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Bases Históricas Epistemológicas e Conceituais

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Bases Históricas, Epistemológicas e Conceituais	
Contexto histórico
O privado e o público no século XIX
O processo histórico decorrente da Revolução Industrial acelerou o ritmo das atividades sociais entre os séculos XVII e XIX. Isso fez com que grandes centros urbanos surgissem, assim como os processos migratórios do campo para a cidade, ampliando o medo e a ansiedade relacionada ao desconhecido oriundo de pequenas cidades ou da vida agrária.
A higiene e medicina urbana, que surgem no final do século XIX em países europeus, se desenvolveram a partir de preocupações com a eclosão de movimentos sociais disruptivos e propagação hereditária de doenças mentais. Desse cenário, surgiu objeto que viria a ser estudado por sociólogos, psicólogos e psicanalistas: as massas ou multidões, grandes aglomerados que eram considerados periculosos, imprevisíveis e hostis.
 
Prática eugenista.
No Brasil, ao final do século XIX, a medicina desempenhou importante papel na organização dos grupos sociais, especialmente em centros urbanos, como o Rio de Janeiro, então capital. As reformas urbanas implementadas durante o governo de Pereira Passos se pautaram no modelo das práticas médicas francesas que encampavam um programa eugenista de melhoria da raça.
A eugenia foi uma teoria biológica próxima ao racismo que postulava a superioridade caucasiana às demais raças, sobretudo às etnias africanas, consideradas muito próximas, do ponto de vista físico e intelectual, ao reino animal. Apesar de estarrecedora, a teoria eugenista foi extensivamente adotada na medicina, biologia e psicologia até meados do século XX. Cabe ressaltar que, no Brasil, a miscigenação foi alvo de intervenções médicas que temiam um rebaixamento dos atributos intelectuais da população.
A psicologia das massas e dos grupos
Autores e trabalho importantes
Durante o século XIX, a psicologia das massas, proposta por autores como Gustave Le Bon e Gabriel Tarde, considerava as aglomerações urbanas como sintoma de decadência irremediável do processo civilizatório. Freud critica as teorias anteriores sobre os fenômenos coletivos por tomarem o público como conjunto passivo, vulnerável e suscetível à sugestão hipnótica. Segundo o psicanalista, a força que une o líder à multidão é de caráter ativo, ou seja, a libido, energia que perpassa a vida amorosa e cultural de todo ser humano.
A situação tomou rumo bastante diferente a partir dos estudos de Kurt Lewin no século XX sobre dinâmica de grupo, priorizando modificações das relações de poder e liderança em prol da democracia. Para isso, o autor teve de situar o grupo como elemento de interface entre a administração em grande escala do Estado e as necessidades individuais. Assim, Lewin operou uma leve, mas significativa, modificação na análise dos processos sociais, que limpou o campo de estudos da disputa ferrenha entre sociólogos e psicólogos.
Sociologia e Psicologia
Entre o final do século XIX e o século XX, diversos atores sociais, tais como médicos, psicólogos e também participantes das ciências sociais, ajudaram a consolidar e a ampliar a importância da temática dos processos grupais, investigando a formação de identidades, os contágios emocionais, o papel da hipnose na vida social, o espaço vital de pertencimento a vários grupos, o conflito e a competitividade, bem como estereótipos e preconceitos.
Até a década de 1940, o cenário de estudos ficou dividido e estagnado na discussão sobre as existências de representações sociais, pesquisadas por sociólogos como Émile Durkheim e pelo antropólogo Marcel Mauss, e as críticas dirigidas a esses autores feitas por psicólogos sociais norte-americanos, como Floyd Allport. De acordo com os psicólogos, representações eram fenômenos ou processos mentais. Afirmavam, ainda, que uma mente coletiva não poderia existir, ou seja, apenas individualmente haveria mente e representação. Sociólogos e psicólogos disputavam uma arena de atuação.
 
Durkheim, sociólogo, filósofo e antropólogo judeu francês.
Enquanto sociólogos alegavam que as ciências sociais tratavam de representações sociais, psicólogos consideravam as representações individuais. Apesar de a disputa no campo dos estudos sobre os processos sociais entre sociologia e psicologia social ter sido marcante no início do século XX, a noção de grupo se consolidou entre a década de 1930 e 1940, sobretudo com os estudos de Kurt Lewin. Sua obra inspirou outros estudos que resultaram em formulações mais atuais, como a teoria da identidade e diferenciação grupal de Henri Tajfel.
Questão 1
Entre os séculos XIX e XX, verificamos diversas explicações sobre a formação de grandes multidões, bem como acerca da diferenciação entre membros de pequenos grupos. Esses estudos trouxeram contribuições para o esclarecimento de situações caracterizadas:
Parabéns! A alternativa A está correta.
A psicologia das massas, no século XIX, considerava as aglomerações urbanas como sintoma de decadência irreparável do processo civilizatório. A partir dos estudos de Kurt Lewin no século XX sobre a dinâmica de grupo, passou-se a priorizar modificações das relações de poder e liderança pela da democracia.
Questão 2
Na década de 1920, as teorias sobre a formação de grandes grupos ganharam apoio da psicanálise. Na visão de Freud, o nexo entre líder e seguidores ocorre por meio de:
Parabéns! A alternativa E está correta.
Freud criticava as teorias anteriores sobre os fenômenos coletivos por tomarem o público como passivo. Segundo Freud, a força que une o líder à multidão é de caráter ativo, ou seja, a libido, energia que perpassa a vida amorosa e cultural de todo ser humano.

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