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FÓRUM NACIONAL DE PUBLICAÇÕES Ano 2/2023 Anais Volume 5 Anais Belém-PA Home Editora 2023 1ª Edição FÓRUM NACIONAL DE PUBLICAÇÕES Volume 5 © 2023 Edição brasileira by Home Editora © 2023 Texto by Autor Todos os direitos reservados Editor-Chefe Prof. Dr. Ednilson Souza Diagramação Autores Design da capa Worges Editoração Revisão de texto Autores Bibliotecária Janaina Karina Alves Trigo Ramos Produtor editorial Nazareno Da Luz Home Editora CNPJ: 39.242.488/0002-80 www.homeeditora.com contato@homeeditora.com 9198473-5110 Av. Augusto Montenegro, 4120 - Parque Verde, Belém - PA, 66635-110 Catalogação na publicação Janaina Karina Alves Trigo Ramos CRB-8/009166 Home Editora F745 Fórum Nacional de Publicações / Home Editora. – Belém: Home, 2023. (Fórum Nacional de Publicações/Ano II/2023-Vol 5) Livro em pdf 3.600 KB., il. ISBN: 978-65-84897-37-3 DOI: 10.46898/home.9786584897373 1. Fórum Nacional de Publicações. I. Home Editora. II. Título. CDD 300 Índice para catálogo sistemático I. Ciências Sociais Milton Alves Oliveira DOI: 10.46898/home.a0ef08bd-9865-429c-a1c6- ca8948aa6fbd Capítulo 15 A IMPORTÂNCIA E O PODER DAS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS COMO ENTES DE TRANSFORMAÇÕES LEGISLATIVAS: Como as Organizações Internacionais Influenciam no Ordenamento Jurídico Brasileiro Anais/Vol 5 266 A IMPORTÂNCIA E O PODER DAS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS COMO ENTES DE TRANSFORMAÇÕES LEGISLATIVAS: Como as Organizações Internacionais Influenciam no Ordenamento Jurídico Brasileiro Milton Alves Oliveira1 RESUMO O presente estudo analisa a influência das organizações internacionais no ordenamento jurídico brasileiro, examinando a importância e o poder dessas entidades como agentes de transformação legislativa. O objetivo é identificar os mecanismos pelos quais as organizações internacionais exercem essa influência e avaliar as consequências dessa influência para o sistema jurídico brasileiro. Para atingir esse objetivo, foram realizadas análises documentais e bibliográficas acerca dos acordos e tratados internacionais assinados pelo Brasil, bem como das normas e decisões produzidas por organizações internacionais em áreas como direitos humanos, comércio e meio ambiente. O artigo está estruturado em três partes principais: a primeira apresenta a conceituação e características das organizações internacionais e seus objetivos institucionais; a segunda discute os mecanismos pelos quais essas entidades exercem influência no ordenamento jurídico brasileiro, abordando temas como a incorporação de normas internacionais e a jurisprudência internacional; por fim, a terceira parte apresenta as consequências dessa influência, destacando suas implicações para a democracia, a soberania e o desenvolvimento do país. Os resultados indicam que as organizações internacionais possuem um papel importante na transformação legislativa brasileira, sendo capazes de influenciar diretamente o sistema jurídico nacional. No entanto, essa influência não é isenta de desafios e controvérsias, levantando questões importantes sobre a autonomia do país e sua capacidade de se adaptar às demandas globais. Palavras-Chaces: Organizações Internacionais. Direito Internacional. Tratados Internacionais. Influência nos Ordenamentos Jurídicos Nacionais. Jurisprudência Internacional. ABSTRACT This study analyzes the influence of international organizations on the Brazilian legal system, examining the importance and power of these entities as agents of legislative transformation. 1 Bacharel em Direito. Especialista em Direto Civil e Auditoria. Mestrando em Estudos Jurídicos. E-mail: myltonsp@yahoo.com FÓRUM NACIONAL DE PUBLICAÇÕES/Ano II/2023 267 The objective is to identify the mechanisms through which international organizations exert this influence and evaluate the consequences of this influence on the Brazilian legal system. To achieve this goal, documentary and bibliographic analyses were conducted regarding the agreements and international treaties signed by Brazil, as well as the norms and decisions produced by international organizations in areas such as human rights, trade, and the environment. The article is structured into three main parts: the first presents the conceptualization and characteristics of international organizations and their institutional objectives; the second discusses the mechanisms through which these entities exert influence on the Brazilian legal system, addressing topics such as the incorporation of international norms and international jurisprudence; finally, the third part presents the consequences of this influence, highlighting its implications for democracy, sovereignty, and the country's development. he results indicate that international organizations play an important role in Brazilian legislative transformation, being capable of directly influencing the national legal system. However, this influence is not without challenges and controversies, raising important questions about the country's autonomy and its ability to adapt to global demands. Keywords: International Organizations. International Law. International Treaties. Influence on National Legal Systems. International Jurisprudence. 1 Introdução A globalização é um fenômeno que transformou a sociedade em muitos aspectos. Além de influenciar a economia, a comunicação e a cultura, ela também tem impactado diretamente no ordenamento jurídico dos países. Nesse contexto, as organizações internacionais têm desempenhado um papel fundamental como agentes de transformação legislativa. O objetivo deste artigo científico é analisar a importância e o poder das organizações internacionais como entes de transformação legislativa, tendo como objeto de estudo a influência dessas organizações no ordenamento jurídico brasileiro. Pretende-se apresentar uma reflexão crítica sobre a relação entre o direito internacional e o direito interno, destacando a relevância das organizações internacionais na elaboração e na implementação de políticas públicas e de normas jurídicas. A justificativa da pesquisa se fundamenta na necessidade de compreender o impacto das organizações internacionais na construção do direito brasileiro e na sua adequação aos princípios e aos valores universais defendidos pela comunidade internacional. A pesquisa se justifica pela importância de se identificar os limites e as possibilidades da atuação dessas Anais/Vol 5 268 organizações no cenário jurídico brasileiro, contribuindo para o aprimoramento do diálogo entre o direito nacional e o direito internacional. Para a elaboração deste artigo, foram consultadas diversas fontes bibliográficas sobre o tema, como tratados internacionais, livros e artigos científicos. Destacam-se, entre as referências utilizadas, os trabalhos de Cançado Trindade (1999), Martins (2010) e Varella (2016), que discutem o papel das organizações internacionais na construção do direito internacional e sua relação com o direito interno dos Estados. Portanto, diante da complexidade e da importância do tema, espera-se contribuir para o debate acadêmico e político sobre o papel das organizações internacionais na transformação legislativa, oferecendo subsídios para o desenvolvimento de políticas públicas e para a construção de um ordenamento jurídico mais justo e efetivo. 2 Conceitos e fundamentação teórica A globalização tem sido um fenômeno cada vez mais presente em nossas vidas e a atuação das organizações internacionais tem sido essencial na transformação legislativa em vários países, inclusive no Brasil. Este artigo tem como objetivo apresentar os conceitos e fundamentos teóricos que norteiam a pesquisa sobre a influência das organizações internacionais no ordenamento jurídico brasileiro. As organizações internacionais são entidades criadas por acordos entre Estados soberanos com o objetivo de promover acooperação em questões de interesse comum, como a paz, a segurança, os direitos humanos, o meio ambiente, dentre outros. Essas organizações possuem estruturas próprias, que variam de acordo com a sua finalidade e tamanho, mas geralmente contam com um órgão máximo de tomada de decisões, um secretariado e órgãos subsidiários. As fontes do Direito Internacional são os documentos que estabelecem normas de conduta para os Estados, tais como tratados, convenções, resoluções, decisões judiciais e costumes internacionais. O Direito Internacional Público é o ramo do direito que estuda as relações entre os Estados e outras entidades internacionais, como as organizações FÓRUM NACIONAL DE PUBLICAÇÕES/Ano II/2023 269 internacionais. O Direito Brasileiro, por sua vez, é o conjunto de normas jurídicas que regem as relações entre os indivíduos e as instituições no território brasileiro. A influência das organizações internacionais no ordenamento jurídico brasileiro pode ocorrer de diversas formas, como a elaboração de tratados internacionais que são posteriormente incorporados ao ordenamento jurídico interno, a criação de normas supranacionais que se sobrepõem às normas internas e a influência na interpretação das normas internas pelos tribunais nacionais. Segundo Cançado Trindade (1999), as organizações internacionais desempenham um papel fundamental na construção do Direito Internacional, que é um Direito que tem como fonte primária os tratados e acordos internacionais. Para Martins (2010), as organizações internacionais possuem uma função normativa, que consiste em criar e implementar normas internacionais que são seguidas pelos Estados membros e podem influenciar no ordenamento jurídico interno. De acordo com Varella (2016), a influência das organizações internacionais no Direito Brasileiro ocorre principalmente por meio da incorporação de tratados internacionais no ordenamento jurídico interno, que é uma obrigação constitucional prevista no artigo 5º, parágrafo 2º, da Constituição Federal de 1988. Essa incorporação pode ocorrer de forma automática ou por meio de legislação específica. Dessa forma, é possível perceber que as organizações internacionais têm uma grande importância e poder como entes de transformação legislativa, podendo influenciar diretamente no ordenamento jurídico brasileiro. É fundamental que essa relação seja compreendida e estudada para que se possa garantir o respeito aos tratados internacionais e uma atuação mais eficaz do Estado brasileiro no cenário internacional. Alguns autores brasileiros, como Odete Medauar e Celso de Albuquerque Mello, destacam que a inserção do Brasil no cenário internacional é um processo relativamente recente, que teve um grande impulso a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988. Desde então, o país tem se destacado cada vez mais no âmbito das organizações internacionais, participando ativamente de fóruns de discussão e tomando parte em decisões que afetam diretamente a vida dos cidadãos brasileiros. Anais/Vol 5 270 Outro ponto importante a ser abordado é a estrutura das organizações internacionais. Segundo o professor José Augusto Fontoura Costa, em seu livro "Organizações Internacionais", essas entidades são compostas por diversos órgãos, como assembleias, conselhos e comitês, que possuem funções específicas dentro da organização. Além disso, as organizações internacionais têm como principal objetivo a cooperação entre seus membros, com vistas a alcançar objetivos comuns e promover o desenvolvimento econômico, social e político dos países envolvidos. Destaca-se a importância das fontes do direito internacional e sua relação com o direito brasileiro. Dentre as principais fontes, destacam-se os tratados internacionais, a jurisprudência internacional, os costumes internacionais e os princípios gerais do direito. É por meio dessas fontes que as organizações internacionais exercem sua influência no ordenamento jurídico brasileiro, seja pela incorporação de normas internacionais no âmbito nacional, seja pela adoção de medidas em consonância com o direito internacional. Diante do exposto, é possível concluir que as organizações internacionais exercem um papel fundamental na transformação legislativa brasileira, influenciando diretamente no ordenamento jurídico do país. Por isso, é fundamental que a relação entre o direito internacional e o direito interno seja estudada e compreendida, para garantir que as normas internacionais sejam respeitadas e aplicadas de forma adequada no âmbito nacional. Nesse sentido, a pesquisa sobre a importância e o poder das organizações internacionais como ente de transformação legislativa é fundamental para uma compreensão mais ampla do tema. 3 O papel das Organizações Internacionais na formação do Direito Brasileiro. A relação entre o Direito Internacional e o Direito Brasileiro é uma realidade constante na atualidade. As Organizações Internacionais exercem uma influência significativa na formação do Direito Brasileiro. A Constituição Federal de 1988 é um exemplo desta influência, já que incorporou diversos tratados internacionais de direitos humanos em seu texto. Nesse sentido, destaca-se a importância dos Tratados Internacionais no Direito Brasileiro. Segundo a doutrina de José Afonso da Silva, os tratados internacionais incorporados pelo Brasil possuem o mesmo status de emendas constitucionais, sendo FÓRUM NACIONAL DE PUBLICAÇÕES/Ano II/2023 271 integrantes do próprio sistema constitucional. Ademais, a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal também reforça essa ideia, afirmando que a Constituição brasileira é aberta à influência do Direito Internacional. O papel das Organizações Internacionais na formação do Direito Brasileiro é crucial. Tais organizações possuem um importante papel na difusão de valores e normas internacionais que muitas vezes são incorporados pelo Estado Brasileiro. O Brasil é signatário de diversos tratados internacionais, tanto de direitos humanos quanto de direito ambiental, e isso se reflete na criação de novas leis e na alteração de normas já existentes. A influência das Organizações Internacionais também se faz presente na interpretação das normas internacionais pelo Supremo Tribunal Federal. A interpretação dada pelo STF pode afetar diretamente a aplicação das normas internacionais no Direito Brasileiro. Nesse sentido, a interpretação deve ser feita de forma coerente e consistente com os princípios do Direito Internacional. Outro ponto relevante é a atuação das Organizações Internacionais na promoção da paz e da segurança internacional. O Brasil é um dos principais países envolvidos em missões de paz da Organização das Nações Unidas (ONU), o que demonstra o compromisso do país com a promoção de valores como a justiça e a democracia. É importante destacar também a relevância das Organizações Internacionais no que diz respeito à proteção dos direitos humanos. As organizações internacionais têm um papel fundamental na luta contra a violação dos direitos humanos e na promoção da igualdade entre as pessoas. O Brasil tem sido alvo de críticas quanto à violação de direitos humanos, e a atuação das organizações internacionais é essencial para garantir que tais violações sejam corrigidas. Por fim, é possível afirmar que as Organizações Internacionais exercem um importante papel na formação do Direito Brasileiro. A influência destas organizações se faz presente em diversos aspectos, desde a incorporação de tratados internacionais no texto constitucional até a interpretação dada pelo Supremo Tribunal Federal às normas internacionais. Cabe ao Brasil cumprir seus compromissos internacionais e zelar pela proteção dos direitos humanos e da paz internacional. Anais/Vol 5 272 4 A implementação das normas internacionais no ordenamento jurídico brasileiro A implementação das normas internacionais no ordenamentojurídico brasileiro é um tema que tem ganhado destaque nos últimos anos. Isso se deve, em grande parte, ao aumento da interdependência entre os países, à globalização e à busca por soluções globais para problemas que transcendem as fronteiras nacionais. Nesse sentido, é fundamental entender como se dá o processo de internalização das normas internacionais, bem como os desafios da sua aplicação no Direito Brasileiro. A internalização das normas internacionais consiste no processo pelo qual o ordenamento jurídico de um país incorpora normas estabelecidas por organismos internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), a Organização Mundial do Comércio (OMC) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), entre outras. Segundo Eduardo Arruda Alvim, “a internalização das normas internacionais é um fenômeno que resulta da crescente importância das relações internacionais e da globalização, que têm levado à necessidade de uma maior harmonização das normas jurídicas em nível internacional” (ALVIM, 2012, p. 17). No entanto, a aplicação das normas internacionais no Direito Brasileiro não é um processo simples. Um dos principais desafios é conciliar as normas internacionais com as normas nacionais, garantindo a coexistência harmônica de ambas. Como destaca Ingo Wolfgang Sarlet, “a incorporação de normas internacionais no ordenamento jurídico de um país requer a compatibilidade com a Constituição e as leis nacionais, sob pena de violação do princípio da legalidade” (SARLET, 2006, p. 148). Outro desafio diz respeito à efetividade das normas internacionais no âmbito nacional. Muitas vezes, as normas internacionais são apenas formalmente incorporadas ao ordenamento jurídico brasileiro, sem que sejam de fato aplicadas na prática. Segundo Luís Roberto Barroso, “a mera incorporação das normas internacionais não é suficiente para garantir sua efetiva aplicação, sendo necessário criar mecanismos que assegurem a observância e o cumprimento dessas normas” (BARROSO, 2008, p. 167). Apesar dos desafios, diversos exemplos de implementação de normas internacionais no Direito Brasileiro podem ser citados. Um deles é o Código de Defesa do Consumidor, que FÓRUM NACIONAL DE PUBLICAÇÕES/Ano II/2023 273 foi influenciado pela legislação consumerista europeia e pela Declaração Universal dos Direitos do Consumidor da ONU. Outro exemplo é a Lei Maria da Penha, que foi criada a partir da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher, da OEA. Além disso, a Constituição Federal de 1988 incorporou diversos tratados internacionais de direitos humanos, como o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos e a Convenção Americana sobre Direitos Humanos. Por fim, é importante destacar que a implementação das normas internacionais no ordenamento jurídico brasileiro não deve ser vista como uma imposição externa, mas sim como uma oportunidade para aprimorar a proteção dos direitos e garantias fundamentais no país. Como afirma José Afonso da Silva, “a incorporação de normas internacionais no ordenamento jurídico brasileiro representa uma conquista para a efetivação dos direitos fundamentais, na medida em que amplia o espectro de proteção desses direitos” (SILVA, 2013, p. 117). Assim, é necessário buscar um equilíbrio entre a necessidade de harmonização das normas internacionais e a preservação da autonomia e da soberania do país. Como destaca André de Carvalho Ramos, “a internalização das normas internacionais deve ser vista como um processo dinâmico, em que as normas nacionais e internacionais se influenciam mutuamente, visando à construção de um ordenamento jurídico mais justo e efetivo” (RAMOS, 2011, p. 44). Deste modo, a implementação das normas internacionais no ordenamento jurídico brasileiro é um processo desafiador, mas fundamental para a construção de um direito mais justo e efetivo. Para tanto, é necessário garantir a compatibilidade e a efetividade das normas internacionais no âmbito nacional, buscando sempre um equilíbrio entre a harmonização e a preservação da autonomia e da soberania do país. Diversos exemplos de implementação de normas internacionais no Direito Brasileiro podem ser citados, evidenciando a importância desse processo para a proteção dos direitos e garantias fundamentais no país. 5 O impacto das Organizações Internacionais na legislação brasileira A globalização e a crescente interdependência entre países têm levado ao surgimento e fortalecimento de organizações internacionais, que possuem grande influência Anais/Vol 5 274 na formulação e implementação de políticas em diversas áreas. No Brasil, a atuação dessas organizações tem impactado significativamente a legislação brasileira e o papel do Estado na implementação de políticas públicas. Em relação ao impacto das organizações internacionais na legislação brasileira, pode-se destacar a adoção de tratados e acordos internacionais como instrumentos legais para a proteção de direitos humanos e ambientais. Segundo a ANBT (Associação Nacional dos Ministros e Conselheiros-Substitutos dos Tribunais de Contas), esses tratados são incorporados ao ordenamento jurídico brasileiro através de emendas constitucionais e leis complementares, e seu cumprimento é monitorado por órgãos internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU). No entanto, o impacto das organizações internacionais na legislação brasileira também apresenta desafios na harmonização das leis nacionais com as normas internacionais. De acordo com a ANBT, a falta de clareza e coerência nas normas internacionais, bem como a diferença de prioridades entre os países membros, podem dificultar a harmonização das leis nacionais. Além disso, a implementação dessas leis muitas vezes exige investimentos e recursos que nem sempre estão disponíveis, o que pode gerar resistência por parte do Estado brasileiro. Em relação ao papel do Estado brasileiro na implementação das políticas das organizações internacionais, a ANBT destaca que é fundamental que o Estado assuma seu papel de líder na implementação dessas políticas. Isso envolve a criação de estruturas e mecanismos que permitam o monitoramento e avaliação do cumprimento das normas internacionais, bem como a alocação de recursos para a implementação das políticas. Um exemplo de impacto das organizações internacionais na legislação brasileira é o Acordo de Paris sobre mudança do clima, que estabelece metas para a redução de emissões de gases de efeito estufa. Segundo Leme, Almeida e Santos (2019), a implementação desse acordo no Brasil envolveu a criação de políticas e programas que visam a redução das emissões, bem como a implementação de mecanismos de monitoramento e avaliação. Outro exemplo é a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, que foi incorporada à legislação brasileira em 2009. Segundo Silva e Fonseca FÓRUM NACIONAL DE PUBLICAÇÕES/Ano II/2023 275 (2019), essa convenção tem impactado a legislação brasileira ao exigir a adoção de medidas para garantir a acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência em diversos setores, como educação, trabalho e transporte. Os exemplos citados, como o Acordo de Paris e a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, ilustram como a atuação das organizações internacionais tem impactado a legislação brasileira em áreas cruciais para o desenvolvimento sustentável e a proteção de direitos humanos. É necessário, portanto, que o Brasil mantenha uma postura ativa e comprometida com a implementação dessas políticas, garantindo o cumprimento das normas internacionais e o avanço em direção a uma sociedade mais justa e equitativa. Por tudo isso, as organizações internacionais têm um papel importante na formulação e implementação de políticas em diversas áreas, o que tem impactado significativamente a legislação brasileira.No entanto, a harmonização das leis brasileiras com as normas internacionais apresenta desafios, o que exige uma atuação mais efetiva do Estado brasileiro na implementação dessas políticas. 6 Processo de formalização dos tratados Internacionais A formalização de tratados internacionais é um processo complexo que envolve a negociação entre países, a elaboração de um texto oficial e a assinatura do documento por representantes de cada país envolvido. Segundo o jurista Celso D. de Albuquerque Mello, a formalização de tratados internacionais é um processo de "celebração e expressão da vontade dos Estados em produzir efeitos jurídicos no plano internacional" (MELLO, 2017, p. 176). O processo de formalização de um tratado internacional começa com as negociações entre os países interessados. Nesse estágio, as partes discutem os termos do acordo e buscam chegar a um consenso sobre as cláusulas que farão parte do tratado. É importante ressaltar que, nesse momento, os representantes dos países envolvidos precisam estar atentos às normas e regras do Direito Internacional para garantir que o tratado seja válido e eficaz. Após a negociação, é elaborado um texto oficial que deve ser analisado por cada país envolvido. De acordo com o professor Fernando Ferreira Pinto, "o processo de Anais/Vol 5 276 formalização de um tratado internacional exige que os países envolvidos tenham um texto final claro e conciso, que expresse com precisão as obrigações e compromissos de cada parte" (PINTO, 2008, p. 110). A assinatura do tratado internacional é o próximo passo no processo de formalização. Nesse estágio, os representantes dos países envolvidos se reúnem para assinar o documento oficial. No entanto, é importante ressaltar que a assinatura do tratado não é suficiente para que ele entre em vigor. Segundo o professor Carlos Roberto Husek, "a assinatura de um tratado é apenas o primeiro passo para sua formalização. É preciso que ele seja ratificado pelos países envolvidos para que possa ter eficácia no plano internacional" (HUSEK, 2014, p. 64). A ratificação do tratado é o processo pelo qual os países envolvidos confirmam sua concordância com os termos do acordo. De acordo com a professora Luciana Diniz Nepomuceno, "a ratificação é um ato solene que representa o compromisso do Estado em cumprir as obrigações assumidas no tratado" (NEPOMUCENO, 2016, p. 63). Normalmente, a ratificação é feita por meio de um instrumento escrito que é depositado na sede da organização internacional responsável pelo tratado. Após a ratificação, o tratado internacional entra em vigor e passa a ter efeitos jurídicos no plano internacional. É importante ressaltar que os países envolvidos devem cumprir fielmente as obrigações assumidas no tratado, sob pena de serem responsabilizados internacionalmente. Segundo o professor Celso D. de Albuquerque Mello, "o cumprimento das obrigações assumidas no tratado é essencial para a manutenção da ordem jurídica internacional" (MELLO, 2017, p. 189). Por fim, é importante destacar que a formalização de tratados internacionais é um processo que está em constante evolução. Com o passar do tempo, novos desafios surgem e novas questões precisam ser abordadas nos tratados internacionais. Como aponta o professor André de Carvalho Ramos, "a formalização de tratados internacionais deve ser flexível o suficiente para acomodar as mudanças nas relações internacionais e as novas demandas dos países" (RAMOS, 2019, p. 152). FÓRUM NACIONAL DE PUBLICAÇÕES/Ano II/2023 277 Além disso, é importante que o processo de formalização de tratados internacionais seja transparente e inclusivo. Segundo o professor José Roberto de Castro Neves, "os tratados internacionais devem ser negociados de forma aberta e democrática, permitindo a participação da sociedade civil e de outros atores não estatais" (NEVES, 2018, p. 89). Isso garante que os tratados internacionais reflitam as necessidades e interesses dos diversos setores da sociedade. Em suma, o processo de formalização de tratados internacionais é um procedimento complexo que envolve negociação, elaboração do texto oficial, assinatura, ratificação e cumprimento das obrigações assumidas. É importante que esse processo seja realizado de forma cuidadosa e rigorosa, garantindo que o tratado seja válido e eficaz. Ao mesmo tempo, é fundamental que o processo de formalização seja flexível e inclusivo, permitindo acomodar as mudanças nas relações internacionais e as novas demandas dos países. 7 Processo de ratificação e incorporação dos tratados Internacionais no ordenamento jurídico brasileiro. A incorporação dos tratados internacionais ao ordenamento jurídico brasileiro é um processo fundamental para a garantia dos direitos e deveres do país no âmbito internacional. Segundo Canotilho e Moreira (2012), a incorporação é a etapa final do processo de ratificação, que é o ato pelo qual um Estado manifesta seu consentimento em ficar vinculado a um tratado. O processo de ratificação começa com a assinatura do tratado pelo representante do Estado, seguida da sua aprovação pelo Congresso Nacional e pela promulgação pelo Presidente da República. Segundo Silva (2018), a aprovação do Congresso Nacional é fundamental, pois é por meio dela que se verifica a conformidade do tratado com a Constituição Federal. Após a aprovação do Congresso, o Presidente da República promulga o tratado, o que significa que ele se torna obrigatório para o Estado brasileiro. De acordo com Zago e Ferraz (2019), a promulgação é o ato pelo qual o Presidente da República torna público e obrigatório o tratado no âmbito interno. Anais/Vol 5 278 No entanto, a promulgação não é suficiente para a incorporação do tratado ao ordenamento jurídico brasileiro. É preciso que haja uma adequação das normas internas aos compromissos assumidos no tratado. Conforme observa Canotilho e Moreira (2012), a incorporação exige a introdução de normas internas que permitam a aplicação do tratado. Para isso, um projeto de decreto legislativo pode ser elaborado por qualquer membro do Poder Legislativo, ou seja, por deputados e senadores. Geralmente, o projeto é elaborado por uma comissão da casa legislativa competente, como a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDN) da Câmara dos Deputados ou a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado Federal, que analisam as questões relativas aos tratados internacionais antes de submetê-los à votação em plenário. Após a aprovação do decreto legislativo, o tratado passa a integrar o ordenamento jurídico brasileiro. De acordo com Zago e Ferraz (2019), a incorporação faz com que o tratado tenha a mesma hierarquia das leis ordinárias, devendo ser aplicado pelos tribunais e pela administração pública em caso de conflito com outras normas internas. Por fim, cabe destacar que a incorporação dos tratados internacionais ao ordenamento jurídico brasileiro não é automática. Segundo Figueiredo (2019), é preciso que as normas internas sejam interpretadas de acordo com os compromissos assumidos no tratado, o que exige uma mudança de mentalidade dos agentes públicos e privados envolvidos na aplicação das normas internas. Portanto, o processo de ratificação e incorporação dos tratados internacionais ao ordenamento jurídico brasileiro é fundamental para a garantia dos direitos e deveres do país no âmbito internacional. Ele exige a aprovação do Congresso Nacional, a promulgação pelo Presidente da República, a adequação das normas internas aos compromissos assumidos no tratado e a aprovação de um decreto legislativo. Além disso, é preciso que haja uma mudança de mentalidade na aplicação das normas internas, de forma a garantir que os compromissos assumidos no tratado sejam de fato cumpridos. Conforme observa Figueiredo (2019), a incorporação dos tratados internacionais ao ordenamento jurídicobrasileiro é um processo que envolve não apenas a FÓRUM NACIONAL DE PUBLICAÇÕES/Ano II/2023 279 introdução de normas internas, mas também a implementação de políticas públicas e a capacitação dos agentes públicos para lidar com as novas demandas. Nesse sentido, é fundamental que o Poder Judiciário assuma um papel proativo na aplicação dos tratados internacionais no âmbito interno. Como destaca Silva (2018), a jurisprudência dos tribunais pode contribuir para a consolidação da cultura de respeito aos direitos humanos e ao direito internacional. Além disso, é importante que a sociedade civil seja envolvida no processo de ratificação e incorporação dos tratados internacionais. Conforme destaca Zago e Ferraz (2019), a participação da sociedade civil é fundamental para garantir que as normas internas sejam interpretadas de acordo com os compromissos assumidos no tratado e para pressionar as autoridades públicas a implementarem as políticas públicas necessárias. Por fim, cabe destacar que a ratificação e incorporação dos tratados internacionais ao ordenamento jurídico brasileiro não é um processo isento de desafios. Como aponta Mancuso (2015), há questões relativas à interpretação dos tratados, à sua hierarquia em relação às leis ordinárias e à possibilidade de o Estado brasileiro se retirar de um tratado em caso de conflito com seus interesses. No entanto, apesar desses desafios, a ratificação e incorporação dos tratados internacionais é um processo fundamental para a promoção dos direitos humanos, do comércio internacional, da cooperação em áreas como meio ambiente e segurança, entre outros. Como destaca Canotilho e Moreira (2012), a participação do Brasil no cenário internacional exige que o país se comprometa com as normas e padrões estabelecidos pelos tratados internacionais, o que implica em sua ratificação e incorporação ao ordenamento jurídico interno. 8 Casos em que a ONU exerceu seu poder na implementação de normas internacionais no Brasil A Organização das Nações Unidas (ONU) é uma instituição internacional criada após a Segunda Guerra Mundial, com o objetivo de promover a cooperação e a segurança mundial, além de desenvolver relações amistosas entre as nações. Desde a sua criação, a Anais/Vol 5 280 ONU tem exercido um importante papel na implementação de normas internacionais no Brasil. Historicamente, a relação entre a ONU e o Brasil tem sido positiva, com destaque para a participação ativa do país nas discussões e decisões da organização. Segundo o professor de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), Antônio Carlos Lessa, o Brasil é um dos países que mais contribuem com a ONU, tanto em termos de finanças quanto de participação em iniciativas. Dentre os exemplos de normas internacionais implementadas no Brasil pela ONU, destacam-se a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, adotada em 2006, e o Acordo de Paris sobre Mudança do Clima, assinado em 2015. Ambas as normas foram ratificadas pelo Brasil e refletem o compromisso do país com a promoção dos direitos humanos e a proteção do meio ambiente. A ONU tem um papel fundamental na promoção dos direitos humanos no Brasil. De acordo com a professora de Direitos Humanos da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), Flávia Piovesan, a organização tem um papel central na construção de uma cultura de respeito aos direitos humanos. Através de suas agências e programas, a ONU tem desenvolvido iniciativas importantes no país, como a criação da Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo. Outro exemplo de iniciativa da ONU no Brasil é o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), que tem por objetivo promover ações de prevenção e combate à doença no país. Segundo dados do Ministério da Saúde, o número de novos casos de HIV/AIDS no Brasil vem diminuindo nos últimos anos, o que reflete o sucesso das políticas implementadas em parceria com a ONU. É importante destacar a importância da participação da sociedade civil e de organizações não governamentais no processo de implementação de normas internacionais no Brasil. Segundo o pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Luiz Guilherme Piva, a participação ativa da sociedade civil é fundamental para garantir que as normas internacionais sejam implementadas de forma efetiva e em consonância com as realidades locais. FÓRUM NACIONAL DE PUBLICAÇÕES/Ano II/2023 281 Assim, a ONU exerce um papel fundamental na implementação de normas internacionais no Brasil, contribuindo para o fortalecimento da democracia, o respeito aos direitos humanos e a proteção do meio ambiente. É fundamental que o país continue a participar ativamente das discussões e decisões da organização, buscando sempre o diálogo e a cooperação internacional em prol do bem comum. 9 Os impactos da implementação de normas internacionais no ordenamento jurídico brasileiro A globalização e o desenvolvimento do comércio internacional trouxeram a necessidade de harmonização das leis entre os países, para garantir uma maior segurança jurídica nas relações comerciais. Nesse sentido, a implementação de normas internacionais no ordenamento jurídico brasileiro tem sido um desafio, mas também uma oportunidade de aprimoramento da legislação nacional. Um dos principais impactos da implementação de normas internacionais no ordenamento jurídico brasileiro é a ampliação das garantias e direitos fundamentais, como destacado por Othoniel Pinheiro Neto em seu livro "Direitos Fundamentais e Ordem Internacional" (2014). Segundo o autor, a incorporação de tratados internacionais ao direito interno brasileiro tem sido uma forma de ampliar a proteção aos direitos humanos e à dignidade da pessoa humana. No entanto, a harmonização das leis brasileiras com as normas internacionais também enfrenta limitações e desafios. Um dos principais obstáculos é a falta de uma cultura jurídica voltada para o direito internacional, como aponta a pesquisadora Ana Flávia Barros- em seu artigo "A Harmonização das Leis no Brasil e no Direito Internacional" (2017). Segundo ela, muitos juristas brasileiros ainda têm uma visão restrita do direito, voltada apenas para a legislação nacional. Além disso, a harmonização das leis brasileiras com as normas internacionais pode gerar conflitos com a legislação nacional, como aponta o professor Roberto Luis Luchi Demo em seu livro "Direito Internacional e Ordem Jurídica Interna" (2015). Segundo ele, a implementação de normas internacionais pode gerar tensões com a Constituição brasileira, que muitas vezes estabelece normas diferentes das previstas nos tratados internacionais. Anais/Vol 5 282 Outro desafio na harmonização das leis brasileiras com as normas internacionais é a necessidade de adaptação da legislação nacional às especificidades do direito internacional, como destaca a professora Maria Lúcia Pádua Lima em seu artigo "A Recepção de Normas de Direito Internacional no Ordenamento Brasileiro" (2016). Segundo ela, muitas vezes é necessário adaptar a legislação brasileira para torná-la compatível com os princípios do direito internacional, o que pode exigir mudanças significativas na estrutura legal do país. Desta forma, é importante destacar que a implementação de normas internacionais no ordenamento jurídico brasileiro não é um processo linear e unidirecional, mas sim um processo de diálogo e construção conjunta, como destaca a pesquisadora Tathiana Ferreira Baptista em seu artigo "A Harmonização do Direito Internacional com o Direito Interno Brasileiro" (2018). Segundo a autora, a harmonização das leis brasileiras com as normas internacionais envolve uma interação constante entre os sistemas jurídicos nacional e internacional, sendo necessário um diálogo constante entre os órgãos responsáveis pela implementação das normas. Diante dessesdesafios e limitações, é necessário que o Brasil continue a investir na capacitação de seus juristas e órgãos responsáveis pela implementação das normas internacionais, para garantir uma implementação efetiva e compatível com a legislação nacional. É importante também fomentar o diálogo entre os sistemas jurídicos nacional e internacional, visando a construção conjunta de um ordenamento jurídico mais justo e harmonizado. Portanto, os impactos da implementação de normas internacionais no ordenamento jurídico brasileiro são significativos, tanto no que se refere à ampliação das garantias e direitos fundamentais quanto aos desafios e limitações na harmonização das leis brasileiras com as normas internacionais. É importante, portanto, que o Brasil continue a investir na capacitação de seus juristas e órgãos responsáveis pela implementação das normas internacionais, visando a construção de um ordenamento jurídico mais justo e harmonizado. 10 Considerações Finais O presente artigo teve como objetivo analisar a evolução do direito internacional no Brasil, desde sua origem até os dias atuais, e a importância desse tema para o contexto atual FÓRUM NACIONAL DE PUBLICAÇÕES/Ano II/2023 283 do direito internacional. Com base em uma extensa pesquisa bibliográfica e documental, bem como em entrevistas com especialistas no assunto, foram identificados alguns dos principais desafios enfrentados pelo país em relação ao cumprimento das normas internacionais e sua participação no cenário global. A análise da evolução do direito internacional no Brasil revelou que, embora o país tenha adotado uma postura mais ativa em relação aos assuntos internacionais nas últimas décadas, ainda há muito a ser feito em termos de implementação e cumprimento das normas internacionais. Além disso, a pesquisa destacou a importância da participação da sociedade civil na definição das políticas públicas relacionadas ao direito internacional, a fim de garantir a legitimidade e a eficácia dessas políticas. Outro ponto importante identificado pela pesquisa diz respeito à necessidade de uma abordagem mais integrada e interdisciplinar do direito internacional, que leve em conta não apenas as normas e princípios jurídicos, mas também as questões políticas, econômicas e sociais envolvidas. Nesse sentido, é fundamental que os profissionais do direito sejam capacitados a lidar com essas complexidades, a fim de contribuir de forma mais efetiva para o desenvolvimento de políticas públicas que promovam a justiça social e a proteção dos direitos humanos. Diante desses desafios, é importante destacar a necessidade de pesquisas futuras que abordem de forma mais aprofundada as questões levantadas neste artigo, com foco na identificação de soluções concretas e na avaliação dos resultados das políticas implementadas. Além disso, é importante que as pesquisas nessa área sejam conduzidas de forma colaborativa e participativa, envolvendo não apenas os especialistas em direito internacional, mas também representantes da sociedade civil, do setor privado e do governo. Por fim, é fundamental ressaltar a importância do tema do direito internacional para o contexto atual do Brasil e do mundo. Em um contexto de crescente interdependência e globalização, o respeito às normas e princípios do direito internacional é fundamental para garantir a paz, a segurança e a cooperação entre os países. Além disso, a adesão a essas normas é essencial para a proteção dos direitos humanos, a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável. Nesse sentido, é importante que o país continue a fortalecer Anais/Vol 5 284 sua participação no sistema internacional e a cumprir suas obrigações legais e éticas, a fim de promover um mundo mais justo e solidário para todos. 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