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18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 1/71 Organização da indústria de energia elétrica Profa. Isabela Oliveira Guimarães Descrição Você vai entender o histórico da estruturação do setor elétrico, bem como as divisões dos segmentos responsáveis por sua operação e os principais softwares utilizados para análise do sistema. Propósito Compreender a estrutura organizacional do setor elétrico brasileiro, bem como conhecer os principais agentes que atuam em concordância para mantê-lo em operação são essenciais ao profissional, uma vez que o regimento do setor tem por base as normas impostas pelos órgãos regulamentadores e a atuação no mercado de energia requer o bom conhecimento dessa estrutura. Objetivos Módulo 1 Geração, transmissão e distribuição 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 2/71 Analisar a divisão do sistema elétrico: geração, transmissão e distribuição. Módulo 2 Mercado de energia Identificar as principais características do mercado de energia. Módulo 3 Operação e análise dos sistemas de energia Analisar as condições operativas do sistema. Introdução Olá! Antes de começarmos, assista ao vídeo e entenda os aspectos da indústria de energia elétrica, da produção, transporte, comercialização e consumo. 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 3/71 1 - Geração, transmissão e distribuição Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar a divisão do sistema elétrico: geração, transmissão e distribuição. Os segmentos do setor elétrico Neste vídeo, você terá uma visão geral sobre os aspectos do setor elétrico, desde a produção ao consumo de energia, além de conhecer os agentes que atuam no setor. Sistema elétrico O setor elétrico é segmentado em três grupos principais: geração, transmissão e distribuição de energia. É função substancial do sistema elétrico garantir que as cargas conectadas a ele serão supridas, de forma confiável e segura. A imagem a seguir mostra um sistema elétrico desde a geração até a distribuição. 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 4/71 Sistema elétrico. De uma forma resumida, vamos entender como funciona: Geração A energia elétrica a ser entregue ao consumidor é gerada no segmento conhecido por geração. Transmissão Posteriormente, essa energia é entregue ao sistema de transmissão, que é responsável pelo transporte. Distribuição A energia, após atravessar diversas regiões, é repassada às distribuidoras que compõem o i t d di t ib i ã ó tã l 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 5/71 Sistema de geração O segmento de geração é aquele responsável por produzir energia elétrica para o consumo. A conversão em energia elétrica pode ser proveniente de diversas fontes, que são classificadas em: Renováveis São aquelas que possuem capacidade de se recompor em escala humana, isto é, em tempo hábil, sendo consideradas inesgotáveis (com ressalvas). Dentro dessa classificação temos as fontes de energia eólica, solar, hídrica, biomassa, geotérmica e oceânica. Além da possibilidade de reposição, essas fontes são consideradas limpas quando comparadas com outras sob a perspectiva da emissão de gases intensificadores do efeito estufa. Não-renováveis Contrastam com as renováveis em finitude e esgotamento. A reposição destas é lenta, saindo da escala humana, levando milhares de anos para serem repostas. Nesse grupo se encontram o carvão mineral e derivados, petróleo, gás natural e a energia nuclear. Essas fontes são tidas como convencionais e em muitos lugares do mundo, são as mais utilizadas, isso pois, os recursos renováveis são dependentes das condições climáticas, bem como da localidade. Por serem grandes contribuintes para a sistema de distribuição para, só então, alcançar os pontos de consumo. 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 6/71 emissão de gases efeito estufa, busca-se atualmente minimizar a utilização desse tipo de geração, diversificando a matriz elétrica. Vejamos alguns exemplos de possíveis fontes geradoras de energia. Exemplos de fontes geradoras de energia renováveis e não renováveis. No Brasil, a produção de eletricidade é majoritariamente hídrica. Isso indica que a maior parte das usinas produtoras de eletricidade são do tipo “hidrelétricas”, como mostra o gráfico de participação das fontes na matriz elétrica nacional, ao longo dos anos. Essa característica faz com que a matriz nacional seja uma das mais limpas do mundo. Matriz elétrica nacional. A imagem a seguir representa a matriz elétrica ao redor do mundo. Matriz elétrica mundial. Uma análise dos dados da Empresa de Pesquisa Energética EPE mostra como foi a evolução da diversificação da matriz em relação ao uso de fontes de origens diversas ao longo dos anos. Uma captura do gráfico dinâmico pode ser vista na imagem a seguir. 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 7/71 Histórico da participação das fontes no setor elétrico. Embora cada tipo de usina geradora opere de acordo com a particularidade do recurso (primário ou secundário) a ser transformado, todas compartilham o mesmo intuito: transformar a fonte principal em eletricidade, que é o produto a ser ofertado pela indústria de energia. Como exemplo do processo, podemos considerar a produção de eletricidade por meio das centrais hidrelétricas. Nelas, a conversão de energia é dividida em duas etapas: Etapa 1 Transformar a energia potencial em cinética. Etapa 2 Transformar a energia cinética em elétrica. A tensão de geração não é a mesma para diferentes usinas, pois esse valor dependerá da capacidade instalada e dos equipamentos usados. Um exemplo é a usina de Itaipu, com uma central que conta com vinte unidades geradoras de 700MW de capacidade (individual), cujo modelo e dados são apresentados a seguir. 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 8/71 Gerador síncrono de Itaipu. Veja na tabela a seguir os dados do gerador: Quantidade 20 unidades Frequência 60Hz 10 unidades Frequência 50Hz 10 unidades Potência nominal 50/60Hz 823,6/737,0MVA Tensão nominal 18kV Número de polos 50/60Hz 66/78 Momento de inércia - GD2 320.000t m2 Fator de potência 50/60Hz 0,85/0,95 Peça mais pesada - rotor 1.760t Peso de cada unidade 50/60Hz 3.343/3.242t Tabela: dados do gerador síncrono de Itaipu. Itaipu.ogr.br ⋅ 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 9/71 A estrutura convencional do sistema elétrico é tal que a geração de energia é centralizada. Ou seja, as unidades geradoras são situadas em locais distantes dos centros de consumo e algumas unidades são responsáveis por gerar a energia para suprir o todo. Contudo, sabemos que existe também a geração distribuída, que se refere a pequenas unidades geradoras instaladas nas proximidades ou no ponto de consumo. A função dessas fontes é promover a alimentação e uma fonte centralizada, porém com menor capacidade e conectada diretamente à distribuição, sem despacho. Podemos analisar o panorama atual da capacidade de geração de eletricidade no Brasil por meio do gráfico que apresentamos a seguir, e que mostra a capacidade instalada e as regiões onde as usinas se encontram, bem como o perfil de cada uma delas: Capacidade de geração nacional em 15/03/2023.Veja, ampliada, a tabela com as informações. Tipos de usinas e potência fiscalizada. Ao consultar o site da ANEEL percebemos, ainda, as autorizações emitidas para as geradoras ao longo dos anos, que são divididas conforme a característica da usina, e apresentadas de acordo com a potência instalada, conforme vemos na imagem a seguir. 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 10/71 Sistema de informações de geração da ANEEL. Produção de energia Neste vídeo, falamos sobre as principais características do segmento da geração de energia e as projeções disponíveis para o país, apresentando uma visão geral sobre o sistema elétrico. Sistema de transmissão Transporte de energia Neste vídeo, apresentamos as características do sistema de transmissão brasileiro, abordando o sistema interligado e como é realizado o transporte de energia. 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 11/71 A função do sistema de transmissão é transportar a energia das centrais produtoras até a distribuidora. Para que essa ação seja exercida, a energia gerada tem seu nível de tensão elevado nas chamadas subestações transformadoras. Nesse contexto, vale ressaltar que há um elo entre a distribuição e a transmissão, no qual é apresentado o sistema de subtransmissão. Apesar do nome, este sistema é pertencente ao sistema de distribuição e serve como intermédio entre as subestações de distribuição (SE) e a transmissão, e pode ser referido como distribuição em alta tensão (AT) e neste sistema se encontram conectados os grandes consumidores. Nesse ambiente de transporte temos então as: Linhas de transmissão Compõem a chamada rede básica (sobre a qual falaremos em detalhes a seguir) com tensão de operação superior a 230kV. Usualmente, o transporte ocorre em diferentes níveis como 230, 345 e 500kV. Linhas de subtransmissão Operam a níveis inferiores, portanto, a energia a ser transportada passa primeiro por uma subestação para adequação do nível de tensão sendo eles 34,5; 69; 88 e 138kV, sendo a maioria 69 e 138kV. De acordo com a RN nº 67 da ANEEL, a rede básica é constituída por linhas de transmissão, barramentos, transformadores e equipamentos de subestação que operam com tensão igual ou superior a 230kV. Os transformadores devem operar com tensão primária igual ou superior a 230kV, enquanto o secundário deve ser inferior a 230kV. No gráfico a seguir, podemos ver as linhas de transmissão em operação no país. As cores indicam diferentes níveis de tensão. O gráfico apresenta também uma projeção para a expansão desse sistema, de maneira que os pontilhados representam linhas que se encontrarão em operação até o ano de 2024. 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 12/71 Mapa do Sistema de Transmissão - Horizonte 2024. Sistema de distribuição Neste vídeo, apresentamos as características do sistema de distribuição e uma visão geral do processo, incluindo as subestações que permitem adequação dos níveis de tensão para consumo. O sistema de distribuição é o segmento do sistema elétrico que recebe a energia produzida e a entrega ao consumidor. O sistema de distribuição é o elo entre o ponto de consumo e o sistema, que é operado a partir de concessões. A subtransmissão é parte do sistema de distribuição e recebe a energia do sistema de transmissão para, então, conduzi-la aos consumidores em AT (alta tensão) e às subestações (SEs) da distribuição. De acordo 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 13/71 com a regulamentação proposta pela ANEEL, as redes AT operam em níveis de tensão superiores a 69kV e inferiores a 230kV, nesse ponto do sistema podem ser encontradas as grandes instalações industriais. É na SE de distribuição que a energia tem o nível de tensão reduzido para a entrega aos consumidores de menor porte, que podem ser classificados como primários ou secundários, o que se refere à média e baixa tensões, respectivamente. Consumidores primários Média tensão de operação, superior a 2,3kV e inferior a 69 kV (ANEEL), aqui se encontram consumidores de médio porte. Consumidores secundários Baixa tensão entre fases, inferior a 2,3kV. Neste grupo, se concentram os consumidores de pequeno porte. A seguir podemos ver as etapas da operação do sistema elétrico, desde a geração até o consumo de energia. Geração transforma a energia, que pode ser hidráulica, térmica ou outra, em energia elétrica. Para ser transmitida, a energia vai para uma subestação elevadora de transmissão, cujo valor de tensão é definido de acordo com a potência e distâncias em que a energia será transportada. No sistema de transmissão a energia é transportada em blocos para os centros de consumo. 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 14/71 As resoluções que regem a padronização e adequação dos sistemas das mais diversas companhias distribuidoras que operam as linhas de Para ser consumida, o nível de tensão precisa ser ajustado (reduzido). Assim, é na SE abaixadora que a tensão é reduzida para os níveis da subtransmissão. A subtransmissão distribui a energia em alta tensão, aqui existem consumidores com níveis de tensão elevados. As SE abaixadoras da subtransmissão ajustam os níveis de tensão da subtransmissão para a distribuição primária. A energia é distribuída pelo sistema de distribuição primário. Para que a energia chegue aos consumidores secundários, a tensão é reduzida pelos transformadores da distribuição. A energia é distribuída pelo sistema de distribuição secundário. 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 15/71 distribuição do Brasil, estão dispostas no Procedimento da Distribuição, ou PRODIST. Ele é composto de 11 módulos que regulam desde a operação até a fatura do consumidor. Agentes do setor elétrico Neste vídeo, conheça as principais instituições que, juntas, trabalham para a adequação do setor elétrico. O setor elétrico é organizado de forma que as diversas instituições que nele atuam são vinculadas ao governo (poder executivo). Ao todo, são sete as instituições que regem o setor elétrico. Conheça cada uma delas e suas funções principais: Órgão do governo federal, criado em 1960 pela Lei 3.782, responsável pela condução das políticas públicas energéticas. Vale lembrar que não se trata apenas de energia elétrica, mas de todo recurso energético. Além disso, cabe ao MME a responsabilidade de estabelecer o planejamento do setor. Dentre as competências do MME estão o CNPE e o CMSE. Órgão interministerial, presidido pelo Ministro de Estado de Minas e Energia, com função de assessoramento ao órgão executivo, cuja função é formular as políticas e diretrizes de energia e propô-las ao presidente. MME (Ministério de Minas e Energia) CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico) 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 16/71 Coordenado pelo MME, avalia e acompanha o suprimento eletroenergético sob os aspectos de qualidade e suprimento. É integrado por diferentes órgãos: ANEEL, ONS, EPE, CCEE e a ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Vinculada ao MME, cabe à EPE a função de prestar serviços relacionados a pesquisas e planejamento do setor energético. Integra geradoras, distribuidoras, comercializadores e os consumidores de energia elétrica, atuando diretamente no mercado de energia. É responsável por garantira negociação do produto (eletricidade), sob fiscalização da ANEEL. Órgão regulador do setor elétrico, vinculado ao MME. Tem as funções de regular a geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia, além de fiscalizar os serviços que desempenham estas atividades. Além disso, busca garantir a implementação das diretrizes governamentais quanto à exploração da energia e, ainda, estabelecer as tarifas. Órgão responsável por coordenar e controlar a operação das centrais geradoras, bem como as instalações do sistema de transmissão conectadas ao sistema interligado nacional (SIN). Cabe ainda ao ONS o planejamento da operação de sistemas isolados, fiscalizados pela ANEEL. EPE (Empresa de Pesquisa Energética) CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) ONS (Operador Nacional do Sistema) 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 17/71 O fluxograma a seguir representa a disposição dos agentes que compõem o modelo institucional do setor elétrico. Organização do setor elétrico. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 (Adaptada de: Prefeitura Municipal de Cascavel – Engenheiro, 2016) Um sistema elétrico de potência possui uma estrutura que pode ser dividida em três etapas: geração, transmissão e distribuição. A partir do que se sabe referente aos três segmentos, julgue os itens a seguir e marque a alternativa correta. I. As linhas de distribuição secundária operam com tensões mais elevadas e, por isso, é necessário um transformador para alterar o nível de tensão do sistema. II. O motivo para realizar a transmissão de energia em AT ou UAT (ultra alta tensão) é tornar o valor da corrente baixo o suficiente para reduzir o dimensionamento dos condutores elétricos. III. As linhas de transmissão operam com as tensões mais elevadas do sistema, tendo como principal função a transmissão de energia entre centros de produção e centros de consumo. 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 18/71 Parabéns! A alternativa D está correta. A distribuição secundária ocorre no trecho após o abaixamento de tensão. Desta forma, os níveis são mais baixos e a função do transformador é reduzi-lo. A transmissão em AT é feita em tensões elevadas e correntes baixas (princípio de funcionamento do transformador), com o objetivo de minimizar as perdas no processo de transporte dos centros produtores aos centros de consumo, além de reduzir o dimensionamento de cabos (menor corrente, menores cabos e redução de perdas ôhmicas V=RI, lei de ohm). Questão 2 (Petróleo Brasileiro S.A – Petrobras – Profissional Júnior – Engenharia, 2015) Considerando-se a atual estrutura institucional do setor elétrico brasileiro, o órgão que tem, dentre outras funções, a de definir as diretrizes para os procedimentos licitatórios e promover as licitações destinadas à contratação de concessionários de serviço público para produção, transmissão e distribuição de energia elétrica é: A Somente a afirmativa I está correta. B Somente as afirmativas I e II estão corretas. C Somente as afirmativas I e III estão corretas. D Somente as afirmativas II e III estão corretas. E Somente a afirmativa III está correta. A EPE. B ANEEL. 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 19/71 Parabéns! A alternativa B está correta. Cabe a ANEEL as funções de estabelecer tarifas, solucionar divergências entre os agentes e promover outorgas de concessão, bem como permissões e autorizações relacionadas ao serviço de energia elétrica. Neste último ponto se encontram as licitações. 2 - Mercado de energia Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as principais características do mercado de energia. O setor elétrico brasileiro e o mercado de energia C CCEE. D CNPE. E CMSE. 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 20/71 Neste vídeo, apresentamos uma cronologia de estruturação do SEB até a estrutura vigente, que possibilitou o surgimento das negociações energéticas atuais. Evolução estrutural do setor elétrico brasileiro O início do setor elétrico brasileiro Vamos ver a seguir um breve histórico do início do setor elétrico brasileiro: Século XVIII A indústria brasileira concentrava sua produção na mineração e produção do açúcar, havendo ainda outras atividades, consideradas secundárias, como as artesanais e manufatureiras. 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 21/71 Início do século XIX A produção cafeeira se tornou protagonista do período como a principal fonte de renda do país. Diversos marcos deste século, como o crescimento da exportação do café, o superavit da balança comercial, o fim do tráfico negreiro e o aumento da imigração, contribuíram para a modernização do país, trazendo importância aos centros urbanos, nos quais passam a surgir incentivos ao uso de eletricidade. 1879 O uso da energia elétrica no Brasil teve início com a iluminação e o transporte público, no Rio de Janeiro. 1883 Ainda no Rio de Janeiro, foi criada a primeira central geradora termelétrica, com capacidade de 52kW, tornando possível alimentar 39 lâmpadas (um único gerador de Itaipu produz 700MW, ou seja esse único gerador é aproximadamente 13,46 MIL vezes maior). Neste mesmo ano foi iniciada a construção da primeira hidrelétrica, situada em Diamantina, MG. 1885 e 1887 Duas novas hidrelétricas foram implementadas. A partir de então, começaram a surgir as primeiras companhias distribuidoras. Vale aqui estabelecer um ponto importante: nessa primeira estruturação do setor elétrico, os segmentos de geração, t i ã di t ib i ã ã b 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 22/71 Ao final do século XIX e início do século XX a indústria já havia crescido substancialmente, com o uso, cada vez maior, como forma de geração de eletricidade, dos recursos hídricos em detrimento do carvão. A partir daí, outro marco importante foi a criação da usina de Marmelo, em Minas Gerais, no ano de 1888. No ano seguinte, a operação desta usina foi iniciada, gerando 250kW de potência, expandida posteriormente, em 1892, para 375kW. Em 1900, observava-se que a capacidade de potência instalada no país era algo em torno de 10,850MW (ou 10.859kW), majoritariamente hídrica. Diversas usinas em funcionamento na época pertenciam a autoprodutores e concessionárias. Com a entrada de capital estrangeiro, devido ao surgimento de companhias para a exploração de serviços públicos como transporte, iluminação, telefonia e produção e distribuição de eletricidade e gás. Houve então um aumento de empregos e, com isso, foram dados os primeiros passos no sentido de regulamentar os serviços relacionados ao setor elétrico. Essa regulamentação foi determinada de forma que o governo era o responsável pela administração do aproveitamento do recurso hídrico no país, de forma que, primeiramente, a energia se dava para fins públicos e o excedente para autoconsumo e demais atividades. Porém, ao final, as companhias acabavam por definir seus contratos com o estado ou município e por eles eram regulamentadas. Retomando nossa linha do tempo, temos: transmissão e distribuição não eram bem estabelecidos e estruturados se comparados à atual conjuntura. 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 23/71 A crise de 29 e a entrada do Estado 1904 Com capital canadense e em parceriacom sócios americanos foi criada, no Rio de Janeiro, a Tramway Light and Power Company para explorar os serviços urbanos de utilidade pública. 1919 A capacidade de energia instalada no país havia dado um salto, novas usinas operavam e a maior disponibilidade permitia maior uso de eletricidade no campo industrial e, consequentemente, maior desenvolvimento. Vale ressaltar que a expansão urbana e emprego tecnológico se concentravam principalmente nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. 1924 Instalou-se no país uma subsidiária da Bond and Share Co., a American Foreign Power Company (Amforp), com a compra de várias pequenas concessionárias no interior de São Paulo. 1930 A companhia Light, juntamente com a Amforp (American Foreign Power Company), detinham a maior concentração das atividades relacionadas ao setor elétrico. 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 24/71 Com a crise de 29 houve a necessidade de se rever o papel do Estado no processo econômico do Brasil, com o objetivo de instaurar um novo modelo econômico. Esta nova estrutura buscava promover a diversificação no cenário produtivo, de maneira que, nesse âmbito, o Estado atuava intervindo com maiores regulamentações nos serviços. Código das Águas. A indústria de eletricidade, concentrada principalmente em dois grupos, começou a ser regulada de forma que houvesse melhor reajuste de tarifas e que as empresas não mais se concentrassem em uma mesma posse. O marco principal se deu com o Decreto de 24.643, de 1934, conhecido como Código das Águas, que regulamentava o uso da água para utilização industrial de geração de eletricidade. Como dito, a entrada de capital estrangeiro promoveu o desenvolvimento urbano e surgimento de companhias que acabaram por monopolizar os serviços públicos nacionais. Com a instauração do Código das Águas definiu-se que: Art. 195. As autorizações ou concessões serão conferidas exclusivamente a brasileiros ou a empresas organizadas no Brasil. (BRASIL, 1934) E ainda que o Código não tenha sido completamente implementado, isso promoveu queda no capital investido no setor elétrico e, por 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 25/71 consequência, a capacidade instalada deixou de crescer na velocidade que antes era observada. A demanda por carga continuou a crescer e nota-se a elevação da demanda e a estagnação da geração, um efeito que, quando prolongado, leva ao colapso do sistema. Para contornar essa situação, por volta da década de 40 o Estado passa a investir capital no setor. Em 1946 ,foi proposto pelo governo federal o Plano Nacional de Eletrificação, cujo objetivo era a expansão do sistema elétrico com o investimento em usinas. O plano era quase duplicar a capacidade de geração (em seis anos), com o auxílio de investimentos federais e empréstimos externos. Na década de 50 a comissão mista Brasil-Estados Unidos para o desenvolvimento econômico apontava desequilíbrio no setor elétrico, com demanda maior que a oferta, resultante da crescente urbanização, do desenvolvimento industrial, entre outros pontos. Como solução, foi proposta a intensificação da expansão a partir do capital privado. Foram criados então alguns projetos de lei que visavam impulsionar a geração de energia. Estes projetos previam, entre outros aspectos: Implementação do imposto único tarifário, proposto pela constituição de 1946. Criação de um fundo federal voltado para a eletrificação e instaurar um plano de eletrificação. O imposto e o fundo federal foram instituídos pela lei 2.308 em 1954 e passaram a ser geridos pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Também foi proposta a regulação da distribuição, bem como a arrecadação tributária e a Constituição da Eletrobrás. Entre 1956 e 1960 o desenvolvimento do setor elétrico ocorreu a partir das empresas públicas. Naquele período, buscava-se vencer os gargalos 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 26/71 referentes ao crescimento industrial, atribuídos à defasagem de produção de eletricidade. Ao final do governo de Juscelino Kubitschek surgia uma nova estrutura organizacional para o setor elétrico, que permaneceria até os anos 90. O ano de 1962 traz marcos importantes para a estruturação organizacional, como: Ao final da década de 60 a estrutura do sistema já era complexa, contando com várias interligações. As tarifas passaram a ser implementadas de forma que fossem capazes de manter o sistema e repor de 10 a 12% do capital investido (1971), o que garantia retorno financeiro para a expansão desse sistema. Porém, não havia uniformidade quanto à estrutura tarifária. Regiões de maior desenvolvimento, por possuírem maior população, tinham menores tarifas, uma vez que o custo pelo serviço era diluído para uma maior Criação da Conesp (Comissão de Nacionalização das Empresas concessionárias de Serviços Públicos). Surgimento da Eletrobrás com o papel de coordenar o setor além de administrar diversos recursos e concessionárias. Instauração de um comitê para estudos energéticos (Comitê Coordenador de Estudos Energéticos da Região Centro-Sul). Contratação de estudos para solucionamento dos problemas energéticos das cidades: Rio de Janeiro e São Paulo. 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 27/71 população. Esse problema foi solucionado por meio do Decreto nº 1383 de 1974, que determinou a equalização da tarifa. Foi em 1979 que o crescimento deixou de ser equilibrado quando os níveis tarifários passaram a ser objeto de controle inflacionário, o que gerou a deterioração das concessionárias, com redução do valor real remunerado. Essa e outras modificações na estrutura tarifária impactaram a rentabilidade das concessionárias, adicionadas ainda às restrições para acesso aos recursos financeiros. Comentário Sem rentabilidade e acesso aos fundos de investimentos internos, as companhias elétricas não possuíam capital para operar, se tornando dependentes de capital externo (como ocorria no modelo inicial), elevando as dívidas do setor. Ao final da década de 80 foram iniciados estudos de revisão Institucional do setor (Revise) e que, embora não tivessem suas propostas implementadas, serviram de base para o projeto RESEB (Reformulação do Setor Elétrico Brasileiro), anos depois. Desverticalização e reestruturação do setor elétrico Projeto RESEB Ao final da década de 80 e início dos anos 90, o modelo do setor elétrico já estava em decadência, o acúmulo de dívidas, paralização das obras e a falta de recursos para conduzir a indústria levavam o setor à depreciação e, naquele momento, o Estado havia retirado os investimentos do setor. Foi por meio do Decreto 8.031 de 1990 que mudanças começaram a ser impostas, no sentido da recuperação do setor elétrico. Essa lei determina a criação do PND (Plano Nacional de Desestatização), que deu início à privatização de distribuidoras de energia entre os anos de 1995 e 1998. A reforma estrutural ocorrida nos anos 90, denominada projeto RESEB, foi marcada pela chamada desverticalização do setor elétrico. Entenda o que mudou: Organização vertical Desverticalização 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 28/71 A geração, a transmissão e uma parcela da distribuição eram pertencentes ao governo. As atividades de cada setor foram devidamente separadas para que operassem de forma independente. Com a privatização e a promulgação de leis em favor da concessão de trechos, tanto a transmissão quanto a distribuição necessitavam agora de uma regulação maisrígida, no intuito de fiscalizar as companhias em operação. Cronologicamente identificam-se os seguintes fatos: Diversas medidas foram implementadas no período, com o intuito de reconstruir e recuperar o sistema. Com isso, novas medidas regulatórias foram necessárias, com características complexas, para que pudessem sustentar a nova estrutura vigente de composição mista (estatal e privada). 1995 Mudanças referentes à desverticalização, com licitações de novas usinas e entrada no setor de produtores independentes. 1996 Criação da ANEEL, Lei 9.427, para regulamentar e fiscalizar o mercado energético. 1998 Criação do ONS, Lei 9.648, que passou a operar as ações referentes à transmissão de energia. 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 29/71 Histórico do setor elétrico Neste vídeo, apresentamos um histórico do setor elétrico, demonstrando como foi construída a base operativa deste setor até o final do século XX. Crise energética e novo modelo do setor Novo modelo do setor elétrico Neste vídeo, conheça o novo modelo estrutural do setor elétrico após a crise energética ocorrida no início do século XXI. Na entrada do século XXI, a crise energética resultou em um programa de racionamento. Neste cenário, foram identificados os seguintes fatos: Elevação nas tarifas, resultado da participação privada. Crise na oferta. Redução no consumo, obrigatoriedade promovida pelo programa de racionamento. 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 30/71 Com a queda do consumo, as empresas passaram a perder lucros. A oferta voltou a ser maior que a procura e o custo da geração se tornou baixo, uma vez que para esse custo valeriam as regras de mercado. Assim, foram estudadas novas propostas com o intuito de elaborar uma melhor forma de administrar a compra e venda de eletricidade. O novo modelo do setor elétrico partiu da iniciativa de rever alguns pontos do projeto RESEB após a crise energética marcada pelo apagão de 2011. Algumas propostas do RESEB, que antes tinham ficado apenas no papel, foram trazidas para a implementação e reformulação. Intensificou-se e o modelo de mercado competitivo para a produção, no qual as empresas geradoras operam conectadas ao sistema interligado e comercializam a energia de forma que a operação deve ser segura e confiável. Para isso, foram criadas: CCEE Câmera de Comercialização de Energia Elétrica. EPE Empresa de Pesquisa Energética. Em 2017, foram levantados aspectos para uma nova reformulação mas, apesar de alguns pontos terem sidos agregados em projetos, a nova proposta não foi apresentada ao Congresso Nacional. Mercado de energia Neste vídeo, detalhamos a operação do mercado de energia, descrevendo os principais ambientes de contratação e a composição tarifária do repasse energético. 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 31/71 O mercado de energia segue um modelo de comércio conhecido como Tight pool/gross pool, no qual o custo a ser pago pela energia é definido pelo ONS e por ele despachado. Como a matriz elétrica nacional é majoritariamente hídrica, o custo depende de fatores ambientais como as previsões hídricas, levando em conta que, em períodos de seca, seria necessário o uso de térmicas, de custo distinto. A energia é então contratada pelas distribuidoras e consumidoras. Com a implementação do mercado competitivo para compra e venda de energia elétrica, foram estabelecidos dois ambientes de contratação: regulado e livre (preço é definido em leilão). Ambiente de contratação livre No ambiente de contratação livre (ACL), os agentes podem negociar livremente a contratação de energia, de maneira que cabe a eles a decisão de discutir aspectos como: Produtor (fornecedor) Custos e forma de pagamento Montante de energia contratada Período de suprimento Essas características fazem deste um mercado competitivo, que permite ao consumidor negociar e adquirir a própria energia diretamente das geradoras e comercializadoras. Comentário Nem todo consumidor está apto a negociar diretamente a compra do kW no mercado livre, essas regras são válidas apenas aos consumidores livres ou especiais. De acordo com a Resolução Normativa 410 de 2010, revogada pela RN nº 1000/ 2021, os perfis dos consumidores são contemplados pelo grupo A e B. Grupo A 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 32/71 São atendidas aquelas unidades com tensão igual ou superior a 2,3kV, ou de valor inferior, quando atendidas por um sistema subterrâneo Grupo B São atendidas aquelas unidades alimentadas por tensão inferior a 2,3kV. Segundo a norma, o grupo A é subclassificado em: Subgrupo Nível de tensão A1 Tensão de conexão igual ou superior a 230 kV. A2 Tensão de conexão igual ou superior a 88 kV e menor ou inferior a A3 Tensão de conexão igual 69 kV. A3a Tensão de conexão igual ou superior a 30 kV e menor ou inferior a 44 kV. A4 Tensão de conexão igual ou superior a 2,3 kV e menor ou inferior a 25 kV. A5 Tensão de conexão menor que 2,3 kV quando por sistema subterrâneo. Tabela: Subgrupos do Grupo A de consumidores. Isabela Oliveira Guimarães - Dados retirados da resolução normativa 1000 da ANEEL Já o grupo B é subclassificado em: Subgrupo Nível de tensão B1 Residencial B2 Rural B3 Outras classes 138kV (88kV ≤ Vconexão ≤ 138kV ). 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 33/71 Subgrupo Nível de tensão B4 Iluminação pública Tabela: Subgrupos do Grupo B de consumidores. Isabela Oliveira Guimarães - Dados retirados da resolução normativa 1000 da ANEEL Desde o ano de 2011, os consumidores passaram a ser classificados como: Livres São aqueles com demanda superior a 1500kW com permissão para contratação a partir de qualquer fonte. Especiais São aqueles com a demanda entre 500kW e 1500kW, com a contratação autorizada para as fontes especiais. Nos últimos anos, o MME, por meio da Portaria nº 465 de 2019, determinou que podem se tornar consumidores livres aqueles com carga: Superior a 1500kW e qualquer nível de tensão (de janeiro de 2021). Superior a 1000kW e qualquer nível de tensão (de janeiro de 2022). Superior a 500 kW e qualquer nível de tensão (a partir de janeiro de 2023). Estes parâmetros consideram que o valor tende a reduzir para o próximo ano (2024). Vejamos a seguir o esquema que demonstra o ambiente de contratação livre: 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 34/71 Operação de contratação livre. E temos, ainda: Participantes Geradoras, comercializadoras, consumidores livres e consumidores especiais. Preços Acordado entre comprador e vendedor, com valores totalmente livres. Contratação Livre negociação entre os compradores e vendedores. Contratos Acordo livremente estabelecido entre as partes, com cláusulas e condições definidas pelos próprios agentes. Ambiente de contratação regulada O ambiente de contratação regulada (ACR) é composto pelos consumidores cativos. Diferente dos consumidores livres, os cativos só podem consumir a energia ofertada pela concessionária que atende a região em que se encontra. Ou seja, não é possível que o consumidor escolha o agente gerador do produto. A distribuidora que atende ao mercado cativo opera os trechos a partir de concessões e cabe a ela a responsabilidade de efetuar a compra da eletricidade e redistribuir ao consumidor mediante a cobrança de tarifas que remunerem o serviço, cumprindo com os princípios da modicidade tarifária. Vejamos a seguir um esquema que demonstrao ambiente de contratação regulada. 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 35/71 Operação de contratação regulada. Participantes Geradoras, distribuidoras e comercializadoras (apenas nos leilōes de energia existente). Preços Estabelecidos nos leilōes e com reajuste tarifário regulado pela ANEEL. Contratação Realizada por meio de leilōes promovidos pela CCEE, sob delegação da ANEEL. Contratos Regulados pela ANEEL, denominados Contratos de Comercialização de Energia Elétrica no Ambiente Regulado (CCEAR). Cabe a ANEEL o estabelecimento de métodos para o cálculo das tarifas para todos os segmentos do setor elétrico. Para entender o valor final pago pela energia consumida, é necessário compreender a composição tarifária, ou seja, quais serviços são necessários remunerar para que a energia chegue até o local desejado. Composição tarifária 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 36/71 Para que a energia esteja disponível ao consumidor, ela deve ser produzida por usinas geradoras, com seu transporte realizado pelo sistema de transmissão e distribuição pelas concessionárias. Superficialmente já é possível identificar custos a serem levados para a tarifa referentes ao custo da geração, ao uso do sistema de transmissão e de distribuição. Podemos incluir também os chamados encargos setoriais, que são valores não gerenciáveis. Segundo a ANEEL, atualmente incluídos aos encargos setoriais encontram-se: Conta de Desenvolvimento Energético – CDE Programa de Incentivo à Fontes Alternativas de Energia Elétrica – PROINFA Compensação Financeira pela Utilização de Recursos Hídricos – CFURH Encargos de Serviços do Sistema – ESS e de Energia de Reserva – EER Taxa de Fiscalização dos Serviços de Energia Elétrica – TFSEE Pesquisa e Desenvolvimento – P&D e Programa de Eficiência Energética – PEE Contribuição ao Operador Nacional do Sistema – NOS Além da tarifa, compõem a conta de energia os seguintes tributos: PIS/ COFINS, ICMS e iluminação pública. Os tributos, bem como os encargos, não são definidos pelo órgão regulador, e sim instaurados por lei. Os tributos e encargos por uso do sistema são adicionados ao valor pago pelo consumo ou tarifa de energia (TE). A seguir temos um exemplo de como esses valores podem ser identificados na conta, veja. 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 37/71 Exemplo de conta de energia elétrica. As modalidades tarifárias definidas a partir da RN 1000/2001 e do PRORET (Procedimentos da Regulação tarifária - Módulo 7 - Estrutura Tarifária das Concessionárias de Distribuição de Energia Elétrica) são aplicadas ao consumo e à demanda de energia elétrica. Para aplicação da tarifa, define-se o conceito de posto tarifário, que se refere ao período (em horas) utilizado para aplicação da tarifa, em que: Horário de ponta É o período de três horas de duração (diárias) a ser definido pela distribuidora, com base na curva de carga (demanda) daquele sistema. Não são considerados para a definição: finais de semana, feriado de carnaval, Sexta-feira Santa, Corpus Christi e feriados nacionais (1/01, 21/04, 1/05, 07/09, 12/10, 02/11 e 25/12); Horário intermediário É id d B t T 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 38/71 Tarifas por grupo Grupo A Considerando o grupo A, no qual se encontram os consumidores de alta tensão, temos: Tarifa horária azul Possui quatro segmentações sendo duas para a demanda, ponta e fora de ponta. E as outras duas para o consumo, ponta e fora de ponta. Tarifa horária verde Possui três segmentações, sendo uma para a demanda, sem a segmentação horária e as demais divididas em consumo para horário de ponta e consumo fora de ponta. As unidades pertencentes ao grupo A são adicionadas às modalidades azul e verde, sendo que, para as conexões superiores a 69kV utiliza-se exclusivamente a azul e para valores inferiores fica a critério do consumidor (azul ou verde). Grupo B Considerando o grupo B, no qual se encontram os consumidores de baixa tensão, temos: Tarifa convencional monômia É considerado para o grupo B somente. Tem duração de duas horas, sendo uma antecedente à ponta e a outra logo após. Horário fora de ponta São duas horas consecutivas que complementam a ponta. Para o grupo B, consideramos também o intermediário. 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 39/71 Tarifa única. Tarifa horária branca Segmentada em três tarifas, sendo ponta, intermediária e fora de ponta. Todos os consumidores do grupo B (exceto consumidores de baixa renda e subgrupo B4) são inseridos automaticamente na modalidade convencional de cobrança de tarifa, podendo estes migrar, em caso opcional, para a modalidade branca, que tem o acréscimo da segmentação dos postos. Segundo a ANEEL, não podem aderir à tarifa branca: Baixa renda da classe residencial Iluminação pública Consumidores com faturação incluída pela modalidade pré- pagamento Comentário Para os outros acessantes do sistema de distribuição, temos a tarifa da distribuição e a tarifa da geração. Bandeiras tarifárias Em adição às modalidades tarifárias, são utilizadas as chamadas bandeiras tarifárias, que tem o intuito de refletir o real custo da geração de energia. O sistema, por meio das cores é capaz de indicar a variação no custo da produção do kW, uma vez que estas são determinadas a partir da utilização dos recursos disponíveis. As bandeiras tarifárias para o consumidor cativo são: Verde Sem acréscimo de tarifa, condições de geração favoráveis. 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 40/71 Antes da implementação das bandeiras tarifárias, a variação no custo produtivo era feita por meio do reajuste da tarifa no ano posterior. Com a implementação, é possível observar o custo real da geração dado o Amarela Condições não tão favoráveis, com acréscimo da tarifa, segundo ANEEL, em 2023, o ajuste é de R$ 0,01874 por kWh. Vermelha Subdividida em patamares 1 e 2. O vermelho indica a dificuldade de geração, em que o patamar 2 é o pior caso com acréscimo de R$ 0,09492kWh. 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 41/71 consumo momentâneo, isso agrega autonomia no gerenciamento da carga. As imagens a seguir mostram a dados da ANEEL com a variação das tarifas ao longo dos anos e a tarifa por região: Evolução tarifária. Ranking da Tarifa Residencial - R$/kWh. Na sequência, podemos ver uma comparação das tarifas pagas às companhias distribuidoras de diferentes estados, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. Nestas simulações é possível comparar a variação tarifária por região, assumindo um mesmo consumo (200kWh): Estimação das tarifas para distribuidora Light. Rio de Janeiro (Light) 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 42/71 Estimação das tarifas para distribuidora Cemig. Minas Gerais (Cemig) Estimação das tarifas para distribuidora Enel-SP. São Paulo (Enel-SP) Leilão de energia Contratação de energia: leilões Neste vídeo, descubra como ocorre a contratação de energia no mercado energético por meio de leilões. Contratação de energia 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 43/71 A contratação da energia a ser distribuída no ambiente regulado é feita por meio dosleilões de energia, nos quais os agentes da geração concorrem para a venda do produto. Estes leilões têm por base o critério da menor tarifa, para que, dessa forma, possam atender aos princípios da modicidade tarifária. Existem diversos tipos de leilões de energia, cujo objetivo, além de atender à demanda conectada, é diversificar a matriz elétrica com o uso de novos recursos geradores, como as fontes alternativas. No setor elétrico, os leilões são promovidos a partir do poder público, regidos pela ANEEL, MME e CCEE, buscando o melhor equilíbrio entre geração e consumo. A seguir, temos as categorias de leilões, considerando que o número após a letra indica o ano posterior ao ano inicial (de base). Por exemplo, um leilão A-1 realizado em 2022 implica que a energia será disponibilizada no ano de 2023, um ano depois, sendo que A é o ano base, neste caso o ano em que o leilão foi realizado. Categoria A, feita no ano vigente Leilão de ajuste Leilão de energia existente 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 44/71 Categoria A-1, feita no ano seguinte Leilão de fontes alternativas Leilão de energia reserva Leilão de energia existente Categoria A-2, feita dois anos depois Leilão de energia anos existentes Leilão de energia anos reserva Leilão de fontes alternativas Categoria A-3, feita três anos depois Leilão de fontes alternativas Leilão de energia anos reserva Leilão de energia nova Leilão de energia existente Categoria A-4, feita três anos depois Leilão de energia anos existentes Leilão de energia nova Leilão de energia reserva Categoria A-5, feita três anos depois Leilão de projetos estruturantes Leilão de energia nova L ilã d i i t t 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 45/71 Sendo: Leilão de energia existente Categoria A-5, feita três anos depois Leilão de energia nova Leilão de ajuste (LAJ) As distribuidoras contratam a energia e ajustam as diferenças diante da previsão feita, ou seja, é um leilão de adequação. Leilão de energia reserva (LER) Proveniente de fontes específicas, adiciona-se maior potência ao SIN para ser entregue, o que garante maior confiabilidade. Leilão de energia existente (LEE) Refere-se às usinas em operação que, por consequência, terão menores custos. Leilão de fontes alternativas (LFA) Feitos a partir de A-2, incentivam a participação das fontes renováveis no sistema. 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 46/71 O leilão segue os seguintes trâmites legais apresentados a seguir. Leilão de energia nova (LEN) Em oposição ao de energia existente, coloca à venda a geração ainda fora de operação. Neste tipo de leilão o custo é mais elevado. Leilão estruturante (LPE) Considera a energia provenientes de projetos específicos de interesse público. Leilão de reserva de capacidade (LRCE) Tem o intuito de manter uma reserva para atendimento do SIN. Leilão do sistema isolado (LSI) Como o nome indica, visa ao atendimento dos sistemas com esse perfil. 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 47/71 O MME (Ministério de Minas e Energia) publica portaria com diretrizes da habilitação técnica na EPE (Empresa de Pesquisa Energética) e da realização do leilão A ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) publica edital e minutas de contratos. O investidor apresenta projeto técnico na EPE. A EPE informa os empreendimentos aptos a participar do leilão. 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 48/71 É publicada a portaria do MME com a garantia física dos empreendimentos. O leilão é realizado pela CCEE, por delegação da ANEEL. No caso do leilão de reserva (CER), o empreendedor assina o contrato com a CCEE. Já no caso dos leilões do ACR (CCEAR), o empreendedor assina o contrato com a distribuidora. Com o contrato assinado, o empreendedor busca financiamento para o projeto. O valor de energia contratado pode ser adquirido por quantidade ou disponibilidade. Entenda a principal diferença: Por quantidade Neste caso, podem ocorrer déficits ou Por disponibilidade Abrange as usinas térmicas e depende de 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 49/71 sobras. Uma vez que o valor é uma estimativa, essa contratação utiliza em geral os agentes com produção hidráulica. fatores, como condições hidrológicas. Os valores para geração dependem dos combustíveis utilizados. Nem toda energia gerada é contratada, por isso, a nova estrutura do setor elétrico conta com o conceito de PLD (Preço de liquidação de diferenças), que precifica a energia liquidada com base no custo marginal de operação. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Como o PLD é calculado? Resposta Diariamente calcula-se o valor da energia residual não contratada, considerando o tipo da usina (ex.: hidrelétrica). O cálculo não é simples, uma vez que devem-se considerar fatores como o benefício em se esgotar a energia ou preservar o recurso prevendo períodos de seca. Desde 2021 o PLD é feito com base horária. 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 50/71 (CESGRANRIO, 2012, Engenheiro Elétrico) A ANEEL é responsável por regulamentar a tarifação da energia elétrica, garantindo que o consumidor pague um valor justo pela energia consumida, como também garantindo o equilíbrio econômico-financeiro da concessionária. Dessa forma, dois grandes grupos de consumidores estruturam a tarifação de energia elétrica dos consumidores finais. Esses grupos são definidos como “grupo A" e “grupo B". O que diferencia o “grupo A" do “grupo B"? Parabéns! A alternativa C está correta. Os consumidores de energia são subclassificados em grupos A e B de acordo com o nível de tensão, de maneira que pertencem ao grupo A os consumidores conectados na AT (alta tensão) e ao grupo B aqueles conectados na BT (baixa tensão). Questão 2 (Adaptada de UFRRJ - 2019 [PRC1] - UFRRJ - Engenheiro – Elétrica) Segundo dados divulgados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o mercado livre representa quase um terço do consumo de energia elétrica no Brasil. De acordo com as normas e regulamentos do setor elétrico brasileiro, uma empresa que foi conectada ao sistema em janeiro de 2022, pode se tornar um consumidor livre, se atender aos seguintes requisitos mínimos: A O nível de potência ativa consumida. B O nível de potência reativa consumida. C O nível de tensão de atendimento. D Os consumidores do tipo residencial e os demais consumidores. E Os órgãos públicos e os demais consumidores. 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 51/71 Parabéns! A alternativa C está correta. De acordo com as portarias publicadas pelo MME, em janeiro de 2022 fica permitida a contratação de 1000kW aos consumidores livres para qualquer nível de tensão, podendo inclusive contratar o serviço de fontes incentivadas ou especiais. Esse valor se reduz para 500kW no ano de 2023 e tende a reduzir. A 500kW de demanda contratada e conectada em tensão superior a 69kV. B 500kW de demanda contratada, conectada em qualquer nível de tensão e podendo contratar energia proveniente de qualquer fonte de geração. C 1000kW de demanda contratada, conectada em qualquer nível de tensão e podendo contratar energia proveniente de qualquer fontede geração. D 300kW de demanda e conectada em qualquer tensão, desde que compre de fontes especiais de energia. E 1.500kW de demanda contratada, podendo contratar energia proveniente de qualquer fonte de geração, desde que conectada em tensão superior a 69kV. 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 52/71 3 - Operação e análise dos sistemas de energia Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar as condições operativas do sistema. Análise do sistema de energia Neste vídeo, propomos uma análise estática do sistema elétrico e apresentamos os softwares utilizados para esta análise. Análise estática do sistema elétrico Neste vídeo, você verá como é feita a análise, sob o ponto de vista da segurança do sistema elétrico. 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 53/71 Junto da evolução organizacional, o sistema elétrico se desenvolveu a nível tecnológico, o que fez com que a forma de operar esse sistema se modificasse ao longo dos anos. Essa evolução ocorreu por um conjunto de aspectos técnicos, econômicos, organizacionais e políticos. É importante observar que a operação sistema elétrico se aproxima muito dos limites propostos, considerando sua crescente expansão com: A construção de novas usinas geradoras O aumento de novos trechos de transmissão A elevação da demanda consumidora 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 54/71 Em detalhes, ao ser projetado, e para garantir a segurança e a qualidade do serviço requisitado por lei, o sistema deve operar a determinados níveis de tensão e frequência, sendo ali aplicadas medidas de controle para garantir que estes níveis sejam cumpridos. Quanto mais próximo do limite, mais fácil se torna exceder as condições pré-determinadas, e com isso pode haver prejuízos para todos os agentes conectados. Com os novos programas de incentivo à diversificação da matriz elétrica, novas fontes e novas tecnologias vêm compondo a estrutura do setor elétrico e, com isso, aderindo complexidade quanto à análise e aos critérios operativos. Isso ocorre pois, o sistema deixa de ter sua estrutura usual, composto pelos componentes comuns. Usina de biomassa. A avaliação da coordenação e controle do sistema elétrico é de responsabilidade do ONS juntamente com a CMSE. Para isso o ONS exerce estudos com o objetivo de gerenciar e coordenar os diversos agentes conectados ao SIN, cabe a ele garantir que os agentes tenham acesso à transmissão. Estados de operação do sistema Estado normal Para que o sistema opere adequadamente, algumas condições são requeridas sob forma de restrição e garantem que os limites não serão violados, são elas: Em condições normais de operação, o sistema deve suprir a demanda conectada a ele, isto é, a geração deve ser igual à Restrição de carga 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 55/71 carga. Por análise, esse problema é verificado e solucionado por uma análise de fluxo de potência. Esta restrição engloba as questões operativas dos equipamentos, envolvendo níveis de tensão, fluxos de carga ativo e reativo. Ao cumprir as duas restrições, o sistema encontra-se em condições normais e pequenas variações são vistas como normais. Estado de emergência Ao violar alguma das restrições o sistema sai do estado normal para se encontrar no estado de emergência, que pode ser resultado de um curto- circuito, perda de um gerador, ou uma variação de carga muito elevada. Para um cenário de emergência, são tomadas ações de controle visando garantir que as restrições deixem de ser cumpridas, com isso: Estado de emergência Alguns trechos podem deixar de ser de ser atendidos. Equilíbrio O sistema volta, então, ao equilíbrio, se reestabelecendo sua condição normal. Esses distúrbios, curto-circuito e outros, são chamados de contingências e o objetivo principal do sistema é passar por contingencias no estado normal e não atingir o estado de emergência. Dado um conjunto de perturbações (contingências) possíveis, ou as mais prováveis, se o sistema for capaz de manter seu estado será considerado seguro, do contrário será inseguro. Comentário Restrição de operação 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 56/71 A determinação de possíveis contingências pode ser feita a partir de um software de simulação. Análise da segurança Inicialmente, vamos entender o que caracteriza um sistema normal- seguro e um sistema normal-inseguro. Entenda a seguir: Sistema normal-seguro Considerando um sistema em seu estado normal de operação, cuja lista de possíveis contingências foi determinada e ele é capaz de operar sem transitar para a emergência ainda que as perturbações ocorram, esse sistema é considerado normal- seguro. Sistema normal- inseguro Considerando agora que algumas dessas contingências serão capazes de fazer com que o sistema transite para a emergência e com isso as ações de controle atuarão, esse sistema será considerado normal- inseguro. A análise da segurança pode ser feita avaliando as etapas a seguir, considerando que essa análise avalia somente as condições estáticas do sistema: Mostram-se dados em tempo real, no intuito de avaliar o estado operativo do sistema naquele instante. Isso é feito considerando intervalos, buscando capturar possíveis violações. A partir das contingências possíveis (em geral tem-se as perturbações mais prováveis) e, considerando o estado operativo Monitoração da segurança Análise de contingências 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 57/71 identificado na etapa de monitoração da segurança, podemos atestar se aquele sistema é seguro ou não. Nesta etapa são tomadas as medidas necessárias para garantir que o sistema fique no estado seguro. Se na etapa anterior o sistema for encontrado no estado inseguro, aqui serão avaliados os cenários possíveis para reversão. Veja um diagrama de transição de estados para um sistema de potência. Diagrama de transição. Considerando que: Linha tracejada: Resultante da ação de controle Linha contínua: Resultante da contingência Gestão de energia Garantir o bom gerenciamento e operação do sistema é uma tarefa árdua. Para isso existem regulamentações e instituições que operam juntas, com o objetivo de conferir a continuidade de energia, a qualidade e a economia. A todo instante o sistema é avaliado a curto, médio e longo prazo, onde o objetivo é verificar se as restrições, relacionadas a seguir, estão sendo cumpridas: Restrições de igualdade Controle preventivo 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 58/71 Geração suprindo carga. Restrições de desigualdade Tensões em barras. A médio e longo prazo, o crescimento da carga conectada pode conduzir a cenários que levam a implementação de medidas de contenção ou expansão do sistema. Uma forma de gerir o atendimento ao consumidor em situações de elevação de consumo, é o gerenciamento da demanda. Esse cenário foi o caso ocorrido no racionamento, no qual, por meio da redução da carga consumida, busca-se reequilibrar o sistema como um todo. Existem outras formas de se gerenciar o sistema para alcance a estabilidade como o gerenciamento da demanda e o uso de ações de controle. Racionamento de energia elétrica. Diversas informações são avaliadas a todo instante, ressaltando que, como mencionado, a condição operativa pode alterar e por isso é uma análise feita em tempo real,que requer o uso de um sistema de aquisição de dados, o SCADA (Supervisory Control and Data Acquisition, em português, Sistema de Supervisão e Aquisição de Dados). As informações quanto ao estado dos componentes são transmitidas aos centros de operação e controle que podem ser subdivididos em: EMS (Energy managment system) Em português, significa sistema de gerenciamento de energia. É responsável pela gestão da geração e transmissão. DMS (Distribution managment system) 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 59/71 Em português, significa Sistema de gerenciamento de distribuição. É responsável pela gestão da distribuição. Os centros de controle são os responsáveis por planejar, tanto a operação quanto a expansão, garantir a operação e o controle do sistema, avaliar as atividades em operação, além de gerir os estudos. O tempo programado para os estudos dependerá de sua natureza. Como exemplo, um transitório tem análise de 0,001s, já a análise da expansão pode levar até 30 anos (dependendo se é de curto, médio ou longo prazo). Uma análise completa da rede em tempo real requer o processamento do estado dos componentes (via SCADA) e, em seguida, uma análise do sistema, considerando as condições operativas. Assim, o programa para análise da rede é executado, aproximadamente, da seguinte forma: Con�guração da rede Os dados medidos são capturados pelo SCADA e transferidos aos centros de controle e operação. Pré-�ltragem Aqui são avaliados os dados do SCADA, buscando medições incoerentes e que possivelmente comprometem o modelo do sistema. Estimar o estado da rede Dados os valores processados, estima as condições de tensão nas barras. Monitoração da segurança N t i t t f i ã d fl d 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 60/71 Softwares para análises do sistema elétrico Neste vídeo, apresentamos ferramentas/softwares para análise operacional do sistema elétrico. Ferramentas de suporte Para auxiliar na análise operacional do sistema elétrico são utilizados softwares e ferramentas capazes de avaliar o estado da rede. A seguir, Neste instante faz-se a previsão de carga e fluxo de potência a fim de determinar o estado do sistema referente ao que foi apresentado: normal, seguro, emergência. Neste caso, busca-se verificar as restrições impostas, determinando a condição de operação do sistema. Análise da segurança A partir de possíveis contingências, determinamos a segurança do sistema. Controle preventivo Ações aplicadas no intuito de melhorar/restaurar o sistema. 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 61/71 podemos ver algumas delas: ANAREDE O ANAREDE (análise de redes elétricas) é um programa computacional pertencente ao CEPEL (Centro de Pesquisas de Energia Elétrica) e tem como objetivo um estudo em regime permanente do fluxo de potência, contingências e sensibilidade. É usualmente aplicado para estudos de planejamento da operação e expansão do sistema interligado nacional (SIN). A imagem a seguir demonstra o ambiente de trabalho do ANAREDE, retirado do CEPEL, no qual é possível ver o diagrama unifilar do sistema de transmissão AHE (aproveitamento hidrelétrico) do Rio Madeira. As setas indicam a direção do fluxo de potência e o valor de tensão nas barras é dada em p.u. (por unidade). Tela ANAREDE. A versão acadêmica do ANAREDE tem suporte para 30 barras. Simulight O Simulight é uma iniciativa da COPPE/UFRJ com a Light, se tornando o P&D da ANEEL, resultado da crise energética de 2001. O programa permite avaliar o desempenho estático e dinâmico do sistema elétrico para todos os níveis (desde a geração até a distribuição). No ambiente é possível avaliar sistemas de até 120 barras. 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 62/71 Abertura do programa Simulight. Power world Programa corporativo capaz de fazer análise do sistema a nível de fluxo de cargas. Como mencionado, este é um dos critérios a ser alcançado para que o sistema seja considerado seguro. Dentro das análises feitas pelo ONS, o fluxo está integrado nos diversos programas, como o ANAREDE por exemplo. Porém, para fins de estudo o Power world pode ser uma ferramenta adicional e de ambiente agradável, estando disponível no site uma versão gratuita, com limitações. A seguir temos a imagem do ambiente de trabalho do software. As setas verdes indicam o sentido de fluxo de cargas do sistema em simulação. Ambiente de trabalho do Power world. Matpower Trata-se de um pacote de arquivos e o download da versão 7.1 pode ser feito diretamente no site. Essa ferramenta, no entanto, é uma extensão aos programas Matlab e octave, que irá permitir a estes programas que 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 63/71 solucionem o fluxo a partir do Matpower. Em distinção dos softwares apresentados, o ambiente de trabalho será em torno de equações e menos visual. OpenDSS Voltado para análise de fluxo e operação no subnível da distribuição. Esse é um programa de licença de código livre e aberto. O objetivo principal de sua criação é dar apoio à análise de um sistema de distribuição com a adesão de geração distribuída. Atualmente, a ANEEL utiliza o software para cálculo de fluxo de potência em sistema de distribuição dentro do programa ProgGeoPerdas (Programa responsável pelo cálculo das perdas técnicas das concessionárias de energia). Na imagem a seguir é possível verificar como um sistema de distribuição é visto dentro da plataforma. Sistema de distribuição representado no OpenDSS. As perdas que ocorrem no sistema de distribuição podem ser classificadas como perdas técnicas ou não técnicas. Perdas técnicas São as perdas joulicas que ocorrem ao transportar a energia, resultando em aquecimento dos condutores. 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 64/71 Perdas não técnicas São atribuídas a situações como fraude, desvio de energia ou outra forma que faça com que o consumidor não seja alimentado. Organon Propriedade do ONS, é um sistema integrado, que permite avaliar de forma estática e dinâmica o sistema elétrico. Nele é possível fazer uma avaliação em tempo real e até mesmo uma análise de sensibilidade da rede. No relatório dos sistemas e modelos computacionais encontram-se listados todos os softwares utilizados pelo ONS para análise do sistema, desde o planejamento até a operação. Nesta lista encontram- se: ANAREDE Utilizado para estudos de planejamento da operação e expansão do sistema interligado nacional (SIN). Organon Utilizado para fazer uma avaliação em tempo real e para análise de sensibilidade da rede. ANATEM Utilizado para análise de transitórios eletromecânicos. Newave Utili d t d d tã hid té i 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 65/71 Cada programa desempenha papel imprescindível para garantir a operação adequada, bem como o planejamento da rede e os próximos passos no sentido de garantir o suprimento da demanda. A seguir apresentamos o ambiente de trabalho do Organon. Utilizado nos estudos da gestão hidrotérmica, no qual é possível avaliar o custo da geração e tentar minimizá-lo. A partir do programa, que considera as variações dos reservatórios, estima-se o PLD (preço de liquidação de diferenças). O programa de planejamento de médio prazo tem base mensal e é capaz de fazer projeções em até cinco anos (versão vigente 28.0.3 desde agosto de 2022).Esteprograma é disponibilizado pelo CEPEL. DECOMP Utilizado para minimizar custos operacionais da gestão hidrotérmica com maior prazo (um ano), a base é semanal para o mês inicial de estudo e mensal para os seguintes, considerado planejamento a curto prazo. DESSEM Utilizado na programação diária, ou seja planejamento a curto prazo, o que o faz diferente do DECOMP, que é usado na programação mensal. A adoção do DESSEM foi proposta pelo MME, e foi implementada em janeiro de 2021. 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 66/71 Ambiente de trabalho Organon. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 (FUNDATEC Órgão: CEEERS, 2010) As atividades de coordenação e controle da operação da geração e da transmissão de energia elétrica, integrantes do Sistema Interligado Nacional – SIN, e as atividades de acompanhamento e avaliação permanentemente da continuidade e da segurança do suprimento eletroenergético em todo o território nacional são atribuições, respectivamente: A da Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL e do Conselho Nacional de Política Energética – CNPE. B do Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS e do Mercado Atacadista de Energia Elétrica - MAE. 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 67/71 Parabéns! A alternativa E está correta. É função do operador nacional (ONS), juntamente o comitê de monitoramento (CMSE), observar a operação do SIN e garantir a coordenação e o atendimento energético dos agentes conectados. Questão 2 Referente à análise estática de um sistema, avalie as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta. I. Um sistema estável/seguro é aquele capaz de manter seu estado de equilíbrio somente em condições operativas normais. II. Um sistema estável/seguro é aquele capaz de manter seu estado de equilíbrio quando em condições operativas normais, e de alcançar um estado de se manter em um equilíbrio viável após contingência. III. Um sistema inseguro é aquele capaz de manter seu estado de equilíbrio quando em condições operativas normais, e de alcançar um estado de se manter em um equilíbrio viável após contingência. C da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE e do Conselho Nacional de Política Energética – CNPE. D da Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL e do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico – CMSE. E do Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS e do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico – CMSE. A Somente a afirmativa I está correta. B Somente as afirmativas I e II estão corretas. 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 68/71 Parabéns! A alternativa E está correta. Um sistema inseguro é aquele que sob condições de perturbação, migra de um estado de segurança para um estado instável, extrapolando as restrições operativas. Um sistema estável e seguro é aquele que, mesmo diante de contingências, é capaz de alcançar um estado de estabilidade. Considerações �nais Conhecemos as características do setor elétrico, os principais segmentos do setor e os agentes responsáveis por garantir o equilíbrio e o bom funcionamento do sistema elétrico brasileiro. Apresentamos um breve histórico da estrutura inicial do sistema elétrico brasileiro, e os aspectos que o levaram à reestruturação. Vimos as questões que conduziram à abertura do mercado de energia, apontando as características operacionais deste mercado. Por fim, conhecemos as ferramentas para análise do sistema do ponto de vista do ONS. Vimos as principais características observadas na análise estática do sistema e como o operador pode se posicionar a fim de garantir o bom gerenciamento da energia. Podcast C Somente as afirmativas I e III estão corretas. D Somente as afirmativas II e III estão corretas. E Somente a afirmativa II está correta. 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 69/71 Ouça agora um bate-papo sobre a estruturação do setor elétrico e do mercado de energia. Além disso vamos refletir sobre a importância em avaliar a operação do sistema elétrico. Explore + Para ver em detalhes as componentes tarifárias e as tarifas vigentes por distribuidora acesse os registros da ANEEL, em seu portal. Para acompanhar os últimos resultados dos leilões de energia, acesse os dados da EPE, em seu portal. Visite os sites dos sistemas e conheça mais sobre as ferramentas de suporte para análise operacional do sistema elétrico: Software Matpower Software OpenDSS Software Simulight Pesquise os sites: Empresa de Pesquisa Energética Operador Nacional do Sistema Elétrico Agência Nacional de Energia Elétrica CCEE Referências 18/03/2024, 23:27 Organização da indústria de energia elétrica https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07107/index.html# 70/71 ABRACEEL. Cartilha do consumidor livre. ABRACEEL. Consultado na internet em: 27 fev. 2023. ANEEL. Resolução Normativa ANEEL nº 1.000, de 7 de dezembro de 2021. Estabelece as Regras de Prestação do Serviço Público de Distribuição de Energia Elétrica; revoga as Resoluções Normativas ANEEL nº 414, de 9 de setembro de 2010; nº 470, de 13 de dezembro de 2011; nº 901, de 8 de dezembro de 2020 e dá outras providências. Brasília, DF, 2023. Consultado na internet em: 27 fev. 2023. BRASIL. Ministério das Minas e Energia. 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