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AULA 8 - MÉTODOS DE CONTROLE COM O USO DE PLANTAS RESISTENTES

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NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 30 
Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com 
GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA 
DISCIPLINA: Entomologia Agrícola 
 
 
 
CAPÍTULO 8. MÉTODOS DE CONTROLE COM O USO DE PLANTAS 
RESISTENTES 
 
8.1 INTRODUÇÃO 
 
 O controle de insetos-praga pela utilização de plantas resistentes é considerado um dos 
principais métodos de manejo da população de insetos fitófagos e enquadra-se perfeitamente 
nas estratégias básicas do MIP, isto é, prevenir os danos ocasionados por esses organismos. 
 Uma planta resistente é aquela que devido a sua constituição genotípica, sofre menos 
danos que outras da mesma espécie quando cultivadas as mesmas condições edafo-climáticas. 
Dessa forma a resistência é hereditária, sendo passada para os descendentes, e relativa, pois a 
mesma só tem significado quando se comparam dois ou mais genótipos. 
O uso de variedades resistentes, como única tática de manejo, é mais interessante quando o 
nível de controle do inseto-praga é alto e pequena população residual deste não conseguirá 
ocasionar perdas econômicas à cultura. Por outro lado, essa técnica pode ser perfeitamente in-
tegrada a outras táticas. Além disso, podem-se destacar quatro características positivas do cul-
tivo de plantas resistentes no manejo integrado de pragas: 
a) Planta resistente é específica, visando geralmente a uma única praga-chave. Portanto, é 
uma tática de baixo impacto ambiental; 
b) Planta resistente é cumulativa, isto é, uma redução na população do inseto-praga prova-
velmente resultará em baixas taxas de fecundidade e, consequentemente, diminui o po-
tencial reprodutivo das gerações futuras; 
c) A resistência é persistente. Contudo, em alguns casos, principalmente quando a herança 
é monogênica, podem-se selecionar biótipos e a resistência ser quebrada; 
d) O cultivo de variedades resistentes a insetos-praga é compatível com outras técnicas de 
manejo e mantém a qualidade do ambiente; por isso, requer pouco, ou nenhuma altera-
ção nos tratos culturais ou equipamentos especiais, a não ser o gasto com as sementes 
(ou outro material propagativo) resistentes. 
 
8.2 GRAUS DE RESISTÊNCIA 
 
 Um genótipo (variedade, cultivar ou híbrido) é considerado resistente ao inseto-praga 
sempre em relação a outro genótipo. Por isso essa característica é qualitativa. 
AULA 8 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 31 
Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com 
GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA 
DISCIPLINA: Entomologia Agrícola 
 
 Assim, tornou-se necessário o estabelecimento de um padrão para se proceder às com-
parações. Esse padrão foi denominado de “Graus de Resistência” (Tabela 1). 
 
Tabela 1. Graus de resistência de plantas a insetos. 
Grau de Resistência Sigla Tipo de Dano 
Imunidade -- Conceito teórico, pois na prática há planta que seja 
imune a insetos. 
Altamente Resistente AR Quando o dano causado pelo inseto-praga é muito 
menor que a média. 
Resistência Moderada RM Quando o dano causado pelo inseto-praga é menor 
que a média. 
Suscetível S Quando o dano causado pelo inseto-praga é igual a 
média. 
Altamente Suscetível AS Quando o dano causado pelo inseto=praga é maior 
que a média. 
 
8.3 CAUSAS DA RESISTÊNCIA 
 
 As causas da resistência de uma planta ao inseto-praga podem ser divididas em físicas, 
químicas e morfológicas. 
 
8.3.1 CAUSAS FÍSICAS 
 
 Nesse caso está envolvida a emissão de ondas eletromagnéticas. É importante ressaltar 
que o termo “físicas” nada tem a ver com o uso de força bruta, quando um inseto, por exemplo, 
é esmagado (neste caso o método de controle do inseto é dito como mecânico). A cor da folha 
(ou todas as partes do vegetal) é um tipo de causa física e o exemplo mais clássico é o algodoeiro 
de folhas ocre (cor vermelha ferruginosa) resistente ao bicudo Anthonomus grandis. 
 
8.3.2 CAUSA QUÍMICAS 
 
 São substâncias químicas que atuam no comportamento e/ou no metabolismo do inseto. 
Também podemos as impropriedades nutricionais, ou seja, a baixa qualidade alimentar da 
planta. 
a) Alguns glicosídeos, alcaloides, terpenos, fenóis e óleos essenciais, produzidos pelo me-
tabolismo secundário das plantas e com função de defesa, podem atuar como (por exem-
plo) repelentes aos insetos protegendo as plantas, ou, pelo menos, reduzindo as injúrias. 
b) Alguns alcaloides, taninos e enzimas causam, por outro lado, um efeito adverso na bio-
logia do inseto, diminuindo o peso, aumentando o ciclo e a mortalidade na fase jovem, 
etc, reduzindo o seu potencial reprodutivo e a longevidade. 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 32 
Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com 
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UNEC / EAD 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA 
DISCIPLINA: Entomologia Agrícola 
 
c) Ocorrem impropriedades nutricionais pela ausência ou desequilíbrio de nutrientes es-
senciais ou não aos insetos-praga. 
 
8.3.3 CAUSAS MORFOLÓGICAS 
 
 Essas causas estão relacionadas basicamente com os tipos de epiderme, dimensões e 
disposição das estruturas. Quanto maior a dureza da epiderme, por exemplo, maior será a resis-
tência dessa planta. 
 
8.4 MECANISMOS DE RESISTÊNCIA 
 
 Os mecanismos ou tipos de resistência são classificados em não-preferência (ou antixe-
nose), antibiose e tolerância. 
 
8.4.1 NÃO-PREFERÊNCIA 
 
 Mecanismo de resistência no qual a planta é menos utilizada pelo inseto para oviposição, 
alimentação e/ou abrigo. Nesse mecanismo estão envolvidas substâncias químicas com ativi-
dades de alomônios (substâncias de defesa da planta ao ataque do inseto-praga) e de cairomô-
nios (substâncias que beneficiam o inseto-praga na localização da planta hospedeira). 
 
8.4.2 ANTIBIOSE 
 
 Nesse tipo de resistência o inseto alimenta-se normalmente da planta, porém as substân-
cias químicas de defesa presentes no vegetal ocasionam um efeito adverso na sua biologia, isto 
é, pode ocorrer redução no peso, aumento do ciclo biológico, aumento de mortalidade, etc. 
 
8.4.3 TOLERÂNCIA 
 
 No mecanismo tolerância, a planta suporta o ataque do inseto-praga pela regeneração 
de tecidos destruídos, emissão de novos ramos ou perfilho, etc. Nesse caso a densidade do 
inseto-praga não será alterada pela ação direta da planta e o equilíbrio populacional será 
alcançado pela competição intra e interespecífica (disponibilidade de alimentos e presença de 
inimigos naturais. 
 
 
 
 
 
 
 
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8.5 PESEUDO-RESISTÊNCIA 
 
 Há casos de resistência que não são genéticos, isto é, as características de resistência 
não passaram para os descendentes e, no caso, são denominados de pseudo-resistência (falsa 
resistência). 
 
a) Evasão hospedeira (ou Assicronismo fenológico) – ocorre quando a planta passa pela 
fase suscetível (ou período crítico) numa época de baixa densidade populacional do in-
seto-praga. 
b) Escape – a planta, no campo, não é atacada simplesmente devido ao acaso. 
c) Resistência induzida – quando a resistência é devido a condições especiais da planta 
ou meio ambiente. Os principais exemplos estão relacionados com adubações equilibra-
das, irrigação, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
CIOCIOLA, A. I.; SOUZA, B.; MOINO JÚNIOR, A. Controle biológico de Insetos. Lavras: 
UFLA/FAEPE, 2000. 37p. 
GALLO, D et al. Entomologia Agrícola. Piracicaba: FEALQ, 2002. 920p. 
MOINO JÚNIOR, A. Introdução ao manejo integrado de pragas. Lavras: UFLA/FAEPE,2000. 
20p. 
MORAES, J. C.; Uso de resistência de plantas no manejo de insetos. UFLA/FAEPE, 2000. 23p. 
PARRA, J. R. P.; OLIVEIRA, H. N.; PINTO, A. S. Guia ilustrativo de pragas e insetos benéfi-
cos dos citros. Piracicaba, 2003. 140p. 
PARRA, J. R. P.; BOTELHO, P. S. M.; CORRÊA-FERREIRA, B. S.; BENTO, J. M. S. Con-
trole biológico no Brasil: Parasitoides e Predadores. São Paulo: Manole, 2002. 635p. 
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Plantas Resistentes. 
 
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Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com 
GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA 
DISCIPLINA: Entomologia Agrícola 
 
RIGITANO, R. L. O.; CARVALHO, G. A. Toxicologia e Seletividade de Inseticidas. 
UFLA/FAEPE, 2000. 72p. 
SOUZA, B.; CARVALHO, C. F. Bases morfológicas para o reconhecimento de insetos-praga 
e inimigos naturais. Lavras: UFLA/FAEPE, 2000. 80p.

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