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Estrategias_de_Motivacao-1

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Eurekka | Formação em Terapias Comportamentais Contextuais 
 
Olá, pessoal, tudo bem com vocês? Aqui quem fala é o Lucas Rigoni, você está lendo o 
resumo da aula de número 3 chamada: estratégias de motivação. Ela faz parte do módulo 
6, de Terapia Comportamental Dialética. 
 
Essa aula dividiu-se em três grandes partes: 
 
 
Esse é um conteúdo sobre comprometimento muito importante. A DBT tem diversas 
técnicas, mas nenhuma dessas técnicas vai funcionar se o cliente não desenvolver o que 
é necessário para que ele engaje no que é preciso ser feito como combinado na terapia, 
ou seja com comprometimento. 
 
Comprometimento é todo aquele conjunto de comportamentos que são necessários para 
que uma tarefa seja feita de fato, por exemplo, imagine que você está com um plano de 
começar a frequentar a academia, para ter mais saúde e adquirir o peso desejado. 
Imagine que você encontrou uma academia perto da sua casa, comprou todo o 
equipamento, tem condição de saúde, tem os tênis e a roupa adequados, mas ainda não 
está engajando no comportamento de ir na academia. Não tem o que é necessário para 
engajar-se no hábito de ir à academia, o que nós chamaríamos de comprometimento. 
 
Para resolver qualquer problema ou se envolver em qualquer tarefa na nossa vida é 
necessário comprometimento. Por isso, a terapia dialética considera muito importante 
aprimorar as técnicas de motivação e de comprometimento. Afinal, só existe terapia 
comportamental dialética com comprometimento. Faz parte da terapia trabalhar o 
comprometimento constantemente, é uma negociação constante entre aceitar o 
 Eurekka | Formação em Terapias Comportamentais Contextuais 
 
momento em que o paciente está e puxar ele um pouco mais para comprometer-se com 
as tarefas da terapia. 
 
É importante retomarmos o conceito de motivação da aula de ativação comportamental, 
como costumo dizer, o combustível da motivação é a recompensa, então para nos 
sentirmos motivados com determinadas tarefas, elas precisam gerar uma sensação de 
recompensa. Nos sentimos recompensados quando sentimos que o comportamento 
que estamos emitindo está nos aproximando de algo que consideramos importante. 
 
Em contrapartida, as pessoas sentem uma perda de motivação quando há uma 
desconexão de sentido, quando a tarefa não os impulsiona para os seus objetivos e 
valores. Se você frequentar a academia, por exemplo, sentirá dor, fará esforço e terá que 
dedicar tempo, um tempo que poderia ser de descanso ou lazer. Dessa forma, para 
permanecer indo à academia, você precisa ter a sensação de que está sendo 
recompensado, de que está se aproximando de um objetivo importante. Estar claro dos 
seus objetivos e conectado com seus valores ao emitir comportamentos fazem que você 
se sinta mais próximo deles e isso é recompensador, e também serve para mostrar as 
atitudes necessárias para chegar até o objetivo. 
 
Marsha Linehan diz que comprometimento não é como um botão liga ou desliga, não 
deve ser entendido como algo inato nas pessoas, algumas têm comprometimento e 
outras não tem, devemos desconstruir essa ideia. Comprometimento é o nome dado a 
um conjunto de comportamentos que fazem com que uma pessoa se coloque a fazer 
aquilo que é necessário ser feito. Linehan afirma que nós não criamos comprometimento, 
nós intervimos nos comportamentos que aumentam o comprometimento, porque 
entendemos que o comprometimento se desenvolve. 
 
Por mais que compreendamos que o comprometimento não funciona como botãozinho 
que liga e desliga, mas algo que é desenvolvido através de tarefas e combinações, ainda 
assim as pessoas exigem comprometimento dos nossos clientes como se fosse um 
botãozinho. Eles costumam utilizar frases muito invalidantes como "ele não quer 
melhorar", "falta comprometimento da parte dele" ou até mesmo "ele é muito preguiçoso 
 Eurekka | Formação em Terapias Comportamentais Contextuais 
 
e desleixado". Esse tipo de frase coloca o comprometimento como algo interno, que as 
pessoas têm ou não têm. Nós devemos psicoeducar os nossos clientes sobre o conceito 
de comprometimento, explicar que ele é algo que se desenvolve. Para descobrirmos 
quais comportamentos devem ser intensificados e ajustados para que aumente o 
comprometimento do nosso cliente com alguma tarefa, há algumas estratégias. 
 
Uma das estratégias para aumentar o comprometimento é conhecida como o espírito do 
comprometimento. Trazemos a pergunta: o que você faria mais se estivesse 
totalmente comprometido com a tarefa em questão? Por exemplo, o que você faria 
mais quando estivesse totalmente comprometido com a academia? O que você faria 
mais se estivesse totalmente comprometido com a nossa terapia? Totalmente 
comprometido com o nosso projeto de não se cortar mais? Totalmente comprometido 
em ter uma alimentação mais saudável ou cuidar mais de você? 
 
A partir dessa pergunta, podemos produzir uma lista de comportamentos que vão 
aumentar o comprometimento. Muitas vezes não é uma tarefa fácil e nem simples 
desenvolver comprometimento. Imagine que já é difícil desenvolver comprometimento 
em pessoas que não tem uma patologia, isso se torna ainda mais difícil com alguém com 
alguma psicopatologia, algum transtorno de personalidade, com uma desregulação 
emocional constante. É por isso que os objetivos terapêuticos e as expectativas com a 
terapia devem estar claros. Onde o nosso cliente quer chegar? O que ele busca 
melhorar? Qual é o objetivo com a meta? Qual são os valores aos quais ele está tentando 
se aproximar? 
 
Quando os nossos clientes tentam cumprir as tarefas e não conseguem, temos uma 
grande oportunidade de entender o que foi mais forte do que o comprometimento nessa 
tarefa. É melhor que ela faça um experimento comportamental e tente, do que nem 
tente por achar que não consegue ou que não está pronto. 
 
Nós devemos constantemente estar revisando como está o comprometimento dos 
nossos clientes com as tarefas. Linehan diz que é importante que o terapeuta esteja 
comprometido com o comprometimento do cliente. Nós chamamos isso de um espírito 
de comprometimento da DBT, que pode ser ilustrado com a frase: "eu vou fazer as 
tarefas" em vez do "eu vou tentar fazer as tarefas". Veja, não é a frase em si, mas o 
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espírito que a frase representa. Por exemplo, em vez de "eu preciso ler, mas estou 
desmotivado", vamos entrar no espírito do comprometimento e dizer "eu preciso ler e 
estou desmotivado". Então, trazemos a grande palavrinha que vai em direção aos nossos 
valores de vida, a palavra apesar. Eu preciso ler apesar de estar desmotivado. 
 
A postura do terapeuta é de indicar que a tarefa, as combinações sejam feitas, não 
sugerir ou pedir, mas indicar; "Olha, eu preciso que você se comprometa com as nossas 
combinações." Os clientes podem comentar que tem medo de não conseguir cumprir a 
tarefa. Olha, ninguém pode dizer o que vai acontecer no futuro, mas deixar de fazer o 
que é importante por não sabermos se vamos conseguir, vai resultar no não cumprimento 
da tarefa, ou seja, é impossível você conseguir se não tentar. Apenas se comprometa no 
aqui e agora. Agora você pode se comprometer que vai fazer o nosso combinado. 
 
Já que o comprometimento não é um botãozinho de liga ou desliga, é de se esperar que 
altos níveis de comprometimento diminuam. Inicialmente nosso cliente começará 
engajado e comprometido, mas é esperado e psicoeducado que o compromentimento 
diminua. Devemos lembrar que isso é uma constante, por isso que nós chamamos de 
um espírito de comprometimento nas sessões de DBT, porque a gente tem que voltar e 
ver como está esse nível de comprometimento, negociar de novo, tentar mais uma vez, 
ver o porquê que não funcionou. Sempre com o espírito de tentar ao máximo estar 
comprometido. 
 
Essa estratégia vai muito além de fazer uma lista de vantagens e desvantagensde 
manter aquele comportamento ou de adquiriu um novo comportamento. É colocar-se 
numa posição de curiosidade, tentar entender o porquê do nosso paciente continuar 
emitindo comportamentos problemáticos, o porquê de ele não conseguir se engajar em 
uma mudança. Começa com aceitação, entender que talvez se tivesse passado pelo 
que o cliente passou, poderia estar emitindo os mesmos comportamentos. Depois, 
buscar junto ao cliente razões, benefícios e aspectos positivos para engajar mais no 
comprometimento de fazer esse novo comportamento. Aceitar a dificuldade que o cliente 
traz, mas mostrar as vantagens de engajar nesse novo combinado. Listar e analisar 
tais vantagens com o cliente. 
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O paciente sempre tem a liberdade de escolher entre aderir ou não à terapia dialética 
comportamental. O paciente pode perceber que, no caso dele, a única alternativa seja 
aderir a DBT, mas se ele quiser ir para um outro tratamento, o terapeuta deve indicar um 
outro tratamento possível. Agora, se ele quiser aderir o tratamento dialético 
comportamental, não tem outra escolha, o caminho é comprometer-se com as tarefas. 
 
Essa estratégia o terapeuta pede o comprometimento de forma direta. O pé na porta 
seria começar pedindo para o cliente uma meta pequena e à medida que ele aceita, 
começar a aumentar as metas. A porta na cara seria o contrário, a gente começa pedindo 
uma meta muito alta e fica mais fácil de negociar quando diminuímos a meta. Talvez ele 
não aceite a meta muito alta, por exemplo, a gente pede para se comprometer com um 
comportamento o semestre inteiro, ele recusa, comentando que não vai conseguir, então 
é dada a sugestão de se comprometer apenas dois meses, assim, ele aceita. 
 
Lembrar ao paciente que ele já esteve mais comprometido. Lembrar da época em que 
tudo estava andando de forma mais efetiva que na terapia pois havia mais 
comprometimento. Lembrar ao paciente que ele já esteve mais comprometido e o que 
fazemos para estarmos comprometidos como naquela época. 
 
Essa estratégica é usada quando o paciente está relutante sobre aceitar comprometer-
se com o plano, ele aceita apenas para diminuir conflitos ou para agradar o terapeuta, 
quando você percebe que ele não está realmente comprometido. O terapeuta irá desafiá-
lo, argumentando contra que o combinado feito, por exemplo: "eu não entendo porque 
você vai parar de fazer isso, se isso é o que alivia o seu sofrimento emocional há tanto 
tempo. É uma estratégia para desafiar o paciente a refletir sobre isso. 
 
 
 
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É como se fosse alimentar uma fogueira do comprometimento, você vai validando os 
pequenos sucessos que ele vai tendo com frases de validação, por exemplo: eu fico 
muito alegre que mesmo sem muita vontade ou não acreditando muito no tratamento, 
você veio, isso já é muito bom, ou então: aprecio muito a maneira como você coloca de 
forma honesta seus pensamentos, muitas vezes não gostando muito do tratamento, mas 
isso faz parte, você está conseguindo.

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