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Trabalho de Administrativo II

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Centro Universitário Newton Paiva
Direito Administrativo II
Trabalho em grupo: 15 pontos
Danielle Rocha Rezende - 11411118
Gustavo Augusto Rodrigues da Silva - 11310465
Lucas Fernando Lopes Cunha - 11612032
Renata Sieiro Mourão - 11523536
1. Conceitue serviço público.
Serviços públicos é toda atividade prestada pelo Estado, direta ou indiretamente, por meio de seus agentes ou aqueles que tenham competência para tal, representem as vezes da administração, assegurando de modo permanente, com continuidade e eficiência, prestação destinada a atender demanda organizacional e publica. Lei 13.460/2017, Art. 2º, inciso II.
2. Explique as classificações existentes do serviço público.
Os Serviços Públicos delegáveis são aqueles que por natureza ou por lei poderão ser executados por particulares, perante autorização que delegue tal prestação. Já as atividade indelegáveis somente serão prestadas pelo Estado, tendo este sua competência privativa.
Os serviços de utilidade pública são atividades pertinente ao Estado que vise preencher interesse coletivo, e demanda de necessidades públicas. Podendo este ser prestado direta ou indiretamente pelo poder público.
Os serviços sociais e econômicos, também atividades prestadas diretamente pelo Estado, que visa atender de maneira assistencial ao indivíduo e também a coletividade, através de arrecadação direcionada, gerando assim a manutenção da prestação do serviço. Bem como a fundação de empresas públicas e o desenvolvimento de suas atividades.
3. Cite e explique os princípios regentes da prestação do serviço público.
Generalidade e eficiência, são princípios que visam alcançar o maior número de pessoas quanto a prestação do serviço público, e que este tenha como objetivo a restrição de gastos, resultados satisfatórios e eficácia.
Modicidade e regularidade, tratam se de princípios que buscam a menor onerosidade ao Estado e uma prestação continua das atividades de acordo com as regras pré-definidas.
Atualidade e Segurança, este visa a execução do serviço, garantindo equipamentos atualizados e de acordo com atual cenário, para melhor prestação, bem como a segurança física e psíquica dos usuários. 
Efetividade e Cortesia, os agentes públicos devem ser educados e civilizados ao tratar a população, e alcançar os objetivos visados pelo poder público.
Transparência, consiste em acesso aos dados públicos, e publicidade nos atos praticados pela Administração Pública.
Continuidade, via de regra a prestação de serviço não deve ser interrompida, salvo situação de emergência ou após prévio aviso para reparos técnicos ou inadimplemento do usuário.
4. Discorra sobre o princípio da continuidade do serviço público, abordando polêmicas envolvendo à sua aplicação diante de situações de interrupção da prestação do serviço público discutidas pela doutrina e jurisprudência.
	Princípio da continuidade trata da prestação contínua de serviços públicos, não devendo estes serem interrompidos, nem sofrer paralisações, afim de preservar a eficiência do serviço prestado.
	Quanto a prestação do serviço público, vale ressaltar que temos serviços prestados diretamente pelo Estado e outros indiretamente, no caso das concessões por exemplo. Assim devemos atentar quanto ao serviço prestado, pois a cada caso concreto termos possibilidades diferentes. Por exemplo a prestação de serviços de saúde, não podemos se quer cogitar a interrupção de tal atividade por parte do poder público.
	Encontra partida temos os serviços prestados por terceiros, aqui cabe avaliar a necessidade e a real utilidade de tal serviço. Assim o STF reconheceu a constitucionalidade da interrupção dos serviços públicos prestados por concessionários, igualados as relações de consumo, nos casos de inadimplemento do usuário, uma vez que tais serviços ensejem taxas ou tarifas.
5. Diferencie titularidade e prestação do serviço público.
A titularidade do serviço público é atribuída pela constituição Federal aos entes federados, está adstrito a administração pública. Já a prestação do serviço público pode ser cumprida pela administração pública ou por terceiros de forma indireta.
6. Indique e conceitue as espécies de concessão comum de serviço público.
A concessão comum pode ser de serviço público, onde o concessionário cai prestar um serviço à comunidade, ou serviço precedido de obra pública, onde o concessionário vai fazer uma obra a fim de possibilitar a prestação de serviço pelo qual foi contratado para prestar.
 
7. Explique o processo de licitação na concessão comum.
	As concessões estão previstas na Lei 8.987/95 e lá encontra se positivado as normas e critérios para tal certame, como por exemplo publicação do edital, idoneidade do concessionário, entre outras. Levando em consideração a regra geral de que todo contrato celebrado pela Administração Pública deverá ser apreciado por processo licitatório.
	Assim podemos de maneira sucinta estabelecer que a licitação, atendido aos requisitos da Lei 8.987/95 se dará em duas fases:
Fase Interna ou Preparatória: Determina as condições da convocação antes de trazê-las ao conhecimento público. Durante a fase interna poderá o poder concedente corrigir falhas que possam vir a serem verificadas no procedimento, sem que haja a anulação dos atos já praticados.
Fase Externa ou Executória: Tem início com a publicação do edital ou entrega do convite, assim desencadeando os demais atos para firmar a contratação. Após publicação do edital, não caberá alterações, devendo este na condição de irregular ser anulado.
8. Explique o que é mutabilidade dos contratos de concessão de serviço público, apontando limites para a sua incidência.
	Mutabilidade consiste no poder que a Administração Pública possui em face dos contratos de concessão. Trata se das chamadas cláusulas exorbitantes, na qual é de legitimo direito do poder concedente altera unilateralmente os contratos, observados os parâmetros legais para tal.
9. Discorra sobre a política tarifária nos contratos de concessão, abordando a sua importância para a universalização do serviço e para o equilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão.
A política tarifária visa estabelecer o valor adequado da tarifa tendo, pois em virtude do decurso do tempo há de se garantir o valor justo para o concessionário, para que este receba o valor devido pela prestação do serviço; bem como para a sociedade, para que o valor não seja abusivo e consiga possibilitar a utilização da sociedade tendo em vista o Princípio da generalidade.
10. Discorra sobre as obrigações e direitos do Poder Concedente, do Concessionário e do Usuário na concessão comum, conforme ordem jurídica vigente.
Incumbe ao poder concedente regulamentar o serviço concedido e fiscalizar permanentemente a sua prestação; aplicar as penalidades regulamentares e contratuais; intervir na prestação do serviço, nos casos e condições previstos em lei; extinguir a concessão, nos casos previstos em lei e na forma prevista no contrato; homologar reajustes e proceder à revisão das tarifas na forma da lei, das normas pertinentes e do contrato; cumprir e fazer cumprir as disposições regulamentares do serviço e as cláusulas contratuais da concessão; zelar pela boa qualidade do serviço, receber, apurar e solucionar queixas e reclamações dos usuários, que serão cientificados, em até trinta dias, das providências tomadas; declarar de utilidade pública os bens necessários à execução do serviço ou obra pública, promovendo as desapropriações, diretamente ou mediante outorga de poderes à concessionária, caso em que será desta a responsabilidade pelas indenizações cabíveis; declarar de necessidade ou utilidade pública, para fins de instituição de servidão administrativa, os bens necessários à execução de serviço ou obra pública, promovendo-a diretamente ou mediante outorga de poderes à concessionária, caso em que será desta a responsabilidade pelas indenizações cabíveis; estimular o aumento da qualidade, produtividade, preservação do meio-ambiente e conservação; incentivar a competitividade; e estimulara formação de associações de usuários para defesa de interesses relativos ao serviço.
        No exercício da fiscalização, o poder concedente terá acesso aos dados relativos à administração, contabilidade, recursos técnicos, econômicos e financeiros da concessionária. A fiscalização do serviço será feita por intermédio de órgão técnico do poder concedente ou por entidade com ele conveniada, e, periodicamente, conforme previsto em norma regulamentar, por comissão composta de representantes do poder concedente, da concessionária e dos usuários.
A concessionária cabe prestar serviço adequado, nas normas técnicas aplicáveis e no contrato; manter em dia o inventário e o registro dos bens vinculados à concessão; prestar contas da gestão do serviço ao poder concedente e aos usuários, nos termos definidos no contrato; cumprir e fazer cumprir as normas do serviço e as cláusulas contratuais da concessão; permitir aos encarregados da fiscalização livre acesso, em qualquer época, às obras, aos equipamentos e às instalações integrantes do serviço, bem como a seus registros contábeis; promover as desapropriações e constituir servidões autorizadas pelo poder concedente, conforme previsto no edital e no contrato; zelar pela integridade dos bens vinculados à prestação do serviço, bem como segurá-los adequadamente; e captar, aplicar e gerir os recursos financeiros necessários à prestação do serviço. E as contratações, inclusive de mão-de-obra, feitas pela concessionária serão regidas pelas disposições de direito privado e pela legislação trabalhista, não se estabelecendo qualquer relação entre os terceiros contratados pela concessionária e o poder concedente.
11. Indique as hipóteses em que o Concessionário poderá ser responsabilizado de forma objetiva em decorrência do contrato de concessão.
A responsabilidade objetiva do Concessionário só incidirá no caso de danos causados a usuários, sendo assim, responderão pelos danos que seus agentes causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
12. Após conceituar intervenção, explique o processo para a sua realização.
A intervenção surge sempre que houver divergência entre um interesse público e um interesse privado, devendo aquele prevalecer, entendendo assim como a supremacia do interesse público sobre o privado, sendo a função social um de seus fundamentos políticos e jurídicos. A intervenção ocorre através de duas formas básicas, sendo elas: intervenção restritiva, em que o Estado impõe restrições e condicionamentos ao uso da propriedade, e intervenção supressiva que ocorre sempre que o Estado, através de sua supremacia em relação aos indivíduos, transfere coercitivamente para si a propriedade de terceiro, em razão de algum interesse público previsto na lei.
13. Quanto à extinção do contrato de concessão comum, conceitue caducidade e encampação, explicando o procedimento legal relativo a cada uma delas.
Na caducidade, tanto o concedente quanto o concessionário podem ensejar à rescisão do contrato, tal rescisão ocorre por inadimplemento por parte do concessionário, podendo, ainda, o Poder Público priorizar a aplicação de sanções contratuais. Nesse sentido, concessionário descumpre “obrigações fundamentais relativas à montagem e exploração do serviço”.
Primeiramente, o concessionário receberá a comunicação do seu descumprimento e a recomendação de ser sanada a irregularidade no prazo determinado, sendo instaurado logo após o processo administrativo, assegurando-se ampla defesa ao concessionário. Por fim, caso seja verificada a inadimplência deste, o concedente declarará a caducidade por decreto expedido pelo Chefe do Executivo.
A encampação é a forma de extinção contratual que surge no momento em que o concedente deseja retomar o serviço concedido, não havendo aqui inadimplência por parte do concessionário e sim o interesse da Administração em retomar o serviço.
A concessão pressupõe dois requisitos, a existência de lei que autorize essa retomada do serviço e o prévio pagamento, pelo concedente, da indenização relativa aos bens do concessionário empregados na execução do serviço.
14. Explique a rescisão do contrato de concessão por iniciativa do Concessionário.
A rescisão é a forma de extinção em que a atividade é atribuída ao concessionário. Nos termos do Estatuto das Concessões, a rescisão ocorre por iniciativa do concessionário, em reserva a nomenclatura própria (caducidade) para a rescisão ensejada pelo concedente, podendo também haver o interesse recíproco das partes contratantes em extinguir o ajuste por meio de rescisão bilateral amigável ou distrato, onde ambas as partes concordam em relação à extinção do contrato. A rescisão deverá ocorrer judicialmente, nesse sentido, consoante o art. 39, parágrafo único, da Lei no 8.987/1995, os serviços a cargo do concessionário não poderão ser interrompidos ou paralisados até a decisão judicial transitada em julgado.
15. O que é reversão e quais são as suas espécies?
A reversão ocorre quando há a transferência dos bens do concessionário para o patrimônio do concedente em razão da extinção do contrato. Nesse contexto, suas espécies são a reversão onerosa, em que o concedente deverá de indenizar o concessionário em virtude de seus bens terem sido adquiridos com seu exclusivo capital, e a reversão gratuita em que a fixação da tarifa observou o ressarcimento do concessionário através dos recursos que fora empregado na aquisição dos bens, tendo restado ao concedente o direito à propriedade dos referidos bens sem nenhum ônus, até mesmo os de instalações e obras realizadas.
16. Conceitue parcerias público-privadas.
As parcerias público-privadas justificam-se por dois fatores, a falta de disponibilidade de recursos financeiros e a eficiência da gestão do setor privado, sendo assim considerados instrumentos adequados para investimentos no setor privado, servindo até mesmo para importantes ações de infraestrutura. A natureza jurídica desse tipo de ajuste é tida como a de contrato administrativo de concessão de serviço público, havendo responsabilidade solidária entre as partes. Nesse sentido, trata-se de acordo de natureza contratual nascida da manifestação volitiva da Administração e do concessionário privado.
17. Indique e explique três diferenças entre concessão comum e especial de serviço público.
As diferenças entre concessão e permissão de serviço público são encontradas na Lei nº 8.987/95, em seus artigos 2º, incisos II e IV, e 40. Nas concessões comuns, a remuneração do concessionário se originam tão somente das tarifas cobradas aos usuários, nas parcerias público-privadas há contraprestação pecuniária pela Administração Pública, com ou sem cobrança de tarifa dos usuários.
Já na concessão especial (PPP), a remuneração do parceiro privado pressupõe a contraprestação pecuniária (orçamento) por parte do parceiro público (Poder Concedente). Em relação à concessão comum, os riscos ordinários, comuns a todo negócio jurídico, são concernidos ao concessionário (art. 2.º, II, da Lei 8.987/1995).
Por outro lado, na concessão especial, não há uma repartição abstrata dos riscos. Pelo contrário, a legislação exige a repartição objetiva de riscos que será acentuada no contrato (arts. 4.º, VI, e 5.º, III, da Lei 11.079/2004).
Ainda nesse contexto, na concessão comum, a Lei 8.987/1995 não constitui prazo máximo para o atinente contrato. Permanece exclusivamente a previsão de que o contrato de concessão, bem como acontece com os demais contratos administrativos, deve ter prazo determinado (art. 2.º, II, da Lei 8.987/1995). Ao revés, na concessão especial (PPP), a legislação assentou o prazo mínimo de 5 anos e o prazo máximo de 35 anos para o contrato de concessão (art. 2.º, § 4.º, II, e art. 5.º, I, da Lei 11.079/2004).
18. Quais são as modalidades de concessão especial de serviço público? Conceitue cada uma delas.
As concessões especiais são reguladas pela Lei no 11.079, de 30.12.2004, e se subdividem em duas categorias: concessões patrocinadas e concessões administrativas.Na concessão patrocinada, o concessionário abrange recursos de duas fontes, uma oriunda do pagamento das alusivas tarifas pelos usuários, e outra, de maneira adicional, procedente de contraprestação pecuniária devida pelo poder concedente ao particular contratado.
Em sua segunda modalidade, denominada concessão administrativa, não admite remuneração pelo sistema de tarifas a cargo dos usuários, fundando o pagamento da obra ou serviço através da realização diretamente pelo concedente.
19. Indique e explique as garantias previstas na ordem jurídica brasileira que podem ser oferecidas ao parceiro público, ao parceiro privado e ao financiador do projeto.
Em se tratando do parceiro público, garante-se pela ordem bancária, ou seja, o valor devido ao concessionário estará disponibilizado em estabelecimento bancário, admitindo-se também a cessão de créditos não tributários e a outorga de direitos em face da Administração Pública.
No contexto do parceiro privado, temos o fundo garantidor (FGP – Fundo Garantidor de Parcerias) que consiste no mecanismo pelo qual optou o governo federal, conforme consta dos arts. 16 a 22 da lei, os quais lhe ensejam vantagens. A composição de um patrimônio de afetação, em que uma parcela do patrimônio do fundo torna-se blindada, vinculando-se a determinado projeto.
Em relação ao financiador do projeto, o risco de extinção do contrato de concessão comum ou PPP por encampação, ou rescisão por descumprimento das obrigações da Administração Pública é altamente sensível, por isso, fez-se necessário o surgimento do interesse da Administração Pública tornar o projeto atrativo para os financiadores, de maneira a viabilizar: (a) a maior alavancagem financeira possível, isto é a utilização do máximo de recursos de terceiros possíveis, em lugar dos recursos próprios dos investidores; (b) a redução do spread cobrado para financiamento do projeto, e, para tanto, é importante proteger os financiadores de riscos que eles não conseguem gerenciar.
20. Conceitue SPE e aponte a sua importância na execução de uma PPP.
Consoante a Lei n. 11.079/2004, a instituição da sociedade de propósito específico (SPE) possui como missão a implantação e gestão de objeto da PPP. Poderá assumir a forma de companhia aberta, com valores mobiliários ajustados no mercado, ficando, portanto, tal prazo moldado nos termos do edital de licitação. Sua importância se dá quando nos casos em que a transferência se der para os financiadores da PPP, com o objetivo de promover a reestruturação financeira e assegurar a continuidade do serviço, sendo assim dispensadas as exigências de capacidade técnica, idoneidade financeira, regularidade jurídica e fiscal.
A SPE também exerce outras funções úteis no contexto das PPPs como a separação entre a executora do projeto (a SPE) e seus proprietários (os concessionários), ocorrendo assim maior grau de transferência contábil à operação da PPP, admitindo análises sobre o real ganho do projeto, garantia financeira, eficácia operacional dentre outros dados úteis na gestão do contrato.
21. Conceitue PMI e explique a sua importância para a gestão pública. 
Para O mestre José dos Santos Carvalho Filho PMI (procedimento de manifestação de interesse social) é um processo direcionado à manifestação transmitida por setores da sociedade civil, objetivando a melhoria da Administração Pública por meio de parcerias.
Alude que sua natureza jurídica é a de processo administrativo formal, cujo procedimento deve ser estabelecido pela unidade federativa interessada. Este procedimento é importante para administração pública visto que é uma forma democrática, possibilitando o indivíduo ou até mesmo organizações da sociedade civil apresentar propostas para que se possa estabelecer um chamamento público com intuito de firmar parcerias.
22. Discorra sobre a natureza jurídica da permissão de serviço público.
A Lei nº 8.987/1995 refere-se à permissão de serviços públicos, conferindo a natureza jurídica contratual, considerando-a contrato de adesão, isso com amparado no próprio art. 175, parágrafo único, inc. I, da CF, é o que aduz o autor José dos Santo Carvalho Filho.
23. Disserte sobre autorização de serviço público no Brasil, abordando, em especial, dois pontos: (i) a sua existência na ordem jurídica; (ii) a possibilidade de sua utilização por todos os entes da federação. Cite exemplo.
 
A autorização de serviço público no Brasil é um ato administrativo precário unilateral, e segundo posicionamento doutrinário, tem como função autorizar que um particular utilize um bem público ou consentir para a pratica de atividades por um particular. Lembrando que nem sempre será um ato discricionário, haja vista que na autorização de serviço de comunicação a Lei de nº 9472/97 determina-o como ato vinculado. A autorização de serviços públicos na ordem jurídica tem amparo no art. 21, incisos XI e XII da CF. Ocorre que, conforme o entendimento doutrinário, a autorização de serviço público deve ser formalizada e ainda recomenda-se a sua aplicação em casos de prestação de serviços de menor complexidade. Para exemplificar, temos casos de autorização para conservação de praças em troca da fixação de placas com propaganda de empresa.
24. Conceitue agente público.
O mestre José dos Santos Carvalho Filho conceitua a expressão agentes públicos como "o conjunto de pessoas que, a qualquer título, exercem uma função pública como prepostos do Estado". De acordo com a Lei 8.429/1992 em seu art. 2° “Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior”.
 25. Indique e explique quais são espécies de agentes públicos.
De acordo com José dos Santos Carvalho Filho (2018), os agentes públicos se classificam em:
a) Agentes Políticos: são aqueles aos quais incumbe a execução das diretrizes traçadas pelo Poder Público. São estes agentes que desenham os destinos fundamentais do Estado e que criam as estratégicas políticas por eles consideradas necessárias e convenientes para que o Estado atinja os seus fins.
b) Agentes Particulares Colaboradores: refere-se a pessoa física que sem perderem a qualidade de particulares e sem existir vínculo de trabalho entre a administração pública de forma remunerada ou não, mas existindo sim, uma execução de um trabalho em benefício do interesse público e do particular, ou seja, não existe entre o particular e a administração um vínculo jurídico, mas existe sim uma prestação de a atividade pelo particular em benefício do interesse público.
c) Servidores Públicos: Espécie de agentes públicos onde se encontra o maior número de pessoas naturais exercendo a funções públicas, cargos públicos e empregos públicos nas administrações direta e indireta. São agentes administrativos que exercem uma atividade pública com vínculo e remuneração paga pelo erário público. 
d) Militares: abrangem as pessoas físicas que prestam serviços às forças armadas, marinha, exército e aeronáutica, art. 142, caput e § 3º da CF e também as policias militares e corpo de bombeiros militares dos Estados, Distrito federal e Territórios, art.42 da CF e com a EC nº 18/98 são denominados servidores militares.
26. Explique os regimes jurídicos estatutário, celetista e temporário (especial).
De acordo com o mestre José dos Santos Carvalho Filho (2018), o regime estatutário é entendido “como conjunto de regras que regulam a relação jurídica funcional entre o servidor público estatutário e o Estado” (sic). Acrescenta que esse conjunto normativo, se encontra no estatuto funcional da pessoa federativa. Ainda assevera que as regras estatutárias básicas devem estar contidas em lei; todavia, existem aquelas de caráter organizacional, que podem estar previstas em decretos, portarias, circulares etc. O autor ainda aponta duas características concernentes ao regime estatutário. A primeira “pluralidade normativa,que significa que Cada pessoa da federação, desde que adote o regime estatutário para os seus servidores, precisa ter a sua lei estatutária para que possa identificar a disciplina da relação jurídica funcional entre as partes.” (sic). A segunda característica é em relação “à natureza da relação jurídica estatutária. Essa relação não tem natureza contratual, ou seja, inexiste contrato entre o Poder Público e o servidor estatutário. Tratando-se de relação própria do direito público, não pode ser enquadrada no sistema dos negócios jurídicos bilaterais de direito privado” (sic).
Em relação ao regime jurídico celetista o autor explica que esse regime se refere ao “regime trabalhista é aquele constituído das normas que regulam a relação jurídica entre o Estado e seu servidor trabalhista. Como o regime é aquele aplicável genericamente às relações jurídicas entre empregadores e empregados no campo privado, encontra-se ele na Consolidação das Leis do Trabalho” (sic). Aduz que este regime jurídico se diferencia do regime estatutário por se amparar no princípio da unicidade normativa, ou seja, há a presença de um único diploma normativo para regular a relação jurídica de trabalho (CLT), sendo o regramento adotado pelo ente público. Outra característica importante que o autor supracitado aduz, diz respeito a natureza da relação jurídica entre Estado e Servidor, que celebram contrato de trabalho.
Por fim, o regime jurídico temporário (especial) que visa a disciplinar uma categoria específica de servidores, com amparo no art.37, IX, da CF. Para José dos Santos Carvalho Filho (2018) existem três pressupostos essenciais para a caracterização deste regime: “a determinabilidade temporal da contratação, ou seja, os contratos firmados com esses servidores devem ter sempre prazo determinado; temporariedade da função: a necessidade desses serviços deve ser sempre temporária; a excepcionalidade do interesse público que obriga ao recrutamento”.
 27. Disserte sobre o regime jurídico único.
O art. 39, caput, da CF, preceitua que os entes públicos devem instituir um regime jurídico único para reger os servidores públicos no âmbito da administração pública direta, autarquias e fundações pública, ou seja, poderá escolher o Estatutário ou o Celetista. Desta forma, tal dispositivo determina que o ente público deva aderir um regime jurídico para aplicar nas relações dos servidores públicos. Cumpre aclarar que a EC 19 de 1998 exclui a obrigatoriedade do regime jurídico único. Possibilitou que os entes públicos aderissem a mais de um regime jurídico nas relações de servidores públicos. A Lei no 9.962, de 22 de fevereiro de 2000 reconheceu o regime trabalhista, além do estatutário. Entretanto, a ADI de no 2.135/2007 suspendeu a nova redação dada ao artigo 39 da CF, tal decisão impede provisoriamente a adoção de pluralidade de regimes jurídicos, pelo ente público. Diante disso, o que está em vigor é o regime jurídico único.
28. Faça um paralelo entre cargo, emprego e função.
O cargo público na visão do doutrinador Hely Lopes Meirelles (2018), é o “lugar instituído na organização do serviço público com denominação própria, atribuições e responsabilidades específicas”. A lei 8.112/1990 determina que “Conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. (...) Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos”. Em relação ao emprego público, embora tenha a presença do concurso público, este está relacionado ao regime celetista (CLT). O emprego público está vinculado a administração pública Indireta, relacionado as empresas públicas e as sociedades de economia mista. E por fim, a função pública na visão de Lopes Meirelles (2018) “as funções são os encargos atribuídos aos órgãos, cargos e agentes. O órgão normalmente recebe a função in genere e a repassa aos seus cargos in specie, ou a transfere diretamente a agentes sem cargo, com a necessária
parcela de poder público paira o seu exercício. Toda função é atribuída e
delimitada por norma legal” (sic).
 29. Discorra sobre as formas de provimento originário e derivado de cargo público.
Em relação ao provimento originário, observa-se que a forma admitida em nossa Constituição Federal é a nomeação, para os cargos efetivos, que por sua vez depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, conforme estabelecido na CF, art. 37, II.
Em relação ao provimento derivado, pode-se observar a presença de seis formas, que encontram amparo no do art. 8º da Lei nº 8.112/90. São elas: 
A promoção, que se dará quando o servidor público for elevado de uma classe para outra dentro de uma mesma carreira, ou seja este servidor irá para um cargo superior;
A readaptação, que consiste em readaptar o servidor para um cargo que seja compatível com a deficiência física que esse possua;
A reversão, que ocorrerá quando o servidor aposentado por invalidez retornar a atividade pública;
O aproveitamento, que consiste no é o retorno ao Serviço Ativo do Servidor que se encontrava em disponibilidade e foi aproveitado – deve realizar-se em cargo semelhante àquele anteriormente ocupado. 
A reintegração consiste em reintegrar o servidor público que tenha sido demitido, mas que por meio de anulação administrativa este deve ser reintegrado;
E por fim, a recondução que consiste em reconduzir o servidor público ao seu cargo de origem, em caso que ele não tenha tido êxito na fase de estágio probatório em outro concurso público.
30. Depois de conceituar concurso público, discorra sobre a sua importância para a efetividade dos princípios republicano e da eficiência administrativa.
O concurso público é o meio pelo qual a administração pública atende as necessidades funcionais demandadas pelo setor público, observado o princípio da moralidade, impessoalidade e eficácia do serviço público. O concurso público é importante para promover a efetividade dos princípios basilares de nossa República, visto que a aplicação deste para o preenchimento de cargos públicos confere aos cidadãos a igualdade de oportunidades, defendo assim o princípio da igualdade. Ainda preceitua-se como premissa nos concursos públicos o princípio da moralidade administrativa, que consiste em não favorecer, tampouco perseguir os participantes.
Ainda, pode-se destacar que o concurso público promove a competitividade entre os participantes, e através deste mecanismo, ocorrerá o ingresso de servidores que irão atender de forma eficiente as necessidades da administração pública. 
31. O que é estágio probatório? E estabilidade? Explique os requisitos de tais figuras.
O mestre José dos Santos Carvalho Filho (2018) define estágio probatório como o período dentro do qual o servidor é aferido quanto aos requisitos
necessários para o desempenho do cargo, relativos ao interesse no serviço, adequação, disciplina, assiduidade e outros do mesmo gênero. Em relação a estabilidade, preleciona que é a garantia constitucional do servidor público estatutário de
permanecer no serviço público, após o período de três anos de efetivo exercício. A lei 8.112/1990 prevê em seu art.20, requisitos que será avaliado na fase de estágio probatório, são eles: a assiduidade, que se relaciona a pontualidade para com o horário, bem como não faltar injustificadamente; disciplina que se refere ao respeito a hierarquia e as normas; capacidade de iniciativa, que se refere a atitude do servidor em resolver situações no ambiente de trabalho; produtividade que se relaciona a eficiência do servidor público e também a responsabilidade que se relaciona ao comprometimento que esse tem com as tarefas e ao alcance de resultados.
32. Discorra sobre a acumulação remunerada de cargos na ordem jurídica brasileira.
A Constituição Federal de 88, em seu art. 37, XVI veda a acumulação de cargos públicos remunerados, exceto nos casos de serem dois cargos de professor, um cargo de professor com outro técnico ou científicoou em dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas. Além disto temos também no mesmo dispositivo normativo, em seu art. 38 as condições em que o servidor ocupa cargos de mandato eletivo, por exemplo aquele servidor municipal que foi eleito vereador havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, não havendo compatibilidade cabe a este indicar qual dos salários irá receber. Em contrapartida para os servidores que integrem cargos eletivos na esfera estadual, federal ou distrital, temos o afastamento do cargo público original.
33. Disserte sobre o teto remuneratório aplicável aos agentes públicos.
O teto remuneratório é o limite imposto por lei que deve ser observado na remuneração dos agentes públicos, como trata a Constituição Federal em seu art. 37, XI: a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos.
34. Disserte sobre as esferas de responsabilidade a que se sujeita o agente público.
Ao servidor público é atribuída três tipos de responsabilidade. A responsabilidade civil, que ocorre quando o agente de forma culposa ou dolosa, venha a causar danos a um terceiro. Isto ocorrerá de forma objetiva, ou subjetivamente como por exemplo, a condenação da Administração Pública de indenizar o terceiro por dano causado pelo agente, tendo esta direito de regresso em face do agente causador.
A responsabilidade administrativa, que decorre da violação aos preceitos estabelecidos em leis, estatutos e regras gerais do agente público em desconformidade ao exercício da função.
E a responsabilidade penal que ao agir de forma atípica e antijurídica no exercício de suas funções, venha a cometer ato criminoso, comprovada a culpabilidade em processo judicial penal.
35. Diferencie intervenção restritiva e supressiva da propriedade.
A intervenção restritiva consiste em restrições impostas a propriedade privada pelo Estado, ou seja é quando o poder público estabelece preceitos para o uso de tal propriedade, por exemplo os imóveis tombados, a servidão ou a ocupação temporária.
E a intervenção supressiva ocorre com a tomada do bem particular por parte do Estado, de forma coercitiva, transferindo a propriedade do bem para si.
36. Faça um paralelo entre requisição administrativa, ocupação temporária e limitação administrativa.
Requisição administrativa é uma modalidade de intervenção na qual o Estado utiliza de uma propriedade particular em casos de iminente perigo público, tendo o proprietário direito a uma posterior indenização em casos de danos.
Ocupação temporária é outra modalidade de intervenção na qual o Estado utiliza bens particulares de forma temporária afim de subsidiar por exemplo à execução de uma obra ou a execução de um determinado serviço público.
E a limitação administrativa, consiste em limitar, controlar e fiscalizar propriedade privada através de obrigações impostas pelo poder público para que esta propriedade atenda a sua função social.
37. Depois de conceituar tombamento, explique quais são os seus efeitos.
Tombamento é uma modalidade de intervenção do Estado no patrimônio privado através de ato que reconheça o valor histórico, artístico ou cultural de um determinado bem, garantindo a este título de patrimônio cultural e público, assim institui regime jurídico especial para tal propriedade, levando em conta sua função social e preservando a história e cultura de uma comunidade.
Os efeitos produzidos pelo tombamento a princípio encontram-se no Decreto Lei n. 25 de 1937, dos artigos 11 ao 21. Entretanto vale ressaltar que o ato de tombamento produz efeitos não só para o proprietário, como a proteção do bem tombado; conservação do bem tombado, autorização pública para reparo ou restauração, entre outros. Como também para o Estado, como por exemplo a vigilância permanente do bem tombado; a manutenção do bem caso o proprietário não tenha condições; e direito de preferência na aquisição do bem.
38. Conceitue servidão administrativa e explique o procedimento para sua instituição.
A servidão administrativa consiste em modalidade de intervenção na qual o Estado pretende garantir eficiência reconhecimento a um interesse público ao estipular finalidade pública a uma determinada propriedade particular. Veja que o proprietário não perde sua propriedade, ela passa a ser de uso comum as demais pessoas visto a necessidade e o interesse público sobre o privado.
O procedimento que institui a servidão administrativa ocorre por sentença judicial, mas não descarta de acordo entre as partes. A doutrina majoritária entende que a servidão deverá ser aplicado o procedimento cabível a desapropriação, Decreto Lei 3.365/41 que positiva a necessidade de declaração de utilidade pública por parte do Estado.
39. Após conceituar desapropriação, indique as modalidades existentes na ordem jurídica, apontando os pressupostos e normas aplicáveis a cada uma delas.
Desapropriação é o instrumento que o Estado utiliza para adquirir determinado bem privado, móvel e imóvel, de forma a retirar o direito de propriedade de um terceiro sobre tal bem. Fundado no interesse e necessidade pública, o Estado passa a exercer título de propriedade e posse sobre bem antes privado mediante indenização.
As modalidades de desapropriação podem ser várias, a depender do caso concreto, mas em sentido amplo estão previstas a desapropriação por necessidade ou utilidade pública e a desapropriação como forma de sanção.
A desapropriação por necessidade ou utilidade pública, consiste em modalidade comum, prevista no art. 182 §3º da Constituição Federal, exige indenização prévia, justa e em dinheiro. Tal modalidade acontecerá em situações que houver o utilidade pública para determinado patrimônio particular ou interesse social, voltado para o desenvolvimento de políticas sociais, como por exemplo a construção de moradias populares vinculados a programas sociais.
A desapropriação sanção por outro lado, consiste em modalidade punitiva, como o próprio nome sugere. Este procedimento é divido em três módulos segundo doutrina majoritária, a desapropriação sanção urbana, a sanção rural e a desapropriação confiscatória. A desapropriação sanção consiste na observância da função social estabelecida a propriedade na Constituição Federal, art. 170, inciso III. Assim cabe ao proprietário cumprir com a função social estabelecida a cada caso, para a propriedade urbana por exemplo temos a política de desenvolvimento urbano, art. 183, § 4º da Constituição Federal. E nos casos das sanções rurais temos a mesma observância imposta a função social aplicada ao terreno rural, positivado no Capitulo III do mesmo dispositivo legal, que estabelece os parâmetros das políticas agrícolas e fundiárias.
Já na desapropriação confiscatória temos a luz o artigo 243 da Constituição Federal, estabelecendo que “As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantaspsicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei”.
40. Quanto ao procedimento da desapropriação por utilidade pública, discorra sobre as fases declaratória e executória, detalhando o rito procedimental da ação de desapropriação.
A fase declaratória do procedimento de desapropriação é a etapa administrativa que consiste na declaração de utilidade pública pelo Estado, através de publicação nas diretrizes do Decreto-Lei n. 3.365/41, em Imprensa Oficial, contendo a descrição pormenorizada do bem e a finalidade da desapropriação. A declaração de utilidade pública é feita por meio de decreto do Presidente da República, Governador, Interventor ou Prefeito e, em caráter de exceção, pode ser declarada por lei.
A fase executória é o ato concreto que vem a efetivar a transferência de titularidade do bem do pretendido ao Poder Público, podendo esta ser judicial ou extrajudicial. No caso de ação judicial, a fase executória inicia-se no momento em que o Estado arbitra o valor da indenização. Ocorre quando o expropriante ingressa em juízo com a propositura da ação expropriatória cuja manifestação judicial pode ser homologatória ou contenciosa.
41. Explique o que é desapropriação indireta e desapropriação por zona.
Desapropriação indireta trata de tese fundada no art. 35 do Decreto-Lei n° 3.365/1941: “Os bens expropriados, uma vez incorporados à Fazenda Pública, não podem ser objeto de reivindicação, ainda que fundada em nulidade do processo de desapropriação. Qualquer ação, julgada procedente, resolver-se-á em perdas e danos”.
Desapropriação por zona consiste em modalidade de desapropriação por utilidade pública, e está prevista no art. 4º do Decreto-lei nº 3.365, que abrange área contínua necessária ao desenvolvimento posterior da obra a que se destine ou; zonas que se valorizem extraordinariamente em consequência da realização de serviços. A declaração de utilidade pública deve especificar qual é a área a ser destinada à continuidade da obra e qual aquela que se será revenda devido a sua valorização.
42. Explique o que é retrocessão.
Podemos conceituar retrocessão segundo os seguintes autores:
De Plácido e Silva defini retrocessão como “designa o regresso ou o retorno do domínio de bens desapropriados, em parte ou em todo, ao antigo dono, desde que não se mostre mais útil ou necessário ao Estado. É, portanto, a devolução do domínio desapropriado, para que se integre ou regresse ao patrimônio daquele que foi tirado pelo mesmo preço da desapropriação”.
Para Hely Lopes Meirelles, “retrocessão é uma obrigação que se impõe ao expropriante de oferecer o bem ao expropriado, mediante a devolução do valor da indenização, quando não lhe der o destino declarado no ato expropriatório”.
Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro, “retrocessão é o direito que tem o expropriado de exigir de volta o seu imóvel caso o mesmo não tenha o destino para que se desapropriou”.
43. Depois de conceituar bens públicos, explique o regime jurídico a eles aplicáveis.
Bens públicos são todos aqueles bens, moveis e imóveis que sua administração e posse pertence as pessoas jurídicas de Direito Público, como a União, os estados, Distrito Federal, municípios, autarquias e fundações Públicas. Os Bens públicos são classificados em federais, estaduais ou municipais, a depender da entidade pública a qual esteja vinculado.
Já o Código Civil de 2002 classifica os bens públicos segundo à sua destinação, Bens de uso comum do povo ou de Domínio Público, Bens de uso especial ou do Patrimônio Administrativo Indisponível e Bens dominicais ou do Patrimônio Disponível.
O regime jurídico dos bens públicos é composto por três características, quanto a inalienabilidade, em regra não se pode alienar tal bem. A imprescritibilidade que garante o não reconhecimento de usucapião em imóveis públicos. E impenhorabilidade, característica que garante ao bem público não ser objeto de penhora.
 
44. Faça um paralelo entre o controle administrativo, legislativo e judicial da Administração Pública.
 	O controle que o Poder Executivo realiza sobre suas próprias atividades recebe o nome de controle administrativo, sendo um controle de legalidade e de mérito, deriva do poder-dever de autotutela que a Administração Pública tem sobre seus próprios atos e agentes. O controle administrativo se dá mediante fiscalização das atividades e dos recursos administrativos.
	O controle legislativo é um controle externo ao poder Executivo. Trata se de controle político, a previsão da possibilidade desse controle encontra-se no art. 49 da Constituição Federal, o qual compete ao Congresso Nacional “fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta”. Além das hipóteses do artigo 49, temos como competência privativa ao legislativo o exposto nos arts. 51 e 52 que garantem a legalidade no controle legislativo e a apreciação de demandas necessárias.
O controle judicial é aquele exercido pelos órgãos do Poder Judiciário sobre os atos administrativos praticados pelo Poder Executivo, pelo Poder Legislativo ou pelo próprio Poder Judiciário. Que tem como finalidade a preservação de direitos individuais dos administrados.
45. Explique o que é o Tribunal de Contas e qual o seu papel na ordem jurídica vigente.
O Tribunal de Contas, apesar do título de tribunal, este não pertence ao Poder Judiciário. O objeto pertinente a sua apreciação não são as ações judiciais, mas sim os atos da Administração Pública.
Assim podemos definir os tribunais de contas como órgãos técnicos e independentes que tem como finalidade a verificação das contas públicas. Sua função consiste em fiscalizar, sobre aspectos técnicos, os certames das finanças públicas no Poder Executivo. Observando a legalidade dos atos da Administração Pública principalmente no que tange as finanças do Estado.
Seu papel como tratado anteriormente, consiste na fiscalização contábil, orçamentaria e patrimonial da Administração Pública, de forma a colaborar com o controle legislativo exercido pelo Congresso Nacional, e a atuação do Ministério Público e Polícia Federal no combate a corrupção e atos de irresponsabilidade financeira por parte da Administração.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm Acesso em 04 do 06 de 2020.
BRASIL. LEI Nº 8.987, DE 13 DE FEVEREIRO DE 1995. Disponível http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8987cons.htm Acesso em 05 do 06 de 2020.
BRASIL. LEI Nº 13.460, DE 26 DE JUNHO DE 2017. Disponível http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13460.htm Acesso em 05 do 06 de 2020.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo.32. ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo: Atlas,2018.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 38. ed. São Paulo: Malheiros, 2015
Belo Horizonte
2020

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