Buscar

TICs - Hemissecção completa medular

Prévia do material em texto

1 
 
FACULDADE SANTO AGOSTINHO 
CURSO DE MEDICINA 
TICS SOI 02- SEMANA 02 
Discente: Francielle Santos Agostinho Pinheiro 
Hemissecção completa medular 
 
 O que ocorre com a motricidade voluntária, o tato discriminativo e a sensibilidade 
termo-algésica neste tipo de lesão medular? 
 
A síndrome de Brown-Séquard se caracteriza por paralisia espástica, perda da 
sensibilidade profunda e perda da sensibilidade superficial. Nessa síndrome, apenas um 
lado da medula é seccionado resultando em perda motora e proprioceptiva homolateral à 
lesão e perda da sensibilidade térmica e dolorosa contralateral à lesão. Temos três 
principais vias que são afetadas na síndrome de Brown-Séquard: o trato corticoespinhal 
(motricidade voluntária), os tratos espinotalâmicos (sensibilidade superficial) e o cordão 
posterior (sensibilidade profunda). 
O trato corticoespinhal inicia-se nos neurônios do córtex motor primário e segue 
até o tronco cerebral, cruzando para o lado oposto, na decussação das pirâmides, na altura 
do bulbo, conduzindo o estímulo para a musculatura do lado oposto ao córtex cerebral do 
qual se originou. Portanto, o trato corticoespinhal lesado na hemissecção medular se 
originou no lado do cérebro oposto à lesão. 
As fibras dos tratos espinotalâmicos cruzam pela comissura branca da medula 
assim que nela penetram, seguindo pelo lado contralateral à sua origem até chegar ao 
tálamo, no cérebro. Logo, as fibras lesadas na síndrome são representativas da 
sensibilidade superficial do lado oposto do corpo. 
As fibras do cordão posterior seguem ipsilateralmente desde sua origem até fazer 
sinapse no tronco cerebral. Desse modo, a lesão dessas vias de um lado compromete a 
sensibilidade profunda do mesmo lado. 
 
2 
 
 
 
Nesse exemplo, o trato corticoespinhal do lado direito foi lesionado, interrompendo o fluxo 
dos estímulos motores oriundos do lado esquerdo do córtex que se destinavam à musculatura do 
lado direito, mas já cruzaram antes de entrar na medula. Portanto, o lado paralisado é o mesmo 
lado do trato lesionado. Logo, a hemissecção medular causa paralisia espástica ipsilateral à 
lesão. 
No caso do espinotalâmico, o trato do lado direito, que foi lesionado, carrega as 
informações sensitivas captadas no dimídio esquerdo do corpo. Desse modo, a hemissecção 
causa perda da sensibilidade térmica, dolorosa, pressórica e do tato protopático 
contralaterais à lesão. 
Por fim, como os fascículos grácil e cuneiforme não cruzam em seu trajeto pelo cordão 
posterior, a secção do lado direito prejudica a função do mesmo lado. Com isso concluímos que 
Brown-Séquard causa perda da sensibilidade protopática, vibratória e do tato epicrítico 
ipsilateralmente à lesão. 
 
 
3 
 
 
Referências: 
DEL BEL, Elaine A; SILVA, Célia A da; MLADINIC, Miranda. O trauma raquimedular. São 
Paulo, v. 8, n. 4, pág. 441-449, dezembro de 2009. 
CEREZETTI, Christina; NUNES, Gilvane; CORDEIRO, Diana Rosa; TEDESCO, Solange. 
Lesão Medular Traumática e estratégias de enfrentamento: revisão crítica. São Paulo, 2012. 
https://blog.jaleko.com.br/hemisseccao-medular-desvendando-a-sindrome-de-brown-sequard/

Continue navegando