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Literatura - Classicismo
UFT
a
b
c
d
e
Questão 1
A crítica literária denomina gêneros literários as
diferentes categorias em que as obras literárias podem ser
agrupadas em função de diferentes interpretações e
olhares do escritor diante do mundo. Com base na teoria
dos gêneros literários, considere as afirmações abaixo: 
  
I. Há uma teoria clássica que dominou a literatura até o
século XIX, e outra moderna que começou a manifestar-se
a partir do Romantismo. 
II. Na teoria clássica consideram-se os três gêneros: épico,
lírico e dramático e não se admite mistura de gêneros. 
III. Na teoria moderna considera-se que não há limites para
as espécies de gêneros, mas reconhecem-se três tipos
básicos: narrativo, lírico e dramático. 
IV. Na teoria moderna admite-se fusão de gêneros, o que
amplia as possibilidades do processo de criação do
escritor.
todas estão corretas
apenas I e II estão corretas
apenas II e III estão corretas
apenas I e IV estão corretas
apenas III e IV estão corretas
PUC-Campinas
a
b
c
d
e
Questão 2
1964
 
  Abril, 1 − E, de repente, foi-se o Governo Goulart,
levando consigo o Comando Geral dos trabalhadores. Em
menos de dois dias, tudo se esfarelou. O Presidente da
República, tão seguro de si ao falar aos “senhores
sargentos”, fugiu de avião para lugar ainda não sabido.
Não tinha a força que pensava − e que outros pensavam
que ele tivesse.
    Abril, 13 − Baixado Ato Institucional, que atenta
rudemente contra o sistema democrático. O Congresso, já
tão inexpressivo, passa a ser uma pobre coisa tutelada.
Vamos ver o que será das liberdades públicas.
(Carlos Drummond de Andrade. O observador no escritório.
Rio de Janeiro: Record, 1985. p. 148 e 149)
Ainda no livro O observador no escritório, em que
Drummond publica impressões e reflexões anotadas ao
longo dos anos, lê-se a seguinte nota, datada de 12 de
abril de 1945: 
 
Nunca pertencerei a um partido, isto eu já decidi. Resta o
problema da ação política em bases individualistas, como
pretende a minha natureza. 
 
O problema a que se alude na nota acima espelha-se em
vários versos do poeta, como estes:
As casas espiam os homens 
Que correm atrás de mulheres. 
O céu talvez fosse azul, 
Não houvesse tantos desejos.
Dançai, meus irmãos! 
A morte virá depois, 
como um sacramento.
O Cristo é sempre novo, e na fraqueza deste menino 
há um silencioso motor, uma confidência e um sino.
Os amantes se amam cruelmente 
E com se amarem tanto, não se veem. 
Um se ama no outro, refletido.
Tenho apenas duas mãos 
e o sentimento do mundo.
EsPCEx
a
b
c
d
e
Questão 3
Epopeia é uma longa narrativa em versos que ressalta os
feitos de um herói, protagonista de fatos históricos ou
maravilhosos. A maior das epopeias da Língua Portuguesa
é “Os Lusíadas”, de Camões, em que o grande herói
celebrado é
Diogo Álvares Correia.
Fernão de Magalhães.
O Gigante Adamastor.
Vasco da Gama.
Cristóvão Colombo.
ENEM PPL
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b
c
d
e
Questão 4
É o diabo!... praguejava entre dentes o brutalhão,
enquanto atravessava o corredor ao lado do Conselheiro,
enfiando às pressas o seu inseparável sobretudo de
casimira
alvadia. — É o diabo! Esta menina já devia ter casado!
— Disso sei eu... balbuciou o outro. — E não é por
falta de esforços de minha parte; creia!
— Diabo! Faz lástima que um organismo tão rico e
tão bom para procriar, se sacrifique desse modo! Enfim —
ainda não é tarde; mas, se ela não se casar quanto antes
— hum... hum!... Não respondo pelo resto!
— Então o Doutor acha que...?
Lobão inflamou-se: Oh! o Conselheiro não podia imaginar
o que eram aqueles temperamentozinhos
impressionáveis!...
eram terríveis, eram violentos, quando alguém tentava
contrariá-los! Não pediam — exigiam — reclamavam!
 
AZEVEDO, A. O homem. Belo Horizonte: UFMG, 2003
(fragmento).
O romance O homem, de Aluísio Azevedo, insere-se no
contexto do Naturalismo, marcado pela visão do
cientificismo. No fragmento, essa concepção aplicada à
mulher define-se por uma
conivência com relação à rejeição feminina de assumir
um casamento arranjado pelo pai.
caracterização da personagem feminina como um
estereótipo da mulher sensual e misteriosa.
convicção de que a mulher é um organismo frágil e
condicionado por seu ciclo reprodutivo.
submissão da personagem feminina a um processo que
a infantiliza e limita intelectualmente.
incapacidade de resistir às pressões socialmente
impostas, representadas pelo pai e pelo médico.
PUC-Campinas
a
b
c
d
e
Questão 5
  No século XVII, graças à exploração da cana-de-açúcar,
a  América Portuguesa já ostenta uma opulência que as
colônias inglesas levarão algum tempo a alcançar. Esse
século conhecerá, entre nós, o estilo barroco de Vieira e de
Gregório de Matos. Apenas muito mais tarde, entre 1760 e
a época da Regência (1831-40), a literatura brasileira,
evadindo-se da esfera barroca, obedece ao estilo
neoclássico. (...) O século XVIII se dividirá entre o orgulho
do progresso, o apreço pela razão civilizatória (Ilustração)
e a utopia do retorno à natureza. Um naturismo iluminista
concorrerá para disseminar a versão setecentista da
pastoral: o simbolismo arcádico.
(José Guilherme Merquior. De Anchieta a Euclides − Breve
história da literatura brasileira. Rio de Janeiro: José
Olympio, 1977, p. 17, 24-25)
Na passagem do estilo barroco ao estilo neoclássico, de
que fala o texto, uma nova atitude cultural que direciona a
literatura é
o apego ao estilo hermético e elaborado que marcou a
oratória da época, como se pode verificar com a leitura
dos Sermões.
a convenção artística que toma por base os valores da
Ilustração, sobretudo o primado da razão e da natureza.
a exploração do estilo rústico das linguagens nas áreas
canavieiras, qualificado como regionalista.
o Simbolismo, movimento que proporcionou grande
renovação nas manifestações da poesia lírica.
o apego nacionalista à exuberância de nossas
paisagens, sobretudo as mais rústicas e exóticas.
UNCISAL
a
b
c
d
e
Questão 6
SONETO 204 AO RAPPER
De cor, mulato, pardo, negro, preto.
O branco é simplesmente branco, e só.
Você quer mais respeito, não quer dó.
Quer ser um cidadão, não quer o gueto.
 
No Sul, no Pelourinho, no Soweto,
lutando contra o falso status quo
da máscara, a gravata e o paletó:
A letra é mais comprida que um soneto.
 
Seu canto já foi blues, quase balada;
Foi soul, foi funk e reggae; agora é bala
perdida em tiroteio de emboscada.
 
Xerife do xadrez, você não cala:
leva a periferia pra parada,
de sola entra no som da minha sala.
Disponível em: . Acesso em: 5 nov. 2015.
Acerca da estrutura métrica e rimática do poema acima,
umsoneto de autoria de Glauco Mattoso, pode-se afirmar a
presença de
versos decassílabos, com esquema de rimas em ABBA
BAAB CDE CDE.
versos decassílabos, com esquema de rimas em ABBA
BAAB CDC DCD.
versos alexandrinos, com esquema de rimas em ABAB
CDCD EFG EFG.
versos em redondilhas maiores, com esquema de rimas
em ABBA BAAB CDE CDE.
versos em redondilhas menores, com esquema de
rimas em ABBA CDDC EFG EFG.
Texto base 1
Sete anos de pastor Jacob servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
mas não servia ao pai, servia a ela,
e a ela só por prêmio pretendia.
 
Os dias, na esperança de um só dia,
passava, contentando-se com vê-la;
porém o pai, usando de cautela,
em lugar de Raquel lhe dava Lia.
 
Vendo o triste pastor que com enganos
lhe fora assi negada a sua pastora,
como se a não tivera merecida,
 
começa de servir outros sete anos,
dizendo: “Mais servira, se não fora
para tão longo amor tão curta a vida”.
 
(Luís Vaz de Camões. Sonetos, 2001.)
UNIFESP
a
b
c
d
e
Questão 7
PARA RESPONDER À QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 1
Do ponto de vista formal, o tipo de verso e o esquema de
rimas que caracterizam este soneto camoniano são,
respectivamente,
dodecassílabo e ABAB ABAB ABC ABC.
decassílabo e ABAB ABAB CDC DCD.
heptassílabo e ABBA ABBA CDE CDE.
decassílabo e ABBA ABBACDE CDE.
dodecassílabo e ABBA ABBA CDE CDE.
UDESC
a
b
c
d
e
Questão 8
TEXTO 4
 
[1]  A Ilha Grande não merecia ser um presídio. Desde as
casas brancas dos
pescadores que foram ficando para trás, lá embaixo, no
Abraão, até os caminhos
sinuosos que vão cortando as montanhas, tudo parece um
cenário de liberdade. Olho
para baixo e lá está o azul para se mergulhar, aquela faixa
molhada da praia onde
[5] costumamos caminhar para refrescar os pés, o toque
da brisa. Além do mais há mato,
vegetação, verde. Tudo aqui é tão selvagem, tão natural,
como é que poderiam ter
imaginado um presídio nesta Ilha? Teria sido um requinte
de crueldade, deixar que os
punidos se lembrem diariamente da água, da areia, da
brisa e do mato?
  Quando chegamos, todos os presos que tinham vista para
a entrada estavam
[10] colados nas grades das celas. Queriam ver as novas
caras. A Ilha seria o presídio de
muitos anos, o lugar onde ficaríamos, talvez para sempre.
Íamos olhando todo aquele
cenário curioso, mas também com uma certa calma de
quem vai reencontrá-lo muitas
vezes. Passamos a guarda na entrada, penetramos no
prédio branco, ganhamos
uniformes e fomos introduzidos na galeria dos presos
políticos.
Gabeira, Fernando. O que é isso, companheiro? Rio de
Janeiro: Codecri, 1979, p. 181.
Assinale a alternativa correta em relação à obra O que é
isso, companheiro?, Fernando Gabeira, e ao Texto 4.
Em “os caminhos sinuosos que vão cortando as
montanhas” (linhas 2 e 3) há antítese.
No período “Olho para baixo e lá está o azul para se
mergulhar “(linhas 3 e 4), os verbos destacados, quanto à
transitividade, são classificados, na sequência, como verbo
transitivo direto e verbo de ligação.
Em “Além do mais há mato, vegetação, verde” (linhas 5
e 6) tem-se uma oração sem sujeito e as palavras
destacadas são, sintaticamente, objeto direto.
A obra é narrada em 3ª pessoa com interferência do
próprio autor, que relata também sua trajetória como
militante político, durante o período da ditadura militar no
Brasil.
No período “Passamos a guarda na entrada,
penetramos no prédio branco, ganhamos uniformes e
fomos introduzidos na galeria dos presos políticos” (linhas
13 e 14) há cinco orações coordenadas, sendo a última
coordenada sindética aditiva.
ESPM
a
b
c
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e
Questão 9
Camões, grande Camões, quão semelhante
Acho teu fado¹ ao meu quando os cotejo!
Igual causa nos fez perdendo o Tejo
Arrostar² co sacrílego gigante (...)
Ludíbrio, como tu, da sorte dura,
Meu fim demando ao Céu, pela certeza
De que só terei paz na sepultura (...)
(Bocage)
 
¹fado = destino
²arrostar = encarar, afrontar
Assinale a afirmação correta sobre o poema. O "eu" lírico:
Expressa inveja de Camões por não ter tido igual
sepultura.
Compara-se a Camões, fazendo um desabafo enfático
da amargura pela infelicidade ao longo de uma existência.
Segue o princípio clássico do relatar experiências
humanas negativas aplicáveis a todos.
Alterna versos alexandrinos (ou dodecassílabos) com
versos decassílabos.
Dirige-se ao "Céu" e ao "Tejo" com a intenção de aliar-
se aos elementos da natureza.
EsPCEx
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c
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e
Questão 10
Leia o soneto a seguir e marque a alternativa correta
quanto à proposição apresentada.
Se amor não é qual é este sentimento?
Mas se é amor, por Deus, que cousa é a tal?
Se boa por que tem ação mortal?
Se má por que é tão doce o seu tormento?
Se eu ardo por querer por que o lamento
Se sem querer o lamentar que val?
Ó viva morte, ó deleitoso mal,
Tanto podes sem meu consentimento.
E se eu consinto sem razão pranteio.
A tão contrário vento em frágil barca,
Eu vou por alto-mar e sem governo.
É tão grave de error, de ciência é parca
Que eu mesmo não sei bem o que eu anseio
E tremo em pleno estio e ardo no inverno.
O artista do Classicismo, para revelar o que está no
universo, adota uma visão
subjetiva.
idealista.
racionalista.
platônica.
negativa.
UFG
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d
e
Questão 11
Leia o trecho a seguir.
 
  Amanhã o dia poderá nascer claro, o sol brilhando como
nunca brilhou. Nessa hora os homens compreenderão que,
mesmo à margem da vida, ainda vivo, porque a minha
existência se transmudou em cores e o branco já se
aproxima da terra para exclusiva ternura dos meus olhos.
RUBIÃO, Murilo. O pirotécnico Zacarias. In: Obra completa.
São Paulo: Companhia das Letras. p. 20.
No trecho transcrito, o complexo verbal “poderá nascer”
indica  a percepção de Zacarias quanto à sua condição
no  mundo. Tal percepção se evidencia no fato de essa
personagem
ter a confirmação de testemunhas de que estava
realmente morto.
julgar-se um ser mais sensível do que os que estão
vivos.
desistir de viver por não ser mais visto como o
pirotécnico.
saber o que acontecerá em seu futuro ao descrever
o momento de sua morte.
sentir-se inferiorizado como um ser no limiar entre
a vida e a morte.
ESPM
a
b
c
d
e
Questão 12
[...] o professor e escritor português Helder Macedo, que,
no ensaio “Camões e a viagem iniciática”, irá contestar a
teoria da castidade do poeta Camões, argumentando que
o autor Luís de Camões, à frente do seu tempo, teria, na
verdade, procurado e desenvolvido uma nova filosofia na
qual os valores até então inconciliáveis do homem (o corpo
e a alma) pudessem, na sua poesia, finalmente se
combinar.
Ora, Camões estava, sim, inserido numa Europa
quinhentista, que ainda apresentava como grandes ícones
poéticos os renascentistas italianos Dante e Petrarca, que,
como dissemos, eram defensores do amor não-carnal e em
cujos versos a figura feminina era via de regra vista como
símbolo de pureza. Entretanto, se estes dois poetas
aprovisionam o seu fazer poético de um caráter platônico
indubitável (e não o fazem apenas na arte, mas também
na vida, haja vista as biográficas paixões inalcançáveis que
estes nutriam pelas mulheres que se tornariam as suas
respectivas musas poéticas: Beatriz e Laura), a mesma
certeza não se pode ter em relação ao poeta português.
Isto porque viver na Europa quinhentista não faz
necessariamente de Luís de Camões um quinhentista
genuíno, no sentido ideológico e não temporal da palavra,
não insere obrigatoriamente Camões no pensamento do
seu tempo, a coadunar, parcial ou totalmente, com a visão
de mundo vigente. E serão estas duas possibilidades, estes
inegociáveis estar e não-estar camonianos em sua época,
que provocarão as dubiedades semânticas que podemos
observar com frequência nas leituras críticas de sua
poesia.
(Marcelo Pacheco Soares, Camões & Camões ou Pede o
desejo, Camões, que vos leia,
http://www.revistavoos.com.br/seer/index.php/voos/
article/view/46/01_Vol2_VOOS2009_CL20)
Ainda segundo o texto:
Camões não se enquadra cronologicamente no
quinhentismo, mas sim ideologicamente.
alvos da crítica literária, as contradições semânticas
são frequentes na produção poética camoniana.
Camões produziu uma teoria da castidade, ao defender
o amor puro, não material, não-carnal.
a busca da conciliação entre matéria e espírito, corpo e
alma, é um traço típico da lírica camoniana.
a consciência das tensões entre corpo e alma, “estar” e
“não-estar”, faz de Camões um poeta à frente de seu
tempo.
ESPM
a
b
c
d
e
Questão 13
[...] o professor e escritor português Helder Macedo, que,
no ensaio “Camões e a viagem iniciática”, irá contestar a
teoria da castidade do poeta Camões, argumentando que
o autor Luís de Camões, à frente do seu tempo, teria, na
verdade, procurado e desenvolvido uma nova filosofia na
qual os valores até então inconciliáveis do homem (o corpo
e a alma) pudessem, na sua poesia, finalmente se
combinar.
Ora, Camões estava, sim, inserido numa Europa
quinhentista, que ainda apresentava como grandes ícones
poéticos os renascentistas italianos Dante e Petrarca, que,
como dissemos, eram defensores do amor não-carnal e em
cujos versos a figura feminina era via de regra vista como
símbolo de pureza. Entretanto, se estes dois poetas
aprovisionam o seu fazer poéticode um caráter platônico
indubitável (e não o fazem apenas na arte, mas também
na vida, haja vista as biográficas paixões inalcançáveis que
estes nutriam pelas mulheres que se tornariam as suas
respectivas musas poéticas: Beatriz e Laura), a mesma
certeza não se pode ter em relação ao poeta português.
Isto porque viver na Europa quinhentista não faz
necessariamente de Luís de Camões um quinhentista
genuíno, no sentido ideológico e não temporal da palavra,
não insere obrigatoriamente Camões no pensamento do
seu tempo, a coadunar, parcial ou totalmente, com a visão
de mundo vigente. E serão estas duas possibilidades, estes
inegociáveis estar e não-estar camonianos em sua época,
que provocarão as dubiedades semânticas que podemos
observar com frequência nas leituras críticas de sua
poesia.
(Marcelo Pacheco Soares, Camões & Camões ou Pede o
desejo, Camões, que vos leia,
http://www.revistavoos.com.br/seer/index.php/voos/
article/view/46/01_Vol2_VOOS2009_CL20)
Baseando-se no texto, pode-se afirmar que:
o professor e escritor português citado discorda de uma
teoria filosófica nova desenvolvida por Camões.
a mulher, no quinhentismo, era vista, contrariando a
regra, como um ser idealizado, puro, inalcançável.
Camões produziu obras biográficas cujas fontes de
inspirações poéticas eram as figuras femininas.
Camões não seguiu rigidamente os cânones
renascentistas da época: o platonismo e o petrarquismo.
paira uma incerteza sobre a genuína influência da
filosofia platônica nos clássicos renascentistas Dante e
Petrarca.
UNCISAL
a
b
c
d
e
Questão 14
Acerca do movimento denominado Parnasianismo, pode-se
dizer que
valorizava extremamente os aspectos formais do texto
literário e retomava valores legados pela antiguidade
greco-latina, assim como fizeram outros movimentos que o
antecederam, como o Classicismo e o Arcadismo.
os seus autores, entre os quais estavam Manuel
Bandeira e Olavo Bilac, adotavam pseudônimos latinos e
celebravam a vida simples do campo, o que ficou
conhecido como bucolismo e pastoralismo.
questionava radicalmente as formas consagradas de
elaboração poética e defendia a liberdade de criação
artística, como se percebe nos manifestos escritos por seu
principal autor, o paulistano Oswald de Andrade.
começou após a proclamação da Independência e teve
como nomes mais destacados Álvares de Azevedo e
Gonçalves Dias, que visavam criar uma arte genuinamente
brasileira.
tem como proposta principal a noção de “arte pela
arte”, segundo a qual a poesia deve denunciar os
problemas brasileiros, a fim de promover a transformação
da realidade.
Mackenzie
a
b
c
d
e
Questão 15
“A Idade Média não existe. Esse episódio de quase mil anos
(...) é uma fabricação, uma construção, um mito, quer
dizer, um conjunto de representações e de imagens em
perpétuo movimento, amplamente difundidas na
sociedade, de geração em geração (...)”.
Christian Amalvi. “Idade Média”. In: Jacques Le Goff e Jean-
Claude Schmitt. Dicionário Temático do Ocidente Medieval.
Bauru, SP: EDUSC, 2006, p.537.
A respeito do tema, considere as seguintes afirmativas: 
  
I. As representações depreciativas do período remontam
às tentativas,  principalmente de humanistas italianos
desde o século XIV, de retornar às fontes da Antiguidade
Clássica. 
II. O século XVIII, com sua revalorização do racionalismo e
antropocentrismo,  assiste ao dualismo “obscurantismo” –
representado pela Idade Média – e  as “Luzes” –
representadas pelo Iluminismo. 
III. A visão de uma Idade Média plena de cultura e da qual
se originou a  civilização europeia deve-se, em grande
parte, ao século XIX, com o Romantismo. 
  
Assinale
se apenas I estiver correta.
se apenas I e II estiverem corretas.
se apenas II e III estiverem corretas.
se apenas I e III estiverem corretas.
se I, II e III estiverem corretas.
PUC-SP
a
b
c
d
e
Questão 16
  “As metáforas da luz vitoriosa das trevas, da vida
renascendo do seio da morte, do mundo reconduzido ao
seu começo são imagens que se impõem universalmente
por volta de 1789.”
Jean Starobinski. 1789. Os emblemas da razão. São Paulo:
Companhia das Letras, 1988, p. 38
O texto se refere à
independência dos Estados Unidos e sua influência no
resto do mundo.
coroação de Luis XIV, intitulado Rei Sol e exemplo de
monarca absoluto.
reconquista da Península Ibérica, antes tomada pelos
mouros.
hegemonia britânica sobre os mares após o Ato de
Navegação.
difusão dos ideais iluministas associados à Revolução
Francesa.
Mackenzie
a
b
c
d
e
Questão 17
Texto I
Esses Moços
 
Esses moços, pobres moços
Ah! Se soubessem o que eu sei
Não amavam...
Não passavam aquilo que eu já passei
[5] Por meus olhos
Por meus sonhos
Por meu sangue, tudo enfim
É que eu peço a esses moços
Que acreditem em mim
[10] Se eles julgam
Que há um lindo futuro
Só o amor nesta vida conduz
Saibam que deixam o céu por ser escuro
E vão ao inferno
[15] À procura de luz
Eu também tive nos meus belos dias
Essa mania que muito me custou
E só as mágoas eu trago hoje em dia
E essas rugas o amor me deixou!
Lupicínio Rodrigues (1948)
 
Texto II
Capítulo LXXIII / O contrarregra
 
 
Ora, o dandy do cavalo baio não passou como os outros;
era a
trombeta do juízo final e soou a tempo; assim faz o
Destino, que é o
seu próprio contrarregra. O cavaleiro não se contentou de
ir andando,
mas voltou a cabeça para o nosso lado, o lado de Capitu, e
olhou
[5] para Capitu, e Capitu para ele; o cavalo andava, a
cabeça do homem
deixava-se ir voltando para trás. Tal foi o segundo dente de
ciúme que
me mordeu. A rigor, era natural admirar as belas figuras;
mas aquele
sujeito costumava passar ali, às tardes; morava no antigo
Campo da
Aclamação, e depois... e depois... Vão lá raciocinar com um
coração
[10] de brasa, como era o meu! Nem disse nada a Capitu;
saí da rua à
pressa, enfiei pelo meu corredor, e, quando dei por mim,
estava na
sala de visitas.
Machado de Assis, Dom Casmurro (1899)
Sobre o trecho do Texto II era a trombeta do juízo final
e soou a tempo; assim faz o Destino, que é o seu
próprio contrarregra (linhas 01-03), é correto afirmar
que
Bentinho já percebe uma das traições de sua esposa e
anuncia o final do relacionamento entre eles.
a citação à trombeta do juízo final indicia o
engajamento e a estreita relação de Bentinho com o
Cristianismo.
a referência ao contrarregra é utilizada para marcar o
domínio que o narrador tem sobre o seu destino.
há uma aproximação do fragmento com a ideologia do
carpe diem, uma vez que o juízo final está perto restando
a Bentinho aproveitar a vida.
há uma visão pessimista da vida, que não é controlada
apenas pelos desejos e ações das pessoas.
Texto base 2
Na Grécia Antiga, o poema épico era declamado com
acompanhamento musical, a lira. A respeito da utilização
de instrumentos musicais, julgue o item.
UnB
a
b
Questão 18
PARA RESPONDER À QUESTÃO, LEIA O TEXTO BASE 2
A literatura de cordel, a banda de pífanos e a poesia lírica
clássica adotam procedimento musical semelhante.
CERTO
ERRADO
UNIFOR
a
b
c
d
e
Questão 19
Mulheres de Atenas Chico Buarque
Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Vivem pros seus maridos
Orgulho e raça de Atenas
Quando amadas, se perfumam
Se banham com leite, se arrumam
Suas melenas
Quando fustigadas não choram
Se ajoelham, pedem imploram
Mais duras penas; cadenas
Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Sofrem pros seus maridos
Poder e força de Atenas
Quando eles embarcam soldados
Elas tecem longos bordados
Mil quarentenas
E quando eles voltam, sedentos
Querem arrancar, violentos
Carícias plenas, obscenas
Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Despem-se pros maridos
Bravos guerreiros de Atenas
[...]
Elas não têm gosto ou vontade
Nem defeito, nem qualidade
Têm medo apenas
Não tem sonhos, só tem presságios
O seu homem, mares, naufrágios
Lindas sirenas, morenas
[...]
Disponível em: < http://letras.mus.br/chico-buarque/45150>. Acesso em 10/10/2014.
A canção de Chico Buarque de Holanda retrata um período
da História em que o papel da mulher era de submissão e
sem grande importância na sociedade. Assinale a obra na
qual a protagonista desobedece às leis do Estado para
proteger a sua família. 
Antígona, Sófocles.
Senhora, José de Alencar.
Ilíada, Homero.
Helena, Machado de Assis.
Gabriela, Cravo e Canela, Jorge Amado.
FACERES
a
b
c
d
e
Questão 20
Leia o poema de Luís de Camões (Soneto I) e considere as
proposituras relacionadas a ele:
 
Enquanto quis Fortuna que tivesse
Esperança de algum contentamento,
O gosto de um suave pensamento
Me fez que seus efeitos escrevesse.
 
Porém, temendo Amor que aviso desse
Minha escritura a algum juízo isento,
Escureceu-me o engenho c’o tormento,
Para que seus enganos não dissesse.
 
Ó vós, que Amor obriga a ser sujeitos
A diversas vontades! Quando lerdes
Num breve livro casos tão diversos
 
(Verdades puras são, e não defeitos),
E sabei que, segundo o amor tiverdes,
Tereis o entendimento de meus versos.
 
I- O primeiro quarteto remete ao passado e relembra um
tempo de esperança, trazida pela Fortuna.
II- O segundo quarteto, no entanto, nos revela a
adversidade trazida pelo Amor – indicada inclusive pela
conjunção que inicia a estrofe.
III- Os dois tercetos finais constroem um enigma baseado
na interpretação da própria experiência amorosa a que
remete o poema: ela será diversa (positiva ou negativa)
segundo cada experiência particular de quem lê.
 
Depois de uma leitura atenta, podemos dizer que são
interpretações pertinentes:
Somente a propositura I.
Somente a propositura II.
Somente a propositura III.
Somente as proposituras I e II.
Todas as proposituras.

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