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Literatura - Classicismo UFT a b c d e Questão 1 A crítica literária denomina gêneros literários as diferentes categorias em que as obras literárias podem ser agrupadas em função de diferentes interpretações e olhares do escritor diante do mundo. Com base na teoria dos gêneros literários, considere as afirmações abaixo: I. Há uma teoria clássica que dominou a literatura até o século XIX, e outra moderna que começou a manifestar-se a partir do Romantismo. II. Na teoria clássica consideram-se os três gêneros: épico, lírico e dramático e não se admite mistura de gêneros. III. Na teoria moderna considera-se que não há limites para as espécies de gêneros, mas reconhecem-se três tipos básicos: narrativo, lírico e dramático. IV. Na teoria moderna admite-se fusão de gêneros, o que amplia as possibilidades do processo de criação do escritor. todas estão corretas apenas I e II estão corretas apenas II e III estão corretas apenas I e IV estão corretas apenas III e IV estão corretas PUC-Campinas a b c d e Questão 2 1964 Abril, 1 − E, de repente, foi-se o Governo Goulart, levando consigo o Comando Geral dos trabalhadores. Em menos de dois dias, tudo se esfarelou. O Presidente da República, tão seguro de si ao falar aos “senhores sargentos”, fugiu de avião para lugar ainda não sabido. Não tinha a força que pensava − e que outros pensavam que ele tivesse. Abril, 13 − Baixado Ato Institucional, que atenta rudemente contra o sistema democrático. O Congresso, já tão inexpressivo, passa a ser uma pobre coisa tutelada. Vamos ver o que será das liberdades públicas. (Carlos Drummond de Andrade. O observador no escritório. Rio de Janeiro: Record, 1985. p. 148 e 149) Ainda no livro O observador no escritório, em que Drummond publica impressões e reflexões anotadas ao longo dos anos, lê-se a seguinte nota, datada de 12 de abril de 1945: Nunca pertencerei a um partido, isto eu já decidi. Resta o problema da ação política em bases individualistas, como pretende a minha natureza. O problema a que se alude na nota acima espelha-se em vários versos do poeta, como estes: As casas espiam os homens Que correm atrás de mulheres. O céu talvez fosse azul, Não houvesse tantos desejos. Dançai, meus irmãos! A morte virá depois, como um sacramento. O Cristo é sempre novo, e na fraqueza deste menino há um silencioso motor, uma confidência e um sino. Os amantes se amam cruelmente E com se amarem tanto, não se veem. Um se ama no outro, refletido. Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo. EsPCEx a b c d e Questão 3 Epopeia é uma longa narrativa em versos que ressalta os feitos de um herói, protagonista de fatos históricos ou maravilhosos. A maior das epopeias da Língua Portuguesa é “Os Lusíadas”, de Camões, em que o grande herói celebrado é Diogo Álvares Correia. Fernão de Magalhães. O Gigante Adamastor. Vasco da Gama. Cristóvão Colombo. ENEM PPL a b c d e Questão 4 É o diabo!... praguejava entre dentes o brutalhão, enquanto atravessava o corredor ao lado do Conselheiro, enfiando às pressas o seu inseparável sobretudo de casimira alvadia. — É o diabo! Esta menina já devia ter casado! — Disso sei eu... balbuciou o outro. — E não é por falta de esforços de minha parte; creia! — Diabo! Faz lástima que um organismo tão rico e tão bom para procriar, se sacrifique desse modo! Enfim — ainda não é tarde; mas, se ela não se casar quanto antes — hum... hum!... Não respondo pelo resto! — Então o Doutor acha que...? Lobão inflamou-se: Oh! o Conselheiro não podia imaginar o que eram aqueles temperamentozinhos impressionáveis!... eram terríveis, eram violentos, quando alguém tentava contrariá-los! Não pediam — exigiam — reclamavam! AZEVEDO, A. O homem. Belo Horizonte: UFMG, 2003 (fragmento). O romance O homem, de Aluísio Azevedo, insere-se no contexto do Naturalismo, marcado pela visão do cientificismo. No fragmento, essa concepção aplicada à mulher define-se por uma conivência com relação à rejeição feminina de assumir um casamento arranjado pelo pai. caracterização da personagem feminina como um estereótipo da mulher sensual e misteriosa. convicção de que a mulher é um organismo frágil e condicionado por seu ciclo reprodutivo. submissão da personagem feminina a um processo que a infantiliza e limita intelectualmente. incapacidade de resistir às pressões socialmente impostas, representadas pelo pai e pelo médico. PUC-Campinas a b c d e Questão 5 No século XVII, graças à exploração da cana-de-açúcar, a América Portuguesa já ostenta uma opulência que as colônias inglesas levarão algum tempo a alcançar. Esse século conhecerá, entre nós, o estilo barroco de Vieira e de Gregório de Matos. Apenas muito mais tarde, entre 1760 e a época da Regência (1831-40), a literatura brasileira, evadindo-se da esfera barroca, obedece ao estilo neoclássico. (...) O século XVIII se dividirá entre o orgulho do progresso, o apreço pela razão civilizatória (Ilustração) e a utopia do retorno à natureza. Um naturismo iluminista concorrerá para disseminar a versão setecentista da pastoral: o simbolismo arcádico. (José Guilherme Merquior. De Anchieta a Euclides − Breve história da literatura brasileira. Rio de Janeiro: José Olympio, 1977, p. 17, 24-25) Na passagem do estilo barroco ao estilo neoclássico, de que fala o texto, uma nova atitude cultural que direciona a literatura é o apego ao estilo hermético e elaborado que marcou a oratória da época, como se pode verificar com a leitura dos Sermões. a convenção artística que toma por base os valores da Ilustração, sobretudo o primado da razão e da natureza. a exploração do estilo rústico das linguagens nas áreas canavieiras, qualificado como regionalista. o Simbolismo, movimento que proporcionou grande renovação nas manifestações da poesia lírica. o apego nacionalista à exuberância de nossas paisagens, sobretudo as mais rústicas e exóticas. UNCISAL a b c d e Questão 6 SONETO 204 AO RAPPER De cor, mulato, pardo, negro, preto. O branco é simplesmente branco, e só. Você quer mais respeito, não quer dó. Quer ser um cidadão, não quer o gueto. No Sul, no Pelourinho, no Soweto, lutando contra o falso status quo da máscara, a gravata e o paletó: A letra é mais comprida que um soneto. Seu canto já foi blues, quase balada; Foi soul, foi funk e reggae; agora é bala perdida em tiroteio de emboscada. Xerife do xadrez, você não cala: leva a periferia pra parada, de sola entra no som da minha sala. Disponível em: . Acesso em: 5 nov. 2015. Acerca da estrutura métrica e rimática do poema acima, umsoneto de autoria de Glauco Mattoso, pode-se afirmar a presença de versos decassílabos, com esquema de rimas em ABBA BAAB CDE CDE. versos decassílabos, com esquema de rimas em ABBA BAAB CDC DCD. versos alexandrinos, com esquema de rimas em ABAB CDCD EFG EFG. versos em redondilhas maiores, com esquema de rimas em ABBA BAAB CDE CDE. versos em redondilhas menores, com esquema de rimas em ABBA CDDC EFG EFG. Texto base 1 Sete anos de pastor Jacob servia Labão, pai de Raquel, serrana bela; mas não servia ao pai, servia a ela, e a ela só por prêmio pretendia. Os dias, na esperança de um só dia, passava, contentando-se com vê-la; porém o pai, usando de cautela, em lugar de Raquel lhe dava Lia. Vendo o triste pastor que com enganos lhe fora assi negada a sua pastora, como se a não tivera merecida, começa de servir outros sete anos, dizendo: “Mais servira, se não fora para tão longo amor tão curta a vida”. (Luís Vaz de Camões. Sonetos, 2001.) UNIFESP a b c d e Questão 7 PARA RESPONDER À QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 1 Do ponto de vista formal, o tipo de verso e o esquema de rimas que caracterizam este soneto camoniano são, respectivamente, dodecassílabo e ABAB ABAB ABC ABC. decassílabo e ABAB ABAB CDC DCD. heptassílabo e ABBA ABBA CDE CDE. decassílabo e ABBA ABBACDE CDE. dodecassílabo e ABBA ABBA CDE CDE. UDESC a b c d e Questão 8 TEXTO 4 [1] A Ilha Grande não merecia ser um presídio. Desde as casas brancas dos pescadores que foram ficando para trás, lá embaixo, no Abraão, até os caminhos sinuosos que vão cortando as montanhas, tudo parece um cenário de liberdade. Olho para baixo e lá está o azul para se mergulhar, aquela faixa molhada da praia onde [5] costumamos caminhar para refrescar os pés, o toque da brisa. Além do mais há mato, vegetação, verde. Tudo aqui é tão selvagem, tão natural, como é que poderiam ter imaginado um presídio nesta Ilha? Teria sido um requinte de crueldade, deixar que os punidos se lembrem diariamente da água, da areia, da brisa e do mato? Quando chegamos, todos os presos que tinham vista para a entrada estavam [10] colados nas grades das celas. Queriam ver as novas caras. A Ilha seria o presídio de muitos anos, o lugar onde ficaríamos, talvez para sempre. Íamos olhando todo aquele cenário curioso, mas também com uma certa calma de quem vai reencontrá-lo muitas vezes. Passamos a guarda na entrada, penetramos no prédio branco, ganhamos uniformes e fomos introduzidos na galeria dos presos políticos. Gabeira, Fernando. O que é isso, companheiro? Rio de Janeiro: Codecri, 1979, p. 181. Assinale a alternativa correta em relação à obra O que é isso, companheiro?, Fernando Gabeira, e ao Texto 4. Em “os caminhos sinuosos que vão cortando as montanhas” (linhas 2 e 3) há antítese. No período “Olho para baixo e lá está o azul para se mergulhar “(linhas 3 e 4), os verbos destacados, quanto à transitividade, são classificados, na sequência, como verbo transitivo direto e verbo de ligação. Em “Além do mais há mato, vegetação, verde” (linhas 5 e 6) tem-se uma oração sem sujeito e as palavras destacadas são, sintaticamente, objeto direto. A obra é narrada em 3ª pessoa com interferência do próprio autor, que relata também sua trajetória como militante político, durante o período da ditadura militar no Brasil. No período “Passamos a guarda na entrada, penetramos no prédio branco, ganhamos uniformes e fomos introduzidos na galeria dos presos políticos” (linhas 13 e 14) há cinco orações coordenadas, sendo a última coordenada sindética aditiva. ESPM a b c d e Questão 9 Camões, grande Camões, quão semelhante Acho teu fado¹ ao meu quando os cotejo! Igual causa nos fez perdendo o Tejo Arrostar² co sacrílego gigante (...) Ludíbrio, como tu, da sorte dura, Meu fim demando ao Céu, pela certeza De que só terei paz na sepultura (...) (Bocage) ¹fado = destino ²arrostar = encarar, afrontar Assinale a afirmação correta sobre o poema. O "eu" lírico: Expressa inveja de Camões por não ter tido igual sepultura. Compara-se a Camões, fazendo um desabafo enfático da amargura pela infelicidade ao longo de uma existência. Segue o princípio clássico do relatar experiências humanas negativas aplicáveis a todos. Alterna versos alexandrinos (ou dodecassílabos) com versos decassílabos. Dirige-se ao "Céu" e ao "Tejo" com a intenção de aliar- se aos elementos da natureza. EsPCEx a b c d e Questão 10 Leia o soneto a seguir e marque a alternativa correta quanto à proposição apresentada. Se amor não é qual é este sentimento? Mas se é amor, por Deus, que cousa é a tal? Se boa por que tem ação mortal? Se má por que é tão doce o seu tormento? Se eu ardo por querer por que o lamento Se sem querer o lamentar que val? Ó viva morte, ó deleitoso mal, Tanto podes sem meu consentimento. E se eu consinto sem razão pranteio. A tão contrário vento em frágil barca, Eu vou por alto-mar e sem governo. É tão grave de error, de ciência é parca Que eu mesmo não sei bem o que eu anseio E tremo em pleno estio e ardo no inverno. O artista do Classicismo, para revelar o que está no universo, adota uma visão subjetiva. idealista. racionalista. platônica. negativa. UFG a b c d e Questão 11 Leia o trecho a seguir. Amanhã o dia poderá nascer claro, o sol brilhando como nunca brilhou. Nessa hora os homens compreenderão que, mesmo à margem da vida, ainda vivo, porque a minha existência se transmudou em cores e o branco já se aproxima da terra para exclusiva ternura dos meus olhos. RUBIÃO, Murilo. O pirotécnico Zacarias. In: Obra completa. São Paulo: Companhia das Letras. p. 20. No trecho transcrito, o complexo verbal “poderá nascer” indica a percepção de Zacarias quanto à sua condição no mundo. Tal percepção se evidencia no fato de essa personagem ter a confirmação de testemunhas de que estava realmente morto. julgar-se um ser mais sensível do que os que estão vivos. desistir de viver por não ser mais visto como o pirotécnico. saber o que acontecerá em seu futuro ao descrever o momento de sua morte. sentir-se inferiorizado como um ser no limiar entre a vida e a morte. ESPM a b c d e Questão 12 [...] o professor e escritor português Helder Macedo, que, no ensaio “Camões e a viagem iniciática”, irá contestar a teoria da castidade do poeta Camões, argumentando que o autor Luís de Camões, à frente do seu tempo, teria, na verdade, procurado e desenvolvido uma nova filosofia na qual os valores até então inconciliáveis do homem (o corpo e a alma) pudessem, na sua poesia, finalmente se combinar. Ora, Camões estava, sim, inserido numa Europa quinhentista, que ainda apresentava como grandes ícones poéticos os renascentistas italianos Dante e Petrarca, que, como dissemos, eram defensores do amor não-carnal e em cujos versos a figura feminina era via de regra vista como símbolo de pureza. Entretanto, se estes dois poetas aprovisionam o seu fazer poético de um caráter platônico indubitável (e não o fazem apenas na arte, mas também na vida, haja vista as biográficas paixões inalcançáveis que estes nutriam pelas mulheres que se tornariam as suas respectivas musas poéticas: Beatriz e Laura), a mesma certeza não se pode ter em relação ao poeta português. Isto porque viver na Europa quinhentista não faz necessariamente de Luís de Camões um quinhentista genuíno, no sentido ideológico e não temporal da palavra, não insere obrigatoriamente Camões no pensamento do seu tempo, a coadunar, parcial ou totalmente, com a visão de mundo vigente. E serão estas duas possibilidades, estes inegociáveis estar e não-estar camonianos em sua época, que provocarão as dubiedades semânticas que podemos observar com frequência nas leituras críticas de sua poesia. (Marcelo Pacheco Soares, Camões & Camões ou Pede o desejo, Camões, que vos leia, http://www.revistavoos.com.br/seer/index.php/voos/ article/view/46/01_Vol2_VOOS2009_CL20) Ainda segundo o texto: Camões não se enquadra cronologicamente no quinhentismo, mas sim ideologicamente. alvos da crítica literária, as contradições semânticas são frequentes na produção poética camoniana. Camões produziu uma teoria da castidade, ao defender o amor puro, não material, não-carnal. a busca da conciliação entre matéria e espírito, corpo e alma, é um traço típico da lírica camoniana. a consciência das tensões entre corpo e alma, “estar” e “não-estar”, faz de Camões um poeta à frente de seu tempo. ESPM a b c d e Questão 13 [...] o professor e escritor português Helder Macedo, que, no ensaio “Camões e a viagem iniciática”, irá contestar a teoria da castidade do poeta Camões, argumentando que o autor Luís de Camões, à frente do seu tempo, teria, na verdade, procurado e desenvolvido uma nova filosofia na qual os valores até então inconciliáveis do homem (o corpo e a alma) pudessem, na sua poesia, finalmente se combinar. Ora, Camões estava, sim, inserido numa Europa quinhentista, que ainda apresentava como grandes ícones poéticos os renascentistas italianos Dante e Petrarca, que, como dissemos, eram defensores do amor não-carnal e em cujos versos a figura feminina era via de regra vista como símbolo de pureza. Entretanto, se estes dois poetas aprovisionam o seu fazer poéticode um caráter platônico indubitável (e não o fazem apenas na arte, mas também na vida, haja vista as biográficas paixões inalcançáveis que estes nutriam pelas mulheres que se tornariam as suas respectivas musas poéticas: Beatriz e Laura), a mesma certeza não se pode ter em relação ao poeta português. Isto porque viver na Europa quinhentista não faz necessariamente de Luís de Camões um quinhentista genuíno, no sentido ideológico e não temporal da palavra, não insere obrigatoriamente Camões no pensamento do seu tempo, a coadunar, parcial ou totalmente, com a visão de mundo vigente. E serão estas duas possibilidades, estes inegociáveis estar e não-estar camonianos em sua época, que provocarão as dubiedades semânticas que podemos observar com frequência nas leituras críticas de sua poesia. (Marcelo Pacheco Soares, Camões & Camões ou Pede o desejo, Camões, que vos leia, http://www.revistavoos.com.br/seer/index.php/voos/ article/view/46/01_Vol2_VOOS2009_CL20) Baseando-se no texto, pode-se afirmar que: o professor e escritor português citado discorda de uma teoria filosófica nova desenvolvida por Camões. a mulher, no quinhentismo, era vista, contrariando a regra, como um ser idealizado, puro, inalcançável. Camões produziu obras biográficas cujas fontes de inspirações poéticas eram as figuras femininas. Camões não seguiu rigidamente os cânones renascentistas da época: o platonismo e o petrarquismo. paira uma incerteza sobre a genuína influência da filosofia platônica nos clássicos renascentistas Dante e Petrarca. UNCISAL a b c d e Questão 14 Acerca do movimento denominado Parnasianismo, pode-se dizer que valorizava extremamente os aspectos formais do texto literário e retomava valores legados pela antiguidade greco-latina, assim como fizeram outros movimentos que o antecederam, como o Classicismo e o Arcadismo. os seus autores, entre os quais estavam Manuel Bandeira e Olavo Bilac, adotavam pseudônimos latinos e celebravam a vida simples do campo, o que ficou conhecido como bucolismo e pastoralismo. questionava radicalmente as formas consagradas de elaboração poética e defendia a liberdade de criação artística, como se percebe nos manifestos escritos por seu principal autor, o paulistano Oswald de Andrade. começou após a proclamação da Independência e teve como nomes mais destacados Álvares de Azevedo e Gonçalves Dias, que visavam criar uma arte genuinamente brasileira. tem como proposta principal a noção de “arte pela arte”, segundo a qual a poesia deve denunciar os problemas brasileiros, a fim de promover a transformação da realidade. Mackenzie a b c d e Questão 15 “A Idade Média não existe. Esse episódio de quase mil anos (...) é uma fabricação, uma construção, um mito, quer dizer, um conjunto de representações e de imagens em perpétuo movimento, amplamente difundidas na sociedade, de geração em geração (...)”. Christian Amalvi. “Idade Média”. In: Jacques Le Goff e Jean- Claude Schmitt. Dicionário Temático do Ocidente Medieval. Bauru, SP: EDUSC, 2006, p.537. A respeito do tema, considere as seguintes afirmativas: I. As representações depreciativas do período remontam às tentativas, principalmente de humanistas italianos desde o século XIV, de retornar às fontes da Antiguidade Clássica. II. O século XVIII, com sua revalorização do racionalismo e antropocentrismo, assiste ao dualismo “obscurantismo” – representado pela Idade Média – e as “Luzes” – representadas pelo Iluminismo. III. A visão de uma Idade Média plena de cultura e da qual se originou a civilização europeia deve-se, em grande parte, ao século XIX, com o Romantismo. Assinale se apenas I estiver correta. se apenas I e II estiverem corretas. se apenas II e III estiverem corretas. se apenas I e III estiverem corretas. se I, II e III estiverem corretas. PUC-SP a b c d e Questão 16 “As metáforas da luz vitoriosa das trevas, da vida renascendo do seio da morte, do mundo reconduzido ao seu começo são imagens que se impõem universalmente por volta de 1789.” Jean Starobinski. 1789. Os emblemas da razão. São Paulo: Companhia das Letras, 1988, p. 38 O texto se refere à independência dos Estados Unidos e sua influência no resto do mundo. coroação de Luis XIV, intitulado Rei Sol e exemplo de monarca absoluto. reconquista da Península Ibérica, antes tomada pelos mouros. hegemonia britânica sobre os mares após o Ato de Navegação. difusão dos ideais iluministas associados à Revolução Francesa. Mackenzie a b c d e Questão 17 Texto I Esses Moços Esses moços, pobres moços Ah! Se soubessem o que eu sei Não amavam... Não passavam aquilo que eu já passei [5] Por meus olhos Por meus sonhos Por meu sangue, tudo enfim É que eu peço a esses moços Que acreditem em mim [10] Se eles julgam Que há um lindo futuro Só o amor nesta vida conduz Saibam que deixam o céu por ser escuro E vão ao inferno [15] À procura de luz Eu também tive nos meus belos dias Essa mania que muito me custou E só as mágoas eu trago hoje em dia E essas rugas o amor me deixou! Lupicínio Rodrigues (1948) Texto II Capítulo LXXIII / O contrarregra Ora, o dandy do cavalo baio não passou como os outros; era a trombeta do juízo final e soou a tempo; assim faz o Destino, que é o seu próprio contrarregra. O cavaleiro não se contentou de ir andando, mas voltou a cabeça para o nosso lado, o lado de Capitu, e olhou [5] para Capitu, e Capitu para ele; o cavalo andava, a cabeça do homem deixava-se ir voltando para trás. Tal foi o segundo dente de ciúme que me mordeu. A rigor, era natural admirar as belas figuras; mas aquele sujeito costumava passar ali, às tardes; morava no antigo Campo da Aclamação, e depois... e depois... Vão lá raciocinar com um coração [10] de brasa, como era o meu! Nem disse nada a Capitu; saí da rua à pressa, enfiei pelo meu corredor, e, quando dei por mim, estava na sala de visitas. Machado de Assis, Dom Casmurro (1899) Sobre o trecho do Texto II era a trombeta do juízo final e soou a tempo; assim faz o Destino, que é o seu próprio contrarregra (linhas 01-03), é correto afirmar que Bentinho já percebe uma das traições de sua esposa e anuncia o final do relacionamento entre eles. a citação à trombeta do juízo final indicia o engajamento e a estreita relação de Bentinho com o Cristianismo. a referência ao contrarregra é utilizada para marcar o domínio que o narrador tem sobre o seu destino. há uma aproximação do fragmento com a ideologia do carpe diem, uma vez que o juízo final está perto restando a Bentinho aproveitar a vida. há uma visão pessimista da vida, que não é controlada apenas pelos desejos e ações das pessoas. Texto base 2 Na Grécia Antiga, o poema épico era declamado com acompanhamento musical, a lira. A respeito da utilização de instrumentos musicais, julgue o item. UnB a b Questão 18 PARA RESPONDER À QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 2 A literatura de cordel, a banda de pífanos e a poesia lírica clássica adotam procedimento musical semelhante. CERTO ERRADO UNIFOR a b c d e Questão 19 Mulheres de Atenas Chico Buarque Mirem-se no exemplo Daquelas mulheres de Atenas Vivem pros seus maridos Orgulho e raça de Atenas Quando amadas, se perfumam Se banham com leite, se arrumam Suas melenas Quando fustigadas não choram Se ajoelham, pedem imploram Mais duras penas; cadenas Mirem-se no exemplo Daquelas mulheres de Atenas Sofrem pros seus maridos Poder e força de Atenas Quando eles embarcam soldados Elas tecem longos bordados Mil quarentenas E quando eles voltam, sedentos Querem arrancar, violentos Carícias plenas, obscenas Mirem-se no exemplo Daquelas mulheres de Atenas Despem-se pros maridos Bravos guerreiros de Atenas [...] Elas não têm gosto ou vontade Nem defeito, nem qualidade Têm medo apenas Não tem sonhos, só tem presságios O seu homem, mares, naufrágios Lindas sirenas, morenas [...] Disponível em: < http://letras.mus.br/chico-buarque/45150>. Acesso em 10/10/2014. A canção de Chico Buarque de Holanda retrata um período da História em que o papel da mulher era de submissão e sem grande importância na sociedade. Assinale a obra na qual a protagonista desobedece às leis do Estado para proteger a sua família. Antígona, Sófocles. Senhora, José de Alencar. Ilíada, Homero. Helena, Machado de Assis. Gabriela, Cravo e Canela, Jorge Amado. FACERES a b c d e Questão 20 Leia o poema de Luís de Camões (Soneto I) e considere as proposituras relacionadas a ele: Enquanto quis Fortuna que tivesse Esperança de algum contentamento, O gosto de um suave pensamento Me fez que seus efeitos escrevesse. Porém, temendo Amor que aviso desse Minha escritura a algum juízo isento, Escureceu-me o engenho c’o tormento, Para que seus enganos não dissesse. Ó vós, que Amor obriga a ser sujeitos A diversas vontades! Quando lerdes Num breve livro casos tão diversos (Verdades puras são, e não defeitos), E sabei que, segundo o amor tiverdes, Tereis o entendimento de meus versos. I- O primeiro quarteto remete ao passado e relembra um tempo de esperança, trazida pela Fortuna. II- O segundo quarteto, no entanto, nos revela a adversidade trazida pelo Amor – indicada inclusive pela conjunção que inicia a estrofe. III- Os dois tercetos finais constroem um enigma baseado na interpretação da própria experiência amorosa a que remete o poema: ela será diversa (positiva ou negativa) segundo cada experiência particular de quem lê. Depois de uma leitura atenta, podemos dizer que são interpretações pertinentes: Somente a propositura I. Somente a propositura II. Somente a propositura III. Somente as proposituras I e II. Todas as proposituras.
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