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© dos autores
1a edição: 2008
Revisão: Rafael Finamor
Capa e Editoração Eletrônica: Rafael Marczal de Lima
Projeto Gráfico: Jadeditora Editoração Gráfica Ltda.
Fotolitos e impressão: Evangraf Ltda.
Ficha Catalográfica
Todos os direitos reservados
A reprodução não-autorizada de publicação, no todo
ou em parte, constitui violação de direitos autorais (Lei 9.610/98)
Printed in Brazil
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SumáSumáSumáSumáSumárrrrrioioioioio
Introdução ................................................................. 9
Situação atual .......................................................... 13
A degradação ambiental ......................................... 17
Impacto nos mananciais hídricos ......................................... 17
Impacto no solo ...................................................................... 19
Impacto na atmosfera ............................................................ 22
Caracterização dos dejetos...................................... 25
Tratamento dos dejetos ........................................... 31
Distribuição dos dejetos ......................................... 35
Adubação orgânica ................................................. 37
Compostagem como alternativa
de gestão ambiental ............................................ 41
Fatores que afetam a compostagem ....................... 43
Temperatura ............................................................................. 43
Umidade ................................................................................... 45
Relação C/N ............................................................................ 46
Aeração ..................................................................................... 47
pH .............................................................................................. 48
Granulometria ......................................................................... 49
Homogeneização .................................................................... 50
Processos microbiológicos da compostagem ........ 51
Temperatura ............................................................................. 51
pH .............................................................................................. 52
Nutrientes ................................................................................. 53
Oxigênio ................................................................................... 54
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Atividade microbiológica na compostagem ........... 55
Dinâmica microbiana na compostagem ................ 57
Processos de estabilização na compostagem ......... 59
Microrganismos envolvidos .................................... 61
Materiais utilizados como substrato ....................... 63
Maravalha ................................................................................. 63
Serragem ................................................................................... 63
Palha .......................................................................................... 64
Sabugo de milho triturado ..................................................... 64
Cama de aves ........................................................................... 64
Sistema de compostagem de dejetos ...................... 65
Dimensionamento das unidades de compostagem. .......... 66
Exemplo de dimensionamento do SISCODE................... 69
Processo de compostagem .................................................... 71
Uso do composto como adubo ............................... 83
Sistema automatizado de compostagem ................ 85
Resultados obtidos .................................................. 87
Temperatura ............................................................................. 87
Volume e peso específico ...................................................... 88
pH .............................................................................................. 90
Matéria seca .............................................................................. 92
Nitrogênio ................................................................................ 93
Carbono .................................................................................... 94
Relação C/N ............................................................................ 94
Fósforo ..................................................................................... 95
Potássio ..................................................................................... 97
Cálcio ........................................................................................ 97
Magnésio................................................................................... 99
Cobre....................................................................................... 100
Zinco ....................................................................................... 101
Compostagem-miolo.pmd 19/11/2008, 15:486
Ferro ........................................................................................ 102
Manganês ................................................................................ 103
Matéria orgânica .................................................................... 104
Análise econômica da implantação ...................... 107
Princípios da gestão física dos dejetos .............................. 107
A utilização dos dejetos suínos para produção agrícola ...... 108
Distribuição dos dejetos ...................................................... 109
Princípios da gestão econômica dos dejetos .................... 111
Viabilidade Econômica .............................................................111
Fluxo de caixa do investimento ..............................................111
Período de recuperação de capital (Payback) ........................111
Fórmula do payback: .................................................................113
Taxa interna de retorno (TIR) .................................................113
Valor presente líquido (VPL) ...................................................114
Taxa Mínima de Atratividade ..................................................115
A viabilidade da implantação do empreendimento ......... 115
Os gastos para a implantação do empreendimento ............116
A receita possível com a implantação do empreendimento ... 118
A análise de viabilidade por meio dos cenários: conclusão .... 120
A contribuição da educação ambiental no
processo de gestão ............................................ 123
Problemas potenciais que podem ocorrer com
o uso da compostagem ..................................... 129
Conclusão ............................................................... 131
Referências ............................................................ 133
Autores ................................................................... 141
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8
Compostagem-miolo.pmd 19/11/2008, 15:488
9
IntrIntrIntrIntrIntroduçãooduçãooduçãooduçãoodução
A perda global de diversidade biológica pode ser atribuída
como um produto oriundo de dois fenômenos. O primeiro,
decorrente do aumento dos níveis populacionais, forçou a trans-
formação de áreas não perturbadas em terras usadas para a agri-
cultura. O segundo, poluente agrícolas e industrial, aplicou uma
pressão seletiva, nova e estreitamente uniforme sobre as espéci-
es, alterando de maneira drástica o equilíbrio da biosfera. Neste
sentido, a suinocultura também é considerada uma atividade que
degrada o meio ambiente. Assim, o grande desafio para a ativi-
dade agropecuária, em especial para a suinocultura, é o desen-
volvimento de sistemas de produção que sejam altamente com-
petitivos sem afetar, adversamente, os recursos ambientais, prin-
cipalmente o solo e a água.
Devemosrecordar que os organismos vivos e seu ambien-
te não vivo (abiótico) estão inseparavelmente inter-relaciona-
dos e interagem entre si. Assim, sistema ecológico ou ecossistema
pode ser definido como qualquer unidade que abranja todos os
organismos que funcionam em conjunto numa determinada área,
interagindo com o ambiente físico de tal forma que um fluxo
de energia produza estruturas bióticas claramente definidas e
uma ciclagem de materiais entre as partes vivas e não vivas. Tal
nível de organização deve ser a preocupação primária para que
a sociedade inicie a implementação de soluções holísticas para
os problemas que estão aparecendo ao nível do bioma e da
biosfera.
Atualmente as atividades antropogênicas têm aumentado
progressivamente a geração de resíduos orgânicos, os quais ne-
cessitam de alguma forma ser reincorporados aos sistemas natu-
rais vigentes, de uma forma harmônica, evitando impactos
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10
ambientais profundos. Portanto, o conhecimento da dinâmica da
matéria orgânica e de outras substâncias presentes ou adiciona-
das ao solo, desempenha um papel chave sobre a possibilidade de
reaproveitamento energético dos resíduos provenientes da ativi-
dade humana nas áreas agrícolas, industriais ou urbanas).
Neste contexto, os diversos setores da produção animal
começam a se organizar, para atender a dois requisitos, com o
objetivo de que seus produtos possam competir e para que te-
nham boa aceitação no mercado. O primeiro requisito dispõe
sobre as questões legais como a resolução nº 357, de 17 de mar-
ço de 2005, sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes
ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as
condições e padrões de lançamento de efluentes. O segundo
requisito são as exigências dos consumidores que desejam ali-
mentos que tenham sido produzidos atentando para a preser-
vação ambiental.
A necessidade de planejamento ambiental é algo aceito
tanto pelo meio empresarial urbano como pelo meio
agropecuário. Neste sentido, os profissionais que atuam na ati-
vidade devem capacitar-se para planejar o uso de recursos natu-
rais e situar as atividades, tanto na propriedade rural como na
região em que ela está inserida, de forma a controlar os efluentes
emitidos, realizando a adequação das instalações e o sistema de
reciclagem ou tratamento dos resíduos.
Tomando como exemplo o manejo das bacias hidrográficas,
observa-se que, ao longo do tempo, não houve uma preocupa-
ção com a conservação dos rios e nascentes, de forma a que se
pudesse ter uma exploração sustentável. Sempre houve uma falsa
idéia de que as águas potáveis jamais se esgotariam e, por isso,
podiam ser exploradas indefinidamente. Este foi o comporta-
mento geral da geração passada e, atualmente, pode-se obser-
var o decréscimo na qualidade ambiental das bacias hidrográficas.
Para reverter este quadro, há necessidade de investir no manejo
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11
correto dos resíduos, na preservação e recuperação das matas
ciliares, na melhoria da qualidade e da quantidade das águas.
Além disso, faz-se necessário investir permanentemente em
ações de educação ambiental com todos os envolvidos no pro-
cesso, visando à mudança de concepção, valores e atitudes para
uma intervenção ética, responsável e comprometida com o
ambiente da qual pertencem e sua efetiva sustentabilidade.
A suinocultura já tem bem encaminhada as mais impor-
tantes questões relativas à produção, como genética, manejo,
nutrição e outras. A sustentação ambiental da atividade, no en-
tanto, permanece como uma das suas mais cruciais questões
pendentes.
O modelo suinícola, praticado no Brasil, é uma atividade
que se baseia no confinamento dos animais, e na aplicação de
tecnologias que permitem o melhor desempenho possível. Po-
rém, em muitas situações, impactam de maneira negativa e pro-
funda no equilíbrio do ecossistema natural.
Os produtores de suínos, em geral, mantêm a maior parte
do ciclo produtivo de seus animais em confinamento total, le-
vando com isso à concentração de um grande número de ani-
mais em pequenas áreas que geram grandes volumes de dejetos.
Em função disso, a suinocultura é muitas vezes rotulada como
uma atividade de grande potencial poluidor pelos órgãos de fis-
calização ambiental.
Para atingir a almejada sustentabilidade da suinocultura
foram desenvolvidos vários métodos para o gerenciamento dos
resíduos da atividade. Cabendo destacar o uso de esterqueiras,
bioesterqueiras, produção sobre cama, lagoas de tratamento,
decantadores, peneiras, biodigestores, entre outros. Cada um dos
sistemas apresenta aspectos positivos e negativos, sendo que,
na maioria dos casos o custo com a sua implantação e manuten-
ção, ultrapassa a capacidade de investimento do produtor. As-
sim, foi desenvolvido um sistema alternativo para a minimização
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12
do impacto ambiental, causado pela atividade suinícola, deno-
minado de sistema de compostagem de dejetos de suínos
(SISCODE).
O SISCODE tem um desafio muito grande: transformar
prejuízo em lucro. Ou seja, fazer com que o dejeto, substrato da
atividade que gera passivo contábil e ambiental, gere ativos fi-
nanceiros e, além disso, seja um produto gerador de alternativas
de renda. Este desafio está sendo apresentado, em busca de aten-
der aos anseios da população mundial que deseja uma
suinocultura dentro dos princípios da sustentabilidade.
O presente livro aborda o tratamento dos dejetos de suí-
nos por meio de compostagem, o que possibilita a mudança na
apresentação dos dejetos de suínos, de líquido para um com-
posto sólido estabilizado. Deste modo, permitindo a redução
do volume dos dejetos produzidos na atividade suinícola, bem
como à valorização agronômica do composto através de uma
alternativa de tratamento e de gestão ambiental, voltada para a
sustentabilidade da suinocultura.
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13
Situação aSituação aSituação aSituação aSituação atualtualtualtualtual
Atualmente existe um conflito de interesses nas regiões
produtoras de suínos, entre a necessidade do aumento da es-
cala de produção animal, visando atender as exigências da
globalização. Em sentido contrário, observa-se a exigência de
preservação ambiental. Isto porque, na produção animal, são
originados diferentes resíduos e, se estes não forem conveni-
entemente manejados e tratados, irão invariavelmente poluir
o ambiente. Em vários municípios produtores de suínos, o
número de animais ultrapassa o de moradores, acarretando
uma elevada produção de dejetos por unidade de área. Neste
sentido, um dos grandes desafios para a suinocultura, é a in-
serção da gestão ambiental no setor, que atenda o desenvolvi-
mento de sistemas de produção que sejam altamente competi-
tivos, reduzindo interferência e os impactos negativos sobre
os recursos naturais.
Os produtores de suínos, em geral, mantêm a maior parte
do ciclo produtivo de seus animais em confinamento total, le-
vando com isso à concentração de um grande número de ani-
mais em pequenas áreas que geram grandes volumes de dejetos.
Em função disso, a suinocultura é rotulada como uma atividade
de grande potencial poluidor pelos órgãos de fiscalização
ambiental.
Neste contexto, para que os produtos da suinocultura bra-
sileira apresentem competitividade no mercado internacional,
faz-se necessário que além do cumprimento das determinações
legais para a questão ambiental, também sejam atendidas as exi-
gências dos consumidores, que cada vez mais desejam alimen-
tos que tenham sido produzidos atentando para a preservação
ambiental.
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14
Os sistemas de tratamento de dejetos exigidos pela atual
legislação ambiental, nem sempre oferecem garantia de elimi-
nar o impacto ambiental causado pela suinocultura, além disso,
possui em sua maioria, um custo de implantação e operação
geralmente superior à capacidade de investimento dos produto-
res, o que limita a adoção de algumas destas tecnologias.O armazenamento dos dejetos, na maioria das vezes, é con-
fundido com tratamento de dejetos. Conceitualmente, a arma-
zenagem consiste em colocar os dejetos em depósitos adequa-
dos durante um determinado tempo, com o objetivo de fer-
mentar a biomassa e reduzir os patógenos dos mesmos. Por não
ser um sistema de tratamento, fica longe dos parâmetros exigi-
dos pela legislação ambiental para o lançamento em cursos de
água, ou para sua utilização como fertilizante. Por outro lado, a
estratégia de armazenagem e uso de dejetos como fertilizante
líquido, processo predominante na maioria das granjas, ainda
que represente um avanço para a questão ambiental, não pode
ser considerado como um tratamento para os dejetos, mas sim,
como uma armazenagem temporária.
A reciclagem dos constituintes dos dejetos de suínos deve
ser conduzida de uma forma harmônica, evitando maiores im-
pactos ambientais. Para tanto, o conhecimento da dinâmica da
matéria orgânica e de outras substâncias presentes nos dejetos,
assume um papel chave sobre a possibilidade de
reaproveitamento dos resíduos provenientes da suinocultura,
principalmente quando o destino final é solo, na forma de adu-
bo orgânico.
Para atingir a almejada sustentabilidade da suinocultura fo-
ram desenvolvidos vários métodos para o gerenciamento dos
resíduos da atividade. Cabendo citar o uso de esterqueiras,
bioesterqueiras, produção sobre cama, lagoas de tratamento,
decantadores, peneiras, biodigestores, entre outros. Cada um dos
sistemas apresenta aspectos positivos e negativos, sendo que,
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15
na maioria dos casos o custo com a sua implantação e manuten-
ção, ultrapassa a capacidade de investimento do produtor.
O manejo dos dejetos na forma líquida apresenta alguns
inconvenientes, como o elevado custo de armazenamento, tra-
tamento e transporte, além de elevados riscos de contaminação
dos recursos hídricos. Neste contexto, um dos grandes desafios
para a suinocultura é o desenvolvimento de processos que se-
jam viáveis, reduzam o potencial poluente e ao mesmo tempo
aumentem o valor dos dejetos para uso agronômico. Assim, foi
desenvolvido um sistema alternativo, baseado no princípio da
compostagem, para a gestão dos dejetos, visando minimizar o
impacto ambiental causado pela atividade suinícola.
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16
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17
A deA deA deA deA degggggrrrrradação ambientaladação ambientaladação ambientaladação ambientaladação ambiental
A produção de suínos em confinamento, método consa-
grado na produção industrial de suínos, resulta em uma grande
densidade de animais, levando ao acúmulo de quantidade signi-
ficativa de dejetos, principalmente na forma líquida em peque-
nas áreas. Como conseqüência, a capacidade de utilização agro-
nômica dos dejetos é excedida, levando ao comprometimento
do equilíbrio ambiental existente, causando inexoravelmente a
degradação de mananciais hídricos, liberação de odores desa-
gradáveis, elevação da eutroficação de corpos hídricos, aumen-
to da população de insetos, além da contaminação química e
microbiana do lençol freático.
Impacto nos mananciais hídrImpacto nos mananciais hídrImpacto nos mananciais hídrImpacto nos mananciais hídrImpacto nos mananciais hídricosicosicosicosicos
O problema do despejo de dejetos nos recursos hídricos,
processo muito comum nas regiões produtoras de suínos, resul-
ta em rápido aumento populacional das bactérias, e na extração
do oxigênio (O
2
) dissolvido na água para o seu crescimento. As
bactérias são as principais responsáveis pela decomposição da
matéria orgânica. Sendo os dejetos liberados em um curso de
água com uma boa quantidade de O
2
 dissolvido, as bactérias
aeróbias ou facultativas têm um incremento em sua população,
acelerando o processo de decomposição, consumindo O
2 
e ori-
ginando dióxido de carbono (CO
2
) e água (H
2
O), deste modo
diminuindo, consideravelmente, a possibilidade de sobrevivên-
cia da fauna aquática.
As restrições ambientais que a suinocultura sofre em paí-
ses da Europa – Alemanha, França, Dinamarca e Holanda -
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18
têm feito com que estes países reduzam a produção de carne
suína. No Brasil, com a aplicação das leis de crimes ambientais,
muitas granjas têm sido interditadas, por não se enquadrarem
na atual legislação, indicando que não há mais como adiar o
assunto e se faz urgente encontrar caminhos eficientes para a
solução deste grande problema.
Na China, país de dimensões continentais, o problema se
apresenta de maneira semelhante ao que ocorre no Brasil. Com
o advento da suinocultura intensiva, houve um aumento da con-
centração de animais em pequenas áreas, gerando grande pro-
dução de dejetos com insuficiente espaço de lavoura para a
reciclagem dos mesmos. Em função disso, houve um aumento
da poluição ambiental, incluindo odores desagradáveis,
eutroficação em rios e lagos, proliferação de insetos e contami-
nação microbiana em águas profundas.
As águas doces superficiais são muito importantes como
fonte de água potável para as populações, e também como
habitat para a vida vegetal e animal. O aporte de íons fosfato
para estas águas funciona normalmente como nutriente
determinante do crescimento de algas, ou seja, quanto mais
abundante o suprimento do íon, maior será o crescimento
de algas. Quando uma vasta massa de algas morre, ocorre a
sua decomposição por oxidação, ocorrendo à depleção do
O
2
 dissolvido na água, sendo toda a fauna e flora negativa-
mente afetada.
A poluição, provocada pelo manejo inadequado dos dejetos
de suínos, cresce em importância a cada dia, seja por uma maior
consciência ambiental dos produtores, como também pelo au-
mento das exigências dos órgãos fiscalizadores e da sociedade
em geral. Ao mesmo tempo em que a suinocultura foi respon-
sável pela expansão do setor agroindustrial em várias partes da
região sul do Brasil, destacando-se como uma atividade de grande
importância para o desenvolvimento desta região, cabe-lhe tam-
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19
bém a responsabilidade por grande parte da poluição dos ma-
nanciais de água.
A poluição ambiental, causada por dejetos, é um proble-
ma que se vem agravando na suinocultura moderna. Diagnósti-
cos recentes têm demonstrado um alto nível de contaminação
dos rios e lençóis de água superficiais que abastecem tanto o
meio rural como o urbano. Neste sentido, os ecossistemas de
água doce, que apesar de apresentarem águas superficiais (rios,
lagos e fontes), aparentemente distantes dos lençóis profundos,
estão intimamente ligadas e interagindo com estes, e que a po-
luição presente em na superfície poderá afetar estas águas tão
importantes para o planeta.
Impacto no soloImpacto no soloImpacto no soloImpacto no soloImpacto no solo
Os dejetos de suínos, até poucas décadas, não eram um
fator limitante, pois a concentração de animais era pequena e
o solo das propriedades tinha capacidade para absorvê-los, ou
os mesmos eram utilizados como adubo orgânico. Porém, o
desenvolvimento da suinocultura intensiva, principalmente a
partir da década de 80, acarretou a produção de grandes quan-
tidades de resíduos, os quais eram lançados no solo ou em
corpos hídricos, na maioria das vezes, sem critério e sem trata-
mento prévio, transformando-se em uma grande fonte
poluidora. Neste sentido, os sistemas de produção de suínos
adotados no Sul do Brasil, propicia elevada produção de dejetos
líquidos, gerando problemas de manejo, armazenagem, distri-
buição e poluição ambiental.
A noção de resíduo não existe na natureza. Esta afirmação
é fundamentada pelos grandes ciclos naturais, denominados de
ciclos biogeoquímicos, nos quais comumente, o papel do
decompositor é transformar e ou incorporar, as matérias des-
cartadas pelos outros componentes do sistema, sem alterar o
Compostagem-miolo.pmd 19/11/2008, 15:4819
20
equilíbrio natural. Assim, somente existe resíduo como elemen-
to negativo, causador de degradaçãoambiental, quando o mes-
mo for de origem antrópica (ação do homem sobre a natureza).
Isto é observado quando a capacidade de absorção natural pelo
meio no qual está inserido é ultrapassada.
O destino dos metais pesados e de outros compostos or-
gânicos tóxicos são a deposição e o soterramento em solos e
sedimentos. Os metais pesados se acumulam, freqüentemente,
na camada superior do solo, onde são disponíveis para a ab-
sorção pelas plantas. Os materiais húmicos têm grande afini-
dade pelos cátions dos metais pesados, de maneira que os ex-
traem da água que passa através deles por meio de processos
de troca iônica formando complexos insolúveis em água. A
presença de metais pesados, em grandes quantidades nos
dejetos, é decorrente da sua alta concentração nas rações, onde
são adicionados em excesso para suprir a baixa taxa de absor-
ção dos mesmos pelos suínos.
Nas áreas de suinocultura intensiva, os dejetos são adici-
onados ao solo, e devido a sua alta reatividade com os grupos
funcionais da matéria orgânica e com argilominerais, a ten-
dência é de ocorrência de acúmulo. No momento em que é
atingida a capacidade de retenção dos metais pelo solo, estes
podem atingir camadas mais profundas, chegando inclusive
ao lençol freático.
O acúmulo de metais pesados leva a uma reação intensa
com osconstituintes coloidais e biológicos, tanto na camada
superficial do solo, como dissolvidos na água. Na eventual ab-
sorção por microorganismos ou vegetais, pode apresentar al-
tos riscos ao ecossistema e à saúde humana.
Medidas de redução de componentes limitantes como ni-
trogênio (N), fósforo (P) e metais pesados, podem ser
implementadas através de modificações nas dietas dos suínos.
Assim, existem aspectos importantes relacionados à nutrição ani-
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21
mal que poderão reduzir o potencial poluente dos dejetos e asse-
gurar maior sustentabilidade aos sistemas de produção. Dentre
os fatores que se destacam, cabe citar: a melhora da eficiência
alimentar dos animais, o uso de nutrientes na ração de acordo
com as exigências dos animais, o emprego da técnica de restrição
alimentar para suínos em terminação, a redução dos níveis de
cloreto de sódio, fazendo com que haja uma utilização mais raci-
onal da água e, finalmente, o uso de promotores de crescimento,
como o Cu e o Zn, na forma quelatada para reduzir a excreção.
Fertilizante orgânico pode ser definido como todo pro-
duto de origem vegetal ou animal que, aplicado ao solo em
determinadas quantidades, em épocas e formas adequadas, pro-
porciona melhorias de suas propriedades físicas, químicas e
biológicas, podendo atuar também como um corretivo de aci-
dez. Além disso, é um complexante de elementos tóxicos e
uma fonte de nutrientes às plantas, garantindo a produção de
colheitas compensadoras, com produtos de boa qualidade, sem
causar danos ao solo, à planta ou ao ambiente.
Na legislação brasileira, o decreto 86.955, de 18 de feve-
reiro de 1982, regulamenta os fertilizantes organominerais e
os compostos. Complementam este decreto a portaria nº. 31,
de 8 de junho de 1982 (que aprova os métodos analíticos ofi-
ciais para análise), e a portaria nº. 1, de 4 de março de 1983,
que fixam especificações, garantia e tolerância dos produtos.
Os valores aceitáveis são apresentados na Tabela 1.
Quando a aplicação dos dejetos de suínos ocorre de for-
ma contínua e em níveis mais elevados que a capacidade de
retenção do solo e das plantas é verificado um aumento da
movimentação de nitrato, fósforo e de outros elementos no solo
e no lençol freático. Os acúmulos de fósforo e potássio no solo,
pelo uso de grandes quantidades de dejetos de suínos por perí-
odos longos, vários anos ou décadas, podem causar desbalanços
de nutrientes. O efeito do acúmulo excessivo de fósforo dispo-
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22
nível nos solos produz deficiências de zinco, e o excesso de
potássio pode causar deficiência de magnésio, o acúmulo de
potássio e sódio na forma trocável nos solos, pode causar desa-
gregação e diminuir a estabilidade da estrutura do solo.
Tabela 1. Especificações e tolerâncias permitidas para composto e fertilizante
organomineral de acordo com a legislação brasileira.
* Conforme registro no rótulo
- Não especificado
Fonte: Adaptado de Kiehl (1985).
Impacto na aImpacto na aImpacto na aImpacto na aImpacto na atmosftmosftmosftmosftmosferererereraaaaa
A produção de suínos, além do impacto causado no solo e
nos recursos hídricos, acarreta outro grave problema ambiental.
Este diz respeito ao odor desagradável oriundo de seus dejetos.
Isso ocorre devido à evaporação dos compostos voláteis, que
causam efeitos prejudiciais ao bem-estar humano e animal. Os
contaminantes do ar mais comuns nos dejetos são a amônia, o
metano, os ácidos graxos voláteis, o ácido sulfídrico, o etanol, o
propanol, o dimetil sulfidro e o carbono sulfidro. A emissão de
gases pode causar graves prejuízos às vias respiratórias do ho-
mem e dos animais, bem como a formação de chuva ácida, além
de contribuir para o aquecimento global do planeta.
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23
Com relação às mudanças climáticas globais, cabe lembrar
que a terra é coberta por uma camada de gases, que são relativa-
mente abertos à penetração de radiação solar de onda curta, sendo
que a parcela desta energia, irradiada de volta para o espaço na
forma de onda longa, é determinada pela concentração de diversos
gases na atmosfera. Dentre os principais gases que absorvem on-
das longas destacam-se o dióxido de carbono (CO
2
) o metano (CH
4
),
o clorofluorcarbono (CFC) e o óxido nitroso (N
2
O). Estes são os
chamados gases de efeito estufa, uma vez que absorvem radiação
de onda longa e permitem que o calor seja irradiado novamente
para a terra, criando um efeito de aquecimento conhecido como
aquecimento global da terra. Neste sentido, o efeito estufa tem sido
relacionado ao aumento da concentração de gases na atmosfera, os
quais têm a capacidade de reter a radiação infravermelha (energia
calorífera) emitida pela superfície da terra.
A contribuição dos gases no efeito estufa depende, basica-
mente, de dois fatores: sua concentração na atmosfera e seu
poder de aquecimento molecular. O poder de aquecimento das
moléculas dos gases varia e pode ser mensurado de acordo com
um referencial. O elemento utilizado como referência é o CO
2
,
por ser o gás de efeito estufa mais abundante na atmosfera e de
maior contribuição no aquecimento global (Tabela 2).
Tabela 2. Poder de retenção e radiação de calor dos diferentes gases por unidade
de volume, comparado ao CO
2
.
Fonte: Guyot, (1997), adaptado por Oliveira, 2003.
Inúmeras são as previsões de que o efeito estufa afetará o
clima de todo o planeta ao longo dos próximos anos. O termo
efeito estufa significa um aumento médio global da temperatura
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24
em função do aumento de gases na atmosfera, oriundos princi-
palmente das atividades antrópicas. Assim, a agropecuária recebe
destaque pela geração de gases de efeito estufa, em especial o
metano (CH
4
). Na agricultura, cabe destacar o CH
4
 formado nas
várzeas de arroz irrigado. Por outro lado, a contribuição da pecu-
ária é expressiva na liberação de CH
4
 para a atmosfera, tanto atra-
vés da fermentação entérica dos ruminantes, como da estabiliza-
ção anaeróbica dos dejetos dos animais. O CH
4
 é mais efetivo do
que o CO
2
 na absorção da radiação solar na superfície da terra. O
CH
4
 é produzido por bactérias metanogênicas e sua concentra-
ção global tem aumentado a uma taxa de 1% ao ano.
Colabora de forma significativa para as alterações climáticas
os gases emitidos pelos sistemas de criação de suínos, como o
CO
2
 o CH
4
 e os gases de N (NH
4
, N
2
O e N
2
). Estudos de quali-
dade do ar indicam que as emissões dos sistemas de tratamento
de dejetos de suínos têm alto potencial de afetar negativamente a
qualidade do ar local, regional e mundial. Conseqüentemente, as
emissões de gasesrepresentam uma grande preocupação para a
manutenção da qualidade do ar, devido aos seus efeitos prejudici-
ais na qualidade ambiental, no desconforto e na saúde humana.
A emissão de gases ocorrida durante o processo de
compostagem é um fator valioso a ser considerado. A
compostagem, quando conduzida dentro dos preceitos da téc-
nica, possibilita uma redução expressiva nas emissões de NH
3
,
N
2
O e CH
4
, desde que não sejam criados sítios anaeróbios den-
tro da pilha em processo de compostagem. A mistura do
substrato aos dejetos e a conseqüente absorção da umidade é
um importante elemento no controle das perdas de N por
volatilização, durante o processo de compostagem. Portanto,
os principais fatores que afetam as emissões gasosas em geral
são os teores de N total inicial, o regime de temperatura do
material em compostagem e a freqüência com a qual as pilhas
são revolvidas.
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25
CarCarCarCarCaracteracteracteracteracterização dos dejetosização dos dejetosização dos dejetosização dos dejetosização dos dejetos
Os dejetos de suínos são caracteristicamente constituídos
por urina, fezes, resto de ração, pêlos, água de higienização e
desperdiçada pelos bebedouros. Em face disto, os dejetos de
suínos apresentam uma grande diluição, na maioria dos casos,
com teores de água superiores a 95%. Ou seja, o produtor está
manejando em cada 1000 litros de dejetos, 950 litros ou mais de
água e no máximo 50 kg de nutrientes, o que torna o processo
muito dispendioso. O esterco, por sua vez, é constituído basica-
mente pelos excrementos dos animais.
A quantidade total de dejetos produzidos por um suíno
em determinada fase de seu desenvolvimento é uma informa-
ção fundamental para o planejamento das construções de cole-
ta e estocagem, além de nortear a definição dos equipamentos a
serem utilizados para o transporte e a distribuição dos dejetos
na lavoura. Por outro lado, as quantidades de fezes e urina são
afetadas por fatores zootécnicos, ambientais e nutricionais. Na
Tabela 3, são apresentados os dados para a produção média
diária de dejetos por animal nas diferentes fases produtivas dos
suínos, enquanto que, na Tabela 4, é apresentada a composição
físico-química do esterco líquido, informação fundamental para
a utilização dos dejetos como fertilizante orgânico.
Embora o procedimento mais adequado para calcular a
quantidade de dejetos, produzidos em uma granja, seja aquele
apresentado na Tabela 3, existem valores que podem ser utiliza-
dos para estimativas expeditas, que ajudam a apreciar a produ-
ção diária de dejetos para os diferentes sistemas de produção de
suínos e que são apresentados na Tabela 5.
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26
Tabela 3. Produção média diária de dejetos por animal nas diferentes fases
produtivas dos suínos.
Fonte: Oliveira (1993).
Tabela 4. Caracterização do esterco líquido em sua composição físico-química.
Fonte: Konzen (1980).
Tabela 5. Quantidade estimada de dejetos líquidos de suínos produzidos
diariamente de acordo com o sistema de produção.
Fonte: Dartora et al. (1998).
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27
A alimentação ocupa um papel de destaque na determina-
ção das características dos dejetos de suínos. Por exemplo, um
pequeno aumento na digestibilidade da matéria seca da dieta,
de 85% para 90%, reduz em torno de 30% a excreção de maté-
ria seca nas fezes. Além disso, biodisponibilidade dos nutrientes
da dieta afeta diretamente a composição da excreta. Assim, su-
ínos, alimentados com dieta à base de milho e farelo de soja e
suplementados com Cu na forma quelatada, apresentam redu-
ção na excreção destes minerais nas fezes superior a 30%, quan-
do comparados com suínos alimentados com a mesma dieta,
mas suplementados com Cu na forma convencional. Deste
modo, o impacto ambiental da suinocultura pode ser reduzido
tanto pela digestibilidade bem como com a biodisponibilidade
dos nutrientes constituintes desta dieta.
O sistema de higienização também afeta diretamente o
conteúdo de sólidos dos dejetos. Deste modo, os dejetos
coletados em sistemas de piso ripado com fossos têm um con-
teúdo de matéria seca geralmente superior a 3%. Por outro
lado, no manejo em lâmina d’água e canaletas, o teor de maté-
ria seca diminui sensivelmente, situando-se abaixo de 2%. Além
disso, tanto o uso da vassoura hídrica sem a prévia raspagem
dos dejetos, bem como a adoção de sistemas de limpeza com
baixa pressão e alta vazão são importantes fontes de diluição
dos dejetos de suínos.
Cabe destacar que grande parte da água dos dejetos, arma-
zenados nas esterqueiras, provém de bebedouros mal regula-
dos, limpeza das baias e principalmente água das chuvas. Os
bebedouros, muitas vezes não são adequados, ou estão mal re-
gulados na altura e ou na vazão, o que favorece o desperdício de
água pelo animal ou vazamentos. A água da chuva também é
responsável pelo aumento no volume dos dejetos. Os canais
abertos, de captação de dejetos, coletam também água da chuva
e do telhado, o que eleva a diluição. Outra importante maneira
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28
de entrada de água da chuva na esterqueira é a da precipitação
direta sobre esterqueiras sem cobertura, ou o escorrimento das
águas de enxurradas, pois na maioria dos depósitos não possu-
em canais de drenagem.
Uma das formas expeditas adotadas para estimar a com-
posição química dos dejetos de suínos pode ser realizada a
partir da determinação da densidade dos dejetos, mediante o
uso de densímetro. O valor obtido na leitura do densímetro
permite que seja realizada uma correlação entre a densidade e
a composição química dos dejetos (Tabela 6). Este método
fornece razoável confiabilidade nos valores obtidos, o que pode
facilitar a campo a sua recomendação para destinação agronô-
mica dos dejetos.
Tabela 6. Estimativa de concentração dos diferentes constituintes
do dejeto líquido de suínos de acordo com a sua densidade corrigidos
para uma temperatura de 15° C.
Fonte: Adaptado de Oliveira (1993).
Outro fator que atua sobre a diluição dos dejetos é o tipo
de comedouro adotado. Suínos alimentados com comedouro
“tipo umidificado” (bebedouro instalado na câmara de consu-
mo do comedouro), apresentam menor quantidade de efluentes
por kg vivo, contribuindo para a redução do desperdício de água
e consequentemente, do volume de dejetos produzidos.
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29
Assim, a composição química e física dos dejetos de suí-
nos será influenciada por vários fatores, que devem ser conside-
rados desde o planejamento das instalações, na formulação das
dietas, no sistema de higienização, dentre outros. Cabe lembrar
que não existe sistema de produção perfeito, e nem que atenda
a todos os requisitos. Portanto no momento da escolha, o pro-
dutor deve estar consciente tanto das vantagens como das limi-
tações do sistema escolhido.
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30
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31
TTTTTrrrrraaaaatamento dos dejetostamento dos dejetostamento dos dejetostamento dos dejetostamento dos dejetos
Em levantamento realizado em três municípios do Alto Uru-
guai Catarinense, foi constatado que 80% das microbacias
hidrográficas apresentavam áreas de lavoura insuficientes para a
reciclagem na forma de adubação orgânica do volume total de
dejetos de suínos produzidos. Além disso, nenhuma das microbacias
atendeu a regulamentação do órgão ambiental, o qual preconiza
um tempo mínimo de 120 dias para a retenção dos dejetos na
esterqueira, para estabilização dos mesmos. Deste modo, uma das
medidas prioritárias que devem ser adotadas, visando reduzir o
impacto ambiental da atividade, pode ser a implementação de sis-
temas de manejo e tratamento de dejetos que possibilitem a redu-
ção do seu volume, minimizando seu poder poluente.
O sistema tradicional de tratamento de dejetos na forma
líquida utilizado na região Sul do Brasil (esterqueiras,
bioesterqueiras e lagoas anaeróbias), está baseado na condução
dos dejetosda área de criação dos animais, através de tubula-
ções ou canaletas, para um depósito, local que os dejetos per-
manecem por determinado tempo para sofrer fermentação
anaeróbia, sendo posteriormente transportados com máquinas
até as lavouras. Esse sistema, quando adequadamente instalado
e manejado, pode apresentar bons resultados. Entretanto, o seu
principal entrave esta na necessidade da existência de área ade-
quada na propriedade para as construções das lagoas e para o
uso desses resíduos como adubo orgânico. Além do elevado
custo com implantação, manutenção e manejo dos dejetos na
forma líquida, estes sistemas favorecem o despejo acidental dos
dejetos na natureza, tornando o sistema muitas vezes inviável
para alguns produtores.
Além disso, ocorre um grave inconveniente pelo fato de
haver a incorporação de grandes volumes de água no decorrer
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32
do processo, proveniente de bebedouros inadequados ou mal
regulados, da higienização das construções e da água da chu-
va. Tais fatores aumentam o volume final dos dejetos, encare-
cendo o custo de estocagem e transporte, e reduzindo o seu
valor como fertilizante orgânico, devido ao elevado grau de
diluição que apresenta.
A digestão anaeróbia através do uso de esterqueiras aber-
tas é o processo mais empregado nos sistemas de tratamento
de dejetos de suínos, sendo utilizado a fim de estabilizar os
resíduos gerados nos sistemas de produção de suínos. A pro-
dução do CH
4
, gás proveniente deste tipo de tratamento gira
em torno de 0,3 a 0,6 L de gás/g de sólidos voláteis presentes.
Desta forma, o valor de sólidos voláteis pode ser usado para
estimar a produção de gás do sistema de tratamento. Conside-
rando-se um valor de sólidos voláteis médio de 0,50 kg/dia/
100 kg dejetos, obtém-se uma produção de gás aproximada de
250 L para cada animal.
A forma predominante de armazenagem e uso dos dejetos,
praticada na atividade suinícola, revela a existência de um
distanciamento das necessidades dos criadores e da legislação
ambiental vigente. Devido à liberação dos dejetos suínos ao solo
e aos mananciais de água, de maneira direta ou indireta, sem
sofrer o necessário tratamento prévio, existem atualmente nos
grandes centros produtores índices alarmantes de contamina-
ção dos recursos naturais, com a conseqüente diminuição da
qualidade de vida.
O tratamento dos dejetos gerados pela suinocultura é tão
importante quanto à própria criação dos animais, e deve ser
analisado sob várias finalidades, tais como:
a) Finalidade preservacionista: eliminar ou amenizar o ele-
vado volume de dejetos gerado nas propriedades, de
forma a reduzir ou extinguir o seu potencial poluente,
evitando a degradação ambiental;
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33
b) Finalidade agronômica: utilizar os dejetos como fertili-
zante disponível nas propriedades, de forma a comple-
mentar as necessidades de adubação mineral para me-
lhorar as condições do solo, aumentando assim a pro-
dutividade das lavouras;
c) Finalidade sanitária: promover o tratamento adequado
dos dejetos, com a finalidade de reduzir o potencial de
transmissão de agentes causais de doenças, melhoran-
do a produtividade dos rebanhos de suínos;
d) Finalidade social: solucionar o problema de concentra-
ção de dejetos, contribuindo para a manutenção e in-
centivo de uma atividade agrícola de grande importân-
cia econômica, viabilizando assim a continuidade do
processo agroindustrial que ajuda a fixar o homem no
campo e gera empregos e renda.
Assim, deve existir um plano de gestão para os resíduos da
exploração suinícola que contemple três âmbitos de atuação:
1) medidas de redução de resíduos na origem que inclu-
em principalmente a diminuição do desperdício de água;
2) plano de aplicação nas áreas agrícolas tendo como co-
nhecimento básico o nível de nutrientes do dejeto e as
necessidades do solo; e
3) um tratamento adequado para a redução da carga
poluente. Desta forma, a gestão dos resíduos proveni-
entes das atividades agropecuárias ou urbanas deve ser
feita, observando-se as prioridades como redução,
reutilização, reciclagem, tratamento e destino final.
O armazenamento dos dejetos, na maioria das vezes, é
confundido com tratamento de dejetos. Conceitualmente, a ar-
mazenagem consiste em colocar os dejetos em depósitos ade-
quados durante um determinado tempo, com o objetivo de fer-
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34
mentar a biomassa e reduzir os patógenos dos mesmos. Por não
ser um sistema de tratamento, fica longe dos parâmetros exigi-
dos pela legislação ambiental para o lançamento em cursos de
água, ou para sua utilização como fertilizante. Neste sentido, a
estratégia de armazenagem e uso de dejetos como fertilizante
líquido, processo predominante na maioria das granjas, ainda
que represente um avanço para a questão ambiental, não pode
ser considerado como um tratamento para os dejetos, mas sim,
como uma armazenagem temporária.
Por outro lado, o uso de esterqueiras sem cobertura é mui-
to difundido na suinocultura brasileira, e apresenta como prin-
cipal vantagem o baixo custo de implantação e manutenção.
Mas apresenta sérios inconvenientes, tais como: emissão de maus
odores, lodo e efluentes com alto potencial poluente, necessi-
dade de áreas agrícolas suficientes para a aplicação adequada do
dejeto armazenado, geração de gases de efeito estufa e alto ris-
co ambiental pelo rompimento da esterqueira. Deste modo, fica
evidente, à necessidade do desenvolvimento de alternativas para
o manejo dos dejetos.
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35
DistrDistrDistrDistrDistribibibibibuição dos dejetosuição dos dejetosuição dos dejetosuição dos dejetosuição dos dejetos
Os dejetos de suínos podem apresentar grandes variações
em seus componentes, dependendo do sistema de manejo utili-
zado e, principalmente, da quantidade de água em sua composi-
ção. Dentro de um plano de utilização dos dejetos como adubo,
o N é o elemento que exige maiores cuidados, pois além de
limitar o desenvolvimento da maioria das culturas, é o nutriente
que está mais sujeito às transformações biológicas e perdas tan-
to na esterqueira quanto no solo.
O manejo dos dejetos na forma líquida exige maior cuida-
do e investimento em estrutura e equipamentos para armazena-
gem, transporte e distribuição do que o manejo dos dejetos na
forma sólida. Estudos têm demonstrado que a baixa concentra-
ção de nutrientes por unidade de volume (inferior a 5% de ma-
téria seca), sob o ponto de vista econômico, limita a sua utiliza-
ção como fertilizante orgânico, em face da elevação dos custos
de armazenagem, transporte e distribuição. Além disso, o efeito
dos dejetos líquidos sobre o teor de matéria orgânica do solo é
mínimo, pois além do baixo teor de matéria seca, seus compos-
tos são de fáceis mineralizações, o que determina um efeito re-
sidual curto, de poucos dias.
O transporte dos dejetos, na grande maioria das granjas
suínas existentes na região Sul do Brasil, é realizado em pequenos
tanques com capacidade entre 3 a 4 mil litros, acoplado ao trator.
Entretanto, a baixa utilização por parte dos produtores dos dejetos
de suínos como fertilizante agrícola, decorre de sua composição
extremamente diluída, o que pode elevar os custos para sua apli-
cação no solo. Assim, a diferença na forma de manejo dos dejetos
de líquido para sólido (composto) representa uma redução supe-
rior a 50% com o custo de distribuição dos dejetos.
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36
Por outro lado, em trabalho realizado na região Centro
Oeste do Brasil por Menezes et al. (2007), avaliando a fertiliza-
ção de lavouras de milho e soja, com doses crescentes de dejetos
líquidos de suínos (25, 50, 100 e 200 m³ por hectare) e aduba-
ção química equivalente, para as lavouras de milho e soja, em
três safras consecutivas, concluíram que para a cultura do milho
em plantio direto as doses econômicas de dejetos de suínos fo-
ram de 50 a 100 m³, e pra a cultura da soja também em plantio
direto adose mais eficiente foi de 50 m³, onde apresentaram
produtividade similar as lavouras em que foi utilizada a aduba-
ção química. Além disso, concluíram também que com estas
doses, a movimentação dos elementos no perfil do solo durante
o monitoramento não ultrapassaram a profundidade de 120 cm,
sendo, portanto seguras em relação à contaminação do lençol
freático para as condições de solo do Centro Oeste.
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37
Adubação orAdubação orAdubação orAdubação orAdubação orgânicagânicagânicagânicagânica
Quando os resíduos de atividades agropecuárias são apli-
cados no solo, simplesmente para dar uma destinação final aos
dejetos, sem critérios agronômicos, as taxas de aplicação, geral-
mente, são utilizadas em excesso em relação à necessidade das
plantas. Neste caso o resíduo animal não é diferente de outros
fertilizantes, onde seus constituintes podem ser deslocados atra-
vés de lixiviação e perdas, como C, N e P, podem ser prejudici-
ais às plantas e a qualidade da água, tanto aos humanos quanto
à vida aquática, tanto pela diminuição do O
2
 dissolvido, como
pelas altas concentrações de NH
4
 e eutroficação causada.
Ao aplicar-se dejetos de suínos no solo, a importância de
se considerar o N como critério, deve-se ao fato de que os
adubos nitrogenados são os mais caros e os mais poluentes.
Esses adubos podem ser facilmente lixiviados, devido à gran-
de mobilidade do nitrato no perfil do solo, ou emitidos para a
atmosfera na forma de N
2
O ou NH
3
. O aumento da concen-
tração de compostos nitrogenados, nas águas superficiais e
subterrâneas, traz muitos riscos ambientais. Os outros nutri-
entes, como o P e o K, quando aplicados em excesso no solo,
podem, através da erosão, chegar facilmente aos cursos de água
e causar poluição. No caso do fósforo, uma vez liberado em
águas superficiais, desencadeia muito rapidamente o cresci-
mento de algas, originando o fenômeno denominado
eutroficação. Este processo baixa de maneira significativa a
concentração de O
2
, com a conseqüente mortalidade de pei-
xes e a proliferação de insetos como o borrachudo.
A utilização dos dejetos como adubo orgânico exige insta-
lações, equipamentos e manejo adequado para torná-lo econo-
micamente competitivo com o fertilizante mineral, e para isso,
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38
devem-se levar em conta a concentração dos principais nutrien-
tes, por exemplo, o NPK, bem como o custo com o transporte
e distribuição do mesmo nas lavouras.
Os criadores de suínos, geralmente, destinam grandes vo-
lumes de recursos financeiros com o intuito de melhorar a pro-
dução e a produtividade, mas muitas vezes esquecem-se de in-
vestir no controle da emissão de poluentes e na utilização agro-
nômica dos dejetos. Por outro lado, os dejetos de suínos podem
constituir-se em fertilizantes eficientes na produção de grãos e
de forragens, desde que adequadamente estabilizados, antes de
sua utilização.
O uso de dejetos de animais como adubo orgânico é uma
prática milenar. Entretanto, as condições atuais não são as mes-
mas da época dos pequenos rebanhos e da agricultura, com baixa
escala de produção. Para utilizar os dejetos como condiciona-
dores do solo, é necessário que se tenham critérios de cálculo
das quantidades a aplicar por área, o conhecimento dos teores
de nutrientes contidos nos dejetos e a sua exigência por parte
do solo, além do risco de impacto ao meio ambiente, resultante
de sua utilização em excesso.
Em muitas regiões, os dejetos de suínos competem por
espaço com a cama de aves para destinação como adubação do
solo. Deste modo, em certas situações, acaba havendo uma
sobreposição com os dejetos suínos, onde eles são colocados
nas mesmas áreas de lavouras. Assim, cabe destacar a composi-
ção química da cama de frangos após 4 lotes criados, é apresen-
tada na Tabela 7.
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39
Tabela 7. Composição química média de cama de frangos após
a criação de quatro lotes.
Fonte: Menezes, et al. (2004).
Muitos trabalhos têm sido desenvolvidos no sentido de
caracterizar o efeito fertilizante dos dejetos líquidos de suínos,
sendo esta uma prática largamente difundida, facilitando a
ciclagem do material. Os dejetos apresentam altos teores de P,
N, Zn, Cu, Mn e Fe, que embora encontrados naturalmente no
solo e essenciais ao desenvolvimento dos vegetais, podem ser
tóxicos, quando em elevadas concentrações.
As raízes das plantas absorvem o N na forma amoniacal ou
nítrica, o P nas formas de radicais iônicos e o K na forma catiônica.
Para que a matéria orgânica possa fornecer nutrientes às plantas,
necessita sofrer um processo de decomposição microbiológica,
acompanhado da mineralização dos seus constituintes orgânicos.
O fertilizante orgânico, portanto, ao fermentar e se decompor
gera húmus e compostos minerais assimiláveis pelas plantas.
A cama proveniente da criação de frangos de corte, bem
como os dejetos de suínos compostados, são ricos em matéria
orgânica, sendo importantes condicionadores do solo, favore-
cendo algumas de suas propriedades, tais como a melhoria da
estrutura por promover aumento da estabilidade dos agregados
e da porosidade, aumento da capacidade de campo, redução da
densidade aparente, aumento das trocas catiônicas e da capaci-
dade tampão do solo.
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40
Um aspecto importante do uso de dejetos de suínos no
solo diz respeito a sua fitotoxicidade. Assim, dejetos de suínos
estabilizados por compostagem apresentam fitotoxidade para a
germinação de sementes significativamente afetada pelo tempo
de compostagem. No dia zero, devido à alta toxicidade do ma-
terial, praticamente não ocorreu germinação das sementes tes-
tadas, no 49º dia de compostagem, a germinação ultrapassou os
90%, similar ao observado no controle. Este aumento no
percentual de germinação se deve ao fato do processo de
compostagem eliminar os fatores fitotóxicos, à medida que ocor-
re a maturação do material.
Os dejetos de suínos podem e devem ser usados na fertili-
zação das lavouras nas dosagens recomendadas tecnicamente,
trazendo ganhos econômicos ao produtor rural, sem compro-
meter a qualidade do meio ambiente e de vida da população nas
regiões produtoras.
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41
CompostaCompostaCompostaCompostaCompostagggggem como alterem como alterem como alterem como alterem como alternananananatititititivvvvvaaaaa
de gestão ambientalde gestão ambientalde gestão ambientalde gestão ambientalde gestão ambiental
Define-se compostagem como um processo controlado de
decomposição microbiana, com oxidação e oxigenação de uma
massa heterogênea de matéria orgânica, no estado sólido e úmi-
do, passando pelas seguintes fases: uma inicial e rápida de
fitotoxidade ou de composto cru ou imaturo, seguida pela fase de
bioestabilização, para atingir finalmente a terceira fase, a cura,
maturação ou mais tecnicamente, a humificação, acompanhada
da mineralização de determinados componentes da matéria or-
gânica, quando então se pode considerar encerrada a
compostagem. Durante todo o processo, ocorre produção de calor
e desprendimento, principalmente de CO
2
 e de vapor de água.
A compostagem de resíduos orgânicos é, principalmente,
um processo de decomposição de materiais orgânicos, resultan-
do em perda de matéria orgânica total e numa concentração
dos constituintes inorgânicos. Os principais produtos do pro-
cesso são materiais completamente mineralizados, onde há uma
acentuada redução no volume e no peso específico do material
bruto, que foi colocado no início do processo.
A reciclagem é o processo onde os resíduos retornam ao
sistema produtivo na forma de matéria prima. Assim, a
compostagem é um método de decomposição de material
biodegradável existente nos resíduos, sob condições adequadas,
de forma a obter-se um composto orgânico para utilização na
agricultura. Este processo, além de diminuir o volume e con-
centrar os nutrientes, fornece como produto final um material
que pode ser utilizadona melhoria das condições físicas e quí-
micas do solo. Deste modo, a compostagem é um método pro-
missor para o tratamento e reciclagem de dejetos de suínos, re-
Compostagem-miolo.pmd 19/11/2008, 15:4841
42
duzindo o volume de maneira bastante significativa em função
da liberação da água contida na biomassa, e estabilizando o
material de forma a ser utilizado para a fertilização dos solos
agrícolas.
A compostagem, como processo microbiológico, somen-
te apresentará a eficiência desejada, quando as exigências
ambientais de decomposição forem mantidas nos níveis ótimos.
Vários fatores podem interferir na atividade biológica dos
microorganismos, como a umidade, a aeração, a temperatura, a
relação carbono/nitrogênio (C/N), o pH e o tamanho das par-
tículas.
Na Tabela 8, são apresentados os resultados analíticos ob-
tidos de compostagem de lixo urbano para vários parâmetros
químicos de acordo com os tempos de compostagem. Cabe
destacar que o comportamento do pH apresenta uma tendên-
cia de elevação com o passar do tempo, assim como o teor de
cinzas e o conteúdo de N total. Entretanto para a matéria orgâ-
nica, C total e relação C/N, ocorre uma diminuição dos teores à
medida que aumenta o tempo de compostagem.
Tabela 8. Composição do lixo domiciliar de acordo com
o tempo de compostagem.
Fonte: Adaptado de Kiehl (1985).
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43
FFFFFaaaaatortortortortores que afes que afes que afes que afes que afetam a compostaetam a compostaetam a compostaetam a compostaetam a compostagggggememememem
Dentre os principais fatores que influem no processo de
compostagem, cabe citar a temperatura, umidade, relação car-
bono: nitrogênio (C/N), aeração, pH, granulometria, e
homogeneização.
TTTTTemperemperemperemperemperaaaaaturturturturturaaaaa
O calor gerado no interior da biomassa em compostagem
é necessário para estabilizar os dejetos, transformando os resí-
duos em húmus, reduzindo a carga patogênica da cama e facili-
tando a evaporação da água contida nos dejetos. Assim, enquanto
os dejetos líquidos apresentam menos de 5% de matéria seca,
os dejetos originários da compostagem apresentam uma con-
centração de aproximadamente 40% de matéria seca. Na medi-
da em que aumenta o conteúdo de matéria seca dos dejetos,
também ocorre o aumento da concentração de nutrientes, tor-
nando os dejetos mais valorizados do ponto de vista agronômi-
co. Esta concentração de nutrientes deve-se principalmente à
evaporação da fração líquida que é absorvida temporariamente
pela substrato pelo qual o dejeto líquido será absorvido.
O calor necessário para incrementar a concentração dos
nutrientes é obtido, em parte, durante a fase termofílica da
compostagem. Nesta etapa do processo de estabilização dos
dejetos, a temperatura no interior da biomassa atinge valores
superiores a 60°C. Deste modo, os dejetos estabilizados por
compostagem, por estarem na forma sólida devido à redução
no seu teor de umidade, possuem um menor potencial para a
geração e liberação de maus odores, além do risco de contami-
nação dos recursos hídricos serem minimizado.
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44
O processo de estabilização dos dejetos no interior da cama
é reflexo da biocomplexidade presente no seu interior, ocorren-
do duas fases distintas. Durante a primeira fase, ocorrem reações
bioquímicas de oxidação mais intensas e predominantemente
termofílicas, com temperaturas superiores a 60o C. Na segunda
fase, ocorrem os processos de humificação ou estabilização do
material, com temperaturas médias na faixa dos 30o C. Deste modo,
nas edificações destinadas a compostagem dos dejetos de suínos,
por utilizar telhados translúcidos, facilitam a entrada da radiação
solar. Assim, deve-se considerar as produções de calor total do
sistema, geradas pelo binômio “compostagem + insolação”.
A temperatura durante a compostagem está intimamente
relacionada com a taxa de oxigenação, o que garante o equilí-
brio biológico e a eficiência do processo. Com a manutenção
das temperaturas entre 40 e 60°C, ocorre o desenvolvimento de
uma população microbiana diversificada, que estimularão a com-
petição entre as espécies, o aumento da taxa de decomposição
da matéria orgânica e a eliminação dos microorganismos
patogênicos, originando-se um produto seguro do ponto de vista
bacteriológico. Neste sentido, temperaturas elevadas possibili-
tam um aumento na taxa de atividade metabólica da microbiota
termófila. Dessa forma, o calor gerado pelos microorganismos
durante o consumo dos compostos orgânicos é acumulado no
interior da pilha, elevando as temperaturas a valores maiores do
que 60°C, criando assim, condições desfavoráveis para a sobre-
vivência e o desenvolvimento dos microorganismos patogênicos
os quais são mesófilos. Deste modo, temperaturas durante a
compostagem superior a 60°C durante 2 semanas garantem a
eliminação de Salmonellas spp na biomassa, indicando que o efei-
to da elevação da temperatura, pela intensa atividade da
microbiota termófila, atua no controle deste patógeno.
Além disso, a temperatura durante o processo de compos-
tagem influencia características físico-químicas do material. Ao
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45
longo do processo de compostagem de dejetos sólidos de suí-
nos cabe destacar que a decomposição do N e do P ocorre prin-
cipalmente na fase mesofílica do processo, enquanto que o C é
decomposto até CO
2
 ou incorporado na biomassa durante a
fase termofílica.
UmidadeUmidadeUmidadeUmidadeUmidade
A compostagem como processo de bioxidação aeróbia
exotérmica de um substrato orgânico heterogêneo, no estado
sólido ou semi-sólido, caracteriza-se pela produção de CO
2 
e
H
2
O, liberação de substâncias minerais e formação de matéria
orgânica estável. Durante o processo de compostagem, ocorre
perda de água para o meio ambiente em função da produção de
calor originado pela atividade microbiana. Ao final do proces-
so, a densidade do composto é geralmente menor do que o
material que lhe deu origem, devido principalmente à perda de
umidade e à degradação da matéria orgânica.
O conteúdo de umidade no processo de compostagem
afeta as mudanças nas propriedades físicas e químicas do com-
posto, níveis de umidade entre 50 e 60 % são os mais indicados
para que o processo ocorra com eficiência, principalmente na
compostagem de dejetos de suínos.
Em estudo realizado com o objetivo de avaliar a atividade
microbiana em compostagem de dejetos de suínos, em função
do teor de umidade, com três níveis diferentes de umidade (50,
60 e 70%). Foi observado um efeito significativo do percentual
de umidade sobre a atividade microbiana e a temperatura da
biomassa. Umidade na ordem de 50 a 60% produz uma ativida-
de microbiana significativamente maior, do que quando o nível
de umidade está em torno de 70%. A atividade microbiana mais
intensa propicia o aumento de temperatura necessário à
maturação da biomassa do composto. O alto conteúdo de água
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46
influencia as trocas gasosas por limitar a difusão e a restrição da
utilização do O
2
 pelos microorganismos. Além disso, o conteú-
do de umidade afeta de maneira significativa as propriedades
químicas do composto, a umidade em 70 %, ou seja, com nível
elevado possibilita uma diminuição do conteúdo de N, durante
todo o processo de compostagem, devido ao favorecimento de
reações anaeróbias, que favorecem a perda de N por volatilização.
Relação C/NRelação C/NRelação C/NRelação C/NRelação C/N
A relação carbono/nitrogênio (C/N) é um índice usado
para avaliar os níveis de maturação de substâncias orgânicas e
seus efeitos no crescimento microbiológico, sendo que a ativi-
dade dos microorganismos heterotróficos, envolvidos no pro-
cesso, depende do conteúdo de carbono para fonte de energia e
de nitrogênio para síntese de proteínas.
Na compostagem de resíduos com baixo teor de carbono,
ou seja, resíduos ricos em nitrogênio (lodos de esgoto, dejetos
animais, etc.) ocorre a eliminação do excesso de nitrogênio, atra-vés da volatização da amônia, como uma tendência natural de
restabelecer o balanço entre os dois elementos. O equilíbrio da
relação C/N é um fator de importância fundamental na
compostagem, de modo que, o principal objetivo do processo é
criar condições para fixar nutrientes, de modo que possam ser
posteriormente reciclados, quando da utilização do composto.
A relação C/N inicial satisfatória para a obtenção de uma
alta eficiência nos processos de tratamento biológico dos resí-
duos sólidos orgânicos deve situar-se em torno de 30:1. Vários
trabalhos de investigação neste âmbito específico tendem a de-
monstrar que esta taxa influencia, positivamente, a atividade
biológica, diminuindo o período de compostagem. Uma com-
binação que proporciona uma C/N adequada é a utilização de
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47
dejetos líquidos e resíduos agrícolas, esta combinação é reco-
mendável por acelerar a maturação da biomassa, reduzindo a
relação C/N para valores em torno de 12/1 em um período de
90 a 100 dias.
Na compostagem de dejetos de suínos, a diminuição do C
Total e da concentração de N amoniacal coincide com o au-
mento do conteúdo de cinzas, nitrito e nitrato. Esta tendência é
resultado do processo de nitrificação e de oxidação do C em
CO
2
,
 
realizado pelos microorganismos durante o processo de
compostagem. Em experimento que avaliou diferentes tipos de
camas na criação de suínos, como casca de arroz, maravalha,
sabugo de milho e serragem, foi observado que no alojamento
dos animais no primeiro lote, os materiais possuíam, respectiva-
mente, os seguintes valores para relação C/N: 85,5/1; 513,9/1;
87,6/1 e 179,6. Ao final de três lotes criados sobre estas camas,
os valores para a relação C/N sofreram redução para os seguin-
tes patamares de 14,8/1; 15,8/1; 12,2/1 e 20,4/1 respectiva-
mente, indicando a estabilização dos materiais.
O conjunto de fatores condicionantes para o bom desen-
volvimento de um sistema biologicamente complexo, como a
compostagem, deve ser balizado por uma série de parâmetros,
como o tamanho das partículas do substrato que deve ser entre
30 e 80 mm. Outro parâmetro considerado a aeração, deve man-
ter-se em torno de 5% no centro da pilha, o que é conseguido
com a revira do material. Além disso, a temperatura deve situar-
se entre 40 e 60°C, o teor de umidade pode variar entre 55 e
60%, o pH deve permanecer na faixa de 6,5 a 7,5 sendo que a
relação C/N inicial deve ficar próxima a 30/1.
AerAerAerAerAeraçãoaçãoaçãoaçãoação
De acordo com a disponibilidade de O
2 
, a compostagem
pode ser classificada em aeróbia e anaeróbia. A compostagem
Compostagem-miolo.pmd 19/11/2008, 15:4847
48
aeróbia é a decomposição dos substratos orgânicos na presença
de O
2 
, e os principais produtos do metabolismo biológico são:
CO
2 
, H
2
O e energia. A compostagem anaeróbia é a decompo-
sição dos substratos orgânicos que ocorre na ausência de O
2 
.
A aeração é essencial para a geração de calor metabólico
dos microorganismos aeróbios. Um suprimento de ar, adequa-
do ao material a ser compostado, é essencial para fornecer O
2
 e
retirar o CO
2
 produzido. No entanto, um suprimento excessivo
de ar pode fazer com que a perda de calor seja mais intensa do
que a produção de calor microbiana.
Os produtos metabólicos finais da decomposição anaeróbia
são: o CH
4
 e o CO
2
 numerosos intermediários como os ácidos
orgânicos de baixo peso molecular. A compostagem anaeróbia
apresenta significativa perda de energia por unidade de peso da
matéria orgânica, quando comparada com a compostagem
aeróbia. Além disso, o processo anaeróbio apresenta um alto
potencial de emissão de odores desagradáveis devido à nature-
za de muitos dos metabólitos intermediários. Todos estes fato-
res fazem com que a maior parte dos sistemas de engenharia
em compostagem seja aeróbios.
O sistema de aeração adotado na compostagem pode ser
classificado em três tipos: ativo, passivo e natural. Estes siste-
mas não apresentam diferenças significativas para pH, C, N,
relação C/N, matéria orgânica e substâncias húmicas. Entre-
tanto, o sistema com aeração ativa apresenta uma aumento da
temperatura da pilha, bem como redução no volume do produ-
to final.
pHpHpHpHpH
Os principais materiais de origem orgânica, utilizados como
matéria-prima da compostagem, são de natureza ácida (sucos
Compostagem-miolo.pmd 19/11/2008, 15:4848
49
vegetais, urina, fezes etc.). Desta forma, uma leira de matéria
orgânica tem, inicialmente, reação ácida. No início da decom-
posição, ocorre a chamada fase fitotóxica, caracterizada pela
formação de ácidos orgânicos que tornam o meio mais ácido
em relação ao inicial. Entretanto, esses ácidos orgânicos e os
traços de ácidos minerais que se formam, reagem com bases
liberadas da matéria orgânica, gerando compostos de reação al-
calina. Ocorre também a formação de ácidos húmicos que tam-
bém reagem com os elementos químicos básicos, formando
humatos alcalinos. Como conseqüência, o pH do composto se
eleva à medida que o processo se desenvolve, atingindo níveis
superiores a 8,0.
A compostagem aeróbia caracteriza-se por apresentar em
sua fase preliminar um valor de pH ácido (entre 5 e 6), devido à
formação de ácidos minerais e CO
2
, que logo desaparecem, ce-
dendo lugar aos ácidos orgânicos, que reagem com as bases
liberadas da matéria orgânica, neutralizando e transformando o
meio em alcalino (entre 8 e 8,5). Isto ocorre em conseqüência
da decomposição das proteínas e pela eliminação de CO
2,
 que
conduzem à formação de matéria orgânica húmica com reação
alcalina. Assim, o valor do pH é um importante indicativo de
estabilização da biomassa.
GrGrGrGrGranananananulometrulometrulometrulometrulometriaiaiaiaia
A granulometria é um método de análise que visa classificar
as partículas de uma amostra pelos respectivos tamanhos, é uma
característica importante a ser considerada, pois afeta o processo
de compostagem. A decomposição da matéria orgânica é um fe-
nômeno microbiológico cuja intensidade está ligada à área de
exposição ou superfície específica apresentada pelo material de
forma que, quanto menor a granulometria das partículas, maior a
superfície de exposição e mais rápida a sua decomposição.
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50
Deste modo, o tamanho ideal das partículas a serem
compostadas é de 20 a 80 milímetros, sendo esta característica
muito importante em processos de compostagem. Neste senti-
do, dimensões de partículas fora do recomendado podem criar
caminhos preferenciais para a passagem do ar, permitir a
compactação do material e favorecer a anaerobiose, o que pre-
judica o andamento do processo.
HomogeneizaçãoHomogeneizaçãoHomogeneizaçãoHomogeneizaçãoHomogeneização
É um processo que procura tornar o material que está sen-
do compostado semelhante em toda a sua extensão, sem partes
diferentes. Deste modo, a homogeneização possibilita que os
dejetos fiquem bem misturados com o substrato, para aumen-
tar a área de exposição ao ataque microbiano, misturando-o
horizontal e verticalmente com a cama para uma boa decompo-
sição. Além disso, este processo facilita a aeração, que é funda-
mental para a decomposição dos dejetos. A freqüência de
homogeneização deve ser realizada pelo menos duas vezes por
semana, com a finalidade de favorecer as reações aeróbias, evi-
tar a formação de maus odores (reações anaeróbias) e
homogeneizar o dejeto com o substrato.
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51
PrPrPrPrProcessos microcessos microcessos microcessos microcessos microbiológobiológobiológobiológobiológicosicosicosicosicos
da compostada compostada compostada compostada compostagggggememememem
Dentre os processos que ocorrem durante a compostagem,
a biocomplexidade assume destaque. A biocomplexidade pode
ser definida como a sucessão de diferentes populações
microbianas durante o processo de compostagem dos dejetos.
Este processo é que proporciona a degradação biológica da
matéria orgânica, através de uma intensa atividade
microbiológica, destacando-sea presença de bactérias, fungos e
actinomicetos.
Em sistemas biológicos, considera-se como crescimento
microbiano, o aumento de massa resultante de um acréscimo
do protoplasma. Deste modo, um aumento decorrente de ab-
sorção de água ou acúmulo de material de reserva não pode ser
considerado como crescimento. Quando o crescimento
microbiano ocorre em meio favorável, onde os fatores de cres-
cimento são atendidos em condições ideais ou próximas do ide-
al, na maioria dos casos, o crescimento é exponencial.
Dentre os fatores relevantes que exercem influência sobre
o crescimento de microorganismos pode-se destacar:
TTTTTemperemperemperemperemperaaaaaturturturturturaaaaa
Cada espécie de microorganismos possui três distintas fai-
xas de temperatura que determinam seu crescimento:
1) temperatura mínima: temperatura abaixo da qual não há
crescimento microbiano;
2) temperatura ótima: é aquela onde a espécie apresenta o
melhor crescimento;
Compostagem-miolo.pmd 19/11/2008, 15:4851
52
3) temperatura máxima: temperatura acima da qual não ocor-
re crescimento microbiano.
Os microorganismos também podem ser classificados em
função da temperatura em que apresentam crescimento:
a) psicrófilos ou criófilos: que apresentam crescimento em bai-
xas temperaturas, entre -10 a 30°C;
b) mesófilos: que apresentam crescimento em temperaturas
moderadas, de 30 a 50°C;
c) termófilos: que crescem em altas temperaturas, de 50 a
75°C;
d) termófilos extremos ou hipertermófilos: que apresentam cres-
cimento em temperatura muito elevada, entre 75 e
110°C.
A biocomplexidade da compostagem apresenta duas fases
distintas: na primeira, com a presença de bactérias, fungos e
actinomicetos, todos termófilos, a temperatura no interior da
cama atinge valores superiores a 60°C. Por outro lado, durante
a segunda fase, a temperatura situa-se ao redor dos 30oC, com a
predominância de microorganismos mesofílicos.
pHpHpHpHpH
A grande maioria das bactérias cresce melhor em pH pró-
ximo da neutralidade (6,5 a 7,5), mas existem espécies que cres-
cem em pH próximo a 1, bem como existem indivíduos que
crescem com pH altamente alcalino, em torno de 10. Entretan-
to, os fungos e leveduras, podem crescer em variações de pH
maiores do que as bactérias, porém o pH ótimo para a maioria
dos fungos situa-se entre 5 e 6. De modo geral, durante o pro-
cesso de estabilização da matéria orgânica na compostagem, o
pH tende a ficar na faixa alcalina, variando de 7,5 a 9,0.
Compostagem-miolo.pmd 19/11/2008, 15:4852
53
NutrNutrNutrNutrNutrientesientesientesientesientes
Uma célula bacteriana típica possui metade de seu peso seco
composto de carbono. O carbono é essencial para a síntese de
todos os compostos orgânicos necessários para a viabilidade ce-
lular sendo considerado o elemento estrutural básico para os se-
res vivos. Todos os organismos necessitam de fonte de carbono
para manter seus processos biológicos. Os organismos quimio-
heterotróficos obtêm a maior parte do carbono a partir de mate-
riais orgânicos como proteínas, carboidratos e lipídeos que são
fontes de energia da célula. Por outro lado, os quimio-autotróficos
e os foto-autotróficos obtêm o carbono necessário para o meta-
bolismo da célula a partir de dióxido de carbono.
A função principal do nitrogênio no crescimento
microbiano está centrada na síntese de aminoácidos, que são os
constituintes básicos das proteínas. Grande parte das bactérias
obtém o nitrogênio necessário para seu crescimento, através da
matéria orgânica protéica, incorporando os aminoácidos prove-
nientes da matéria orgânica em suas proteínas. Outras bactérias
conseguem nitrogênio a partir de íons amônia (NH
4
+).
O fósforo é outro elemento essencial para o crescimento
microbiano, sendo utilizado na síntese dos ácidos nucléicos consti-
tuinte dos fosfolipídeos, que são componentes da membrana celu-
lar e são encontrados como componentes das ligações ricas em
energia, como no ATP (adenosina trifosfato). O potássio, o magnésio
e o cálcio também são elementos necessários para o crescimento
microbiano e freqüentemente atuam como co-fatores em reações
enzimáticas. Já o enxofre é constituinte de aminoácidos sulfurados
e de vitaminas, tais como a tiamina e a biotina.
Outros elementos minerais como, ferro, zinco, molibdênio
e cobre, recebem a denominação de elementos traços, sendo ne-
cessários para o crescimento microbiano em quantidades muito
pequenas. Na maioria dos casos são utilizados como co-fatores
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54
essenciais para a atividade de alguma enzima. No sistema de
compostagem de dejetos de suínos, de uma forma simplista, a
biocomplexidade utiliza como fonte de carbono o material usado
como substrado, já para a fonte de nitrogênio os microorganismos
lançam mão do dejeto de suínos depositado no substrato.
OxigênioOxigênioOxigênioOxigênioOxigênio
A quantidade disponível de oxigênio no meio atua diretamente
no crescimento microbiano. Para alguns microorganismos, o oxi-
gênio pode ser inibidor, enquanto para outros, é essencial para o
seu crescimento. Com relação ao efeito do oxigênio sobre o cresci-
mento de bactérias, podemos assumir a seguinte classificação:
a) aeróbicos estritos: são microorganismos que apresen-
tam crescimento somente na presença de O
2
;
b) anaeróbicos facultativos: podem crescer tanto na pre-
sença quanto na ausência de O
2
,
 
porém apresenta um
maior crescimento na presença de oxigênio;
c) anaeróbicos estritos: apresentam crescimento somente
na ausência de O
2
;
d) anaeróbicos aerotolerantes: apresentam crescimento
microbiano na ausência de O
2
, porém na presença de
oxigênio o crescimento é mantido, e por último,
e) microaerófilos: necessitam de oxigênio para crescerem,
porém em baixa concentração.
As trocas gasosas durante a compostagem dos dejetos são
influenciadas principalmente pelo tamanho das partículas utili-
zadas como substrato, materiais que permitam bom fluxo de ar
(grandes partículas) facilitam a oxigenação, porém reduzem a
capacidade de absorção de água pelo substrato. Materiais com
pequenas partículas reduzem a entrada de ar na massa em
compostagem e comprometem o processo de estabilização.
Compostagem-miolo.pmd 19/11/2008, 15:4854
55
AtiAtiAtiAtiAtividade micrvidade micrvidade micrvidade micrvidade microbiológobiológobiológobiológobiológicaicaicaicaica
na compostana compostana compostana compostana compostagggggememememem
O crescimento microbiano em determinado espaço de tem-
po pode ser demonstrado através da curva de crescimento
microbiano (Figura 1), sendo esta dividida em quatro fases dis-
tintas, como segue:
a) fase lag: esta fase compreende o período no qual não
ocorre aumento na população microbiana, durante esta
fase as células encontram-se em um período de latência,
mas com intensa atividade metabólica, com elevada sín-
tese de DNA, proteínas estruturais e funcionais.
b) fase log (Crescimento exponencial): nesta fase as célu-
las iniciam o processo de divisão. Neste período a re-
produção celular encontra-se extremamente ativada,
num meio onde o suprimento de nutrientes é superior
às necessidades dos microorganismos.
c) fase estacionária: durante esta fase, o número de célu-
las produzidas é igual ao número de indivíduos que mor-
rem, portanto o número de indivíduos permanece es-
tável. As causas desta parada no crescimento microbiano
podem ser: o esgotamento de nutrientes, a diminuição
da disponibilidade de oxigênio, ou o acúmulo de
metabólitos tóxicos.
e) fase de declínio: nesta fase, o número de células que
morrem torna-se progressivamente superior ao de cé-
lulas novas. Dependendo da espécie de microorganis-
mo, a duração deste ciclo de quatro fases pode variar
muito, podendo durar poucos dias ou perdurar indefi-
nidamente.
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56
Figura 1. Gráfico demonstrando as quatro fases típicas do crescimento microbiano.
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57
Dinâmica micrDinâmica micrDinâmica micrDinâmica micrDinâmica microbiana naobiana naobiananaobiana naobiana na
compostacompostacompostacompostacompostagggggememememem
Durante o processo de compostagem, a degradação dos
dejetos é um reflexo da biocomplexidade presente no seu inte-
rior, ocorrendo duas fases distintas. Durante a primeira fase,
com duração média de 90 dias, ocorrem reações bioquímicas de
oxidação mais intensas e predominantemente termofílicas, com
temperaturas superiores a 40o C. Na segunda fase, ocorrem os
processos de humificação ou estabilização do material, com tem-
peraturas médias na faixa dos 30o C, até o final do processo.
Quando um novo substrato é disposto para receber os
dejetos, a flora mesofílica presente no substrato, juntamente com
a flora oriunda dos dejetos, iniciam o processo de degradação
dos compostos mais prontamente assimiláveis, e com isto, co-
meçam a liberar calor para o meio. Este calor fica parcialmente
retido, devido às características térmicas do material. Como re-
sultado, ocorre um aumento de temperatura da massa em
compostagem, que anteriormente apresentava temperatura si-
milar a ambiental. Em condições favoráveis, a colônia mesofílica
prossegue sua multiplicação, liberando mais calor para a massa
em compostagem. Assim que a temperatura da leira atinge va-
lores acima dos 40 - 50°C, a atividade microbiológica mesofílica
é suprimida pela termofilica.
A flora termofilica é composta basicamente por
actinomicetos, fungos e bactérias termofilicas, que degradam
polissacarídeos, como a hemicelulose, transformando-o em
subprodutos (açucares simples). Exauridas as fontes de carbo-
no mais imediatas, a temperatura da massa de compostagem
começa a declinar para valores inferiores a 40°C. Durante esta
fase, fungos e actinomicetos situados nas zonas periféricas da
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58
massa em compostagem (de menor temperatura) invadem no-
vamente a leira, recomeçando um ataque degradativo aos com-
postos mais resistentes. Os microorganismos mesofilicos tor-
nam-se predominantes, embora a temperatura continue decres-
cendo, até igualar-se à temperatura ambiente. Nesta fase, com
temperaturas mais baixas, ocorrerá a maturação do material, os
fungos e principalmente os actinomicetos tornam-se os grupos
mais dominantes,prosseguindo com a degradação de substânci-
as mais resistentes, como a celulose e a lignina. Também ocor-
reram complexas reações enzimáticas, ocorrendo à produção
de húmus, principalmente, através da condensação entre ligninas
e proteínas.
Compostagem-miolo.pmd 19/11/2008, 15:4858
59
PrPrPrPrProcessos de estaocessos de estaocessos de estaocessos de estaocessos de estabilizaçãobilizaçãobilizaçãobilizaçãobilização
na compostana compostana compostana compostana compostagggggememememem
A estabilização dos dejetos no modelo em estudo está ba-
seada no princípio da compostagem, sendo uma reação aeróbia
controlada, desenvolvida por uma colônia de microorganismos
em duas fases distintas: na primeira ocorrem reações bioquími-
cas de oxidação mais intensas e predominantemente termofílicas
com temperaturas superiores a 45oC e duração superior a 30
dias, e a segunda, quando ocorre o processo de humificação
com temperatura na faixa dos 30oC e se estendendo até a esta-
bilização do material.
Dentre os processos físico a que o material é submetido,
podemos destacar a compactação, evaporação de água, libera-
ção de gases, e decomposição. Por outro lado, com relação aos
processos biológicos, distinguem-se:
Degradação aeróbia da matéria orgânica:
CHON + O
2
 → CO
2
 + H
2
O + NH
3
 + calor;
Hidrólise da uréia:
CO(NH
2
)
2
 + H
2
O → (NH
4
)
2
CO
3
;
Nitrificação:
N
H
4+ + O
2
 → NO
2
- → NO
3
-;
Denitrificação:
NO
3
- → NO
2
- → NO → N
2
O → N
2
;
Imobilização do nitrogênio:
CH
2
O + NH
4
-N → microorganismos + húmus.
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60
Compostagem-miolo.pmd 19/11/2008, 15:4860
61
MicrMicrMicrMicrMicrorororororggggganismos enanismos enanismos enanismos enanismos envvvvvolvidosolvidosolvidosolvidosolvidos
Os principais microrganismos envolvidos no processo de
compostagem são fungos e actinomicetos, que são os respon-
sáveis pela transformação da matéria orgânica crua em húmus.
Participam também da degradação da matéria orgânica, outros
organismos como, algas, protozoários, nematóides, vermes, in-
setos e suas larvas. Além disso, contribuem para a degradação
da matéria orgânica alguns agentes bioquímicos como enzimas,
hormônios e vírus. A natureza da população microbiana, o nú-
mero, as espécies e a intensidade da atividade de decomposição
dependem das condições favoráveis reinantes.
A compostagem possui duas fases bem definidas. A primei-
ra, chamada de mineralização, é um processo muito intenso, en-
volvendo a degradação de substâncias orgânicas fermentáveis
como açúcares e aminoácidos, seguido de uma intensa atividade
microbiana com produção de calor, dióxido de carbono e água.
Quando a fração orgânica fica exaurida, algumas bactérias so-
frem um processo de deterioração por auto-oxidação, fornecen-
do energia para as bactérias remanescentes. A segunda fase, cha-
mada de humificação, começa quando o processo de transforma-
ção de substâncias orgânicas é complementado, ocorrendo redu-
ção da condição oxidativa, permitindo a formação de substâncias
com características húmicas e a eliminação de compostos
fitotóxicos, que eventualmente foram formados na primeira fase.
Os microrganismos presente na compostagem são afetados
por elementos químicos, tais como, o excesso de C baixa consi-
deravelmente a atividade microbiana, enquanto que o excesso de
N acelera a decomposição, todavia acarreta uma perda muito gran-
de deste mineral por volatilização na forma de íon amônia, que é
formado a partir da desaminação das proteínas e hidrólise da uréia.
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Os microrganismos utilizam em média 30 átomos de C
para 1 átomo de N. Assim para o início do processo de
compostagem, é importante que a relação C/N seja na ordem
de 30/1, considerando que a mistura de lignocelulose com rela-
ção C/N de 100-300/1 e resíduos com reação C/N de 5-15/1
garantem o equilíbrio, e podem fornecer as condições necessá-
rias para o desenvolvimento do processo biológico.
A redução de volume do composto (1/4 a 1/2 do volume
inicial) deve-se em parte à perda de CO
2
 e H
2
O, que ocorre no pro-
cesso, e a transformação do material em um composto de textura
fina. Outro fenômeno observado, durante o processo de
compostagem, é a diminuição da relação C/N, conforme o compos-
to se estabiliza, fato esse também relacionado à emissão significativa
de CO
2
. Durante as reações de oxidação, que liberam (CO
2
)
 
em tor-
no de 2/3 do C é utilizado pelos microorganismos para a obtenção
de energia, e 1/3 restante é usado para formar o protoplasma das
células, juntamente com N, P e K e outros elementos.
Outro aspecto importante da compostagem é sua capaci-
dade reduzir significativamente a presença de patógenos. Com
exceção dos coliformes totais, não foram constatados organis-
mos patogênicos no composto de resíduos domiciliares urba-
nos, e que a temperatura elevada que ocorre durante o proces-
so, é um indicativo da destruição destes microorganismos, con-
forme pode ser evidenciado na Tabela 9.
Tabela 9. Microorganismos patogênicos nos resíduos domiciliares
urbanos e no composto.
1 Unidade Formadora de Colônia; 2 Número Mais Provável; Nd – Não diagnosticado.
Fonte: Escosteguy et al. (1993).
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MaMaMaMaMaterterterterteriais utilizados como substriais utilizados como substriais utilizados como substriais utilizados como substriais utilizados como substraaaaatototototo
Os materiais normalmente utilizados como substrato para
absorverem os dejetos de suínos, provêm de subprodutos de
madeireiras, restos de cultura, sendo a maioria produzida na
propriedade ou adquirida nas regiões produtoras. A qualidade
do material utilizado refletirá decisivamente sobre o processo
de compostagem, bem como na qualidade do adubo obtido.O material selecionado para ser utilizado como substrato
deve apresentar características específicas, tais como: boa capa-
cidade higroscópica, rico em carbono (celulose e lignina), ter
partículas de tamanho médio (material picado ou triturado), baixa
condutividade térmica, liberar facilmente para o ar a umidade
absorvida, ser tratada para não servir de veículo de patógenos,
ter baixo custo de aquisição e disponibilidade.
Dentre os principais materiais disponíveis na Região Sul
para utilização como substrato, cabe destacar:
MarMarMarMarMaraaaaavvvvvalhaalhaalhaalhaalha
Formada por raspas de madeira, obtida de forma industri-
al ou do beneficiamento de madeiras da indústria de móveis,
com partículas de tamanho aproximado de 3 cm de madeiras
como pinheiro, pínus, canela, cedro, etc.
SerSerSerSerSerrrrrraaaaagggggememememem
É um subproduto do beneficiamento de madeiras, obtida
do “fio da serra” com partículas de diâmetro médio aproxima-
do de 2 milímetros.
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PPPPPalhaalhaalhaalhaalha
Constituída de restos culturais de gramíneas, obtida após a
colheita de culturas como arroz, trigo, cevada, centeio e azevém.
SaSaSaSaSabbbbbugugugugugo de milho tro de milho tro de milho tro de milho tro de milho trituriturituriturituradoadoadoadoado
Após a retirada dos grãos o sabugo é triturado, formado
por partículas de diâmetro aproximado de 1 cm. Apresenta a
vantagem de ser produzido na própria granja.
Cama de aCama de aCama de aCama de aCama de avvvvveseseseses
Constituída de material celulósico mais os resíduos do pro-
cesso criatório de frangos. É um material abundante em várias
regiões, apresenta a vantagem da reutilização de um mesmo
substrato, o que pode reduzir os custos de obtenção do substrato
para a compostagem dos dejetos de suínos.
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Sistema de compostaSistema de compostaSistema de compostaSistema de compostaSistema de compostagggggememememem
de dejetosde dejetosde dejetosde dejetosde dejetos
O SISCODE (Sistema de Compostagem de Dejetos) pos-
sui como finalidade a redução do teor de umidade nos dejetos,
com conseqüente elevação do teor de nutrientes contidos neste
material. Para tanto, realiza o tratamento dos resíduos através
do processo de compostagem, em instalação própria, fora da
edificação suinícola, com o objetivo de reduzir o volume dos
efluentes pela evaporação da água contida nos dejetos, além da
produção de composto orgânico. A redução da água contida
nos dejetos é promovida tanto pelos processos térmicos da fase
termogênica da compostagem, bem como pela evaporação na-
tural. Deste modo, ocorre a concentração dos nutrientes com a
conseqüente redução do volume total de resíduos produzidos.
Em decorrência disso, os custos com a estocagem, a necessida-
de de equipamentos tanto para o transporte como para a distri-
buição na lavoura são efetivamente reduzidos.
O sistema de transformação de dejetos líquidos de suínos
em sólidos por meio de compostagem é realizado em duas eta-
pas. A primeira consiste na impregnação de materiais celulósicos
com os resíduos da atividade suinícola de forma controlada e
gradual, dentro de tanques de alvenaria. Na segunda etapa é
realizada a estabilização do material por meio de compostagem.
Em comparação com sistemas de esterqueiras, a compostagem
pode ser uma alternativa ambientalmente sustentável. Nos siste-
mas convencionais ocorre a geração de grande volume de dejetos
líquidos, com alto poder poluente. Na compostagem os dejetos
são impregnados em substratos constituídos por material rico em
carbono (cama de aviário, maravalha, serragem), que desempenha
a dupla função, de absorção e de digestão dos resíduos.
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A compostagem possibilita a redução do volume dos
dejetos, através da mudança do estado físico dos mesmos, con-
centrando os nutrientes e, desse modo, agregando valor agro-
nômico ao produto final. Estas mudanças são de fundamental
importância para a atividade suinícola que, normalmente, é de-
senvolvida em pequenas propriedades, com pouca disponibili-
dade de área agrícola, e que têm enormes dificuldades para o
gerenciamento dos resíduos.
A utilização da compostagem independe do tamanho da
granja. Entretanto, é fundamental que haja redução do desper-
dício de água nas instalações, pois a diluição dos dejetos interfe-
re diretamente no manejo do sistema. Granjas situadas próxi-
mas a cursos de água e que adotam o manejo dos dejetos na
forma líquida sofrem sérias restrições para operação junto aos
órgãos ambientais, por representarem um grande risco de aci-
dentes ambientais. É, portanto, nessas condições que a
compostagem apresenta maiores vantagens.
Dimensionamento das unidadesDimensionamento das unidadesDimensionamento das unidadesDimensionamento das unidadesDimensionamento das unidades
de compostade compostade compostade compostade compostagggggem.em.em.em.em.
O tratamento dos dejetos pelo SISCODE utiliza platafor-
mas, que nada mais são do que tanques de compostagem
dimensionados de forma que além de receber os dejetos permi-
ta uma fácil gestão do processo. Devemos atentar para a defini-
ção do local de construção das plataformas (Figura 2). Obriga-
toriamente deve-se pensar em um local onde os dejetos sejam
conduzidos por gravidade, portanto deve ser em um patamar
mais baixo que a construção de criação dos animais. Outro fa-
tor a ser levado em conta, é que o local deve ser bastante
ensolarado e ventilado, pois isso facilita a evaporação da água e
a conseqüente aceleração do processo.
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O número de plataformas é variável em cada granja, em
função da população de suínos presentes na granja. Entretanto,
o tamanho recomendado para a construção dos tanques é úni-
co, utilizando-se como medida básica as dimensões de 5,25 m
de largura, 6,4 m de comprimento por 1,1 m de altura. A ado-
ção destas dimensões deve-se ao fato de que tanques com estas
medidas apresentam facilidade de manejo. Além disso, cada pla-
taforma de compostagem deve apresentar uma rampa de aces-
so ao tanque, para permitir tanto a entrada do trator para a
homogeneização do material, como a descarga da biomassa.
Entretanto, o volume da rampa não deve ser considerado no
cálculo, pois este volume representa uma margem de segurança
para evitar o transbordamento acidental do material em proces-
so de estabilização. A rampa deve apresentar uma das extremi-
dades no nível do solo e a outra no nível do piso da plataforma.
Figura 2. Exemplo de local para instalação das plataformas de compostagem (em patamar inferior ao da
edificação suinícola).
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Um dispositivo necessário para o adequado funcionamen-
to do SISCODE é a chamada Caixa Dosificadora, que possui a
função de dosar a quantidade de dejetos administrada na plata-
forma de compostagem em cada impregnação do substrato pelos
dejetos. Esta caixa deve ser instalada no percurso dos dejetos da
edificação suinícola para unidade de compostagem conforme
Figura 4, e deve apresentar um volume conhecido, para permi-
tir a correta aferição.
Figura 3. Tanques para tratamento de dejetos no sistema de compostagem.
Figura 4. Caixa dosadora de dejetos.
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O cálculo para se determinar o número de plataformas
(tanques) de compostagem deve ser baseado na produção de
dejetos líquidos produzidos dentro da instalação, que é uma
função direta do número de suínos alojados. Assim, é conside-
rada apenas a produção de urina, fezes e água desperdiçada nos
bebedouros e na lavagem das baias, não sendo computada a
água de chuva, pois o SISCODE apresenta suas plataformas
cobertas por telhas. Neste sentido, nossos estudos indicam que
o volume de dejetos produzidos na fase de crescimento-termi-
nação situa-se na faixa de 3,3 a 3,5 litros/animal/dia, sendo a
média de 3,4 litros de dejetos por suíno dia.
Para o dimensionamento das unidades de compostagem
cabe destacar algumasinformações importantes, tais como:
- 1 m³ de substrato absorve aproximadamente 2,4 m³ de
dejetos;
- a impregnação do mesmo substrato com os dejetos deve
ocorrer por um período de 30 dias consecutivos.
- os dejetos devem ser impregnado em apenas 50% dos
tanques durante cada período de 30 dias, deixando a
metade restante em repouso.
- a caixa dosadora deve ser utilizada diariamente para me-
dir o volume de dejetos que ingressa no sistema de
compostagem, assegurando a correta quantidade de
dejetos líquidos que ingressa nos tanques.
ExExExExExemplo de dimensionamento do SISCODEemplo de dimensionamento do SISCODEemplo de dimensionamento do SISCODEemplo de dimensionamento do SISCODEemplo de dimensionamento do SISCODE
O exemplo a seguir é compatível para uma suinocultura de
600 animais na fase de terminação, fase esta, que vai dos 22 aos
115 kg de peso e que tem uma duração aproximada de 110 a 115
dias. Para o acondicionamento e tratamento dos dejetos destes
animais são necessários seis tanques de 6,4 m de comprimento,
5,25 m de largura e 1,1 m de altura, como a altura do substrato
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deve ser inferior à altura das paredes dos tanques para evitar que
haja transbordamento de dejetos, utiliza-se 0,8 m de altura de
substrato que totaliza 26,88 m³, este é o volume que deve ser
considerado para o cálculo durante a fase de impregnação dos
dejetos. Desta forma teremos como margem de segurança em
primeiro plano o volume de substrato que está localizado na ram-
pa, e não é computado no cálculo, e em segundo plano a área de
0,3 m de altura que é a diferença entre o nível do substrato que é
de 0,8 m e a borda superior do tanque que é de 1,1 m.
Os seis tanques devem ser trabalhados em grupos de dois
em dois, ou seja, enquanto dois tanques recebem dejetos duran-
te 30 dias consecutivos os outros quatro ficam em repouso, sendo
que este rodízio deve ser mantido até o abate do lote.
Sabendo-se que 1 m³ de substrato (cama de aves) absorve
2.000 litros de dejetos em um período de 30 dias consecutivos,
devemos dividir 2.000 litros por 30 dias que resulta em 66,66
litros de dejetos por m³ de substrato por dia. Em seguida multi-
plicamos 66,66 litros por 26,88 m³ que é a quantidade de
substrato que comporta um tanque, isto resulta em 1.791,8 li-
tros de dejetos por dia que são impregnados no tanque, como
trabalhamos com dois tanques simultaneamente teremos a ca-
pacidade de absorção de até 3.583,6 litros por dia, o que nos dá
uma margem de segurança muito boa principalmente em perío-
dos em que as condições meteorológicas não sejam favoráveis
para o manejo do SISCODE, como invernos úmidos e perío-
dos consecutivos e prolongados de dias nublados. Este valor
deve ser multiplicado por 30 dias, resultando em uma capacida-
de de absorção de até 107.508 litros de dejetos no período.
A caixa dosadora é uma importante ferramenta para o
manuseio do SISCODE e deve ser utilizada diariamente para
medir o volume de dejetos que ingressam no sistema de
compostagem, pois facilita a gestão do processo, assegurando a
correta quantidade de dejetos líquidos que será impregnado no
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substrato que está depositado tanques. O uso correto da caixa
impede que ocorram acidentes na impregnação, pois colocando
volumes maiores de dejetos líquidos ocorre a saturação do
substrato, inviabilizando a absorção e a evaporação da água con-
tida nos dejetos, e a posterior fermentação que ocorrerá na Fase
2 do SISCODE.
Durante o período de impregnação dos dejetos no substrato
(Fase 1) devemos revolver o composto pelo menos uma vez
por semana, utilizando-se o garfo acoplado ao trator, sendo esta
uma prática fundamental para o bom funcionamento do
SISCODE, pois facilita a difusão dos dejetos líquidos e a entra-
da de oxigênio na massa a ser compostada.
Após a saída dos animais da granja os dejetos impregna-
dos no substrato devem ser retirados dos tanques e depositados
em um local coberto que pode ser de chão batido e sem pare-
des, (Fase 2), onde será feito o amontoamento do material que
permanecerá neste local por um período de 45 a 60 dias para
que ocorra o processo de fermentação e maturação do com-
posto. Nesta fase é recomendável que se faça de 2 a 3
revolvimentos do material amontoado, com isso introduzimos
oxigênio na massa e aceleramos o processo de fermentação e
maturação do composto.
PrPrPrPrProcesso de compostaocesso de compostaocesso de compostaocesso de compostaocesso de compostagggggememememem
A seguir é apresentada uma seqüência de fotos do
SISCODE, que possibilitam a visualização de detalhes constru-
tivos como da operacionalidade do sistema.
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Figura 5. Vista geral do sistema de tratamento de dejetos.
Figura 6. Vista do interior das plataformas de compostagem (tanques), prontos para receberem o substrato.
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Figura 7. Detalhe do dejeto ingressando na caixa dosadora.
Figura 8. Detalhe da caixa dosadora no nível máximo de dejetos.
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Figura 9. Detalhe da caixa dosadora de dejetos em nível superior ao SISCODE.
Figura 10. Acondicionamento do substrato nos tanques.
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Figura 11. Substrato acondicionado no tanque.
Figura 12. Impregnação de dejetos no substrato.
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Figura 13. Detalhe dos dejetos ingressando na Fase 1 (impregnação).
Figura 14. Movimentação do composto com utilização de garfo adaptado ao trator (Fase 1).
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Figura 15. Detalhe da movimentação do composto com utilização de garfo adaptado ao trator (Fase 1).
Figura 16. Detalhe do garfo para revira do material na Fase 1.
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Figura 17. Vista geral do sistema de impregnação de dejetos (Fase 1).
Figura 18. Detalhe do material pronto para ser transferido para a fase 2.
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Figura 19. Material pronto para ser transferido para a fase 2.
Figura 20. Vista geral do material na Fase 2.
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Figura 21. Revira mecanizada do material na Fase 2.
Figura 22. Detalhe do material na Fase 2.
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Figura 23. Composto no final do SISCODE, sendo peneirado e embalado para comercialização.
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Uso do composto como aduboUso do composto como aduboUso do composto como aduboUso do composto como aduboUso do composto como adubo
O desenvolvimento de tecnologias alternativas como a
compostagem de dejetos de suínos, onde, num primeiro momen-
to, ocorre uma mudança nas características físicas dos dejetos,
para somente após ocorrer a fermentação, é uma prática que vem
crescendo de maneira significativa em muitos países da Europa, e
pode representar uma solução efetiva para regiões com proble-
mas de alta concentração de suínos. Isto, principalmente por au-
mentar a viabilidade com o transporte dos dejetos na forma de
composto, permitindo a destinação final como adubo para ou-
tras regiões que tenham demanda para este tipo de material.
O tratamento dos dejetos por compostagem altera além
da forma de apresentação, de líquido para sólido, modifica tam-
bém a composição química dos dejetos. O processo de
compostagem proporciona um aumento na concentração total
dos minerais. Além disso, acarreta em um aumento nos valores
de nitrogênio e cinzas. Bem como, uma clara tendência de que-
da nos valores de pH, aproximando-se da neutralidade. Ade-
mais de apresentar uma redução da relação carbono/nitrogê-
nio, com valores inferiores a 10/1.
Cabe destacar que os metais pesados presentes no com-
posto, são em grande parte adsorvidos fortemente pela fração
orgânica do solo, reduzindo a mobilidade desses elementos e
consequentemente seus efeitos fitotóxicos. Assim, a matéria
orgânica já presente no solo e ouadicionada como fertilizante,
contém uma variedade de grupos ácidos e básicos potencial-
mente disponíveis para trocas de cátions e ânions. O grupo bá-
sico possui menor atividade, constatada pela baixa capacidade
de troca, enquanto o grupo ácido da matéria orgânica é fraca-
mente dissociado e tem maior possibilidade de troca de cátions.
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As concentrações de matéria orgânica e carbono orgânico
diminuem durante a compostagem, indicando a degradação dos
materiais orgânicos durante o processo. A degradação da maté-
ria orgânica leva ao aumento da condutividade elétrica e da pro-
dução de compostos inorgânicos. O nitrogênio total também
aumenta em termos de concentração, devido à intensa degrada-
ção dos compostos de carbono, os quais diminuem o peso da
massa em compostagem. A concentração de nitrogênio total
aumenta durante o processo de compostagem. Neste sentido, a
adição de fertilizante orgânico já humificado ao solo, aumenta a
capacidade de troca de cátions, tornando os metais pesados
menos disponíveis. A capacidade de troca de cátions dos fertili-
zantes orgânicos aumenta sensivelmente com a elevação do pH.
Além disso, quando utilizamos adubos químicos, estamos so-
mente modificando as características químicas do solo, por ou-
tro lado, ao adotarmos o uso de adubos orgânicos, como é o
caso dos materiais compostados na agricultura, possibilita uma
melhora nas condições físicas, químicas e biológicas do solo.
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Sistema automaSistema automaSistema automaSistema automaSistema automatizadotizadotizadotizadotizado
de compostade compostade compostade compostade compostagggggememememem
O modelo automatizado de compostagem apresenta dife-
renças na estrutura física da instalação, porém, não difere da
compostagem manual no tipo de substrato utilizado, na quanti-
dade de dejetos impregnados e no tempo de maturação do com-
posto. A compostagem de dejetos de suínos automatizada pode
ser indicada para as propriedades com pouca disponibilidade de
mão de obra, ou quando o volume de dejetos a ser tratado for
muito grande, dificultando o sistema manual de compostagem.
O sistema automatizado de compostagem consiste de um
único tanque retangular com as dimensões de acordo com o
volume de dejetos produzidos pela granja. Os dejetos são in-
corporados ao substrato pelo deslocamento linear da máquina
ao longo do tanque de compostagem. Em relação à
compostagem manual, a impregnação dos dejetos na unidade
automatizada ocorre de maneira mais uniforme em toda a mas-
sa de substrato, facilitando a incorporação e a elevação da tem-
peratura do material.
Na fase de impregnação, os dejetos líquidos oriundos da
instalação de criação dos animais, são direcionados de forma
fracionada para a impregnação em um substrato que pode ser a
maravalha, serragem ou cama de aves. Neste caso, ocorre em
um primeiro momento à absorção dos dejetos e a constituição
da biomassa, para em seguida iniciar a evaporação da água pela
elevação da temperatura e desenvolvimento do processo de
compostagem. A fase de impregnação é de fundamental impor-
tância para o processo de compostagem, pois o limite de absor-
ção de dejetos pelo substrato deve ser observado para que não
ocorra à saturação do material, que inviabilizaria ou dificultaria
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a seqüência da compostagem. Normalmente se trabalha de 2,0
a 2,5 m³ de dejetos líquidos pra cada m³ de substrato.
Na fase de maturação ocorre à estabilização propriamente
dita da biomassa, a temperatura é mais elevada que na fase de
impregnação, o revolvimento da pilha permite a entrada de oxi-
gênio, favorecendo a eliminação dos microorganismos
patogênicos e a concentração dos nutrientes. Esta fase também
é denominada de estabilização do composto, que inicia após a
máxima incorporação de dejetos no substrato.
Os resultados obtidos com a compostagem automatizada
são de uma maneira geral similares aos atingidos com a
compostagem manual.
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Resultados obtidosResultados obtidosResultados obtidosResultados obtidosResultados obtidos
Neste capítulo, são apresentados os resultados médios
obtidos em estudos acompanhando várias granjas em situação
de campo, que utilizam para o tratamento dos dejetos de suí-
nos, tanto o SISCODE, como o sistema convencional com
esterqueira. os seguintes parâmetros: temperatura de
compostagem, volume e peso específico dos dejetos produzi-
dos e análise físico-química do composto e dos dejetos líquidos.
TTTTTemperemperemperemperemperaaaaaturturturturturaaaaa
A Figura 24 corresponde a temperatura da biomassa du-
rante o processo de estabilização, pode-se observar que a tem-
peratura da biomassa se eleva gradativamente no decorrer do
tempo, em função do elevado teor de carbono contido nos
Figura 24. Evolução da temperatura de compostagem na fase de estabilização. (T1
– Substrato composto por serragem; T2 – Substrato composto por maravalha; T3
– Substrato composto por cama de aviário).
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substratos (alta relação C/N inicial), gerando calor pela decom-
posição microbiana. A temperatura máxima observada nos di-
ferentes substratos, ao final do processo, manteve-se superior a
60°C por aproximadamente 37 dias, indicando intensa ativida-
de de microorganismos termófilos. Esta temperatura, quando
mantida durante o processo de compostagem, por um período
superior a 2 semanas, pode ser usada como um indicativo da
inativação de microorganismos patogênicos, tais como
Salmonellas, Streptococcos, Coliformes fecais e totais.
VVVVVolume e peso específolume e peso específolume e peso específolume e peso específolume e peso específicoicoicoicoico
Conforme apresentado nas Tabelas 10 e 11 e nas Figuras
25 e 26, o volume de dejetos e o peso específico para os mes-
mos, produzidos por suíno com diferentes sistemas de trata-
mento (compostagem e esterqueira) e com diferentes substratos
(serragem, maravalha e cama aviária) não foi diferente estatisti-
camente para os substratos serragem e maravalha. Entretanto,
os mesmos apresentaram valores médios inferiores em relação
ao substrato cama de aviário. Conforme esperado, o maior vo-
lume e o maior peso específico nos dejetos produzidos foram
observados no controle, ou seja, no sistema convencional com
esterqueira para o tratamento de dejetos. Os menores valores
de produção de dejetos encontrados nos tratamentos com
compostagem em relação ao sistema líquido, representam uma
redução significativa no volume total de dejetos produzidos e
no seu respectivo peso específico. Tal redução, associada à for-
ma sólida de tratamento, armazenagem e transporte dos dejetos
até as lavouras, diminui de maneira expressiva o impacto eco-
nômico para o produtor de suínos.
Cabe ressaltar também que, no presente estudo, o volume
médio e o peso específico dos dejetos produzidos por suíno no
sistema líquido, foram respectivamente 127 e 477% superior ao
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volume médio verificado nos tratamentos sólidos, o que
potencializa riscos e problemas ambientais, além de dificultar o
gerenciamento dos resíduos.
Tabela 10. Volume de dejetos produzidos por suíno em m³
ao final do período experimental.
Médias seguidas por letras minúsculas diferentes, na linha, diferem significativamente,
por contrastes ortogonais (P< 0,05).
Figura 25. Volume de dejetos produzidos por suíno, em m3, nos diferentes
tratamentos. (T1 – Substrato composto por serragem; T2 – Substrato composto por
maravalha; T3 – Substrato composto por cama de aviário; T4 – Convencional com
esterqueira).
Tabela 11. Dejetos produzidos por suíno em kg/m³
ao final do período experimental.
Médias seguidas por letras minúsculas diferentes, na linha, diferem
significativamente, por contrastes ortogonais (P< 0,05).
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90
Figura 26. Peso específico dos dejetos produzidos por suíno, em m3, nos diferentes
tratamentos.T1 – Substrato composto por serragem; T2 – Substrato composto por
maravalha; T3 – Substrato composto por cama de aviário; T4 – Convencional com
esterqueira.
pHpHpHpHpH
Na Tabela 12 os valores de pH na coleta 1 diferem (P<0,05)
por serem materiais de origem distinta, com exceção dos
substratos serragem e maravalha, que apresentaram os valores
de pH mais ácidos, o que pode ser explicado pela sua mesma
origem, porém com partículas de diferentes tamanhos, sendo
produzidos a partir de madeira de pínus. No substrato com cama
de aviário, que já recebeu excreções dos animais e sofreu ação
microbiana, este apresentou o pH mais básico. Para esta primei-
ra coleta, o valor registrado para o pH do sistema com esterqueira
apresentou uma proximidade da neutralidade.
Na coleta 2, que foi realizada imediatamente após a adição
de dejetos aos diferentes materiais celulósicos, pode-se observar
uma uniformização dos valores de pH. A impregnação de dejetos
líquidos de suínos causou uma alteração do pH nos substratos
com serragem e maravalha, alcalinizando os substratos, provavel-
mente pela adição dos dejetos líquidos com pH alcalino. Com
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91
relação aos valores observados para o substrato com cama de
aviário, o pH manteve-se praticamente estável. Isto pode ser ex-
plicado pelo material usado como substrato, que já sofreu estabi-
lização prévia. Para o sistema convencional, que é o próprio dejeto,
o pH manteve-se estável, também, sugerindo que os dejetos na
forma líquida podem ter poder tamponante.
A coleta 3 ocorreu após a impregnação dos diferentes
materiais celulósicos. Isto acarretou para os valores de pH dos
substratos serragem e maravalha uma tendência de alcalinização,
provavelmente pelo processo de decomposição microbiana,
entretanto para o substrato com cama de aviário o valor de pH
manteve-se estável, bem como para o sistema com esterqueira.
Na coleta 4, os valores observados para pH não apresen-
taram diferença estatística entre os diferentes sistemas de trata-
mento dos dejetos. Isto pode ser explicado pela estabilização
alcançada pelos diferentes materiais ao final do processo de
compostagem. O pH obtido nesta etapa do processo para to-
dos os tratamentos foi próximo da neutralidade, sendo desta
forma, um produto que pode ser usado na adubação sem a pre-
ocupação de causar acidificação do solo.
Tabela 12. Valor médio para pH por tratamento de acordo com as coletas.
Médias seguidas por letras minúsculas diferentes na coluna e por letras maiúsculas
diferentes na linha, diferem significativamente por contrastes ortogonais (P< 0,05).
Coletas: 1 – substrato antes da impregnação; 2 – imediatamente após o início das
impregnações; 3 – entre o período de impregnação e de estabilização; 4 – ao final do
período de estabilização. Para o sistema com esterqueira as coletas foram realizadas
em período igual ao do tratamento com compostagem.
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92
MaMaMaMaMatértértértértéria secaia secaia secaia secaia seca
Na Tabela 13, observa-se que todos os substratos (compos-
tagem) apresentaram uma redução no teor de matéria seca após a
impregnação com os dejetos, em seguida sofreram uma elevação
nos valores registrados para esta variável nas demais coletas, ao
longo do tempo, pois perderam umidade para o meio ambiente.
O substrato com serragem apresentou o maior valor para matéria
seca ao final do experimento, em segundo lugar ficou o substrato
com maravalha e em terceiro, o com cama de aviário. Todavia, os
menores valores observados em todas as coletas foram para o
sistema com esterqueira, o que pode ser exemplificado pela con-
centração de matéria seca, 24,76 vezes inferior em relação à mé-
dia dos tratamentos na forma sólida ao final do processo. O
percentual de matéria seca nos tratamentos com compostagem
foi bastante elevado na coleta 1, provavelmente por serem
substratos celulósicos. Entretanto, à medida que ocorreu a im-
pregnação de dejetos líquidos nas coletas 2 e 3, o percentual de
matéria seca foi reduzido e somente voltou a subir durante a fase
de estabilização, em função de que o processo de compostagem
libera água e CO
2
 para o ambiente.
Tabela 13. Percentual médio de matéria seca de acordo com as coletas.
Médias seguidas por letras minúsculas diferentes, na coluna e por letras maiúsculas
diferentes na linha, diferem significativamente por contrastes ortogonais (P< 0,05).
Coletas: 1 – substrato antes da impregnação; 2 – imediatamente após o início das
impregnações; 3 – entre o período de impregnação e de estabilização; 4 – ao final do
período de estabilização. Para o sistema com esterqueira as coletas foram realizadas
em período igual ao do tratamento com compostagem.
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93
No sistema com esterqueira, o percentual de matéria seca foi
bastante reduzido e manteve-se estável ao longo do tempo, em
função possivelmente dos dejetos líquidos de suínos apresentarem
como característica uma grande diluição de sua fração sólida.
NitrNitrNitrNitrNitrooooogêniogêniogêniogêniogênio
Na Tabela 14, observa-se na coleta 1, que o percentual de N
no substrato com cama de aviário foi superior aos demais, isto
pode ser explicado pelo fato de ser um substrato que já recebeu
excreta de aves. Nas coletas 2, 3 e 4 durante e após a saturação
com dejetos líquidos, os substratos com serragem e maravalaha,
apresentaram uma elevação no teor de N, mas não diferiram esta-
tisticamente entre si. Entretanto apresentaram concentração in-
ferior à registrada para o substrato com cama de aviário, que man-
teve valores semelhantes ao inicial, enquanto que para o sistema
com esterqueira o teor de N apresentou a menor concentração.
Os valores observados ao longo das coletas para o sistema
com esterqueira foram inferiores aos demais em função da ma-
nutenção da diluição dos dejetos. Por outro lado, nos tratamen-
tos com serragem e maravalha ocorreu uma elevação do teor de
N, explicado tanto pela adição de N contido nos dejetos líqui-
dos, bem como pela redução do teor de umidade da biomassa.
Tabela 14. Percentual médio de nitrogênio total de acordo com as coletas.
Médias seguidas por letras minúsculas diferentes na coluna e por letras maiúsculas
diferentes na linha diferem significativamente por contrastes ortogonais (P< 0,05).
Coletas: 1 – substrato antes da impregnação; 2 – imediatamente após o início das
impregnações; 3 – entre o período de impregnação e de estabilização; 4 – ao final do
período de estabilização. Para o sistema com esterqueira as coletas foram realizadas
em período igual ao do tratamento com compostagem.
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94
CarbonoCarbonoCarbonoCarbonoCarbono
Na Tabela 15, é possível verificar que para o percentual de
carbono, na coleta 1, os substratos com serragem e maravalha
não diferiram estatisticamente entre si, mas apresentaram um teor
superior de carbono em relação ao substrato com cama de aviá-
rio. Atribuindo-se ao fato de que a cama de aviário já sofreu um
processo de degradação prévia. Na coleta 2 todos os tratamentos
diferiram entre si (P< 0,05), mas observa-se que para os substratos
serragem e maravalha ocorreu uma redução na concentração de
carbono, ao contrário do que aconteceu para o substrato cama de
aviário, que apresentou um incremento no teor deste mineral.
Para a coleta 3 os substratos serragem e maravalha não
diferiram entre si, contudo mostraram diferença em relação ao
substrato cama de aviário. O substrato de serragem apresentou
uma tendência de aumento na concentração em relação à coleta
anterior, o substrato com maravalha manteve-se estável e o
substrato com cama de aviário aumentou. Na coleta 4 os trata-
mentos não diferiram estatisticamente entre si.
Tabela 15. Percentual de carbono de acordo com as coletas.
Médias seguidas por letras minúsculas diferentes na coluna e por letras maiúsculas
diferentes na linha diferem significativamente por contrastes ortogonais (P< 0,05).
Coletas: 1 – substrato antes da impregnação; 2 – imediatamenteapós o início das
impregnações; 3 – entre o período de impregnação e de estabilização; 4 – ao final do
período de estabilização. Para o sistema com esterqueira as coletas foram realizadas
em período igual ao do tratamento com compostagem.
Relação C/NRelação C/NRelação C/NRelação C/NRelação C/N
Na tabela 16 são apresentados os dados para relação C/N,
onde se pode observar que para a coleta 1 os substratos com serra-
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95
gem e maravalha não diferiram significativamente entre si, mas di-
feriram do substrato com cama de aviário. Os valores encontrados
mostraram que para os substratos com serragem e maravalha, por
serem de originadas de pínus apresentaram uma relação C/N com
valores percentuais superiores ao substrato com cama de aviário.
Nas coletas 2 e 3, os substratos com serragem e maravalha
não apresentaram diferença significativa entre si, e observou-se
que à medida que foram adicionados dejetos ao substrato a re-
lação C/N reduziu, enquanto que para o substrato com cama
de aviário ocorreu o inverso. Isto sugere que para os substratos
com serragem e maravalha, os dejetos atuaram como fonte de
N, entretanto para o substrato com cama de aviário os dejetos
atuaram como fonte de C.
Diferente do que foi verificado nas coletas anteriores, na
coleta 4 os tratamentos não apresentaram diferenças entre si.
Os valores encontrados ficaram próximos aos considerados ide-
ais pela legislação brasileira, sendo que, para a utilização em la-
vouras não há restrições, entretanto para a comercialização como
adubo orgânico, é necessário que o produto passe por um novo
período de maturação.
Tabela 16. Relação C/N de acordo com as coletas.
Médias seguidas por letras minúsculas diferentes na coluna e por letras maiúsculas
diferentes na linha diferem significativamente por contrastes ortogonais (P< 0,05). ).
Coletas: 1 – substrato antes da impregnação; 2 – imediatamente após o início das
impregnações; 3 – entre o período de impregnação e de estabilização; 4 – ao final do
período de estabilização. Para o sistema com esterqueira as coletas foram realizadas em
período igual ao do tratamento com compostagem.
FósfFósfFósfFósfFósforororororooooo
Na Tabela 17, para a coleta 1 os substratos serragem e
maravalha mostraram um baixo teor de P e não diferiram esta-
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96
tisticamente entre si, entretanto o substrato com cama de aviá-
rio apresentou valores elevados para este mineral em função de
conter excretas de aves, diferindo dos substratos serragem e
maravalha, porém sendo semelhante ao sistema com esterqueira.
Nas coletas 2 e 3, que representam à fase de impregnação de
dejetos nos substratos, ocorreu um aumento na concentração do P,
elevando o teor deste mineral de forma semelhante nos tratamen-
tos com compostagem, porém para o sistema com esterqueira como
era esperado, o teor do mineral permaneceu no mesmo nível da
coleta 1, evidenciando a manutenção da diluição que ocorre com
os dejetos no sistema de tratamento convencional.
Na coleta 4, a concentração de P que ocorreu nos trata-
mentos sólidos foi significativa em relação ao tratamento líqui-
do. É importante ressaltar que no presente estudo o teor médio
de P nos sistemas com compostagem (sólido), foi 1,6 vezes su-
perior ao sistema com compostagem (líquido). Isto, seguramente,
potencializará a utilização deste composto na agricultura, por
diminuir o volume dos dejetos em função da redução do teor
de umidade e conseqüente aumento na concentração do teor
de P, reduzindo, deste modo, os custos com o armazenamento
e o transporte do dejeto até a lavoura.
Tabela 17. Teor médio de fósforo em g/kg, de acordo com as coletas.
Médias seguidas por letras minúsculas diferentes na coluna e por letras maiúsculas
diferentes na linha, diferem significativamente por contrastes ortogonais (P< 0,05).
Coletas: 1 – substrato antes da impregnação; 2 – imediatamente após o início das
impregnações; 3 – entre o período de impregnação e de estabilização; 4 – ao final do
período de estabilização. Para o sistema com esterqueira as coletas foram realizadas
em período igual ao do tratamento com compostagem.
Compostagem-miolo.pmd 19/11/2008, 15:4896
97
PPPPPotássiootássiootássiootássiootássio
Na Tabela 18, é apresentado o teor de K para os diferentes
sistemas de tratamento de dejetos, onde é possível observar que,
em todas as coletas, os substratos com serragem e maravalha
não diferiram significativamente entre si. Mas foram inferiores
ao substrato com cama de aviário, possivelmente devido ao fato
deste substrato ter na sua origem uma concentração mais eleva-
da deste elemento, mesmo antes de ocorrer à impregnação de
dejetos líquidos. O sistema com esterqueira diferiu estatistica-
mente em relação aos tratamentos na forma sólida, apresentan-
do sempre uma menor concentração de K a partir do momento
da impregnação. Na coleta 4, em função da constante manuten-
ção da diluição dos dejetos na esterqueira, este sistema apresen-
tou uma concentração 2,55 vezes inferior de K em relação aos
tratamentos de dejetos com compostagem, demonstrando a
valorização agronômica dos dejetos tratados na forma sólida.
Tabela 18. Teor médio de potássio em g/kg, de acordo com as coletas.
Médias seguidas por letras minúsculas diferentes na coluna e por letras maiúsculas
diferentes na linha, diferem significativamente por contrastes ortogonais (P< 0,05).
Coletas: 1 – substrato antes da impregnação; 2 – imediatamente após o início das
impregnações; 3 – entre o período de impregnação e de estabilização; 4 – ao final do
período de estabilização. Para o sistema com esterqueira as coletas foram realizadas
em período igual ao do tratamento com compostagem.
CálcioCálcioCálcioCálcioCálcio
Na Tabela 19 observa-se, na coleta 1, que os substratos com
serragem e maravalha não diferiram estatisticamente entre si com
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98
relação ao teor de Ca, fato este que pode ser atribuído por possu-
írem a mesma origem. Entretanto o substrato com cama de aviá-
rio apresentou valor significativamente superior e diferente tanto
em relação aos substratos com serragem e maravalha como em
relação ao sistema com esterqueira. O valor encontrado para o
substrato com cama de aviário foi elevado em relação aos demais
tratamentos, possivelmente porque a cama de aviário já continha
uma determinada concentração deste mineral, pelo teor de cálcio
presente na dieta das aves, e que é eliminado nas fezes e absorvi-
do pela cama. Já o sistema com esterqueira apresentou uma ma-
nutenção do teor de cálcio ao longo do período.
Nas demais coletas notou-se uma situação semelhante para
os tratamentos na forma sólida, onde houve uma elevação nos
teores do mineral, porém, para o sistema com esterqueira, hou-
ve uma estabilidade em níveis menores, sendo este fato justifi-
cado pela manutenção da diluição dos dejetos líquidos no siste-
ma de tratamento convencional. O valor verificado no sistema
com esterqueira (líquido), foi 5,24 vezes menor do que a média
encontrada nos sistemas com compostagem (sólido).
Tabela 19. Teor médio de cálcio em g/kg, de acordo com as coletas.
Médias seguidas por letras minúsculas diferentes na coluna e por letras maiúsculas
diferentes na linha, diferem significativamente por contrastes ortogonais (P< 0,05).
Coletas: 1 – substrato antes da impregnação; 2 – imediatamente após o início das
impregnações; 3 – entre o período de impregnação e de estabilização; 4 – ao final do
período de estabilização. Para o sistema com esterqueira as coletas foram realizadas
em período igual ao do tratamento com compostagem.
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99
MaMaMaMaMagnésiognésiognésiognésiognésio
Na Tabela 20 é possível observar, na coleta 1, que os
substratos com serragem e maravalha não diferiram estatistica-
mente entre si, atribuído ao fato de possuírem a mesma origem.
Todavia o substrato com cama de aviário apresentou teor superi-
or para magnésio tanto ao substratos serragem e maravalha comotambém ao sistema com esterqueira. O valor encontrado para o
substrato com cama aviária foi elevado em relação aos demais
tratamentos em função de que a cama de aviário já continha uma
concentração para este mineral, oriunda das fezes das aves.
Nas demais coletas observou-se uma situação semelhante
para os sistemas tratamento de dejetos na forma sólida, onde
houve uma elevação nos teores de magnésio, à medida que fo-
ram sendo impregnados dejetos líquidos aos substratos. O sis-
tema com esterqueira apresentou uma estabilidade em níveis
menores, sendo este fato justificado pela manutenção da dilui-
ção dos dejetos líquidos no sistema convencional de tratamen-
to. O valor observado para o teor de magnésio nos sistemas
com compostagem foi 2,02 vezes superior do que aquele verifi-
cado no sistema com esterqueira, fato este, que valoriza a utili-
zação do produto da compostagem como adubo orgânico, por
apresentar maior concentração de Mg.
Tabela 20. Teor médio de magnésio em g/kg, de acordo com as coletas.
Médias seguidas por letras minúsculas diferentes na coluna e por letras maiúsculas
diferentes na linha, diferiram significativamente pelo teste de contrastes ortogonais
(P< 0,05). Coletas: 1 – substrato antes da impregnação; 2 – imediatamente após o
início das impregnações; 3 – entre o período de impregnação e de estabilização; 4 –
ao final do período de estabilização. Para o sistema com esterqueira as coletas foram
realizadas em período igual ao do tratamento com compostagem.
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100
CobrCobrCobrCobrCobreeeee
Na Tabela 21 verifica-se que para a coleta 1, os substratos
com serragem e maravalha não diferiram estatisticamente entre si
com relação aos teores médios de Cu, porque tinham a mesma
origem. Porém o substrato com cama de aviário apresentou valor
superior e diferente em relação aos substratos com serragem e
maravalha e inferior em relação ao sistema com esterqueira.
Nas coletas 2 e 3, houve um aumento significativo na concen-
tração de Cu em todos os sistema, em relação a coleta 1, devido às
consecutivas impregnações dos dejetos líquidos na biomassa, não
sendo mais observadas diferenças significativas entre os tratamentos
na forma sólida (P> 0,05). O acréscimo no teor de Cu encontrado,
nos sistemas de tratamento com compostagem, pôde ser explicado
pela impregnação de dejetos no decorrer do processo, e também
pelo alto teor de matéria orgânica dos substratos que os compõe. O
mesmo foi notado em estudo realizado com o objetivo de avaliar a
afinidade dos materiais húmicos por cátions de metais pesados, de
maneira que estes extraíssem da água que passava através deles, por
meio de processos de troca iônica, formando complexos insolúveis
em água. Com exceção da coleta 3, o sistema com esterqueira diferiu
de maneira significativa dos demais tratamentos, com uma concen-
tração final 1,25 vezes menor do que aquela verificada na média dos
sistemas de tratamento de dejetos com compostagem.
Tabela 21. Teor médio de cobre em mg/kg, de acordo com as coletas.
Médias seguidas por letras minúsculas diferentes na coluna e por letras maiúsculas
diferentes na linha, diferem significativamente por contrastes ortogonais (P< 0,05).
Coletas: 1 – substrato antes da impregnação; 2 – imediatamente após o início das
impregnações; 3 – entre o período de impregnação e de estabilização; 4 – ao final do
período de estabilização. Para o sistema com esterqueira as coletas foram realizadas
em período igual ao do tratamento com compostagem.
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101
ZincoZincoZincoZincoZinco
Na coleta 1, que foi realizada antes da impregnação
dos dejetos, os substratos com serragem e maravalha não
diferiram entre si, evidenciando que a serragem e a
maravalha de pínus possuem baixo teor de Zn em sua com-
posição (Tabela 22). Entretanto diferiram de maneira sig-
nificativa do substrato com cama aviária, e também do sis-
tema com esterqueira. Na coleta 2, observa-se nos sistemas
de tratamento de dejetos com compostagem ocorreu um
aumento na concentração de Zn, sendo que para o substrato
com compostagem, os valores foram maiores em função
da origem do substrato, que já apresentava um teor mais
elevado de Zn. O sistema com esterqueira manteve-se no
mesmo nível da coleta anterior.
Na coleta 3, nos sistemas de tratamento de dejetos com
compostagem, novamente apresentaram elevação na concen-
tração de Zn, enquanto que para o sistema com esterqueira não
houve alteração em relação à coleta anterior.
Na coleta 4, que ocorreu na fase final do processo de
compostagem, todos os tratamentos diferiram entre si, sendo
que nos substratos com serragem, maravalha e cama aviária
continuaram apresentando elevação na concentração de Zn,
enquanto que o sistema com esterqueira, manteve-se estável,
sendo este fato justificado pelo constante manutenção da di-
luição dos dejetos na esterqueira. A concentração média de
Zn nos tratamentos com compostagem (sólidos), foi 1,26 ve-
zes superior à concentração de Zn no sistema com esterqueira
(líquido).
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102
Tabela 22. Teor médio de zinco em mg/kg, de acordo com as coletas.
Médias seguidas por letras minúsculas diferentes na coluna e por letras maiúsculas
diferentes na linha, diferem, significativamente, por contrastes ortogonais (P< 0,05).
Coletas: 1 – substrato antes da impregnação; 2 – imediatamente após o início das
impregnações; 3 – entre o período de impregnação e de estabilização; 4 – ao final do
período de estabilização. Para o sistema com esterqueira as coletas foram realizadas
em período igual ao do tratamento com compostagem.
FFFFFerererererrrrrrooooo
Na Tabela 23, observa-se na coleta 1, que os substratos
com serragem e maravalha não diferiram entre si, mas diferiram
significativamente substrato com cama de aviário, e do sistema
com esterqueira. Os valores encontrados para o substrato com
cama de aviário foram maiores do que os demais, em função de
que a cama de aviário continha um teor alto para este mineral
previamente, pelo teor presente na dieta das aves.
Nas demais coletas foram observadas uma situação seme-
lhante para os tratamentos na forma sólida, onde houve uma
elevação nos teores deste mineral, e o sistema com esterqueira
manteve uma estabilidade dos valores para o teor de ferro e em
níveis menores aos observados para os sistemas sólidos. Este
fato pode ser justificado pela manutenção da diluição dos dejetos
líquidos tratados na forma convencional. O valor observado na
última coleta para os tratamentos na forma sólida foi 6,64 vezes
superior do que aquele verificado no sistema com esterqueira,
evidenciando que no processo de compostagem, ocorre uma
concentração acentuada do teor de Fé. Isto pode ser explicado
em função da redução de volume do composto, e também pelo
alto teor de Fe na dieta dos animais criados em confinamento.
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103
Tabela 23. Teor médio de ferro em mg/kg, de acordo com as coletas.
Médias seguidas por letras minúsculas diferentes na coluna e por letras maiúsculas
diferentes na linha, diferem significativamente por contrastes ortogonais (P< 0,05).
Coletas: 1 – substrato antes da impregnação; 2 – imediatamente após o início das
impregnações; 3 – entre o período de impregnação e de estabilização; 4 – ao final do
período de estabilização. Para o sistema com esterqueira as coletas foram realizadas
em período igual ao do tratamento com compostagem.
ManganêsManganêsManganêsManganêsManganês
Na Tabela 24, observa-se na coleta 1, que os substratos
com serragem e maravalha não diferiram entre si, mas diferiram
estatisticamente do sistemas com substrato com cama de aviá-
rio e com esterqueira. Os valores encontrados para o substrato
cama de aviário foram elevados, em relação aos substratos com
serragem e maravalha, em função de que a cama de aviário já
conter um teor alto para este mineral.
Na coleta 2, todos os tratamentos não diferiram significa-
tivamente entre si, sendo que aqueles na forma sólida apresen-taram elevação nos teores do mineral pela adição de dejetos,
enquanto que o sistema com esterqueira manteve-se com teo-
res estáveis de manganês.
Nas coletas 3 e 4, os sistemas tratamento de dejetos com
substrato de serragem, maravalha e com esterqueira não diferi-
ram significativamente entre si, mas sim com relação ao substrato
com cama de aviário, isto pode ser explicado pela origem do
substrato que já continha um teor maior de Mn em sua compo-
sição.
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104
Tabela 24. Teor médio de manganês em mg/kg, de acordo com as coletas.
Médias seguidas por letras minúsculas diferentes na coluna e por letras maiúsculas
diferentes na linha, diferem significativamente por contrastes ortogonais (P< 0,05).
Coletas: 1 – substrato antes da impregnação; 2 – imediatamente após o início das
impregnações; 3 – entre o período de impregnação e de estabilização; 4 – ao final do
período de estabilização. Para o sistema com esterqueira as coletas foram realizadas
em período igual ao do tratamento com compostagem.
MaMaMaMaMatértértértértéria oria oria oria oria orgânicagânicagânicagânicagânica
Na Tabela 25, os substratos com serragem e maravalha,
para a coleta 1, não diferiram entre si, mas sim em relação ao
substrato com cama de aviário. Esta diferença pôde ser explicada
pelo fato de que a cama de aviário, utilizada como substrato, já
sofreu um processo de estabilização onde ocorre uma redução
no teor de matéria orgânica.
Na coleta 2, que ocorreu logo após a impregnação dos
dejetos nos substratos, os três substratos diferiram entre si, com
o maior valor observado para o substrato com maravalha.
Nas coletas 3 e 4, os substratos com serragem e maravalha
voltaram a apresentar uma similaridade entre si, diferindo do
substrato com cama de aviário. O valor menor no teor de maté-
ria orgânica encontrado para o substrato com cama de aviário,
em relação aos os substratos com serragem e maravalha, no
final do processo, foi um reflexo da composição original dos
substratos.
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105
Tabela 25. Percentual de matéria orgânica em base seca de acordo com as coletas.
Médias seguidas por letras minúsculas diferentes na coluna e por letras maiúsculas
diferentes na linha, diferem significativamente por contrastes ortogonais (P< 0,05).
Coletas: 1 – substrato antes da impregnação; 2 – imediatamente após o início das
impregnações; 3 – entre o período de impregnação e de estabilização; 4 – ao final do
período de estabilização. Para o sistema com esterqueira as coletas foram realizadas
em período igual ao do tratamento com compostagem.
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106
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107
Análise econômica da implantaçãoAnálise econômica da implantaçãoAnálise econômica da implantaçãoAnálise econômica da implantaçãoAnálise econômica da implantação
Desde o início do século XXI, a suinocultura brasileira passou
a ser vista pelo Agronegócio como uma atividade perniciosa, pois os
custos ambientais que ela causa poderiam ser maiores que os benefí-
cios econômicos gerados. Isto fere os princípios da sustentabilidade
em uma conjuntura que clama por estes princípios.
Com isso, os pesquisadores desta área aprofundaram ain-
da mais os estudos em busca de algo que parecia impossível na
suinocultura: transformar prejuízo em lucro. Ou seja, fazer com
que o dejeto, substrato da atividade que gera passivo contábil e
ambiental, gere ativos financeiros, e além disso, seja um produ-
to gerador de alternativas de renda.
Este é o desafio do Sistema SISCODE que vai ser apresen-
tado neste capítulo. A intenção é provar cientificamente, que é
possível ganhar mais dinheiro com o dejeto do que com a carne.
PrPrPrPrPrincípios da gincípios da gincípios da gincípios da gincípios da gestão física dos dejetosestão física dos dejetosestão física dos dejetosestão física dos dejetosestão física dos dejetos
Os principais problemas acarretados ao meio-ambiente
pelos dejetos de origem suína são dois: a poluição do solo e a
contaminação dos mananciais d’água das regiões suinocultoras.
Isto se deve à composição físico-química de tais dejetos, ricos
em determinados elementos químicos, como o fósforo (P), cuja
concentração excessiva prejudica não só água e solo como o
organismo dos seres vivos expostos a estes.
Nas características dos dejetos suínos, nas condições atu-
ais, cabe destacar a grande quantidade de água neles existentes,
do que resulta na baixa quantia de matéria seca.
Observou-se então que o maior problema na gestão de
dejetos suínos não são as fezes (como a maioria pensa) e sim a
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108
água. A água é o fator preponderante para a viabilização da ges-
tão dos dejetos suínos. Por isso, o objeto deste trabalho é justa-
mente este: Tirar a água.
A prática mais comum, nas áreas suinocultoras, é a de uti-
lizar os dejetos dos animais como adubo orgânico. Sabe-se, tam-
bém, que dejetos suínos possuem grande capacidade de fertili-
zação se usados de forma correta. Infelizmente, o uso puro e
simples deste tipo de fertilizante natural não garante a qualida-
de da adubação nem livra o meio-ambiente da degradação.
Assim como existem pessoas obesas porém, desnutridas,
pode-se fazer a mesma afirmação para o solo que recebe despe-
jo de dejetos: o que temos na verdade é uma terra gorda porém
desnutrida.
A utilização dos dejetos como fertilizante é uma alternati-
va, que depende porém da concentração de nutrientes como N,
P, K, e estes por sua vez estão diretamente ligados a concentra-
ção de matéria seca.
A solução do problema dos dejetos suínos requer o
envolvimento de todos os segmentos da sociedade, em ações
integradas.
Toda via, a responsabilidade do controle sobre a poluição
dos dejetos suíno deve ser em sua grande parte de responsabili-
dade tanto de integrados quanto de integradores, já que a gera-
ção dos dejetos decorre do sistema produtivo adotado, que por
sua vez é estabelecido pelas agroindústrias do setor.
A utilização dos dejetos suínos parA utilização dos dejetos suínos parA utilização dos dejetos suínos parA utilização dos dejetos suínos parA utilização dos dejetos suínos paraaaaa
prprprprprodução aodução aodução aodução aodução agggggrícolarícolarícolarícolarícola
Os sistemas intensivos de criação de suínos confinados
originam grandes quantidades de dejetos, os quais necessitam
uma destinação. Dentre as alternativas possíveis, aquela de mai-
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109
or receptividade pelos agricultores tem sido a utilização como
fertilizante.
A utilização dos dejetos suínos numa propriedade agrícola
permite o desenvolvimento de sistemas integrados de produ-
ção que podem corresponder a um somatório de alternativas
produtivas que diversificam as fontes de renda, promovendo
maior estabilidade econômica e social.
Diesel (2002) indica que o esterco de suínos quando utili-
zado de forma equilibrada, constitui um fertilizante capaz de
substituir com vantagem parte ou, em determinadas situações,
totalmente a adubação química das culturas. A reciclagem do
esterco como fertilizante na propriedade, mostrou-se economi-
camente viável, desde que apresente no mínimo 5 kg de nutri-
entes por metro volumétrico, o que só ocorre quando o esterco
apresenta uma densidade mínima de 1012 kg/m2.
Algumas pesquisas alertam para o fato que, apesar do dejeto
no curto prazo influenciar positivamente na produtividade das
culturas, esta utilização é problemática no médio prazo, uma
vez que existe desequilíbrio entre a composição química dos
dejetos e a quantidade requerida pelas plantas o que poderá re-
sultar em acúmulo de nutrientes no solo e, consequentemente,
ao ambiente. Assim, deve-se assegurar que as quantidades reti-
radas pelas plantas sejam repostas através de adubações orgâni-
cas ou químicas e que as quantidades de nutrientes adicionadas
não sejam maiores do que aquelas possíveis de serem absorvi-
das pelas plantas. (DIESEL 2002).
DistrDistrDistrDistrDistribibibibibuiçãodos dejetosuição dos dejetosuição dos dejetosuição dos dejetosuição dos dejetos
Os sistemas mais usados são: o conjunto de aspersão com
canhão e o conjunto trator e tanque distribuidor. Quando se
usa o trator e tanque distribuidor, é necessário fazer a calibragem
do conjunto, através do seguinte procedimento:
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110
• Carrega-se o distribuidor com um volume determinado
de dejetos, por exemplo 1000 litros;
• Percorre-se uma determinada distância com velocidade
de marcha normal para esse tipo de operação (4 a 7
Km/hora), até o completo esvaziamento do tanque;
• Determina-se a área onde os dejetos foram aplicados e
calcula-se a taxa de aplicação por hectare:
Área = largura da faixa de aplicação x distância percorrida.
1 m³...............400 m² X = 10.000 = 25 m3
X...................10.000 400
Para evitar perdas de nutrientes dos dejetos após a aplica-
ção, por escorrimento da água da chuva ou por volatilização, a
distribuição dos dejetos deve ser feita os horários de menor in-
solação, com imediata incorporação ao solo e, de preferência, o
mais próximo possível do plantio da cultura (DIESEL 2002).
O sistema de distribuição de dejetos por aspersão consiste
de uma bomba, similar àquelas usadas no veículo tanque; tubu-
lação de PVC, alumínio ou aço zincado; tripé de elevação e ca-
nhão hidráulico. O esterco é bombeado até o bocal de um
aspersor tipo canhão, de onde é aspergido sobre a área de inte-
resse (DIESEL 2002).
Os canhões hidráulicos devem ter bocal com diâmetro
mínimo de 30mm e podem operar com pressões de 300 a 900
kPa e vazões de 20 a 200 m3/hora, distribuindo o esterco em
áreas de até 100 metros de diâmetro, dependendo do tipo e
diâmetro do bocal e da combinação pressão/vazão adotada
(DIESEL 2002).
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111
PrPrPrPrPrincípios da gincípios da gincípios da gincípios da gincípios da gestão econômica dos dejetosestão econômica dos dejetosestão econômica dos dejetosestão econômica dos dejetosestão econômica dos dejetos
VVVVViaiaiaiaiabilidade Econômicabilidade Econômicabilidade Econômicabilidade Econômicabilidade Econômica
De acordo com Kassai (2002), uma vez estruturado um
projeto de um investimento, é feita a analise de viabilidade eco-
nômica. Um projeto consiste num conjunto de informações de
natureza quantitativa e qualitativa que permite estimar um ce-
nário com base em uma alternativa escolhida.
A viabilidade econômica de um projeto é analisada por meio
de um conjunto de critérios estabelecidos pela teoria das finanças, e
uma das suas fazes a longo prazo consiste na utilização de métodos
de avaliação econômica com a intenção de apurar os resultados
financeiros dos investimentos feitos ou para serem feitos, desse
modo as ferramentas que mais são usadas como recurso para ave-
riguar o viabilidade econômica dos projetos estão: o valor presente
liquido (VPL), a taxa interna de retorno (TIR),e o período de recu-
peração do capital (PRC), ou payback. (NETO, 2003).
Fluxo de caixa do inFluxo de caixa do inFluxo de caixa do inFluxo de caixa do inFluxo de caixa do invvvvvestimentoestimentoestimentoestimentoestimento
O principio da construção de um fluxo de caixa se baseia em
um demonstrativo de resultado econômico (DRE) que nada mais é
do que a soma dos resultados financeiros ou entradas pela subtração
das despesas ou saídas. A vantagem da utilização do Fluxo de Caixa,
está no fato de o fluxo de caixa iniciar em um período chamado de
“zero” onde ele possui uma saída que é o valor do investimento
acrescido de qualquer outra despesa para implantação do investi-
mento, ou seja, é toda a fase de implantação do investimento, onde
nos resultados financeiros não aparecem apenas as despesas.
PPPPPeríodo de reríodo de reríodo de reríodo de reríodo de recuperecuperecuperecuperecuperação de caação de caação de caação de caação de capital (pital (pital (pital (pital (PPPPPaaaaaybacybacybacybacyback)k)k)k)k)
O payback, na pratica nada mais é que a determinação do
tempo necessário para que os custos do capital do investimento
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112
sejam recuperados através dos benefícios incrementais líquidos
de caixa promovidos pelo próprio investimento, é ainda utiliza-
do como uma ferramenta importante para indicar o nível de
risco e também ao contrario o nível de liquidez de um projeto
de investimento. (NETO, 2003).
De acordo com Neto (2003), “são utilizados normalmen-
te duas metodologias de calculo para o payback: médio e efeti-
vo”, onde na hipótese de os dois serem iguais, os dois critérios
levarão a resultados idênticos.
De acordo com Kassai (2002), “o payback é o período de
recuperação do investimento e consiste na identificação do pra-
zo em que o montante dos despêndios de capital sejam recupe-
rados por meio do fluxo liquido de caixa gerado pelo investi-
mento.”
O payback é utilizado como uma referência ao se julgar as
atividades relativas das operações de investimento, mas deve ser
visto com cuidado, e tão apenas como um indicador, não ser-
vindo este para seleção entre as alternativas de investimento.
(MOTTA, 2002).
De acordo ainda com o autor, quanto mais longo o prazo
de reembolso do empréstimo, ou payback, o projeto gera menor
interesse para o empreendedor. O payback pode ser utilizado
para gerar maior atratividade para as opções de investimento,
mas como dito anteriormente este método deve ser visto com
muitas ressalvas, pois ele não pode servir como alternativa de
seleção para investimentos.
O método original de payback recebeu muitas criticas por
não considerar o valor do dinheiro no período de tempo, reco-
menda-se que esse seja determinado por meio de um fluxo de
caixa descontado. Para tal, basta que se desconte os valores pela
taxa mínima de atratividade e se verifique o prazo de recupera-
ção do investimento. (KASSAI, 2000).
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113
O autor relata ainda que o calculo consiste em comparar o
montante dos fluxos negativos ou investimentos com o mon-
tante dos fluxos positivos ou lucros e multiplicar essa razão pelo
numero total de períodos deste projeto, a saber.
FórFórFórFórFórmmmmmula do paula do paula do paula do paula do paybacybacybacybacyback:k:k:k:k:
PV (investimentos)
Payback = PV (investimentos) X nº anos
PV (lucros)
TTTTTaxa interaxa interaxa interaxa interaxa interna de rna de rna de rna de rna de retoretoretoretoretorno (TIR)no (TIR)no (TIR)no (TIR)no (TIR)
A taxa interna de retorno é um índice relativo que mede o
quanto rende o investimento durante o período de tempo, sen-
do que, para que isso tem que haver receitas envolvidas, assim
como investimentos. (MOTTA, 2002).
Para Kassai (2002) a TIR “representa a taxa de desconto
que iguala, num único momento, os fluxos de entrada com os
de saída de caixa. Em outras palavras, é a taxa que produz um
VPL igual a zero”.
Já de acordo com Neto (2003) a taxa interna de retorno é
aquela que iguala, em determinado momento (geralmente usa-se
data de inicio do investimento igual a zero), entradas e saídas.
Para a avaliação de investimentos, o calculo da TIR requer, basi-
camente o conhecimento dos valores de custo do capital e dos
fluxos de caixa líquidos adicionais gerados. Considerando que os
valores ocorrem em diferentes momentos, podemos dizer que a
TIR representa a rentabilidade do investimento em percentual.
O calculo manual da TIR é bastante difícil por se tratar de
uma função polinomial de grandeza maior do que dois, pode-se
gerar um valor aproximado pelo método da “tentativa e erro”
mas isso só gera mesmo perda de tempo, os meio mais aconse-
lháveis são fazer uso da calculadora financeira ou então do Excel.
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VVVVValor pralor pralor pralor pralor presente líquido (VPL)esente líquido (VPL)esente líquido (VPL)esente líquido (VPL)esente líquido (VPL)
O valor presente líquido (VPL) oriundo do inglês Net Present
Value (NPV), é um dos instrumentos sofisticados mais utilizado
para a avaliação de propostaspara investimento. Sendo que ele é
medido pela subtração entre o valor presente das entradas de cai-
xa e o valor presente das saídas de caixa. (KASSAI, 2000).
Para Souza (2003), o valor liquido presente, é considerado
como um auxilio ao processo de tomada de decisão, onde a
decisão nada mais é que aceitar o projeto caso o valor do VPL
seja positivo, considerando determinadas taxas de juros, e rejei-
tando os projetos onde o valor do VPL seja negativo.
Já para Souza (1999), o método do valor presente líquido ou
VPL, é a técnica de analise de investimento mais conhecida e mais
utilizada. Ou seja ela uma técnica que mostra a concentração de
todos os valores esperados de um fluxo de caixa na data zero.
De acordo com Neto (2003), o VPL ou NPV não deter-
mina diretamente os valores da rentabilidade do projeto, ela
apenas expressa uma ultima analise, ou seja o resultado econô-
mico apurado em riquezas.
Ainda conforme o autor o valor presente liquido é obtido
pela diferença “dos benefícios líquidos de caixa, previstos para
cada período do horizonte de duração do projeto, e o valor pre-
sente do investimento (desembolso de caixa).”
O valor presente líquido de maneira igual ao método de
taxa interna de retorno, presume que seus fluxos de caixa inter-
mediários, devem ser reinvestidos a mesma taxa de desconto
utilizada na avaliação do projeto de investimento.
De acordo com Kassai (2002), o calculo manual do VPL,
é efetuado basicamente encontrando cada um dos valores do
fluxo de caixa e fazendo uso da tradicional formula de juros
compostos e em seguida somar todos os valores.
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115
TTTTTaxa Mínima de axa Mínima de axa Mínima de axa Mínima de axa Mínima de AtrAtrAtrAtrAtraaaaatititititividadevidadevidadevidadevidade
A Taxa Mínima de Atratividade (TMA) é uma taxa de ju-
ros que representa o mínimo que um investidor se propõe a
ganhar quando faz um investimento, ou o máximo que um
tomador de dinheiro se propõe a pagar quando faz um financi-
amento.
Esta taxa é formada a partir de 3 componentes básicas:
• Custo de Oportunidade: remuneração obtida em alter-
nativas que não as analisadas. Exemplo: caderneta de
poupança, fundo de investimento, etc.
• Risco do Negócio: o ganho tem que remunerar o risco
inerente de uma nova ação. Quanto maior o risco, mai-
or a remuneração esperada.
• Liquidez: capacidade ou velocidade em que se pode sair
de uma posição no mercado para assumir outra.
A TMA é considerada pessoal e intransferível pois a pro-
pensão ao risco varia de pessoa para pessoa, ou ainda a TMA
pode variar durante o tempo. Assim, não existe algoritmo ou
fórmula matemática para calcular a TMA. Ela tem que ser de-
terminada pelo pesquisador.
Ao se utilizar uma TMA como taxa de juros de referência,
aplica-se métodos como o Valor Presente Líquido ou o Custo
Anual Uniforme para se determinar a viabilidade financeira de
um investimento ou empréstimo. Caso o resultado seja positi-
vo, a taxa interna de retorno supera a TMA e o investimento é
interessante. O contrário ocorre caso o resultado seja negativo.
A viaA viaA viaA viaA viabilidade da implantaçãobilidade da implantaçãobilidade da implantaçãobilidade da implantaçãobilidade da implantação
do emprdo emprdo emprdo emprdo empreendimentoeendimentoeendimentoeendimentoeendimento
Segundo Neto (2003) a viabilidade econômica de um pro-
jeto é analisada por meio de um conjunto de critérios estabele-
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116
cidos pela teoria das finanças, e uma das suas fases a longo pra-
zo consiste na utilização de métodos de avaliação econômica
com a intenção de apurar os resultados financeiros dos investi-
mentos feitos ou para serem feitos.
Os resultados financeiros a serem gerados pelo sistema
são importantes para à analise de sua viabilidade.
Segundo Diesel (2002), o esterco de suínos quando utili-
zado de forma equilibrada, constitui um fertilizante capaz de
substituir com vantagem parte ou, em determinadas situações,
totalmente a adubação química das culturas.
Baseado nisso, o chorume tem grande importância, como
resultado financeiro para o projeto, já que, depois de passar pelo
biossistema integrado ele melhora sua qualidade perdendo boa
parte das impurezas maléficas para o solo e seu odor, já que
toda a geração de gás emitida pela fermentação é substituída
pela evaporação natural dos líquidos.
Deste ponto de vista vemos o dejeto que passa pelo
biossistema como um resultado financeiro, pois quando empre-
gado na lavoura do agricultor, gera uma economia com a utili-
zação de fertilizantes químicos.
Os gOs gOs gOs gOs gastos parastos parastos parastos parastos para a implantaçãoa a implantaçãoa a implantaçãoa a implantaçãoa a implantação
do emprdo emprdo emprdo emprdo empreendimentoeendimentoeendimentoeendimentoeendimento
Sabe-se, na contabilidade rural, a diferença entre Investi-
mentos, custos, despesas e gastos, porém vamos aqui relembrar
para podermos adequar ao assunto em questão:
• Investimento: Valores investidos para estruturar o em-
preendimento
• Custos: Valores aplicados no empreendimento que não
geram lucro diretamente
• Despesas: Valores aplicados no empreendimento que
geram lucro diretamente
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117
• Gastos: A soma entre Investimentos, custos e despesas.
Partindo disso, apresentam-se abaixo os gastos com o
empreendimento SISCODE:
Tabela.26. Orçamento da necessidade de matérias para a implantação
de um SISCODE.
(continua)
Compostagem-miolo.pmd 19/11/2008, 15:48117
118
Conforme se observa, os gastos iniciais giram em torno de
R$40.659,00. Estes valores devem ser desembolsados já no início do
período, para que seja possível a implantação do empreendimento.
A rA rA rA rA receita possíveceita possíveceita possíveceita possíveceita possível com a implantaçãoel com a implantaçãoel com a implantaçãoel com a implantaçãoel com a implantação
do emprdo emprdo emprdo emprdo empreendimentoeendimentoeendimentoeendimentoeendimento
Convenção:
• 1000 cabeças em 110 dias = 385 m3 de dejetos (3,5 li-
tros/cabeça/dia)
• 1 Kg de dejeto = 1,65 litros
• Perda de peso no processo de transformação: 60%
• Percentual de matéria seca no dejeto = 5%
• Para cada m3 de dejetos adicionar 0,5 m3 de cama aviária
• Depreciação do empreendimento: 180 meses
• Valor do m3 de cama aviária: R$ 30,00
• Valor de mercado do composto: R$ 300,00/ton (adubo
químico = R$1.600,00/ton)
• 1 m3 de composto = 280 Kg
• Uma granja pode alojar 3 lotes/ano
• Um suinocultor recebe R$ 20,00/cabeça para produzir
um lote
(continuação)
Compostagem-miolo.pmd 19/11/2008, 15:48118
119
Relação Volume X Peso do composto:
385 m3 de dejetos
+193 m3 de cama
 578 m3 de composto
1 m3 de composto = 280Kg
Valor de mercado do composto: R$300,00/ton
Relação composto X valor ganho por lote
161,8 ton
x $300,00/ton
R$ 48.540,00 por lote
Uma granja pode alojar 3 lotes/ano
Relação valor ganho por lote de composto X lote de carne
Um suinocultor recebe R$20,00/cabeça para produzir um lote
3.000 cabeças (3 lotes/ano)
x $20,00
$60.000,00
Resultado Operacional por Lote do SISCODE:
R$ 39.155,00
R$ 39.155,00
x 3 lotes/ano
R$ 117.465,00
Resultados:
Se fosse feito uma análise simplista e empírica, poderia se
afirmar que: Produzir composto pelo método SISCODE dá
aproximadamente 2 vezes mais dinheiro que produzir carne!
578 m3 de composto
x 280 Kg
161.840 Kg (ou 161,8 tonelada)
 $ 48.540,00
x 3
$145.620,00/ano
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120
Porém, a intenção deste estudo é utilizar a análise de viabi-
lidade e científica, e além de mostrar a vantagem financeira que
o dejeto tem sobre a carne, mostrar a capacidade de retorno
para um pecuarista investir.
Tabela 27. Fluxo de Caixa do Empreendimento
Fonte: Dados Primários
Conforme se observou, as entradas e saídas de capital nes-
te empreendimento, só ocorrem quadrimestralmente, o que deixa
o investidor descapitalizado trimestralmente. Com isso, é ne-
cessário certa paciência e tambémgerenciamento de recursos.
A análise de viaA análise de viaA análise de viaA análise de viaA análise de viabilidade porbilidade porbilidade porbilidade porbilidade por
meio dos cenármeio dos cenármeio dos cenármeio dos cenármeio dos cenários:ios:ios:ios:ios: conc conc conc conc conclusãolusãolusãolusãolusão
Para a análise científica da viabilidade econômica do em-
preendimento, utilizou-se a técnica de geração de cálculos por
meio de 3 cenários:
• Otimista: Cenário onde o investidor possui todo o ca-
pital para aplicar e por isso, não depende de especula-
ção no mercado financeiro.
Compostagem-miolo.pmd 19/11/2008, 15:48120
121
• Moderado: Cenário onde o investidor possui parte do capi-
tal para aplicar e fica dependente de obtenção de recursos
de terceiros e por conseqüência do mercado financeiro.
• Pessimista: Cenário onde o investidor não possui capi-
tal para aplicar e por isso depende totalmente de recur-
sos de terceiros e precisa se preocupar em remunerar os
recursos obtidos por meio de empréstimos.
Nos três casos, a Taxa Mínima de Atratividade foi deter-
minada pelo período quadrimestral.
Tabela 28. PRIMEIRA GERAÇÃO DE CÁLCULO: 1° quadrimestre
 
Tabela 29. SEGUNDA GERAÇÃO DE CÁLCULO: 2° quadrimestre 
Tabela 30. TERCEIRA GERAÇÃO DE CÁLCULO: 3° quadrimestre
 
Compostagem-miolo.pmd 19/11/2008, 15:48121
122
Conforme se observou, na primeira geração de cálculo, o
valor presente líquido ficou negativo, como conseqüência da
inviabilidade dos outros indicadores (Payback, TIR e IBC). Ou
seja, no primeiro quadrimestre o investidor não teria retorno
satisfatório do seu empreendimento.
Já na segunda geração de cálculo, observa-se uma mudan-
ça nos resultados, pois o investimento já se paga, além de pro-
porcionar um retorno de R$ 32.401,70 no cenário otimista e R$
26.689,53 no pessimista. Assim sendo, mesmo que o investidor
financie totalmente o projeto, ele consegue pagar já no segundo
lote de composto vendido.
No caso da Taxa Interna de Retorno, em todos os cenários,
o percentual é de 59,47%, sendo que o IBC Índice de Benefício-
Custo, é de R$1,80 para cada real investido no cenário otimista e
de R$1,66 para cada real investido no cenário pessimista.
A partir da segunda geração de cálculo, o retorno do in-
vestimento é totalmente positivo e satisfatório, não sendo mais
necessário apresentar os resultados, porém decidiu-se apresen-
tar neste estudo para acompanhar o processo de 3 lotes/ano
que um suinocultor produz.
Diante do exposto, conclui-se que dado a conjuntura eco-
nômica e o processo produtivo da suinocultura o empreendi-
mento é viável e satisfatório para o investidor. Pode-se afirmar
que ainda é uma ação que segue os preceitos da sustentabilidade,
pois é socialmente justo (gera ganhos para o agricultor e para a
empresa parceira) é ambientalmente correto (ao possibilitar eva-
poração dos líquidos sem fermentação, não polui o meio-ambi-
ente) e é economicamente viável (gera retorno em curto espaço
de tempo e gera mais lucro que a produção de carne). Assim,
recomenda-se tal investimento a suinocultores com instalações
para hospedagem de mil cabeças de suínos.
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123
A contrA contrA contrA contrA contribibibibibuição da educaçãouição da educaçãouição da educaçãouição da educaçãouição da educação
ambiental no prambiental no prambiental no prambiental no prambiental no processo de gocesso de gocesso de gocesso de gocesso de gestãoestãoestãoestãoestão
O cenário de degradação ambiental é crescente na atualidade,
gerando níveis significativos de insustentabilidade, afetando e alte-
rando de maneira alarmante a qualidade de vida no planeta. Por-
tanto, torna-se indiscutível e urgente a adoção de tecnologias, com
o aprimoramento e investimento de novas metodologias como o
SISCODE, visando a eficiência do processo de gestão ambiental
na atividade suinícola, como forma de minimizar o potencial de
risco à saúde e ao ambiente. No entanto, essas medidas são extre-
mamente necessárias e urgentes, porém, não suficientes. O desafio
maior consiste na dimensão ética, responsável e comprometida dos
seres humanos com o ambiente, o que requer um processo educativo
que envolva permanentemente os diferentes atores sociais (produ-
tores, comunidade, profissionais de instituições privadas e públicas,
comunidade acadêmica e científica, órgãos ligados à agricultura,
saúde e meio ambiente, dentre outros) na efetiva defesa da qualida-
de e sustentabilidade do ambiente.
Nesse sentido, a educação ambiental apresenta-se como
um instrumento importante a ser considerado nesse processo,
pelo fato, de sua prática pedagógica estar comprometida per-
manentemente com a transformação individual e coletiva, na
construção de valores, conhecimentos, habilidades, atitudes e
competências voltadas para a preservação do ambiente.
Porém, quando se pensa em educação ambiental, é preci-
so lembrar que ela pode ocorrer no âmbito formal e não-for-
mal. Especialmente no contexto da atividade suinícola, ressalta-
mos a educação ambiental de caráter não-formal, pelo fato, das
ações e práticas educativas no processo de gestão ambiental se-
rem voltadas à sensibilização dos diferentes atores que atuam
no âmbito desse setor, sobre a problemática ambiental resultan-
Compostagem-miolo.pmd 19/11/2008, 15:48123
124
te, bem como, à sua organização e participação na constante
melhoria da qualidade ambiental.
Assim, a educação Ambiental no âmbito da gestão, torna
esse espaço como elemento estruturante na organização do pro-
cesso de ensino-aprendizagem, construído com os sujeitos nele
envolvidos, para que haja de fato controle social sobre decisões,
que via de regra, afetam o destino de muitos, senão de todos,
destas e de futuras gerações. A proposta de uma educação
ambiental crítica trata-se de um processo educativo eminente-
mente político, que visa ao desenvolvimento nos educandos de
uma consciência crítica acerca das instituições, atores e fatores
sociais geradores de riscos e respectivos conflitos sócio ambientais.
Diante disso, quando se pretende viabilizar um processo
educativo que busque a mudança de hábitos e atitudes, de con-
cepções, de valores sobre práticas que causam danos ao ambi-
ente, é preciso possibilitar espaços para a participação coletiva e
o diálogo com os diferentes atores, para juntos problematizar o
contexto da atividade suinícola em relação aos impactos negati-
vos gerados no ambiente; conhecer as alternativas e tecnologias
disponíveis, refletindo e decidindo criticamente sobre suas rea-
lidade e ações, bem como, as possíveis soluções e estratégias a
serem adotadas como políticas públicas, de forma comprometi-
da e ética com o ambiente do qual todos pertencem e são res-
ponsáveis pela sua sustentabilidade.
Em muitas situações, existem resistências dos indivíduos à
mudança de atitudes e de comportamento em relação à práticas
que causam degradação ambiental, possivelmente, resultado de uma
visão de mundo e de um pensamento reducionista, repercutindo
em ações irresponsáveis. Entretanto, na perspectiva da educação
ambiental, a questão ambiental é complexa, o que exige outro modo
de conhecer, que supere a visão fragmentada sobre a realidade. Isto
é válido no campo da produção do conhecimento, na sua aplicação
na gestão ambiental e conseqüentemente, no processo de ensino-
aprendizagem para compreendê-la e praticá-la. Como se trata de
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gestão ambiental, esta abordagem, além de considerar a estrutura e
a constituição interna das diferentes áreas de conhecimento, inclu-
sive as do chamado ‘saber popular’, deve articular estas áreas, bus-
cando a construção de um entendimento de determinada realidade
a partir da inter-relação de aspectos sociais, econômicos,
tecnológicos, políticos, legais, éticos, culturais e ecológicos.
Um dos princípios indispensáveis do fazer educativo
ambiental de modo coerente com a transformação crítica dos
indivíduos e coletividades implica, o entendimento da educa-
ção como instrumentomediador de interesses e conflitos entre
os diferentes indivíduos que agem no meio ambiente e se apro-
priam dos recursos naturais de modo diferenciado, em condi-
ções materiais desiguais e em contextos culturais, simbólicos e
ideológicos específicos. Assim, o diálogo, que é a base do pro-
cesso educativo, os consensos e o senso de solidariedade, cruciais
para a democratização da sociedade, se constroem não entre
sujeitos abstratos, mas sim entre sujeitos concretos, situados
socialmente, com nomes, histórias, vontades, sonhos, desejos,
interesses e necessidades próprios. Portanto, dialogar sem
explicitar diferenças e conflitos estruturais significa escamotear
o autoritarismo inerente às concepções que querem se afirmar
como verdades absolutas em que procuram afirmar a verdade
científica e técnica como superiores, ignorando outros saberes.
Desse modo, percebe-se a inviabilidade da implantação de
tecnologias e novas metodologias que visem a minimização da
degradação ambiental em qualquer atividade, quando se ignora a
participação e o envolvimento dos diferentes atores que atuam
nesse processo na tomada de decisão. Entretanto o processo de
participação não se dá de forma espontânea, ela precisa ser apren-
dida. O desafio que se coloca para a educação ambiental é o de
criar condições e espaços que potencializem e propiciem a parti-
cipação coletiva propiciando o diálogo entre os atores sociais.
Um dos princípios preconizados pela Política Nacional de
Educação Ambiental é preparar os indivíduos para uma efetiva
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participação, possibilitando uma interferência positiva na ges-
tão ambiental, constituindo-se um fator determinante na esco-
lha de prioridades e na tomada de decisões. Essa participação
que é um direito social deve ter um caráter transversal, proces-
sual, coletivo e ser transformador, gerando uma intervenção
consciente, de cidadãos críticos, sobre situações que lhes dizem
respeito e dizem respeito à comunidade de que fazem parte e
representam, possibilitando a ação interativa entre os diferentes
atores que se complementam e se contrapõem numa realidade
vista como totalidade. A não participação, de qualquer que seja
o ator, principalmente os mais antagonizados pelos problemas
ambientais, decompõe a realidade, reduzindo-a e simplifican-
do-a, não dando conta da compreensão de sua complexidade e
somente possibilitando intervenções parcializadas. Sendo assim,
só se efetiva a gestão ambiental para a superação dos problemas
ambientais, se a participação de todos os sujeitos envolvidos,
que compõem a realidade enfocada, for possível.
Nesse sentido, propiciar um trabalho educativo junto ao cole-
tivo possibilitou um espaço privilegiado de formação para todos os
sujeitos envolvidos. É a melhor maneira de atualizar e refletir a
ação educativa, pois o debate sempre traz idéias novas e informa-
ções, dúvidas e incoerências que levam a organizar o pensamento,
reafirmando ou modificando posições sobre a problemática
ambiental. Trabalhando coletivamente, o indivíduo sente-se forta-
lecido com o grupo, porque sabe que conta com o apoio de outros
que estão lutando pelo o mesmo ideal, com quem pode partilhar e
discutir dificuldades e preocupações. Ao se trabalhar em equipe,
todos os integrantes crescem devido às trocas de experiências posi-
tivas e negativas que vivenciam no cotidiano em suas atuações.
No entanto, esse espaço precisa ser democrático, o que sig-
nifica essencialmente participar, discutir, debater e contextualizar
as questões ambientais relacionadas à atividade suinícola. Nesse
processo, os sujeitos não podem ser somente ativos ou passivos,
mas sim interativos, pois participarão e influenciarão em todo o
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processo, nos atos de elaborar, pensar, repensar, trocar idéias,
mudar, transformar, enfim de estar comprometido com toda a
execução do processo de gestão no qual estão engajados.
Assim, participar não significa apenas o quanto se toma par-
te, mas como se toma parte de uma intervenção consciente, crítica
e reflexiva, baseada nas decisões de cada um sobre situações que
não só lhe dizem respeito, como também dizem respeito à comu-
nidade em que se está inserido. Na participação, contudo, a
potencialidade individual deve estar a serviço de um processo cole-
tivo, transformador, em que o sujeito, no exercício do seu direito,
conquistará sua autonomia por uma presença ativa e decisória. As-
sim, a importância da participação de forma efetiva se torna pre-
mente para que todas as ações sejam pensadas, repensadas e refle-
tidas a fim de atingir as propostas dos envolvidos sobre as questões
ambientais.
É preciso potencializar os atores a participarem, expondo
suas idéias, dúvidas, críticas, falando de sua vivência e contribu-
indo para a tomada de decisões. Não somente vão expor suas
idéias e posições, mas também aprenderá a ouvir, a criticar, a
elogiar, a interagir junto com o outro num processo de constru-
ção, desconstrução, reconstrução coletiva de conhecimento.
As práticas pedagógicas precisam ser construídas de for-
ma coletiva de modo que os sujeitos se sintam pertencentes ao
processo, ou seja, seus próprios conhecimentos e vivências são
validados e valorizados. Assim, qualquer ação de educação
ambiental para o processo de gestão precisa ser estruturada no
sentido do conhecer para agir. O coletivo que está participando
da prática educativa estará produzindo conhecimento sobre o
problema, delineando um caso de ação, objetivando contribuir
para a sua superação, caminhando para um processo de trans-
formação e de formação de uma consciência ambiental e cida-
dã a partir de princípios e valores éticos que resgatem a relação
humanidade/natureza para a efetiva sustentabilidade.
Assim, buscar a o envolvimento ético dos deferentes atores
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na construção de ações que visem a gestão ambiental na atividade
suinícola, é fundamental, apurarmos nossas ferramentas para
compreendê-los e incluí-los na tomada de decisões. Precisamos
aprender a ouvi-los. Se quisermos que colaborem na decisão sobre
as questões ambientais, faz-se necessário, fornecer-lhes informa-
ções; criar espaços de locução/troca efetiva de saberes que possibi-
litem a formação de opinião sobre os diversos temas, políticas es-
pecíficas para seu enfrentamento; definir mecanismos claros e trans-
parentes de tomada de decisão, onde se faz necessário delimitar o
poder de decisão de cada um e do grupo, com o aprimoramento
do debate sobre autonomia e interdependência, participação e res-
ponsabilidade; bem como, possibilitar-lhes condições objetivas de
participação efetiva.
É importante destacar que a educação ambiental é entendi-
da prioritariamente como um processo participativo, através do
qual indivíduos e coletividade constrói conhecimentos, atitudes
voltadas para a conquista e manutenção do direito ao meio ambi-
ente ecologicamente equilibrado. Para tanto, a perspectiva
interdisciplinar é fundamental nesse processo, ou seja, que os vá-
rios saberes sejam considerados, gerando novas sínteses de co-
nhecimento, expressas em novas concepções e práticas de gestão
ambiental. O processo de educação ambiental se torna eficaz na
medida em que em possibilita ao indivíduo percebe-se como su-
jeito social capaz de compreender a complexidade da relação so-
ciedade/natureza, bem como de comprometer-se com o coletivo
em agir em prol da prevenção e da solução dos danos ambientais
causados por intervenção do ambiente físico, natural e construído.
Enfim, a educação ambiental, num contexto mais amplo,
é uma educação comprometida com a construção da cidadania.
O desafio do fortalecimento de uma cidadania ativa concretiza-
se pela possibilidade de cada ser humano portador de direitos e
deveres, de se converter, portanto, em ator co-responsável com
consciência local e planetária na busca constante da qualidade
de vida e da sustentabilidade do ambiente.
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129PrPrPrPrProboboboboblemas potenciais que podemlemas potenciais que podemlemas potenciais que podemlemas potenciais que podemlemas potenciais que podem
ocorocorocorocorocorrrrrrer com o usoer com o usoer com o usoer com o usoer com o uso
da compostada compostada compostada compostada compostagggggememememem
O uso da compostagem para o tratamento de dejetos de
suínos é uma prática que quando bem executada apresenta óti-
mos resultados, tanto na questão ambiental, quanto pela melhoria
do valor agronômico do produto final. Entretanto alguns pro-
blemas podem ocorrer durante o processo que podem vir a
comprometer o uso desta prática.
A seguir, são relatados alguns problemas que podem ocor-
rer no SISCODE. Assim, a busca de solução para estas situa-
ções, passa a ser de fundamental importância para o sucesso do
empreendimento.
O primeiro, e principal problema é a pouca disponibilida-
de de substrato. A escassez de serragem e maravalha são hoje
uma realidade, principalmente pelo crescimento da avicultura,
que absorve grande parte da produção destes materiais para a
formação da cama onde serão criadas as aves, e também, asso-
ciada a isto, estão às olarias que utilizam estes produtos na quei-
ma em fornos de secagem de tijolos, ou mesmo as fábricas de
madeira aglomerada que os utilizam como matéria prima na sua
confecção. A solução para este problema é a busca por materi-
ais alternativos, sendo o uso de gramíneas secas picadas, uma
ótima alternativa, além de se buscar uma associação com a cria-
ção de matrizes de corte, onde a utilização da cama ocorre por
um período muito curto, inviabilizando o seu uso como adubo
por possuir um baixo valor agronômico. A destinação dessa cama
para ser utilizada como substrato no tratamento de dejetos de
suínos permite a continuidade do processo de compostagem.
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O segundo problema, que eventualmente pode ser obser-
vado no SISCODE, é a saturação do substrato devido à coloca-
ção de excesso de dejetos líquidos, ultrapassando a capacidade
de absorção. Para evitar este tipo de problema, recomenda-se o
uso da caixa dosadora, por facilitar a incorporação dos dejetos,
mas eventualmente este problema pode vir a ocorrer. Então,
recomenda-se deixar o tanque com problema em descanso por
um período maior que o normal, e gradativamente ir acrescen-
tando mais substrato até que o material adquira uma consistên-
cia pastosa e possa ser removido para a fase 2, onde então ocor-
rerá a compostagem. Sempre que ocorrer este problema, o ma-
terial não poderá mais ser reutilizado para a impregnação de
dejetos na fase 1, devendo obrigatoriamente ser destinado para
a fase 2.
O terceiro problema que pode ocorrer no SISCODE, diz
respeito à elevação demasiada da temperatura da biomassa em
compostagem na fase 2. O que possibilita a ocorrência de zo-
nas incineradas no interior da biomassa. O principal motivo desta
queima é a altura em excesso da leira em compostagem, que
maximiza a fase termofílica, podendo ultrapassar os 80°C, pro-
vocando a queima do composto.
Um quarto limitante que pode ser observado no sistema,
refere-se à retirada antecipada do material da fase 2. Neste caso,
a biomassa é transferida para a lavoura sem estar estabilizada, o
que pode acarretar prejuízos ao rendimento agronômico da
cultura. Recomenda-se transferir o material para a lavoura, so-
mente após sua completa estabilização, o que ocorre no míni-
mo após 45 dias de permanência na fase 2.
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ConcConcConcConcConclusãolusãolusãolusãolusão
A produção de suínos é uma atividade considerada de ele-
vado potencial poluidor. Portanto, o manejo dos dejetos é parte
integrante de qualquer sistema produtivo de criação de suínos e
deve estar incluído no planejamento da construção ou adapta-
ção das instalações. A escolha do sistema de manejo de dejetos
deve ser baseada no potencial de poluição, necessidade de mão
de obra, área disponível de lavoura, operacionalidade do siste-
ma, legislação ambiental, confiabilidade e custos.
Neste sentido, o SISCODE possibilita a modificação da
apresentação física dos dejetos, facilitando a armazenagem e o
transporte do composto, pois originalmente de uma forma lí-
quida, passa para uma forma sólida, com maior concentração
de nutrientes, agregando maior valor ao produto final para uso
agronômico. O que pode contribuir para a redução do impacto
ambiental da suinocultura.
Além disso, o tratamento de dejetos de suínos através da
compostagem, atinge temperaturas internas elevadas ( por 37
dias acima de 60 °C), o que assegura uma redução nos
microorganismos patogênicos presentes no composto. O trata-
mento de dejetos de suínos feito pelo SISCODE possibilita uma
redução efetiva no volume dos dejetos e o aumento no peso
específico do composto produzido por animal.
No que diz respeito à viabilidade econômica, acreditamos
que vencemos o desafio de apresentar uma saída para o proble-
ma do dejeto da suinocultura que não proporcionava à ativida-
de uma sustentabilidade. Os estudos mostraram que em um curto
espaço de tempo - independente dos cenários propostos - o
SISCODE apresentou viabilidade. Melhor que isso, além da vi-
abilidade positiva pelos métodos da TIR, PayBack, IBC e VPL,
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a análise mostrou que é possível ganhar mais dinheiro com o
dejeto do que com a carne. Isto é uma quebra de paradigmas no
que diz respeito a esta atividade que era vista como perniciosa,
pois de agora em diante o dejeto pode ser visto como uma alter-
nativa a mais de renda e não como um passivo econômico e
ambiental.
Conclui-se que o sistema de tratamento de dejetos de suí-
nos através da compostagem é efetivo no tratamento dos resí-
duos da suinocultura, pois permite o incremento da população
de suínos, inclusive em granjas com reduzida área para o
gerenciamento dos dejetos, situação muito peculiar da região
sul do Brasil. Além disso, não exige alterações nas edificações
suinícolas, tão pouco no manejo zootécnico da produção. Fi-
nalmente, através de um amplo programa de educação ambiental,
envolvendo os diferentes fatores que atuam no setor suinícola,
recomendamos a utilização da tecnologia SISCODE como ins-
trumento para a gestão ambiental dos dejetos no sistema de
produção de suínos. Pois, além de permitir que os índices
zootécnicos sejam mantidos, reduz consideravelmente os im-
pactos negativos nos recursos ambientais, principalmente o solo
e a água, garantindo a qualidade ambiental, bem como, a efetiva
participação de cidadão comprometidos eticamente com a
sustentabilidade da cadeia suinícola.
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AAAAAutorutorutorutorutoreseseseses
Marcos Antonio Dai Prá,
Médico Veterinário, formado em
1989 pela Universidade Federal de
Pelotas – RS. Atualmente exerce
atividades na Perdigão Agroindus-
trial S/A, na área de avicultura e
suinocultura (Fomento). Obteve
mestrado em 2006 na área de Pro-
dução Animal na Faculdade de
Agronomia Eliseu Maciel da Uni-
versidade Federal de Pelotas.
Érico Kunde Corrêa, Professor do
Centro Federal de Educação Tecnológica
de Bento Gonçalves. Pós-doutor em re-
dução da poluição e diminuição do im-
pacto ambiental de atividades agrope-cuárias. Doutor em Biotecnologia Agrí-
cola, com tese na área de concentração
em sistemas de produção de suínos sobre
cama e compostagem de dejetos. Mestre
em Zootecnia, com dissertação em
sustentabilidade e gestão ambiental da
produção de suínos. Graduado em Engenharia Agronômica.
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Luciara Bilhalva Corrêa, possui
graduação em Economia Doméstica
pela Universidade Federal de Pelotas.
Atuou no Instituto de Saneamento
Ambiental da Universidade de Caxias do
Sul. Mestre em Educação Ambiental pela
Universidade Federal do Rio Grande/
FURG. Doutoranda do Programa de
Pós-Graduação em Educação Ambiental
da FURG. Atua nas seguintes linhas de
pesquisa: gestão ambiental; educação
ambiental, resíduos sólidos, resíduos sólidos de serviços de saú-
de, complexidade e educação. Docente do Curso de Pós-Gra-
duação - Especialização em Educação Ambiental da Universi-
dade Aberta do Brasil da Universidade Federal do Rio Grande
UAB/FURG.
Marcio da Silva Lobo,
médico Veterinário, formado
em 1995 pela Universidade Fe-
deral de Pelotas – RS. Atual-
mente exerce suas atividades na
Perdigão Agroindustrial S/A,
como Supervisor na área de
suinocultura.
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Leandro Tiago Sperotto, Eco-
nomista, com Especializações em Polí-
ticas Públicas e Agricultura Familiar;
Método de Análises de Territórios e
também em Agronegócios. Tem
mestrado em Economia do Desenvol-
vimento e Doutorado em Gestão de Li-
deranças. Trabalha como consultor da
ONU_CEPAL na área de Políticas Pú-
blicas. Pesquisa Viabilidade de
Biodigestores desde 2005 mostrando
que o dejeto é um substrato que gera uma alternativa de renda
considerável para os agricultores.
Edgar Mores, Zootecnista, forma-
do em 1978 pela Universidade Federal de
Santa Maria – RS. Atualmente exerce suas
atividades como Gerente de Produção
Agropecuária na Perdigão Agroindustrial
S/A.
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