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Enem e Vestibulares - Completo-1252-1254


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Ciências Humanas e suas Tecnologias
ENEM - CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
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O ecossistema amazônico é impróprio para a 
prática da agropecuária, pois torna-se necessária 
a devastação de grandes trechos de matas, provo-
cando prejuízos para o meio ambiente.
Entretanto, a pecuária extensiva tem apresenta-
do grande incremento nos últimos anos, sobretudo 
ao longo das rodovias Belém-Brasília e Brasília-Acre.
Apresenta um baixo rendimento e baixa produti-
vidade de carne.
Nas tradicionais áreas de criação da região, não 
houve grandes agressões ao meio ambiente, como 
nos campos de Roraima (bovinos) e na Ilha de Mara-
jó, onde é criado o gado bufalino (búfalos).
Agropecuária no Centro-Oeste
A região Centro-Oeste tem apresentado um 
grande crescimento na sua produção agropecuária. 
Vários fatores explicam esse desenvolvimento: me-
lhoria dos meios de transportes (rodovias), proximida-
de do maior mercado consumidor do país (Sudeste), 
crescimento populacional, adaptação da soja e ou-
tras culturas ao solo do Cerrado, etc.
As principais áreas agrícolas do Centro-Oeste são:
- Vale do Paranaíba: no sul de Goiás, tradicional 
área do cultivo do arroz, onde se planta também 
soja, algodão, café, milho, etc.
- Mato Grosso de Goiás: área localizada no su-
deste de Goiás.
- Sul do Mato Grosso do Sul
A introdução de técnicas modernas de recupe-
ração dos solos, condições de armazenagem, incen-
tivos fiscais, etc. possibilitaram a expansão da fron-
teira agrícola em direção ao norte do Centro-Oeste. 
No eixo de rodovias, grandes projetos agropecuários 
foram implantados. A soja foi o principal produto que 
permitiu a valorização do Cerrado. Além desse pro-
duto, cultiva-se nessa região arroz, algodão, milho, 
café, etc.
A construção da Estrada de Ferro Leste-Oeste, 
que ligará Cuiabá ao Triângulo Mineiro (Uberada e 
Uberlândia) e a São Paulo (Santa Fé do Sul), permitirá 
um escoamento mais rápido, produção de soja e ou-
tros produtos a custos mais baixos.
Desse empreendimento participam governo (BN-
DES) e empresários (Grupo Itamarati de Olacir de Mo-
raes).
A pecuária extensiva de bovinos teve um gran-
de crescimento na região nas últimas décadas. Mato 
Grosso do Sul é o Estado de maior rebanho de bovi-
nos do país.
Nos últimos anos, um grande número de frigorí-
ficos estão se transferindo de São Paulo (tradicional 
área de engorda de gado criado no Centro-Oeste) 
para a região.
O Pantanal mato-grossense é uma tradicional 
área de criação de gado do Centro-Oeste, favoreci-
da pela presença de pastagens naturais, sal, ligação 
rodoferroviária com São Paulo e baixos preços das 
terras.
Regiões Nordeste e Sul
Agropecuária no Nordeste
A região Nordeste do Brasil apresenta diferentes 
organizações do espaço agrário de uma área para 
outra, originando sub-regiões geográficas. No mapa 
anterior, temos:
1 = Zona da Mata
2 = Agreste
3 = Sertão ou polígono das Secas
4 = Nordeste ocidental
Zona da Mata
Na Zona da Mata, o espaço agrário foi organiza-
do no período colonial, através do sistema de plan-
tation, isto é, grandes plantações trabalhadas por 
escravos. O destaque sempre foi à cana-de-açúcar, 
cuja produção era exportada para a metrópole.
Na atualidade, a monocultura canavieira apre-
senta-se como uma agroindústria, destinada à pro-
dução do açúcar e do álcool em modernas usinas. 
O latifúndio e a monocultura comercial são heranças 
históricas que persistem até os dias de hoje, e cons-
tituem a principal causa dos problemas socioeconô-
micos dessa área.
Além da cana-de-açúcar, ocorre a produção 
do fumo em Alagoas e no Recôncavo baiano; e do 
Cacau, no sul da Bahia (Ilhéus, Itabuna, Jequié, Ca-
macã, etc.).
Agreste
O Agreste, paisagem de transição entre a Zona 
da Mata úmida e o Sertão semiárido, apresenta um 
espaço agrário caracterizado pelo predomínio dos 
minifúndios (pequenas propriedades), favorecendo 
o desenvolvimento de uma policultura comercial. 
Além dos tradicionais produtos de subsistência (arroz, 
feijão, milho, mandioca, etc.), vários produtos agrí-
colas comerciais são também cultivados no Agreste, 
como algodão, sisal e mamona.
Trata-se, ainda, da mais importante bacia leiteira 
do Nordeste.
Sertão
O Sertão, maior sub-região do Nordeste, apre-
senta uma geografia que dificulta a prática da agri-
cultura. Os efeitos das prolongadas estiagens (seca) 
afetam constantemente os agricultores dessa área, 
provocando sua migração para outras áreas.
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A base da economia é a pecuária extensiva, 
com a criação de vários tipos de gado em meio à 
caatinga. Bovinos, caprinos, asininos, suínos e ovinos 
são criados em todos os estados nordestinos.
A Bahia possui o maior rebanho de caprinos e asi-
ninos do país.
Essa pecuária é, geralmente, de má qualidade e 
o rebanho de baixo nível zootécnico. Destina-se es-
sencialmente à produção de carne e couro (gado 
de corte), que são de qualidade inferior.
Meio-Norte
No Meio-Norte (Maranhão e parte do Piauí), além 
do extrativismo vegetal do babaçu, destinado à pro-
dução de óleos, pratica-se a agricultura comercial. 
O algodão é um tradicional produto dessa área.
Nos vales fluviais (rios Mearim, Pindaré, Itapecuru, 
etc.), destaca-se a rizicultura (arroz) que faz do Mara-
nhão um dos maiores produtores do Brasil.
A pecuária extensiva é praticada em toda a 
área, sobretudo nas mais secas.
Agropecuária do Sul
Organização da Agropecuária do Sul
A região Sul apresenta condições geográficas al-
tamente favoráveis ao desenvolvimento da agrope-
cuária: clima subtropical, solos de grande fertilidade 
natural, relevo de planuras favorecendo a mecaniza-
ção, etc. Como pudemos observar nos gráficos ante-
riores, destaca-se na produção de arroz, soja, fumo, 
trigo, batata, milho, uva, etc.
Nas áreas de imigração europeia (região serrana 
do Rio Grande do Sul, vale do Itajaí em Santa Catari-
na e vales fluviais), o espaço agrário é caracterizado 
pelo predomínio de pequenas propriedades, onde 
se pratica a policultura com trabalho familiar.
Principais Culturas
Cultivam-se milho, feijão, arroz, mandioca, bata-
ta, frutas (uva, maçã, pera) e fumo.
A monocultura comercial em grandes proprieda-
des é no Rio Grande do Sul, com o cultivo de soja, 
trigo, arroz. No norte do Paraná, o café representou, 
durante décadas, a base da agricultura.
Atualmente, além do café, essa área se destaca 
na produção de cana-de-açúcar, algodão, soja, la-
ranja, milho, etc.
Efetivo dos Rebanhos - 1986
A pecuária encontrou, no Sul, condições geográ-
ficas altamente favoráveis. A presença de grandes 
pastagens naturais (pampas) e de um clima subtropi-
cal favoreceram a criação de gado de raças euro-
peias que apresenta maior produtividade de carne e 
couro (bovinos, suínos, etc.) e lã (ovinos).
Na Campanha Gaúcha (área dos pampas), 
desenvolve-se uma pecuária extensiva de bovinos e 
ovinos. Embora o rebanho de bovinos não seja o mais 
numeroso do país (19%), é o de melhor qualidade, e 
tanto a carne como o couro têm grande aceitação 
no mercado.
O rebanho de ovinos é o mais numeroso do país 
(60%).
A pecuária intensiva é também bastante im-
portante. Além de bovinos destinados à produção 
de leite (2ª produção do país por regiões), criam-se 
suínos, aves (frango, peru, etc.). No oeste de Santa 
Catarina, noroeste do Rio Grande do Sul e Paraná, 
existem importantes frigoríficos que industrializam a 
matéria-prima regional (Sadia, Concórdia, Chapecó, 
Perdigão, etc.).
Os frigoríficos da Campanha Gaúcha, quase 
sempre multinacionais, transformam a carne bovina.
Região Sudeste
A região Sudeste apresenta uma grande integra-
ção entre agropecuária e indústria. Vários produtos 
se destacam: cana-de-açúcar, laranja, café, milho, 
arroz, soja, banana. A pecuária é importante no 
Triângulo Mineiro e Oeste paulista (gado de corte.) 
Em várias áreas (sul de Minas, vale do Paraíba, etc.) 
pratica-se a pecuária intensiva (leite).
A Produção Agropecuária do Sudeste
A agropecuáriana região Sudeste destaca-se no 
conjunto da economia brasileira não somente pelo 
grande volume de produção, mas também pela ex-
trema diversificação e alto nível de integração com 
as atividades urbanas (indústria e serviços).
Destacam-se como principais produtos agrícolas 
do Sudeste:
Cana-de-açúcar
Cuja produção se concentra no nordeste do es-
tado de São Paulo (região de Ribeirão Preto), Baixa-
da Fluminense e região de Campos no Rio de Janei-
ro, e Zona da Mata mineira. Essa produção de cana 
é responsável pela maior parte do açúcar e do ál-
cool combustível produzidos no país.
Apresenta elevado grau de mecanização, em-
bora na colheita (corte da cana) utiliza-se numerosa 
mão-de-obra assalariada temporária, oriunda de ou-
tras regiões (bóia fria).
A Laranja e Outros Cítricos
A produção de laranjas no Brasil sofreu um gran-
de crescimento nas últimas décadas, devido à 
grande valorização do produto (suco) no mercado 
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internacional. A quebra da safra nos EUA (geadas) 
foi a principal causa dessa valorização. Entretanto, 
na atualidade, com a normalização da produção 
americana, o preço da laranja tem despencado, o 
que está provocando uma redução na produção; o 
preço atual da caixa do produto não paga os custos 
de produção.
O principal produtor de laranja do Brasil é o es-
tado de São Paulo. O cultivo de cítricos é feito em 
várias áreas, principalmente nas regiões de Ribeirão 
Preto, (Araraquara, Bebedouro), Campinas (Limeira, 
Moji Mirim) e São José do Rio Preto.
Café
O café foi, durante décadas do século atual, o 
principal produto de exportação do país. Entretan-
to, a participação desse produto na receita cam-
bial que era de 68% em 1929, corresponde, nos dias 
atuais, a apenas 4%.
A Pecuária Extensiva Tradicional
- grandes espaços
- pastagens naturais
- ausência de seleção de raças
- baixo número de cabeças por área de criação
- carne e couro de qualidade inferior
- baixo nível zootécnico do rebanho
- baixa produtividade
Áreas Principais
- Sertão nordestino (bovinos, caprinos e asininos)
- Campos de Roraima
- Ilha de Marajó - búfalos
- Sul da Amazônia
- Centro-Oeste - Cerrado e Pantanal
- Norte de MG e Oeste da BA
Pecuária Extensiva Melhorada e Semiextensiva
- maior número de cabeças por área de criação
- pastagens artificiais com “tratos” complementa-
res.
- seleção de raças
- carne e couro de grande valor econômico
- alta produtividade
- confinamento na época do abate (atividade 
intensiva)
Áreas Principais
- Triângulo Mineiro, Oeste Paulista, Mato Grosso 
do Sul - Gado de origem indiana. (Nelore, Zebu, Gir, 
Guzerá)
- Campanha Gaúcha
Ovinos - maior rebanho do Brasil.
Bovinos - raças europeias
Pecuária Intensiva
Bovinos - gado leiteiro
As principais áreas da criação intensiva locali-
zam-se no Sudeste e no Sul do país.
Aves
A avicultura representa importante atividade da 
pecuária brasileira. Na criação para o corte, desta-
cam-se a produção de frangos e perus de Santa Ca-
tarina (oeste) RS e PR. O Estado de São Paulo respon-
de pela maior produção de ovos.
Suínos
A maior produção de carne de porco (criação 
intensiva) ocorre no Sul do país e, juntamente com 
a avicultura, é praticada por pequenos proprietários 
do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Ao longo de toda sua história, a Geografia bus-
cou atingir o reconhecimento como Ciência adap-
tando seus paradigmas e interpretações do mundo 
de forma a se enquadrar no conhecimento formal 
do meio científico, sem abandonar o foco estabele-
cido sobre a sociedade. Assim, na geografia atual, se 
entende ser necessário considerar o trabalho huma-
no sobre o espaço como uma atuação constante, 
transformadora e evolutiva adaptando-se e agindo 
sobre o ambiente.
Desta forma, na atualidade são realizadas pes-
quisas e discussões que visam o entendimento de 
termos como campo e cidade e suas implicações. 
Estas definições, não devem passar a ser entendidas 
meramente como setoriais mas sim como cenários 
de uma intensa e dinâmica transformação espacial . 
A dinâmica das relações campo-cidade se tra-
duz por sua importância ao considerar o meio de 
vida destas duas categorias de análise e revelar pos-
síveis interações a partir de relações socioeconômi-
cas e culturais que as envolvem. 
Um bom exemplo a respeito destas relações 
na atualidade é pensar nesta dinâmica a partir da 
absorção no campo de cada vez mais tecnologias 
surgidas nas cidades, ou ainda compreender que a 
maior parte das transformações ocorridas no campo 
só foram possíveis graças aos capitais e às inovações 
vindas das cidades. Em contrapartida o campo for-
nece para a cidade, produtos rurais alimentícios ou 
ainda matéria-prima a ser utilizada nas indústrias, sem 
contar que na grande maioria das pequenas cidades 
e médias brasileiras é ele o responsável pela geração 
de boa parte das divisas dos municípios, bem como 
sua principal fonte de manutenção econômica.

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