemia e gravidez (BORGES; SCORZA, 2016). 
 
Criolipólise 
A criolipólise é a refrigeração localizada e não invasiva do tecido adiposo 
subcutâneo a temperaturas entre 5 e 15 °C (medida externamente), levando a 
paniculite localizada, morte de adipócitos induzida por apoptose e, finalmente, uma 
diminuição na quantidade de gordura localizada tecido adiposo subcutâneo. 
A aplicação de frio controlado permitirá remover seletivamente os adipócitos, 
evitando dano à derme e epiderme próximas. Isso oferece um método prático para 
tratar o excesso de tecido adiposo localizado. O atual aparelho clínico de criolipólise 
consiste em sua maior parte de um aplicador (manopla) em forma de copo que utiliza 
um vácuo moderado para empurrar para dentro dele uma “prega” feita de pele e 
gordura, posicionando - a entre duas placas de contenção que realizam a extração de 
calor (BORGES; SCORZA, 2016). 
 
 
 
 
 
 
32 
 
Figura 9 – Etapas do processo de lesão apoptótica no tecido gorduroso pela 
criolipólise. 
 
Fonte: Adaptado de Borges; Scorza, (2016). 
 
Técnicas de Aplicação 
 
Dependendo do tamanho da área a ser tratada e do tamanho da aplicação, 
podem ser necessárias várias aplicações para atingir efetivamente toda a área alvo. 
Aplicações em várias áreas do corpo podem ser realizadas na mesma sessão. Não 
há relatos limitando o número de regiões a serem resfriadas a cada sessão de 
tratamento; em nossa prática, procuramos profissionais que tratam de quatro a seis 
regiões em uma única sessão de tratamento, sem intercorrências (BORGES; 
SCORZA, 2016). 
Segundo Manstein et al., a paniculite lobular pode ocorrer até a interface da 
gordura com a camada muscular (dependendo da espessura da gordura 
subcutânea tratada), mas se dá, de forma mais contundente, perto da 
interface derme-gordura. Portanto, é correto pensarmos que, dependendo da 
espessura da camada de gordura tratada, precisaremos de mais de uma 
sessão a fim de atingirmos níveis subcutâneos mais profundos (MANSTEIN 
et al., 2008). 
 
 
 
33 
 
 
Figura 10 – Técnica de múltiplas áreas para o tratamento da região abdominal. 
 
Fonte:Borges; Scorza (2016). 
Não há regra específica sobre o número de aplicações necessárias para obter 
um resultado satisfatório; no entanto, é comumente feito na faixa de uma a três 
aplicações. Na prática clínica, descobrimos que, apesar de obter resultados 
satisfatórios em vários casos com uma única aplicação (em alguns casos, os clientes 
realizam apenas um procedimento e já estão satisfeitos), muitos optam por serviços 
adicionais em busca de melhores resultados (BORGES; SCORZA, 2016). 
Tempo de aplicação 
Segundo alguns autores, o tempo recomendado para aplicação é de 60 
minutos; porém, na prática clínica, alguns profissionais utilizam 45 minutos (ou menos) 
em cada região para acelerar/otimizar o procedimento sem comprometer o fluxo de 
clientes para o estabelecimento comercial. Alertamos que esta prática pode 
comprometer os resultados desejados, pois quanto mais tempo de uso, mais profunda 
 
 
34 
 
será a ação do resfriamento e, consequentemente, mais gordura profunda será 
alcançada. 
Carboxiterapia 
A carboxiterapia é uma nova técnica utilizada no tratamento de distúrbios 
dermatológicos e estéticos. Caracterizada pelo uso terapêutico de gás carbônico 
99,9% puro administrado por via subcutânea (percutânea), para vasodilatação 
periférica e oxigenação tecidual. Por trabalharmos com volume máximo seguro, o gás 
carbônico não causa embolia gasosa. A partir do momento em que o gás é injetado, 
ele é rapidamente absorvido e eliminado pela respiração. 
A caboxiterapia chegou ao Brasil por volta da virada do século e tinha como 
foco a estética (gordura localizada, celulite, flacidez e estrias). Atualmente, é utilizado 
como coadjuvante no tratamento de cicatrizes inestéticas, úlceras cicatrizantes, 
alopecias, psoríases, microvarizes, olheiras, sequela de queimados (SCORZA; 
JAHARA, 2010). 
Solá (2004) revela, em particular, que a Carboxiterapia, como qualquer outro 
tratamento, tem algumas contraindicações, incluindo flebite, gangrena, epilepsia, 
insuficiência cardíaca/respiratória, insuficiência renal/hepática, hipertensão grave e 
gravidez. O autor afirma ainda que não há reações simbióticas adversas significativas 
descritas e o método é simples de implementar e amplamente utilizado na Europa. 
Segundo a literatura, o principal efeito colateral do uso do carboxiterapia é a 
presença de dor, pois quando o gás é aplicado na pele, reage rapidamente, causando 
um deslocamento da mesma, que causa dor. Também pode haver sensação de 
dormência ou ardor durante a aplicação, bem como pequenos hematomas ao final e 
pode haver sensação de peso e aumento local de volume (ALVES, 2018). 
O tratamento é altamente eficaz, pois as variáveis são controladas, sendo o 
número de sessões determinado pela cor da pele, idade, tamanho das estrias, etc. 
Obviamente, o resultado pode diferir entre os indivíduos, como acontece com qualquer 
outro tratamento para várias infecções. 
 
 
 
 
35 
 
Técnicas de Aplicação 
O aparelho de carboxiterapia é conectado a um cilindro de ferro por meio de 
um regulador de pressão de gás carbônico, injetado diretamente na pele do paciente 
por meio de uma pequena agulha (agulha de insulina - 30 G). O dióxido de carbono é 
insuflado por via subcutânea através da utilização de certos acessórios na 
carboxiterapia. O gás carboidrato é injetado controladamente, e a infusão do gás é 
programada conforme os objetivos do tratamento e a resistência encontrada nos 
tecidos humanos (ALVES, 2018). 
O uso de CO₂ em conjunto com o uso de filtros bacterianos e o tratamento 
asséptico da área tratada garante baixo risco de infecção local. O gás carbônico 
comumente utilizado na carboxiterapia no Brasil possui pureza de 99,9%, o que o 
torna adequado para uso terapêutico. Também é usado em videolaparoscopia para 
insuflação para facilitar a manipulação da estrutura intra-abdominal, controle de pH 
em incubadoras, formação de atmosfera controlada em estufa, crio cauterização 
ginecológica do colo uterino, e outros procedimentos (SCORSA; BORGES, 2008). 
Em relação aos procedimentos, o paciente deve adotar uma posição 
confortável com a área a ser tratada exposta e livre de qualquer pressão, como roupas 
abertas, antes de fazer a assepsia com álcool 70% ou solução alcoólica 0,5%, onde 
serão realizadas as punções. Segundo Borges (2010), as áreas a serem tratadas 
devem ser delineadas com lápis ou caneta demográfica com o paciente na coxa. É 
comum haver perda do corte da agulha conforme a necessidade, tornando a aplicação 
mais confortável para o paciente. A vazão e o volume total de gás a ser injetado variam 
consoante o objetivo do tratamento e a sensibilidade do paciente. 
Eletrolifing 
O objetivo mais geral do uso do eletrolifting é evitar, reduzir e eliminar estrias e 
mudanças nas linhas de expressão que se formam na face como resultado da 
contração muscular, trabalhando a nível celular, restaurando o colágeno cada e 
estimulando a produção de elastina com a mesma arma que a pele usa: 
microcorrentes (BORGES; 2010). 
 
 
36 
 
O objetivo do procedimento de eletrolifting é provocar uma lesão tecidual na 
qual, além dos efeitos galvânicos da microcorrente polarizada, seja produzido um 
processo inflamatório, responsável pelo efeito reparador das rugas e estrias. 
A ponta da agulha causa lesão traumática da pele (além de necrose tecidual 
devido ao componente galvânico da corrente contínua. A “lesão” das células do 
extrato espinhoso força o corpo a uma reação de reparo. Em resposta a essa lesão, 
haverá dilatação dos pequenos vasos sanguíneos da derme, resultando em discreto 
edema. Depois disso, a taxa mitótica da taxa básica regional aumentará. As células 
recém-formadas preenchem o espaço das células lesadas, cujos restos são 
eliminados por fagocitose e o excesso de líquido é absorvido pela circulação linfática. 
Há também um carreamento de partes hidratadas para a região pericatódica. 
A mobilização eletroiônica de água e células sanguíneas, bem como a 
eletroendosmose, permitem a abrasão de doenças degenerativas em um polo 
negativo (BORGES; 2010). 
Efeitos 
Segundo Winter (2001), ocorre uma necrose por liquefação em decorrência da 
lesão causada pela agulha, limitando certas células epidérmicas. Essa necrose é 
causada por substâncias alcalinas que surgem na polaridade negativa devido à ação 
do componente galvânico da microcorrente sobre os líquidos da substância 
fundamental. 
Seus efeitos podem variar de caso a caso, durando entre três semanas e seis 
meses. A durabilidade do tratamento está ligada à sua execução completa e 
manutenção. Os fibroblastos, ou células produtoras de colágeno, estão 
estruturalmente alteradas na pele, assim como nos tecidos abaixo do sulco das linhas 
de expressão, indicando que a cessação do envelhecimento está diretamente 
relacionada à diminuição da produção de colágeno e alterações do colágeno. 
Durante o processo de reparo e instalado o processo inflamatório é ativado, os 
fibroblastos efetivos respondem aos fatores de crescimento. Eles se multiplicam e 
produzem fibrilas de colágeno, bem como proteoglicanos e fibrilas elásticas. 
 
 
37 
 
Estudos sobre estrias atróficas mostram que após as sessões de eletrolifting, 
há aumento de fibroblastos, neovascularização e retorno da sensibilidade dolorosa, 
além de melhora significativa no aspecto estético da pele, aproximando-a do normal 
(BORGES, 2010). 
Quase imediatamente após a aplicação da técnica, surgem hipertensão e 
edemas típicos de qualquer processo inflamatório em decorrência das substâncias 
locais liberadas pela lesão, causando vasodilatação e aumento da permeabilidade dos 
vasos. O principal estágio da inflamação é a vasodilatação, responsável pela 
hipertensão e calor, aumentando o fluxo sanguíneo, essencial nas alterações 
hemodinâmicas associadas à inflamação. A região é suprida por uma mistura de 
leucócitos, eritrócitos, proteínas plasmáticas e fibrinas.8 FISIOTERAPIA DERMATOFUNCIONAL E QUEIMADURAS 
A Queimadura é conceituada como um trauma capaz de causar diversas lesões 
nos tecidos. Essas lesões vão desde hiperemia localizada até alterações celulares e 
imunológicas causadas pela lesão, comprometimento das vias respiratórias e 
ocorrência de traumatismos, que podem levar à morte. 
Conforme a espessura da pele acometida, as queimaduras são classificadas 
em primeiro, segundo ou terceiro grau. O primeiro e segundo graus referem-se às 
camadas da epiderme e/ou derme, respectivamente. O terceiro grau acomete 
epiderme, derme, hipoderme, tecido celular subcutâneo, e outros, inclusive o ósseo. 
Determinar a profundidade de uma queimadura implica calcular a probabilidade de 
lesão. (Quadro 1). 
Quadro 1 – Características e gravidades das queimaduras. 
Queimaduras Características Gravidade 
 Primeiro Grau 
Contato com 
superfícies 
aquecidas. 
Pequenas 
exposições solares. 
Eritema, dor 
Mínima: lesão restrita à 
epiderme 
 
 
38 
 
 Segundo Grau 
Grandes exposições 
solares. 
Contato com líquidos 
aquecidos. 
Combustão de 
substâncias 
inflamáveis. 
Flictenas e restos epiteliais 
Transudação considerável 
Dor e sensibilidade à exposição 
Pode haver aprofundamento da 
lesão 
Mínima: Queimaduras 
inferiores a 15% de 
superfície corpórea. 
Moderada: Queimaduras 
entre 15% e 30% de 
superfície corpórea. 
Crítica: Queimaduras 
acima de 
30% de superfície 
corpórea; e queimaduras 
complicadas por lesões de 
vias aéreas e fraturas 
 Terceiro Grau 
Combustão de 
substâncias 
inflamáveis 
Chama direta 
Prolongada 
exposição a líquidos 
superaquecidos 
Contato direto com 
objetos 
superaquecidos 
Substâncias 
químicas 
Correntes elétricas 
Palidez marmórea ou aparência 
carbonizada, em couraça. 
Destruição da pele com 
exposição de tecido gorduroso. 
Choque 
Mínima: Queimaduras 
inferiores 2% de superfície 
corpórea. 
Moderada: Queimaduras 
entre 
2% e 10% de superfície 
corpórea; sem 
envolvimento de face, 
mãos ou pés. 
Crítica: Queimaduras 
acima de 10% de 
superfície corpórea; e 
queimaduras complicadas 
por lesões de vias aéreas 
e fraturas. 
Fonte: Adaptado de Borges, 2010. 
Nas queimaduras graves, pode ser necessário reavaliar o grau das lesões 
cutâneas após as primeiras 48 horas, uma vez que o aspecto inicial agravado pelo 
edema torna essa previsão inviável (BORGES, 2010). (Figura 11). 
Figura 11 – Tipos de Queimadura 
 
Fonte: https://bit.ly/3jhcBBw. 
 
 
39 
 
8.1 Tratamentos 
O ultrassom pode ser usado na fase ambulatorial, na dosagem de 1 W/cm² a 2 
W/cm², modo contínuo, objetivando efeitos líticos, ocorridos na modelagem das fibras 
colágenas subjacentes a lesões cicatriciais. Por sua alta capacidade de regeneração, 
esse recurso também pode ser utilizado no tratamento de lesões. 
 A eletroestimulação tem se mostrado eficaz na regeneração celular. Em estudo 
comparativo, a microcorrente e o laser (AsGa) mostraram-se recursos extremamente 
eficazes para o tratamento de lesões, podendo, assim, ser utilizados para regenerar 
o tecido de lesões causadas por queimaduras de primeiro grau. 
A eletroestimulação de alta voltagem também pode ser utilizada em 
procedimentos cirúrgicos, como tratamento de queimaduras superficiais ou de 
primeiro grau (BORGES, 2010). 
Massagem 
A massagem desempenha um papel importante na reabilitação de vítimas de 
queimaduras e vários métodos são utilizados. Entre as mais indicadas estão: 
 Massagem clássica – melhora a circulação sanguínea e favorece a 
penetração de lubrificantes; 
 Drenagem linfática — reduz edema e linfedema, principais problemas 
encontrados em lesões térmicas e/ou cirurgias reconstrutivas; 
 Massagem lateral profunda — quebra aderências e aumenta a elasticidade 
dos tecidos; 
 Massagem reflexa — precisamente os movimentos propostos por Félix 
Wetterwald, cujo principal objetivo é liberar aderências, aumentar a circulação 
sanguínea e aliviar a dor. 
 Massagem respiratória — utilizada para facilitar o fluxo de secreções. 
 
O uso de curativos de gel de silicone pode complementar os efeitos da 
massagem, resultando em uma melhora no aspecto das cicatrizes hipertróficas e 
quelonioideas. O mecanismo de ação desse tipo de tratamento compressivo ainda é 
 
 
40 
 
desconhecido, mas os efeitos observados quando usados por um mês incluem 
mudanças benéficas no tamanho, cor e espessura das cicatrizes. 
A vacuoterapia ou a depressoterapia também podem ser utilizadas em conjunto 
com a massoterapia, uma vez que tem um forte efeito antifibrótico nas cicatrizes 
aderentes, promovendo a remodelação. 
Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea 
 
O uso da TENS auxilia no controle da dor, desde que os estímulos sejam 
adequados, condição necessária para que a aplicação seja efetiva. Como pessoas 
diferentes apresentam diferentes níveis de dor e sensibilidade, a aplicação deve ser 
precedida de uma avaliação. A localização dos pontos de dor aponta para a correta 
colocação dos eletrodos, evitando a necessidade de soluções de continuidade. 
Períodos de estimulação inadequados fornecem resultados negativos e, devido aos 
mecanismos de produção de dor, períodos de estimulação mais longos produzem 
melhores resultados (GUIRRO, E; GUIRRO, R., 2003). 
Dourado, propõe o uso da TENS por 20 a 30 minutos, visando reduzir a dor e 
a tensão dos pacientes por meio de um programa de troca de tratamento. A colocação 
dos eletrodos e os parâmetros físicos da corrente devem ser efetuados com cuidado. 
Jorge et al., investigaram o efeito de uma corrente vetorial interterencial na 
hiperalgesia e edema causados pela injeção subcutânea de carragenina em caudas 
de ratos. O estudo conclui que o uso de corrente elétrica diferencial é um método 
rápido e eficaz para controlar o desenvolvimento de hiperalgesia e edema inflamatório 
 
Ultra-som 
Guirro, E. e Guirro, R. (2003), relacionaram os mecanismos físicos envolvidos 
no reparo de tecidos (inflamação aguda, proliferação e remodelação) à energia 
ultrassônica. Há consenso de que o ultra-som pode acelerar a resposta inflamatória, 
promovendo a liberação de histamina, fatores de crescimento por meio da 
degranulação de macrófagos, mastócitos e plaquetas, além de aumentar a síntese de 
fibroblastos e colágeno. 
 
 
41 
 
O reparo da pele após a sutura foi investigado. Foi descoberto que quando 
estimulado pelo ultra-som, o mesmo pode se tornar mais resistente. Na mesma linha, 
a irradiação com ultra-som de média intensidade aumentou a proliferação do tecido 
conjuntivo, justificando o aumento da resistência de vários tecidos. 
Isso justifica o uso do ultra-som em queimaduras, fazendo com que ela se 
regenere mais rapidamente, já que a fase inflamatória fica bem mais intensa, 
favorecendo a formação de tecido granulado. Além disso, anexos de pele, como os 
folículos pilosos, exibem epitélio em regeneração, formando ilhotas germinativas para 
o epitélio de cobertura da lesão (GUIRRO; GUIRRO, 2003). 
Eletrotermofototerapêuticos 
A fotobiomodulação é uma excelente opção de tratamento para pacientes com 
queimaduras. Por ser uma luz, um laser de baixa intensidade possui certas 
características únicas, como monocromaticidade (apenas uma cor), 
unidirecionalidade (todos os botões têm uma única direção) e coerência (todas as 
ondas ocorrem simultaneamente, mantendo a amplitude ((GUIRRO, E; GUIRRO, R., 
2003). 
No caso das queimaduras superficiais, no nível epidérmico, podemos utilizar 
equipamentos com comprimento de onda próximo a 630 nm, conhecidos como lasers 
vermelhos, pois sua penetração na pele é baixa. Para lesões de queimaduras 
profundas, lasers com comprimento de onda próximo a 904 nm são recomendados 
devido à sua alta penetração tecidual, esse laser é conhecido como infravermelho. 
Quando a luz entra na célula, a enzima citocromo c oxidase absorve os fótons 
e inicia uma cascata metabólica. Isso aumentará a produção de adenosinatrifosfato 
nas mitocôndrias, bem como auxiliará na formação de novos vasos via fatores de 
crescimento vasoendoteliais (GUIRRO, E; GUIRRO, R., 2003).; DAMANTE, 2007). 
9 FISIOTERAPIA DERMATOFUNCIONAL NOS PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS 
 
A eficácia da fisioterapia dermatofuncional no pré e pós-operatório está bem 
estabelecida. A eficácia de uma cirurgia plástica ou reparadora depende não só dos 
 
 
42 
 
cuidados do cirurgião, mas também dos cuidados do fisioterapeuta, com papel 
importante nesse processo. Os cuidados pré e pós-operatórios são fundamentais para 
o sucesso da recuperação cirúrgica, para evitar ou minimizar quaisquer complicações. 
O fisioterapeuta visa estabelecer bases científicas sólidas para atuar com sucesso no 
pré e pós-operatório e, com isso, prevenir e / ou tratar complicações associadas à 
cirurgia, como formação de fibrose cicatricial, hematomas e edemas. A esse respeito, 
examinaremos sua atuação em mamoplastia, mastectomia, lipoaspiração, 
abdominoplastia e ritidoplastia (MACEDO; OLIVEIRA, 2010). 
Se a intervenção cirúrgica for estética, reparadora ou funcional, o paciente deve 
ser acompanhado desde o início por um psicólogo para auxiliá-lo na tomada de 
decisões antes de ser encaminhado ao cirurgião. Neste contexto, o papel do 
fisioterapeuta centra-se nas fases pré e pós-operatórias. Entre as complicações pós-
operatórias estão as cicatrizes mal posicionadas, como as hipertróficas ou com 
queloides. Além dessas complicações, podem ocorrer hematoma, infecção, 
separação de sutura, irregularidades, depressões, aderências, fibroses, excessos de 
pele e seroma, dependendo do procedimento e da técnica utilizada. 
9.1 Intervenção fisioterapêuticas no pré-cirúrgico 
Avaliação é uma das principais funções do Fisioterapeuta do pré-cirúrgico, já 
que toda ela pode condicionar o período e tratamento pós-cirúrgico. Dessa forma, o 
Fisioterapeuta avalia todos os fatores relacionados à disfunção estética, incluindo 
retrações musculares, deformidades articulares e desvios posturais (resultantes em 
algum tipo de alteração estética e funcional no indivíduo). Este profissional também 
deve avaliar a condição circulatória do usuário, a fim de determinar se há edema ou 
qualquer outro tipo de alteração circulatória que afete de alguma forma o pós-
operatório. 
O principal objetivo da fisioterapia pré-operatória é fortalecer os vasos 
sanguíneos e linfáticos da região a ser operada, aliviando assim uma possível 
congestão. Outro aspecto importante desta fase é a preparação dos músculos para o 
impacto respiratório. Após a cirurgia, é necessário um período de imobilização, o que 
faz com que o sistema muscular sofra atrofia, diminuição da força e perda da função. 
 
 
43 
 
Como resultado, a preparação pré-operatória dos músculos é fundamental para 
minimizar a perda funcional pós-operatória. Procedimentos como eletroestimulação 
elétrica neuromuscular (EEN) e exercícios ativos podem ser utilizados (MELO, 2014). 
A preparação da pele também constitui um forte aliado no período pré-
operatório, a utilização de procedimentos como esfoliação, massagem e uso de 
eletroterapia com princípios ativos confere maior hidratação e estimula a experiência 
de fibroblastos, permitindo que a pele suporte as forças de tensão impostas pela 
cirurgia, evitando complicações comuns como dor tecidual e necrose. Por fim, é 
imprescindível o preparo do aparelho respiratório para o pós-operatório, assim como 
o bombeamento da linfa proveniente dos membros inferiores, aparelho digestivo e 
tronco profundo anterior e posterior. É fundamental no pré-operatório ensinar ao 
paciente a respiração diafragmática e a tossir, sem comprometer o período de 
cicatrização, no caso abdominoplastia e mamoplastia, por exemplo (MELO, 2014). 
Em geral, o profissional deve prestar um pré-operatório humanizado, 
orientando e explicando a todos os pacientes o protocolo de tratamento, duração, 
recursos utilizados e resultados esperados, além de apontar o que o paciente deve 
fazer ativamente para melhorar sua recuperação. Daremos uma olhada em algumas 
das recomendações que visam ajudar o paciente a se recuperar rapidamente. 
Respiração profunda e lenta, como exercício, quatro vezes por dia; evite ficar 
deitado por longos períodos, pois a movimentação das pernas pode acarretar a 
formação de trombos. Apoie as pernas em um banquinho pelo maior tempo possível 
para estimular o retorno venoso. Retirar a cintura abdominal preferencialmente em 
decúbito, somente pacientes acostumados devem fazê-lo. Antes de sentar, respire 
fundo e devagar, espere um tempo, depois sente, espere um tempo mais, depois 
levante. Deve-se evitar esforço físico para não desenvolver cicatrizes e queloides. 
9.2 Intervenções fisioterapêuticas pós-operatórias 
O planejamento da intervenção da Fisioterapia no pós-operatório é altamente 
variável e depende das características apresentadas na avaliação, tais como: 
avaliação do trofismo cutâneo e muscular; avaliação do edema; avaliação da cicatriz; 
 
 
44 
 
avaliação da dor e sensibilidade; conhecimento do tipo de cirurgia realizada e o tempo 
de recuperação pós-operatória. 
Os pontos mais importantes para avaliar os pacientes após a cirurgia são: 
reconhecimento de problemas; identificação do tipo de cirurgia realizada, como a 
profundidade dos tecidos envolvidos, a natureza da doença, o estágio de cicatrização 
e o reconhecimento de eventuais contraindicações ao procedimento e uso de técnicas 
de tratamento (MELO, 2014). 
Fases do pós-operatório 
A fisiopatologia da cicatrização em qualquer tipo de trauma é descrita em três 
etapas, sendo necessária sua compreensão para intervir de forma mais eficaz no pós-
operatório. 
Existem três fases: inflamatória, proliferativa e de remodelação. É uma 
divisão didática já que, por vezes, eles se sobrepõem e cada organismo tem um tempo 
de resposta diferente a cada um desses processos de reparo, dificultando a 
quantificação do número de dias em cada fase. Para facilitar o entendimento dessas 
fases, no processo pós-operatório de cirurgia plástica, quantificamos cada uma 
aproximadamente, mas as diferenças individuais de cada paciente devem ser 
observadas com mais agilidade no acompanhamento das características clínicas de 
cada um (BORGES, 2010). 
Fase Inflamatória 
O primeiro estágio ou fase da inflamação, seguido por uma resposta de defesa 
localizada e limitada à área, atacada por agentes nocivos. O processo inflamatório é 
usado para destruir, diluir ou mobilizar o agente agressor e, então, desencadear uma 
cadeia de eventos que curam e reorganizam o tecido danificado. Este mecanismo 
promove tanto a regeneração tecidual quanto o retorno da Fisiologia, sendo que neste 
último caso, forma-se tecido cicatricial, pois a fisiologia não pode ser completamente 
restaurada. 
Sabe-se que esta fase se inicia no final da lesão, e o sangue produzido contém 
placas, hemácias e fibrina, determinando a importância da cicatrização. Como 
 
 
45 
 
resultado, esta fase inclui hemostasia e resposta inflamatória rápida, limitando a 
extensão da lesão tecidual. Em relação ao trauma cirúrgico, esta fase inicia-se ao 
término do procedimento e dura de 48 a 72 horas, apresentando-se como inflamação 
intensa. Terminada esta fase, o tratamento decorrerá de forma cíclica, dependendo 
da resposta inflamatória do paciente (BORGES, 2010). 
Em termos clínicos, isso resulta em aumento do número de capilares 
responsáveis pela irrigação sanguínea local, resultando em mais hipertensão e 
aumento da temperatura local. O edema ocorre como resultado do aumento da 
permeabilidade vascular aos componentes do sangue, o que leva ao extravasamento 
de líquido intravascular para o espaço extracelular. 
Outro sintoma da inflamação é a dor, causada principalmente pela estimulação 
das terminações nervosas por algumas dessas substâncias durante o processo 
inflamatório, bem como

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