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2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3 2 CONCEITOS E HISTÓRICOS ................................................................................ 4 3 ANATOMIA DA PELE ............................................................................................ 5 3.1 Estrutura da Pele .................................................................................................. 6 3.2 Epiderme ..............................................................................................................8 3.3 Derme.................. ............................................................................................... 11 3.4 Tela Subcutânea ................................................................................................. 12 4 MANUTENÇÃO DA HOMEOSTASIA .................................................................. 13 4.1 Cicatrização da epidérmica ................................................................................. 13 4.2 Cicatrização profunda ......................................................................................... 14 4.3 Envelhecimento .................................................................................................. 16 5 FISIOTERAPIA DERMATOFUNCIONAL NAS DISFUNÇÕES DO TECIDO ADIPOSO .................................................................................................................. 16 5.1 Disfunções cinético-funcionais do tecido adiposo ............................................... 17 5.2 Intervenções fisioterapêuticas nas disfunções do tecido adiposo ....................... 19 6 FISIOTERAPIA DERMATOFUNCIONAL NAS DISFUNÇÕES FACIAIS ............. 23 6.1 Microagulhamento .............................................................................................. 23 6.2 Peeeling...............................................................................................................25 7 FISIOTERAPIA DERMATOFUNCIONAL NAS DISFUNÇÕES CORPORAIS ..... 27 8 FISIOTERAPIA DERMATOFUNCIONAL E QUEIMADURAS .............................. 37 8.1 Tratamentos ........................................................................................................ 39 9 FISIOTERAPIA DERMATOFUNCIONAL NOS PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS ...............................................................................................................................41 9.1 Intervenção do fisioterapêuticas no pré-cirúrgico ................................................ 42 9.2 Intervenções fisioterapêuticas pós-operatórias ................................................... 43 10 REFERÊNCIAS .................................................................................................... 48 3 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 4 2 CONCEITOS E HISTÓRICOS A Fisioterapia é uma das áreas mais recentes da saúde, surgiu e ainda vem se desenvolvendo no Brasil, graças aos esforços de uma classe que em 2004 contava com 80 milhões de profissionais da saúde e que em 2018 já contava com cerca de 240 mil profissionais segundo o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO). A Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR) foi a primeira instituição do país a oferecer um curso regular em Fisioterapia, sendo sua criação a cargo da Escola de Reabilitação do Rio de Janeiro. A luta permanente de um grupo de profissionais fez com que a profissão crescesse legalmente, ganhando um importante enfoque científico. Atualmente no Brasil a Fisioterapia ligada a área da estética denominada por Fisioterapia Dermatofuncional, a substituição do seu primeiro nome, deve-se uma tentativa de ampliar a área, conferindo-lhe a conotação de restauração de função, além da sugerida anteriormente, que era apenas melhorar ou restaurar aspectos ligados a uma aparência física. Assim, a área de Dermatofuncional deve receber a mesma importância que as demais especialidades, apesar de seu reconhecimento no Brasil ser mais antigo, iniciado em 2012 (MELO, 2014). A Fisioterapia Dermatofuncional é a área responsável por diagnosticar e tratar os distúrbios estético-funcionais decorrentes de patologias, procedimentos cirúrgicos e/ou suas sequelas. Em outras palavras, eles intervêm em distúrbios onde a função do sistema tegumentar foi alterada (TACANI; MACHADO; TACANI, 2009). No total, e conforme a definição, é uma subespecialidade da Fisioterapia que se concentra na prevenção, promoção e recuperação do sistema tegumentar em relação a distúrbios endócrinos, metabólicos, dermatológicos, circulatórios, osteomioarticulares e neurológicos, visando restaurar a estética e funcionalidade do sistema tegumentar. O Fisioterapeuta Dermatofuncional é então designado por fornecer um tratamento mais eficaz e seguro para pacientes com este tipo de “condições”, utilizando seus conhecimentos de anatomia e fisiologia, trabalhando a partir da base científica existente (OLIVEIRA, BARRETO, TAVARES, 2012). 5 A intervenção da Fisioterapia Dermatofuncional atualmente divide — se em duas grandes dimensões: estética e reparadora. São duas grandes áreas da Fisioterapia Dermatofuncional, onde a estética corresponde à tentativa de aproximar as variações da normalidade ao que se considera padrão de beleza de uma cultura em um determinado momento, bem como corrigir as alterações que ocorrem ao longo do tempo, promovendo o rejuvenescimento visual. A vertente reparadora se compromete a reparação de tecidos, recuperação de substâncias perdidas, reabilitação das funções dos órgãos, em geral, resultados de traumas, doenças ou defeitos congênitos. A linha entre essas duas definições é bastante tênue, dada a frequência com que ocorrem situações que envolvem distinções funcionais. 3 ANATOMIA DA PELE Anatomia é um ramo da biologia que estuda todos os aspectos do corpo humano, bem como a estrutura, composição e organização de todos os seres vivos que podem ser afetados pela genética, tempo e ambiente. Além disso, o estudo da anatomia abrange as estruturas corporais fundamentais e busca os mecanismos que podem levar a modificações, portanto, alterar as funções do corpo (TORTORA; DERRICKSON, 2019). O principal órgão do corpo humano é a pele, que atua como uma barreira para o mundo exterior, permitindo o controle da perda de fluidos corporais e também inibindo a penetração de substâncias estranhas e nocivas no corpo, resultando em uma barreira impenetrável. O tegumento comum é formado por pele, pelos, glândulas sebáceas e sudoríficas, unhas e receptores sensitivos. O tegumento comum ajuda a manter uma temperatura corporal consistente, protege o corpo e fornece informações sensíveis sobre o ambiente circundante. Nenhum dos órgãos do corpo é examinadocom mais facilidade ou é mais vulnerável a infecções, doenças e lesões do que a pele. Apesar de sua localização torná-la vulnerável a danos causados por traumas, luz solar, microrganismos e poluentes ambientais, as características da pele a protegem dessas 6 ameaças. Por sua visibilidade, a pele reflete nossas emoções (franzir as sobrancelhas, rubor) e alguns aspectos da fisiologia regular (como o suor). Mudanças na cor da pele também podem indicar desequilíbrios homeostáticos no corpo A pele é tão crucial para a autoimagem que muitas pessoas gastam muito tempo e dinheiro para recuperar uma aparência mais normal ou jovem. A dermatologia é uma especialidade médica que lida com a estrutura, função e distúrbios da pele comum (TORTORA.; DERRICKSON, 2019). 3.1 Estrutura da Pele A pele, às vezes conhecida como cútis, cobre a superfície externa do corpo e é o órgão mais pesado. A pele cobre cerca de 2 m² nos adultos e pesa entre 4,5 e 5 kg, representando aproximadamente 7% do peso corporal total. Sua espessura varia de 0,5 mm nos pés a 4,0 mm nos botões. Ela mede entre 1 e 2 mm na maior parte de seu corpo. A pele é composta de duas partes principais. A epiderme é a camada mais fina e superficial da pele, composta por tecido epitelial. A derme é o componente mais espesso e largo do tecido conjuntivo. Enquanto a epiderme é avascular, a derme é vascularizada (TORTORA; DERRICKSON, 2019). (Figura 1 e Figura 2). Figura 1 – Componentes do tegumento comum. Fonte: https://bit.ly/3wt70uT. https://bit.ly/3wt70uT 7 Figura 2 – Visão de corte da pele Fonte: Tortora e Derrickson (2019). Uma tela subcutânea pode ser encontrada abaixo da derme, mas sem remover a pele. Essa camada, também conhecida como hipoderme, é formada pelos tecidos areolar e adiposo. As fibras que se formam a partir da derme aderem à pele no subcutâneo, que, se conecta à fáscia subjacente, o tecido conjuntivo que envolve os músculos e tendões. A gordura subcutânea é armazenada na superfície da pele e existem grandes vasos sanguíneos que nutrem a pele. Essa região (e, às vezes, a derme) também contém terminações nervosas conhecidas como corpúsculos lamelares ou corpúsculos de Pacini, sensíveis à pressão. 8 3.2 Epiderme A epiderme é constituída por epitélio pavimentoso estratificado queratinizado. Ela contém quatro tipos principais de células: queratinócitos, melanócitos, macrófagos intraepidérmicos e células epiteliais. Aproximadamente 90% das células epidérmicas são queratinócitos, que se organizam em quatro ou cinco câmaras e produzem a proteína queratina. A queratina é uma proteína fibrosa que ajuda a proteger a pele e os tecidos subcutâneos de abrasões, calor, microrganismos e substâncias químicas. Os queratinócitos também produzem grãos lamelares, que liberam uma substância que repele a água, reduzindo a entrada e perda de água e impedindo a entrada de corpos estranhos (TORTORA; DERRICKSON, 2019). Aproximadamente 8% das células epidérmicas são melanócitos, que se desenvolvem a partir da ectoderme do embrião e produzem o pigmento melanina. Projeções longas e estreitas se ligam aos queratinócitos e transferem para eles grânulos ricos em melanina. A melanina é um pigmento amarelo-alaranjado que contribui para a cor da pele e absorve os raios ultravioleta (UV) nocivos. Uma vez dentro dos queratinócitos, os grânulos de melanina se aglomeram, formando uma camada protetora sobre o núcleo, com um lado voltado para a superfície da pele. Desta forma, eles protegem o DNA nuclear dos danos causados pelos raios UV. Independentemente de quão bem seus grânulos ricos em melanina protejam seus queratinócitos, os melanócitos são particularmente vulneráveis aos danos causados pelos raios UV (TORTORA; DERRICKSON, 2019). Camada Basal A camada mais profunda da epiderme é a camada basal, constituída por um único conglomerado de queratinócitos cúbicos ou colunares. Algumas das células dessa caverna são células-tronco, que precisam de divisão celular para continuar produzindo novos queratinócitos. Os núcleos dos queratinócitos na camada basal são grandes, e seus citoplasmas contêm muitos ribossomos, um pequeno complexo de Golgi, algumas mitocôndrias e vários retículos endoplasmáticos rugosos. O citoesqueleto de queratinócitos da camada de base inclui filamentos intermediários 9 esparsos, também conhecidos como filamentos intermediários de queratina (tonofilamentos). Os filamentos intersticiais de queratina formam a proteína rígida de queratina nas camadas epidérmicas mais superficiais. A queratina protege as camadas mais profundas das lesões. Os filamentos intermediários de queratina se conectam aos desmossomos, que conectam as células da camada basal umas às outras e às células da camada adjacente, assim como os hemidesmossomos, que conectam os queratinócitos à membrana basal localizada entre a epiderme e a derme. Melanócitos e epiteliais táteis (Merkel) com seus discos táteis associados tão nutritivos entre os queratinócitos da camada basal. A camada basal também é conhecida como camada germinativa, indicando seu papel na formação de novas células (TORTORA; DERRICKSON, 2019). Fonte: Tortora; Derrickson, (2019). CORRELAÇÃO CLÍNICA ENXERTOS DE PELE Uma nova pele não consegue se regenerar se uma lesão destruiu uma grande área da camada basal e suas células-tronco. Feridas dessa magnitude requerem enxertos de pele para cicatrizar. Um enxerto de pele é a transferência de um pedaço de pele saudável retirada de um local doador para a cobertura de uma ferida. Um enxerto de pele é realizado para proteger contra perda de líquido e infecção, para promover a cura tecidual, para reduzir a formação de cicatriz, para evitar a perda de função e por motivos estéticos. Para evitar a rejeição tecidual, a pele transportada em geral é retirada do mesmo indivíduo (autoenxerto) ou de um gêmeo idêntico (isoenxerto). Se o dano à pele for tão extenso que um autoenxerto causaria problemas, um procedimento de doação chamado de transplante de pele autólogo pode ser utilizado. Nesse procedimento, realizado mais frequentemente em pacientes com queimaduras graves, são removidas pequenas porções da epiderme do paciente e os queratinócitos são cultivados em laboratórios para a produção de camadas finas de pele. A nova pele é transplantada de volta para o paciente para cobrir a queimadura e gerar uma pele permanente. Também existem produtos para a cobertura de feridas como enxertos de pele que são cultivados em laboratório a partir da pele do prepúcio de crianças circuncisadas. 10 Camada espinhosa A camada espinhosa está localizada abaixo da camada base. Esta camada é composta principalmente por numerosos queratinócitos organizados em 8 a 10 camadas. As células nas camadas mais distintas na superfície estão sendo achatadas. Os queratinócitos nas camadas espinhosas, produzidos pelas células- tronco na camada basal, possuem as mesmas organelas das células da camada basal e algumas delas conservam a capacidade de se dividir. Essa organização dá força e flexibilidade à pele. Macrófagos intraepidérmicos e melanócitos também estão presentes nas camadas espinhosas (TORTORA; DERRICKSON, 2019). Camada granulosa Aproximadamente no meio da epiderme encontra-se uma camada granulosa, que consiste em três a cinco camadas de queratinócitos sofrendo apoptose (morte celular geneticamente programada e organizada de tal forma que o núcleo se fragmenta antes que a célula morra). Os núcleos e outras organelas dessas células começam a degenerar quando são removidos da fonte de nutrição (os vasos sanguíneos dérmicos). A presença de grânulos azulados de uma proteína chamada querato-hialina, que liga os filamentos intermediários da queratina, é uma característica marcantedas células dessa camada. Grânulos lamelares revestidos por membrana, que funcionam com a membrana plasmática e liberam uma secreção rica em lipídios, também estão presentes nos queratinócitos (TORTORA; DERRICKSON, 2019). Camada lúcida Camada lúcida é encontrada apenas em áreas como as pontas dos dedos, as palmas das mãos e as solas dos pés. Ele é composto de quatro a seis câmaras de queratinócitos comprados, claros e mortos, contendo muita queratina e finas membranas plasmáticas. Isso pode fornecer um nível adicional de rigidez a essa área da pele. 11 Camada Córnea A camada córnea consiste em aproximadamente 25 a 30 queratinócitos achatados e mortos, mas pode variar em tamanho de algumas células na pele fina até 50 ou mais células na pele espessa. As células são envoltórias de queratina envoltos por membranas plasmáticas e não contêm núcleo ou qualquer outra organela interna. Eles são o resultado do processo de diferenciação do queratinócito. As células em cada camada se sobrepõem como escamas na pele de uma cobra. As células são constantemente perdidas e reabsorvidas na camada mais externa da epiderme e reabsorvidas nas camadas mais profundas. Suas células mortas ajudaram a camada córnea a proteger as camadas mais profundas contra lesões (TORTORA; DERRICKSON, 2019). Derme A derme é a segunda camada mais profunda da pele. As células mais dominantes nesta camada são os fibroblastos, responsáveis pela produção das fibras de colágeno e elastina. Essa camada é organizada estruturalmente em derme papilar e reticular. A camada papilar é a mais superficial. Este nome foi dado a ele porque ele tinha papilas em sua estrutura que são destinadas à pele. É confeccionado em tecido conjuntivo, composto por fibras de colágeno e elastina dispostas de forma levemente firme. Esta camada contém uma quantidade significativa de capilares sanguíneos, que fornecem nutrição à epiderme, bem como axônios de neurônios sensitivos, que controlam a função dos receptores da camada e da epiderme (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009). A camada reticular é a mais profunda, respondendo por quase 80% da densidade dérmica. Esse nome vem do fato de sua estrutura ser formada por uma rede de fibras colágenas. É feito de tecido conjuntivo denso que envolve vasos sanguíneos, vasos linfáticos, nervos, glândulas e folículos pilosos. Devido à presença do plexo cutâneo entre a derme reticular e a tela subcutânea, existem numerosas artérias e veias. O plexo cutâneo é responsável por nutrir toda a derme e uma porção da epiderme por meio de suas ramificações. As terminações nervosas também se 12 destacam, com receptores sensíveis a tons suaves, distensão, pressão profunda e vibração (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009). Por sua composição proteica, rica em fibras colágenas, a derme proporciona força, resistência e sustentação por meio da ação das fibras colágenas, evitando que as lesões ultrapassem a camada e atinjam os tecidos mais profundos. Além disso, a presença do colágeno atrai moléculas de água, mantendo a região hidratada. Já a presença de fibras de elastina permite a retração elástica da pele, evitando lesões quando a pele é esticada além de certo ponto. Alguns desequilíbrios da homeostase podem prejudicar a função dérmica, resultando em disfunções como a ruptura da fibra elástica dérmica. A flacidez cutânea excessiva pode ocorrer em situações como surto de crescimento na adolescência, gravidez, ganho de peso significativo e rápido e ganho de massa muscular. Esses fatores podem causar lesões nas fibras de elastina dérmica, que resistem até certo ponto à elasticidade tecida, causando lacerações e gerando marcas de elasticidade tecida que se estendem até a epiderme. Visualmente, essa condição é representada pela formação de estrias na pele, que se distinguem por linhas avermelhadas ou esbranquiçadas que podem aparecer em diversas áreas do corpo (MARIEB; HOEHN, 2008). Outros desequilíbrios físicos relacionados ao processo de envelhecimento também têm impacto nas condições estruturais e funcionais dérmicas. Nesses casos, o envelhecimento da pele provoca uma diminuição constante das fibras de elastina e colágeno, além de alterações na estrutura das fibrilas remanescentes. Este efeito é muito mais severo com o fotoenvelhecimento. Surgem então as rugas, linhas de expressão, flacidez de pele e músculos, são comuns devido à redução destas estruturas, fruto da redução de componentes essenciais à sustentação e flexibilidade do sistema. 3.3 Tela Subcutânea As fibras do tecido conjuntivo da camada reticular estão intimamente entrelaçadas com as fibras do tecido subcutâneo (também conhecido como hipoderme). É constituído em tecido frouxo conjuntivo com grande número de células 13 adipócito. Essa estrutura permite que a tela subcutânea sirva como uma interface de manutenção da pele com tecidos mais profundos, como os tecidos ósseo e muscular. Além disso, sua estrutura é elástica, permitindo acompanhar os movimentos da pele (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009). Essa camada também pode ser afetada por desequilíbrios que causam disfunções e, nesse caso, é comumente associada ao desenvolvimento de lipodistrofia localizada, também conhecida como gordura localizada. A distribuição de grandes quantidades de adipócitos nessa camada é irregular e, à medida que as pessoas envelhecem, há maiores concentrações dessas células em locais específicos. Os homens tendem a depositar nas regiões lombar, glútea, pescoço e braço (MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009). As mulheres, por outro lado, tendem a depositar mais nas áreas de glúteos, nádegas e mamas. Há maior concentração dessas células na região do abdômen em ambos os sexos. Quando essa deposição desigual se intensifica por diversos motivos, pode ocorrer um aumento expressivo da gordura em determinadas áreas do corpo, alterando o contorno corporal e causando problemas estéticos. 4 MANUTENÇÃO DA HOMEOSTASIA Uma lesão cutânea desencadeia uma cadeia de eventos que cura a pele, restaurando — à sua estrutura e função normais (ou quase normais). Dependendo da gravidade da lesão, podem ocorrer dois processos diferentes de cicatrização. Uma cicatrização epidérmica superficial ocorre em lesões que afetam apenas a epiderme, enquanto uma cicatrização profunda ocorre em lesões que penetram na derme (TORTORA; DERRICKSON, 2019). 4.1 Cicatrização da epidérmica Embora a porção central de uma lesão epidérmica possa se estender até a derme, as margens da lesão geralmente incluem apenas uma pequena lesão nas 14 células epidérmicas superficiais. Tipos comuns de lesões epidérmicas incluem abrasões, nas quais uma parte da pele é removida, e pequenas queimaduras. Em resposta a uma lesão epidérmica, as células epidérmicas basais ao redor da ferida param de se comunicar com a membrana basal. As células então crescem e migram devido à lesão. As células parecem migrar como uma camada até serem descobertas se afastando da área lesada. As células epidérmicas param de migrar quando entram em contato graças a uma resposta celular conhecida como inibição por contato. A migração das células epidérmicas será completa se cada indivíduo entrar em contato com as células epidérmicas em toda a extensão da lesão. A medida que as células epidérmicas basais se multiplicam, um hormônio conhecido como fator de crescimento epidérmico estimula a divisão das células epidérmicas basais e substitui aquelas que se deslocaram para a área lesada. Conforme as células epidérmicas básicas se dividem para produzir um novo cada, a epiderme recém-formada torna-se mais expansiva como resultado TORTORA; DERRICKSON, 2019). 4.2 Cicatrização profunda Quando uma ferida se estende até a derme e subcutâneo, há cicatrizes profundas. O processo de cicatrização é mais difícil do que a cicatrização epidérmica,pois vários tecidos cobertos precisam ser reparados. Além disso, à medida que se forma um tecido cicatricial, o tecido cicatrizado perde algumas de suas funções típicas. A cicatrização profunda ocorre em quatro fases: uma fase inflamatória, uma fase migratória, uma fase proliferativa e uma fase de maturação (TORTORA; DERRICKSON, 2019). (Figura 3). 15 Figura 3 – Cicatrização da pele Fonte: https://bit.ly/406EKvD. Um coágulo de sangue se forma na ferida durante a fase inflamatória e se expande violentamente até seus limites. Conforme sugerido pelo nome, esse estágio de cicatrização profunda envolve inflamação, bem como uma resposta vascular e celular que auxilia na remoção de organismos microscópicos, objetos estranhos e tecido morto, a fim de preparar a área para reparo. A vasodilatação e o aumento da permeabilidade dos vasos sanguíneos causados pela inflamação aumentam a entrada de células saudáveis. Estes incluem leucócitos semelhantes a fibroblastos conhecidos como neutrófilos, monócitos, que se desenvolvem a partir de macrófagos que fagocitam microrganismos e células mesenquimais. O trabalho de reparação da lesão é realizado nas três fases a seguir. Durante a fase de migração, o coágulo se transforma em crosta e as células epiteliais migram para baixo dela, cicatrizando a ferida. Os vasos sanguíneos danificados começam a crescer novamente quando os fibroblastos migram ao longo da rede de fibrina e começam a formar o tecido cicatricial (fibras colágenas e glicoprotenoides). O material utilizado para cobrir a ferida durante esta fase é referido como material de granulação. O crescimento extenso de células epiteliais abaixo da crosta, a expansão contínua dos vasos sanguíneos e a deposição de fibras colágenas por fibroblastos em um padrão aleatório são características da fase proliferativa. Finalmente, durante a fase de aderência, a crosta se separa uma vez que a epiderme voltou à sua espessura original (TORTORA; DERRICKSON, 2019). 16 4.3 Envelhecimento A maioria das alterações relacionadas à idade começa por volta dos 40 anos e afeta principalmente as proteases dérmicas. As fibras de colágeno na derme começam a se tornar menos abundantes, mais rígidas, extintas e desorganizadas em uma rede alongada e desorganizada. As fibras elásticas perdem um pouco de sua elasticidade, aglomeram-se e degradam-se, efeito notavelmente acelerado na pele do fumante. O número de fibroblastos, que produzem fibras colágenas e elásticas, diminui. Como resultado, a pele desenvolve cristas distintas conhecidas como rugas. Os efeitos do envelhecimento da pele não se tornam perceptíveis até que as pessoas se aproximem dos 40 anos. O número de macrófagos intraepidérmicos diminui e eles se tornam menos eficazes em causar fagocitose, reduzindo a resposta imune da pele. Além disso, a redução do tamanho das glândulas sebáceas leva a uma pele ressecada e mais suscetível a infecções. A produção de suor cai, talvez contribuindo para o aumento da incidência de insolação em idosos. Ocorre uma diminuição no número de melanócitos funcionais, resultando em cabelos grisalhos e pigmentação distinta da pele. A espessura da pele madura, particularmente da derme, é maior que a da pele jovem, e a migração do tecido basal para a superfície epidérmica é muito reduzida. Com o início do envelhecimento, a pele começa a cicatrizar ligeiramente e torna-se mais suscetível a condições patológicas, incluindo câncer de pele e hematomas. A rosácea é uma doença de pele que afeta principalmente adultos com pele clara entre 30 e 60 anos. Ela se distingue por rubor, pústulas diminutas e vasos sanguíneos visivelmente visíveis, geralmente no meio da face (TORTORA; DERRICKSON, 2019). 5 FISIOTERAPIA DERMATOFUNCIONAL NAS DISFUNÇÕES DO TECIDO ADIPOSO Em seu amplo campo de atuação, a fisioterapia dermatofuncional vem encontrando cada vez mais aplicação no tratamento de disfunções estéticas e funcionais, com ênfase especial nas alterações do tecido adiposo como lipodistrofia 17 localizada, flacidez abdominal e fibroedema. É fundamental o conhecimento da fisiopatologia fisiológica, etiologias, fatores de risco e manifestações clínicas para estabelecer regras de conduta. As intervenções fisioterapêuticas visam diminuir ou eliminar as sequelas funcionais. Os recursos que possibilitam essa ação vão desde dispositivos terapêuticos eletrônicos até recursos terapêuticos manuais. A lipodistrofia localizada é um comprometimento do tecido adiposo. A hipoderme muitas vezes tem uma superabundância de células adiposas, que tendem a se acumular como triglicerídeos quando cobertas por lipoproteínas. Os lipídeos são então liberados segundo as necessidades metabólicas do corpo ou eliminados por um processo dinâmico no qual a gordura é hidrolisada em ácidos graxos e glicerol. Quando esse processo funciona mal, o acúmulo de triglicerídeos pode resultar em um aumento anormal da massa adipocitária (FIGUEIREDO; MEJIA, 2020). As células dos adipócitos possuem células que se assemelham aos fibroblastos, multiplicam-se durante a infância e a adolescência e permanecem em número constante ao longo da vida adulta, embora a quantidade de lipoproteína nelas depositada possa variar (COSTA; MEJIA, 2020). Um mecanismo conhecido como lipogênese causa a gordura localizada, ou lipodistrofia localizada, que está relacionada às células adipocitóticas. A lipogênese é caracterizada por uma disrupção no metabolismo dos lipídios, que afeta principalmente quadris, abdômen e coxas (SOUZA; LEITE; SILVA, 2019). Existem dois tipos diferentes de tecido adiposo que se distribuem pelo corpo: o tecido adiposo monolocular ou amarelo, cujas células contêm um único lipídeo em quase todo o citoplasma, e o tecido adiposo multilocular ou marrom/ pardo, que contém múltiplos lipídeos e um maior número de mitocôndrias. 5.1 Disfunções cinético-funcionais do tecido adiposo A lipodistrofia localizada é uma disfunção do tecido adiposo. Normalmente a hipoderme tem um excesso de adipócitos, que tendem a se acumular como lipídeos na forma de triglicerídeos. Em seguida, os lipídios são liberados segundo as necessidades metabólicas do organismo ou eliminados por um processo dinâmico em que a gordura é hidrolisada em glicose e glicerol. Quando esse processo falha, o 18 acúmulo de triglicerídeos pode ocasionar um aumento anormal da adipocitária (FIGUEIREDO; MEJIA, 2020). A lipodistrofia ocorre em determinados locais. Geralmente, os homens acumulam menos gordura do que as mulheres, sendo a gordura abdominal a mais comum (obesidade androide). A população feminina ganha peso nas regiões das pernas e do quadril (obesidade ginoide). Quando ambos são acometidos por gordura localizada, a forma corporal muda (CARNEVALLI et al., 2018). A gordura localizada distribuída está relacionada à tela subcutânea em dois extratos distintos: o lamelar e o areolar. Em primeiro lugar, são encontrados os lóbulos de gordura compostos por adipócitos fusiformes e pequenos que armazenam um maior volume de lipídeos. O segundo extrato é constituído por células globulares e superpostas, com seu maior eixo perpendicular à superfície da pele (GUIRRO, E; GUIRRO, R., 2003). Gordura corporal pode aparecer subcutânea ou visceralmente. A subcutânea forma-se na camada mais superficial da pele, cobrindo os músculos abdominais, costas e culotes. Quando a quantidade é excessiva, os músculos ficam escondidos. A obesidade visceral localiza-se atrás da parede abdominal, causando inflamação em decorrência da liberação de substâncias como as adipocinas. Outra alteração do tecido adiposo é a celulite, também conhecida como fibroedema geloide, o qual é uma alteração histopatológica que ocorre na hipoderme. É um distúrbio que se manifesta como alterações vasculares e lipodistróficas nos tecidos dérmicoe subcutâneo. Segundo Figueiredo e Mejia (2020), a fisiopatologia ocorre quando há alteração na microcirculação do sangue e acúmulo de adipócitos na hipoderme, principalmente nas partes inferiores como glúteos, coxas, quadris e culotes. Por causa dessas alterações hormonais, tem o maior impacto na população feminina, sendo o estrogênio o precursor de tais mudanças. A disfunção do fibroedema geloide está relacionada a uma interrupção na lipólise, que pode ser causada por uma variedade de fatores, como fatores genéticos, nutricionais, psiquiátricos, circulatórios e dentários. As manifestações clínicas podem incluir zonas doloridas, diminuição das atividades funcionais, alterações emocionais, sensação de peso e cansaço nas pernas, podendo levar ao quadro de imobilidade (GUIRRO, E; GUIRRO, R., 2003). 19 Outra queixa comum associada à disfunção corporal é a flacidez, que se caracteriza pela falta de tonicidade muscular ou da pele, referindo -se ao estado frouxo do tecido. A causa pode ser multifatorial, sendo os fatores mais comuns a genética, o ambiente, a falta de atividade física, a má alimentação, a gravidez, o efeito sanfona (engordar e emagrecer) e o excesso de gordura abdominal. 5.2 Intervenções fisioterapêuticas nas disfunções do tecido adiposo A insatisfação com o próprio corpo e a consequente busca por formas corporais perfeitas são muito comuns, manifestando-se tanto em mulheres quanto em homens. Nesse contexto, a fisioterapia dermatofuncional tem ganhado popularidade devido aos seus recursos eletroterapêuticos e manuais. Quando a massoterapia é utilizada com cosméticos, por exemplo, seus efeitos são amplificados. As terapias manuais, como a massoterapia, podem ser indicadas no tratamento da lipodistrofia e do fibroedema. Cosmetologia combinada com massoterapia. Os cosméticos podem atuar como coadjuvantes no tratamento do fibroedema gelóide portrês mecanismos distintos: 1. Metabolismo da lipólise; 2. Reestruturação do tecido lesionado via regeneradores de colágeno; 3. Drenagem melhora através da ativação da circulação sanguínea. Os princípios ativos resultaram no aumento da circulação sanguínea e linfática, além de aumentar a hidratação da gordura na forma de gorduras e glicerol. A cosmetologia também contribui para o tratamento da lipodistrofia localizada com princípios lipolíticos como cafeína, aminofilina, teofilina e teobromina. Os cremes baseados nesses princípios possuem um mecanismo de ação que inibe a fosfodiesterase, reduzindo a gordura e aumentando a adenosina monofosfato. O efeito terapêutico desejado é o aumento da circulação sanguínea, que ativa a permeabilidade da pele e facilita a queima de gordura (SOUZA; LEITE; SILVA, 2019). A massoterapia associada à cosmetologia deve ser aplicada na área tratada oito a doze vezes com movimentos vigorosos e intensos. Movimentos usando o punho 20 fechado (forma de carrinho), o punho aberto e o punho aberto podem ser usados. Após a massagem, o paciente não deve apresentar hematomas, pois isso indicaria que foi efetuada muita pressão. (Figura 4) . Figura 4 – Sequência para manobras de drenagem linfática. A) Esvasiamento dos linfonodos inguais B) manobra em bracelete, C) esvaziamento dos linfonodos popliteos, D) manobra em ondas na perna, E) manobra em ondas no tornozelo, F) circular com os polegares. Fonte: Guirro, E..; Guirro, R., 2003. Corrente Galvânica É usado em sua forma pura (galvanização) ou em conjunto com drogas despolimerizantes (iontoforese). No caso da corrente galvânica pura, a inércia da corrente, seus efeitos eletroquímicos e osmóticos e as alterações vasomotoras podem levar a um aumento na nutrição do tecido como resultado do aumento da circulação local, que ocorre principalmente no nível do polo negativo, sendo mais estimulante. A medicação introduzida durante a ionização visa promover a despolimerização da substância amorfa fundamental (GUIRRO, E; GUIRRO, R., 2003). As medicações utilizadas são as mucopolissacaridases associadas ou não a outras drogas. Algumas considerações devem ser feitas para garantir a eficácia da ionização: A D B C E F 21 O medicamento deve ser administrado por um dispositivo elétrico de mesma polaridade, que varia conforme o laboratório do fabricante; Não há justificativa para inverter a polaridade durante a terapia; A posição dos eletrodos deve ser transversal; A intensidade deve ser calibrada conforme o tamanho do eletrodo, com um mínimo de 4 mA (tamanho padrão do eletrodo); A solução deve ser água deionizada. Devido ao risco de promover queimaduras locais, os eletrodos não devem ser colocados em soluções de continuidade (lesões). O tempo de aplicação deve ser mantido abaixo de 20 minutos. O material entre o eletrodo metálico e a pele deve ser descartável. Corrente Russa A corrente russa é uma ferramenta eletroterapêutica com uma frequência de cerca de 2.500 Hz e um efeito terapêutico na contração muscular voluntária, resultando no fortalecimento dos músculos, melhorias locais no tônus muscular e na suavidade da pele, bem como a estimulação dos sistemas sanguíneo e linfático e a oxigenação celular. O aparelho é aplicado com gel condutor em placas de silicone distribuídas pelas áreas de tratamento. O limite de tempo é estabelecido em 5 a 20 minutos, pois ultrapassar esse limite de tempo pode resultar em fadiga muscular (COSTA et al., 2019). Dentre os cuidados e contraindicações, a corrente russa não deve ser utilizada em marcas, cardiopatas, áreas de pescoço e boca, modulações de alta intensidade, pacientes com fraturas recentes, processos infecciosos e lesões neurológicas graves (BORGES, 2010). Endermologia Refere-se a uma técnica terapêutica que inclui equipamentos especializados (com vários nomes), baseados na aspiração (sucessão), combinados com uma mobilização tecidual realizada por rolos motorizados localizados no crânio, A técnica francesa conhecida como “palper roler” (palpar-rola) provoca uma mobilização 22 profunda da pele e do tecido subcutâneo, permitindo um aumento do fluxo sanguíneo superficial. Em relação ao aumento da circulação linfática, não há dados concretos que sustentem essa hipótese, pois a linfaterapia manual e pressoterápica aumenta a pressão positiva no tecido enquanto o vácuo promove a pressão negativa (BORGES, 2010). A depressão tecidual, parece não estar ocorrendo no sentido reabsorvente, mas sim filtrante, não estando, portanto, estabelecida a eficácia e inocuidade das técnicas instrumentais de mobilização dos tecidos por aspiração. O autor continua dizendo que essas alegações não diminuem sua notável eficácia no tratamento de cicatrizes e aderências. Ocorre alteração do colágeno no fibroedema gelóide crônico, favorecendo a fibroesclerose dos septos interlobulares. Portanto, outra finalidade do tratamento é melhorar a maleabilidade do tecido, com atuação mesmo nas fases tardias da doença, melhorando assim o aspecto atrofiado da pele. Por enquanto, para prevenir a flacidez tecidual, as manipulações devem ser realizadas no sentido das fibras musculares e linhas de tensão da pele (BORGES, 2010). Radiofrequência A radiofrequência é uma onda eletromagnética que gera calor por conversão, medido entre 30 KHz e 300 MHz, sendo a frequência mais usada entre 0,5 e 1,5 MHz. As correntes que se encontram abaixo de 3.000 Hertz (Hz) são usados em eletroestimulação e eletro analgesia, enquanto a radiofrequência é usada em dermatologia para gerar calor por conversão. Essa energia é transferida eletricamente para o material, elevando a temperatura local à medida que a resistência inerente do material (impedância) transforma a corrente elétrica em energia térmica (SANTOS et al., 2017). Existem duas tecnologias de emissão de ondas eletromagnéticas: capacitiva e resistiva. Acapacitiva é quando a manopla possui uma camada isolante no eletrodo como material plástico, por exemplo, o que faz com que o aquecimento seja menos intenso. A resistiva não possui nenhum isolador do eletrodo da sua manopla, trazendo um calor mais intenso (SANTOS et al., 2017). 23 A radiofrequência é um tratamento não invasivo que melhora a circulação sanguínea e a entrega de nutrientes, a hidratação dos tecidos, aumenta a oxigenação, elimina o catabolismo, a lipólise e a contração do tecido conjuntivo que promove a reorientação das fibras de colágeno e aumenta o número dessas fibras, aumenta a espessura e densidade do tecido epitelial e suavidade da proteção do tecido. 6 FISIOTERAPIA DERMATOFUNCIONAL NAS DISFUNÇÕES FACIAIS Atualmente, uma variedade de opções de tratamento está disponível para os profissionais de dermatologia funcional. De fato, na última década, seu campo de atuação avançou significativamente, levando ao surgimento de técnicas e ferramentas inovadoras que produziram resultados altamente satisfatórios. Dessa forma, o profissional da área deve estar em constante aprendizado e se esforçar para atualizar periodicamente seus conhecimentos sobre novos tratamentos (MELO, 2014). O tratamento fisioterapêutico visa diminuir ou eliminar as consequências cinético-funcionais das disfunções faciais. As ferramentas que tornam isso possível vão desde a aplicação de dermocosméticos ao uso de aparelhos eletroterapêuticos até técnicas terapêuticas manuais como a massagem modeladora. A seguir, veremos alguns desses recursos e suas vantagens na redução ou, em alguns casos, na eliminação de deficiências funcionais simples. 6.1 Microagulhamento O microagulhamento, também conhecido como indução percutânea de colágeno (ICP), é um procedimento que utiliza microagulhas para criar pequenas perfurações na pele e estimular o processo inflamatório e a posterior produção de colágeno sem danificá-lo como outras técnicas de ablação epidérmica (BACHA; MUDRIK, 2016). (Figura 5). 24 Figura 5 – Aparelho de microagulhamento Fonte: https://bit.ly/3X2EPhu. Assim, o microagulhamento pode ser considerado um procedimento seguro, pois pode ser realizado em qualquer fotótipo e não remove totalmente a camada superficial da pele. Quando comparado a outras técnicas, ele é mais eficiente, mais fácil de usar, menos invasivo, tem tecnologia mais simples e custa menos. No SATI, ou drug delivery, como costuma ser conhecido, o microagulhamento cria microcanais, que permitem a entrega de atividades ou medicamentos de forma mais eficiente e rápida, uma vez que o equipamento é rolado sobre a pele. Um aumento na permeação de ativos variando de 80 a 500% tem sido relatado na literatura. Antes de mais nada, deve-se ter cautela na escolha do produto associado à técnica, pois os princípios ativos têm potencial para penetrar mais profundamente na pele (NEGRÃO, 2015). O aparelho mais utilizado para microagulhamento é um rolo de polietileno ou policarbonato e acrilonitrilo-butadieno-estireno (ABS) encravado com agulhas de aço inoxidável ou reforço e estéreis por irradiação gama, dispostas simetricamente em esperas. Segundo o fabricante, a quantidade de agulhas varia de 190 a 540 unidades, mas a largura permanece constante e pode variar de 0,2 mm a 3,0 mm dependendo do modelo (BACHA; MUDRIK, 2016). 25 O microagulhamento é uma técnica relativamente segura com poucos riscos e complicações pós-procedimento. No entanto, algumas intercorrências podem ocorrer como resultado de seleção caseira da agulha comprimento, bem como velocidade e pressão comandada na execução da técnica com a reutilização do equipamento, alergias a cosméticos, desrespeito à fisiologia e intervalos entre as sessões e associação com outros tratamentos. São elas cortes, arranhões, petequeias, hematomas, ativação de herpes e rosácea, acne, edemas, contaminação, infecção, cicatrizes hipertróficas e queloides (NEGRO, 2015). O microagulhamento é uma técnica que trabalha com dois objetivos. A primeira é estimular a produção de colágeno, como nos casos de rejuvenescimento da pele que melhoram a textura, a cor e o brilho da pele; em tratamentos para flacidez cutânea e aumento de poros e linhas de expressão; e em tratamentos para estrias, cicatrizes de acne e cicatrizes hipertróficas pós-queimaduras. O segundo objetivo do microagulhamento é aumentar a permeação de ativos, às vezes conhecido como “drug delivery”, por meio da veiculação de ativos como vitamina C e retinol. As contraindicações incluem: câncer de pele, ceratose solar, verrugas, infecções de pele, pacientes em uso de anticoagulantes, quitoterapia, radioterapia ou corticoterapia, diabetes descontrolado, rosácea ativa e acne, uso de isotretinoína oral com intervalo de seis meses e pele danificada pelo sol (BACHA; MUDRIK, 2016). 6.2 Peeeling Assim, vemos que os tratamentos de beleza há muito estão em destaque, e o uso de ácidos também é importante nesse sentido. Na fisioterapia dermato-funcional da pele, a terapia ácida tornou-se um importante recurso no tratamento de diversas doenças da pele. Disfunções estéticas como estrias, rejuvenescimento facial, rugas superficiais, acne, redução da oleosidade, manchas superficiais de hiperpigmentação, seborreia do couro cabeludo, suavização de cicatrizes e fotodermatoses. Também desempenhamos um papel importante ao lado do médico na preparação da pele para o peeling médio realizadas por dermatologistas (BORGES, 2010). 26 Muitas vezes, os pacientes procuram ou os profissionais acabam recomendando o peeling visando afinar e firmar o estrato córneo, aumentar a espessura da epiderme, suavizar linhas finas. Tipos de Peeling Os peelings são classificados em quatro tipos na indústria cosmética atualmente: Físico: lixas, sementes moídas e peelings de cristal, diamante e ultrassônico, sendo mais utilizados em consultórios e clínicas estéticas. Biológico: raramente usados; geralmente enzimas extraídas de papana e bromalina. Vegetal: São os produtos vendidos pelas empresas de cosméticos para proporcionar um peeling bem superficial. Químico: o mais utilizado na estética dermatológica por dermatologistas, esteticistas e fisioterapeutas dermato funcionais. Utiliza ácidos como glicólico, mandélico, retinóico, salicílico, ácido tricloroacético (TCA), solução de Jessner, ácido málico, cítrico, lático, entre outros. Saiba que todo profissional tende a trabalhar com esses tipos de peeling respeitando os padrões ou normas. Procedimentos Pré-Peeling A preparação da pele também é importante e deve ser limpa com éter ou álcool, ou lave a área com um sabonete de ácido glicólico a 10% por pelo menos dois a três minutos, ou mais para remover a gordura existente e o material da superfície da pele, desta forma, as barreiras na penetração do peeling químico são removidas (BORGES, 2010). Atualmente, a maioria dos fisioterapeutas e médicos trabalha com esteticistas para instruir os pacientes sobre a limpeza e hidratação profunda da pele, três dias antes do início do peeling, e manter essa rotina de hidratação, uma vez por semana fazer o uso da solução pré-stripping (solução de Jessner ou Combes) pode ser usada antes da cirurgia para facilitar a ação do ácido. A utilização do procedimento de pré- 27 peeling é indicada apenas para peles normais ou resistentes, a finalidade é facilitar a penetração de agentes químicos. O uso de procedimentos de pré-peeling é recomendado apenas para peles normais ou resistentes, a fim de facilitar a remoção de agentes químicos. Este procedimento não é recomendado para peles sensíveis ou secas devido ao risco de descamação mais agressiva. É importante explicar ao paciente sobre o procedimento de peeling, como ele vai envelhecer na pele, suas limitações, cuidados, presença de eritemaleve, irritabilidade, etc. (BORGES, 2010). Contraindicação As contra-indicações absolutas são pele no local de aplicação, em feridas, cicatrizes pós-cirúrgicas recentes, alergias como herpes-zóster, erupções cutâneas, prurido e urticária e hipersensibilidade aos ácidos. Ficam contraindicados também as regiões classificadas como mucosas e aqueles que recebem tratamento de depilação por infravermelho, tensão de pulso e laser. Pessoas que possuam histórico familiar de doenças de pele clinicamente sensíveis, eritema após exposição solar ou depilação, pacientes que usam usando cosméticos ou soluções à base de ácido (BORGES, 2010). 7 FISIOTERAPIA DERMATOFUNCIONAL NAS DISFUNÇÕES CORPORAIS Ultracavitação A ultracavitação é uma terapia desenvolvida com os mesmos princípios do ultrassom tradicional, sendo considerada uma terapia de alta tecnologia e não invasiva. A frequência sonora das ondas dos equipamentos é transmitida diferenciadamente, produzindo altíssimo nível de intensidade ultrassônica, variando de 27 kHz a 3 MHz (BORGES; SCORZA, 2016). Os princípios da terapia de ultracavitação são os mesmos da terapia de ultrassom convencional; no entanto, as ondas sonoras são produzidas de maneira diferente, produzindo um alto nível de intensidade ultrassônica. A técnica está sendo 28 comercializada de diversas formas, dependendo do padrão tecnológico do fabricante ou de considerações mercadológicas, regionais e linguísticas. Os equipamentos ultracavitação podem ser divididos em duas grandes categorias: Intensidade relativamente baixa e baixa frequência de ondas (têm efeito atérmico) - normalmente presentes em equipamentos não focalizados; Intensidade alta, frequência alta (intenso efeito térmico). A focalização do feixe ultrassônico muda como ele é emitido pelo transmissor, e essa mudança pode ser obtida de diversas formas: Com material piezoelétrico em formato côncavo. Figura 6 – Esquema que demonstra a focalização das ondas sonoras com transdutor de cerâmica côncava; b) Modelo de transdutor de cerâmica côncava. Fonte: Borges; Scorza (2016). 29 Com o uso da focalização eletrônica, determinadas cerâmicas piezelétricas (formato planar) são posicionadas adequadamente no transdutor, permitindo a transmissão das ondas sonoras e gerando um ponto focal comum. Com lentes acústicas côncavas posicionadas à frente da cerâmica piezoelétrica planar, proporcionando focalização das ondas sonoras. Devido à concavidade das lentes acústicas, é comum que esses tipos de transdutores apresentem uma “cavidade” e, como resultado, uma certa quantidade de gel ou gel misturado com água é usada para preencher essa cavidade, de modo que o som, as ondas têm um meio para se propagar até a gordura. Esse tipo de tecnologia é comumente encontrado nos equipamentos de ultracavitação focalizada do mercado brasileiro. Figura 7 – Transdutores que utilizam lentes acústicas convergentes e apresentam uma cavidade em sua estrutura física. Fonte: Borges; Scorza, 2016. As ondas ultrassônicas são geradas utilizando uma cilíndrica piezoelétrica cerâmica na frequência de 1 MHz, e o ultrassom focalizado é produzido utilizando um refletor parabólico. A distância focal do peixe pode ser alterada ajustando as propriedades do refletor e do transdutor. As ondas sonoras são produzidas pelo transdutor, mas não em quantidade suficiente para prejudicar a pele, nervos, vasos sanguíneos ou órgãos localizados antes, oualém do ponto focal, pois, enquanto a intensidade no ponto focal pode atingir 30 níveis elevados, a dose fora de esse ponto varia apenas entre 1 W/cm e 3 W/cm, principalmente na superfície da pele. Com isso, é gerado calor suficiente para provocar a ruptura do tecido adiposo apenas no ponto de convergência dos feixes focalizados, concentrando sua energia. Isso foi confirmado por Jewel et al. na pré- abdominoplastia tecido gorduroso humano, e por Brown et al. em experimentos com animais, onde o efeito da cavitação na estrutura tratada não mostrou nenhum dano histológico em vasos sanguíneos e nervosos fora da estrutura. As ondas sonoras do equipamento HIFU podem ser focalizadas com baixo grau de penetração no tecido gorduroso, atingindo regiões próximas à pele e produzindo efeitos mais superficiais com segurança. Isso também ocorre com o equipamento de ultrassom microfocado (MFU), que gasta menos energia que o HIFU, mas é suficiente para elevar a temperatura para cerca de 60 °C, atingindo até 5 mm na camada reticular nos níveis dérmico e subdérmico, bem como superficial sistema aponeurótico muscular (SMAS). Isso causa uma lesão térmica, remodelando o colágeno e removendo erupções cutâneas e descamação. Esses dispositivos operam em frequências que variam de 4 a 10 MHz (BORGES; SCORZA, 2016). Figura 8 – Esquema que demonstra a concentração de energia das ondas focalizadas no tecido gorduroso sem danos nos tecidos circunvizinhos à área de lesão tecidual (zona focal). Fonte: Borges; Scorza (2016). 31 As microbolhas geradas pelo aparelho quebram, e essa quebra no tecido adipócito se fragmenta, resultando em extravasamento de gordura. A quebra pode ocorrer nas etapas a seguir: Efeito mecânico: causado pela cavitação. Efeito térmico: a conversão de energia mecânica em energia térmica. Efeito químico: divisão de macromoléculas e formação de radicais livres. A ultracavitação é uma técnica segura desde que observadas as contraindicações e precauções. A contraindicação mais importante é para doenças hepáticas, pois a gordura está relacionada ao metabolismo dos lipídios. Outras contraindicações significativas incluem doenças neoplásicas, distúrbios de pele, insuficiência renal, dislipidemia e gravidez (BORGES; SCORZA, 2016). Criolipólise A criolipólise é a refrigeração localizada e não invasiva do tecido adiposo subcutâneo a temperaturas entre 5 e 15 °C (medida externamente), levando a paniculite localizada, morte de adipócitos induzida por apoptose e, finalmente, uma diminuição na quantidade de gordura localizada tecido adiposo subcutâneo. A aplicação de frio controlado permitirá remover seletivamente os adipócitos, evitando dano à derme e epiderme próximas. Isso oferece um método prático para tratar o excesso de tecido adiposo localizado. O atual aparelho clínico de criolipólise consiste em sua maior parte de um aplicador (manopla) em forma de copo que utiliza um vácuo moderado para empurrar para dentro dele uma “prega” feita de pele e gordura, posicionando - a entre duas placas de contenção que realizam a extração de calor (BORGES; SCORZA, 2016). 32 Figura 9 – Etapas do processo de lesão apoptótica no tecido gorduroso pela criolipólise. Fonte: Adaptado de Borges; Scorza, (2016). Técnicas de Aplicação Dependendo do tamanho da área a ser tratada e do tamanho da aplicação, podem ser necessárias várias aplicações para atingir efetivamente toda a área alvo. Aplicações em várias áreas do corpo podem ser realizadas na mesma sessão. Não há relatos limitando o número de regiões a serem resfriadas a cada sessão de tratamento; em nossa prática, procuramos profissionais que tratam de quatro a seis regiões em uma única sessão de tratamento, sem intercorrências (BORGES; SCORZA, 2016). Segundo Manstein et al., a paniculite lobular pode ocorrer até a interface da gordura com a camada muscular (dependendo da espessura da gordura subcutânea tratada), mas se dá, de forma mais contundente, perto da interface derme-gordura. Portanto, é correto pensarmos que, dependendo da espessura da camada de gordura tratada, precisaremos de mais de uma sessão a fim de atingirmos níveis subcutâneos mais profundos (MANSTEIN et al., 2008). 33 Figura 10 – Técnica de múltiplas áreas para o tratamento da região abdominal. Fonte:Borges; Scorza (2016). Não há regra específica sobre o número de aplicações necessárias para obter um resultado satisfatório; no entanto, é comumente feito na faixa de uma a três aplicações. Na prática clínica, descobrimos que, apesar de obter resultados satisfatórios em vários casos com uma única aplicação (em alguns casos, os clientes realizam apenas um procedimento e já estão satisfeitos), muitos optam por serviços adicionais em busca de melhores resultados (BORGES; SCORZA, 2016). Tempo de aplicação Segundo alguns autores, o tempo recomendado para aplicação é de 60 minutos; porém, na prática clínica, alguns profissionais utilizam 45 minutos (ou menos) em cada região para acelerar/otimizar o procedimento sem comprometer o fluxo de clientes para o estabelecimento comercial. Alertamos que esta prática pode comprometer os resultados desejados, pois quanto mais tempo de uso, mais profunda 34 será a ação do resfriamento e, consequentemente, mais gordura profunda será alcançada. Carboxiterapia A carboxiterapia é uma nova técnica utilizada no tratamento de distúrbios dermatológicos e estéticos. Caracterizada pelo uso terapêutico de gás carbônico 99,9% puro administrado por via subcutânea (percutânea), para vasodilatação periférica e oxigenação tecidual. Por trabalharmos com volume máximo seguro, o gás carbônico não causa embolia gasosa. A partir do momento em que o gás é injetado, ele é rapidamente absorvido e eliminado pela respiração. A caboxiterapia chegou ao Brasil por volta da virada do século e tinha como foco a estética (gordura localizada, celulite, flacidez e estrias). Atualmente, é utilizado como coadjuvante no tratamento de cicatrizes inestéticas, úlceras cicatrizantes, alopecias, psoríases, microvarizes, olheiras, sequela de queimados (SCORZA; JAHARA, 2010). Solá (2004) revela, em particular, que a Carboxiterapia, como qualquer outro tratamento, tem algumas contraindicações, incluindo flebite, gangrena, epilepsia, insuficiência cardíaca/respiratória, insuficiência renal/hepática, hipertensão grave e gravidez. O autor afirma ainda que não há reações simbióticas adversas significativas descritas e o método é simples de implementar e amplamente utilizado na Europa. Segundo a literatura, o principal efeito colateral do uso do carboxiterapia é a presença de dor, pois quando o gás é aplicado na pele, reage rapidamente, causando um deslocamento da mesma, que causa dor. Também pode haver sensação de dormência ou ardor durante a aplicação, bem como pequenos hematomas ao final e pode haver sensação de peso e aumento local de volume (ALVES, 2018). O tratamento é altamente eficaz, pois as variáveis são controladas, sendo o número de sessões determinado pela cor da pele, idade, tamanho das estrias, etc. Obviamente, o resultado pode diferir entre os indivíduos, como acontece com qualquer outro tratamento para várias infecções. 35 Técnicas de Aplicação O aparelho de carboxiterapia é conectado a um cilindro de ferro por meio de um regulador de pressão de gás carbônico, injetado diretamente na pele do paciente por meio de uma pequena agulha (agulha de insulina - 30 G). O dióxido de carbono é insuflado por via subcutânea através da utilização de certos acessórios na carboxiterapia. O gás carboidrato é injetado controladamente, e a infusão do gás é programada conforme os objetivos do tratamento e a resistência encontrada nos tecidos humanos (ALVES, 2018). O uso de CO₂ em conjunto com o uso de filtros bacterianos e o tratamento asséptico da área tratada garante baixo risco de infecção local. O gás carbônico comumente utilizado na carboxiterapia no Brasil possui pureza de 99,9%, o que o torna adequado para uso terapêutico. Também é usado em videolaparoscopia para insuflação para facilitar a manipulação da estrutura intra-abdominal, controle de pH em incubadoras, formação de atmosfera controlada em estufa, crio cauterização ginecológica do colo uterino, e outros procedimentos (SCORSA; BORGES, 2008). Em relação aos procedimentos, o paciente deve adotar uma posição confortável com a área a ser tratada exposta e livre de qualquer pressão, como roupas abertas, antes de fazer a assepsia com álcool 70% ou solução alcoólica 0,5%, onde serão realizadas as punções. Segundo Borges (2010), as áreas a serem tratadas devem ser delineadas com lápis ou caneta demográfica com o paciente na coxa. É comum haver perda do corte da agulha conforme a necessidade, tornando a aplicação mais confortável para o paciente. A vazão e o volume total de gás a ser injetado variam consoante o objetivo do tratamento e a sensibilidade do paciente. Eletrolifing O objetivo mais geral do uso do eletrolifting é evitar, reduzir e eliminar estrias e mudanças nas linhas de expressão que se formam na face como resultado da contração muscular, trabalhando a nível celular, restaurando o colágeno cada e estimulando a produção de elastina com a mesma arma que a pele usa: microcorrentes (BORGES; 2010). 36 O objetivo do procedimento de eletrolifting é provocar uma lesão tecidual na qual, além dos efeitos galvânicos da microcorrente polarizada, seja produzido um processo inflamatório, responsável pelo efeito reparador das rugas e estrias. A ponta da agulha causa lesão traumática da pele (além de necrose tecidual devido ao componente galvânico da corrente contínua. A “lesão” das células do extrato espinhoso força o corpo a uma reação de reparo. Em resposta a essa lesão, haverá dilatação dos pequenos vasos sanguíneos da derme, resultando em discreto edema. Depois disso, a taxa mitótica da taxa básica regional aumentará. As células recém-formadas preenchem o espaço das células lesadas, cujos restos são eliminados por fagocitose e o excesso de líquido é absorvido pela circulação linfática. Há também um carreamento de partes hidratadas para a região pericatódica. A mobilização eletroiônica de água e células sanguíneas, bem como a eletroendosmose, permitem a abrasão de doenças degenerativas em um polo negativo (BORGES; 2010). Efeitos Segundo Winter (2001), ocorre uma necrose por liquefação em decorrência da lesão causada pela agulha, limitando certas células epidérmicas. Essa necrose é causada por substâncias alcalinas que surgem na polaridade negativa devido à ação do componente galvânico da microcorrente sobre os líquidos da substância fundamental. Seus efeitos podem variar de caso a caso, durando entre três semanas e seis meses. A durabilidade do tratamento está ligada à sua execução completa e manutenção. Os fibroblastos, ou células produtoras de colágeno, estão estruturalmente alteradas na pele, assim como nos tecidos abaixo do sulco das linhas de expressão, indicando que a cessação do envelhecimento está diretamente relacionada à diminuição da produção de colágeno e alterações do colágeno. Durante o processo de reparo e instalado o processo inflamatório é ativado, os fibroblastos efetivos respondem aos fatores de crescimento. Eles se multiplicam e produzem fibrilas de colágeno, bem como proteoglicanos e fibrilas elásticas. 37 Estudos sobre estrias atróficas mostram que após as sessões de eletrolifting, há aumento de fibroblastos, neovascularização e retorno da sensibilidade dolorosa, além de melhora significativa no aspecto estético da pele, aproximando-a do normal (BORGES, 2010). Quase imediatamente após a aplicação da técnica, surgem hipertensão e edemas típicos de qualquer processo inflamatório em decorrência das substâncias locais liberadas pela lesão, causando vasodilatação e aumento da permeabilidade dos vasos. O principal estágio da inflamação é a vasodilatação, responsável pela hipertensão e calor, aumentando o fluxo sanguíneo, essencial nas alterações hemodinâmicas associadas à inflamação. A região é suprida por uma mistura de leucócitos, eritrócitos, proteínas plasmáticas e fibrinas.8 FISIOTERAPIA DERMATOFUNCIONAL E QUEIMADURAS A Queimadura é conceituada como um trauma capaz de causar diversas lesões nos tecidos. Essas lesões vão desde hiperemia localizada até alterações celulares e imunológicas causadas pela lesão, comprometimento das vias respiratórias e ocorrência de traumatismos, que podem levar à morte. Conforme a espessura da pele acometida, as queimaduras são classificadas em primeiro, segundo ou terceiro grau. O primeiro e segundo graus referem-se às camadas da epiderme e/ou derme, respectivamente. O terceiro grau acomete epiderme, derme, hipoderme, tecido celular subcutâneo, e outros, inclusive o ósseo. Determinar a profundidade de uma queimadura implica calcular a probabilidade de lesão. (Quadro 1). Quadro 1 – Características e gravidades das queimaduras. Queimaduras Características Gravidade Primeiro Grau Contato com superfícies aquecidas. Pequenas exposições solares. Eritema, dor Mínima: lesão restrita à epiderme 38 Segundo Grau Grandes exposições solares. Contato com líquidos aquecidos. Combustão de substâncias inflamáveis. Flictenas e restos epiteliais Transudação considerável Dor e sensibilidade à exposição Pode haver aprofundamento da lesão Mínima: Queimaduras inferiores a 15% de superfície corpórea. Moderada: Queimaduras entre 15% e 30% de superfície corpórea. Crítica: Queimaduras acima de 30% de superfície corpórea; e queimaduras complicadas por lesões de vias aéreas e fraturas Terceiro Grau Combustão de substâncias inflamáveis Chama direta Prolongada exposição a líquidos superaquecidos Contato direto com objetos superaquecidos Substâncias químicas Correntes elétricas Palidez marmórea ou aparência carbonizada, em couraça. Destruição da pele com exposição de tecido gorduroso. Choque Mínima: Queimaduras inferiores 2% de superfície corpórea. Moderada: Queimaduras entre 2% e 10% de superfície corpórea; sem envolvimento de face, mãos ou pés. Crítica: Queimaduras acima de 10% de superfície corpórea; e queimaduras complicadas por lesões de vias aéreas e fraturas. Fonte: Adaptado de Borges, 2010. Nas queimaduras graves, pode ser necessário reavaliar o grau das lesões cutâneas após as primeiras 48 horas, uma vez que o aspecto inicial agravado pelo edema torna essa previsão inviável (BORGES, 2010). (Figura 11). Figura 11 – Tipos de Queimadura Fonte: https://bit.ly/3jhcBBw. 39 8.1 Tratamentos O ultrassom pode ser usado na fase ambulatorial, na dosagem de 1 W/cm² a 2 W/cm², modo contínuo, objetivando efeitos líticos, ocorridos na modelagem das fibras colágenas subjacentes a lesões cicatriciais. Por sua alta capacidade de regeneração, esse recurso também pode ser utilizado no tratamento de lesões. A eletroestimulação tem se mostrado eficaz na regeneração celular. Em estudo comparativo, a microcorrente e o laser (AsGa) mostraram-se recursos extremamente eficazes para o tratamento de lesões, podendo, assim, ser utilizados para regenerar o tecido de lesões causadas por queimaduras de primeiro grau. A eletroestimulação de alta voltagem também pode ser utilizada em procedimentos cirúrgicos, como tratamento de queimaduras superficiais ou de primeiro grau (BORGES, 2010). Massagem A massagem desempenha um papel importante na reabilitação de vítimas de queimaduras e vários métodos são utilizados. Entre as mais indicadas estão: Massagem clássica – melhora a circulação sanguínea e favorece a penetração de lubrificantes; Drenagem linfática — reduz edema e linfedema, principais problemas encontrados em lesões térmicas e/ou cirurgias reconstrutivas; Massagem lateral profunda — quebra aderências e aumenta a elasticidade dos tecidos; Massagem reflexa — precisamente os movimentos propostos por Félix Wetterwald, cujo principal objetivo é liberar aderências, aumentar a circulação sanguínea e aliviar a dor. Massagem respiratória — utilizada para facilitar o fluxo de secreções. O uso de curativos de gel de silicone pode complementar os efeitos da massagem, resultando em uma melhora no aspecto das cicatrizes hipertróficas e quelonioideas. O mecanismo de ação desse tipo de tratamento compressivo ainda é 40 desconhecido, mas os efeitos observados quando usados por um mês incluem mudanças benéficas no tamanho, cor e espessura das cicatrizes. A vacuoterapia ou a depressoterapia também podem ser utilizadas em conjunto com a massoterapia, uma vez que tem um forte efeito antifibrótico nas cicatrizes aderentes, promovendo a remodelação. Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea O uso da TENS auxilia no controle da dor, desde que os estímulos sejam adequados, condição necessária para que a aplicação seja efetiva. Como pessoas diferentes apresentam diferentes níveis de dor e sensibilidade, a aplicação deve ser precedida de uma avaliação. A localização dos pontos de dor aponta para a correta colocação dos eletrodos, evitando a necessidade de soluções de continuidade. Períodos de estimulação inadequados fornecem resultados negativos e, devido aos mecanismos de produção de dor, períodos de estimulação mais longos produzem melhores resultados (GUIRRO, E; GUIRRO, R., 2003). Dourado, propõe o uso da TENS por 20 a 30 minutos, visando reduzir a dor e a tensão dos pacientes por meio de um programa de troca de tratamento. A colocação dos eletrodos e os parâmetros físicos da corrente devem ser efetuados com cuidado. Jorge et al., investigaram o efeito de uma corrente vetorial interterencial na hiperalgesia e edema causados pela injeção subcutânea de carragenina em caudas de ratos. O estudo conclui que o uso de corrente elétrica diferencial é um método rápido e eficaz para controlar o desenvolvimento de hiperalgesia e edema inflamatório Ultra-som Guirro, E. e Guirro, R. (2003), relacionaram os mecanismos físicos envolvidos no reparo de tecidos (inflamação aguda, proliferação e remodelação) à energia ultrassônica. Há consenso de que o ultra-som pode acelerar a resposta inflamatória, promovendo a liberação de histamina, fatores de crescimento por meio da degranulação de macrófagos, mastócitos e plaquetas, além de aumentar a síntese de fibroblastos e colágeno. 41 O reparo da pele após a sutura foi investigado. Foi descoberto que quando estimulado pelo ultra-som, o mesmo pode se tornar mais resistente. Na mesma linha, a irradiação com ultra-som de média intensidade aumentou a proliferação do tecido conjuntivo, justificando o aumento da resistência de vários tecidos. Isso justifica o uso do ultra-som em queimaduras, fazendo com que ela se regenere mais rapidamente, já que a fase inflamatória fica bem mais intensa, favorecendo a formação de tecido granulado. Além disso, anexos de pele, como os folículos pilosos, exibem epitélio em regeneração, formando ilhotas germinativas para o epitélio de cobertura da lesão (GUIRRO; GUIRRO, 2003). Eletrotermofototerapêuticos A fotobiomodulação é uma excelente opção de tratamento para pacientes com queimaduras. Por ser uma luz, um laser de baixa intensidade possui certas características únicas, como monocromaticidade (apenas uma cor), unidirecionalidade (todos os botões têm uma única direção) e coerência (todas as ondas ocorrem simultaneamente, mantendo a amplitude ((GUIRRO, E; GUIRRO, R., 2003). No caso das queimaduras superficiais, no nível epidérmico, podemos utilizar equipamentos com comprimento de onda próximo a 630 nm, conhecidos como lasers vermelhos, pois sua penetração na pele é baixa. Para lesões de queimaduras profundas, lasers com comprimento de onda próximo a 904 nm são recomendados devido à sua alta penetração tecidual, esse laser é conhecido como infravermelho. Quando a luz entra na célula, a enzima citocromo c oxidase absorve os fótons e inicia uma cascata metabólica. Isso aumentará a produção de adenosinatrifosfato nas mitocôndrias, bem como auxiliará na formação de novos vasos via fatores de crescimento vasoendoteliais (GUIRRO, E; GUIRRO, R., 2003).; DAMANTE, 2007). 9 FISIOTERAPIA DERMATOFUNCIONAL NOS PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS A eficácia da fisioterapia dermatofuncional no pré e pós-operatório está bem estabelecida. A eficácia de uma cirurgia plástica ou reparadora depende não só dos 42 cuidados do cirurgião, mas também dos cuidados do fisioterapeuta, com papel importante nesse processo. Os cuidados pré e pós-operatórios são fundamentais para o sucesso da recuperação cirúrgica, para evitar ou minimizar quaisquer complicações. O fisioterapeuta visa estabelecer bases científicas sólidas para atuar com sucesso no pré e pós-operatório e, com isso, prevenir e / ou tratar complicações associadas à cirurgia, como formação de fibrose cicatricial, hematomas e edemas. A esse respeito, examinaremos sua atuação em mamoplastia, mastectomia, lipoaspiração, abdominoplastia e ritidoplastia (MACEDO; OLIVEIRA, 2010). Se a intervenção cirúrgica for estética, reparadora ou funcional, o paciente deve ser acompanhado desde o início por um psicólogo para auxiliá-lo na tomada de decisões antes de ser encaminhado ao cirurgião. Neste contexto, o papel do fisioterapeuta centra-se nas fases pré e pós-operatórias. Entre as complicações pós- operatórias estão as cicatrizes mal posicionadas, como as hipertróficas ou com queloides. Além dessas complicações, podem ocorrer hematoma, infecção, separação de sutura, irregularidades, depressões, aderências, fibroses, excessos de pele e seroma, dependendo do procedimento e da técnica utilizada. 9.1 Intervenção fisioterapêuticas no pré-cirúrgico Avaliação é uma das principais funções do Fisioterapeuta do pré-cirúrgico, já que toda ela pode condicionar o período e tratamento pós-cirúrgico. Dessa forma, o Fisioterapeuta avalia todos os fatores relacionados à disfunção estética, incluindo retrações musculares, deformidades articulares e desvios posturais (resultantes em algum tipo de alteração estética e funcional no indivíduo). Este profissional também deve avaliar a condição circulatória do usuário, a fim de determinar se há edema ou qualquer outro tipo de alteração circulatória que afete de alguma forma o pós- operatório. O principal objetivo da fisioterapia pré-operatória é fortalecer os vasos sanguíneos e linfáticos da região a ser operada, aliviando assim uma possível congestão. Outro aspecto importante desta fase é a preparação dos músculos para o impacto respiratório. Após a cirurgia, é necessário um período de imobilização, o que faz com que o sistema muscular sofra atrofia, diminuição da força e perda da função. 43 Como resultado, a preparação pré-operatória dos músculos é fundamental para minimizar a perda funcional pós-operatória. Procedimentos como eletroestimulação elétrica neuromuscular (EEN) e exercícios ativos podem ser utilizados (MELO, 2014). A preparação da pele também constitui um forte aliado no período pré- operatório, a utilização de procedimentos como esfoliação, massagem e uso de eletroterapia com princípios ativos confere maior hidratação e estimula a experiência de fibroblastos, permitindo que a pele suporte as forças de tensão impostas pela cirurgia, evitando complicações comuns como dor tecidual e necrose. Por fim, é imprescindível o preparo do aparelho respiratório para o pós-operatório, assim como o bombeamento da linfa proveniente dos membros inferiores, aparelho digestivo e tronco profundo anterior e posterior. É fundamental no pré-operatório ensinar ao paciente a respiração diafragmática e a tossir, sem comprometer o período de cicatrização, no caso abdominoplastia e mamoplastia, por exemplo (MELO, 2014). Em geral, o profissional deve prestar um pré-operatório humanizado, orientando e explicando a todos os pacientes o protocolo de tratamento, duração, recursos utilizados e resultados esperados, além de apontar o que o paciente deve fazer ativamente para melhorar sua recuperação. Daremos uma olhada em algumas das recomendações que visam ajudar o paciente a se recuperar rapidamente. Respiração profunda e lenta, como exercício, quatro vezes por dia; evite ficar deitado por longos períodos, pois a movimentação das pernas pode acarretar a formação de trombos. Apoie as pernas em um banquinho pelo maior tempo possível para estimular o retorno venoso. Retirar a cintura abdominal preferencialmente em decúbito, somente pacientes acostumados devem fazê-lo. Antes de sentar, respire fundo e devagar, espere um tempo, depois sente, espere um tempo mais, depois levante. Deve-se evitar esforço físico para não desenvolver cicatrizes e queloides. 9.2 Intervenções fisioterapêuticas pós-operatórias O planejamento da intervenção da Fisioterapia no pós-operatório é altamente variável e depende das características apresentadas na avaliação, tais como: avaliação do trofismo cutâneo e muscular; avaliação do edema; avaliação da cicatriz; 44 avaliação da dor e sensibilidade; conhecimento do tipo de cirurgia realizada e o tempo de recuperação pós-operatória. Os pontos mais importantes para avaliar os pacientes após a cirurgia são: reconhecimento de problemas; identificação do tipo de cirurgia realizada, como a profundidade dos tecidos envolvidos, a natureza da doença, o estágio de cicatrização e o reconhecimento de eventuais contraindicações ao procedimento e uso de técnicas de tratamento (MELO, 2014). Fases do pós-operatório A fisiopatologia da cicatrização em qualquer tipo de trauma é descrita em três etapas, sendo necessária sua compreensão para intervir de forma mais eficaz no pós- operatório. Existem três fases: inflamatória, proliferativa e de remodelação. É uma divisão didática já que, por vezes, eles se sobrepõem e cada organismo tem um tempo de resposta diferente a cada um desses processos de reparo, dificultando a quantificação do número de dias em cada fase. Para facilitar o entendimento dessas fases, no processo pós-operatório de cirurgia plástica, quantificamos cada uma aproximadamente, mas as diferenças individuais de cada paciente devem ser observadas com mais agilidade no acompanhamento das características clínicas de cada um (BORGES, 2010). Fase Inflamatória O primeiro estágio ou fase da inflamação, seguido por uma resposta de defesa localizada e limitada à área, atacada por agentes nocivos. O processo inflamatório é usado para destruir, diluir ou mobilizar o agente agressor e, então, desencadear uma cadeia de eventos que curam e reorganizam o tecido danificado. Este mecanismo promove tanto a regeneração tecidual quanto o retorno da Fisiologia, sendo que neste último caso, forma-se tecido cicatricial, pois a fisiologia não pode ser completamente restaurada. Sabe-se que esta fase se inicia no final da lesão, e o sangue produzido contém placas, hemácias e fibrina, determinando a importância da cicatrização. Como 45 resultado, esta fase inclui hemostasia e resposta inflamatória rápida, limitando a extensão da lesão tecidual. Em relação ao trauma cirúrgico, esta fase inicia-se ao término do procedimento e dura de 48 a 72 horas, apresentando-se como inflamação intensa. Terminada esta fase, o tratamento decorrerá de forma cíclica, dependendo da resposta inflamatória do paciente (BORGES, 2010). Em termos clínicos, isso resulta em aumento do número de capilares responsáveis pela irrigação sanguínea local, resultando em mais hipertensão e aumento da temperatura local. O edema ocorre como resultado do aumento da permeabilidade vascular aos componentes do sangue, o que leva ao extravasamento de líquido intravascular para o espaço extracelular. Outro sintoma da inflamação é a dor, causada principalmente pela estimulação das terminações nervosas por algumas dessas substâncias durante o processo inflamatório, bem como
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