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PLANEJAMENTO E GESTÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE

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1 
 
 
PLANEJAMENTO E GESTÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE 
1 
 
 
 
 
Sumário 
Introdução .......................................................................................................... 3 
A Rede de Atenção à Saúde .............................................................................. 5 
Processo de trabalho ......................................................................................... 7 
Ações de planejamento ...................................................................................... 8 
Gerente de Unidade Básica de Saúde com a Estratégia Saúde da Família .... 13 
Implantando a Equipe ...................................................................................... 15 
Organizando a assistência ............................................................................... 17 
O Pacto pela Saúde ......................................................................................... 18 
Avaliação .......................................................................................................... 20 
Pacto pela Vida ................................................................................................ 21 
Responsabilidades da gestão .......................................................................... 23 
Referências ............................................................................................ 25 
 
 
 
2 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
A NOSSA HISTÓRIA, inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a NOSSA HISTÓRIA, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A NOSSA HISTÓRIA tem por objetivo formar diplomados nas diferentes 
áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, 
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o 
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
Introdução 
 
Quero trazer para você – profissional de saúde do SUS –, ideias sobre a 
organização de uma Unidade Básica de Saúde (UBS), com a Estratégia Saúde 
da Família (ESF), de forma dinâmica e real. Minha preocupação maior é 
transmitir a você, algumas características do gerenciamento vivido no 
desenvolvimento das ações do dia a dia. 
A gestão de todos os processos de uma UBS de ESF é definida para um 
país por seu governo a partir da adoção de um paradigma de saúde. O nosso 
tem raízes na conhecida carta de Alma Ata, de 1979. 
No Brasil, desse tempo até os dias de hoje, vários movimentos 
encabeçados por experts em saúde lutaram para obter uma mudança do modelo 
assistencial então vigente, que, como todos sabem, não respondia às 
necessidades de saúde da nossa população. 
As diretrizes das ações desenvolvidas em nível local nascem no Ministério 
da Saúde (MS) como portarias, portarias especiais, documentos norteadores de 
programas etc. Passam por estrutura hierárquica das secretarias municipais, de 
coordenadorias e, finalmente, na Atenção Básica, se faz uso da tecnologia leve 
(MERHY, 1994), espaço destinado à transformação das ações definidas pelos 
princípios do SUS, artigo 3 da Lei no 8.080/90. 
Traduzindo: são ações de natureza definidas em nível cartorial que 
produzirão o cotidiano dos serviços de saúde, ou seja, em cadastramentos da 
população, atendimentos, consultas médicas, de enfermagem, visitas 
domiciliares e outros procedimentos que se estenderão ao território como 
respostas às especificidades e à dinâmica de vida das famílias. 
Aqui entram os seguintes profissionais: agente comunitário de saúde 
(ACS), enfermeiro, médico, odontólogo, técnico de enfermagem, e cada um com 
suas atribuições específicas e em equipe desempenhando seu trabalho. E tudo 
acontece a partir do trabalho em equipe – portanto dentro de uma 
interdependência profissional, que constitui o grande diferencial do processo de 
trabalho na ESF. 
4 
 
 
Esse movimento ocorre baseado em premissas gerenciais já sobejamente 
conhecidas, como a coordenação, às vezes usada erradamente, o 
planejamento, a previsão, a organização, o controle e a avaliação. São os 
clássicos princípios da administração científica utilizados com roupagem nova e 
que ainda dão conta da materialização dos procedimentos gerenciais adotados 
pelos profissionais na Atenção Básica. 
Os serviços públicos de saúde têm proporcionado cada vez mais 
programas de sensibilização de profissionais de saúde, aumentando as 
demandas de profissionais mais preparados para os concursos públicos e as 
Organizações Sociais. 
Nas universidades públicas, percebe-se um movimento nos cursos de 
pós-graduação lato e stricto sensu, que vai estimulando os jovens profissionais 
a estudar e a pesquisar o tema Saúde da Família, que possui inúmeras vertentes 
ainda não descobertas. O gerenciamento é uma delas. 
Do ponto de vista da formação profissional, as Diretrizes Curriculares 
Nacionais para Formação de Profissionais na área da saúde, datada do ano de 
2001 (sendo a no 3, CNE/CES de 7 de novembro de 2001, específica para a 
enfermagem), determinam o estágio curricular da área de saúde coletiva com 
400 horas a serem vivenciadas em UBS com ESF. As demais diretrizes também 
contemplam esse conteúdo, porém de forma menos contundente. 
Durante esses anos, tenho percebido que vêm ocorrendo lentamente 
alterações na compreensão do “fazer” no processo de gerenciamento da ESF. 
Pesquisas têm mostrado que essas diretrizes vêm mudando a visão do aluno e 
propiciando uma compreensão mais ampliada do sistema de saúde e seus 
princípios, a complexidade das esferas gerenciais e de atendimento assistencial. 
Importante destacar também a criticidade que o aluno de graduação vem 
adquirindo e diferenciando dos modelos centrados na doença e no médico para 
aquele que privilegia a família, a saúde da população e a qualidade de vida. 
Outra constatação é a compreensão da lógica do trabalho em equipe (o 
processo de trabalho horizontalizado), proporcionando a visão gerencial mais 
5 
 
 
integralizada, levando em conta as necessidades de aproximação do profissional 
com a comunidade. 
 
A Rede de Atenção à Saúde 
A Rede de Atenção à Saúde, tendo a Atenção Primária como centro, se 
organiza em: 
• Atenção Básica de Saúde (ABS): compreende um conjunto de 
ações, de caráter individual e coletivo, que engloba a promoção da saúde, a 
prevenção de agravos, o tratamento e a reabilitação, constituindo o primeiro nível 
da atenção do Sistema Único de Saúde (BRASIL, 2006). 
• Atenção Média Complexidade: é prestada por meio de uma rede 
de unidades especializadas de média complexidade, garantindo o acesso à 
população sob sua gestão (íbidem). 
• Atenção Alta Complexidade: é a atenção à saúde de terceiro nível, 
integrada pelos serviços ambulatoriais e hospitalares especializados de alta 
complexidade. É organizada por meio do sistema de referência (íbidem). 
A Atenção Básica à Saúde deve ser orientada pelos seguintes princípios: 
Primeiro contato: Porta de entrada, de fácil acesso (organizacional e 
geográfico) ao cidadão. 
Integralidade: Reconhecer e atender às necessidades de saúde da 
população e, quando necessário, referenciar para outros pontos de assistência 
da rede. 
Orientação familiar: Conhecimento, pela equipe da APS, dosmembros da 
família e dos seus problemas de saúde. 
Longitudinalidade: Relação pessoal de longa duração entre profissionais 
de saúde e cidadãos. 
Coordenação: Compartilhamento de informações clínicas, nos diversos 
pontos da rede, possibilitando ao profissional da ABS acompanhar o cidadão. 
Orientação comunitária: Controle social. 
6 
 
 
 
No tocante à dinâmica do gerenciamento, a intenção é contribuir com você 
no sentido de ousar e tentar facilitar a compreensão do que foi dito 
anteriormente, ou seja, acoplar as bases do gerenciamento aos mais 
importantes princípios do Sistema Único de Saúde, além de alguns pressupostos 
pilares da ESF. Esse desenho gerencial conduz as ações voltadas à promoção 
da saúde e ao desenvolvimento das pessoas na visão da longitudinalidade da 
ABS. Sobre esse ponto Starfield (2004) acrescenta: 
(...) a atenção primária se diferencia dos outros níveis assistenciais por 
quatro atributos característicos: atenção ao primeiro contato, longitudinalidade, 
integralidade e coordenação. Destes quatro atributos, a longitudinalidade tem 
relevância por compreender o vínculo do usuário com a unidade e/ou com o 
profissional. A população deve reconhecer a Unidade como fonte regular e 
habitual de atenção à saúde, tanto para as antigas quanto para as novas 
necessidades. Já o profissional deve conhecer e se responsabilizar pelo 
atendimento destes indivíduos. A longitudinalidade está fortemente relacionada 
à boa comunicação que tende a favorecer o acompanhamento do paciente, a 
continuidade e efetividade do tratamento, contribuindo também para a 
implementação de ações de promoção e de prevenção de agravos de alta 
prevalência (STARFIELD, 2004). 
E então, quais princípios gerenciais destacaríamos nesta lógica 
citada? 
A Unidade Básica de Saúde na ABS será a sede do desenvolvimento dos 
programas de saúde voltados à criança, à mãe e ao idoso na Estratégia Saúde 
da Família, que terá como foco principal a família, a comunidade, o ambiente, o 
estilo de vida e a promoção da saúde. 
Esse modelo surge com características de um novo modelo de Atenção à 
Saúde, e não em substituição de ações continuístas, sempre lembradas pela 
insuficiência de recursos que atendam às plenas necessidades de saúde da 
população. 
7 
 
 
Nesse momento, aproveito para ressaltar a visão de integralidade no 
atendimento aos pacientes em nível secundário e terciário, demanda ainda não 
alcançada pelas estruturas organizacionais competentes nesses níveis. 
O modelo assistencial de Saúde da Família, portanto, exige um tipo de 
gerenciamento diferente, humanizado, sensível e dinâmico, embora devamos 
levar em conta os mesmos itens de uma organização com objetivos a serem 
atingidos. 
Importante notar que, na ABS, trabalharemos enfoques gerenciais, 
voltados aos conjuntos de dados epidemiológicos, sociais, estruturais, 
educacionais e de inter-relacionamento pessoal, com vistas à emancipação da 
população e à criação de vínculo. 
Esse trecho faz-nos pensar que um gerenciamento humanizado, 
começaria pelo enfoque da gestão de pessoas, que significa a utilização de 
processo de trabalho visando o desenvolvimento delas, em qualquer nível. 
Por outro lado, ressalta-se a especificidade da dinâmica administrativa de 
unidades na Estratégia de Saúde da Família, que deve ser considerada. 
 
Processo de trabalho 
O processo de trabalho se caracteriza pela horizontalidade gerencial, em 
que são desenvolvidas atividades assistenciais, educativas, burocráticas, 
gerência de equipe e demais serviços de natureza administrativa. 
A horizontalidade gerencial se faz presente pela ausência de níveis 
hierárquicos, havendo uma preponderância do saber técnico sobre o hierárquico, 
o que pressupõe chefias e verticalidade. 
Importante comentar que nesse processo de trabalho se define a 
macrogestão e a microgestão das equipes. 
Essa definição de procedimentos, princípios e ações gerenciais, 
atendimentos assistenciais e treinamentos de profissionais será acoplada aos 
princípios do SUS que produzirão, por sua vez, situações ligadas aos 
pressupostos do gerenciamento, ou seja: 
8 
 
 
PLANEJAMENTO – ORGANIZAÇÃO – COORDENAÇÃO – AVALIAÇÃO 
– SUPERVISÃO 
Voltemos, então, ao gerenciamento e discutamos os princípios 
administrativos que dão a forma concreta das ações, das premissas da ESF e 
dos princípios do SUS. 
Envolvo também os pressupostos importantes que fazem parte da ESF, 
como o acolhimento, vínculo, a demanda organizada e alguns princípios do SUS, 
como o acesso, a integralidade, a resolutividade, a hierarquização, a 
regionalização e a descentralização. 
A escolha desses princípios deu-se pelo grande significado que têm em 
relação ao ato de gerenciar, isto é, exigem intervenções de profissionais 
capacitados, que exerçam a assistência, a gerência e ações educativas 
provenientes da população de uma UBS. 
As atribuições dos profissionais que atuam na ESF estão definidas na 
portaria no 648, documento 200 do MS. Esse documento norteia as ações a 
serem executadas pelos profissionais no gerenciamento da ESF perante sua 
população cadastrada, possibilitando entender melhor os “papéis” de cada 
integrante desta equipe, sejam médicos, enfermeiros, odontólogos, auxiliares de 
enfermagem ou agentes comunitários de saúde. Confira a seguir. 
 
Ações de planejamento 
A descrição da clientela 
Uma equipe deverá ser responsável por uma área contendo de 600 a 
1.000 famílias, com limite máximo de 4.500 habitantes. Esse critério deverá ser 
flexível, tendo em vista a diversidade sociopolítica e econômica das regiões. 
Deverá levar em conta a densidade populacional e a acessibilidade aos serviços. 
É definida pela área territorial preestabelecida. Nesse processo, serão 
identificados os componentes familiares, as condições de moradia e saneamento 
e as condições ambientais da área onde a família está inserida. O vínculo entre 
a unidade de saúde e a equipe-agente inicia-se nessa etapa, que inclui: 
9 
 
 
• Reconhecimento da área territorial; 
• Cadastramento da família; 
• Conhecer a realidade das famílias pelas quais são responsáveis, 
com ênfase nas suas características sociais, econômicas, culturais, 
demográficas e epidemiológicas; 
• Identificar os problemas de saúde e situações de risco mais 
comuns aos quais aquela população está exposta. 
Planejamento, resolutividade, prevenção e vigilância 
• Elaborar, com a participação da comunidade, um plano local para 
o enfrentamento dos problemas de saúde e fatores que colocam a saúde em 
risco; 
• Executar, de acordo com a qualificação de cada profissional, os 
procedimentos de vigilância nas diferentes fases do ciclo de vida. 
Vínculo e acolhimento 
• Valorizar a relação com o usuário e com a família, para a criação 
de vínculo de confiança, de afeto e de respeito. 
Planejamento e assistência 
• Realizar visitas domiciliares de acordo com o planejamento, sendo 
esta uma das intervenções que interferem na criação do vínculo. 
Resolutividade, assistência e acolhimento 
• Resolver os problemas de saúde do nível de Atenção Básica. 
Acesso e hierarquização 
• Garantir acesso à continuidade do tratamento dentro de um 
sistema de referência e contra-refência para os casos de maior complexidade ou 
que necessitem de internação hospitalar. 
Assistência, integralidade e gerenciamento de demanda 
10 
 
 
• Prestar assistência integral à população adstrita, respondendo à 
demanda de forma contínua e racionalista. 
Coordenação, organização e ações educativas 
• Coordenar, participar de e/ou organizar grupos de educação para 
a saúde. 
Intersetorialidade; tentativa de formar rede de atendimento ampliado da 
demanda 
• Promover ações intersetoriais e parcerias com organizações 
formais e informais existentes na comunidade para o enfretamento conjunto dos 
problemas identificados. 
Ações educativas com vistas à elucidação dos direitos à saúde dapopulação; participação social 
• Fomentar a participação popular, discutindo com a comunidade 
conceitos de cidadania, de direitos à saúde e suas bases legais. 
Organização, acesso, vínculo e ações educativas 
• Incentivar a formação e/ou participação ativa da comunidade no 
conselho local de saúde e no conselho municipal de saúde. 
Organizar 
• As estruturas técnicas, físicas e treinamento de pessoal. 
Organizar a demanda 
• O acolhimento da demanda organizada e espontânea. 
Planejar, coordenar, executar e avaliar 
• As visitas domiciliares. 
Planejar, executar e avaliar; resolutividade 
• As reuniões de equipe de saúde diárias e semanais, em que são 
discutidos assuntos relacionados à área de atuação da equipe. 
Planejar e organizar 
11 
 
 
• A seleção de assuntos a serem tratados em reuniões de equipe. 
Planejar, coordenar, executar e avaliar, educar; resolutividade, vínculo 
• As consultas médicas e de enfermagem. 
Planejar e organizar 
• Reuniões de equipes administrativas semanais. 
Planejamento e organização; supervisão 
• Horário do atendimento à demanda espontânea. 
Planejar, prover, organizar, supervisionar 
• O acolhimento da demanda organizada. 
Considerando o princípio da universalidade e do acesso, todos os 
pacientes que procuram a Unidade de Saúde deveriam ser atendidos em suas 
queixas e necessidades. Porém, devido às insuficiências dos nossos serviços de 
saúde, criou-se em algumas unidades um primeiro horário especial para não 
liberar pacientes portadores de alguns sinais e sintomas, organizando os demais 
horários de atendimento aos usuários, compatibilizando-os com a presença do 
médico e demais profissionais. 
Tendo em vista a tentativa de responder a uma situação existente e que 
não é definida nem nos livros nem nos manuais das UBS, fica evidente a visão 
ampla da atividade gerencial que todo profissional da ESF deve adquirir no 
sentido de saber equacionar as necessidades desse tipo de atendimento. 
Nesse tópico podemos analisar o acoplamento de princípios do SUS com 
os princípios do gerenciamento. Só para chamar a atenção, percebe-se que há 
tomada de decisão, organização, execução das ações assistenciais e gerenciais, 
supervisionando-as e também avaliando. Veja a seguir: 
Planejar, executar e avaliar 
• As visitas domiciliares. 
Planejar, coordenar, supervisionar o andamento do planejado; executar e 
avaliar 
12 
 
 
• A seleção de assuntos a serem tratados em reuniões de equipe (os 
casos da área). 
Planejar, prover, organizar e executar; supervisão e ações educativas 
• Os treinamentos em serviço, quando necessários. 
Outras atividades próprias das Unidades Básicas de Saúde / 
Estratégia Saúde da Família 
Alguns programas são propostos pelo Ministério da Saúde (MS), ou 
mesmo pelos municípios, com o objetivo de assistir determinados grupos da 
população. Alguns deles possuem ainda um Sistema de Informação associado 
com a emissão de relatórios periódicos, permitindo assim melhor controle e 
avaliação da assistência prestada pela ESF. Entre eles podemos citar: 
• Programa Mãe Paulistana; 
• Remédio em casa; 
• Bolsa Família; 
• O Sistema Integrado de Gestão e Assistência à Saúde (SIGA) – 
agendamento, dispensação de insumos e medicamentos 
<http://tutorial.saude.prefeitura.sp.gov.br/siga.html>; 
• Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB); 
• AMG (automonitoramento glicêmico) – fornecimento do 
glicosímetro e de insumos para os insulinodependentes; 
• Planejamento familiar; 
• Coleta de Papanicolau; 
• Eletrocardiograma (ECG); 
• Gerenciamento da sala de medicação e de inalação; 
• Gerenciamento da sala de curativo; 
• Responsabilidade pelo serviço de vigilância. 
13 
 
 
Segundo Starfield (2004), as práticas da Atenção Básica devem ser objeto 
de avaliação, visto ser esse nível de atenção a porta de entrada preferencial do 
usuário do SUS, responsável pela resolução de grande parte dos problemas 
apresentados. Obviamente, a qualidade da atenção é uma questão para todos 
os níveis de serviços de saúde, incluindo os de emergência e a atenção 
especializada. 
Para terminar o tema, gostaria de relembrar algumas ideias sobre o 
processo de avaliação na saúde na gestão de serviços. Ele permeia toda a 
prática dos processos e até procedimentos, refletindo na tomada de decisão e 
facilitando a consolidação do trabalho na Estratégia Saúde da Família, e utiliza-
se na rotina das equipes o Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB), 
como forte instrumento gerencial. O SIAB possibilita avaliar aspectos ligados às 
condições sociais, econômicas e demográficas da população, realizando um 
diagnóstico situacional local (os procedimentos realizados pelas equipes). Ele 
também permite o acompanhamento contínuo e a avaliação das atividades 
desenvolvidas, visando à melhoria da qualidade dos serviços de saúde. 
Essa história serve para ilustrar que, na década 1970, se as autoridades 
fossem comprometidas com a saúde da população, hoje nossa saúde brasileira, 
com aproximadamente 30 mil equipes para atender quase 200 milhões de 
pessoas, estaria com a Estratégia Saúde da Família em quase todos os estados. 
E a Grande São Paulo teria mais equipes de saúde atendendo uma população 
de quase 20 milhões de habitantes, considerando quase todos os municípios. 
 
Gerente de Unidade Básica de Saúde com a Estratégia 
Saúde da Família 
No tocante aos gerentes, estes deverão adquirir um perfil de liderança 
situacional, cientes do seu papel de dirigir as atividades para desenvolver as 
pessoas e levá-las a realizar a contento suas responsabilidades no atendimento 
à população, ao paciente e à família. 
O bom andamento dos acontecimentos corre em paralelo às atividades 
assistenciais, reuniões administrativas de equipe, estar a par do diagnóstico da 
14 
 
 
comunidade e epidemiológico, visando à definição da necessidade da população 
em relação aos assuntos que requerem planejamento e execução das atividades 
educativas, assistenciais e gerenciais. 
São condições imprescindíveis ao profissional que for gerenciar uma UBS 
de Saúde da Família: 
• Saber lidar com uma gama de acontecimentos inesperados com 
usuários na UBS ou no domicilio; 
• Relacionar-se com as equipes ampliadas interprofissionais; 
• Estar a par de procedimentos médicos assistenciais; 
• Intermediar possíveis conflitos em situações inter-relacionais. 
As atividades inerentes ao gerente também incluem as ações previstas no 
Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), hoje também chamado 
Equipe de Agentes Comunitários de Saúde (EACS), que atribui ao enfermeiro 
diversas atividades de gerenciamento, principalmente na condução dos ACS e 
profissionais de enfermagem na ESF. 
A tarefa de gerir é comum ao médico, quando planeja ações voltadas para 
os ciclos de vida, bem como ao odontólogo, quando planeja ações voltadas à 
saúde bucal também nos ciclos de vida. 
O gerente desempenha o papel de harmonizar o trabalho dessa equipe 
multiprofissional, e a ESF deve participar ativamente dos processos de 
planejamento a fim de contemplar as necessidades da população e da equipe 
de trabalho. 
A tentativa de descrever o gerenciamento em uma UBS/ESF próximo da 
realidade do dia a dia não existe em livros de administração. Essa tentativa é 
fruto de vivência e observação. Repito que nessas equipes, compostas por 
enfermeiro, médico, odontólogo, técnico de enfermagem e ACS, o gerente 
deverá trazer ou desenvolver um perfil de liderança, conhecer bem os 
pressupostos da ESF e como alcançá-los junto aos seus funcionários e à 
população (como já citamos anteriormente). São requisitos mínimos para obter 
um ambiente de trabalho humanizado para alcançar a eficiência e eficácia. 
15 
 
 
Implantando a Equipe 
 
Como vimos até agora, a gestão local e os Conselhos de Saúde são os 
grandes responsáveis pela opção em adotar ou não a Estratégia Saúde da 
Família. Definida a necessidade,o gestor precisa seguir alguns passos para 
efetivar a implantação de suas equipes. O primeiro deles é elaborar o Projeto de 
Implantação da ESF. 
O Guia Prático do Programa Saúde da Família, documento elaborado pelo 
Ministério da Saúde em 2002 para auxiliar gestores, profissionais e população 
no entendimento sobre o funcionamento e a implantação da Estratégia, define 
quais os elementos essenciais que devem ser contemplados no Projeto de 
Implantação. 
A proposta de implantação da ESF deve prever: 
• a adequação física; 
• os recursos humanos; 
• os equipamentos necessários para garantir que a Unidade Básica 
de Saúde possa responder aos problemas de saúde das famílias na área sob 
sua responsabilidade. 
A proposta de implantação da ESF deve apontar: 
• referência e contra-referência dos usuários; 
• apoio ao diagnóstico laboratorial e de imagem (raios X e 
ultrassom); 
• assistência farmacêutica; 
• proposta de gerenciamento do trabalho. 
Elaborar a proposta de implantação é tarefa do Município, que, para isso, 
deve contar com o apoio da Secretaria Estadual de Saúde. O processo possui 
várias etapas, sendo que algumas podem ser simultâneas: 
16 
 
 
• Definir o território a ser coberto, com estimativa da população 
residente, definição do número de equipes que deverão atuar e com o 
mapeamento das áreas e micro-áreas; 
• Definir infraestrutura incluindo área física, equipamentos e 
materiais disponíveis nas UBS onde atuarão as equipes, explicitando o número 
e o local das unidades onde irão atuar cada uma das equipes; 
• Definir ações a serem desenvolvidas pelas equipes no âmbito da 
Atenção Básica, especialmente nas áreas prioritárias definidas no âmbito 
nacional; 
• Definir o processo de gerenciamento e supervisão do trabalho das 
equipes; 
• Definir forma de recrutamento, seleção e contratação dos 
profissionais das equipes, contemplando o cumprimento da carga horária de 40 
horas semanais; 
• Implantar o Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB), 
incluindo recursos humanos e materiais para operá-lo; 
• Definir o processo de avaliação do trabalho das equipes, da forma 
de acompanhamento do Pacto dos Indicadores da Atenção Básica e da 
utilização dos dados dos sistemas nacionais de informação; 
• Definir a contrapartida de recursos do município. 
Passos de implantação da Estratégia Saúde da Família 
 
17 
 
 
Organizando a assistência 
 
Toda assistência/atenção prestada ao usuário na ESF tem como base a 
Unidade de Saúde, que alguns municípios adotaram por chamar de Unidade 
Básica de Saúde da Família (UBSF) ou Unidade de Saúde da Família (USF). 
Organizar esse serviço significa trabalhar questões de adequação física, 
abastecimento de insumos, manutenção, implantação do processo de trabalho, 
planejamento, monitoramento e avaliação das ações, construção de redes, 
protocolos, fluxos, elaboração, assinatura e acompanhamento de contratos, 
processos seletivos, treinamentos e capacitações, entre outros. Esses são 
aspectos que devem ser planejados, executados ou acompanhados pelo gestor 
de saúde. 
E, então, quais princípios gerenciais devem ser destacados? 
O modelo assistencial de Saúde da Família exige um tipo de 
gerenciamento diferente, humanizado, sensível e dinâmico, embora devamos 
levar em conta os mesmos itens de uma organização com objetivos a serem 
atingidos. 
Os pressupostos do novo paradigma, entre outros, consideram a 
integralidade do ser humano, a qualidade de vida e a promoção da saúde. 
Importante notar que, na Atenção Básica, trabalharemos enfoques 
gerenciais, voltados aos conjuntos de dados epidemiológicos, sociais, 
estruturais, educacionais e de inter-relacionamento pessoal, com vista à 
emancipação da população e à criação de vínculo. 
Esse trecho faz-nos pensar em um gerenciamento humanizado. 
Começaria pelo enfoque da gestão de pessoas, que significa a utilização de 
processo de trabalho visando ao desenvolvimento delas, em qualquer nível. 
Por outro lado, ressalta-se a especificidade da dinâmica administrativa do 
gerenciamento de unidades na Estratégia Saúde da Família, que deve ser 
considerada. 
 
18 
 
 
Processo de trabalho 
O processo de trabalho se caracteriza pela horizontalidade gerencial, em 
que são desenvolvidas atividades assistenciais, educativas, burocráticas, 
gerência de equipe e demais serviços de natureza administrativa. 
 
O Pacto pela Saúde 
 
O Ministério da Saúde divulgou, em 22 de fevereiro de 2006, a Portaria no 
399/GM, intitulada “Pacto pela Saúde”, com o intuito de consolidar o SUS no 
país. O Pacto pela Saúde é composto por três componentes: 
Pacto pela Vida 
Pacto em Defesa do SUS 
Pacto de Gestão 
Os Pactos são um compromisso público assumido pelos gestores com 
ênfase nos princípios constitucionais do SUS e nas necessidades de saúde da 
população. 
A horizontalidade gerencial se faz presente pela ausência de níveis 
hierárquicos, havendo uma preponderância do saber técnico sobre o hierárquico, 
opondo-se a chefias e verticalidade. Importante comentar que nesse processo 
de trabalho se definem a macrogestão e a microgestão das equipes. 
Essa definição de procedimentos, princípios e ações gerenciais, 
atendimentos assistenciais e treinamentos de profissionais será acoplada aos 
princípios do SUS que produzirão, por sua vez, situações ligadas aos 
pressupostos do gerenciamento. 
A seguir deixamos algumas definições de autores sobre administração 
desde o século XX, quando nasceu a administração científica, somente para 
relembrar a base do processo de trabalho e discutir uma ferramenta facilitadora: 
“O gerenciamento consiste em executar todas as atividades próprias de 
uma organização empresarial ou não, como meios para alcançar a eficiência e 
19 
 
 
a eficácia e com isto obter a satisfação dos objetivos individuais e 
organizacionais.” (CHIAVENATO, 1999) 
“O gerenciamento de serviços em nível local – UBS/ESF – se dá por meio 
de pessoas de várias categorias profissionais, tendo como meio a 
interdisciplinaridade e a coordenação das ações de saúde de natureza, 
assistenciais, clínicas, educativas e gerenciais, atendendo aos indicadores 
epidemiológicos e sociais da comunidade.” (Laís Helena Domingues Ramos) 
“Ainda, gerenciamento de serviços de saúde diz respeito a uma unidade 
social deliberadamente construída para atingir determinados objetivos. Resulta 
em uma combinação de pessoas, recursos, utilização de tecnologias leves, que 
conduzam aos objetivos traçados.” (JUNQUEIRA, 1990) 
Voltemos, então, ao gerenciamento e discutamos os princípios 
administrativos que dão a forma concreta das ações, das premissas da ESF e 
dos princípios do SUS. 
Envolvemos também os pressupostos importantes que fazem parte da 
ESF, como o acolhimento, o vínculo, a demanda organizada e alguns princípios 
do SUS, como o acesso, a integralidade, a resolutividade, a hierarquização, a 
regionalização e a descentralização. 
A escolha desses princípios deu-se pelo grande significado que têm em 
relação ao ato de gerenciar, isto é, exigem intervenções de profissionais 
capacitados, que exerçam a assistência, a gerência e ações educativas 
provenientes da população de uma UBS. 
As atribuições dos profissionais que atuam na ESF estão definidas no 
“Pacto da Atenção Básica 2011”. Esse documento norteia as ações a serem 
executadas pelos profissionais no gerenciamento da ESF perante sua população 
cadastrada, possibilitando entender melhor os “papéis” de cada integrante desta 
equipe, sejam enfermeiros, cirurgiões--dentistas, auxiliares de enfermagem, 
Agentes Comunitários de Saúde ou médicos. 
Tendo em vista a tentativa de responder a uma situação existente e que 
não é definida nem nos livros nem nos manuais das UBS, fica clara a visão ampla 
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da atividade gerencial que todo profissional da ESF deve adquirir no sentido de 
saber equacionar as necessidades desse tipo de atendimento.Segundo Starfield (2004), as práticas da Atenção Básica devem ser objeto 
de avaliação, visto ser esse nível de atenção a porta de entrada preferencial do 
usuário do SUS, responsável pela resolução de grande parte dos problemas 
apresentados. Obviamente, a qualidade da atenção é uma questão para todos 
os níveis de serviços de saúde, incluindo os de emergência e a atenção 
especializada. 
 
Avaliação 
 
Não é raro ouvir de algum colega a seguinte afirmação: 
O meu coordenador só está interessado em números! 
Com certeza, ao elaborar tal frase, o colega deve ter sido cobrado ou 
abordado por algum dos níveis de gestão do seu município com relação à sua 
produção ou a algum de seus indicadores. Mas vamos tentar enxergar o que 
acontece por trás de tal ocorrência? 
Na perspectiva da capacidade das práticas de modificarem uma dada 
situação de saúde, a avaliação dos serviços tem papel fundamental: por um lado 
associado à possibilidade e às necessidades de intervenções capazes de 
modificar certos quadros sanitários; e, por outro, diante da verificação das 
dificuldades enfrentadas por essas mesmas práticas para alterar indicadores de 
morbimortalidade em outras tantas circunstâncias. 
Segundo Duarte (2003), “a análise da situação de saúde é fundamental 
para informar a tomada de decisão dos gestores, nas diversas esferas de 
governo, na medida em que traz evidências relevantes para a elucidação de 
pontos essenciais à ação”. A autora considera também que “a observação 
criteriosa e sistemática da distribuição dos eventos de saúde constitui-se em 
elemento fundamental para a compreensão acerca dos fatores, situações, 
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condições ou intervenções modificadoras dos riscos de adoecimento de 
populações humanas”. 
A avaliação dos serviços, portanto, torna-se uma prática constante e 
necessária não só para o gestor, mas também para as equipes e a sociedade. É 
através dos indicadores de saúde do município e do resultado das ferramentas 
de avaliação que a ESF comprova sua capacidade de modificar a realidade, 
ampliando o acesso, melhorando índices de saúde e atuando diretamente sobre 
a vida das pessoas, de acordo com a realidade local. 
Como podemos perceber, existe uma gama enorme de informações e de 
dados dos quais os gestores devem se apropriar. O planejamento e a análise de 
uma gestão em saúde devem estar pautados nessas informações. É necessário, 
portanto, que esses aspectos sejam debatidos com as equipes e a sociedade. 
Sendo assim, a disponibilização das informações pela gestão, assim como a 
efetivação de momentos de discussão e a análise dos dados, se tornam 
essenciais para a existência de um sistema de saúde local efetivo, abrangente, 
de qualidade e pautado nas diretrizes do SUS. 
 
Pacto pela Vida 
 
O Ministério da Saúde define o Pacto pela Vida como um reforço no SUS 
do movimento da gestão pública por resultados, estabelecendo um conjunto de 
compromissos sanitários considerados prioritários, pactuado de forma tripartite, 
a ser implementado pelos entes federados. Aponta ainda que esses 
compromissos devem ser efetivados pela rede do SUS, de forma a garantir o 
alcance das metas pactuadas. Assinala que prioridades estaduais, regionais ou 
municipais podem ser agregadas às prioridades nacionais, a partir de 
pactuações locais. Define ainda que os estados e municípios devem pactuar as 
ações que considerem necessárias ao alcance das metas e objetivos gerais 
propostos. 
O Pacto pela Vida contempla os seguintes aspectos (Portaria GM/MS no 
325, de 21 de fevereiro de 2008): 
22 
 
 
I. Atenção à saúde do idoso; 
II. Controle do câncer de colo de útero e de mama; 
III. Redução da mortalidade infantil e materna; 
IV. Fortalecimento da capacidade de resposta às doenças emergentes 
e endemias, com ênfase na dengue, na hanseníase, na tuberculose, na malária, 
na influenza, na hepatite e na aids; 
V. Promoção da saúde; 
VI. Fortalecimento da Atenção Básica; 
VII. Saúde do trabalhador; 
VIII. Saúde mental; 
IX. Fortalecimento da capacidade de resposta do sistema de saúde às 
pessoas com deficiência; 
X. Atenção integral às pessoas em situação ou risco de violência; 
XI. Saúde do homem. 
Pacto em Defesa do SUS 
O Pacto em Defesa do SUS foi apontado na Portaria GM/MS no 325, de 
21 de fevereiro de 2008, como um movimento que envolve ações concretas e 
articuladas pelas três instâncias federativas no sentido de reforçar o SUS como 
política de Estado e de defender, vigorosamente, os princípios basilares dessa 
política pública, inscritos na Constituição Federal. A prioridade do Pacto em 
Defesa do SUS foi: 
• implementar um projeto permanente de mobilização social com a 
finalidade de: 
• mostrar a saúde como direito de cidadania e o SUS como sistema 
público universal garantidor desses direitos; 
• alcançar, no curto prazo, a regulamentação da Emenda 
Constitucional no 29, pelo Congresso Nacional; 
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• garantir, no longo prazo, o incremento dos recursos orçamentários 
e financeiros para a saúde; 
• aprovar o orçamento do SUS, composto pelos orçamentos das três 
esferas de gestão, explicitando o compromisso de cada uma delas. 
Pacto de Gestão do SUS 
Descrito na Portaria GM/MS no 325, de 21 de fevereiro de 2008, o Pacto 
de Gestão estabeleceu as responsabilidades de cada ente federado de forma a 
diminuir as competências concorrentes e definir as atribuições, contribuindo, 
assim, para o fortalecimento da gestão compartilhada e solidária do SUS. 
Avançou nos aspectos de regionalização e descentralização do Sistema 
de Saúde a partir das singularidades regionais, descentralizando as atribuições 
do Ministério da Saúde para os estados e para os municípios, acompanhando a 
desburocratização dos processos normativos. Reforçou a territorialização da 
saúde como base para organização dos sistemas, estruturando as regiões 
sanitárias e instituindo colegiados de gestão regional. Reiterou a importância da 
participação e do controle social com o compromisso de apoio à sua qualificação 
e explicitou as diretrizes para o sistema de financiamento público tripartite: 
buscando critérios de alocação equitativa dos recursos; reforçando os 
mecanismos de transferência fundo a fundo entre gestores; integrando em 
grandes blocos o financiamento federal; e estabelecendo relações contratuais 
entre os entes federativos. 
 
Responsabilidades da gestão 
 
A Política Nacional da Atenção Básica de 2011 define as 
responsabilidades dos diferentes níveis de gestão do SUS. Estão divididas em 
responsabilidades gerais e nos níveis federais, estaduais e municipais. Dentre 
os diversos aspectos abordados, destacamos: 
• o fortalecimento da ESF como modalidade prioritária na 
organização da Atenção Básica; 
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• a contribuição financeira tripartite (União, estados e municípios) 
para a Atenção Básica; 
• o estabelecimento dos respectivos planos de saúde, prioridades, 
estratégias e metas para a organização da Atenção Básica; 
• a qualificação, a valorização e a educação permanente da força de 
trabalho das equipes; 
• o uso dos Sistemas de Informação no planejamento, no 
monitoramento e na avaliação da Atenção Básica; 
• o estímulo à participação popular e o controle social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Referências 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. 
Departamento de Atenção Básica. Competência para o trabalho em uma 
unidade básica de saúde sob a Estratégia de Saúde da Família: médico e 
enfermeiro. Brasília, 2000. 
CHIAVENATTO, I. Gestão de Pessoas, o novo papel dos recursos 
humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999. 
GIOVANELLA, L. A. Longitudinalidade na atenção primária: avaliando os 
modelos assistências do SUS. Departamento de Administração e Planejamento 
de Saúde. Escola Nacional de Saúde Pública, 2005. 
JUNQUEIRA, L. A. P. Gerência dos Serviços de Saúde, Cadernode 
Saúde Pública, v. 6, n. 3, Rio de Janeiro, set. 1990. 
MANUAL Técnico de Normatização das rotinas e procedimentos de 
Enfermagem nas UBS. Coordenação de Desenvolvimento de Programas e 
Políticas de Saúde. CODEPPS-SP, 2006. 
MERHY, E. E. Em busca da qualidade dos serviços de saúde. In CECÍLIO, 
L. C. O. (org) Inventando a mudança na saúde. São Paulo: Hucitec, 1994. 
STARFIELD, B. Qualidade dos serviços de atenção primaria de saúde. In: 
STARFIELD B. Atenção primária: equilíbrio entre necessidades de saúde, 
serviços e tecnologias. Brasília: UNESCO. Ministério da Saúde do Brasil, 2004.

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