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4_ Direito Internacional_ Organizações Internacionais_

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FÓRUM NACIONAL DE
PUBLICAÇÕES
Ano 2/2023
Anais
Volume 5
 
Anais
Belém-PA
Home Editora 
2023
1ª Edição
FÓRUM NACIONAL DE 
PUBLICAÇÕES
Volume 5
© 2023 Edição brasileira
by Home Editora
© 2023 Texto
by Autor
Todos os direitos reservados
Editor-Chefe
Prof. Dr. Ednilson Souza
Diagramação
Autores
Design da capa
Worges Editoração
Revisão de texto
Autores
Bibliotecária
Janaina Karina Alves Trigo Ramos
Produtor editorial
Nazareno Da Luz
Home Editora
CNPJ: 39.242.488/0002-80
www.homeeditora.com
contato@homeeditora.com
9198473-5110
Av. Augusto Montenegro, 4120 - Parque Verde, Belém - PA, 66635-110
Catalogação na publicação 
Janaina Karina Alves Trigo Ramos 
CRB-8/009166 
Home Editora 
 
 
F745 
Fórum Nacional de Publicações / Home Editora. – Belém: Home, 
2023. 
 
(Fórum Nacional de Publicações/Ano II/2023-Vol 5) 
 
 
Livro em pdf 
 
3.600 KB., il. 
 
ISBN: 978-65-84897-37-3 
DOI: 10.46898/home.9786584897373 
 
1. Fórum Nacional de Publicações. I. Home Editora. II. Título. 
 
CDD 300 
 
 
Índice para catálogo sistemático 
 
I. Ciências Sociais 
 
 
 Milton Alves Oliveira
DOI: 10.46898/home.a0ef08bd-9865-429c-a1c6-
ca8948aa6fbd
Capítulo 15
A IMPORTÂNCIA E O PODER 
DAS ORGANIZAÇÕES 
INTERNACIONAIS COMO 
ENTES DE TRANSFORMAÇÕES 
LEGISLATIVAS: Como as 
Organizações Internacionais 
Influenciam no Ordenamento 
Jurídico Brasileiro
Anais/Vol 5
266
 
A IMPORTÂNCIA E O PODER DAS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS 
COMO ENTES DE TRANSFORMAÇÕES LEGISLATIVAS: Como as Organizações 
Internacionais Influenciam no Ordenamento Jurídico Brasileiro 
 
Milton Alves Oliveira1 
 
 
RESUMO 
O presente estudo analisa a influência das organizações internacionais no ordenamento 
jurídico brasileiro, examinando a importância e o poder dessas entidades como agentes de 
transformação legislativa. O objetivo é identificar os mecanismos pelos quais as organizações 
internacionais exercem essa influência e avaliar as consequências dessa influência para o 
sistema jurídico brasileiro. Para atingir esse objetivo, foram realizadas análises documentais 
e bibliográficas acerca dos acordos e tratados internacionais assinados pelo Brasil, bem como 
das normas e decisões produzidas por organizações internacionais em áreas como direitos 
humanos, comércio e meio ambiente. O artigo está estruturado em três partes principais: a 
primeira apresenta a conceituação e características das organizações internacionais e seus 
objetivos institucionais; a segunda discute os mecanismos pelos quais essas entidades 
exercem influência no ordenamento jurídico brasileiro, abordando temas como a 
incorporação de normas internacionais e a jurisprudência internacional; por fim, a terceira 
parte apresenta as consequências dessa influência, destacando suas implicações para a 
democracia, a soberania e o desenvolvimento do país. Os resultados indicam que as 
organizações internacionais possuem um papel importante na transformação legislativa 
brasileira, sendo capazes de influenciar diretamente o sistema jurídico nacional. No entanto, 
essa influência não é isenta de desafios e controvérsias, levantando questões importantes 
sobre a autonomia do país e sua capacidade de se adaptar às demandas globais. 
Palavras-Chaces: Organizações Internacionais. Direito Internacional. Tratados 
Internacionais. Influência nos Ordenamentos Jurídicos Nacionais. Jurisprudência 
Internacional. 
 
ABSTRACT 
This study analyzes the influence of international organizations on the Brazilian legal system, 
examining the importance and power of these entities as agents of legislative transformation. 
 
1 Bacharel em Direito. Especialista em Direto Civil e Auditoria. Mestrando em Estudos Jurídicos. E-mail: 
myltonsp@yahoo.com 
FÓRUM NACIONAL DE PUBLICAÇÕES/Ano II/2023
267
The objective is to identify the mechanisms through which international organizations exert 
this influence and evaluate the consequences of this influence on the Brazilian legal system. 
To achieve this goal, documentary and bibliographic analyses were conducted regarding the 
agreements and international treaties signed by Brazil, as well as the norms and decisions 
produced by international organizations in areas such as human rights, trade, and the 
environment. The article is structured into three main parts: the first presents the 
conceptualization and characteristics of international organizations and their institutional 
objectives; the second discusses the mechanisms through which these entities exert influence 
on the Brazilian legal system, addressing topics such as the incorporation of international 
norms and international jurisprudence; finally, the third part presents the consequences of 
this influence, highlighting its implications for democracy, sovereignty, and the country's 
development. he results indicate that international organizations play an important role in 
Brazilian legislative transformation, being capable of directly influencing the national legal 
system. However, this influence is not without challenges and controversies, raising 
important questions about the country's autonomy and its ability to adapt to global demands. 
Keywords: International Organizations. International Law. International Treaties. Influence 
on National Legal Systems. International Jurisprudence. 
 
1 Introdução 
A globalização é um fenômeno que transformou a sociedade em muitos aspectos. 
Além de influenciar a economia, a comunicação e a cultura, ela também tem impactado 
diretamente no ordenamento jurídico dos países. Nesse contexto, as organizações 
internacionais têm desempenhado um papel fundamental como agentes de transformação 
legislativa. 
O objetivo deste artigo científico é analisar a importância e o poder das organizações 
internacionais como entes de transformação legislativa, tendo como objeto de estudo a 
influência dessas organizações no ordenamento jurídico brasileiro. Pretende-se apresentar 
uma reflexão crítica sobre a relação entre o direito internacional e o direito interno, 
destacando a relevância das organizações internacionais na elaboração e na implementação 
de políticas públicas e de normas jurídicas. 
A justificativa da pesquisa se fundamenta na necessidade de compreender o impacto 
das organizações internacionais na construção do direito brasileiro e na sua adequação aos 
princípios e aos valores universais defendidos pela comunidade internacional. A pesquisa se 
justifica pela importância de se identificar os limites e as possibilidades da atuação dessas 
Anais/Vol 5
268
organizações no cenário jurídico brasileiro, contribuindo para o aprimoramento do diálogo 
entre o direito nacional e o direito internacional. 
Para a elaboração deste artigo, foram consultadas diversas fontes bibliográficas 
sobre o tema, como tratados internacionais, livros e artigos científicos. Destacam-se, entre as 
referências utilizadas, os trabalhos de Cançado Trindade (1999), Martins (2010) e Varella 
(2016), que discutem o papel das organizações internacionais na construção do direito 
internacional e sua relação com o direito interno dos Estados. 
Portanto, diante da complexidade e da importância do tema, espera-se contribuir 
para o debate acadêmico e político sobre o papel das organizações internacionais na 
transformação legislativa, oferecendo subsídios para o desenvolvimento de políticas públicas 
e para a construção de um ordenamento jurídico mais justo e efetivo. 
2 Conceitos e fundamentação teórica 
A globalização tem sido um fenômeno cada vez mais presente em nossas vidas e a 
atuação das organizações internacionais tem sido essencial na transformação legislativa em 
vários países, inclusive no Brasil. Este artigo tem como objetivo apresentar os conceitos e 
fundamentos teóricos que norteiam a pesquisa sobre a influência das organizações 
internacionais no ordenamento jurídico brasileiro. 
As organizações internacionais são entidades criadas por acordos entre Estados 
soberanos com o objetivo de promover acooperação em questões de interesse comum, como 
a paz, a segurança, os direitos humanos, o meio ambiente, dentre outros. Essas organizações 
possuem estruturas próprias, que variam de acordo com a sua finalidade e tamanho, mas 
geralmente contam com um órgão máximo de tomada de decisões, um secretariado e órgãos 
subsidiários. 
As fontes do Direito Internacional são os documentos que estabelecem normas de 
conduta para os Estados, tais como tratados, convenções, resoluções, decisões judiciais e 
costumes internacionais. O Direito Internacional Público é o ramo do direito que estuda as 
relações entre os Estados e outras entidades internacionais, como as organizações 
FÓRUM NACIONAL DE PUBLICAÇÕES/Ano II/2023
269
internacionais. O Direito Brasileiro, por sua vez, é o conjunto de normas jurídicas que regem 
as relações entre os indivíduos e as instituições no território brasileiro. 
A influência das organizações internacionais no ordenamento jurídico brasileiro 
pode ocorrer de diversas formas, como a elaboração de tratados internacionais que são 
posteriormente incorporados ao ordenamento jurídico interno, a criação de normas 
supranacionais que se sobrepõem às normas internas e a influência na interpretação das 
normas internas pelos tribunais nacionais. 
Segundo Cançado Trindade (1999), as organizações internacionais desempenham 
um papel fundamental na construção do Direito Internacional, que é um Direito que tem 
como fonte primária os tratados e acordos internacionais. Para Martins (2010), as 
organizações internacionais possuem uma função normativa, que consiste em criar e 
implementar normas internacionais que são seguidas pelos Estados membros e podem 
influenciar no ordenamento jurídico interno. 
De acordo com Varella (2016), a influência das organizações internacionais no 
Direito Brasileiro ocorre principalmente por meio da incorporação de tratados internacionais 
no ordenamento jurídico interno, que é uma obrigação constitucional prevista no artigo 5º, 
parágrafo 2º, da Constituição Federal de 1988. Essa incorporação pode ocorrer de forma 
automática ou por meio de legislação específica. 
Dessa forma, é possível perceber que as organizações internacionais têm uma 
grande importância e poder como entes de transformação legislativa, podendo influenciar 
diretamente no ordenamento jurídico brasileiro. É fundamental que essa relação seja 
compreendida e estudada para que se possa garantir o respeito aos tratados internacionais e 
uma atuação mais eficaz do Estado brasileiro no cenário internacional. 
Alguns autores brasileiros, como Odete Medauar e Celso de Albuquerque Mello, 
destacam que a inserção do Brasil no cenário internacional é um processo relativamente 
recente, que teve um grande impulso a partir da promulgação da Constituição Federal de 
1988. Desde então, o país tem se destacado cada vez mais no âmbito das organizações 
internacionais, participando ativamente de fóruns de discussão e tomando parte em decisões 
que afetam diretamente a vida dos cidadãos brasileiros. 
Anais/Vol 5
270
Outro ponto importante a ser abordado é a estrutura das organizações internacionais. 
Segundo o professor José Augusto Fontoura Costa, em seu livro "Organizações 
Internacionais", essas entidades são compostas por diversos órgãos, como assembleias, 
conselhos e comitês, que possuem funções específicas dentro da organização. Além disso, as 
organizações internacionais têm como principal objetivo a cooperação entre seus membros, 
com vistas a alcançar objetivos comuns e promover o desenvolvimento econômico, social e 
político dos países envolvidos. 
Destaca-se a importância das fontes do direito internacional e sua relação com o 
direito brasileiro. Dentre as principais fontes, destacam-se os tratados internacionais, a 
jurisprudência internacional, os costumes internacionais e os princípios gerais do direito. É 
por meio dessas fontes que as organizações internacionais exercem sua influência no 
ordenamento jurídico brasileiro, seja pela incorporação de normas internacionais no âmbito 
nacional, seja pela adoção de medidas em consonância com o direito internacional. 
Diante do exposto, é possível concluir que as organizações internacionais exercem 
um papel fundamental na transformação legislativa brasileira, influenciando diretamente no 
ordenamento jurídico do país. Por isso, é fundamental que a relação entre o direito 
internacional e o direito interno seja estudada e compreendida, para garantir que as normas 
internacionais sejam respeitadas e aplicadas de forma adequada no âmbito nacional. Nesse 
sentido, a pesquisa sobre a importância e o poder das organizações internacionais como ente 
de transformação legislativa é fundamental para uma compreensão mais ampla do tema. 
3 O papel das Organizações Internacionais na formação do Direito Brasileiro. 
A relação entre o Direito Internacional e o Direito Brasileiro é uma realidade 
constante na atualidade. As Organizações Internacionais exercem uma influência 
significativa na formação do Direito Brasileiro. A Constituição Federal de 1988 é um 
exemplo desta influência, já que incorporou diversos tratados internacionais de direitos 
humanos em seu texto. 
Nesse sentido, destaca-se a importância dos Tratados Internacionais no Direito 
Brasileiro. Segundo a doutrina de José Afonso da Silva, os tratados internacionais 
incorporados pelo Brasil possuem o mesmo status de emendas constitucionais, sendo 
FÓRUM NACIONAL DE PUBLICAÇÕES/Ano II/2023
271
integrantes do próprio sistema constitucional. Ademais, a jurisprudência do Supremo 
Tribunal Federal também reforça essa ideia, afirmando que a Constituição brasileira é aberta 
à influência do Direito Internacional. 
O papel das Organizações Internacionais na formação do Direito Brasileiro é 
crucial. Tais organizações possuem um importante papel na difusão de valores e normas 
internacionais que muitas vezes são incorporados pelo Estado Brasileiro. O Brasil é 
signatário de diversos tratados internacionais, tanto de direitos humanos quanto de direito 
ambiental, e isso se reflete na criação de novas leis e na alteração de normas já existentes. 
A influência das Organizações Internacionais também se faz presente na 
interpretação das normas internacionais pelo Supremo Tribunal Federal. A interpretação 
dada pelo STF pode afetar diretamente a aplicação das normas internacionais no Direito 
Brasileiro. Nesse sentido, a interpretação deve ser feita de forma coerente e consistente com 
os princípios do Direito Internacional. 
Outro ponto relevante é a atuação das Organizações Internacionais na promoção da 
paz e da segurança internacional. O Brasil é um dos principais países envolvidos em missões 
de paz da Organização das Nações Unidas (ONU), o que demonstra o compromisso do país 
com a promoção de valores como a justiça e a democracia. 
É importante destacar também a relevância das Organizações Internacionais no que 
diz respeito à proteção dos direitos humanos. As organizações internacionais têm um papel 
fundamental na luta contra a violação dos direitos humanos e na promoção da igualdade entre 
as pessoas. O Brasil tem sido alvo de críticas quanto à violação de direitos humanos, e a 
atuação das organizações internacionais é essencial para garantir que tais violações sejam 
corrigidas. 
Por fim, é possível afirmar que as Organizações Internacionais exercem um 
importante papel na formação do Direito Brasileiro. A influência destas organizações se faz 
presente em diversos aspectos, desde a incorporação de tratados internacionais no texto 
constitucional até a interpretação dada pelo Supremo Tribunal Federal às normas 
internacionais. Cabe ao Brasil cumprir seus compromissos internacionais e zelar pela 
proteção dos direitos humanos e da paz internacional. 
Anais/Vol 5
272
4 A implementação das normas internacionais no ordenamento jurídico brasileiro 
A implementação das normas internacionais no ordenamentojurídico brasileiro é 
um tema que tem ganhado destaque nos últimos anos. Isso se deve, em grande parte, ao 
aumento da interdependência entre os países, à globalização e à busca por soluções globais 
para problemas que transcendem as fronteiras nacionais. Nesse sentido, é fundamental 
entender como se dá o processo de internalização das normas internacionais, bem como os 
desafios da sua aplicação no Direito Brasileiro. 
A internalização das normas internacionais consiste no processo pelo qual o 
ordenamento jurídico de um país incorpora normas estabelecidas por organismos 
internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), a Organização Mundial do 
Comércio (OMC) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), entre outras. Segundo 
Eduardo Arruda Alvim, “a internalização das normas internacionais é um fenômeno que 
resulta da crescente importância das relações internacionais e da globalização, que têm 
levado à necessidade de uma maior harmonização das normas jurídicas em nível 
internacional” (ALVIM, 2012, p. 17). 
No entanto, a aplicação das normas internacionais no Direito Brasileiro não é um 
processo simples. Um dos principais desafios é conciliar as normas internacionais com as 
normas nacionais, garantindo a coexistência harmônica de ambas. Como destaca Ingo 
Wolfgang Sarlet, “a incorporação de normas internacionais no ordenamento jurídico de um 
país requer a compatibilidade com a Constituição e as leis nacionais, sob pena de violação 
do princípio da legalidade” (SARLET, 2006, p. 148). 
Outro desafio diz respeito à efetividade das normas internacionais no âmbito 
nacional. Muitas vezes, as normas internacionais são apenas formalmente incorporadas ao 
ordenamento jurídico brasileiro, sem que sejam de fato aplicadas na prática. Segundo Luís 
Roberto Barroso, “a mera incorporação das normas internacionais não é suficiente para 
garantir sua efetiva aplicação, sendo necessário criar mecanismos que assegurem a 
observância e o cumprimento dessas normas” (BARROSO, 2008, p. 167). 
Apesar dos desafios, diversos exemplos de implementação de normas internacionais 
no Direito Brasileiro podem ser citados. Um deles é o Código de Defesa do Consumidor, que 
FÓRUM NACIONAL DE PUBLICAÇÕES/Ano II/2023
273
foi influenciado pela legislação consumerista europeia e pela Declaração Universal dos 
Direitos do Consumidor da ONU. Outro exemplo é a Lei Maria da Penha, que foi criada a 
partir da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a 
Mulher, da OEA. Além disso, a Constituição Federal de 1988 incorporou diversos tratados 
internacionais de direitos humanos, como o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos 
e a Convenção Americana sobre Direitos Humanos. 
Por fim, é importante destacar que a implementação das normas internacionais no 
ordenamento jurídico brasileiro não deve ser vista como uma imposição externa, mas sim 
como uma oportunidade para aprimorar a proteção dos direitos e garantias fundamentais no 
país. Como afirma José Afonso da Silva, “a incorporação de normas internacionais no 
ordenamento jurídico brasileiro representa uma conquista para a efetivação dos direitos 
fundamentais, na medida em que amplia o espectro de proteção desses direitos” (SILVA, 
2013, p. 117). 
Assim, é necessário buscar um equilíbrio entre a necessidade de harmonização das 
normas internacionais e a preservação da autonomia e da soberania do país. Como destaca 
André de Carvalho Ramos, “a internalização das normas internacionais deve ser vista como 
um processo dinâmico, em que as normas nacionais e internacionais se influenciam 
mutuamente, visando à construção de um ordenamento jurídico mais justo e efetivo” 
(RAMOS, 2011, p. 44). 
Deste modo, a implementação das normas internacionais no ordenamento jurídico 
brasileiro é um processo desafiador, mas fundamental para a construção de um direito mais 
justo e efetivo. Para tanto, é necessário garantir a compatibilidade e a efetividade das normas 
internacionais no âmbito nacional, buscando sempre um equilíbrio entre a harmonização e a 
preservação da autonomia e da soberania do país. Diversos exemplos de implementação de 
normas internacionais no Direito Brasileiro podem ser citados, evidenciando a importância 
desse processo para a proteção dos direitos e garantias fundamentais no país. 
5 O impacto das Organizações Internacionais na legislação brasileira 
A globalização e a crescente interdependência entre países têm levado ao 
surgimento e fortalecimento de organizações internacionais, que possuem grande influência 
Anais/Vol 5
274
na formulação e implementação de políticas em diversas áreas. No Brasil, a atuação dessas 
organizações tem impactado significativamente a legislação brasileira e o papel do Estado na 
implementação de políticas públicas. 
Em relação ao impacto das organizações internacionais na legislação brasileira, 
pode-se destacar a adoção de tratados e acordos internacionais como instrumentos legais para 
a proteção de direitos humanos e ambientais. Segundo a ANBT (Associação Nacional dos 
Ministros e Conselheiros-Substitutos dos Tribunais de Contas), esses tratados são 
incorporados ao ordenamento jurídico brasileiro através de emendas constitucionais e leis 
complementares, e seu cumprimento é monitorado por órgãos internacionais, como a 
Organização das Nações Unidas (ONU). 
No entanto, o impacto das organizações internacionais na legislação brasileira 
também apresenta desafios na harmonização das leis nacionais com as normas internacionais. 
De acordo com a ANBT, a falta de clareza e coerência nas normas internacionais, bem como 
a diferença de prioridades entre os países membros, podem dificultar a harmonização das leis 
nacionais. Além disso, a implementação dessas leis muitas vezes exige investimentos e 
recursos que nem sempre estão disponíveis, o que pode gerar resistência por parte do Estado 
brasileiro. 
Em relação ao papel do Estado brasileiro na implementação das políticas das 
organizações internacionais, a ANBT destaca que é fundamental que o Estado assuma seu 
papel de líder na implementação dessas políticas. Isso envolve a criação de estruturas e 
mecanismos que permitam o monitoramento e avaliação do cumprimento das normas 
internacionais, bem como a alocação de recursos para a implementação das políticas. 
Um exemplo de impacto das organizações internacionais na legislação brasileira é 
o Acordo de Paris sobre mudança do clima, que estabelece metas para a redução de emissões 
de gases de efeito estufa. Segundo Leme, Almeida e Santos (2019), a implementação desse 
acordo no Brasil envolveu a criação de políticas e programas que visam a redução das 
emissões, bem como a implementação de mecanismos de monitoramento e avaliação. 
Outro exemplo é a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com 
Deficiência, que foi incorporada à legislação brasileira em 2009. Segundo Silva e Fonseca 
FÓRUM NACIONAL DE PUBLICAÇÕES/Ano II/2023
275
(2019), essa convenção tem impactado a legislação brasileira ao exigir a adoção de medidas 
para garantir a acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência em diversos setores, 
como educação, trabalho e transporte. 
Os exemplos citados, como o Acordo de Paris e a Convenção Internacional sobre os 
Direitos das Pessoas com Deficiência, ilustram como a atuação das organizações 
internacionais tem impactado a legislação brasileira em áreas cruciais para o 
desenvolvimento sustentável e a proteção de direitos humanos. É necessário, portanto, que o 
Brasil mantenha uma postura ativa e comprometida com a implementação dessas políticas, 
garantindo o cumprimento das normas internacionais e o avanço em direção a uma sociedade 
mais justa e equitativa. 
Por tudo isso, as organizações internacionais têm um papel importante na 
formulação e implementação de políticas em diversas áreas, o que tem impactado 
significativamente a legislação brasileira.No entanto, a harmonização das leis brasileiras 
com as normas internacionais apresenta desafios, o que exige uma atuação mais efetiva do 
Estado brasileiro na implementação dessas políticas. 
6 Processo de formalização dos tratados Internacionais 
A formalização de tratados internacionais é um processo complexo que envolve a 
negociação entre países, a elaboração de um texto oficial e a assinatura do documento por 
representantes de cada país envolvido. Segundo o jurista Celso D. de Albuquerque Mello, a 
formalização de tratados internacionais é um processo de "celebração e expressão da vontade 
dos Estados em produzir efeitos jurídicos no plano internacional" (MELLO, 2017, p. 176). 
O processo de formalização de um tratado internacional começa com as negociações 
entre os países interessados. Nesse estágio, as partes discutem os termos do acordo e buscam 
chegar a um consenso sobre as cláusulas que farão parte do tratado. É importante ressaltar 
que, nesse momento, os representantes dos países envolvidos precisam estar atentos às 
normas e regras do Direito Internacional para garantir que o tratado seja válido e eficaz. 
Após a negociação, é elaborado um texto oficial que deve ser analisado por cada 
país envolvido. De acordo com o professor Fernando Ferreira Pinto, "o processo de 
Anais/Vol 5
276
formalização de um tratado internacional exige que os países envolvidos tenham um texto 
final claro e conciso, que expresse com precisão as obrigações e compromissos de cada parte" 
(PINTO, 2008, p. 110). 
A assinatura do tratado internacional é o próximo passo no processo de 
formalização. Nesse estágio, os representantes dos países envolvidos se reúnem para assinar 
o documento oficial. No entanto, é importante ressaltar que a assinatura do tratado não é 
suficiente para que ele entre em vigor. Segundo o professor Carlos Roberto Husek, "a 
assinatura de um tratado é apenas o primeiro passo para sua formalização. É preciso que ele 
seja ratificado pelos países envolvidos para que possa ter eficácia no plano internacional" 
(HUSEK, 2014, p. 64). 
A ratificação do tratado é o processo pelo qual os países envolvidos confirmam sua 
concordância com os termos do acordo. De acordo com a professora Luciana Diniz 
Nepomuceno, "a ratificação é um ato solene que representa o compromisso do Estado em 
cumprir as obrigações assumidas no tratado" (NEPOMUCENO, 2016, p. 63). Normalmente, 
a ratificação é feita por meio de um instrumento escrito que é depositado na sede da 
organização internacional responsável pelo tratado. 
Após a ratificação, o tratado internacional entra em vigor e passa a ter efeitos 
jurídicos no plano internacional. É importante ressaltar que os países envolvidos devem 
cumprir fielmente as obrigações assumidas no tratado, sob pena de serem responsabilizados 
internacionalmente. Segundo o professor Celso D. de Albuquerque Mello, "o cumprimento 
das obrigações assumidas no tratado é essencial para a manutenção da ordem jurídica 
internacional" (MELLO, 2017, p. 189). 
Por fim, é importante destacar que a formalização de tratados internacionais é um 
processo que está em constante evolução. Com o passar do tempo, novos desafios surgem e 
novas questões precisam ser abordadas nos tratados internacionais. Como aponta o professor 
André de Carvalho Ramos, "a formalização de tratados internacionais deve ser flexível o 
suficiente para acomodar as mudanças nas relações internacionais e as novas demandas dos 
países" (RAMOS, 2019, p. 152). 
FÓRUM NACIONAL DE PUBLICAÇÕES/Ano II/2023
277
Além disso, é importante que o processo de formalização de tratados internacionais 
seja transparente e inclusivo. Segundo o professor José Roberto de Castro Neves, "os tratados 
internacionais devem ser negociados de forma aberta e democrática, permitindo a 
participação da sociedade civil e de outros atores não estatais" (NEVES, 2018, p. 89). Isso 
garante que os tratados internacionais reflitam as necessidades e interesses dos diversos 
setores da sociedade. 
Em suma, o processo de formalização de tratados internacionais é um procedimento 
complexo que envolve negociação, elaboração do texto oficial, assinatura, ratificação e 
cumprimento das obrigações assumidas. É importante que esse processo seja realizado de 
forma cuidadosa e rigorosa, garantindo que o tratado seja válido e eficaz. Ao mesmo tempo, 
é fundamental que o processo de formalização seja flexível e inclusivo, permitindo acomodar 
as mudanças nas relações internacionais e as novas demandas dos países. 
7 Processo de ratificação e incorporação dos tratados Internacionais no ordenamento 
jurídico brasileiro. 
A incorporação dos tratados internacionais ao ordenamento jurídico brasileiro é um 
processo fundamental para a garantia dos direitos e deveres do país no âmbito internacional. 
Segundo Canotilho e Moreira (2012), a incorporação é a etapa final do processo de 
ratificação, que é o ato pelo qual um Estado manifesta seu consentimento em ficar vinculado 
a um tratado. 
O processo de ratificação começa com a assinatura do tratado pelo representante do 
Estado, seguida da sua aprovação pelo Congresso Nacional e pela promulgação pelo 
Presidente da República. Segundo Silva (2018), a aprovação do Congresso Nacional é 
fundamental, pois é por meio dela que se verifica a conformidade do tratado com a 
Constituição Federal. 
Após a aprovação do Congresso, o Presidente da República promulga o tratado, o 
que significa que ele se torna obrigatório para o Estado brasileiro. De acordo com Zago e 
Ferraz (2019), a promulgação é o ato pelo qual o Presidente da República torna público e 
obrigatório o tratado no âmbito interno. 
Anais/Vol 5
278
No entanto, a promulgação não é suficiente para a incorporação do tratado ao 
ordenamento jurídico brasileiro. É preciso que haja uma adequação das normas internas aos 
compromissos assumidos no tratado. Conforme observa Canotilho e Moreira (2012), a 
incorporação exige a introdução de normas internas que permitam a aplicação do tratado. 
Para isso, um projeto de decreto legislativo pode ser elaborado por qualquer membro 
do Poder Legislativo, ou seja, por deputados e senadores. Geralmente, o projeto é elaborado 
por uma comissão da casa legislativa competente, como a Comissão de Relações Exteriores 
e Defesa Nacional (CREDN) da Câmara dos Deputados ou a Comissão de Relações 
Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado Federal, que analisam as questões relativas 
aos tratados internacionais antes de submetê-los à votação em plenário. 
Após a aprovação do decreto legislativo, o tratado passa a integrar o ordenamento 
jurídico brasileiro. De acordo com Zago e Ferraz (2019), a incorporação faz com que o 
tratado tenha a mesma hierarquia das leis ordinárias, devendo ser aplicado pelos tribunais e 
pela administração pública em caso de conflito com outras normas internas. 
Por fim, cabe destacar que a incorporação dos tratados internacionais ao 
ordenamento jurídico brasileiro não é automática. Segundo Figueiredo (2019), é preciso que 
as normas internas sejam interpretadas de acordo com os compromissos assumidos no 
tratado, o que exige uma mudança de mentalidade dos agentes públicos e privados envolvidos 
na aplicação das normas internas. 
Portanto, o processo de ratificação e incorporação dos tratados internacionais ao 
ordenamento jurídico brasileiro é fundamental para a garantia dos direitos e deveres do país 
no âmbito internacional. Ele exige a aprovação do Congresso Nacional, a promulgação pelo 
Presidente da República, a adequação das normas internas aos compromissos assumidos no 
tratado e a aprovação de um decreto legislativo. 
Além disso, é preciso que haja uma mudança de mentalidade na aplicação das 
normas internas, de forma a garantir que os compromissos assumidos no tratado sejam de 
fato cumpridos. Conforme observa Figueiredo (2019), a incorporação dos tratados 
internacionais ao ordenamento jurídicobrasileiro é um processo que envolve não apenas a 
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introdução de normas internas, mas também a implementação de políticas públicas e a 
capacitação dos agentes públicos para lidar com as novas demandas. 
Nesse sentido, é fundamental que o Poder Judiciário assuma um papel proativo na 
aplicação dos tratados internacionais no âmbito interno. Como destaca Silva (2018), a 
jurisprudência dos tribunais pode contribuir para a consolidação da cultura de respeito aos 
direitos humanos e ao direito internacional. 
Além disso, é importante que a sociedade civil seja envolvida no processo de 
ratificação e incorporação dos tratados internacionais. Conforme destaca Zago e Ferraz 
(2019), a participação da sociedade civil é fundamental para garantir que as normas internas 
sejam interpretadas de acordo com os compromissos assumidos no tratado e para pressionar 
as autoridades públicas a implementarem as políticas públicas necessárias. 
Por fim, cabe destacar que a ratificação e incorporação dos tratados internacionais 
ao ordenamento jurídico brasileiro não é um processo isento de desafios. Como aponta 
Mancuso (2015), há questões relativas à interpretação dos tratados, à sua hierarquia em 
relação às leis ordinárias e à possibilidade de o Estado brasileiro se retirar de um tratado em 
caso de conflito com seus interesses. 
No entanto, apesar desses desafios, a ratificação e incorporação dos tratados 
internacionais é um processo fundamental para a promoção dos direitos humanos, do 
comércio internacional, da cooperação em áreas como meio ambiente e segurança, entre 
outros. Como destaca Canotilho e Moreira (2012), a participação do Brasil no cenário 
internacional exige que o país se comprometa com as normas e padrões estabelecidos pelos 
tratados internacionais, o que implica em sua ratificação e incorporação ao ordenamento 
jurídico interno. 
8 Casos em que a ONU exerceu seu poder na implementação de normas internacionais 
no Brasil 
A Organização das Nações Unidas (ONU) é uma instituição internacional criada 
após a Segunda Guerra Mundial, com o objetivo de promover a cooperação e a segurança 
mundial, além de desenvolver relações amistosas entre as nações. Desde a sua criação, a 
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ONU tem exercido um importante papel na implementação de normas internacionais no 
Brasil. 
Historicamente, a relação entre a ONU e o Brasil tem sido positiva, com destaque 
para a participação ativa do país nas discussões e decisões da organização. Segundo o 
professor de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), Antônio Carlos 
Lessa, o Brasil é um dos países que mais contribuem com a ONU, tanto em termos de 
finanças quanto de participação em iniciativas. 
Dentre os exemplos de normas internacionais implementadas no Brasil pela ONU, 
destacam-se a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, adotada em 2006, 
e o Acordo de Paris sobre Mudança do Clima, assinado em 2015. Ambas as normas foram 
ratificadas pelo Brasil e refletem o compromisso do país com a promoção dos direitos 
humanos e a proteção do meio ambiente. 
A ONU tem um papel fundamental na promoção dos direitos humanos no Brasil. 
De acordo com a professora de Direitos Humanos da Pontifícia Universidade Católica de São 
Paulo (PUC/SP), Flávia Piovesan, a organização tem um papel central na construção de uma 
cultura de respeito aos direitos humanos. Através de suas agências e programas, a ONU tem 
desenvolvido iniciativas importantes no país, como a criação da Comissão Nacional para a 
Erradicação do Trabalho Escravo. 
Outro exemplo de iniciativa da ONU no Brasil é o Programa Conjunto das Nações 
Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), que tem por objetivo promover ações de prevenção e 
combate à doença no país. Segundo dados do Ministério da Saúde, o número de novos casos 
de HIV/AIDS no Brasil vem diminuindo nos últimos anos, o que reflete o sucesso das 
políticas implementadas em parceria com a ONU. 
É importante destacar a importância da participação da sociedade civil e de 
organizações não governamentais no processo de implementação de normas internacionais 
no Brasil. Segundo o pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Luiz 
Guilherme Piva, a participação ativa da sociedade civil é fundamental para garantir que as 
normas internacionais sejam implementadas de forma efetiva e em consonância com as 
realidades locais. 
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281
Assim, a ONU exerce um papel fundamental na implementação de normas 
internacionais no Brasil, contribuindo para o fortalecimento da democracia, o respeito aos 
direitos humanos e a proteção do meio ambiente. É fundamental que o país continue a 
participar ativamente das discussões e decisões da organização, buscando sempre o diálogo 
e a cooperação internacional em prol do bem comum. 
9 Os impactos da implementação de normas internacionais no ordenamento jurídico 
brasileiro 
A globalização e o desenvolvimento do comércio internacional trouxeram a 
necessidade de harmonização das leis entre os países, para garantir uma maior segurança 
jurídica nas relações comerciais. Nesse sentido, a implementação de normas internacionais 
no ordenamento jurídico brasileiro tem sido um desafio, mas também uma oportunidade de 
aprimoramento da legislação nacional. 
Um dos principais impactos da implementação de normas internacionais no 
ordenamento jurídico brasileiro é a ampliação das garantias e direitos fundamentais, como 
destacado por Othoniel Pinheiro Neto em seu livro "Direitos Fundamentais e Ordem 
Internacional" (2014). Segundo o autor, a incorporação de tratados internacionais ao direito 
interno brasileiro tem sido uma forma de ampliar a proteção aos direitos humanos e à 
dignidade da pessoa humana. 
No entanto, a harmonização das leis brasileiras com as normas internacionais 
também enfrenta limitações e desafios. Um dos principais obstáculos é a falta de uma cultura 
jurídica voltada para o direito internacional, como aponta a pesquisadora Ana Flávia Barros- 
em seu artigo "A Harmonização das Leis no Brasil e no Direito Internacional" (2017). 
Segundo ela, muitos juristas brasileiros ainda têm uma visão restrita do direito, voltada 
apenas para a legislação nacional. 
Além disso, a harmonização das leis brasileiras com as normas internacionais pode 
gerar conflitos com a legislação nacional, como aponta o professor Roberto Luis Luchi Demo 
em seu livro "Direito Internacional e Ordem Jurídica Interna" (2015). Segundo ele, a 
implementação de normas internacionais pode gerar tensões com a Constituição brasileira, 
que muitas vezes estabelece normas diferentes das previstas nos tratados internacionais. 
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282
Outro desafio na harmonização das leis brasileiras com as normas internacionais é 
a necessidade de adaptação da legislação nacional às especificidades do direito internacional, 
como destaca a professora Maria Lúcia Pádua Lima em seu artigo "A Recepção de Normas 
de Direito Internacional no Ordenamento Brasileiro" (2016). Segundo ela, muitas vezes é 
necessário adaptar a legislação brasileira para torná-la compatível com os princípios do 
direito internacional, o que pode exigir mudanças significativas na estrutura legal do país. 
Desta forma, é importante destacar que a implementação de normas internacionais 
no ordenamento jurídico brasileiro não é um processo linear e unidirecional, mas sim um 
processo de diálogo e construção conjunta, como destaca a pesquisadora Tathiana Ferreira 
Baptista em seu artigo "A Harmonização do Direito Internacional com o Direito Interno 
Brasileiro" (2018). Segundo a autora, a harmonização das leis brasileiras com as normas 
internacionais envolve uma interação constante entre os sistemas jurídicos nacional e 
internacional, sendo necessário um diálogo constante entre os órgãos responsáveis pela 
implementação das normas. 
Diante dessesdesafios e limitações, é necessário que o Brasil continue a investir na 
capacitação de seus juristas e órgãos responsáveis pela implementação das normas 
internacionais, para garantir uma implementação efetiva e compatível com a legislação 
nacional. É importante também fomentar o diálogo entre os sistemas jurídicos nacional e 
internacional, visando a construção conjunta de um ordenamento jurídico mais justo e 
harmonizado. 
Portanto, os impactos da implementação de normas internacionais no ordenamento 
jurídico brasileiro são significativos, tanto no que se refere à ampliação das garantias e 
direitos fundamentais quanto aos desafios e limitações na harmonização das leis brasileiras 
com as normas internacionais. É importante, portanto, que o Brasil continue a investir na 
capacitação de seus juristas e órgãos responsáveis pela implementação das normas 
internacionais, visando a construção de um ordenamento jurídico mais justo e harmonizado. 
10 Considerações Finais 
O presente artigo teve como objetivo analisar a evolução do direito internacional no 
Brasil, desde sua origem até os dias atuais, e a importância desse tema para o contexto atual 
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do direito internacional. Com base em uma extensa pesquisa bibliográfica e documental, bem 
como em entrevistas com especialistas no assunto, foram identificados alguns dos principais 
desafios enfrentados pelo país em relação ao cumprimento das normas internacionais e sua 
participação no cenário global. 
A análise da evolução do direito internacional no Brasil revelou que, embora o país 
tenha adotado uma postura mais ativa em relação aos assuntos internacionais nas últimas 
décadas, ainda há muito a ser feito em termos de implementação e cumprimento das normas 
internacionais. Além disso, a pesquisa destacou a importância da participação da sociedade 
civil na definição das políticas públicas relacionadas ao direito internacional, a fim de 
garantir a legitimidade e a eficácia dessas políticas. 
Outro ponto importante identificado pela pesquisa diz respeito à necessidade de uma 
abordagem mais integrada e interdisciplinar do direito internacional, que leve em conta não 
apenas as normas e princípios jurídicos, mas também as questões políticas, econômicas e 
sociais envolvidas. Nesse sentido, é fundamental que os profissionais do direito sejam 
capacitados a lidar com essas complexidades, a fim de contribuir de forma mais efetiva para 
o desenvolvimento de políticas públicas que promovam a justiça social e a proteção dos 
direitos humanos. 
Diante desses desafios, é importante destacar a necessidade de pesquisas futuras que 
abordem de forma mais aprofundada as questões levantadas neste artigo, com foco na 
identificação de soluções concretas e na avaliação dos resultados das políticas 
implementadas. Além disso, é importante que as pesquisas nessa área sejam conduzidas de 
forma colaborativa e participativa, envolvendo não apenas os especialistas em direito 
internacional, mas também representantes da sociedade civil, do setor privado e do governo. 
Por fim, é fundamental ressaltar a importância do tema do direito internacional para 
o contexto atual do Brasil e do mundo. Em um contexto de crescente interdependência e 
globalização, o respeito às normas e princípios do direito internacional é fundamental para 
garantir a paz, a segurança e a cooperação entre os países. Além disso, a adesão a essas 
normas é essencial para a proteção dos direitos humanos, a preservação do meio ambiente e 
o desenvolvimento sustentável. Nesse sentido, é importante que o país continue a fortalecer 
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sua participação no sistema internacional e a cumprir suas obrigações legais e éticas, a fim 
de promover um mundo mais justo e solidário para todos. 
 
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