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• ABERTURA Olá! É um prazer receber você neste curso de Inteligência Emocional. Meu nome é Maria Paula. Vou te acompanhar ao longo dos módulos que compõem este curso. Sou servidora pública desde 2005 e já tive algumas experiências de liderança, tema relacionado também ao mestrado que concluí. Sou formada em Psicologia e Pedagogia e minha última especialização foi um MBA em Psicologia Positiva, uma das principais referências para este curso. Acho importante te dar sugestões para você aproveitar o melhor possível esta oportunidade de aprendizado. De modo geral, cursos online são ótimos porque você faz as aulas no seu ritmo, no horário que quiser e no lugar mais apropriado. Só que isso tudo depende da sua disciplina, do seu compromisso pessoal com o autodesenvolvimento. Às vezes o que acontece é que a gente se envolve com outras demandas e, quando se dá conta, o prazo para terminar o curso “já era”. E aí, o que você faz? Corre com as aulas, assiste aos vídeos na velocidade máxima que puder acompanhar e... ufa!... termina o curso... mas depois esquece tudo o que viu. Pior... não aplica nada! Então vou te dar algumas dicas. Primeiro quero destacar que aprender não significa só ler, ouvir, ver vídeos ou ter contato com novos conhecimentos. Aprender implica mudança. No caso deste curso o que se espera é que você amplie seu campo de visão sobre você mesmo e sobre situações do seu dia a dia; além disso, que você repense ou diversifique alguns dos seus pontos de vista, enxergue novos caminhos e, principalmente, experimente novas formas de lidar com as emoções. Por isso este é um curso teórico-prático. Em cada módulo você terá conteúdos, ferramentas e atividades avaliativas. Então vamos ver como tirar o melhor proveito disso. Você vai encontrar a teoria nos vídeos e em sugestões de materiais complementares, se você quiser se aprofundar. Para reforçar a absorção dos conhecimentos, você vai ter uma atividade avaliativa ao final de cada unidade. A conclusão do curso depende de você passar por todos os vídeos e responder essas atividades avaliativas. Ao longo dos módulos, você também vai encontrar propostas de ferramentas. Elas são uma oportunidade de aplicar os conhecimentos no dia a dia e gerar mudança. Por isso eu recomendo que você use essas ferramentas e as guarde até para repetir em outras oportunidades. Elas são para te apoiar a lidar com as emoções na sua vida. Uma última dica! Reserve um espaço para registrar suas reflexões ao longo do curso. Pode ser um caderno, um arquivo no computador ou você pode aproveitar algum aplicativo que já use para fazer suas anotações. O importante é guardar os insights que vierem tanto da teoria quando da prática. Minha sugestão nesse sentido é que, depois de cada vídeo, você anote o que achou mais importante e registre as conexões que vieram com situações pessoais ou profissionais. Às vezes você simplesmente se lembra de algum momento da sua vida ou de uma pessoa em especial. Anote essa lembrança mesmo que você não consiga compreender de imediato qual a relação entre ela e o conteúdo que você acabou de assistir. Faça o mesmo depois de cada ferramenta. Registre os insights que vieram, mesmo que sejam frases ou ideias ainda um pouco soltas. Mais importante ainda... registre as emoções que vierem. Não há como aprender sobre inteligência emocional sem vivenciar emoções. Melhor ainda, as emoções são fundamentais para consolidar qualquer aprendizado. Desejo então que o seu caminho neste curso seja de emoções positivas! • MÓDULO 1 – UNIDADE 1. ORIGEM DAS EMOÇÕES De onde vêm as nossas emoções? Por que será que as pessoas se sentem de forma completamente diferente diante das mesmas situações? Mais intrigante ainda... você já reagiu de formas diferentes diante de situações muito parecidas? Vamos começar pelo que são emoções... Para isso, procure se lembrar de uma vez em que você se sentiu muito alegre. Você estava só, com alguém especial, com um grupo de pessoas? Aconteceu alguma coisa que te deixou alegre ou você simplesmente acordou se sentindo assim? Será que você estava numa viagem, no trabalho, em casa? Qual era o contexto da sua alegria? É possível que você identifique alguma situação que desencadeou a sua alegria. Sei lá... Uma boa notícia, um elogio, um encontro com uma pessoa muito querida... Isso porque as emoções começam como reações a alguma coisa. O curioso é que nem sempre é um acontecimento em si que provoca a emoção, mas a avaliação mental que você faz dele. Se você ama viajar, vai ficar muito alegre se alguém te dá uma viagem de presente. Se viajar é algo incômodo para você, sua emoção vai ser bem diferente. Outro exemplo é quando a gente sente alguma coisa só de imaginar uma situação ou a partir de uma lembrança. Agora há pouco, quando te perguntei sobre um momento de alegria, será que você se sentiu um pouquinho alegre só por se lembrar da experiência passada? Vamos continuar com outro exemplo pessoal. Como é quando você se sente triste? Como fica o seu rosto, a sua voz, o seu estado de ânimo? Será que você sente algum desconforto no seu corpo? Talvez uma sensação ruim no peito, um peso nos ombros... Outra característica das emoções é que elas estão relacionadas a sensações físicas. Elas têm tanto elementos fisiológicos, como o disparo de hormônios na corrente sanguínea, quanto características observáveis, como a expressão do rosto ou a postura. Quanto tempo você acha que pode durar uma emoção? Minutos, horas, dias? O que você acha? Diferente do que a gente tende a pensar, as emoções são rápidas. Os estudos mostram que elas chegam de forma inesperada e duram de 30 a 40 segundos. A questão é o que a gente faz com elas. Vamos supor que você passe por uma situação deste tipo... Com certeza o seu corpo reagiria disparando adrenalina e acelerando seus batimentos cardíacos até para te preparar para ter uma reação rápida. Depois disso, começam as suas interpretações. “Que vergonha! Por que isso sempre acontece comigo?” Ou talvez você mesmo comece a rir. “Nossa, que tombo mais ridículo! Ufa, ainda bem que ninguém viu”. Ou sinta uma tremenda raiva e use a próxima meia hora para fazer uma lista mental de tudo que tem dado errado na vida. Daí obviamente você acabaria prolongando ou até piorando a experiência. A diferença entre emoções e sentimentos tem a ver com esses vários exemplos que eu trouxe. A emoção é o conjunto de alterações que são percebidas no corpo. O sentimento envolve os pensamentos, os conteúdos mentais que vêm enquanto você acompanha essas alterações corporais. A partir desses pensamentos, você acaba interpretando a situação que está vivendo e lidando com ela de um jeito bem particular. O papel das emoções é justamente esse: trazer informações que nos ajudam a avaliar o que é importante no ambiente interno ou externo e então tomar decisões. As emoções orientam pensamentos e nos movem para a ação necessária. Onde entra a inteligência emocional nisso tudo? Disponibilizamos para você uma atividade prática sobre o assunto. É um autodiagnóstico de inteligência emocional. Você não precisa ter nenhum conhecimento específico para responder. Ele é uma ferramenta para você aprender um pouco sobre si mesmo. Siga as instruções que estão no teste, seja o mais sincero possível e aproveite a oportunidade como auto-observação. • MÓDULO 1 – UNIDADE 2. UMA VISÃO SOBRE INTELIGÊNCIA EMOCIONAL Vamos entender o que é a inteligência emocional? O conceito foi proposto pela primeira vez nos anos 90. Dá só uma olhada. “Capacidade de o indivíduo monitorar os sentimentos e as emoções dos outros e os seus, de discriminá-los e de utilizar essa informação para o próprio pensamento e as ações” Claro que, desde então, muito se pesquisou sobre inteligência emocional. Vieram outros estudos, modelos teóricos, autores, mas já estava presente a importânciade se utilizar emoções e sentimentos para orientar pensamentos e ações. Existe então uma visão integrada entre razão e emoção. Uma complementa a outra. Os pensamentos também ajudam a processar as emoções e os sentimentos próprios e das outras pessoas. Aliás, esse é outro aspecto importante sobre a inteligência emocional. Ela tem elementos intrapessoais, como o exame dos seus próprios sentimentos, e interpessoais, que envolve a capacidade de observar e compreender os outros. Com certeza um dos autores mais conhecidos no mundo da inteligência emocional é Daniel Goleman. Ele teve o mérito de disseminar para um público mais amplo a ideia de que o QI, coeficiente de inteligência, não era o principal responsável pelo sucesso pessoal ou profissional, mas a inteligência emocional. Ele caracterizou a inteligência emocional como a capacidade de reconhecer nossos próprios sentimentos e os dos outros para nos motivarmos e para gerirmos as emoções em nós mesmos e nas relações interpessoais. Nos últimos anos, o avanço da neurociência também tem contribuído bastante com as pesquisas sobre emoções. À medida que progride a tecnologia dos exames de neuroimagem, os estudos sobre o cérebro se tornam mais robustos. Hoje é possível identificar com mais clareza diferentes áreas cerebrais que são ativadas diante de exercícios de memória, de atenção, em situações de empatia e frente a emoções variadas. A gente não vai entrar em detalhes sobre isso, mas vou te dar um exemplo. Imagina uma situação em que uma pessoa é agredida verbalmente. Há várias reações possíveis. Talvez o sistema límbico processe a situação como uma ameaça, e essa pessoa reaja fugindo ou mesmo partindo para briga. Mas também é possível que, mesmo numa situação de tanta contrariedade, a pessoa agredida demonstre empatia se compreender que o agressor está reagindo com raiva à dor por ter perdido alguém querido. Nesse caso talvez tenham entrado em ação outras estruturas específicas do cérebro. Quero destacar nesse processo algo que tem muito a ver com nossa identidade: o CPF. Hum, péssima essa piada! Não, não é esse CPF. Estou falando do córtex pré-frontal, que tem um papel muito importante na gestão das nossas emoções. O CPF é a última área cerebral que se desenvolveu ao longo da evolução do homem e está associado à autoconsciência, ao controle do próprio pensamento e ao planejamento de comportamentos mais complexos, inclusive quando a gente precisa se ajustar ao ambiente social. É ele que nos ajuda a processar, a interpretar as emoções e saber o que fazer com elas. Quero destacar duas coisas. A primeira é que inteligência emocional não é auto-ajuda. Existe muita pesquisa e muita prática nessa área, mas também muito ainda sendo estudado. O outro ponto para ficar como conclusão é que todas as emoções são úteis, são necessárias e boas parceiras da razão se soubermos administrá-las. O ponto chave é o equilíbrio, a intensidade ou a frequência das emoções. • MÓDULO 1 – UNIDADE 3. O QUE É AUTOGESTÃO EMOCIONAL E METACOGNIÇÃO Você percebeu o quanto os pensamentos têm a ver com emoções e sentimentos? Para entender um pouco mais sobre como funciona a inteligência emocional na prática, vamos pensar o que a gente pode fazer com nossos pensamentos. Opa! Pensar sobre os pensamentos? De forma beeem simplista, essa é uma primeira ideia sobre metacognição. O conceito de metacognição vem desde os anos 70 como o “conhecimento, a consciência e o controle que a pessoa tem de seus processos cognitivos”, ou seja, percepção, atenção, memória, a própria elaboração dos pensamentos, por exemplo. Desde então, surgiram várias teorias e concepções sobre esse conceito, que tem sido aplicado principalmente na área de aprendizagem. Suponha que você esteja vendo este vídeo e dali a pouco se pergunte... “Do que ela está falando mesmo?”. Aí você se dá conta de que deu uma viajada, acabou perdendo o rumo da aula e resolve voltar ao início do vídeo. Você está regulando o seu processo de aprendizagem, observando o quanto sua mente consegue acompanhar e absorver do conteúdo. Pode ser também que você identifique que mantém melhor a concentração anotando palavras-chave enquanto assiste às aulas. Tudo isso está relacionado a um processo de metacognição, que te ajuda a acompanhar como está o seu progresso em relação a uma tarefa, um conteúdo ou uma situação qualquer. De forma bem semelhante, a gente pode fazer isso com emoções, sentimentos e pensamentos. Quando você coloca atenção sobre o que acontece com você no dia a dia, é possível que identifique alguns padrões. Por exemplo, o que acontece com você quando um colega de trabalho te interrompe pra tirar uma dúvida? Quais são as sensações físicas? São confortáveis ou desconfortáveis? Como você define o que você sente? Alegria por poder ajudar a outra pessoa, orgulho por ser reconhecido como uma referência numa determinada tarefa? Raiva porque alguém está te atrapalhando? Que pensamentos vêm? “Ah, beleza!”. “Ai, de novo isso!”. “Nossa, imagina! Quem sou eu pra te ensinar alguma coisa?”. A auto-observação te traz muitas dicas sobre o que funciona ou não para você. Consequentemente você identifica possibilidades de aplicar o que funciona ou corrigir o que não funciona. Aproveitando ainda o mesmo exemplo, pode ser que você identifique que as interrupções atrapalham muito quando você está realizando algum tipo de tarefa, mas nem tanto quando está fazendo outra coisa. E aí você pode experimentar algumas estratégias, como combinar com os colegas o melhor momento de ajudá-los ou negociar essa situação com o gestor. Maaas... muitas vezes o que está mais ao nosso alcance é gerir a nós mesmos. Voltando ao mesmo exemplo, pode ser que eu perceba que fico impaciente com os colegas que me interrompem porque eu mesma já estou com dificuldade de me concentrar. Acaba sobrando para os outros uma culpa meio injusta por eu não render tanto quanto eu gostaria. Se eu me dou conta disso, identifico que eu também preciso explorar recursos que me facilitem manter o foco no que quero fazer ou voltar rapidamente a me concentrar após uma interrupção. Outra possibilidade é que, a partir da observação dos meus pensamentos nesse tipo de situação, eu identifique uma crença pessoal de que meu trabalho se restringe ao que faço individualmente e, por isso, eu fico impaciente com as interrupções. Nesse caso talvez seja útil desconfiar dessa crença, checar se ela corresponde ao contexto. Um bom jeito de fazer isso é observar as consequências do que penso, como então eu ajo e se o resultado é o que eu desejo. Posso também checar isso com outras pessoas, por exemplo, com o gestor. Eu poderia perguntar claramente o que ele espera de mim com relação a conciliar o cumprimento das atividades com o apoio aos colegas. Dependendo da resposta, talvez eu precise ajustar minha crença e, independente disso, combinar a melhor forma de lidar com os pedidos dos colegas. Com este exemplo estamos começando a falar sobre autogestão emocional. A gente não consegue fazer duas coisas ao mesmo tempo, ou seja, não dá para se dedicar às várias atividades do dia a dia, aos vários momentos de relacionamento e analisar o tempo todo o que pensa, como se sente, como reage. A proposta não é essa, mas estar presente, estar atento. No entanto, se você identifica situações que repetidamente te incomodam ou que não trazem bons resultados para você ou para as outras pessoas, vale a pena dar uma atenção especial. Você vai encontrar uma ferramenta simples que pode te auxiliar nessa observação. Trata-se do roteiro de autogestão emocional. Pode ser útil também fazer esse tipo de análise em alguns momentos do dia, talvez logo cedo ou no fim da jornada de trabalho. Muitas vezes a gente consegue identificar algo que está nos incomodando e, na medida em que ganha clareza, podefazer uma correção do rumo. Experimente fazer isso! • MÓDULO 1 – UNIDADE 4. IDENTIFICANDO AS EMOÇÕES Como anda a sua auto-observação? Humm! Turismo interno pode ser muito interessante, mas nem sempre é fácil mesmo. A gente se observar e conseguir ter uma clareza do que pensa, do que quer e principalmente do que sente pode ser desafiador, mas é um treino. Ao longo do tempo a gente começa a fazer isso com mais facilidade e, claro, na medida da necessidade. Neste vídeo você vai conhecer alguns recursos que podem te ajudar a identificar emoções e sentimentos. Pra começo de conversa, quantas emoções você acha que existem? Para um pouquinho o vídeo e tenta se lembrar das que você mais vivencia. Não há um consenso sobre quantas emoções existem. Se pensarmos nas emoções que são nomeadas e descritas em diferentes países ou ao longo da história, há um número ilimitado. Estudos continuam sendo feitos nessa área, mas em geral considera-se que a gente tem algumas emoções que tendem a ser básicas, praticamente universais, e outras mais variáveis. Dá uma olhada nesta explicação. Os sentimentos são as interpretações que fazemos das nossas emoções, ou seja, trazem um componente de subjetividade. Por isso o autoconhecimento é tão importante! É uma forma de reconhecer o seu jeito próprio de pensar, sentir e agir. Algo que uma pessoa interpreta como orgulho, outra pode entender como alegria. Numa outra situação, alguém pode se sentir com raiva, mas também poderia denominar a mesma condição como ciúme. A sensação de borbulhas na barriga, pode ser interpretada como paixão ou como ansiedade, mas às vezes a gente simplesmente associa a... fome! Para fins de autoconhecimento, o que importa é justamente essa interpretação que cada um faz, ou seja, a vivência pessoal a partir da experiência física e fisiológica da emoção. Para te auxiliar nesse processo, você vai encontrar duas ferramentas. Uma delas é a imagem de um corpo humano no qual você vai tentar localizar as sensações relacionadas a diferentes emoções. Na outra você vai ver um círculo com nomes de várias emoções ou sentimentos. Ele pode te ajudar a compreender o que você identifica num determinado momento, em relação a uma situação ou pessoa. Que tal experimentar? • MÓDULO 1 – UNIDADE 5. EMOÇÕES POSITIVAS E EMOÇÕES NEGATIVAS Será que existem emoções mais importantes que outras? Será que o ideal é evitar algumas emoções? Toda emoção é útil e importante. Lembra que a emoção vem de forma inesperada e dura menos de um minuto? O problema está na intensidade e na frequência das emoções. As emoções, a princípio, são nossas aliadas. Por mais incômodas que possam ser em alguns casos, elas sempre nos trazem informações necessárias. O medo nos prepara para correr e fugir de uma ameaça, ... a raiva nos mobiliza para lutar,... a tristeza nos traz o recolhimento necessário para processar alguns momentos que naturalmente acontecem no ciclo de vida. Só que essas emoções podem deixar de ser benéficas se começam a ser muito recorrentes, inclusive porque elas liberam substâncias tóxicas no corpo. Por isso são consideradas emoções negativas. Ao longo do tempo podem ser associadas a dor crônica e problemas de saúde. As emoções positivas, por outro lado, tendem a ampliar nossa capacidade de ação. Elas estão mais associadas a sensações de bem-estar, à energia para realizar coisas diversificadas, à criatividade e à flexibilidade, o que inclusive facilita encontrar novas soluções para os desafios do dia a dia. A gente precisa das emoções positivas inclusive para compensar os efeitos tóxicos das emoções negativas. Acolher uma emoção negativa é muito importante porque ela sempre traz uma incrível possibilidade de aprendizagem. Fixar-se nessa emoção negativa é um problema. Por isso é importante reconhecê-la, processar as informações que ela traz e depois deixar que ela vá. Ok. Nem sempre é assim tão fácil, mas a gente vai explorar possibilidades de como fazer isso ao longo do curso. Um primeiro ponto importante é observar o que essa emoção está pedindo. Como eu a interpreto? Há algo que preciso mudar? Será que o meu corpo está trazendo a necessidade de comunicar alguma coisa a alguém? Como posso fazer isso trazendo resultados benéficos para mim e para os outros? Se não enxergo essas possibilidades agora, com quem posso conversar para ter mais clareza ou pelo menos para compreender e expressar o que estou sentindo? Há outro ponto muito importante nessas reflexões. Você se lembra da relação entre pensamentos, emoções e sentimentos? Então... As emoções funcionam bem quando se referem a situações reais, concretas, que demandam algum tipo de ação ou processamento. O problema é que nossos pensamentos ou o modo como interpretamos os fatos também geram emoções. Quando a gente fica ruminando, algo pequeno pode acabar parecendo um problema enorme e gerar emoções desproporcionais e desnecessárias. Preste atenção principalmente quando você observar emoções negativas que se repetem em relação a uma área da sua vida que parece travada ou na qual parece que as mesmas experiências se repetem na sua vida. Pode ser que, nesse caso, você tenha crenças ou pensamentos recorrentes que te levam a enxergar coisas diferentes do mesmo jeito. Muitas vezes a primeira mudança necessária é no seu ponto de vista ou nos comportamentos que você repete e que, portanto, geram sempre os mesmos resultados e as mesmas emoções. Uma última dica que quero te dar é buscar regularmente experiências de emoções positivas ao longo do seu dia. A gente precisa de mais emoções positivas do que as negativas para manter nosso equilíbrio e bem-estar. Você vai encontrar uma ferramenta com uma escala para identificar como está essa proporção na sua vida e uma reflexão para dar um “up” nas suas emoções positivas. Até mais! • MÓDULO 1 – UNIDADE 6. AUTORREGULAÇÃO DAS EMOÇÕES O autoconhecimento é muito importante no processo de inteligência emocional, inclusive porque facilita que a gente identifique nossas emoções e sentimentos. Ok. Mas e aí, como a gente lida com as emoções depois de reconhecê-las? A partir desse aprendizado sobre nós mesmos, entra a necessidade da autorregulação. O primeiro ponto a destacar é que nossas emoções são, a princípio, reações espontâneas que surgem no sistema límbico. Essa região do cérebro está relacionada ao nosso instinto de sobrevivência e, por isso, nossa tendência é reagir automaticamente a algo que pode parecer ameaçador. O problema é deixar as reações sempre no automático. Levou uma fechada, xinga. Alguém fala algo que parece injusto, você aumenta a voz e se defende. Por um lado, a gente sabe que essas reações são contraproducentes, ou seja, elas só agravam a situação. Por outro, a gente fica com a sensação de que precisa se impor para ser respeitado. Se você tem o hábito de reagir sempre que leva uma fechada no trânsito, você mesmo está incentivando a descarga de cortisol e adrenalina no sangue, deixando seus músculos mais tensos e sofrendo os efeitos colaterais do estresse. Além disso, se você grita com a outra pessoa, provavelmente vai ter uma resposta à altura e acabará se sentindo mais nervoso. É esse o resultado que você quer? Se não for, cabe a você mudar a sua reação. A saída é incluir o CPF na situação, lembra dele? Ufa! Desta vez não rolou a piadinha infame. O nosso córtex pré-frontal. No CPF a gente consegue aumentar o leque de possibilidades para escolher como reagir à situação. Tá, mas como eu faço para, no auge da emoção, colocar o CPF no comando? A dica é trazer alguma operação cognitiva que exige a presença do CPF, ou seja, pedir ao nosso cérebro informações extras que não contam com respostas automáticas. Uma dica é fazer-se esta pergunta: “O que é útil agora?" Essa pergunta traz à tona o que é importante para você, quais são os resultadosque você deseja, quais são os seus objetivos. Ela amplia a visão para além do que você está vivenciando naquele momento. Se você tem um objetivo de manter o bem-estar, não reagir no trânsito passa a ser uma prioridade. Nesse tipo de situação inclusive a gente pode contar com um recurso que ajuda muito, a nossa respiração. As reações ocasionais de susto, raiva, medo, ansiedade nos travam, e a respiração tende a ficar curta, mais rápida e contida. É útil e benéfico prestar atenção à respiração e aos poucos expandi- la até a barriga, relaxando os ombros e tornando a expiração mais longa que a inspiração. Dar atenção à respiração é sempre um recurso muito útil, principalmente quando suas emoções são disparadas em situações eventuais, que acontecem de vez em quando e sobre as quais não há muito a fazer. Nesses casos, controlar a reação emocional, deixar passar, dar um tempo podem ser estratégias apropriadas. Por exemplo, está se sentindo irritado com uma pessoa que veio para uma reunião, com a qual você nem tem muito contato? Respire, observe sua postura, o tom da sua voz, controle suas reações. Se for o caso, peça licença para passar no banheiro ou beber água. Sair um pouco do contexto às vezes é suficiente para você retomar seu equilíbrio. • MÓDULO 1 – UNIDADE 7. AUTORREGULAÇÃO DAS EMOÇÕES RECORRENTES OU QUE PERDURAM O córtex pré-frontal é uma região que nos apoia a lidar com várias situações em que as emoções vêm à tona. Para entender um pouco mais como isso acontece, a gente vai explorar um exemplo relacionado ao ambiente profissional. Vamos supor que num determinado dia, você ficou triste ou desapontado com um colega de trabalho porque ele pareceu rude com você. Num primeiro momento, você até tentou deixar passar. Afinal, você entendeu que às vezes as pessoas simplesmente não estão num bom dia. Outra possibilidade é que isso nunca tenha acontecido antes, mas você na verdade não conseguiu deixar passar. A situação estragou seu dia e você ainda por cima voltou para casa mal humorado e descontou na sua família. Nesse caso, você talvez precise voltar à situação e entender o que aconteceu sob o seu ponto de vista. No exemplo em questão, você tem: A. O evento que te gerou a emoção negativa: seu colega de trabalho falou de um jeito rude. Vamos supor que ele recusou uma sugestão que você deu e disse que ele tinha mais experiência pra fazer a atividade. B. A emoção negativa gerada: você se sentiu triste, desapontado. C. A forma como você lidou com sua emoção: ao longo do dia ficou mal humorado e descontou na sua família. D. Sua expectativa sobre qual deveria ter sido o comportamento ideal na situação: talvez, nesse caso, você esperava que esse colega agradecesse sua sugestão e gentilmente dissesse que avaliaria também outras possibilidades ou no fundo você esperava mesmo é que ele acatasse sua sugestão. Considerando essa situação, avalie as possibilidades sob o ponto de vista do que você ainda poderia fazer. O evento já aconteceu, não há mais como mudá-lo, mas talvez você possa checar a sua percepção sobre ele. Então com relação ao item A, pergunte-se: será que você fez alguma coisa que provocou a reação do colega? Quando você apresentou a sugestão, como estava sua voz, sua postura? Foi a primeira vez que você apresentou uma sugestão ou você já fez isso antes? Houve alguma reação que te sugere como seu colega se sentiu com sua sugestão ou como ele já estava se sentindo antes disso? Com relação a B, o que sua emoção te diz sobre você mesmo? É uma emoção comum? Que tipos de eventos desencadeiam essa emoção? Você tem se sentido da mesma forma em relação a outras situações da sua vida? O que você poderia ter feito para se sentir diferente numa situação parecida? No item C, avalie: como você lidou com a emoção? Quais foram os pensamentos? O que fez com que ela se prolongasse ao longo do dia? O que exatamente gerou o mau humor e a reação de descontar na família? Que outras consequências a sua emoção gerou? Sobre D, avalie suas expectativas. O comportamento ideal que você imagina é o único possível, o melhor? O que essa expectativa diz sobre você? Em que condições seria aceitável que uma pessoa não expressasse esse comportamento ideal? Em que condições você talvez se comportasse da mesma forma que o seu colega? Você percebe que a emoção no item B provavelmente decorre mais destas expectativas do que do evento em si, descrito no item A? Em todos esses aspectos, é importante perguntar-se: qual o aprendizado para você mesmo? Consequentemente, o que é mais útil agora em relação a você, a sua relação com seu colega ou em relação a sua família? Avalie os comportamentos ideais que você pode adotar em seu benefício e de todos os envolvidos. Se a sua conclusão implica algum tipo de interação com seu colega ou sua família, você pode usar recursos que te apoiam a ter uma conversa assertiva e ao mesmo tempo gentil. A conversa, aliás, é muito importante se você identificar que algum dos elementos A, B, C ou D é recorrente ou se você quer cuidar das relações envolvidas ou mesmo evitar que situações parecidas voltem a acontecer. Você encontrará a ferramenta, contemplando os passos para aplicar esse tipo de análise em outras situações da sua vida. Quero fazer apenas uma observação: não exagere nesse tipo de análise. De nada vai adiantar ficar ruminando situações que aconteceram. A ruminação só tende a gerar novas emoções negativas. Use esse tipo de esquema na medida certa, em situações importantes ou recorrentes. No mais, pode ser mais útil cuidar de você mesmo para sair mais rapidamente das emoções negativas ou, com o tempo, até dar menos espaço pra elas. • MÓDULO 1 – UNIDADE 8. RESILIÊNCIA Existem várias abordagens úteis e práticas para autorregular as emoções. A primeira que vamos ver neste vídeo diz respeito à interpretação da emoção. Se a emoção começa como uma sensação física, em alguns momentos a saída é mudar o significado que você atribui a essas sensações. Vamos supor que você sinta uma ansiedade muito grande cada vez que vai fazer uma apresentação em público, e o seu trabalho demanda que você faça isso com uma certa frequência. E se você passar a interpretar a sensação de tensão física, os batimentos cardíacos acelerados e a agitação não como ansiedade, mas como uma energia extra para que você esteja mais concentrado e alcance um ótimo desempenho? Claro! Isso não acontece automaticamente, mas numa situação desse tipo você pode tirar proveito do que sente em vez de focar no incômodo. É um treino. Outro ponto importante diz respeito a situações do dia a dia que geram emoções que não queremos e que, sim, podem ser evitadas. Você pode escolher não se sujeitar a algumas situações que não te trazem sentimentos bons. Você consegue identificar algo a que você não gostaria de se expor porque te traz emoções negativas? Vou dar um exemplo simples. Eu não assisto a filmes de terror porque não me sinto bem com as sensações e as emoções que eles provocam em mim. A mesma coisa com as novelas que repetem situações de intrigas e maldades. E aí, que sensações vieram com essas cenas? Eu não gosto e não preciso aprender a lidar com filmes de terror ou novelas; simplesmente escolho não assisti-los. Também evito buscar detalhes sobre notícias ruins além do que quero saber para me manter informada. Você pode se surpreender com a quantidade de situações no seu dia a dia que você poderia evitar ou minimizar. Se não for possível evitar, tente estabelecer alguma mudança prévia. Você tem um colega de trabalho que está sempre reclamando? Aproxime-se dele sempre com boas notícias ou comentários positivos. Se ainda assim ele continuar reclamando, gentilmente evite estender as conversas além do necessário e principalmente não reforce as reclamações dele. É claro que você não vai mudar as pessoas. O objetivo é que vocêmesmo lide melhor com suas emoções! E quando acontece algo ruim, que te abala, que traz muitas mudanças de uma vez e dá aquela sacudida na sua vida? Aí entra a resiliência, um termo que vem da física: “propriedade que alguns corpos apresentam de retornar à forma original após terem sido submetidos a uma deformação elástica.” Nós também temos essa propriedade, ou seja, a capacidade de nos adaptarmos a novas situações no ritmo apropriado e necessário. A pessoa resiliente consegue lidar com a pressão, resistir mesmo em tempos de contrariedade e rapidamente voltar ao seu estado de equilíbrio. A resiliência tem muito a ver com as crenças que construímos ao longo da vida e das nossas experiências. As pessoas mais resilientes tendem a ter crenças mais positivas sobre o futuro ou sobre os desafios da vida e a possibilidade de superá-los. Por isso, a resiliência está muito relacionada ao autoconhecimento e ao otimismo. Desenvolver resiliência tem a ver com fortalecer uma percepção positiva do mundo e da vida, reforçar a crença de que as coisas tendem a melhorar rapidamente. Há uma ferramenta que contempla uma técnica muito apropriada para desenvolver resiliência, a técnica dos três P’s, que se referem a permanência, profundidade e personalização. Cada P traz um princípio, algumas perguntas para você responder e uma frase nocaute, que você mesmo elabora e usa como uma repetição nos momentos desafiadores, como um treino cerebral. Você encontra a explicação no documento. Vamos lá! Experimente! • MÓDULO 1 – UNIDADE 9. MINDFULNESS O dia a dia exige cada vez mais de nós. Lidamos com uma sobrecarga de demandas, de informações, de exigências pessoais, de expectativas dos outros e de emoções. Eu acho curioso porque, mesmo quando a gente quer cuidar da gente mesmo, acaba se sentindo sobrecarregado. Quer ver? Se eu for seguir todas as ótimas recomendações e boas práticas que aprendi nos últimos anos, meu dia seria assim... “Acordo às 5h da manhã para meditar por pelo menos meia hora e depois praticar exercícios de yoga e respiração. O café da manhã precisa ser balanceado, de preferência com frutas orgânicas, sem glúten ou lactose. Dou uma volta no parque para praticar uma atividade aeróbica em contato com a natureza. Em seguida vou para a academia porque a musculação também é fundamental. Realizo um trabalho que me satisfaz, com engajamento e criatividade, além de estudar continuamente porque a gente sempre tem muito a aprender. Ao longo do dia mantenho uma alimentação equilibrada e, claro, preciso sempre me atualizar sobre isso porque as recomendações mudam continuamente. Além de psicoterapia e uma massagem relaxante semanal, aplico reiki diariamente e faço exercícios para a saúde dos olhos. Ao longo da semana, tenho momentos especiais com minha filha, meu companheiro, meus irmãos, meus amigos, meus gatos e, claro, exerço minha espiritualidade com práticas regulares. A leitura não pode faltar e nem as atividades que me trazem alegria, como a pintura e a dança, ou os serviços voluntários. No fim do dia, faço um relaxamento e encontro um jeito de dormir oito horas seguidas, com um sono reparador.” Ufa! Tudo isso é muito bom, de verdade, mas não posso transformar numa exigência contínua. As práticas recomendadas de bem-estar não podem ser mais importantes do que o que meu corpo, minha mente e meu espírito me pedem agora. Mindfulness é um modo de realmente me conectar comigo mesma. Como é isso? Mindfulness significa estar no presente, no agora, em vez de focar no passado ou no futuro. É justamente observar o que acontece neste momento dentro e fora de você em vez de deixar a mente fugir para os “deverias”, “poderias”, “terias”. Um centro de pesquisas voltadas para a melhoria do convívio em sociedade define mindfulness assim: “Manter a consciência dos seus pensamentos, sentimentos, reações físicas a cada momento e ver o ambiente em que se encontra através de um olhar gentil e inspirador”. Embora mindfulness seja muito associado à meditação, podemos levar esse estado de presença às atividades diárias. Por isso é também uma prática que apoia a inteligência emocional. Os benefícios do mindfulness têm sido continuamente estudados. Além do impacto físico positivo, há os benefícios psicológicos e sociais, como ter mais foco no trabalho e nas atividades em geral, assim como desenvolver mais conexão com as pessoas e com nós mesmos. Há também um impacto positivo para a resiliência. A prática da meditação justamente treina nosso cérebro para que a gente consiga levar esse estado “mindful”, de atenção plena, para outros momentos do dia a dia. A meditação não exige uma técnica específica. Há vídeos na internet, aplicativos com meditações conduzidas, livros com orientações... A proposta é você experimentar e identificar algo que funcione para você e, claro, sem expectativas de que você vai entrar num estado “monge”. Os estudos têm mostrado que os benefícios variam segundo a regularidade da prática e o tempo de meditação, mas, por enquanto, o mais importante é começar. • MÓDULO 2 – UNIDADE 1. RELACIONAMENTOS POSITIVOS Nos relacionamentos, além da gestão das próprias emoções, é preciso saber lidar com as emoções dos outros. É claro que tudo começa em você. O primeiro passo continuará sendo seu. Então quero começar te perguntando: o que são relacionamentos positivos para você? Pause um pouco o vídeo e pense nas pessoas com quem você acredita que tem boas relações. O que vocês fazem que contribui para que o relacionamento seja positivo? O que vocês evitam fazer que também contribui? Num estudo longitudinal sobre felicidade, que começou em 1938 e ainda continua, pesquisadores de Harvard têm acompanhado homens e suas famílias e já concluíram que o principal fator que nos mantêm felizes e saudáveis ao longo da vida são os relacionamentos positivos. Isso não significa que pessoas que têm mais amigos são mais felizes. O que importa não é a quantidade de relacionamentos, mas a qualidade. Numa sociedade que valoriza tanto a independência pessoal, parece mais difícil desenvolver bons relacionamentos, mas é justamente o oposto. Cada pessoa precisa estar bem, gostar de si mesma, ter uma vida pessoal positiva para poder investir nos relacionamentos em geral sem esperar que o outro supra suas necessidades. Ok, menos um pouco... Relacionar-se é um encontro e uma construção conjunta e diária. Stephen Covey mostra que precisamos sair da dependência para conquistar a independência real e, aí sim, temos condições de investir nas relações humanas e construir interdependência: “As pessoas dependentes precisam das outras para conseguir o que desejam. As pessoas independentes conseguem obter o que desejam através de seu próprio esforço. As pessoas interdependentes combinam seus próprios esforços com os esforços dos outros para conseguir um resultado muito melhor.” Pessoas muito competentes num nível individual não são necessariamente competentes num casamento ou ao trabalhar em equipe. É preciso subir mais um degrau do “eu” para o “nós”, reconhecendo que todos ganham na medida em que constroem juntos algo melhor do que cada um faria sozinho. Isso não significa abrir mão de seus momentos pessoais ou de suas opiniões. Pelo contrário! Apenas pessoas independentes conseguem aprender a construir relações de interdependência porque sabem que um pode respeitar o espaço do outro e valorizar as escolhas e o crescimento de todos os envolvidos. Pessoas que não saíram de uma condição de dependência emocional não conseguem construir relações ganha-ganha, baseadas na confiança. Numa relação de dependência é mais difícil sair dos jogos de poder. Voltando ao estudo longitudinal de Harvard, os pesquisadores concluíram que é a qualidade dos relacionamentos mais próximos que importa. Isso significa que manter-se em ambientes de conflito comprometea saúde e o bem-estar de todos os envolvidos. Continuar, por exemplo, num casamento conflituoso pode ser pior que enfrentar um divórcio, mas se você quer manter suas relações, é mais importante dedicar-se à felicidade de todos e demonstrar afeto do que querer estar certo ou ter razão. Relacionamentos bons e íntimos não são fáceis o tempo todo. Lembre-se: as pessoas são independentes e discordam muitas vezes. A diferença é que um sabe que pode contar com o outro, inclusive nas situações mais difíceis. Há o respeito e a vontade de construir algo juntos. E você? O que você pode fazer agora para cuidar das suas relações mais próximas? O que precisa mudar se quiser construir relações mais íntimas? O que pode fazer de diferente? O que precisa deixar de fazer? • MÓDULO 2 –UNIDADE 2. DESAFIOS AO LIDAR COM AS DIFERENÇAS Um dos maiores desafios nos relacionamentos em geral é lidar com as diferenças: as escolhas dos outros; os pontos de vista que às vezes são opostos aos nossos; as emoções diferentes das que a gente gostaria que as pessoas tivessem. Quem aqui nunca deu palpite na vida alheia ou pelo menos pensou que teria a solução perfeita para o outro? O fato é que nenhum de nós tem essa solução perfeita, mas cada um tem condições de escolher o próprio caminho, o que lhe parece mais apropriado considerando sua experiência, seus próprios valores, seus desejos, seu propósito. Lembre-se: numa relação positiva, as pessoas são interdependentes, mas cada uma tem sua independência. É claro que, na interdependência temos um desejo claro pela felicidade de todos os envolvidos e consequentemente as dores quando não vemos isso acontecer. Podemos e devemos negociar expectativas, oferecer apoio, estar disponíveis quando o outro precisa de nós, mas talvez o maior desafio seja compreender o outro, reconhecer que a “verdade” do outro pode ser diferente da nossa. Temos visto muitas dificuldades das pessoas para lidar com a diversidade. Não me refiro aqui apenas a questões de raça, gênero, religião, mas às ideias em geral, à di-verdade. Que invenção é essa? É só um trocadilho para trazer a reflexão sobre o quanto cada um acredita que detém a verdade sobre os mais variados assuntos, que sua opinião é a melhor, seu ponto de vista é o correto. Verdade, segundo o dicionário, é a “propriedade de estar conforme com os fatos ou a realidade”. Acontece que cada pessoa tem sua própria visão sobre os fatos ou sobre o que é real e tende a acreditar apenas nas informações ou situações que tendem a confirmá-la. O nome disso é “tendência cognitiva”, que acontece com todos nós. Nossas crenças, nossos medos, nossa vontade de estar certos inconscientemente moldam nossa forma de interpretar as informações que chegam. Algumas dessas informações naturalmente parecem certas, queremos que elas estejam certas, porque confirmam o que já pensamos a respeito. Outras são erradas e... ah, melhor nem prestar atenção nelas... porque contradizem nossas ideias. O problema é que, na maior parte das vezes, essas tendências nos levam a ter julgamentos errados ou más interpretações. O pior... muitas vezes nos afastam de pessoas ou geram conflitos apenas porque elas pensam diferente. Que tal se, em vez disso, aproveitarmos as di-verdades para aprender com os outros e ampliar nossa visão de mundo? • MÓDULO 2 – UNIDADE 3. DESAFIOS PARA LIDAR COM AS EMOÇÕES DOS OUTROS É sempre desafiador lidar com as diferenças, principalmente quando as pessoas têm opiniões ou até reações às vezes até opostas às nossas. É um desafio sim, mas também é uma grande oportunidade de aprendizado e crescimento. E é um exercício para desenvolver nossa inteligência emocional. E como é quando as emoções dos outros nos surpreendem? Quando não entendemos por que alguém sente medo, raiva ou mesmo felicidade por algo que não tem o menor valor para nós? Aí entra a empatia. A empatia implica sentir com a outra pessoa, não apenas compreender a perspectiva do outro ou mesmo entender que a “verdade” dele ou dela pode ser diferente da nossa. Demonstrar empatia depende de termos uma conexão tal que reconhecemos em nós mesmos a emoção que a outra pessoa traz. Justamente por reconhecermos que o outro é diferente de nós, não faz sentido querermos adivinhar ou interpretar como ele se sente. Também não funciona querer resolver o seu problema, minimizar sua emoção com “a grande solução”. Provavelmente isso só vai gerar emoções negativas. Mostrar ou dizer que estamos por perto pode ser suficiente. Não julgar já é um bom começo. Ouvir então é fantástico! A empatia é importante também nas emoções positivas. “Uau! Estou superfeliz! Vou trabalhar na área que eu tanto queria!”. Aí o outro vem... “Sério? Lá? Dizem que o clima é péssimo.” Se você realmente estiver conectado com a pessoa e quiser o melhor para ela, pode até ser que queira lhe passar alguma informação adicional, mas dificilmente vai falar dessa forma. Para terminar, quero falar sobre a empatia numa escala mais social, digamos assim. O quanto somos empáticos com grupos minoritários que defendem seus direitos, que questionam sua posição atual? O famoso “mimimi” não é uma manifestação muito empática. Eu reconheço que, muitas vezes, eu mesma me peguei não compreendendo a posição de algum grupo ou até mesmo de mulheres, grupo do qual eu faço parte. O preconceito e a discriminação estão muito relacionados justamente a situações que não compreendemos. A gente naturalmente se identifica mais com algum grupo social do que com outro, seja por características semelhantes, experiências comuns, opiniões próximas. Esse tipo de identificação é natural e importante porque nos ajuda a construir nossa própria identidade e isso não acontece só quando somos adolescentes. Mesmo adultos essa identificação acontece com diferentes grupos sociais, pela profissão, pela idade, na vizinhança, em áreas de trabalho numa empresa. Os grupos tendem a buscar o próprio sucesso e se apoiam nisso, mas o problema é que também tendem a competir com os outros. A raiz do preconceito pode se relacionar a essa tendência. Sem se dar conta, seres humanos acabam tendo atitudes aversivas e hostis perante pessoas apenas porque elas pertencem a outro grupo, além de presumir que elas têm determinadas características atribuídas a esse grupo. Quando o grupo a que pertencemos se sente frustrado com alguma questão, e isso acontece a todo momento, acabamos responsabilizando um outro por isso. No contexto social, isso é típico. Vivemos situações que são desafiadoras para todos e muito maiores que as mais variadas composições grupais, mas ficamos apontando o dedo uns para os outros. Não vamos nos aprofundar nessas questões. Voltando ao tema da empatia, dá para entender por que muitas vezes não é fácil compreender como se sente um determinado grupo ou pessoas que o representam. O que fazer então? Ouça. Leia a respeito.. Mais do que isso: conviva! Interagir com pessoas diferentes é uma grande oportunidade de aprendizado sobre inteligência emocional e sobre a riqueza que são os seres humanos. • MÓDULO 2 – UNIDADE 4. O CAMINHO DA MUDANÇA Como seria fácil se a gente controlasse as emoções dos outros! Só que a gente não controla nem as nossas. Como seria muito mais fácil se as pessoas agissem segundo as nossas expectativas! Muitas vezes nem a gente consegue atender as próprias expectativas. Ainda bem! Afinal, a gente já viu que “nem sempre tem razão”. Por que então a gente tem tanta necessidade de controle? Queremos controlar os outros, o que acontece na nossa vida e confundimos disciplina pessoal com uma tentativa de controlar cada passo e movimento que damos. Em grande parte, o monstro que a gente tanto teme é a vulnerabilidade. Sentir-se vulnerável é inevitável. A gente erra, aprende, às vezes se sente seguro, às vezes inseguro, volta atrás, corrige o rumo.Num momento está alegre, em outro triste, sente raiva, nojo. Tudo isso faz parte. Viver implica saber que os riscos existem e então lidar com as emoções. Você conhece alguém que nunca se sente vulnerável? Provavelmente não! A diferença é se a gente enfrenta a vulnerabilidade e segue adiante ou se desiste e acaba evitando situações que tragam essa sensação. No grupo dos que desistem há pessoas que vivem num estado de “normose”. Já ouviu essa expressão? Normose é quando a gente prefere viver de acordo com aquilo que é considerado “normal”, principalmente nos grupos dos quais a gente faz parte, mesmo que não faça sentido para nós. Parece mais seguro ter um emprego estável, casar-se, priorizar um bom salário, assistir às séries que todos acompanham, evitar mudanças. Afinal, para que arriscar? E aquelas pessoas que arriscam, que são bem-sucedidas, que promovem mudanças? Algumas parecem tão seguras! Provavelmente são, mas também enfrentam seus momentos de vulnerabilidade. O cuidado que precisam ter é de não virarem “fazedores compulsivos” porque lotar a agenda e estar sempre ocupado também pode ser um jeito de não fazer contato com a vulnerabilidade. E qual é o problema disso? O problema é que, mais cedo ou mais tarde, a vulnerabilidade se manifesta, seja por questões de saúde, estresse ou insatisfações que nos pegam se surpresa. Nos relacionamentos e principalmente no ambiente de trabalho a gente costuma disfarçar quando se sente vulnerável. O curioso é que, no fundo, a gente aprecia quando as pessoas demonstram vulnerabilidade. Quer ver? Lembre-se de uma situação em que você teve uma conversa muito marcante com alguém, muito significativa, em que você e a outra pessoa estavam realmente presentes e foram honestas? Pode ter sido com alguém da família, no ambiente de trabalho, qualquer situação. Lembrou? Sobre o que vocês conversaram? Será que cada um estava falando de suas próprias qualidade e conquistas ou havia um toque de vulnerabilidade? Segundo Brené Brown, que pesquisa esse tema, “Vulnerabilidade tem a ver com compartilhar nossos sentimentos e nossas experiências com pessoas que conquistaram o direito de conhecê- los”. Não acontece de uma vez! É um processo de construção da confiança, em que as pessoas aos poucos se mostram vulneráveis e abertas. Se existe confiança, não precisa haver controle. O resultado dessa vulnerabilidade mútua é um vínculo maior e mais respeitoso. Sentir-se vulnerável é diferente de sentir-se envergonhado. Vergonha é quando a gente se julga por não conseguir algo ou por achar que não é o bastante, mas quer fazer de conta que está tudo sob controle. Diferente disso, a vulnerabilidade se relaciona com a compaixão e a autocompaixão. Quando alguém compartilha conosco uma situação muito íntima em que se sentiu vulnerável, sentimos compaixão, ou seja, queremos compreender o outro e até gostaríamos de minimizar seu sofrimento. É importante fazer isso também com você mesmo. No processo de desenvolver inteligência emocional, a gente não acerta o tempo todo. Temos os nossos deslizes, agimos diferente do que gostaríamos, reconhecemos situações que parece que nunca conseguiremos superar, nos sentimos vulneráveis. É isso mesmo! Somos humanos. Então tenha autocompaixão. Perdoe os deslizes que vão acontecer inevitavelmente e siga em frente. Seja leve com seu processo de aprendizado. Aprenda, corrija o rumo, dê o próximo passo, sempre com gentileza. • MÓDULO 2 – UNIDADE 5. COLOCANDO EM PRÁTICA A MUDANÇA Quantas vezes você achou que alguém não tinha jeito, não ia mudar nunca? Quantas vezes você mesmo acreditou não conseguiria aprender algo novo ou diferente? Todos nós temos crenças sobre nós mesmos, nossas habilidades e nossas capacidades de aprendizagem e mudança. Um jeito de identificar essas crenças é observar nossos pensamentos ou as falas mais comuns em diferentes situações, principalmente quando estamos diante de um desafio. Essas crenças ou estados internos de pensamentos configuram nosso modelo mental e, acredite, definem em grande parte os resultados que alcançamos nas mais variadas áreas. As suas expectativas de fracasso ou sucesso vão sendo programadas no seu cérebro e fazem toda a diferença porque comandam a maneira como você enxerga a vida e se posiciona perante ela. Por incrível que pareça, as crenças influenciam diretamente o seu fracasso ou seu sucesso mesmo que elas não correspondam à realidade. Vamos ver como é isso! Segundo a pesquisadora Carol Dweck, existem dois tipos de “mindset” ou configuração mental: a mentalidade de crescimento e a mentalidade fixa. As pessoas que demonstram uma mentalidade de crescimento acreditam que a inteligência e os talentos podem ser desenvolvidos e, por isso, valorizam o esforço. Quando se deparam com uma situação desafiadora, querem superá-la e se dedicam a isso. Quando fracassam, processam o erro, aprendem e fazem diferente. As pessoas que apresentam um mindset fixo tendem a encarar o esforço como algo ruim, que declara a sua incompetência. Como não acreditam que podem superar o desafio, tendem a fugir da dificuldade, o que pode acontecer inclusive trapaceando ou buscando pessoas que se saem pior que elas para se sentirem melhor. Essa visão pode ser aplicada também ao contexto de relacionamentos interpessoais. Se você acredita que você ou a outra pessoa não tem condições de aprender a lidar de um jeito diferente com suas emoções, não vai investir na mudança. Mentir, evitar ou fugir da situação pode parecer mais fácil. Se você acredita que, sim, a mudança é sempre possível, tenderá a se esforçar para desenvolver as habilidades necessárias e apoiar o outro no seu crescimento. Inteligência emocional requer um contínuo aprendizado, requer esforço. Não funcionou de um jeito? Experimente de outro. Não funcionou de novo? Reavalie, converse, negocie. Neste vídeo eu te trago uma proposta de ferramenta para transformar alguma questão que gostaria no momento presente. O mais interessante é que você vai contar com as emoções positivas para isso. Sugiro que você faça essa prática num momento em que você esteja com mais tempo e escolha uma situação realmente importante para você e que envolva um desafio com outra pessoa. Não há respostas certas para as questões, nem se preocupe se compreendeu exatamente o que está sendo perguntado. Use as questões como um estímulo para deixar que venham suas percepções sobre a situação e explorar novas perspectivas. Antes de começar a usar a ferramenta, observe: o quanto você acredita que pode mudar essa situação? • MÓDULO 2 – UNIDADE 6. A COMUNICAÇÃO DAS EMOÇÕES Em nossos relacionamentos, a comunicação tem um papel fundamental. A confiança e a comunicação assertiva se retroalimentam no sentido de tornar os relacionamentos mais positivos. O que é uma comunicação assertiva? A assertividade acontece quando você expressa exatamente o que quer de modo que facilite que o outro esteja aberto e te compreenda. Não é simplesmente ser claro e coerente com o que você deseja comunicar, mas também cuidadoso. Afinal, se você provocar uma postura resistente na outra pessoa, ela não vai querer te ouvir e muito menos compreender o que você tem a dizer. Resumindo, a comunicação assertiva é “da hora”! Honesta, objetiva, respeitosa e apropriada. Quando você realmente quer se comunicar com o outro, há uma intenção. Quanto mais clara for a sua comunicação em relação a essa intenção, maior confiança ela gera. O enfoque que trago aqui está voltado para o papel da comunicação na construção de relações positivas. Uma das grandes contribuições nesse sentido é a comunicação não violenta ou CNV. A CNV pode ser aplicada para harmonizar as suas necessidades com as necessidades das outras pessoas, de maneira empática, ou seja, a intenção é (re)criar uma conexão entre pessoas, para que todas as necessidadespossam ser atendidas sem violência. Para que isso realmente aconteça, o foco deve ser sempre o momento presente. O primeiro passo para a CNV é reconhecer que todos nós, em algum momento, somos violentos em nossa comunicação. Não necessariamente isso ocorre de forma ativa, clara. Geralmente é uma violência emocional passiva, como fazer de conta que não vê ou ouve alguém, fazer ironias ou lançar um olhar de julgamento. Se você quer aplicar a CNV em uma situação específica, reconheça como a violência costuma se expressar nessa relação e tenha uma intenção clara de mudar sua postura. Assuma a responsabilidade por começar essa mudança. Aí sim aplique os passos da CNV. Você encontrará uma ferramenta para fazer um exercício de comunicação não violenta aplicando-a a uma situação específica. Vamos ver como funciona com um exemplo. Suponhamos que um colega de trabalho atrasou a entrega de uma atividade, da qual você dependia para completar a sua. Nesse caso, sua expressão poderia ser mais o menos assim: “João, o prazo para você me passar esse trabalho era na semana passada. Como você me entregou com dois dias de atraso, não consegui finalizar meu relatório a tempo (observação). Eu me senti ansiosa e decepcionada com isso. (sentimento) Preciso confiar que você vai me entregar o trabalho no prazo certo nos próximos meses. (necessidade) Quero saber se você tem condições de cumprir esse prazo e, se houver alguma dificuldade, me avisar com uma semana de antecedência, para encontrarmos uma alternativa. (pedido)” Hummm! Não ficou muito natural, não é? Então quero fazer uma ressalva muito importante. A proposta é que você tenha consciência da importância desses quatro elementos e clareza sobre eles na situação em questão, mas cuidado para não transformar o processo de CNV num ensaio tentando prever e controlar como acontecerá o diálogo entre você e a outra pessoa. Lembre-se de que a vulnerabilidade é inevitável, faz parte das relações. Então... tenha a intenção clara, mas esteja aberto para o que virá. Para facilitar esse diálogo, é importante que esses quatro elementos também estejam presentes na linguagem da outra pessoa, então você pode ajudá-la fazendo boas perguntas nesse sentido. Por exemplo: “Na sua percepção, o que aconteceu? Como você se sente em relação a isso? Do que você precisa para cumprir o prazo? Como posso te apoiar nesse sentido?” O objetivo é que, esclarecidos os pontos de vista de cada um e suas necessidades, os pedidos e as estratégias sejam negociados. Mais uma vez, a CNV é uma prática útil, mas não depende de uma aplicação automática. É um processo de aprendizagem, crescimento e negociação. Experimente! • MÓDULO 3 – UNIDADE 1. FELICIDADE NO TRABALHO Você já ouviu falar das pesquisas da Psicologia Positiva? Vamos ter contato agora com referências da PP aplicadas ao contexto profissional. Um primeiro ponto a destacar é que essas referências não são puramente teóricas ou filosóficas, muito menos auto-ajuda. A PP tem como princípio a pesquisa científica. Às vezes vemos propostas de intervenções simples que se propõem a aumentar a felicidade ou o bem-estar. Por trás delas há estudos que mensuraram os resultados alcançados e validaram o impacto para as pessoas. A PP foi fundada em 1998, por Martin Selingman e por Mihaly Csikszentmihalyi. Logo após a 2ª guerra mundial, a Psicologia se voltou prioritariamente para o estudo e a cura dos transtornos mentais, o que para a época foi muito necessário. A PP se propôs a resgatar outros objetivos da Psicologia no sentido de tornar a vida das pessoas mais feliz e cultivar talentos, inclusive no ambiente de trabalho, e não apenas diminuir a infelicidade ou a insatisfação. O tema de estudo da Psicologia Positiva é o bem-estar ou o florescimento humano. Você já ouviu falar em PERMAH? Mais um acrônimo! PERMA, como era usado até pouco tempo, sintetiza os cinco elementos que compõem o bem estar, de acordo com os estudos coordenados por Selingman: emoções positivas, engajamento, relacionamentos, significado (do inglês, meaning) e realização (ou accomplishment). Outros pesquisadores depois sugeriram acrescentar o H de health, promoção de saúde, que se refere principalmente a boa alimentação, atividade física regular e sono. Associados a esses elementos, existem estilos de vida relacionados ao bem-estar, que correspondem a caminhos possíveis. O primeiro deles é a vida aprazível ou prazerosa. O que se procura, nesse caso, é o aumento das experiências que nos trazem emoções positivas para que sejam mais frequentes que as emoções negativas. Identifique as vivências que são mais prazerosas para você. Que momentos te trazem emoções positivas? Um exemplo no ambiente de trabalho pode ser participar das comemorações mensais de aniversariantes ou aqueles momentos de humor saudável. Esses momentos são importantes, porém associados a uma felicidade passageira. A gente logo quer mais oportunidades de vivenciar as emoções positivas e novas experiências nesse sentido. A vida engajada está relacionada à vivência de estados mentais positivos de engajamento, não mais emocionais. O nível mais alto nesse sentido é a experiência do “Flow” ou fluxo, que representa um alto nível de envolvimento, de pertencimento. Sabe quando você se engaja tanto numa atividade que nem vê o tempo passar? Geralmente isso acontece quando você conhece seus pontos fortes e remodela sua vida para colocá-los em ação o máximo possível. A vida significativa tem a ver com propósito, conectar-se com o sentido da sua existência. Também neste caso implica usar seus pontos fortes, mas desta vez para se dedicar a um serviço, a uma causa maior que você mesmo e deixar um legado. Temos também a vida de realizações, que tem a ver com aquelas pessoas que perseguem o sucesso, a realização, a vitória, a conquista e o domínio por si só. São pessoas que escolhem algo pela experiência do fazer, pelas coisas em si. Essas pessoas sentem bem-estar com a conquista de algo, o alcance de metas mesmo que essa busca não produza emoção positiva, sentido ou relacionamentos. Ainda assim a PP reconhece que algumas pessoas associam o bem-estar a essa experiência. Por fim, temos a vida de relacionamentos, que prioriza a qualidade das relações íntimas com aquelas pessoas com quem realmente podemos contar. Então... qual desses caminhos a gente deve escolher? Todos! Cada um tem seu valor, sua importância e, portanto, eles se complementam. Além disso, na base de todos eles estão nossas forças pessoais. Eu mencionei que a vida engajada e a vida significativa estão diretamente relacionadas ao uso dos nossos pontos fortes, mas a verdade é que eles sustentam todos esses pilares do bem-estar. Você se envolve quando emprega seus pontos fortes na hora de enfrentar os desafios que surgem no seu caminho. Além disso, tende a ter mais emoções positivas, realizar-se mais, encontrar mais sentido no que faz e desenvolver melhores relacionamentos. Há também estudos que relacionam o impacto de forças específicas em condições de saúde, tratamento e reabilitação. Por isso, “a Psicologia Positiva é o estudo científico das forças e virtudes que permitem aos indivíduos, organizações e comunidades atingirem seu desenvolvimento pleno”. Os estudos da PP chegaram a 24 forças de caráter, que correspondem a partes positivas da sua personalidade, que têm impacto sobre o que você pensa, sente e como se comporta. Elas refletem o seu “eu verdadeiro”, a sua essência, ou seja, não tem nada a ver com habilidades, talentos, interesses ou outros recursos individuais. Que tal responder um questionário para avaliação das suas forças de caráter? Você pode acessar as instruções para a versão online ou, se preferir, usar a versão alternativa que o documento traz, que é respondida a partir de sua reflexão pessoal sobre as forças e virtudes tal como são abordadasna PP. Essa versão traz informações complementares, mas é mais demorada inclusive porque o preenchimento é manual. De toda forma, vale uma olhada até para conhecer um pouco mais sobre as forças. MÓDULO 3 – UNIDADE 2. ENGAJAMENTO NO TRABALHO Um dos caminhos para a felicidade, de acordo com a Psicologia Positiva, é a vida engajada, representada pelo estado de Flow, que significa fluxo. No estado de Flow, você alcança o seu melhor! Tudo que você é capaz de fazer faz ainda melhor em Flow. Para que o Flow aconteça, há duas condições necessárias: 1. As metas precisam ser claras e o feedback imediato 2. Os desafios e as habilidades devem ser altos e equivalentes Vamos ver como essas condições acontecem na prática! Para haver Flow, a meta não está no final do processo, em concluir a tarefa, mas no passo a passo. A pessoa precisa poder acompanhar que ela está evoluindo ao longo da atividade e superando cada passo que precisa realizar. Por exemplo, eu faço um relatório, vejo que consigo avançar em cada seção do documento, acompanho meus prazos e reconheço que estou aprendendo e que o resultado está saindo melhor do que eu mesma esperava. Para que isso aconteça, a atividade também precisa ter algum nível de desafio. Por um lado, se o desafio for mais baixo do que as habilidades que tenho, gera tédio. Voltando ao relatório, se eu sempre faço do mesmo jeito ou as habilidades que eu tenho são mais que suficientes para elaborá-lo, essa atividade não me gera nenhum aprendizado, não há como entrar em Flow. Por outro lado, se o desafio requer habilidades além das que eu tenho ou sou capaz de desenvolver, tende a gerar ansiedade e frustração. No mesmo exemplo, se preciso elaborar um relatório sobre algo que eu não conheço, usando um método que eu não consigo dominar e num prazo que me pressiona, impossível entrar em Flow. Por isso, é preciso que a atividade seja o mais desafiadora possível, mas num nível que eu tenho condições de acompanhar. O que acontece quando entramos em Flow? Em flow, a gente tem a forte sensação de estar no controle do nosso próprio desempenho, mesmo em situações difíceis. A gente sente que pode lidar com a situação, aconteça o que acontecer. No flow, o nível de desafio requer toda a nossa atenção para a atividade, o que acaba nos deixando num estado de máxima concentração. Sabe aquela sensação de que você se confunde com a própria ação e perde a noção de todo o resto? Por causa dessa alta concentração, nosso foco fica totalmente no momento presente. Sabe aquelas viagens mentais que de vez em quando vêm quando a gente fica se lembrando do fim de semana ou pensando na conta pra pagar? Então! Elas não têm vez! Desaparecem as ruminações sobre o passado ou o futuro. Por isso, na experiência de Flow, a gente perde a noção do tempo. Você fica tão engajado na atividade que leva um susto quando vê o tempo que passou! A gente se perde da própria individualidade. Nos esquecemos de nós mesmos, mas num sentido positivo, enriquecedor. A experiência ganha mais importância, o que nos dá a sensação de ampliação dos nossos limites. Com tudo isso, a experiência de Flow é gratificante por si mesma. A pessoa não faz porque espera uma consequência, por exemplo, financeira ou um elogio ou porque que atender a expectativa do gestor. Ela faz e quer repetir porque a experiência em si é recompensadora. Nesse caso a gente diz que a motivação é intrínseca, ou seja, depende só da própria pessoa, de como ela se sente naquele momento. Considerando essas condições, em que momentos você acredita que já vivenciou o Flow? Se não está claro para você, será que há alguma atividade profissional que você acredita que possa te trazer essa experiência? Ou talvez algum hobby? Algumas pessoas também entram em Flow quando brincam com os filhos ou fazem uma atividade esportiva, por exemplo. O Flow não só nos deixa felizes por um período logo após a experiência, mas também tem benefícios duradouros para a qualidade de vida. Além disso, o Flow nos traz crescimento pessoal contínuo. Enquanto existe o desafio, as habilidades continuam sendo desenvolvidas. Por isso entrar em Flow é um jeito de malhar a autoestima porque traz uma sensação de superar expectativas. Então, que tal experimentar atividades que podem te trazer a vivência do Flow? MÓDULO 3 – UNIDADE 3. SIGNIFICADO E REALIZAÇÃO NO TRABALHO Neste vídeo a gente vai ver um pouco mais sobre os estilos de vida relacionados ao bem- estar. Temos a vida aprazível, relacionada a mais experiências com emoções positivas. Temos também a vida engajada, relacionada às experiências de Flow, e também a vida de relacionamentos, quando investimos em relações próximas em que um conta realmente com o outro. Agora vamos nos aprofundar em outros dois estilos de vida para o bem-estar: a vida com sentido e a vida de realizações. A vida com sentido ou significativa é o caminho que traz maior felicidade e pode ser relacionada a um propósito. Com certeza você já ouviu falar sobre a importância de se ter um propósito, algo que traga sentido a sua existência. Antes de trazer algumas referências sobre essa questão, quero compartilhar uma imagem que me ajuda muito a compreender essa ideia. O propósito não é algo concreto, com prazo ou com um modelo de alcance. Eu associo o propósito a uma paisagem, um pôr do sol. Em primeiro lugar, essa imagem nos faz querer admirá-la, desperta em nós a apreciação da beleza. Um propósito genuíno também desperta essa admiração, esse “uau”!! Além disso, o pôr do sol pode orientar nosso olhar e a direção da nossa caminhada. Existem vários caminhos em direção a ele. A gente pode ir pela floresta, por cima das montanhas, talvez nadando ou até voando. Qualquer que seja o caminho que a gente escolha, de alguma forma deixamos nossa marca. Podem ser só pegadas ou, quem sabe, a gente muda um pouco a paisagem ou deixa um sinal que pode orientar outras pessoas que passam por lá. Independente do caminho escolhido, a verdade é que nunca a gente nunca alcança o pôr do sol. Ele continua lá, mas a gente nunca chega até ele, não dá para tocar. Ele está lá para dar sentido à nossa caminhada e a nós mesmos. A logoterapia é uma linha existencial e também uma abordagem terapêutica que estuda justamente o sentido da vida. Ela foi fundada por Viktor Frankl, a partir de suas experiências em prisões nazistas. Para a logoterapia, a busca de sentido é a nossa principal força motivadora. As pessoas precisam de algo em função do que viver, algo que elas sintam que é maior que elas mesmas. “A liberdade interior do ser humano, a qual não se lhe pode tirar, permite-lhe até o último suspiro configurar a sua vida de modo que tenha sentido.” Para Viktor Frankl, não apenas a vida ativa e criativa teria sentido. Ele também via sentido na vida num campo de concentração, justamente na atitude com que cada um enfrentava a situação. De acordo com a logoterapia, então, a gente pode descobrir este sentido na vida de três diferentes formas: criando um trabalho ou praticando um ato que caracterize esse caminho de realização; pelo amor, experimentando algo ou encontrando alguém; pela atitude que tomamos em relação ao sofrimento inevitável. A experiência de sofrer nos traz lições muito marcantes sobre os nossos valores, o que é importante pra nós. Entra aí a importância de aprender com as emoções negativas. A gente pode relacionar essa visão sobre a dor também com a Teoria da Esperança, que foi proposta por Snyder. A esperança é o que nos ajuda a encontrar sentido quando a gente vivencia um problema. Além disso, a esperança também contribui com a vida de realizações. Lembra? Fiquei de abordar também esse estilo de vida. A esperança leva a pessoa a pensar em seus objetivos, ter motivação para persegui-los e identificar os caminhos para alcançá-los. Ok, definidos esses caminhos, o quepode aumentar nossas chances de sucesso? Garra! Garra não é talento, nem sorte e muito menos tem a ver com o quanto você deseja alguma coisa. Garra implica esforço e, nesse sentido, se relaciona com a mentalidade de crescimento. Quem tem mais garra tende a ter mais sucesso e também é muito mais motivado na busca por uma vida com propósito e centrada no outro, ainda que precise lidar com as adversidades, as dores que naturalmente vêm. Encontrar sentido na vida ou definir um propósito é algo que não se faz muito rapidamente. A gente pode levar a vida toda para validar o sentido da existência. O importante é aproveitar os momentos que a nossa vida nos traz para ganhar mais clareza sobre o que realmente importa e o legado que a gente quer deixar. Você vai encontrar um exercício que pode contribuir um pouquinho com esse processo. Ele vai te trazer reflexões sobre você mesmo e seus valores. Tomara que te traga algum insight sobre o que dá sentido a sua vida. • MÓDULO 3 – UNIDADE 4. PRINCÍPIOS QUE MOTIVAM COMPORTAMENTOS Você se lembra do que é o PERMAH e das palavras que compõem esse acrônimo? PERMAH corresponde a elementos fundamentais para o cultivar bem-estar: emoções positivas, engajamento, relacionamentos, significado, realização e saúde. Quero trazer mais algumas reflexões interessantes sobre um desses elementos, nossos relacionamentos. Relacionamentos podem ser bem desafiadores, não é? Imagine então no ambiente de trabalho! Por isso é útil compreender quais são os fatores que motivam as pessoas a se comportarem de uma forma ou de outra no trabalho. O modelo SCARF nos dá uma luz sobre isso. Esse modelo foi criado por David Rock e se baseia na neurociência. SCARF é um acrônimo e sugere cinco princípios que influenciam o comportamento em situações sociais. S - STATUS diz respeito ao reconhecimento ou ao quanto nos sentimos importantes para os outros (figurinha de um podium e a pessoa com um prêmio na mão) C – CERTEZA é a habilidade de predizer o futuro (pessoa lendo uma bola de cristal) A – AUTONOMIA se refere ao senso de controle sobre os eventos R – RELACIONAMENTOS, neste caso, traz o enfoque do quanto nos sentimos seguros com os outros F – JUSTIÇA, do inglês, Fairness, ou seja, quão justas percebemos que são as trocas entre as pessoas Nas várias situações do dia a dia, podemos ter a sensação de ameaça ou de recompensa em relação a cada um desses princípios. Por exemplo, no trabalho, quando uma pessoa é deixada de fora de um projeto, ela pode sentir isso como uma ameaça ao seu status e à segurança no relacionamento. Essa situação ativa áreas cerebrais semelhantes às da dor física, ou seja, a percepção da ameaça, mesmo que seja apenas uma interpretação da pessoa, libera cortisol, o hormônio do estresse, que afeta a produtividade e a criatividade. Em outra situação, quando recebe um elogio, a pessoa tende a se sentir recompensada, o que gera a liberação de dopamina, um neurotransmissor associado ao prazer. Essa experiência estimula a autoconfiança e o desejo de continuar fazendo um bom trabalho. Se você acha que essa abordagem é importante para quem está no papel de gestor, acertou! Se você acha que ela é útil independente da sua posição na equipe ou mesmo nos relacionamentos em geral, acertou mais ainda! Em qualquer relacionamento, as pessoas tendem a não apreciar se não há certeza, ou seja, se são sempre surpreendidas e não sabem o que esperar. No ambiente de trabalho, isso acontece, quando as demandas para a unidade mudam o tempo todo ou se os projetos são atropelados por pedidos inesperados. Na família, pode estar associado a situações em que não há estabilidade financeira, por exemplo. O planejamento conjunto é uma boa prática para minimizar a ameaça da incerteza, mesmo que depois haja mudanças. Em cada um dos princípios SCARF, nossa tendência é querer minimizar a ameaça e aumentar a recompensa, ou seja, aumentar o prazer e reduzir o desprazer. Vamos ver como isso acontece. Num casamento, uma das sensações mais incômodas é quando não há uma percepção de justiça, por exemplo, se um tem a sensação de que se doa mais que o outro, e consequentemente, o outro se sente em dívida com o parceiro. Uma forma de lidar com isso é compartilhar os sentimentos e negociar expectativas. Se o casal não consegue fazer isso, pode acontecer de aquele que se doa mais começar a cobrar o outro ou talvez o que se sente em débito se afaste ou se isole para minimizar o próprio incômodo. Dessa forma, em qualquer contexto social, é bom que a gente cuide desses cinco elementos de uma forma compartilhada. Você pode usar vários recursos complementares para isso, como observar seus sentimentos, desenvolver empatia, aplicar a comunicação não violenta e dar espaço para que os pedidos sejam expressos e combinados. • MÓDULO 4 – UNIDADE 1. LIDERANÇA PESSOAL Para você, o que significa ser líder? Pense numa pessoa da sua convivência que você reconhece que é um bom líder ou que, de alguma forma, exerce uma liderança positiva. Que características você vê nessa pessoa? Pare um pouco o vídeo e anote pelo menos cinco características ou cinco coisas que essa pessoa faz e que você associa à liderança. Voltando à nossa aula, agora quero te pedir para refletir sobre você. Você se considera líder? Será que você tem alguma dessas características que associou à pessoa que você escolheu como um exemplo? Lembre-se de um momento da sua vida em que você reconhece que exerceu liderança. Como foi a experiência? Quais foram os resultados? Se precisar, interrompa o vídeo de novo que eu te espero aqui. Cada um de nós provavelmente já exerceu algum tipo de liderança ao longo da vida. Pode ter sido no colégio, em casa, quando era mais novo. Sabe aquela criança que às vezes é até chamada de mandona? Provavelmente ela está experimentando liderar, mas talvez ainda não tenha as habilidades suficientes pra isso. Como ela consegue evoluir para realmente exercer uma liderança positiva? Tudo começa em si mesma, com a liderança pessoal. Podemos ver isso num modelo chamado Pipeline de Liderança, de Ram Charan. Nesse modelo a gente pode ver o caminho de desenvolvimento de um líder por meio das passagens que ele faz ao longo da carreira numa empresa. A ideia, claro, é observar as competências que uma pessoa demonstra num determinado nível de liderança e apoiá-la no desenvolvimento de novas habilidades para que ela possa exercer sua posição com assertividade ou preparar-se para ir para o nível seguinte. O que quero trazer sobre esse modelo é só a primeira passagem: de gerenciar a si mesmo a gerenciar outros. Veja que tudo começa na própria pessoa. Tudo começa em você, na liderança pessoal. No contexto profissional a liderança pessoal pode ser associada ao perfil empreendedor, não necessariamente à frente de um negócio, mas onde quer que a pessoa exerça suas atividades. O intraempreendedor, por exemplo, aperfeiçoa ou desenvolve novas maneiras de criar e entregar valor onde atua, por iniciativa própria, inclusive no serviço público, compondo uma equipe de trabalho. Num sentido mais amplo, “empreendedorismo é o processo de criar algo novo, dedicando tempo e esforço necessários, assumindo os riscos financeiros e sociais correspondentes e recebendo as consequentes recompensas da satisfação e independência econômica e pessoal.” O empreendedor é motivado pela independência, pela oportunidade de criar algo novo, pela realização e pelo valor gerado. Liderança pessoal então significa empreender em relação à nossa própria vida, reconhecendo e enfrentando os riscos, com autoconsciência para escolher, aprender e avançar nos caminhos escolhidos em direção ao propósito. Isso tem tudo a ver com independência e bem-estar. Apenas pessoas independentes conseguem construir relações positivas de interdependência. Ser líder de si mesmo é justamente
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