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Poderes Administrativos III
DIREITO ADMINISTRATIVO
PODERES ADMINISTRATIVOS III
PODERES ADMINISTRATIVOS
A grande concentração das questões cobradas nos concursos está neste último bloco. 
Para chegar até aqui o aluno precisou evoluir e entender outras coisas.
PODER DE POLÍCIA
Nas carreiras policiais, especificamente nas carreiras policiais, o poder de polícia tem 
grande relevância, primeiramente porque associam carreira policial com o poder de polícia, 
o que não é verdade.
O que é o PODER DE POLÍCIA?
A denominação não tem qualquer relação com corporação policial. O PODER DE POLÍ-
CIA nasce da ideia de um Estado que vai criar regras, de um Estado que vai fiscalizar, de um 
Estado que vai policiar, vai exercer esse policiamento, essa fiscalização, essa restrição – ele 
vai restringir direitos, vai limitar.
Antigamente existia o Estado autoritário, que era denominado ESTADO DE POLÍCIA, 
reconhecido como Estado exercente do poder negativo, onde existem mais negações do que 
possibilidades.
O poder de polícia é exercido muito mais por quem não pertence a corporação policial do 
que, eventualmente, por corporações policiais.
Encontra-se o PODER DE POLÍCIA no IBAMA, DETRAN, agências reguladoras, em audi-
torias fiscais do Trabalho, em auditorias da Receita Federal, no INSS, nas posturas políticas 
das administrações (por exemplo, nos Códigos de Postura dos Municípios).
• Conceito
O PODER DE POLÍCIA está conceituado no art. 78 do Código Tributário Nacional (CTN). 
Se o PODER DE POLÍCIA fosse associado à polícia, ELE ESTARIA NO Direito Penal, no 
Processo Penal.
Por que está no CTN?
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Porque existe um tributo denominado TAXA, que decorre ou do Poder de Polícia ou da 
prestação de serviços públicos específicos. O Poder de Polícia é o fato gerador da TAXA, é 
o poder de fiscalização.
CTN
Art. 78 Considera-se poder de polícia a atividade da administração pública que, limitando ou dis-
ciplinando direito, interesse ou liberdade, o regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão 
de interesse público concernente o à segurança, à higiene, à ordem,aos costumes,à disciplina da 
produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou 
autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos 
individuais ou coletivos. 
A “segurança” referida não diz respeito à Segurança Pública e sim à segurança da produ-
ção, da comercialização, ao que diz respeito à informação.
Por exemplo, bens com o selo do INMETRO: ao abrir o aparelho de ar condicionado, lá 
está o selo INMETRO com a palavra “segurança”, que assegura que a carcaça do aparelho 
pode ser retirada sem causar um dano maior.
A “liberdade” referida não é a liberdade de ir e vir, é a liberdade de manifestação, é a 
liberdade de credo, de reunião, liberdade profissional. A liberdade de ir e vir não é analisada 
pelo PODER DE POLÍCIA.
O PODER DE POLÍCIA não consiste apenas em aplicar sanção, é também o poder de 
restrição: uma licença para construir, uma licença para dirigir, uma licença para pilotar uma 
lancha, uma autorização de funcionamento, é um decreto que estabelece a obrigatoriedade 
de determinados equipamentos de proteção para poder ir a um parque ambiental.
Como diferenciar o PODER DE POLÍCIA do PODER REGULAMENTAR?
O Poder Regulamentar é o poder de fazer o ato geral e abstrato. Se for preciso utilizar o 
poder regulamentar para restringir, limitar, disciplinar, definir regras, impor algo, é o PODER 
DE POLÍCIA.
É necessário analisar se o Poder Regulamentar é o fim principal ou se é apenas o meca-
nismo, o meio de agir, o meio para exercer o PODER DE POLÍCIA.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
É comum, nas carreiras policiais, se encontrar a distinção entre a chamada polícia admi-
nistrativa e a polícia judiciária. 
O PODER DE POLÍCIA É A POLÍCIA ADMINISTRATIVA.
A polícia judiciária não é o objeto DE ESTUDO EM Direito Administrativo porque é estu-
dada em Processo Penal quando se estuda o inquérito policial, quando se conceitua o que 
vem a ser autoridade, quando se estuda o Código de Processo Penal (CPP) e se conceitua a 
prisão em flagrante, quando se determina que qualquer um do povo pode efetuar uma prisão 
em flagrante e que uma autoridade DEVE efetuar essa prisão em flagrante (quem é essa 
autoridade?).
A POLÍCIA JUDICIÁRIA É UMA CORPORAÇÃO POLICIAL.
A POLÍCIA ADMINSITRATIVA NÃO É UMA CORPORAÇÃO POLICIAL.
A polícia administrativa é integrada pelos mais variados órgãos existentes em todos os 
Poderes e também por corporações policiais.
As Guardas Municipais são essencialmente Polícia Administrativa. O próprio Supremo 
Tribunal Federal (STF), em relação às Guardas Municipais, já definiu que não cabe às Guar-
das Municipais fazer o policiamento ostensivo com investigação.
A PM é uma Polícia Administrativa.
Em regra, a PF e a PC são corporações policiais que decorrem da Polícia Judiciária.
A POLÍCIA JUDICIÁRIA atua na produção de provas para o Poder Judiciário.
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Obviamente, as polícias não integram o Poder Judiciário, mas a Polícia Judiciária atua 
na produção de provas quanto à autoria, materialidade, para que isso seja colocado em um 
processo judicial.
O Inquérito Policial tem como destinatário final a autoridade judicial.
Atualmente existem algumas corporações no Judiciário que são chamadas de POLÍCIAS 
JUDICIAIS. Por exemplo, dentro do judiciário federal existe uma Resolução do Conselho 
Nacional de Justiça (CNJ) que transformou os cargos de técnicos judiciários da área de segu-
rança em agente de polícia judicial, que não faz parte da Polícia Judiciária.
Os policiais legislativos são policiais administrativos e não têm como função principal 
fazer inquéritos policiais.
Os passaportes são expedidos pela Polícia Federal, que tem um papel no recadastra-
mento das armas, no controle de aeroportos, na expedição para empresas que querem traba-
lhar com determinados produtos químicos que podem ser utilizados na produção de drogas: 
nesses momentos, a Polícia Federal está agindo como Polícia Administrativa. 
A Polícia Civil, quando expede o RG, exerce a função de Polícia Administrativa.
Essas são as essências da Polícia Federal e da Polícia Civil?
Não, a essência delas é agir como autoridades em inquéritos, em investigações de crimes 
e contravenções.
A Polícia Militar fica no limbo porque, em regra, é Polícia Administrativa, mas quando é 
crime militar ela pode instaurar o Inquérito Policial Militar e, nesse momento, agir como Polí-
cia Judiciária.
É comum a Polícia Federal organizar campanhas para que não ocorra o contrabando, 
o descaminho. Quando alguém retorna ao país pode entrar com determinadas mercadorias 
até um limite de valor definido pelo meio em que a pessoa ingressa no país. Esse serviço é 
prestado de maneira preventiva/ostensiva, mas a regra é ser repressiva.
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CICLO DE POLÍCIA
Segundo a doutrina e a jurisprudência, no PODER DE POLÍCIA há várias etapas, vários 
ciclos, várias fases porque não é uma atividade estática.
Ele nasce de uma ORDEM/LEGISLAÇÃO de onde poderá surgiro CONSENTIMENTO, 
a FISCALIZAÇÃO e a SANÇÃO.
Este ciclo serve para demonstrar que o PODER DE POLÍCIA não é apenas sanção. 
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Quando se analisam os 4 ciclos completos, isso pertence às Pessoas Jurídicas de Direito 
(PJD) Público (União, Estados, DF, Municípios, Autarquias e Fundações Públicas). Todas 
elas possuem o ciclo completo: ordem, consentimento, fiscalização e sanção.
A doutrina, sobretudo a jurisprudência, passaram a admitir a DELEGAÇÃO desse PODER 
DE POLÍCIA para Pessoas Jurídicas de Direito (PJD) Privado (empresas públicas, socieda-
des de economia mista, concessionárias e permissionárias) apenas no que diz respeito às 
atividade de consentimento e fiscalização. Essas figuras, como a concessionária de uma 
rodovia, podem receber essas atribuições.
O STF, em outubro de 2021, criou uma situação de SUPER EXCEÇÃO e passou a ser 
admitida, além da delegação de consentimento e fiscalização, a delegação da SANÇÃO 
PARA AS PJD Privado.
É uma exceção porque não é para qualquer PJD Privado: deve ser empresa pública ou 
sociedade de economia mista, por meio de lei para que possam prestar, exclusivamente, ser-
viço público de atuação própria do Estado e em regime não concorrencial.
Em regra, as empresas públicas e as sociedades de economia mista desempenham ati-
vidades econômicas, mas o STF determinou que essa exceção é somente para aquelas que 
prestam serviços públicos.
A BHTRANS, uma sociedade de economia mista, nasceu para fiscalizar o trânsito em 
BH: sociedade de economia mista poderia aplicar multas? Em regra, não pode, mas essa 
sociedade de economia mista era diferente porque tinha recebido, por meio de lei, o papel de 
fiscalizadora do trânsito. O STF decidiu que, nesse caso, era possível delegar a função de 
sanção porque, em regra, uma PJD Privado não pode aplicar sanção. 
Este é realmente um caso excepcional porque a delegação comum, que admite o con-
sentimento e a fiscalização, se dá por meio de atos/contratos, não é necessária lei.
Atributos do Poder de Polícia
Os atributos são prerrogativas, são características especiais.
O PATI são atributos dos atos administrativos em geral: Presunção de legitimidade, Auto-
executoriedade, Tipicidade e Imperatividade.
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Especificamente os atributos do PODER DE POLÍCIA são três e são relativos:
Esses atributos (DAC) são relativos porque nem todo PODER DE POLÍCIA terá esses 
três atributos.
A regra é que o PODER DE POLÍCIA seja discricionário, autoexecutável e coercitivo.
É possível que haja um PODER DE POLÍCIA vinculado?
É possível. A licença é um típico ato vinculado.
É possível que o PODER DE POLÍCIA não tenha autoexecutoriedade?
É possível, por exemplo, a cobrança de multa. A Administração pode apreender, interditar, 
fechar, derrubar, demolir, mas há situações em que se o cidadão não pagar uma multa, ela 
não poderá apreender um bem para quitar a dívida, deve buscar o pagamento judicialmente.
É possível não haver coercibilidade no PODER DE POLÍCIA?
É possível. A regra é impor, mas se um cidadão solicitar uma autorização para fechar uma 
rua, é a Administração que está impondo? Não, o cidadão é que foi solicitar. Há os denomi-
nados ATOS NEGOCIAIS, ATOS ENUNCIATIVOS, onde não existe a coercibilidade.
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O uso de poder é o que se espera da Administração, o dever do agente público é agir 
corretamente. 
O ABUSO DE PODER é uma atuação ilícita, seja por ação, seja por omissão.
O ABUSO DE PODER É TODA E QUALQUER AÇÃO OU OMISSÃO ILÍCITA PROVO-
CADA PELO AGENTE PÚBLICO.
O ABUSO DE PODER é um gênero que possui duas espécies:
• Excesso de Poder é aquele que afeta o requisito da competência
• Desvio de Poder é aquele que afeta o requisito da finalidade.
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��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre-
parada e ministrada pelo professor Vandre Borges de Amorim. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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