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Educação Capítulo 1 Física Lucas Vieira 7 ENSINO FUNDAMENTAL - 7O ANO Educação capítulo 1 Física Coordenação editorial Multi Marcas Editoriais Ltda. Rua Neto Campelo Júnior, 37 – Mustardinha – Recife/PE Tel.: (81) 3447.1178 CNPJ: 00.726.498/0001-74 – IE: 0214538-37 Fizeram-se todos os esforços para localizar os detentores dos direitos dos textos contidos neste livro. A Editora pede desculpas se houve alguma omis- são e, em edições futuras, terá prazer em incluir quaisquer créditos faltantes. Para fins didáticos, os textos contidos neste livro receberam, sempre que oportuno e sem prejudicar seu sentido original, uma nova pontuação. 7o ano do Ensino Fundamental Lucas Vieira Editor Lécio Cordeiro Revisão de texto Departamento Editorial Capa e projeto gráfico Amanda Travassos, Christiana Pacis e Sophia Karla Diagramação Sophia Karla e Cynthia Rodrigues Ilustrações Rafael Silva Direção de arte Elto Koltz O conteúdo deste livro está adequado à proposta da BNCC, conforme a Resolução nº 2, de 22 de dezembro de 2017, do Ministério da Educação. 5Educação Física7 o Ano Jogos Eletrônicos: o virtual e a vida real Vamos dialogar? 1Capítulo Olá! Neste capítulo, estudaremos os jogos eletrônicos. Por estar inserido na sociedade tecnológica em que vivemos hoje, provavelmente você já jogou alguns jogos eletrônicos. Mas será que conseguiria conceituá-los? O que você conhece sobre a história deles? Será que sempre foram assim com tan- tas cores e jogabilidade? Será que apresentam algum perigo para a nossa saúde? Essas são algumas das perguntas que farão parte do nos- so diálogo neste capítulo. Vamos lá! LU P E R O D R IG U E Z | St o ck .a d o b e. co m 6 Educação Física 7 o Ano CONTEXTUALIZANDO Antes de começarmos a falar sobre jogos eletrônicos, é preciso lembrar que eles fazem parte de um evento maior: o jogo. O jogo é algo complexo de se conceituar, mas podemos afirmar que se trata de uma invenção da humanidade e faz parte de uma cultura corporal que foi acumulada ao longo dos anos. Esse fenômeno apresenta alguns elementos marcantes, como a dinâmica dos partici- pantes, as regras e o entretenimento. Existem incontáveis jogos espalhados pelo mundo, e cada um deles apresenta carac- terísticas que ora se assemelham, ora se diferenciam. Por isso, eles podem ser classifica- dos de infinitas formas, dentre elas: populares e de salão. Os jogos populares, como o próprio nome diz, são aqueles que fazem parte da cultura popular de um povo; são ensinados de geração para geração; possuem regras que podem ser criadas e alteradas pelos próprios participantes; e os seus nomes variam de acordo com a região em que são praticados. Não se sabe ao certo quem, quando ou onde foi cria- da boa parte deles. Não requerem materiais muito sofisticados. São exemplos de jogos populares: queimado, pega-pega, amarelinha, barra-bandeira, etc. Os jogos de salão, por sua vez, apresentam regras que dificilmente variam. Neles, ge- ralmente o participante é representado por uma ou mais peças ou personagens, como no baralho, no xadrez, no Jogo da Vida, no Banco Imobiliário e nos diversos jogos eletrônicos. Mesmo com a tecnologização dos jogos, ainda é possível que eles sejam praticados em conjunto, com amigos e familiares. O que são jogos eletrônicos? Partindo do pressuposto de que você já fez uso de algum jogo eletrônico, so- zinho ou com seus amigos e parentes, e provavelmente por diversão, certamente você tem algo a dizer sobre eles. E u ge n io M ar o n gi u | Sh u tt er st o ck .c o m 7Educação Física7 o Ano 1. Escreva o que você entende por jogos eletrônicos. Resposta pessoal. Espera-se que o aluno apresente um conceito para os jogos ele- trônicos com base em suas experiências. 2. Quais os jogos eletrônicos que você já jogou ou joga? E de quais aparelhos eles necessitam para serem colocados em prática? Resposta pessoal. 3. Quando estamos tentando elaborar um conceito para algo, muitas vezes nós descrevemos as suas características. Em sua opinião, quais são as características marcantes dos jogos eletrônicos, ou seja, o que há de comum em boa parte deles? Resposta pessoal. Espera-se que o aluno inicie um processo de categorização, aglu- tinando o que há de comum entre os jogos eletrônicos, para poder encontrar a sua especificidade, o que o ajudará a ampliar o seu conhecimento acerca desse conceito. Podemos afirmar que os jogos eletrônicos são aqueles em que o jogador ge- ralmente é representado por uma ou mais peças ou personagens e que são joga- dos por meio de aparelhos tecnológicos, como os arcades (fliperamas), consoles (aparelhos de videogames), computadores de mesa, notebooks, tablets, smartpho- nes, etc. A seguir, podemos observar alguns jogos eletrônicos sendo praticados em di- ferentes aparelhos: Console ArcadeArena of Valor, popular jogo eletrônico para smartphone. Jogos desse gênero são chamados de MOBA, do inglês Multiplayer Online Battle Arena. AT IV ID AD E ch ar n si tr | St o ck .a d o b e. co m A tm o sp h er e | S to ck .a d o b e. co m to m is pi n | St o ck .a d o b e. co m 8 Educação Física 7 o Ano Os jogos eletrônicos, como boa parte dos jogos de salão, são produzidos e comercializados por empresas privadas. Representam, portanto, um produto de mercado, diferentemente dos jogos populares como o queimado, o barra-bandei- ra e o pega-pega. PARA REFLETIR! Como todo produto mercadológico, os jogos eletrônicos apresentam valores mone- tários que são definidos pelas empresas que os produzem. Eles necessitam de um console, o Xbox One, por exemplo, e dificilmente custarão menos de R$ 200,00 no seu lançamen- to. Esse valor corresponde a aproximadamente 1/5 de um salário mínimo do trabalhador brasileiro, que atualmente é de R$ 1.045,00. Vale lembrar que mais de 50% dos trabalha- dores brasileiros recebem menos do que um salário mínimo. Diante disso, percebemos que algumas classes sociais têm mais possibilidade de acesso a esses bens de consumo do que outras. Você já refletiu sobre isso? Evolução dos jogos eletrônicos Você deve achar que os jogos eletrônicos sempre foram cheios de cores, sons e emoção como os que se pode jogar hoje em dia, não é mesmo? A história nos mostra que, no início, eles eram basicamente “pontinhos de luz” em um visor. Acredita nisso? 4. O que você conhece sobre a história dos jogos eletrônicos? Resposta pessoal. AT IV ID AD E 5. Qual o jogo eletrônico mais antigo que você conhece? Fale um pouco sobre ele. Resposta pessoal. Espera-se que o aluno informe o nome de um dos primeiros jo- gos eletrônicos que já jogou ou que já ouviu falar e, em seguida, comente um pou- co sobre ele. 9Educação Física7 o Ano Equipamentos para o funcionamento do Tennis for Two, 1959. O Tennis for Two não chegou a ser comercializado, nem patenteado. William Higinbotham o criou como uma forma de entretenimento para os jovens estudan- tes que iriam para um evento no laboratório em que ele trabalhava, em Nova York, nos Estados Unidos da América (EUA). Esse jogo eletrônico simulava, de uma forma bem simples, uma partida de tê- nis entre dois jogadores. Um “pontinho de luz” piscando representava a bola; uma linha horizontal, a quadra; e uma linha vertical, a rede. Os jogadores controlavam apenas a bola, a qual deveria passar por cima da rede. As pesquisas destacam que não é possível ter certeza sobre qual foi realmen- te o primeiro jogo eletrônico inventado pela humanidade. No entanto, estima-se que eles surgiram a partir da década de 1950. Acredita-se que o primeiro jogo dessa natureza foi o Tennis for Two, desenvol- vido no ano de 1958. O seu inventor, William Higinbotham, era um físico nuclear norte-americano que, entre outras façanhas, ajudou a criar o radar e a primeira bomba atômica que atingiu as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki duran- te a Segunda Guerra Mundial. Na imagem,osciloscópio sendo usado para o jogo Tennis for Two. W ik ip ed ia .o rg B ro o kh av en N at io n al L ab o ra to ry (B N L) | w ik ip ed ia .o rg 10 Educação Física 7 o Ano O Tennis for Two era jogado por meio da tela de um osciloscópio, um tipo de máquina que mede sinais eletroeletrônicos e os mostra em forma de gráficos em duas dimensões (2D). Para controlar a bola, ou seja, o pontinho de luz, os jogado- res manipulavam um controle com apenas dois botões. Esse controle era ligado à máquina por fios. Desde a criação do Tennis for Two até os dias atuais, os jogos eletrônicos evo- luíram muito e isso ocorreu em função dos estudos da humanidade em prol do avanço da tecnologia, o que permitiu o aprimoramento das máquinas em que eles são jogados. A seguir, veremos algumas mudanças marcantes na evolução dos aparelhos em que os jogos eletrônicos são praticados. Os arcades foram comercializados primeiro, popularmente conhecidos por fliperamas. As pessoas precisavam se deslocar até os estabelecimentos em que eles se localizavam para poder comprar fichas e jogar. Os fliperamas foram jogos eletrô- nicos muito populares na década de 1990. O primeiro representan- te da empresa Atari no segmento arcade foi o Pong, do ano 1972. Pouco tempo depois, com a invenção dos consoles, as pessoas puderam prati- car os jogos eletrônicos em suas residências. Na imagem, o Odyssey, da empresa Magnavox (1972), foi o primeiro console a ser comercia- lizado. A tm o sp h er e1 | Sh u tt er st o ck .c o m E va n -A m o s | W ik ip ed ia .o rg 11Educação Física7 o Ano Na imagem, console da Atari, símbolo do videogame retrô. Na imagem, o PlayStation 1, ou PSOne, primeiro console de videogame fabri- cado pela Sony, lançado na década de 1990 no Japão, nos Estados Unidos e na Europa, respectivamente. Os primeiros consoles vinham com os jogos instalados na memória do próprio aparelho. Não havia possibilidade de mudar os jogos, era preciso trocar o disposi- tivo. Então, percebeu-se a necessidade de se criar um apetrecho portátil que fosse capaz de comportar os jogos dos consoles. Inicialmente, esses jogos eram armazenados e comercializados em mídias físicas conhecidas por cartuchos ou fitas. Décadas depois, eles deram lugar aos discos (CDs, DVDs, Blu-ray), que tinham maior espaço de armazenamento, o que contribuía para melhorar as condições gráficas e auditivas dos jogos. VOCÊ SABIA? Quando um cartucho não funcionava, era comum os jogadores soprarem o chip acre- ditando que isso resolveria o problema. Pois é! Mas, hoje em dia, sabemos que essa práti- ca não tinha o poder de fazê-lo voltar a ser executado normalmente, ou seja, não passava de uma crença da época. Especialistas afirmam que ele funcionava em virtude do ato de ser retirado e recolocado no console, e não por causa do “sopro milagroso”. Pergunte se os seus amigos e parentes já fizeram isso e informe para eles o que especialistas dizem. Eles irão se surpreender. d an ny b u rn | St o ck .a d o b e. co m d an ny b u rn | St o ck .a d o b e. co m 12 Educação Física 7 o Ano Os aparelhos controladores dos personagens dos jogos eletrônicos também evoluíram bastante, isto é, os joysticks. Antes, com pouquíssimos botões, eles se conectavam ao console por fios. Atualmente, os novos joysticks possuem uma sé- rie de botões, alavancas direcionais, gatilhos, dispositivos de vibração e funcio- nam por conexão wireless. Na foto, modelo de joystick do Super Nintendo, um dos primeiros consoles a fazer grande sucesso no Brasil. Os exergames proporcionam uma imersão nos novos modelos de jo- gos eletrônicos e já foram, inclusive, tema de séries e filmes, como o Rea- dy Player One: Jogador 1, obra de Ste- ven Spielberg. Por muitos anos, só era possível jogar sozinho ou com as pessoas ao seu lado. Com o avanço da tecnologia, passou a ser possível jogar on-line com jogadores que estejam em qualquer lugar do mundo. Fala-se que estamos na oitava geração dos consoles. Dentre os muitos aper- feiçoamentos que ocorreram até os dias atuais, um dos pontos mais marcantes foi o surgimento dos jogos eletrônicos ativos, ou exergames, pois eles revolucionaram a forma de jogar. 6. A Discovery Channel produziu um documentário chamado A história dos Videogames. Com ele, é possível ampliarmos o nosso conhecimento acerca do tema. Tenha acesso a partir do QR Code indicado https://www.youtube.com/watch?v=O8X8cpsZqPg. Assis- ta ao documentário e faça uma síntese sobre as principais informações veiculadas acer- ca da origem dos jogos eletrônicos. Em seguida, escreva-a no espaço abaixo e acrescen- te as informações que você conseguiu assimilar até aqui sobre o tema. Espera-se que o aluno exercite a capacidade de síntese a partir do que assiste e escuta. Por meio dessa atividade, é importante que ele perceba a influência do avanço da tecnologia no aperfeiçoamento dos aparelhos. AT IV ID AD E al at ie lin | St o ck .a d o b e. co m rh 2 0 1 0 | St o ck .a d o b e. co m https://www.youtube.com/watch?v=O8X8cpsZqPg 13Educação Física7 o Ano PESQUISA Entreviste os seus pais ou responsáveis com o objetivo de adquirir respostas para as seguintes perguntas: » Eles já jogaram jogos eletrônicos? » Quais os primeiros jogos eletrônicos com que tiveram contato? » Eles jogam atualmente? » Caso sim, quais são? » Quais as principais mudanças que eles percebem entre os primeiros jogos eletrôni- cos com que tiveram contato e os de hoje? » Qual a opinião deles a respeito dos jogos eletrônicos? São a favor ou contra? Por quê? Você conhece os jogos eletrônicos ativos? Uma das críticas que grande parte dos jogos eletrônicos tradicionais recebe é que eles contribuem para um estilo de vida sedentário, uma vez que os seus prati- cantes, muitas vezes, passam horas sentados em uma cadeira ou deitados no sofá ou na cama. Diante dessa crítica e, é claro, pensando no aumento dos seus lucros, as em- presas que os fabricam financiaram pesquisas com o objetivo de desenvolver atualizações em que os praticantes tivessem que se movimentar para poder jogar. Foi, então, que criaram os jogos eletrônicos ativos, ou exergames. Existem jogos eletrônicos ativos para arcade e para consoles como o Nintendo Wii, PlayStation 3, PlayStation 4, Xbox 360, Xbox One, entre outros mais sofis- ticados. Esses jogos requerem do praticante um gasto energético maior quando comparado aos jogos eletrônicos convencionais. O Nintendo Wii, lançado em 2006, foi o quinto console da marca e faz parte da sétima geração de videogames. Inovou trazendo controles sem fio, capazes de detectar movimentos.m if f3 2 | St o ck .a d o b e. co m 14 Educação Física 7 o Ano Estudos apontam que esses jogos têm ajudado a reduzir o comportamento sedentário de crianças, adolescentes, adultos e idosos, aumentando o seu nível de atividade física. De acordo com um estudo realizado no Instituto de Performance Humana da Universidade de Hong Kong, crianças queimam quatro vezes mais calorias por minuto fazendo uso de jogos eletrônicos ativos do que com jogos eletrônicos con- vencionais nos quais a atividade é realizada de forma sentada, sem grande movi- mentação. Segundo estudo desenvolvido na Universidade Federal de Viçosa (UFV), no Estado de Minas Gerais, jogos eletrônicos ativos podem proporcionar gasto de energia semelhante ao de uma caminhada de 5 km/h. É fato que os jogos eletrônicos ativos chegaram para revolucionar a forma de se praticar esse tipo de entretenimento. A indústria dos jogos eletrônicos é uma das mais lucrativas do mundo. Em 2018, ela arrecadou 134 bilhões de dólares ao redor do mundo. Para termos uma ideia do tama- nho dessa quantia, ela equivale a três vezes mais do que a arrecadação da indústria do cinema mundial. O Brasil ocupa o 13º lugar entre os países que mais consomem esse tipo de produto.De acordo com dados do Pesquisa Game Brasil (PGB), publicados em 2019, estima-se que 63% dos brasileiros consomem jogos eletrônicos. Conforme a pesquisa; o aparelho mais utilizado no País é o smartphone; em segundo lugar, estão os consoles; e, em tercei- ro, os notebooks. Estudos afirmam que 92% da população brasileira possui ou usa smartphones com frequência. Estima-se que o Brasil possui mais de 230 milhões desses dispositivos em uso, o que equivale a mais de um aparelho por brasileiro. VOCÊ SABIA? fo to in fo t | S to ck .a d o b e. co m 15Educação Física7 o Ano VAMOS PRATICAR? Hoje já existe a profissionalização dos usuários de games eletrônicos, como o instrutor de games, responsável por treinar jogadores de alta performance. O jogo eletrônico que iremos jogar desta vez se chama O que sou? Ele é muito diver- tido e faz com que se exercite o pensamento por meio de expressões corporais, sem o uso da fala. Em síntese, é um jogo eletrônico que envolve mímica e adivinhação. As orientações são as seguintes: 1. Reúnam aproximadamente três colegas. Pelo menos um integrante do grupo preci- sa estar com um smartphone. 2. Baixem o jogo e o instalem. 3. Leiam com atenção as regras do jogo. 4. Para testar os seus conhecimentos acerca dos jogos eletrônicos, escolham a opção “jogos”. 5. Iniciem o jogo. É importante que todos os participantes do grupo experimentem a função da mímica e da adivinhação. 6. Depois que todos vivenciarem a categoria escolhida, mudem para a de esportes e joguem novamente. 7. Ao final, debatam rapidamente, entre o grupo, sobre as sensações que vocês tive- ram durante a prática do jogo. B ar o n e F ir en ze | Sh u tt er st o ck .c o m Faça o download do jogo por meio do link ou QR Code a seguir. https://play.google.com/store/apps/details?id=com.twominds.HeadsUpCharadas https://play.google.com/store/apps/details?id=com.twominds.HeadsUpCharadas 16 Educação Física 7 o Ano 7. Descreva quais foram as sensações que vocês experimentaram ao jogar o O que sou? Espera-se que o aluno revele as sensações que o jogo pode proporcionar aos seus praticantes, por exemplo, curiosidade e entusiasmo. PESQUISA Provavelmente, você e o seu grupo vivenciaram o jogo O que sou? de forma bastante lúdica. Você já ouviu falar em ludicidade? Ela é uma das características marcantes dos jogos. Realize uma pesquisa com o seguinte tema: O que é ludicidade? Em seguida, produza um texto com base nos conhecimentos que você adquiriu ao pesquisar e os agregue com as sensações que experimentou durante a prática de tal jogo eletrônico. Espera-se que o aluno, além de exercitar o ato de pesquisar, tão importante para a sua forma- ção, perceba a ludicidade como um estado de espírito que o participante pode experimentar ao participar de jogos. Além disso, espera-se que o discente relacione os achados da sua pes- quisa com as suas próprias sensações corporais, o que dará sentido à sua pesquisa. AT IV ID AD E 17Educação Física7 o Ano Combine com antecedência com o seu professor a possibilidade de reservar uma sala de aula com um aparelho de projeção multimídia. Escolha uma data em que você ou um dos seus colegas de turma possam trazer um console com um ou mais jogos eletrôni- cos ativos. De acordo com as orientações do professor, experimentem alguns dos jogos. Seguem abaixo algumas sugestões: » Kinect Adventures (Xbox 360). » Kinect Sports (Xbox 360). » EA Sports Active 2 (PS3, Xbox 360, Nintendo Wii). » Get Fit With Mel B (PS3, Xbox 360, Nintendo Wii). » Zumba Fitness 2 (Wii, Xbox 360). » Just Dance 2019 (Wii, PlayStation 4, Xbox One, Xbox 360). » Dance central Spotlight (Xbox One). » Nike + Kinect Training (Xbox 360). » UFC Personal Trainer (Xbox 360, PlayStation 3). » Fruit Ninja (Xbox 360). VAMOS PRATICAR? Fortnite é um jogo eletrônico multijogador online que foi de- senvolvido pela Epic Games, em 2011.se an lo ck ep h o to gr ap hy | St o ck .a d o b e. co m 18 Educação Física 7 o Ano 8. Fazendo uso de um monitor cardíaco, de um relógio ou de um aplicativo de celular que informe sobre o seu gasto energético, pratique um jogo eletrônico tradicional por 10 minutos em casa (se dispor de um aparelho eletrônico) ou na sala de informática da escola. Ao final dessa atividade, anote o resultado do seu gasto energético aqui: _____________. Em seguida, pratique um jogo eletrônico ativo pelo mesmo período de tempo e anote o resultado do seu gasto energético aqui: ____________. Logo após, compare os resultados das atividades e escreva um peque- no texto sobre as sensações corporais que você teve em cada uma delas. Espera-se que o aluno perceba que a prática dos jogos eletrônicos ativos apre- senta maior gasto energético do que a vivência dos jogos eletrônicos tradicionais, bem como revela a percepção do aumento da frequência cardíaca (FC) como uma das sensações proporcionadas pelos jogos eletrônicos ativos, entendendo que há relação entre FC e gasto energético. AT IV ID AD E Quais seriam os benefícios dos jogos eletrônicos? Atualmente, os jogos eletrônicos estão presentes na sociedade em diferentes contextos e, em cada um deles, é possível observar benefícios. Crianças, adolescentes, adultos e idosos podem usufruir dos jogos eletrôni- cos para diferentes fins. Porém, a forma mais utilizada é como atividade de entre- tenimento, ou seja, de lazer. Sozinhos ou em grupo, os seus praticantes têm a possibilidade de desfrutar de sensações prazerosas ao jogar. Isso ocorre porque, quando estamos realizan- do atividades que consideramos agradáveis, o nosso corpo libera uma substância química chamada dopamina. Além dos jogos eletrônicos convencionais, em que geralmente praticamos sentados, existem hoje em dia os jogos eletrônicos ativos. Diversos estudos apon- tam que a prática regular destes pode trazer benefícios para a saúde de pessoas de todas as idades, como o combate ao sedentarismo. Como você leu neste capítulo, os jogos eletrônicos representam uma mer- cadoria que é comercializada por uma indústria altamente lucrativa e que está em constante crescimento no Brasil e no mundo. Apesar de a maior parte desses lucros se concentrarem nas mãos dos empresários, essa indústria também gera trabalho e renda para a sociedade. Com isso, a produção desses jogos contribui substancialmente para o crescimento da economia. 19Educação Física7 o Ano Alguns exemplos do crescimento do mercado de jogos eletrônicos são os constantes lançamentos de aces- sórios e computadores específicos para jogadores. Quais seriam os riscos dos jogos eletrônicos para os seus praticantes? Apesar de sabermos sobre os benefícios que os jogos eletrônicos podem tra- zer para quem os pratica, é preciso destacar que a presença deles na sociedade tem sido um assunto polêmico e que divide opiniões. Para alguns, eles representam um risco ao estilo de vida de milhares de pra- ticantes espalhados pelo mundo. Para outros, esse risco depende da forma como esses produtos são consumidos pela população. Estudos apontam que os jogos eletrônicos convencionais têm contribuído para o crescimento do número de casos de obesidade infantil em diversas partes do mundo, pois estima-se que eles passaram a ser um dos principais meios de lazer das crianças, as quais podem permanecer por horas e horas jogando sentadas. B o d n ar ph o to | St o ck .a d o b e. co m 20 Educação Física 7 o Ano Em 2018, na China, um jovem teve que ser internado após passar 20 horas seguidas jogando, sem se levantar da cadeira. E, acredite, mesmo passando mal, ele se recusava a parar. Há relatos de que pessoas até morreram devido a esse uso exagerado. Um exemplo é o caso do adolescente Chuang, de 18 anos, que faleceu após passar 40 horas jogando no computador, sem se alimentar. O garoto chegou a ser socorrido, mas não resistiu. O fato ocorreu em Taiwan. A Organização Mundial de Saúde (OMS)já classifica o vício em jogos eletrô- nicos como distúrbio mental. O tema já é considerado um problema de saúde pú- blica. A preocupação se dá pelo fato de alguns praticantes passarem tanto tempo interagindo no ambiente virtual que acabam deixando de lado as outras possibi- lidades de interação no ambiente real. Essas pessoas passam a ter problemas nos seus relacionamentos familiares e interpessoais, além de um estilo de vida seden- tário, que, por sua vez, traz riscos para a saúde. Já existem até instituições médicas destinadas ao tratamento desse transtorno. É fato que a prática exagerada de qualquer atividade humana pode trazer ris- cos para a saúde — e com a dos jogos eletrônicos não é diferente. O seu uso exces- sivo pode causar uma série de consequências para os seus praticantes. Então, é preciso fazer uso consciente e moderado desses produtos, inclusi- ve quando o assunto são os jogos eletrônicos ativos, pois as atividades de intera- ção virtual, mesmo que apresentem um gasto energético significativo, não devem substituir as diferentes possibilidades de práticas corporais no ambiente real, como lutas, danças, ginásticas, jogos populares e esportes. 9. A presença dos jogos eletrônicos na sociedade atual é um tema polêmico. Ago- ra que você conheceu alguns dos seus possíveis benefícios e riscos, redija uma sín- tese sobre a relação entre os jogos eletrônicos e o estilo de vida das pessoas. Espera-se que o aluno perceba que a prática dos jogos eletrônicos apresenta be- nefícios para os seus praticantes — por exemplo, uma possibilidade de lazer—, bem como entenda que pode apresentar riscos para o estilo de vida daqueles que fa- zem uso excessivo. AT IV ID AD E 21Educação Física7 o Ano Faz-se sempre necessário que pais e/ou responsáveis estipulem o período de tempo que crianças e jovens podem direcionar a jogos eletrônicos. PARA REFLETIR! Você considera que faz uso de jogos eletrônicos de forma moderada ou excessiva? As questões a seguir poderão lhe ajudar a responder tal pergunta. Responda-as e verifique o resultado final. » Geralmente você passa mais tempo jogando do que tinha combinado? » Você percebe que a quantidade de horas que você joga por semana vem aumen- tando? » Você já deixou de estudar alguma matéria da escola para jogar? » Você geralmente se interessa mais por jogar jogos eletrônicos do que por vivenciar outros tipos de prática corporal, como lutas, esportes, ginásticas, jogos populares e danças? » Você já mentiu para ter a possibilidade de jogar jogos eletrônicos em algum mo- mento? » Você se chatearia se tivesse que passar um dia sem jogar? » Você se chatearia se tivesse que passar uma semana sem jogar? » Você se chatearia se tivesse que passar um mês sem jogar? Quer saber o resultado? Se a maior parte das suas respostas foi “sim”, é bem provável que você esteja fazendo um uso excessivo dos jogos eletrônicos. É preciso refletir sobre o assunto e tentar mudar os seus hábitos, pois, como já sabe, esse excesso pode trazer sérios riscos para o seu estilo de vida. M ir ce a M u sa t | S to ck .a d o b e. co m Educação Capítulo 2 Física Lucas Vieira 7 ENSINO FUNDAMENTAL - 7O ANO Educação capítulo 2 Física Coordenação editorial Multi Marcas Editoriais Ltda. Rua Neto Campelo Júnior, 37 – Mustardinha – Recife/PE Tel.: (81) 3447.1178 CNPJ: 00.726.498/0001-74 – IE: 0214538-37 Fizeram-se todos os esforços para localizar os detentores dos direitos dos textos contidos neste livro. A Editora pede desculpas se houve alguma omis- são e, em edições futuras, terá prazer em incluir quaisquer créditos faltantes. Para fins didáticos, os textos contidos neste livro receberam, sempre que oportuno e sem prejudicar seu sentido original, uma nova pontuação. 7o ano do Ensino Fundamental Lucas Vieira Editor Lécio Cordeiro Revisão de texto Departamento Editorial Capa e projeto gráfico Amanda Travassos, Christiana Pacis e Sophia Karla Diagramação Sophia Karla e Cynthia Rodrigues Ilustrações Rafael Silva Direção de arte Elto Koltz O conteúdo deste livro está adequado à proposta da BNCC, conforme a Resolução nº 2, de 22 de dezembro de 2017, do Ministério da Educação. 22 Educação Física 7 o Ano esportes de precisão: concentração, mira e arremesso Vamos dialogar? Olá! Neste capítulo, estudaremos os esportes de preci- são, com ênfase no jogo de dardos. Você já ouviu falar nele? Quais esportes de precisão você conhece e quais são as suas principais características? Como eles surgiram? Próximo à sua comunidade, há algum espaço público em que é possível pra- ticá-los? Essas são algumas das perguntas que farão parte do nosso diálogo neste capítulo. Vamos lá! 2Capítulo m u ra ta rt | Sh u tt er st o ck .c o m 23Educação Física7 o Ano CONTEXTUALIZANDO Antes de começarmos o estudo sobre os esportes de precisão, é necessário lem- brar que eles fazem parte de um fenômeno maior: o esporte. O esporte faz parte da cultura corporal da humanidade há muitos e muitos anos. Ele não surgiu em um “passe de mágica”, é resultado de um longo processo de transfor- mações que ocorreram durante a história. No entanto, estudos apontam que o termo sport só apareceu no século XV, na Grã- -Bretanha. As pessoas usavam essa palavra para se referir aos jogos que passaram a ter as suas regras determinadas por instituições organizadoras (associações, federações, confederações, etc.). Podemos dizer que estamos falando de um fenômeno que envolve, entre outras características: a) a comparação do desempenho dos participantes e b) as regras esta- belecidas por instituições. O esporte se expressa por meio de centenas de modalidades, como o basquete de cadeira de rodas, o nado sincronizado, o handebol, o sumô, o salto ornamental, etc. Há várias formas de classificá-las e alguns estudiosos o fazem em: a) esportes de mar- ca; b) esportes de precisão; c) esportes de invasão; d) esportes técnico-combinatórios; e) esportes de rede/parede; f) esportes de campo e taco; e g) esportes de combate. Sobretudo, não podemos esquecer que ele é um direito de todos os brasileiros. Portanto, fique ligado e o exerça! O boliche é um esporte de precisão regula- mentado no Brasil pela CBBOL — Confederação Brasileira de Boliche —, fundada em 1993. G eo rg er u d y | S to ck .a d o b e. co m 24 Educação Física 7 o Ano O que são esportes de precisão? Podemos chamar de esporte de precisão as modalidades esportivas em que objetos são arremessados/lançados visando acertar um alvo que se encontra pa- rado ou em movimento. Você se lembra de que uma das características do fenômeno esportivo é a com- paração do desempenho entre os participantes? Nos esportes de precisão, geral- mente, vence aquele que conseguir acertar o alvo com o menor número de tentati- vas ou o que conseguir aproximar mais o objeto arremessado/lançado do alvo. 1. Considerando as características dos esportes de precisão, quais das práticas corporais que você conhece podem ser enquadradas nessa modalidade? Resposta pessoal. Espera-se que o aluno informe exemplos como “tiro ao alvo”, “arco e flecha”, etc. 2. De acordo com o conceito de esportes de precisão apresentado, quais são as prá- ticas corporais a seguir que podem ser consideradas como tal? Indique-as com um X. AT IV ID AD E a) b) d) c) e) X X X B en ja m in / M P IX /C P B | A ge n ci a d o B ra si l.e b c. co m .b r sa tt ah ip b ea ch , S tu ar t M o n k, B yj en g , E vr en K al in b ac ak | Sh u tt er st o ck .c o m 25Educação Física7 o Ano 3. No caça-palavras abaixo, é possível encontrar os nomes dos esportes de preci- são apresentados nas imagens da atividade 2. Procure os nomes e os circule. K U A T A I T L A R O K F K F A U A P B P B B E P T U U B U B P D B A F A F A R O F A D B D B A U R G O G O M A R A C G O G O G O T I R O C O M A R C O C O N O O B D R D R B R E A K L KL K D B G E O E O G O S P L F F F F E F O B R B R O R C O P E M E M D K T F W F W C W B H G K J K J F W A O K O K A K P O A W A W A T Y F R T R L A M A A D Y A Y A R M A A R A R A C A T U M Z M Z A Como surgiram os esportes de precisão? Podemos afirmar que os esportes de precisão são resultado de um processo histórico de transformações de práticas corporais humanas. Desde os primórdios, homens e mulheres desenvolveram atividades com di- ferentes objetivos, dentre elas as que se caracterizavam por arremessar/lançar um objeto em um alvo. Essas atividades que envolvem precisão foram inicialmente realizadas com o intuito de ajudar na luta pela sobrevivência dos povos, por exemplo: lançar pedras em frutos de árvores, atirar flechas em animais e soprar dardos em inimigos. Com o passar dos anos, elas também passaram a ser vivenciadas em outro contexto, o do jogo. Homens e mulheres passaram a arremessar/lançar objetos em alvos com o objetivo de divertimento, de lazer. Foi quando criaram jogos que envolvem o uso do arco e flecha, do estilingue, de dardos, a prática de tiros com armas de fogo, etc. À medida que os séculos passaram, esses jogos foram se popularizando cada vez mais e, aos poucos, foram incorporados à lógica do esporte. Alguns desses “jogos de precisão”, que antes tinham as suas regras defini- das pelos seus próprios participantes, começaram a ter as regras determinadas por instituições (associações, federações, etc.) que passaram a organizar os seus eventos competitivos, transformando-os em esportes de precisão. 26 Educação Física 7 o Ano Atualmente, existem diversos esportes de precisão — alguns sendo de mo- dalidades olímpicas e outros não. São exemplos: dardos, bocha, curling, golfe, tiro com arco, tiro esportivo, boliche, etc. 4. As imagens a seguir mostram pessoas lançando dardos com a intenção de acer- tar um alvo. Porém, cada uma delas se passa em um contexto diferente. Indique com um X a imagem em que o lançamento do dardo se dá no contexto do esporte. AT IV ID AD E a) b) c) Você conhece o jogo de dardos? Sabe aquela brincadeira de tentar acertar um pequeno dardo dentro de um círculo? Esse é o jogo de dardos. Não se sabe ao certo quando e como foi criado, mas acredita-se que pode ter iniciado há muitos anos com soldados que, durante seu tempo livre, lançavam objetos semelhantes a pequenos dardos em direção ao fundo de barris de vinho emborcados. Com o passar dos séculos, essa prática corporal foi se aperfeiçoando e os seus praticantes foram criando regras para regular as disputas. Na medida em que o tempo passava, o jogo de dardos foi se popularizando em diversos lugares do Pla- neta, principalmente nos bares da Inglaterra. Hoje em dia, ele também é vivenciado como um esporte. Devido às suas ca- racterísticas, estamos falando de um esporte de precisão. De acordo com pesquisa da jornalista Deise Voigt, o jogo de dardos é um es- porte bastante praticado no mundo, principalmente na Europa. Seus praticantes são chamados de dardistas. Na Inglaterra, por exemplo, jogar dardos é quase tão popular quanto o fute- bol. Inclusive, seus eventos competitivos são transmitidos pela TV, atingindo mé- dia de audiência de mais de 2,5 milhões de espectadores nas finais dos principais campeonatos. X Disponível em: http://globoesporte.globo.com/sp/sorocaba/noticia/2012/10/dardos-unem-diversao-matematica-e-sonho-de-disputar-olimpiadas.html sa tt ah ip b ea ch , P ix el -S h o t | Sh u tt er st o ck .c o m b o ka n | St o ck .a d o b e. co m 27Educação Física7 o Ano Como toda prática corporal que faz parte do fenômeno esportivo, esse espor- te de precisão é regulamentado por uma instituição. Nesse caso, é a Federação Mundial de Dardos (WDF, na sigla em inglês), criada em 1976, que determina as regras das suas principais competições. Essa instituição organizadora conta atualmente com quase 70 federações de países associados, dentre elas a Federação Brasileira de Dardos (FBD). Estima-se que existem por volta de 300 mil praticantes desse esporte em todo o mundo. No Brasil, há cerca de 5 mil praticantes filiados às federações estaduais, sendo a principal delas a Federação Paulista de Dardos (FPD). 5. Considerando a presença das instituições organizadoras/regulamentadoras no fenômeno esportivo, observe o esquema a seguir e analise as afirmações abaixo. Responda (V) para as alternativas verdadeiras e (F) para as alternativas falsas. AT IV ID AD E V Há uma hierarquia entre as instituições de uma mesma modalidade esportiva. V Existe submissão das federações estaduais à federação nacional. F Existe submissão da federação nacional à federação internacional. F As instituições são livres para definirem as regras do seu esporte, pois não há nenhuma dependência em relação às orientações vindas da instituição que está no topo da pirâmide. V Na medida em que uma federação internacional de uma modalidade esporti- va promove eventos competitivos em diferentes locais do Planeta, ela acaba con- tribuindo para que mais pessoas conheçam essa prática corporal e tenham inte- resse em vivenciá-la. 28 Educação Física 7 o Ano 6. Uma das provas do atletismo é o lançamento de dardo. Nela, o participante ten- ta lançar o dardo o mais longe possível para poder vencer a disputa. Devido às suas características, considera-se um esporte de marca e as suas regras são deter- minadas pela Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF). No jogo de dardos, por sua vez, os participantes tentam lançar o dardo em regiões específicas de um tabuleiro, que comumente é chamado de alvo. Por isso, é considerado um esporte de precisão. Embora utilizem um mesmo tipo de implemento, um dardo, são modalidades esportivas diferentes. Analise as duas imagens a seguir e identifique qual modali- dade cada uma delas representa. a) b) É preciso estar filiado a uma instituição (associação, federação, confederação, etc.) para poder praticar determinado esporte? Foram as federações que inventaram os es- portes e, por isso, são donas deles? Devemos lembrar que os esportes são práticas corporais que foram criadas por ho- mens e mulheres ao longo dos séculos, por isso são patrimônio de todos e parte da cul- tura corporal da humanidade. Portanto, todos podem praticá-los, independentemente de estarem, ou não, filiados às federações. Só necessitam se filiar os praticantes que desejarem participar dos eventos compe- titivos (campeonatos, torneios, etc.) promovidos por essas instituições. PARA REFLETIR! Lançamento de dardo Jogo de dardos s ir tr av el al o t | S h u tt er st o ck .c o m D is po ní ve l em : ht tp s: // w w w .d w .c om /e n/ w or l- d- da rt s- ch am pi on sh ip -t w o- w om en -t o- m ak e- -h is to ry -a t- al ly -p al ly /a -4 6 7 0 5 6 6 6 29Educação Física7 o Ano Segundo pesquisa do jornalista esportivo Marcelo Russio, a Federação Mundial de Dardos (WDF, na sigla em inglês) promove diversos torneios pelo mundo, premiando com cerca de R$ 200 mil os vencedores da categoria masculina e com apenas a metade desse valor as vencedoras dos torneios femininos. Você acha isso justo? Essa infeliz situação é um reflexo do que ainda acontece na maioria dos países do mundo: mulheres recebendo menos do que homens para realizar o mesmo trabalho. São casos de discriminação salarial por sexo. Desde 1943, a legislação trabalhista brasileira afirma que deve haver igualdade salarial entre homens e mulheres. Porém, na prática, nem sempre isso parece aconte- cer. Um estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em março de 2019, apontou que elas ainda têm um salário menor do que os homens no mercado de trabalho. Ainda em 2019, o Senado brasileiro aprovou um projeto de lei que pune as empre- sas que pagarem salários diferentes para homens e mulheres que desempenham as mesmasfunções. Essa lei ainda precisa ser votada e aprovada pela Câmara dos Deputa- dos e sancionada pelo presidente da República para entrar em vigor. No Brasil, muito ainda é preciso ser feito por uma verdadeira igualdade salarial en- tre os gêneros. É preciso fazer valer aquilo que é garantido em lei, os nossos direitos. Pense nisso! PARA REFLETIR! Alguns esportes, an- tes vistos como ati- vidades masculinas, hoje já possuem ampla participação do públi- co feminino em suas modalidades. Na foto, prática de tiro ao alvo. vi ic h a | S h u tt er st o ck .c o m 30 Educação Física 7 o Ano PESQUISA O jogo de dardos vive um dilema comum para muitas modalidades esportivas: não ser esporte olímpico, isto é, não estar presente nas Olímpiadas. Realize uma pesquisa com o objetivo de encontrar resposta para as seguintes perguntas: a) Por que o jogo de dardos ainda não é um esporte olímpico? Espera-se que o aluno identifique que é o COI (Comitê Olímpico Internacional) que de- cide quais são os esportes que farão parte das edições dos Jogos Olímpicos Modernos (Olimpíadas), e um dos argumentos desse comitê para impedir tal modalidade de estar pre- sente nessa competição é o número limitado de federações filiadas à WDF. De acordo com o COI, seria preciso que 74 países estivessem filiados a essa federação internacional. b) Que outras práticas corporais que, embora sejam modalidades esportivas, não estão presentes nas Olimpíadas? Futsal, boliche e xadrez, por exemplo. Como acontece o jogo de dardos? Existem várias formas de praticá-lo. Pode ser vivenciado individualmente, disputado entre dois jogadores ou duas equipes. Dependendo da modalidade que se escolher, vence o participante que zerar a pontuação primeiro ou aquele que conseguir somar mais pontos ao final das rodadas, por exemplo. Mas como assim? Vamos com calma! Primeiro conheçamos o tabuleiro de dardos. Os dardos já foram ilegais na Inglaterra por serem considerados jogo de sorte. P ix el -S h o t | S h u tt er st o ck .c o m 31Educação Física7 o Ano O tabuleiro de dardos, popularmente conhecido como alvo, é rodeado por números de 01 a 20, distribuídos de forma não sequencial. O centro dele é cha- mado de mosca. Esse tabuleiro é colocado a uma altura em que a mosca fica a 1,73 metros do chão. Além disso, ele deve se localizar a 2,37 metros de distância dos jogadores. Mais ou menos assim: No momento do lançamento do dardo, o praticante pode inclinar-se o máxi- mo possível para frente, mas o seu pé não pode ultrapassar a linha limite. Caso isso ocorra, o lançamento não será válido. Sim, mas como e quando vencemos nesse esporte de precisão? Isso dependerá da modalidade que se deseja praticar, pois existem várias. Ve- jamos alguns exemplos: a) High Score: cada participante inicia com zero ponto. Vence a disputa aquele que conseguir somar o maior número de pontos ao final das rodadas. O número delas pode variar entre 06 e 15, mas geralmente são 07 rodadas para cada participante. Em cada uma, tem-se direito a lançar 03 dardos. É a categoria mais praticada pelos iniciantes nesse esporte. b) 301: cada participante inicia com 301 pontos. Os pontos obtidos a cada dar- do lançado são subtraídos (diminuídos) dos 301 pontos iniciais. Cada participante tem o direito de lançar 03 dardos por rodada. Aquele que zerar os seus pontos primeiro vence a disputa. Porém, se passar de zero, ou seja, se ficar com uma pon- tuação negativa, ele retorna aos pontos da rodada anterior. c) 501: semelhante à modalidade 301, porém cada participante inicia com 501 pontos. Assim como a 301, a categoria 501 é uma das mais populares desse espor- te, sendo utilizada em eventos competitivos espalhados pelo mundo inteiro. 32 Educação Física 7 o Ano d) Count Up: cada participante inicia com zero ponto. Vence quem chegar ou ul- trapassar primeiro a pontuação combinada anteriormente, a qual pode variar en- tre 100 e 900. Na prática, funciona assim: o participante realiza os seus 03 lançamentos da rodada, anotam-se os pontos e, em seguida, o participante vai até o tabuleiro re- tirar os seus dardos para que o próximo participante inicie a rodada dele. Porém, vale lembrar que, se o dardo cair do tabuleiro antes de o participante retirá-lo, os pontos que ele tinha conquistado naquela rodada não serão contados. Mas, afinal, como pontuamos? Se acertar na mosca, ganharemos quantos pontos? Calma que você ainda irá se surpreender! » Ao acertarmos a parte negra ou amarela, pontuamos exatamente o que diz aquela região. No exemplo A, a seguir, o praticante conquistou 11 pontos e, no exemplo B, 14 pontos. Exemplo A Exemplo C Exemplo B Exemplo D » Ao acertarmos alguma parte do círculo maior de cor verde ou vermelha, do- bramos os pontos que constam naquela região. No exemplo C, a seguir, o pra- ticante conquistou 22 pontos e, no exemplo D, 28 pontos. 33Educação Física7 o Ano » Ao acertarmos em alguma parte do círculo menor de cor verde ou vermelha, triplicamos os pontos que constam naquela região. No exemplo E, a seguir, o praticante conquistou 60 pontos e, no exemplo F, 42 pontos. Exemplo E Exemplo F » Ao acertarmos na mosca externa, ou seja, no círculo verde que fica ao redor do círculo central vermelho, marcamos 25 pontos, como no exemplo G abaixo. Exemplo G Exemplo H » Ao acertarmos na mosca interna, ou seja, no círculo vermelho que fica exata- mente dentro do círculo central verde, marcamos 50 pontos, como no exem- plo H a seguir. 34 Educação Física 7 o Ano Exemplo I Como se pode notar, acertar na mosca, isto é, acertar no círculo central, não é a ação que pode nos render mais pontos nesse esporte. Está surpreso? » Como era de se esperar, se lançarmos o dardo fora do tabuleiro ou fora do círculo externo (maior círculo do tabuleiro), não pontuamos, como vemos no exemplo I a seguir. 7. Como vimos, não é à toa que o jogo de dardos é considerado um esporte de pre- cisão. Agora que você já sabe como ele funciona e como ocorrem as pontuações, responda às seguintes perguntas: a) Qual é o local do tabuleiro que vale mais pontos? O “triplo vinte” (região do número 20 em que a pontuação é triplicada). b) Qual o maior número de pontos que um jogador pode fazer numa única rodada, ou seja, com 03 lançamentos? 180, acertando os 03 dardos no “triplo vinte”. AT IV ID AD E 35Educação Física7 o Ano PARA REFLETIR! A depender do material em que o tabuleiro do jogo de dardos é produzido, os seus dardos podem ser mais ou menos pontiagudos para conseguir se fixar nele. Por isso, precisamos ter cuidado com certos dardos, já que, a depender do material em que forem confeccionados, eles podem causar ferimentos caso atinjam alguém ou algum ser vivo acidentalmente. Pense nisso! Não sabemos ao certo qual foi o povo que inventou o jogo de dardos, mas é preciso lembrar que, muito antes de os portugueses chegarem ao Brasil, os indígenas que aqui já habitavam realizavam diferentes práticas corporais que faziam e fazem parte da sua cultura. Uma delas é o lançamento de pequenos dardos através de uma arma artesanal chamada zarabatana. Você já ouviu falar? A zarabatana, originalmente utilizada para ajudar o povo indígena durante a caça, a pesca e para se defender de inimigos, também é usada nos seus eventos competitivos. Vence aquele que atingir o alvo o maior número de vezes. Nesse caso, o alvo é uma melancia pendurada, localizada a 20 ou 30 metros de distância. VOCÊ SABIA? Originalmente, a zaraba- tana é feita de madeira, com a utilização de um caule oco, mas hoje é pos- sível encontrá-la em metal e em plástico. Laszlo Mates | Shutterstock.com 36 Educação Física 7 o Ano PESQUISA O jogo de dardos é apenas um entre os vários esportes de precisão que a humanidade inventou durante a sua história; é apenas uma das práticas que compõem a gigantesca cultura corporal. Realize uma pesquisa para atender à seguinte tarefa: a) Escolha um esportede precisão (que não pode ser o jogo de dardos) e descreva, nas linhas abaixo, a sua história, suas regras e os materiais necessários para a sua prática. Resposta pessoal. b) Observe os espaços públicos disponíveis próximos à sua comunidade ou à sua escola e ve- rifique quais são os esportes de precisão que são possíveis de serem praticados nesses locais. Por fim, descreva o resultado das suas observações. Resposta pessoal. 37Educação Física7 o Ano PARA REFLETIR! Nem sempre próximo à nossa escola ou à comunidade em que moramos há espaços públicos disponíveis e em boas condições para praticarmos as modalidades esportivas que temos interesse. Por isso, muitas vezes precisamos reivindicar, aos nossos gover- nantes, esses locais. Já que o acesso ao esporte é um direito de todos, não podemos nos esquecer desse fato. Pense nisso! O airsoft é um esporte de precisão que simula uma situação de com- bate militar na qual são disparadas pequenas esferas de plástico com o objetivo de atingir o oponente. Na sociedade em que vivemos, praticamente tudo é entendido como mercadoria, inclusive as práticas corporais. Certamente você já viu, em locais como shopping centers, estabelecimentos em que é possível praticar esportes de precisão como o airsoft, o bo- liche e até mesmo o jogo de dardos. No entanto, como bem sabemos, só temos acesso a essas práticas corporais mediante o pagamento de taxas que, muitas vezes, são elevadas. Dessa forma, o nosso direito ao esporte fica condicionado às nossas condições de paga- mento. Já pensou nisso? M ik h ai l h o b o to n P o po v | S h u tt er st o ck .c o m Educação Capítulo 3 Física Lucas Vieira 7 ENSINO FUNDAMENTAL - 7O ANO Educação capítulo 3 Física Coordenação editorial Multi Marcas Editoriais Ltda. Rua Neto Campelo Júnior, 37 – Mustardinha – Recife/PE Tel.: (81) 3447.1178 CNPJ: 00.726.498/0001-74 – IE: 0214538-37 Fizeram-se todos os esforços para localizar os detentores dos direitos dos textos contidos neste livro. A Editora pede desculpas se houve alguma omis- são e, em edições futuras, terá prazer em incluir quaisquer créditos faltantes. Para fins didáticos, os textos contidos neste livro receberam, sempre que oportuno e sem prejudicar seu sentido original, uma nova pontuação. 7o ano do Ensino Fundamental Lucas Vieira Editor Lécio Cordeiro Revisão de texto Departamento Editorial Capa e projeto gráfico Amanda Travassos, Christiana Pacis e Sophia Karla Diagramação Sophia Karla e Cynthia Rodrigues Ilustrações Rafael Silva Direção de arte Elto Koltz O conteúdo deste livro está adequado à proposta da BNCC, conforme a Resolução nº 2, de 22 de dezembro de 2017, do Ministério da Educação. 38 Educação Física 7 o Ano esportes técnico- -combinatórios: a beleza dos movimentos3Capítulo Vamos dialogar? Olá! Neste capítulo, estudaremos os esportes técnico- -combinatórios. Você já ouviu falar neles? Quais você conhe- ce? Saberia informar quais as suas principais características? Próximo à sua comunidade, há algum espaço público em que é possível praticá-los? Essas são algumas das perguntas que farão parte do nos- so diálogo neste capítulo. Vamos lá! A le x B o ga ty re v | S h u tt er st o ck .c o m 39Educação Física7 o Ano O que são esportes técnico-combinatórios? Essas práticas corporais fazem parte de um grupo de modalidades esportivas em que não há interação direta com o(s) oponente(s). Mas como assim? Em oposição ao basquete e ao futebol, por exemplo, em que os participantes das equipes envolvidas interagem durante a disputa, nos esportes técnico-com- binatórios isso não acontece. Neles, não há contato corporal com os oponentes, a exemplo do nado sincronizado. Da mesma forma que ocorre em toda modalidade esportiva, nos esportes téc- nico-combinatórios existe a comparação entre o desempenho dos participantes. Porém, essa análise é feita com base na “beleza” e no grau de dificuldade dos movimentos realizados. Ou seja, nessas modalidades, geralmente vencem aqueles que realizarem os movimentos mais difíceis e de forma mais bonita, de acordo com a opinião dos ava- liadores. Estes acabam julgando a qualidade dos movimentos realizados com base em uma lista de critérios, assim como ocorre na ginástica rítmica, por exemplo. Podemos dizer que essas práticas corporais combinam esporte e arte ao mes- mo tempo. Não é à toa que algumas delas englobam a palavra arte em seu nome, como a ginástica artística e a patinação artística. 1. Agora que você aprendeu as características dos esportes técnico-combinató- rios, quais são as modalidades esportivas que você conhece que se encaixam nes- sa classificação? Informe, pelo menos, um exemplo que ainda não foi citado. Resposta pessoal. São exemplos de esportes técnico-combinatórios: patinação artística, saltos ornamentais, ginástica rítmica, ginástica acrobática, etc. 2. Observe as práticas corporais a seguir e identifique com um X aquelas que apresentam as seguintes características dos esportes técnico-combinatórios: » Não há contato corporal com os oponentes. » Há o julgamento da qualidade dos movimentos realizados. AT IV ID AD E a) b) X 40 Educação Física 7 o Ano X Quais modalidades podem ser consideradas como es- portes técnico-combinatórios? Ao longo dos séculos, a humanidade acumulou muitos conhecimentos e de- senvolveu diversas práticas corporais. Elas foram se transformando e se populari- zando com o passar dos anos. Hoje em dia, conhecemos muitas modalidades que podem ser consideradas como esportes técnico-combinatórios, algumas são mais presentes no nosso con- texto social do que outras. A seguir, veremos alguns exemplos. A patinação artística no gelo é uma das modalidades esportivas mais antigas da história e é a campeã de audiência nas Olimpíadas de Inverno. Existem movimentos que são proibidos na patinação no gelo, como o mortal para trás e combinações com mais de quatro saltos. Nas regiões em que o inverno não é tão rigoroso, a patinação artística sobre rodas é praticada com mais frequência, se comparada à modalidade disputada so- bre o gelo. No Brasil, no início de 1900, a pati- nação era uma atividade exclusiva- mente recreativa, trazida da Europa pelos filhos de famílias ricas. Ivica Drusany, Iurii Osadchi, testing, A.RICARDO | Shutterstock.com sp o rt po in t | S h u tt er st o ck .c o m F ab ia n P o n ce G ar ci a | S h u tt er st o ck .c o m c) d) X 41Educação Física7 o Ano Nos saltos ornamentais, um dos esportes olímpicos mais técnicos, os partici- pantes saltam de uma plataforma que pode variar entre 05 e 10 metros de altura e realizam movimentos acrobáticos durante a queda até a água. Chineses Yuan Cao e Kai Qin levam bronze na categoria saltos ornamentais nos Jogos Olímpicos Rio 2016, no Parque Aquático Maria Lenk. Entre todas as modalidades que podemos chamar de técnico-combinatórias, provavelmente as mais conhecidas são as ginásticas esportivas. Elas são ao mes- mo tempo ginástica e esporte. São exemplos: ginástica artística, ginástica rítmica, ginástica acrobática, ginástica de trampolim e ginástica aeróbica esportiva. Co- nhecemos algumas delas mais do que outras, pois são veiculadas pela mídia tele- visiva com mais frequência. A ginástica artística (GA), inicialmente chamada de ginástica olímpica (GO), certamente é uma das mais conhecidas pelo nosso povo. Alguns brasileiros e bra- sileiras ficaram marcados na história dessa modalidade, como a gaúcha Daiane dos Santos, que teve dois movimentos batizados com o seu sobrenome: Dos San- tos e Dos Santos II. A ginástica artística possui um conjunto de provas diferentes para homens e para mulheres. Para eles, as provas são: barra fixa, barras paralelas, cavalo com al- ças, argolas, salto sobre a mesa e solo. Para as mulheres: barras assimétricas, trave de equilíbrio, salto sobre a mesa e solo. D is po n ív el em :h tt ps :/ /e n .m .w ik ip ed ia .o rg /w ik i/ F ile :B R IT % C 3 % 8 2 N IC O S_ V E N C E M _E _B R A SI - LE IR O S_ T E R M IN A M _E M _% C 3 % 9 A LT IM O _N O _T R A M P O LI M _D E _3 M _S IN C R O N IZ A D O _D O S_ SA LT O S_ O R N A M E N TA IS _( 2 8 8 6 8 6 7 1 2 9 6 ).j pg 42 Educação Física 7 o Ano A ginástica artística e os seus aparelhos Barra fixa Cavalo com alças Argolas Barras paralelas Salto sobre a mesa Solo Barras assimétricas Trave de equilíbrio s po rt po in t, a n ov va | Sh u tt er st o ck .c o m 43Educação Física7 o Ano Fita Arco Bola Corda A ginástica rítmica (GR), ou ginástica rítmica desportiva (GRD), como era inicialmente chamada, também é uma das mais populares. Disputada nas Olim- píadas apenas por participantes do sexo feminino, ela engloba os seguintes apare- lhos: fita, bola, arco, corda e maça. A ginástica rítmica e os seus aparelhos Maça spo rt po in t, k at at o n ia 8 2 , A le x B o ga ty re v, B lu eO ra n ge S tu d io , Ju st d an ce , A le x B o ga ty re v | S h u tt er st o ck .c o m 44 Educação Física 7 o Ano VOCÊ SABIA? Embora seja uma modalidade esportiva predominantemente exercida por mulheres, a ginástica rítmica também é praticada por participantes do sexo mas- culino, mas em menor escala. Esses rapazes lutam para que a ginástica rítmica masculina seja reconhecida como um esporte, pois a Federação Internacional de Ginástica (FIG) não a reco- nhece como uma modalidade oficial. Além disso, em alguns países, como no Brasil, eles também enfrentam certo preconceito na sociedade por praticarem essa modalidade, que é comumente vi- venciada pelo público feminino. Fato semelhante ocorre com as meninas que pra- ticam modalidades de predominância masculina, como o futebol. 3. Qual a sua opinião com relação ao fato de pessoas do sexo masculino pratica- rem ginástica rítmica? Você é a favor ou contra? Apresente os seus argumentos. Resposta pessoal. 4. Qual a sua opinião sobre a decisão da Federação Internacional de Ginástica (FIG) de não reconhecer a ginástica rítmica masculina como uma modalidade ofi- cial? Resposta pessoal. AT IV ID AD E PARA REFLETIR! Infelizmente, a nossa sociedade ainda possui vários preconceitos. Para alguns, existem determinadas práticas corporais que “só meninos” ou “só meninas” deveriam praticar. Esse equívoco pode ser perigoso, pois possivelmente afasta muitas pessoas de algu- mas práticas corporais e dos benefícios que estas poderiam trazer para a vida delas. A ginástica rítmica, por exemplo, faz parte da cultura corporal da humanidade e todos têm o direito de usufruir dela, independentemente do sexo. Você concorda? Pense nisso! 45Educação Física7 o Ano Na ginástica de trampolim, como o próprio nome já diz, os praticantes rea- lizam saltos e acrobacias sobre um trampolim, popularmente chamado de cama elástica. É uma das ginásticas esportivas que está presente nas Olimpíadas. No entanto, por necessitar do trampolim e de toda uma estrutura de segurança, ge- ralmente temos mais dificuldade para encontrar locais e pessoas que praticam essa modalidade esportiva, se comparada às duas modalidades gímnicas apresen- tadas anteriormente. A palavra trampolim, dada à cama elástica, teve origem no nome de um francês chamado Du Trampolin, o primeiro a usar tal equipa- mento. A ginástica aeróbica esportiva provavelmente é a modalidade menos co- nhecida entre as ginásticas esportivas, talvez pelo fato de compor a lista das práticas corporais que ainda não são esportes olímpicos. De todas as que foram apresentadas até aqui, a ginástica acrobática é a modalidade mais recente da Federação Internacional de Ginástica (FIG). Sua prática acontece em pares ou em grupo. Essencialmente, seus praticantes desempenham os papéis de base ou de volante. Os volantes realizam os equilíbrios e as acrobacias, enquanto os que estão fazendo a função de base, como o próprio nome já diz, servem de sus- tentação para aqueles Nesse esporte técnico-combinatório, a confiança entre os praticantes é fundamental. Como se trata de uma prática corporal que requer pouquíssi- mos materiais, a ginástica acrobática é bastante praticada por jovens e adul- tos em vários lugares. V la d im ir V as ilt vi ch | Sh u tt er st o ck .c o m 46 Educação Física 7 o Ano Na ginástica acrobática, os atletas, em grupo, devem executar três roti- nas: uma de equilíbrio, uma dinâmica e uma combinada. Em todos esses exemplos de esportes técnico-combinatórios que foram apresen- tados, os participantes são avaliados conforme a estética e o grau de dificuldade dos mo- vimentos que realizam durante a sua apresentação. Cada um deles possui um conjunto de conhecimentos riquíssimos que podem e devem ser experimentados, aprendidos e praticados regularmente por todos nós, pois fazem parte da nossa cultura corporal. 5. Agora que você já conhece bastante sobre essas práticas corporais, explique quais são as principais características dos esportes técnico-combinatórios. Espera-se que o aluno descreva características como: não envolve contato corpo- ral com o(s) oponente(s); e comparação entre os participantes baseada na beleza e no grau de dificuldade dos movimentos realizados por eles. AT IV ID AD E O surfe fará parte nos Jogos Olímpicos a partir de 2020, na edição de Tóquio, Japão. O esporte também tem como base a análise da precisão e da beleza dos movimentos executados pelos atletas. se rg ey p o zh o ga | Sh u tt er st o ck .c o m L o u is Lo tt er P h o to gr ap hy | Sh u tt er st o ck .c o m PESQUISA Escolha um dos esportes técnico-combinatórios apresentados neste capítulo, realize uma pesquisa sobre ele e, em seguida, escreva uma síntese em seu caderno sobre a sua história, principais regras e os materiais necessários para a sua prática. Resposta pessoal. 47Educação Física7 o Ano 6. Tendo em vista a grande variedade de ginásticas esportivas que temos hoje em dia, muitas vezes nós misturamos as informações e acabamos confundindo uma modalidade com outra. Vamos ver se você prestou atenção até aqui. Analise as afirmações a seguir e assinale V para aquelas que julgar verdadeiras e F para as falsas. Caso fique em dúvida, examine os textos deste capítulo novamente, pois isso lhe ajudará a responder corretamente. F A ginástica rítmica também é chamada de ginástica olímpica. F Daiane dos Santos é uma das grandes personalidades da nossa ginástica rít- mica. V O solo é um dos aparelhos da ginástica artística que está presente nas pro- vas dos praticantes dos sexos masculino e feminino. V O salto sobre a mesa é um dos aparelhos da ginástica artística que está pre- sente nas provas dos praticantes dos sexos masculino e feminino. F A fita é um dos aparelhos da ginástica artística. F A ginástica rítmica é uma modalidade esportiva que é disputada por prati- cantes de ambos os sexos nas Olimpíadas. V As três únicas ginásticas esportivas que estão presentes nos Jogos Olímpi- cos são: ginástica rítmica, ginástica artística e ginástica de trampolim. AT IV ID AD E Ao lado de Daiane dos Santos, Daniele Hypólito (foto) é um dos grandes nomes da ginástica artística brasileira. Na ativa desde 1994, Daniele já ganhou várias medalhas para o País e conquistou a inédita oitava colocação nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, na China.A. R IC A R D O | Sh u tt er st o ck .c o m 48 Educação Física 7 o Ano PARA REFLETIR! Você percebeu que algumas práticas corporais que foram apresentadas neste capí- tulo são mais conhecidas do que outras? Por que será que isso acontece? Será que a mídia televisiva tem alguma coisa a ver com isso? Embora estejamos na era da Internet, do smartphone e de tantos outros aparelhos tecnológicos mais recentes do que a TV, estudos apontamque esta ainda é o principal e mais acessível meio de informação e entretenimento para a maior parte dos brasileiros. Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que 97,2% das residências brasileiras possuem TV, ou seja, em praticamente toda residência do País há uma televisão. Dessa forma, quanto mais uma modalidade esportiva for transmitida pela TV (veículo de comunicação de massa), mais conhecida será pela população. O contrário também é verdade, ou seja, quanto menos uma modalidade esportiva for televisionada, menos pes- soas a conhecerão. E isso obviamente acaba interferindo diretamente no número de pra- ticantes dessas modalidades esportivas. Dessa forma, percebemos o quanto a mídia televisiva tem poder para influenciar a escolha dos esportes que praticamos. Por isso, é preciso usufruir das práticas corporais de forma intencional, consciente e crítica, não apenas por apelo e influência da mídia televisiva. Pense nisso! Durante as Olimpíadas, as competições esporti- vas reúnem milhões de pessoas ao redor do mun- do em frente às televi- sões. Para muitos, aquele será o único contato com alguns esportes não tão populares em seus países. Freer | Shutterstock.com 49Educação Física7 o Ano 7. Observe os espaços públicos (praças, parques, ginásios, quadras, etc.) que se lo- calizam próximo à sua residência ou escola e tente identificar quais são os espor- tes técnico-combinatórios que as pessoas geralmente praticam nesses ambientes. Em seguida, liste-os aqui. Se você se interessar por algum(uns) deles, veja quais são as possibilidades de praticá-lo(s) nesses locais, pois você poderá ter grandes aprendizagens. Resposta pessoal. 8. Entre uma nota de 0 a 10, como você avalia a qualidade dos espaços públicos, localizados próximo à sua escola ou residência, em que é possível praticar espor- tes técnico-combinatórios? Resposta pessoal. 9. Visite clubes, associações ou outras instituições que se localizam próximo à sua residência ou escola e que promovam esportes técnico-combinatórios. Em seguida, liste quais são as modalidades ofertadas por eles e escreva-as aqui. Se você se interessar por alguma(s) delas, veja as possibilidades de praticá-la(s) nes- ses locais, pois você poderá aprender bastante com elas. Resposta pessoal. AT IV ID AD E Educação Capítulo 4 Física Lucas Vieira 7 ENSINO FUNDAMENTAL - 7O ANO Educação capítulo 4 Física Coordenação editorial Multi Marcas Editoriais Ltda. Rua Neto Campelo Júnior, 37 – Mustardinha – Recife/PE Tel.: (81) 3447.1178 CNPJ: 00.726.498/0001-74 – IE: 0214538-37 Fizeram-se todos os esforços para localizar os detentores dos direitos dos textos contidos neste livro. A Editora pede desculpas se houve alguma omis- são e, em edições futuras, terá prazer em incluir quaisquer créditos faltantes. Para fins didáticos, os textos contidos neste livro receberam, sempre que oportuno e sem prejudicar seu sentido original, uma nova pontuação. 7o ano do Ensino Fundamental Lucas Vieira Editor Lécio Cordeiro Revisão de texto Departamento Editorial Capa e projeto gráfico Amanda Travassos, Christiana Pacis e Sophia Karla Diagramação Sophia Karla e Cynthia Rodrigues Ilustrações Rafael Silva Direção de arte Elto Koltz O conteúdo deste livro está adequado à proposta da BNCC, conforme a Resolução nº 2, de 22 de dezembro de 2017, do Ministério da Educação. 50 Educação Física 7 o Ano Ginástica: aprimoramentos das capacidades físicas4Capítulo Vamos dialogar? Olá! Neste capítulo, estudaremos as ginásticas de condi- cionamento físico. Você já ouviu falar nelas, certo? Você prati- ca ou já experimentou alguma das suas modalidades? Saberia informar as suas principais características? Próximo à sua resi- dência, há algum espaço público em que é possível praticá-las? Essas são algumas das perguntas que farão parte do nosso diálogo neste capítulo. Vamos lá! Y an Le v | S h u tt er st o ck .c o m 51Educação Física7 o Ano Ginástica: uma cultura milenar Ao longo da história, por meio das relações sociais, a humanidade produziu e acumulou muitos conhecimentos relacionados às diversas áreas da vida. Pode- mos chamar o conjunto desses conhecimentos de cultura. No meio desse enorme conjunto de conhecimentos, estão as manifestações culturais relacionadas ao corpo e ao movimento humano. A essa parte da cultura da humanidade damos o nome de cultura corporal. Essa cultura corporal vem sendo, historicamente, expressa pelo esporte, pela luta, pela dança, pelo jogo e pela ginástica, que é o grande tema deste capítulo. Praticamente, tudo o que vemos na sociedade atual é resultado de um longo processo histórico de transformações. Estudiosos afirmam que a palavra ginástica deriva dos termos gregos gymnikos, que se refere a exercícios do corpo, e gymnós, que significa nu. Logo, para os gregos antigos, a palavra ginástica significava a arte de exercitar o corpo nu. Mas, como assim, nu? Sem roupas? Exatamente! Era comum, na sociedade da Grécia Antiga, os homens se exercitarem pelados nos ginásios, importantes espa- ços públicos da cultura grega. Com o passar dos séculos, a humanidade criou diversas práticas corporais que foram chamadas de ginástica. Na medida em que o tempo passava, elas foram se transformando e se popularizando. Atualmente, existe uma grande variedade delas. Popularmente, muitos possuem o hábito de chamar de exercício físi- co qualquer prática que movimente o corpo, até mesmo uma breve cami- nhada sem objetivo de melhoramento corpóreo.Iv ic a D ru sa ny | Sh u tt er st o ck .c o m 52 Educação Física 7 o Ano Há diferentes formas de classificarmos as práticas corporais gímnicas. Den- tre as possibilidades existentes de ginástica, podemos agrupá-las em categorias como: esportivas, de condicionamento físico e de conscientização corporal. Chamamos de ginásticas esportivas as modalidades que fazem parte do fe- nômeno esportivo, as quais se caracterizam pela comparação do desempenho dos participantes. Elas são, ao mesmo tempo, ginástica e esporte. São exemplos: ginás- tica acrobática, ginástica aeróbica esportiva, ginástica artística, ginástica rítmica, ginástica de trampolim. As ginásticas de conscientização corporal, também conhecidas como ginás- ticas alternativas, são práticas que englobam movimentos suaves e proporcionam uma melhor percepção sobre o próprio corpo. Durante essas práticas corporais, é comum a preocupação com a postura da coluna vertebral e com a respiração. São exemplos: ginástica chinesa, ioga, tai chi chuan, etc. Por sua vez, as ginásticas de condicionamento físico são um conjunto de práticas corporais que se caracterizam pela exercitação corporal com o objetivo de melhoria da condição física. São exemplos: ginástica aeróbica, ginástica locali- zada, ginástica laboral, hidroginástica, etc. Neste capítulo, estudaremos as ginásticas de condicionamento físico. AT IV ID AD E a) c) b) d) Conscientização corporal Condicionamento físico Condicionamento físicoEsportiva fi zk es , L u ck y B u si n es s, A le x B o ga ty re v, w av eb re ak m ed ia | Sh u tt er st o ck .c o m 1. Observe as práticas corporais a seguir e classifique-as em ginástica esportiva, ginástica de conscientização corporal ou ginástica de condicionamento físico. 53Educação Física7 o Ano e) f) Conscientização corporal Esportiva Exercício físico ou atividade física? Neste capítulo, citaremos bastante a expressão exercício físico, portanto é preciso dialogarmos sobre o seu conceito. Frequentemente, ouvimos pessoas se referindo a exercícios físicos e ativida- des físicas como sinônimos, ou seja, como se fossem a mesma coisa. No entanto, especialistas afirmam que são práticas diferentes. Você saberia explicar qual a principal diferença entre elas? De acordo com estudiosos do assunto, atividade física pode ser entendida comoqualquer movimento corporal que nos cause um gasto energético, como as tarefas diárias de varrer a casa, lavar a bicicleta, carregar as sacolas de compras do supermercado para o carro, etc. Já o exercício físico é um tipo de atividade física que fazemos com a in- tenção de melhorar a nossa condição corporal; por exemplo, realizar séries de alongamentos, exercícios como polichinelos, prancha abdominal, agachamen- tos, caminhar com o intuito de melhorar a capacidade cardiorrespiratória, etc. Então, percebemos que a diferença entre essas práticas está no objetivo, ou seja, no propósito de cada uma delas. Limpar a casa é um exemplo muito comum de atividade física. A _L es ik | Sh u tt er st o ck .c o m 4 P M p ro d u ct io n | Sh u tt er st o ck .c o m F re ed o m z | S h u tt er st o ck .c o m 54 Educação Física 7 o Ano 2. Considerando os conceitos de exercício físico e atividade física apresentados anteriormente, analise com atenção as afirmações a seguir e assinale V para aque- las que considerar verdadeiras e F para as falsas. V Todo exercício físico é uma atividade física. F Toda atividade física é um exercício físico. F Nem todo exercício físico é uma atividade física. V Nem toda atividade física é um exercício físico. F Toda atividade física é um exercício físico, mas nem todo exercício físico é uma atividade física. V Todo exercício físico é uma atividade física, mas nem toda atividade física é um exercício físico. 3. As alternativas a seguir retratam situações em que pessoas estão realizando ora atividades físicas, ora exercícios físicos. Analise-as e informe se elas se refe- rem a uma atividade física ou a um exercício físico. a) Caminhar de casa até a parada de ônibus para pegar o transporte e, assim, po- der ir para o trabalho. Atividade física. b) Ir à praça pública para caminhar. Exercício físico. c) Nadar na praia, durante 30 minutos, duas vezes por semana. Exercício físico. d) Realizar uma série de flexões de braços, aguardar um intervalo e reiniciar a série. Exercício físico. e) Correr atrás dos amigos durante uma partida de pega-pega. Atividade física. AT IV ID AD E 55Educação Física7 o Ano 4. Analise as imagens abaixo. Em seguida, circule aquelas em que as pessoas apa- rentam estar fazendo uma atividade física e marque com um X as que aparentam realizar exercícios físicos. a) c) b) d) 5. Tomando como base a sua vida cotidiana, descreva quais são as atividades físi- cas e quais são os exercícios físicos que você costuma realizar durante a semana. Resposta pessoal. X X A n at o liy K ar ly u k | S h u tt er st o ck .c o m fi zk es | Sh u tt er st o ck .c o m L id er in a | S h u tt er st o ck .c o m L id er in a | S h u tt er st o ck .c o m 56 Educação Física 7 o Ano Ginásticas de condicionamento físico Ao longo da sua existência, como vimos anteriormente, a humanidade inventou diversas for- mas de ginástica, dentre elas as que estamos chamando de ginásticas de condicionamento físico. Essas formas de ginástica são muito presentes nos dias de hoje e podem ser realizadas em diversos locais, como na nossa própria casa, em praças públicas, nas academias de ginástica, etc. De um modo geral, são práticas que se caracterizam pela realização de exercícios físicos com o propósito de melhoria da condição física. Elas contribuem, por exemplo, para o apri- moramento de capacidades físicas como força, flexibilidade, resistência cardiorrespiratória, resistência muscular localizada, etc. A ginástica localizada, a ginástica aeróbica, a ginástica laboral, a hidroginástica, entre ou- tras, são práticas corporais que podem ser chamadas de ginástica de condicionamento físico. Vamos conhecer algumas delas! Atualmente, quando ouvimos alguém falando: “Estou indo para a academia”, apostamos todas as nossas fichas que ela está se dirigindo a uma academia de ginástica, não é mesmo? Mas sabia que nem toda academia é de ginástica? Você sabe a origem desse nome? Assim como ginástica e ginásio, o termo academia tem origem na Grécia Antiga. De acordo com o Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, de autoria de Antenor Nas- centes, essa palavra vem do grego akademia. Platão, filósofo grego que viveu entre 427 e 347 a.C., em um determinado período da sua existência passou a reunir um grupo de estudiosos para debater sobre diversas questões em um lugar conhecido como bosque de Academo, localizado na cidade de Atenas. Academo tinha sido um herói grego. Tempos depois, o grupo ficou conhecido por academia, a Academia de Platão. Posteriormente, a reunião de pessoas de uma mesma área passou a receber esse nome. De lá para cá, instituições e estabelecimentos em que algum conhecimento espe- cífico é desenvolvido também passaram a ser chamados de academia. Por isso, hoje em dia, conhecemos diversas instituições que se intitulam dessa forma, como a Academia Brasileira de Letras, a Academia Militar das Agulhas Negras, a Academia Imperial de Belas Artes, Academia Nacional de Medicina, as academias de ginástica, as academias de luta, as academias de dança, etc. Como vimos, academia e filosofia têm tudo a ver. Disso você não sabia, não é mes- mo? Propague esse conhecimento para os seus amigos que frequentam academias de ginástica. Eles também ficarão surpresos! VOCÊ SABIA? 57Educação Física7 o Ano A ginástica localizada é uma prática que envolve séries de exercícios para uma determinada região do nosso corpo. Esses exercícios são realizados apenas com o nosso peso ou com o uso de materiais que lhes são bastante característicos, por exemplo, colchonetes, pequenos alteres, faixas elásticas, caneleiras e torno- zeleiras de peso, etc. Peso do Corpo Colchonete Alteres Corda Essa modalidade pode ser vivenciada de forma individual ou em grupo e con- tribui para fortalecer a musculatura, melhorando principalmente a capacidade fí- sica que chamamos de resistência muscular localizada. Essa capacidade física permite que nos mantenhamos realizando um exercí- cio físico por determinado tempo. Quanto mais resistência temos, por mais tempo conseguimos nos exercitar. R o ck sw ee pe r | S h u tt er st o ck .c o m T O R W A IS T U D IO | Sh u tt er st o ck .c o m F eb ru ar y_ Lo ve | Sh u tt er st o ck .c o m O le n a Y ak o b ch u k | S h u tt er st o ck .c o m 58 Educação Física 7 o Ano 6. Como vimos, a ginástica localizada se caracteriza pela repetição de movimen- tos corporais que visam desenvolver determinadas regiões do nosso corpo. Cite 01 exercício físico, realizado apenas com o peso corpóreo, que pode ajudar a de- senvolver os grupos musculares da região do/a(s): a) Braços. Flexões de braço. b) Pernas. Agachamentos. c) Abdômen. Prancha abdominal. AT IV ID AD E VOCÊ SABIA? Durante a vida escolar, passamos muitas horas sentados estudando e, por vezes, encontramo-nos com aquelas “dorezinhas” nas costas, não é mesmo? Você sabia que os exercícios físicos realizados na ginástica localizada podem nos ajudar a nos livrar delas? A prancha abdominal, por exemplo, é um ótimo exercício para isso, pois ajuda a for- talecer os músculos de uma região corpórea popularmente chamada de core. O core en- volve músculos da região lombar e do abdômen, importantes para a sustentação da parte superior do nosso corpo. Experimente realizar esse exercício por apenas 10 segundos. Certamente, você con- seguirá! Quando perceber que já faz essa tarefa com facilidade, estipule uma nova meta, como realizá-la por 20 segundos. Em destaque, na imagem, mús- culos que são trabalhados ao praticar o exercício de prancha abdominal. 59Educação Física7 o Ano Talvez você já tenha ouvido falar que, ao realizar exercícios localizados, como os famosos abdominais, conseguimos “queimar” a gordura localizada naquela região do corpo. Porém, saiba que isso setrata de um mito. Embora esses exercícios também contribuam para o emagrecimento, é preciso lem- brar que a perda de gordura acontece de forma geral no nosso corpo, e não apenas em um local ou em outro. VOCÊ SABIA? Aero combat Aero step Aero jump Aero dance A ginástica aeróbica geralmente acontece ao som de música e envolve sequências de exercícios ritmados, assemelhando-se a algumas danças. Ela recebe esse nome porque exige uma maior quantidade de oxigênio no nosso corpo. Durante uma sessão dessa prática corporal, os pulmões e o coração precisam trabalhar com maior intensidade para levar oxigênio aos músculos. Assim, ela contribui para melhorar, principalmente, a nossa capacidade física conhecida como resistência cardiorrespiratória. Tal competência está diretamente ligada com o tempo em que consegui- mos nos manter realizando um exercício físico dessa natureza. Ou seja, quan- to mais resistência cardiorrespiratória temos, por mais tempo conseguimos nos exercitar. Ao longo dos anos, a ginástica aeróbica foi incorporando diferentes exer- cícios e formas de prática, por exemplo, aquelas que são popularmente co- nhecidas como: aero step, aero dance, aero combat, aero jump, etc. Cada uma delas apresenta características distintas, mas em todas há sequên- cias de exercícios ritmados que requerem grande quantidade de oxigênio no nos- so corpo para serem realizadas. D av id P er ei ra s, S yd a P ro d u ct io n | Sh u tt er st o ck .c o m E SB P ro fe ss io n al s , G io rg io R o ss i | S h u tt er st o ck .c o m 60 Educação Física 7 o Ano PESQUISA Atualmente, a ginástica aeróbica vem sendo praticada em vários formatos. Realize uma pesquisa com o objetivo de descobrir quais são as principais características do: a) Aero step: Chama-se assim porque inclui a utilização de um objeto popularmente conhecido como step, o qual se assemelha a um degrau, uma pequena plataforma. Durante essa prática, as pessoas realizam movimentos ritmados, alternando subidas e descidas nesse objeto. b) Aero dance: É praticamente uma sessão de dança. Durante o aero dance, experimentam-se exercícios cor- porais no embalo de ritmos musicais, como o axé, o samba, a salsa, o forró, o merengue,o funk, etc. c) Aero combat: Combina movimentos ritmados de ataque e de defesa (socos, chutes, joelhadas, esquivas, etc.), característicos de diversas lutas, como caratê, boxe, tai chi chuan e taekwondo. d) Aero jump: Inclui a utilização de pequenas camas elásticas individuais, também conhecidas por jump. Durante essa prática, realizam-se movimentos ritmados sobre esse objeto, principalmen- te na forma de pequenos saltos. Uma das principais capacidades físicas que esse exercício desenvolve é o equilíbrio, tendo em vista que os praticantes necessitam se equilibrar a todo instante para se manter no mini trampolim. 61Educação Física7 o Ano AT IV ID AD E 7. As diferentes formas de ginástica de condicionamento físico fazem parte da cultura corporal da humanidade. O acesso à cultura é um direito de cada cidadão brasileiro, de acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil. Go- vernantes de algumas cidades brasileiras direcionam parte do valor arrecadado com os impostos pagos pelo povo para a construção de espaços públicos que pos- sibilitem o acesso a essa cultura. Além disso, em algumas cidades, o poder público promove programas/projetos em que são ofertadas aulas gratuitas das diversas formas de ginástica de condicionamento físico para a população. Precisamos estar atentos ao modo como os governantes das cidades em que moramos investem os recursos públicos, ou seja, o nosso dinheiro. Diante desse contexto, responda às perguntas a seguir: a) Próximo à sua residência ou escola, há algum espaço público em que é possível praticar alguma forma de ginástica de condicionamento físico? Se sim, qual(is)? Resposta pessoal. b) Próximo à sua residência ou escola, há algum projeto/programa promovido pelo poder público em que são ofertadas aulas gratuitas de ginástica de condicio- namento físico para a população? Se sim, qual(is)? Resposta pessoal. c) Em sua opinião, como podemos reivindicar locais públicos de qualidade para nossos bairros, com o intuito de haver a oferta de programas/projetos que ofere- çam aulas gratuitas, inclusive de ginástica, para a população? Resposta pessoal. 62 Educação Física 7 o Ano VOCÊ SABIA? Com o passar dos anos, a ginástica aeróbica se popularizou bastante. Muitas pessoas passaram a praticá-la em diversos países do mundo. Em um determinado momento, essa prática corporal, que até então era realizada com o objetivo de melhoria da condição física, também passou a ser vista como uma ativida- de em que era possível haver competição entre os seus participantes. Então, em diferen- tes regiões do mundo, as pessoas passaram a criar regras para regular as disputas, assim como organizar eventos competitivos (torneios e campeonatos). Nesse contexto, surgem as suas primeiras instituições organizadoras, ou seja, as associações, federações, etc. Percebendo o seu crescimento e potencial esportivo, a Federação Internacional de Ginástica (FIG) criou a modalidade de ginástica aeróbica esportiva. Embora ainda não seja uma das modalidades esportivas presentes nas Olimpíadas, ela já é praticada em mais de 45 países espalhados pelo mundo. O Cristal Light foi o primeiro cam- peonato de aeróbica no Brasil, rea- lizado em 1987, em São Paulo. Dois anos depois, surgiram as primeiras competições internacionais, nas quais participaram EUA, Canadá, Argentina, Brasil e Japão. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, as doenças do coração estão em primeiro lugar na lista das principais causas de morte no mundo inteiro. A prática de exercícios aeróbicos contribui para exercitar o músculo do coração, tor- nando-o mais eficiente para bombear o sangue para os pulmões e, em seguida, para os músculos. Com isso, esses órgãos ficam mais fortalecidos, o que colabora para a diminui- ção dos riscos de doenças cardiorrespiratórias. se rg ey p o zh o ga | Sh u tt er st o ck .c o m Educação Capítulo 5 Física Lucas Vieira 7 ENSINO FUNDAMENTAL - 7O ANO Educação capítulo 5 Física Coordenação editorial Multi Marcas Editoriais Ltda. Rua Neto Campelo Júnior, 37 – Mustardinha – Recife/PE Tel.: (81) 3447.1178 CNPJ: 00.726.498/0001-74 – IE: 0214538-37 Fizeram-se todos os esforços para localizar os detentores dos direitos dos textos contidos neste livro. A Editora pede desculpas se houve alguma omis- são e, em edições futuras, terá prazer em incluir quaisquer créditos faltantes. Para fins didáticos, os textos contidos neste livro receberam, sempre que oportuno e sem prejudicar seu sentido original, uma nova pontuação. 7o ano do Ensino Fundamental Lucas Vieira Editor Lécio Cordeiro Revisão de texto Departamento Editorial Capa e projeto gráfico Amanda Travassos, Christiana Pacis e Sophia Karla Diagramação Sophia Karla e Cynthia Rodrigues Ilustrações Rafael Silva Direção de arte Elto Koltz O conteúdo deste livro está adequado à proposta da BNCC, conforme a Resolução nº 2, de 22 de dezembro de 2017, do Ministério da Educação. 63Educação Física7 o Ano Danças urbanas e a cultura do brega-funk5Capítulo Vamos dialogar? Olá! Neste capítulo, estudaremos danças urbanas, com ênfase no brega-funk. Você já ouviu falar nesta modalidade? Poderia citar exemplos? O que você percebe que há de co- mum entre as danças urbanas? Quais são as suas principais características? Essas são algumas das perguntas que farão parte do nos- so diálogo neste capítulo. Vamos lá! A le x B o ga ty re v | S h u tt er st o ck .c o m 64 Educação Física 7 o Ano A dança faz parte da história da humanidade desde os primórdios. É um com- ponente da nossa cultura corporal, construída ao longo dos anos. Ela pode ser entendida como uma formade expressão corporal que a humani- dade criou para representar os diferentes aspectos da vida. Por meio da dança, é possível transmitir sentimentos encontrados em variados âmbitos sociais: na reli- gião, no trabalho, na escola, nos costumes, na guerra, na comunidade, etc. Soldados neozelandeses dançando a haka durante a Segunda Guerra Mun- dial. Essa dança bélica teve origem com os povos maoris, na Nova Zelândia. A d am C u er d en - Im pe ri al W ar M u se u m | W ik ip ed ia .c o m VOCÊ SABIA? A equipe de rúgbi neozelandesa há mais de 100 anos realiza a dança no começo de suas partidas A haka é uma dança bélica de origem maori e faz parte agora da cultura pop, e os responsáveis por sua popularidade são os All Blacks. A equipe de rúgbi neozelandesa há mais de 100 anos a realiza no começo de suas partidas e a transformou em sua marca registrada. Haka é o nome genérico pelo qual é conhecida toda a dança dos maoris, uma etnia procedente da Polinésia. Os All Blacks (e muitas outras equipes neozelandesas) a uti- lizam em suas partidas para mostrar sua força e unidade. A seleção é considerada um exemplo de integração racial e cultural, que contribui para a unidade de neozelandeses de diferentes origens, simbolizada na haka. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2017/10/19/cultura/1508405168_363160.html. Acesso em: 28/04/2020. Adaptado. CONTEXTUALIZANDO 65Educação Física7 o Ano A n to n io D ia z | S to ck .a d o b e. co m Ao passar dos séculos, diferentes formas de dança foram criadas. Mas, mesmo diante de tamanha diversidade, podemos perceber que existem elementos que são comuns à boa parte delas. De acordo com alguns estudiosos, esses elementos são: a) Ritmo: envolve a cadência de movimentos. b) Espaço: refere-se ao ambiente físico onde os praticantes se movimentam. En- volve formas, trajetos, direções, etc. c) Gesto: são movimentos que expressam significados. Atualmente, homens e mulheres utilizam a dança para diversas finalidades, como: festejar, interagir socialmente, trabalhar, divertir-se, melhorar a condição física, reve- renciar deuses de algumas religiões (o candomblé e a umbanda, por exemplo), etc. Podemos classificar as danças de várias maneiras, dentre elas: Danças urbanas: também conhecidas como street dance, são aquelas que surgiram em zonas periféricas e centros urbanos. Em geral, são praticadas em espaços públicos. São exemplos: hip-hop dance, breaking dance, popping, brega- -funk, etc. O breaking dance surgiu com os porto-ri- quenhos no período da Guerra do Vietnã (1955–1975), mas só repercutiu no final dos anos 1960, nos Estados Unidos. A dança tem como inspiração movimentos do kung fu. Danças de salão: embora possam acontecer, em alguns casos, de forma in- dividual, geralmente são dançadas em pares. Exemplos: forró, samba de gafieira, salsa, valsa, etc. O tango é uma dança de salão que faz parte do Patrimônio Cultural da Humanidade desde 2009. De acordo com o poeta argentino Discépolo, "o tango é um pensamento triste que se pode dançar".M ih ai B la n ar u | St o ck .a d o b e. co m 66 Educação Física 7 o Ano 1. Os gestos corporais que realizamos durante uma dança expressam significados. Cada dança urbana engloba uma infinidade de gestos, os quais podem ser criados e recriados por seus praticantes. Agora, releia o conceito de dança urbana apre- sentado neste capítulo. Em seguida, analise as imagens a seguir e marque aquelas que representam uma dança urbana. AT IV ID AD E X X k si | St o ck .a d o b e. co m al fa 2 7 | St o ck .a d o b e. co m A nd re y K is el ev | St oc k. ad ob e. co m A ug us ta s C et ka us ka s | S to ck .a do be .c om 67Educação Física7 o Ano A ka b er ka | St o ck .a d o b e. co m Brega-funk O brega-funk nasceu na periferia da cidade do Recife, Pernambuco. Atual- mente, é muito praticado no Brasil inteiro. A sua repercussão nacional e internacional é recente, por volta de 2018, influenciada pelo sucesso de três jovens artistas, MC Loma e as Gêmeas Lacração. Outro fenômeno que contribuiu para a ascensão do ritmo foi a coreografia conhecida popularmente por passinho dos maloka. Os gestos corporais do passinho dos maloka são realizados predominantemente por ombros, braços e região pélvica. Ao som de um ritmo bastante característico, os praticantes do brega-funk realizam movimentos ora improvisados ora coordenados com os demais integran- tes do grupo. De acordo com uma matéria publicada pela BBC News Brasil, em 2019, a pla- taforma musical Spotify apontou um crescimento de 145% nas reproduções de músicas do brega-funk em todo o País. No entanto, apesar de todo esse sucesso, essa dança urbana é alvo de críti- cas e divide opiniões. Enquanto uma parcela da sociedade reconhece o seu valor cultural, a outra não reconhece que as letras da maioria das músicas e alguns dos gestos corporais desse gênero agreguem valor cultural. 68 Educação Física 7 o Ano 2. Devido à sua repercussão nacional, o brega-funk ganhou uma playlist oficial no serviço de streaming musical mais popular do Planeta, o Spotify. Além disso, a re- ferida empresa internacional produziu um interessante documentário sobre essa dança urbana, intitulado de O Brega Funk vai dominar o mundo. Essa produção audiovisual nos permite ampliar o nosso conhecimento acerca des- sa manifestação cultural. Acesse o QR Code abaixo ou o canal do Spotify Brasil no YouTube, assista ao curta-metragem e produza uma síntese sobre as informações apresentadas. Use o seu caderno ou uma folha à parte para escrevê-la. https://www.youtube.com/watch?v=3qLr-qILt1k AT IV ID AD E Resposta pessoal. VOCÊ SABIA? Muitos jovens pernambucanos, oriundos de bairros periféricos, geralmente de clas- ses sociais economicamente desfavorecidas, veem o brega-funk como um meio para mu- dar as suas condições econômicas e as da sua família. Eles observam os casos de colegas que conseguem ascender financeiramente com os valores que recebem por suas apresentações de dança nos grupos de brega-funk e, assim, vivem com mais conforto. Além disso, espelham-se naqueles que fizeram grande sucesso e conquistaram re- cursos que lhes permitiram, por exemplo, melhores condições de moradia. PARA REFLETIR! Assim como ocorre no futebol e em outros esportes, alguns jovens abandonam a es- cola para se dedicar ao sonho de se tornarem grandes astros do brega-funk e outros rit- mos da periferia. Essa é uma carreira que pode render bons cachês para aqueles que estão nos “topos” do sucesso. Mas será que é possível se manter de forma permanente nesse lugar de destaque? Qual é a sua opinião sobre abandonar os estudos para se dedicar integralmente a esse sonho? Você conhece alguém que tornou esse tipo de decisão? Que implicações so- ciais podemos perceber nesse desejo pelo sucesso? É preciso refletir sobre o assunto. Pense nisso! 69Educação Física7 o Ano Resposta pessoal. PESQUISA Você sabe como ocorreu esse processo do brega tradicional para o brega-funk? Pesquise sobre a origem, os principais artistas, as transformações ocorridas e as influências que esse gênero sofreu. Em seguida, escreva os resultados da sua pesquisa no seu caderno. Não esqueça de citar a(s) fonte(s) através da(s) qual(is) você obteve sua resposta. 3. Boa parte dos bairros das periferias das grandes cidades apresenta altos índi- ces de criminalidade. Há quem afirme que o brega-funk contribui para afastar os jovens residentes desses lugares do caminho do crime, uma vez que podem trans- formar o tempo ocioso em práticas dessa dança. Você concorda ou discorda desse ponto de vista? Qual o seu posicionamento so- bre o assunto? Escreva no seu caderno. AT IV ID AD E Projeto de lei contra gestos presentes no brega-funk O brega-funk é uma dança urbana que divide opiniões na sociedade. Uma par- cela da populaçãoa considera como uma importante manifestação cultural per- nambucana — assim como o frevo, o maracatu e o caboclinho —, enquanto a outra parte a compreende como uma dança imprópria, principalmente quando o assun- to é a conhecida coreografia passinho dos maloka. Os críticos entendem que as letras de grande parte dessas músicas abordam o conteúdo sexual de forma pejorativa, sobretudo desvalorizando e objetificando as mulheres. Assim também acontece com alguns gestos corporais considerados inapropriados, pois, de acordo com esses críticos, incitam a sexualização precoce de crianças e adolescentes. Inclusive, há até um projeto de lei que defende a sua proibição nas escolas do Estado de Pernambuco. O Projeto de Lei Ordinária 494/2019, da deputada estadual Clarissa Tércio, entrou em tramitação na Assembleia Legislativa de Pernambuco. A proposta dis- põe sobre a proibição de danças que contribuam para a sexualização precoce e a erotização infantil nas escolas do Estado de Pernambuco. No decorrer do texto, esse projeto de lei sugere a proibição da realização de Resposta pessoal. 70 Educação Física 7 o Ano 4.Qual a sua opinião sobre o Projeto de Lei Ordinária 494/2019? Você é contra ou a favor? Justifique a sua resposta. Esse projeto de lei pode ser acessado por meio deste link: http://www.alepe.pe.gov.br/proposicao-texto-completo/?docid=4966&tipoprop=p. Resposta pessoal. AT IV ID AD E VOCÊ SABIA? Em resposta ao Projeto de Lei Ordinária 494/2019, os cantores de brega-funk Shevchenko e Elloco e Maneiro na Voz lançaram a música Passinho não é crime. Na letra da música, eles afirmam que o passinho é uma manifestação cultural pernambuca- na, portanto não é crime. danças “cujas coreografias sejam obscenas, pornográficas, ou exponham as crian- ças e adolescentes à erotização precoce”. A autora justifica que “a erotização precoce de crianças e adolescentes é fa- tor responsável diretamente pelo aumento da violação da dignidade sexual de mulheres e também dos casos de estupro de vulnerável, por esse motivo, cabe às escolas contribuir para combater os estímulos à erotização infantil no âmbito de suas atividades culturais e pedagógicas proibindo a exposição precoce a danças inadequadas que simulam movimentos de atos sexuais”. De acordo com Clarissa Tércio, esses tipos de dança apresentam coreografias “vulgares” que contribuem para “tirar a inocência de crianças e adolescentes”. Por outro lado, há quem discorde da deputada. Segundo a Ordem dos Advo- gados do Brasil (OAB) de Pernambuco, trata-se de um projeto inconstitucional, ou seja, ele não está de acordo com a principal lei do nosso país: a Constituição da República Federativa do Brasil. Para alguns educadores, esse projeto de lei retira o direito da juventude de se expressar por meio da dança e representar a cultura das comunidades na escola. De acordo com os pensadores que são adeptos da ideia do relativismo cultu- ral, não se pode julgar a cultura do outro a partir do nosso próprio ponto de vista. É preciso tentar entender a cultura de determinado grupo social a partir das cren- ças do próprio grupo. http://www.alepe.pe.gov.br/proposicao-texto-completo/?docid=4966&tipoprop=p 71Educação Física7 o Ano VOCÊ SABIA? De acordo com o artigo 99 do Código Civil brasileiro, as ruas e praças são bens públi- cos de uso comum do povo. De acordo com a Art. 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente: “É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público as- segurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária”. Proibição de encontros de passinho em espaços públicos do Recife A criação das redes sociais virtuais possibilitou marcar encontros presenciais com um grande número de pessoas de forma rápida e fácil. Hoje em dia, é dessa forma que os jovens marcam os encontros de brega-funk. Como acontece com boa parte das danças urbanas, os seus praticantes optam por realizar apresentações e encontros em ruas e praças das cidades, ou seja, em lo- cais públicos. Entretanto, há relatos de que, na cidade do Recife, os jovens advindos das peri- ferias enfrentam grande repressão para usufruir do direito de ocupar determinados espaços públicos para praticarem o brega-funk. De acordo com a reportagem Passinho: racismo policial reprime encontros e já fez a primeira vítima, da jornalista Mariama Correia, há registros de violentas abordagens da polícia em encontros de passinho, principalmente quando eles são realizados em espaços públicos de áreas turísticas e elitistas da cidade. Isso indica um preconceito social com a classe economicamente mais desfavorecida. No entanto, parece haver ainda outra forma de preconceito nesses casos. Na ava- liação da Procuradora de Justiça do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Ma- ria Bernadete Azevedo, a repressão contra o passinho configura racismo institucional. Para a procuradora, isso acontece em situações em que instituições, como a da polícia militar, atuam de forma diferenciada em relação a algum grupo por questões raciais. Nas palavras de Maria Bernadete Azevedo: “A juventude que está sofrendo violência é majoritariamente negra. Porque se parte do pressuposto de que se for negro, se for pobre, só pode ser bandido”. Ou seja, também há preconceito racial. 72 Educação Física 7 o Ano 5.Qual a sua opinião sobre o uso de espaços públicos dos grandes centros urba- nos para a realização de encontros de brega-funk? Resposta pessoal. AT IV ID AD E PESQUISA O brega-funk é apenas uma dentre as várias danças urbanas que a humanidade criou ao longo da sua história. Escolha uma dança urbana e realize uma pesquisa sobre ela, com o objetivo de aprender sobre a sua história, o ritmo, principais gestos corporais, a temática das letras das músicas, as roupas utilizadas, os espaços em que é praticada, etc. Em segui- da, escreva uma síntese sobre a sua pesquisa no espaço a seguir. Resposta pessoal. Educação Capítulo 6 Física Lucas Vieira 7 ENSINO FUNDAMENTAL - 7O ANO Educação capítulo 6 Física Coordenação editorial Multi Marcas Editoriais Ltda. Rua Neto Campelo Júnior, 37 – Mustardinha – Recife/PE Tel.: (81) 3447.1178 CNPJ: 00.726.498/0001-74 – IE: 0214538-37 Fizeram-se todos os esforços para localizar os detentores dos direitos dos textos contidos neste livro. A Editora pede desculpas se houve alguma omis- são e, em edições futuras, terá prazer em incluir quaisquer créditos faltantes. Para fins didáticos, os textos contidos neste livro receberam, sempre que oportuno e sem prejudicar seu sentido original, uma nova pontuação. 7o ano do Ensino Fundamental Lucas Vieira Editor Lécio Cordeiro Revisão de texto Departamento Editorial Capa e projeto gráfico Amanda Travassos, Christiana Pacis e Sophia Karla Diagramação Sophia Karla e Cynthia Rodrigues Ilustrações Rafael Silva Direção de arte Elto Koltz O conteúdo deste livro está adequado à proposta da BNCC, conforme a Resolução nº 2, de 22 de dezembro de 2017, do Ministério da Educação. 73Educação Física7 o Ano Lutas do Brasil: a capoeira e outras modalidades6Capítulo Vamos dialogar? Olá! Neste capítulo, estudaremos sobre tipos de lutas do Brasil, destacando as principais características da capoeira. Você sabe quais são as lutas brasileiras? Já praticou ou assis- tiu a alguma delas? De qual você mais gosta? Quais são as suas principais características? Já ouviu falar em capoeira de an- gola? Você conhece os seus principais movimentos corporais? Essas são algumas das perguntas que farão parte do nos- so diálogo neste capítulo. Vamos lá! A le x B o ga ty re v | S h u tt er st o ck .c o m 74 Educação Física 7 o Ano A luta Como destaca o Professor de Educação Física Flávio Roberto Carneiro de Medeiros,podemos compreender a luta como uma disputa em que o contato cor- poral entre os participantes é inevitável. Como acontece em toda disputa, na luta os participantes objetivam vencer seu oponente. Entretanto, o que a diferencia das demais práticas corporais é que, nela, os envolvidos realizam ações com a in- tenção de atacar e/ou controlar o corpo do seu adversário, além de defender-se dos golpes aplicados por ele. Essas ações de ataque, controle e defesa se expressam em forma de movi- mentos corporais como chutes, socos, empurrões, torções, imobilizações, esqui- vas, bloqueios, etc. A depender da modalidade de luta, tais movimentos podem envolver ainda o uso de objetos, como escudos, espadas, bastões, lanças, etc. Pinturas rupestres presentes em parques arqueológicos de diferentes re- giões do Planeta indicam que a luta faz parte da cultura corporal da humanidade desde as épocas mais remotas. Podemos dizer que, em cada período histórico, ela teve diferentes conota- ções. Na Pré-História, por exemplo, era preciso lutar para sobreviver. Era necessá- rio lutar contra animais para se obter alimento, travar batalhas pela liderança do grupo, disputar com outros povos por melhores territórios. Ou seja, a luta surgiu como uma necessidade humana. fr en ta | St o ck .a d o b e. co m Parte de escultura da parede do templo de Prasat Bayon, no Camboja, construído por volta do sécu- lo XII. Nesse detalhe, podemos perceber a representação de uma disputa. 75Educação Física7 o Ano Ao longo dos anos, os povos passaram a aperfeiçoar o modo como lutavam, criando formas de luta mais organizadas. A partir de então, a luta passou a ser utilizada para diversas finalidades, como: propagar a cultura do povo, exercitar o corpo, participar de competições, defesa pessoal, entretenimento, trabalho. Atualmente, contamos com um grande número de modalidades de luta. Po- demos classificá-las de diferentes maneiras, por exemplo: de curta, média ou lon- ga distância; olímpicas e não olímpicas; que envolvem armas ou não; orientais ou ocidentais; indígenas; esportivas ou não. Enfim, as possiblidades são incontáveis. Segundo a Base Nacional Comum Curricular, as lutas se classificam em: a) Lutas do Brasil: àquelas criadas no território brasileiro, como o huka-huka, a luta marajoara, a capoeira e o jiu-jitsu brasileiro. b) Lutas do mundo: àquelas que foram originadas em outros países, como o judô, o taekwondo, o muay thai, o boxe, a esgrima, o kendo, etc. F re d P in h ei ro | St o ck .a d o b e. co m D eb ia n O o M | St o ck .a d o b e. co m Durante a luta de capoeira, vários instru- mentos são tocados para compor o ritmo dos movimentos do corpo. Um deles, e um dos mais conhecidos hoje, é o berimbau, que só foi incorporado a essa luta no século XIX. Kendo, em japonês, significa caminho da espada. Surgiu a partir dos samurais e tem como objetivo desenvolver, além das habilidades físicas para a luta, aspectos morais e espirituais para a vida em sociedade. 76 Educação Física 7 o Ano VOCÊ SABIA? Você sabe qual é a luta mais praticada no Brasil? De acordo com uma pesquisa realizada pela agência de marketing esportivo e comuni- cação FightCom, a modalidade de luta mais vivenciada no nosso país é o jiu-jitsu. 1. Ao longo da sua vida, certamente você adquiriu conhecimentos sobre a luta. Mas talvez você não tenha organizado essas informações em forma de texto escri- to. Observe as perguntas a seguir e responda-lhes com as suas próprias palavras. a) Se algum colega perguntasse a você o que é luta, qual resposta mais completa você conseguiria lhe dar? Resposta pessoal. b) Quais exemplos de modalidades de luta você conhece? Resposta pessoal. c) Como você as classificaria? Resposta pessoal. d) Você já praticou alguma modalidade de luta? Quais? Resposta pessoal. e) Quais são os seus objetivos ao praticá-las? Resposta pessoal. f) Quais modalidades de luta você mais gosta de praticar/assistir? Resposta pessoal. AT IV ID AD E 77Educação Física7 o Ano Lutas do Brasil Embora estejamos na parte do Planeta conhecida mundialmente como País do futebol, nosso povo também tem se mostrado bastante interessado nas lutas. Pesquisas mostram que, a cada ano, mais brasileiros se tornam praticantes de al- guma modalidade de luta. Cada uma dessas modalidades de luta apresenta uma série de características que lhes são particulares. Elas possuem diferentes origens, filosofias, rituais, nor- mas de conduta, técnicas de ataque, defesa e controle, indumentárias, etc. A capoeira, por exemplo, foi criada no período da escravatura. Ela é vivencia- da ao som do berimbau e demais instrumentos que compõem a sua musicalidade. Seus praticantes geralmente utilizam uma calça, chamada de abadá, com uma cor- da amarrada na cintura. Sc o tt G ri es se l | S to ck .a d o b e. co m É considerado um bom capoeirista aquele que se dedica tanto às habilidades da luta como à musica- lidade dos instrumentos e dos cantos característicos. 2. O que diferencia a luta dos demais componentes da cultura corporal da huma- nidade? Por exemplo, o que diferencia a luta da dança? Na luta, os praticantes realizam ações com a intenção de atacar e/ou controlar o corpo do seu oponente, além de defender-se dos golpes aplicados por ele. 78 Educação Física 7 o Ano A luta marajoara, ou agarrada marajoara, por sua vez, é uma prática corporal típica da Ilha de Marajó, no Estado do Pará. Seu objetivo é derrubar o oponente com as costas no chão e sujar as costas dele, por isso, procura-se não praticá-la em locais de terreno sólido para evitar lesões nos participantes. É geralmente pratica- da em areia fofa. Dadas as proporções, assemelha-se ao wrestling. N ic h o la s P ic ci llo | St o ck .a d o b e. co m Acredita-se que o wrestling tenha começado a ser praticado na Grécia Antiga. Essa luta passou a fazer parte dos Jogos Olímpicos no ano de 704 a.C., e os lutadores duelavam nus. O huka-huka está presente nos Jogos Mundiais Indígenas. Na foto, mulheres da etnia Kuikuro fazem demonstração dessa modalidade. O huka-huka é uma luta indígena brasileira bastante praticada na região do Alto Xingu, no Estado do Mato Grosso. Durante a sua prática, tenta-se levantar o oponente, desequilibrá-lo e, então, derrubá-lo. Ela se inicia com os participantes ajoelhados. D is po n ív el em : h tt p: // ag en ci ab ra si l.e b c. co m .b r/ si te s/ _a ge n ci ab ra - si l2 0 1 3 /fi le s/ fo to s/ 9 8 2 6 7 7 -2 9 1 0 2 0 1 5 _d sc _9 2 6 2 .jp g 79Educação Física7 o Ano O jiu-jitsu brasileiro se assemelha ao judô, porém a sua ênfase é na aplicação de técnicas de torções que visam levar o oponente a desistir da luta. Diferente- mente do judô, essa modalidade de luta ocorre predominantemente no solo. O jiu-jitsu original che- gou ao Brasil no início do século XX com o mestre Mitsuyo Maeda, que pas- sou seus conhecimentos para a família Gracie, tor- nando-a precursora do sistema brasileiro desse esporte no País. ВВ ВВ ВВ В ВВ ВВ | St o ck .a d o b e. co m À medida que estudamos cada uma dessas modalidades de luta, passamos a compreendê-las e explicá-las melhor. Além disso, diminuímos as chances de rea- lizarmos pré-julgamentos e, assim, assumirmos posturas preconceituosas para com elas e seus praticantes. Concorda? É preciso ampliar o nosso conhecimento sobre as práticas corporais histori- camente criadas pela humanidade, pois só dessa forma poderemos praticá-las e apreciá-las de forma crítica, consciente e autônoma. PARA REFLETIR! O nosso país possui uma enorme diversidade cultural, que deve ser respeitada e valo- rizada. Não é porque a nossa cultura é diferente de outras que devemos desconsiderá-la. Pelo contrário, devemos buscar conhecê-la. Essa atitude contribui para que não venha- mos a formar preconceitos. Nesse contexto, nãohá luta melhor ou pior, certa ou errada, bonita ou feia, que deve ser mais ou menos praticada. Pois cada uma delas apresenta importantes significados cul- turais para os seus praticantes. Pense nisso! 80 Educação Física 7 o Ano Capoeira Huka-huka Jiu-jitsu brasileiro Luta marajoara Sc o tt G ri es se l | S to ck .a d o b e. co m h tt p: // se el .p a. go v. b r/ si te s/ d ef au lt / fil es /i m g_ 9 2 9 0 .jp g M ar ek | St o ck .a d o b e. co m h tt p s :/ /i m a g e n s .e b c .c o m .b r /G k X L s - 2 w a l- jg s n w 2 C X g e c fJ jc Q k = /7 7 0 x 0 /h t- tp s :/ /a g e n c ia b ra s il .e b c .c o m .b r/ s it e s / d ef au lt /f ile s/ th u m b n ai ls /i m ag e/ u ka _u ka _k u a- ru p_ 0 5 0 8 2 0 2 9 1 9 .jp g? it o k= Q iJ 6 jIF 6 Capoeira Luta marajoara Jiu-jitsu brasileiro Huka-huka PESQUISA Escolha uma luta do Brasil e realize uma pesquisa sobre a sua história, normas de conduta, técnicas de ataque, defesa e controle, indumentárias, etc. Logo após, escreva no espaço a seguir uma síntese dos resultados encontrados. Resposta pessoal. 3. Cada modalidade de luta possui características que nos permitem identificá-la. As imagens a seguir retratam algumas das mais praticadas no nosso país. Preen- cha as lacunas com o nome da modalidade de luta que cada imagem representa. Considere as opções de respostas presentes no quadro abaixo AT IV ID AD E 81Educação Física7 o Ano Capoeira Há diferentes narrativas que tentam explicar a origem da capoeira. A mais aceita pelos estudiosos é que ela foi desenvolvida no Brasil, no Período Colonial, pelos negros escravizados que vieram da África. Como sabemos, no século XVI, Portugal passou a trazer pessoas de diferen- tes países do continente africano para serem escravizadas no Brasil. No entanto, quando aqui chegaram, os africanos não trouxeram consigo apenas a sua força de trabalho, mas também a sua cultura. Estudos revelam que, nesse período, no sul da Angola existia um ritual de luta chamado de n’golo, também conhecido como dança das zebras. Esse ritual era assim chamado porque os participantes realizavam golpes que se assemelhavam aos movimentos utilizados pelas zebras, como coices e cabeçadas. Nele, os africa- nos lutavam ao som de tambores para disputar as mulheres da tribo. Diante do sofrimento e da opressão que aqui viviam, os negros passaram a se rebelar contra os seus escravizadores brancos. A partir do n’golo, eles criaram uma luta que pudesse lhes ajudar no processo de resistência e libertação: a capoeira. Com o passar das décadas, a duras penas, a capoeira foi tomando outros sig- nificados. O que antes era proibido por lei passou a ser praticado e ensinado li- vremente. O que antes era tido como “coisa de escravo” passou a ser patrimônio cultural brasileiro. Cada vez mais, grupos de capoeira passaram a existir e a difundir essa luta no Brasil e no mundo, por meio de aulas, apresentações, eventos, etc. Cada um com sua forma de entender e ensinar capoeira. Podemos dizer que existem dois estilos dessa modalidade de luta: a capoeira de angola e a capoeira-regional. Cada uma delas apresenta uma série de peculia- ridades. Neste capítulo, poderemos ampliar o nosso conhecimento acerca da ca- poeira de angola. VOCÊ SABIA? A música é um componente fundamental da capoeira. Foi introduzida como forma de ludibriar (enganar) os escravizadores, fazendo-os acreditar que os escravos estavam dançando e cantando, quando, na verdade, treinavam capoeira. Ela determina o ritmo da luta durante a roda, o qual pode variar entre bem lento e bastante acelerado. 82 Educação Física 7 o Ano PARA REFLETIR! A capoeira pode ser considerada uma arte marcial? Para responder a essa pergunta, precisamos saber o que esse termo significa. Concorda? Estudos revelam que o termo arte marcial tem origem greco-romana e se refere à arte da guerra. A palavra marcial é originada da palavra Marte, que, para os gregos, representa- va o deus da guerra. Assim sendo, as lutas que foram aperfeiçoadas para serem utilizadas em guerras contra outros povos podem ser consideradas artes marciais. Outra forte característica dessas práticas corporais é que cada uma delas carrega a essência filosófica e cultural do povo que a criou, muitas vezes sendo vivenciadas como uma filosofia de vida. Considerando que a capoeira foi criada, no Brasil, pelos escravos negros, como uma luta a ser utilizada em combate contra os seus escravizadores, podemos considerá-la uma arte marcial. Essa prática corporal traz consigo a história e a cultura afro-brasileira. É preciso estarmos atentos ao contexto histórico em que as modalidades de luta fo- ram criadas, pois, diferentemente do que a mídia informa, nem todas as lutas são artes marciais. Fique ligado! Capoeira de angola Não há como falar da capoeira de angola sem pronunciar o nome do Mestre Pastinha, considerado o pai dessa prática corporal. Segundo o Mestre Pastinha, os negros advindos da Angola eram os que mais se destacavam na prática da capoeira na Bahia, por isso o nome capoeira de angola. Esse estilo de capoeira é considerado por alguns como o mais original. Os es- tudiosos da área afirmam que esse é o estilo mais próximo de como os escravos praticavam a capoeira. Ela se caracteriza por ser um pouco mais lenta e por se de- senvolver mais perto do solo. O que não quer dizer que também não seja praticada com a postura mais ereta e com movimentos mais rápidos. Inicialmente, existem duas formas de se vivenciar a capoeira de angola: o jogo de dentro e o jogo de fora. No jogo de dentro, o objetivo dos praticantes é atingir a cabeça do camarada (parceiro com quem se está lutando). É uma forma de luta mais rasteira. Já no jogo de fora, luta-se com uma postura mais ereta e pode-se atingir qualquer parte do corpo do camarada. 83Educação Física7 o Ano Seus cânticos são acompanhados por um conjunto de oito instrumentos. São eles: berimbau gunga (possui som mais grave, que faz a marcação do toque e rege a roda de capoeira), berimbau médio, berimbau-viola (apresenta som mais agudo), caxixi, atabaque, pandeiro, agogô e reco-reco. O jogo de angola se inicia com dois camaradas agachados perto da pessoa que está tocando o berimbau. Em seguida, eles se cumprimentam (geralmente dando as mãos) e começam a vadiar (jogar capoeira de angola). Após jogarem, esses dois camaradas devem retornar ao pé do berimbau para se saudarem novamente, dan- do oportunidade para mais dois capoeiristas. 4. A música foi introduzida como forma de ludibriar (enganar) os escravizadores. Na capoeira de angola, ela é acompanhada por uma bateria de oito instrumentos. Analise as imagens a seguir e responda a que instrumento cada uma delas corresponde. AT IV ID AD E Jo a So u za | St o ck .a d o b e. co m F re d P in h ei ro | St o ck .a d o b e. co m B ru n o M ar ti n sI m ag en s | St o ck . ad o b e. co m T h ia go | St o ck .a d o b e. co m Berimbau Atabaque Agogô Reco-reco 84 Educação Física 7 o Ano ib en k. 8 8 | St o ck .a d o b e. co m ch ar n si tr | St o ck .a d o b e. co m Pandeiro Caxixi VOCÊ SABIA? Vicente Joaquim Ferreira Pastinha, mais conhecido por Mestre Pastinha, nascido em 1889, é considerado o pai da capoeira de angola. Começou a treinar capoeira com um africano, Mestre Benedito, que o viu apanhar de um rival em sua infância. Após as apren- dizagens que obteve, Pastinha dedicou sua vida à capoeira. É reconhecido nacionalmente por ter se empenhado na difusão da capoeira de angola. Apesar da fama, o velho mestre terminou seus dias esquecido. Expulso do Pelourinho em 1973 pela prefeitura, sofreu dois derrames seguidos que o deixaram cego. Morreu aos 93 anos. h tt p :/ /w w w .p al m ar es .g ov .b r/ w p -c o n te n t/ u p lo ad s/ 2 01 9 /0 4 /P as ti - n h a- 1 .jp g 85Educação Física7 o Ano 6. Em 1998, foi lançado um documentário chamado Pastinha, uma vida pela capoeira. A obra narra a história do Mestre Pastinha e da capoeira no Brasil. Assista ao vídeo com muita atenção, pois certamente você terá ricas aprendizagens. Em seguida, es- creva uma síntese no seu caderno dos conhecimentos veiculados no documentário. https://www.youtube.com/watch?v=RpBW7dlNqrI Alguns movimentos corporais da capoeira de angola A capoeira de angola dispõe de um vasto repertório de movimentos corporais que passaram a compor a cultura corporal da humanidade. O nome desses movi- mentos varia de acordo com a região e o grupo de capoeira onde são vivenciados. Existem várias formas de se classificar os movimentos da capoeira de angola. De acordo com o Mestre Bola Sete, podemos classificá-los em: 5. O Mestre Pastinha em muito contribuiu para a difusão da capoeira de angola no Brasil e no mundo. Sobre a capoeira, uma das suas frases que ficou mais co- nhecida foi: “Mandinga de escravo em ânsia de liberdade, seu princípio não tem método e seu fim é inconcebível ao mais sábio capoeirista.” Reflita sobre a frase do Mestre Pastinha. Em seguida, escreva no espaço a seguir as conclusões às quais você chegou. Resposta pessoal. AT IV ID AD E https://www.youtube.com/watch?v=RpBW7dlNqrI 86 Educação Física 7 o Ano 1. Movimentos defensivos: » Ginga: é o movimento principal da capoeira. Por meio da ginga é que se reali- zam os demais movimentos. » Negativa: é uma esquiva que o praticante faz descendo ao solo. Apoia-se em uma das pernas e deixa-se a outra estendida. As duas mãos vão ao chão. Utili- za-se, por exemplo, para se defender de uma meia-lua ou rabo de arraia. » Rolê: na posição agachada, com o auxílio das mãos, realiza-se um giro que permite ao praticante se afastar ou se aproximar do camarada. » Aú: em um movimento de rotação, apoia-se as mãos no solo, eleva-se as per- nas e, em seguida, volta-se à posição ereta. Frequentemente usado para ini- ciar a luta e para escapar de técnicas como a rasteira e a tesoura. Popularmen- te conhecido como estrelinha. 2. Movimentos desequilibrantes: » Rasteira: é uma espécie de “varredura”, na qual se encaixa o pé na altura do calcanhar do camarada procurando derrubá-lo. » Banda: aproxima-se do camarada, encaixa-se uma perna atrás do seu corpo e procura-se derrubá-lo com o auxílio do braço ou da cabeça. » Tesoura: encaixam-se as duas pernas na altura dos joelhos do camarada e, com um movimento de rotação, tenta-se derrubá-lo. » Boca de calça: em um rápido movimento, segura-se a boca de calça ou a perna do camarada, puxando-a em sua direção, derrubando-o para trás. 3. Movimentos traumatizantes: » Cabeçada: como o próprio nome já indica, lança-se a cabeça em direção ao corpo do camarada. » Meia-lua: consiste em lançar a perna de trás de forma estendida, em um movi- mento de rotação, de fora para dentro. » Rabo de arraia: agacha-se sobre a perna da frente e, com a outra perna livre, rea- liza-se um movimento de rotação, varrendo na horizontal ou diagonal. Quando se inicia o movimento de rotação, as duas mãos vão ao solo para melhor equilí- brio. Atinge-se o camarada com o calcanhar. Também é conhecido por meia-lua de compasso. » Chapa de costas: é um golpe de coxa erguida, aplicado com a planta do pé. » Ponteira: eleva-se a perna de forma estendida com bastante rapidez e recolhe-se imediatamente. Desferido com a ponta do pé. » Joelhada: só é aplicado quando o capoeirista está bem próximo do outro. 87Educação Física7 o Ano 7. Analise cada imagem a seguir e escreva a que movimento corporal da capoeira angola ela corresponde. Para tanto, considere as opções de respostas a seguir. AT IV ID AD E Joelhada Ponteira Chapa de costas Rabo de arraia Tesoura Meia-lua Cabeçada Rolê Aú Banda Ginga Negativa Rasteira Boca de calça Rolê Ginga Rasteira Negativa Aú Banda 88 Educação Física 7 o Ano Tesoura Boca de calça Rabo de arraia Chapa de costas Meia-lua PonteiraCabeçada 89Educação Física7 o Ano Mas, afinal, capoeira é luta, dança, jogo ou esporte? Como diz o contramestre Henrique Kohl, (mais conhecido como Tchê), pro- fessor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a capoeira é um fenôme- no híbrido. Para alguns, ela pode ser entendida como jogo, tanto que, por vezes, ouvimos pessoas dizendo que irão “jogar” capoeira. Isso ocorre devido à sua atual possibili- dade de prática com viés lúdico. Para outros, a capoeira é vista como uma dança, pois, além de envolver músi- ca, engloba os elementos: ritmo, espaço e gestos. Atualmente, a capoeira também está inserida na lógica do esporte. Hoje, temos diversas federações de capoeira no Brasil, as quais promovem diferentes eventos competitivos. Contudo, não devemos nos esquecer de que, antes de poder ser entendida como jogo, dança e/ou esporte, a capoeira surgiu como uma arte marcial, ou seja, uma prática corporal a ser utilizada com fins de guerra. Portanto, a capoeira é es- sencialmente luta. 8. Em 1993, foi lançado um dos filmes que abordam o tema da capoeira de forma bastante emocionante. O filme Only the Strong retrata a atuação de um professor que tenta ensinar capoeira para os alunos rebeldes de uma escola norte-ameri- cana. Durante o filme, é possível ampliarmos o nosso conhecimento acerca dos movimentos corporais da capoeira, seus instrumentos, musicalidade, etc. Assista ao filme e, em seguida, escreva uma síntese das suas aprendizagens no espaço a seguir. Resposta pessoal. AT IV ID AD E Educação Capítulo 7 Física Lucas Vieira 7 ENSINO FUNDAMENTAL - 7O ANO Educação capítulo 7 Física Coordenação editorial Multi Marcas Editoriais Ltda. Rua Neto Campelo Júnior, 37 – Mustardinha – Recife/PE Tel.: (81) 3447.1178 CNPJ: 00.726.498/0001-74 – IE: 0214538-37 Fizeram-se todos os esforços para localizar os detentores dos direitos dos textos contidos neste livro. A Editora pede desculpas se houve alguma omis- são e, em edições futuras, terá prazer em incluir quaisquer créditos faltantes. Para fins didáticos, os textos contidos neste livro receberam, sempre que oportuno e sem prejudicar seu sentido original, uma nova pontuação. 7o ano do Ensino Fundamental Lucas Vieira Editor Lécio Cordeiro Revisão de texto Departamento Editorial Capa e projeto gráfico Amanda Travassos, Christiana Pacis e Sophia Karla Diagramação Sophia Karla e Cynthia Rodrigues Ilustrações Rafael Silva Direção de arte Elto Koltz O conteúdo deste livro está adequado à proposta da BNCC, conforme a Resolução nº 2, de 22 de dezembro de 2017, do Ministério da Educação. 90 Educação Física 7 o Ano práticas corporais de aventura: Le Parkour7Capítulo Vamos dialogar? Olá! Neste capítulo, estudaremos a prática corporal de aventura urbana chamada Le Parkour, ou Parkour. Você já ou- viu falar nela? Sabe quando foi criada e qual é o objetivo dessa atividade? Conhece alguém que já a praticou? Você sabe qual é o significado da palavra parkour? Quais são os principais mo- vimentos corporais dela? Onde podemos praticá-la? Ao longo deste capítulo, você terá a oportunidade de am- pliar os seus conhecimentos sobre essa prática corporal de aventura urbana. Vamos lá! Yo ra P ec h ki n | St o ck .a d o b e. co m 91Educação Física7 o Ano O que são práticas corporais de aventura? As práticas corporais de aventura fazem parte da cultura corporal da humani- dade e foram produzidas por homens e mulheres, em diferentes regiões do Plane- ta, ao longo de vários séculos. Embora nem toda prática corporal de aventura seja um esporte, elas podem ser conhecidas como esportes de risco, esportes alternativos, esportes extre- mos, esportes radicais, entre outras definições. Essas práticas corporais se caracterizam por envolver riscos controlados e situações de imprevisibilidade causadas pelo ambiente desafiador em que geral- mente ocorrem. Por isso,o uso de equipamentos de proteção durante a realização dessas atividades é imprescindível. Podemos classificá-las com base em diferentes critérios, dentre eles o am- biente em que são realizadas. Assim, podemos categorizá-las em: práticas corpo- rais de aventura na natureza e práticas corporais de aventura urbana. Práticas corporais de aventura na natureza Como exemplos mais comuns que envolvem aventura na natureza, podemos citar o rapel, o arborismo, a escalada, o bungee jump, o paraquedismo, o balonismo, a pesca esportiva, entre tantos outros. D el ph in e P o gg ia n ti | St o ck .a d o b e. co m D ew al d | St o ck .a d o b e. co m A tirolesa é um tipo de prática corporal de aventura na natureza. A corrida de mountain bike, ou MTB, exige bas- tante preparo físico e o uso de equipamentos de segurança. 92 Educação Física 7 o Ano C h ar le s LI M A | St o ck .a d o b e. co m F re d M ar ie | St o ck .a d o b e. co m Práticas corporais de aventura urbanas Já o skate, o ciclismo, o slackline, entre outros, fazem parte da modalidade de práticas corporais de aventura urbanas. A modalidade patins in-line é um exemplo de prática urbana (ou esporte radical). No entanto, é preciso destacar que muitas dessas práticas corporais podem ser realizadas tanto na natureza quanto em ambientes urbanos, como é o caso do rapel, do bungee jump, da escalada e do slackline. Prática de slackline urbano. Paris, França. AT IV ID AD E 1. Você já praticou alguma das modalidades de aventura que discutimos até ago- ra? Se sim, cite-a(s) no espaço a seguir. Se não, compartilhe as que você possui in- teresse em conhecer. Se achar pertinente, pesquise em outras fontes. Resposta pessoal. 93Educação Física7 o Ano Você sabe o que é Parkour? A palavra parkour vem de parcours, do francês, que significa percurso. Na divisão de gênero, os praticantes homens são chamados de traceurs, e as mulheres, de tra- ceuses. Na língua portuguesa, essa expressão se aproxima de percurso de obstáculos. st an d re t | S to ck .a d o b e. co m Ja co b L u n d | St o ck .a d o b e. co m Traceur. Traceuse. O objetivo dessa atividade física consiste em realizar um percurso sem que haja a necessidade de desviar dos obstáculos que estiverem no caminho. A ideia é superar essas obstruções por meio de movimentos que envolvem corridas, saltos, escaladas, rolamentos, etc. No que diz respeito aos aspectos históricos dessa prática corporal, os estudos afirmam que ela foi criada por David Belle e os irmãos Yahn, Frederic Hnautra e David Malgogne, na França, na década de 1980. Para estruturar o Parkour, David Belle teria se apropriado de uma prática cor- poral bastante presente em instituições militares, chamada de Método Natural. VOCÊ SABIA? O Método Natural foi idealizado por Georges Hébert, que, dentre outras realizações, desenvolveu um percurso de obstáculos para treinamento militar, chamado de parcours du combattant, bastante utilizado por soldados france- ses na Guerra do Vietnã. A ge n ce R o l - B ib lio th èq u e n at io n al e d e F ra n ce | W ik ip ed ia .o rg 94 Educação Física 7 o Ano A rs en ii | S to ck .a d o b e. co m E u ge n io M ar o n gi u | St o ck .a d o b e. co m E u ge n io M ar o n gi u | St o ck .a d o b e. co m A rs en ii | S to ck .a d o b e. co m Wall run, ou escalada. Salto de precisão. Cat leap, ou pulo do gato. Tic tac. PARA REFLETIR! Como dizia o químico francês Antoine-Laurent Lavoisier (1743 – 1794): “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.”. Essa afirmação também pode ser aplica- da às práticas corporais da humanidade, dentre elas o Parkour. Como vimos em linhas anteriores, estudos categorizam David Belle o precursor do Parkour, mas sabemos que os movimentos que deram origem a essa prática já existiam — antes mesmo de o Método Natural. De acordo com essa linearidade, de que forma você compreende a criação de práticas corporais? Pense nisso! P ro fe ss or , es pe ra -s e qu e o al un o pe rc eb a qu e as pr át ic as c or po ra is n ão fo ra m in ve nt ad as d o di a pa ra a no it e. E la s sã o re su lt ad o de u m p ro ce ss o de t ra ns - fo rm aç õe s qu e oc or re ra m a o lo ng o da h is tó ri a. Movimentos básicos do Parkour Toda prática corporal apresenta uma série de movimentos que lhes são carac- terísticos. No Parkour não é diferente. Por ser uma atividade inserida na modalida- de de aventura urbana, alguns movimentos são mais complexos e arriscados que outros. A seguir, conheceremos os mais essenciais. D im co | St o ck .a d o b e. co m D im co | St o ck .a d o b e. co m Monkey vault. Fast vault. 95Educação Física7 o Ano Rolamento, movimento realizado após uma aterrissagem. AT IV ID AD E 2. Analise os movimentos corporais básicos do Parkour que foram apresentados. Em seguida, separe uma folha à parte ou o seu caderno para desenhar um percurso com obstáculos encontrados em locais urbanos, como praças, parques, avenidas, etc. Para finalizar essa atividade, informe quais são os movimentos que podem ser realizados em cada obstáculo do seu percurso. Resposta pessoal. 3. Considerando os movimentos corporais básicos do Parkour que foram estudados, analise, em grupo, os espaços da sua escola e identifique locais com potencial para a realização dessa prática contemporânea. Em seguida, cite-os nas linhas a seguir. Resposta pessoal. 96 Educação Física 7 o Ano Em toda prática corporal de aventura urbana, há riscos que devem ser previstos e con- trolados na medida do possível. Após analisar o espaço escolar junto aos seus colegas, pesquise e descreva medidas de prevenção para cada lugar escolhido para a realização do Parkour. Para facilitar, você pode especificar essas medidas de acordo com os movimentos básicos da modalidade e seus respectivos riscos e as possibilidades de minimizá-los. Resposta pessoal. PESQUISA O Parkour e os equipamentos de proteção Conforme estudamos, os praticantes de Parkour realizam movimentos cor- porais que envolvem corridas, saltos, escaladas e rolamentos. Por isso, é preciso tomar os devidos cuidados ao praticá-lo. Como em toda prática corporal de aventura, essa atividade deve ser realizada com o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI). Por mais que a execução das suas técnicas necessite de um traje que não limite a amplitude dos movimentos dos traceurs e das traceuses, não se pode abrir mão de, pelo menos, um par de tênis adequado. Este acessório ajuda a amortecer os impactos nas articulações ao reali- zar as aterrissagens e melhora a performance. Além disso, também é recomendado o uso de munhequeiras para proteger os pulsos do contato com superfícies ásperas. PARA REFLETIR! Desde seu surgimento, o Parkour segue princípios filosóficos objetivando o bem-estar e a qualidade de vida dos seus praticantes, que treinam suas habilidades motivados pela superação pessoal e sempre incentivados pelos colegas do grupo ao qual pertencem. Essa atividade se preocupa com a prevenção das lesões, mas não traz de forma organizada uma metodologia de ensino sistematizada, e, por isso, o processo de aprendizagem em grupos de praticantes é diferente de academias, clubes ou outros espaços de convivência social em que o esporte costuma ser protagonista. De acordo com um famoso traceur, “viver o Parkour é muito importante, porque ele não depende só do exercício físico, ele depende do psicológico e dos valores que se desenvolvem com a prática.” E você, o que acha da filosofia dessa prática corporal? Pense nisso! Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/licere/article/download/19690/16449/. Acesso em: 15/10/2020. Adaptado.