Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fonte: Retirada do volume morto inicia pela represa Jaguari-Jacareí. Correio Popular. Disponível em: <http://correio.rac. com.br>. Acesso em: set. 2015. Figura 18. Falta de água – uso do volume morto Volume morto: É a parte do reser- vatório que não é alcançada pelas bombas 1 Dique: É construído para criar um volume suficiente para que a água desça pela comporta de captação 3 Bombas de sucção: Captam a água que resta armazenada nos lugares mais profun- dos da represa 2 Comportas: Permitem que a água desça por gra- vidade para dentro do túnel de coleta 4 Nível máximo da represa São Paulo Volume útil seco Canal escavado no fundo da represa 1 2 3 4 1 Água impura 2 Floculação 3 Decantação 4 Filtro 5 Água potável Sistema de purificação da água 1 2 3 4 5 Outra questão que surgiu nesse contexto foi o compartilhamento do uso da água de rios que abastecem tanto o sistema Cantareira, que compreende diversas bacias e represas, desde o norte da região metropolitana de são Paulo até o sul de minas Gerais, como a região metropolitana de Campinas e seu entorno, onde estão os rios Piraci- caba, Capivari e jundiaí (Bacia PCj, em referência às letras iniciais do nome dos rios). A recuperação e a manutenção das bacias hidrográficas no território brasileiro, que estão previstas no Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Sin- greh), são atividades essenciais e imprescindíveis para melhorar as possibilidades de captação de água potável (veja também o item “As regiões hidrográficas brasileiras”, no Cap’tulo 11). Além disso, é fundamental tratar o esgoto lançado nos cursos d’água a fim de não poluí-los e para que eles mesmos possam ser fontes para obtenção de água. Alguns especialistas também têm alertado para a ocorrência de eventos climáti- cos extremos, como chuvas torrenciais e anormais e secas intensas, em decorrência do aquecimento global. E V E r T O n P r U D ê n C IO 188 Unidade 4 | Água: uso e problemas TS_V1_U4_CAP10_172-196.indd 188 5/7/16 1:28 PM Poluição dos Rios Ao longo da história da sociedade humana na Terra, os rios vêm sofrendo agressões que afetam seus ecossistemas e a própria sociedade. Atualmente, a principal ação humana que traz consequências negativas para os rios é o lançamento de dejetos de diversos tipos em suas águas, transformando-os em esgotos a céu aberto. Essa é a situação em que se encontram vários rios no mundo todo, muitas vezes considerados subprodutos da sociedade urbano-industrial, que encara a natureza como fonte de matéria-prima ou depósito de resíduos. A morte dos rios em diversos países está basicamente relacionada ao lançamento de três produtos principais em suas águas: esgotos urbanos sem tratamento; pes- ticidas e fertilizantes químicos utilizados na agricultura, levados para os rios pela água da chuva; e resíduos industriais. nas grandes metrópoles dos países subdesenvolvidos, carentes de infraestrutura de saneamento suficiente para toda a população, os rios são poluídos principalmente por esgotos urbanos, que contêm fezes humanas, restos de alimento, de detergentes e sabões (veja a figura 19). Esses dejetos contêm microrganismos que podem causar doenças se ingeridos ou absorvidos pela pele. Além disso, o esgoto é rico em nutrientes que servem de alimento para bactérias decompositoras; como esse processo utiliza o gás oxigênio dissolvido na água, esse meio se torna inadequado para a sobrevivência da maior parte dos seres vivos, afetando ecossistemas fluviais e lacustres. Os resíduos industriais são, em muitas áreas, os principais agentes poluidores dos rios. A água nas indústrias é utilizada, principalmente, para elaboração do produto (na composição de alimentos, bebidas, produtos de higiene e de limpeza) ou como dissolvente ou reagente químico, na lavagem, na tinturaria, na refrigeração e no esfriamento de máquinas e peças. Durante esses processos, a água acaba poluída por resíduos orgânicos e substâncias químicas, muitas vezes tóxicas, necessitando tratamento prévio antes de ser despejada na rede de esgoto ou diretamente em cursos d’água, o que nem sempre ocorre. Além disso, a fabricação de celulose, tecidos, tintas e solventes gera resíduos industriais com metais pesados (como cobre, mercúrio, chumbo, cádmio) que conta- minam os cursos d’água e podem causar sérios problemas de saúde, como disfunções do sistema nervoso e aumento da incidência de câncer, se ingeridos ou se entrarem em contato com a pele. Esses metais pesados também podem ser absorvidos pelo solo, pela vegetação e pelos animais e se acumular ao longo da cadeia alimentar, causando intoxicações e mortes. Outro tipo de poluição gerada pelas indústrias é a poluição térmica, causada pelas usinas termelétricas que despejam água em temperatura muito superior à dos rios. Como os animais aquáticos são muito sensíveis à alternância brusca de temperatura, acabam morrendo. A temperatura elevada também leva à perda do oxigênio da água. Figura 19. manchas na água envolvem barco-escola na represa de salto Grande, no rio Atibaia, em Americana (sP), resultado da presença de microrganismos tóxicos que se alimentam de nutrientes vindos do esgoto doméstico e industrial lançado no rio. leituRa Poluição das águas De Luiz Roberto Magossi. Moderna, 2013. O livro destaca a importância da água como elemento essencial à vida, faz um contraponto com a poluição nas diversas formas em que ela ocorre e propõe alternativas para combater o uso indevido e a contaminação da água. jU C A V A r E L L A /F O L h A P r E s s 189Capítulo 10 – hidrosfera: características, gestão e confl itos TS_V1_U4_CAP10_172-196.indd 189 5/7/16 1:28 PM
Compartilhar