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Unidade 1- epidemiologia

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Unidade 1 – Epidemiologia 
A prática epidemiológica da medicina veterinária é aplicada aos aspectos populacionais e 
preventivos para diferentes espécies animais. 
Várias metodologias utilizadas para o combate e o controle de enfermidades em populações 
humanas foram iniciadas pela medicina veterinária. 
Existem dois tipos de prática epidemiológica da medicina veterinária direcionados à medicina 
populacional. 
 
A Academia de Medicina de Paris, fundadora da Clínica Moderna, no século XVII, foi criada a partir 
de uma ordem real para que os médicos contemporâneos estudassem uma epidemia desconhecida 
na época que periodicamente dizimava o rebanho ovino, causando graves perdas para a indústria 
têxtil francesa. 
As ações praticadas pela epidemiologia na medicina veterinária preventiva são divididas em cinco 
fases: 
Fase de ações locais 
Fase militar 
Fase da polícia sanitária animal 
Fase das campanhas ou ações coletivas 
Fase de vigilância e ações coletivas 
Fase de ações locais 
Teve seu início na Pré-história da humanidade até o primeiro século da Era Cristã. Os primeiros 
esforços do ser humano para a erradicação e o controle de doenças em animais de que se tem 
conhecimento foram descritos pelas antigas civilizações da Suméria, do Egito e da Grécia, por 
referências a curandeiros de animais de diferentes espécies, citados antes da Era Cristã. 
Nas tribos primitivas, os cuidados médicos eram aplicados por feiticeiros, pastores ou sacerdotes, 
que geralmente eram os mais velhos do grupo. 
O surgimento de curandeiros de animais associa-se ao surgimento da civilização urbana, que 
dependia da habilidade e capacidade de populações localizadas em áreas rurais para produzirem 
alimentos em quantidade suficiente para a sobrevivência e o crescimento populacional humano, 
que utilizava a força animal na lavoura. 
Além do curandeiro de animais, que atuava como médico, cirurgião e obstetra, duas outras táticas 
eram aplicadas localmente para controle das enfermidades animais, antes do desenvolvimento da 
teoria dos germes e do contágio de animais por microrganismos: o emprego da quarentena 
(segregação dos animais doentes) e o sacrifício de animais enfermos para impedir a disseminação 
de doenças. 
Segundo vestígios arqueológicos, a ovelha foi o primeiro animal a ser domesticado, pois 
disponibilizava carne, lã, couro e leite. Posteriormente, foram domesticados animais que serviam 
de força de trabalho, meio de transporte e fonte de matéria-prima, como os bovinos, suínos, 
caprinos e equinos. 
 
Domesticados há seis mil anos, os cavalos foram responsáveis pela miscigenação e 
interação entre povos. 
Foram fundamentais para a dispersão de diferentes línguas e culturas e, também, responsáveis 
por acelerar o processo de exploração de novos territórios, em função do tamanho, 
da força, da rapidez e da facilidade em serem domesticados. 
Por seis mil anos, foram o principal meio de transporte para a realização de conquistas: pelos 
romanos, para se expandirem desde a Britânia até o norte da África; pelos persas, para 
se expandirem em uma área de 
12,4 milhões de km2. 
O Código de Hamurabi, o mais completo e perfeito conjunto de leis desenvolvidas durante o reinado 
de Hamurabi (1792-1750 a.C.), na primeira dinastia da Babilônia, continha normas sobre 
atribuições e remuneração de “médicos de animais”. 
Os gregos antigos tinham uma classe de médicos chamada “doutores de cavalos”, cuja tradução 
em latim para a especialidade é veterinarius. Os primeiros registros sobre a prática da medicina 
animal na Grécia são do século VI a.C., e os hippiatros (especialistas da medicina veterinária que 
tratam cavalos) possuíam cargo público. 
Em meados do século VI a.C., foi descoberto em Bizâncio, atual Istambul, um tratado enciclopédico 
sobre a criação e o tratamento de diferentes espécies animais, com 420 artigos de diversos autores, 
sendo 121 deles atribuídos ao grego Apsirtos, considerado o pai da medicina veterinária. 
Apsirtos (do latim Apsyrtus) foi um escritor de práticas veterinárias e soldado romano do começo 
do século IV, ativo durante o reinado do imperador romano Constantino (306-337 d.C.). 
Não se sabe ao certo se era nativo de Prusa ou Nicomédia, na Britínia, ou Clazômenas, na Jônia. 
Lutou sob ordem do imperador romano na fronteira danubiana na Cítia Menor contra os sármatas 
em 323 d.C. 
Foi autor do texto sobre cavalos (Φυσικον περι ιππων) que existe como fragmentos na coletânea 
anônima em latim sobre medicina veterinária equina (Mulomedicina chironis) e na compilação 
bizantina de textos gregos sobre cavalos (Hippiatrica). 
Fase militar 
A fase militar da medicina veterinária preventiva teve início no primeiro século da Era Cristã. 
 
avanços no controle de doenças animais no período que abrangeu a Idade Média e o 
Renascimento. 
Tópico 1: Os avanços no controle de doenças em animais foram o aperfeiçoamento de técnicas 
básicas utilizadas no diagnóstico clínico e o desenvolvimento de habilidades para diferenciar 
doenças em animais, distinguindo seus sinais e sintomas. 
Tópico 2: Em antigos manuscritos árabes, relata-se a arte de Esculápio, deus da medicina e da 
cura na mitologia greco-romana. Nesta mesma época, os árabes criaram a Hipiatria, uma área da 
medicina veterinária dedicada exclusivamente à cura de doenças de cavalos. 
Tópico 3: Durante essa fase, várias enfermidades infecciosas dizimaram rebanhos bovinos da 
Europa, como a peste bovina, a febre aftosa, o carbúnculo e a pneumonia infecciosa bovina. O 
tratamento dos bovinos enfermos era realizado por pessoas de castas inferiores da sociedade, 
como pastores, boiadeiros e ferreiros, por meio de terapia empírica, com base em superstições e 
fetichismos, e ativa participação da Igreja Católica Cristã. 
Tópico 4: Não existia planejamento urbano e as moradias apinhavam-se sob os muros de proteção 
das cidades, onde os habitantes conservavam hábitos observados da vida no campo. Porcos, 
gansos e patos eram criados nas casas, causando incômodo pelo acúmulo de excrementos. Assim, 
os municípios criaram regulamentos que incluíam a construção de instalações para os animais e 
de matadouros municipais. 
Fase da polícia sanitária animal 
O início do ensino formal da medicina veterinária na Europa ocorreu após a Guerra dos Trinta Anos. 
Guerra dos Trinta Anos: 
 
Nesse período, houve um aperfeiçoamento da medicina veterinária em função da necessidade de 
ensinar os serviçais a tratar animais feridos ou enfermos. 
A fase da polícia sanitária animal da medicina veterinária preventiva teve início no século XVIII, com 
a criação da primeira Escola de Veterinária, em Lyon, na França, pelo hipologista e advogado 
francês Claude Bougerlat, a partir do Édito Real assinado pelo Rei Luís XV em 4 de agosto de 
1761. 
 
ações que forneceram as bases atuais para os primeiros esforços direcionados à saúde 
pública humana: 
• Inicialmente, foram criados centros organizados de tratamento 
médico-veterinário como parte das escolas de veterinária e, depois, como serviços 
separados. 
• Duas novas estratégias foram utilizadas para o controle de enfermidades animais: a higiene 
e o controle sobre o abate de animais. 
• O controle sanitário médico-veterinário incluía locais de produção de animais e matadouros, 
com o objetivo de combater e erradicar doenças que os acometiam e enfermidades humanas 
associadas à manipulação e ao consumo de alimentos de origem animal. 
Como já informado, essas ações forneceram as bases para os esforços direcionados à saúde 
pública humana, e a aplicação dessas táticas representou uma oportunidade das autoridades 
sanitárias daquela época no trabalho educacional dos proprietários de animais. 
Naquela época, também foi verificado que uma das principais falhas dos programas médicos-
veterinários no controle de enfermidades associadas ao consumo de alimentos de origem animal 
não estaria nas deficiências técnicas dos programas,mas na comunicação com a população. 
Fase de campanhas ou ações coletivas 
A fase das campanhas e/ou ações coletivas na medicina veterinária preventiva teve início no século 
XIX, nos anos 1880. 
A partir de observações e experimentos realizados por Henri-Mamert-Onésime Delafond (1805-
1861), por meio de estudos microscópicos do Bacillus anthracis em Alfort, na França. 
Louis Pasteur (1822-1895), Auguste Chauveau (1827-1917), Robert Koch (1843-1910) e Daniel 
Salmon (1850-1914) auxiliaram no estabelecimento da teoria dos germes e na compreensão de 
novas formas de contágio por microrganismos. 
Os conceitos criados propiciaram o início de programas de ações governamentais para o combate 
a diferentes infecções que acometiam animais de fazendas. 
Durante essa fase, houve grande sucesso no controle de doenças em diferentes espécies animais 
e a possibilidade da criação de diferentes espécies de forma intensiva. 
Foram introduzidas novas estratégias para a prevenção e o controle de enfermidades infecciosas, 
como, por exemplo, estas três: 
• A adoção de ações populacionais envolvendo o diagnóstico. 
• A imunização e a terapia em escala populacional. 
• Os procedimentos envolvendo a ecologia aplicada no controle de vetores. 
Estes foram os benefícios gerados pelas ações apresentadas: 
• Muitas dessas medidas, inicialmente praticadas pelos médicos-veterinários, foram 
extrapoladas e mostraram-se bem-sucedidas no controle de doenças humanas e na 
manutenção da saúde pública. 
• A aplicação dessas ações possibilitou o uso rápido e sistemático de outros procedimentos 
como a quarentena, o sacrifício de animais doentes ou infectados e a adoção de técnicas de 
desinfecção local. 
O controle de vetores surgiu como medida preventiva única, como resultado de estudos 
epidemiológicos realizados por Victor Babes (1854-1926), descobridor do agente etiológico da 
hemoglobinúria enzoótica bovina na Romênia, em 1888, denominado inicialmente de 
Haematococcus bovis. 
 
Depois, em 1893, por Frederick Lucius Kilborne (1858-1934) e Theobald Smith (1859-1934), que 
associaram a hemoglobinúria enzoótica bovina nos EUA, conhecida como febre do gado do Texas, 
ao protozoário Pyrosoma bigemina, transmitido pelo carrapato Boophilus annulatus. 
Ainda em 1893, Constantin Starcovici comprovou a similaridade do Haematococcus bovis com o 
Pyrosoma bigemina, propondo a inclusão de ambos em um novo gênero denominado Babesia, e 
nos subgêneros Babesia bovis e Babesia bigemina. 
 
Fase de vigilância e ações coletivas 
Esta fase teve início a partir da observação de que outros fatores além dos microrganismos 
influenciavam o surgimento de doenças infecciosas, uma vez que a presença do agente etiológico 
era necessária, mas não suficiente para o surgimento de diferentes doenças em espécies animais 
diversificadas. 
Isso levou a uma releitura da medicina veterinária preventiva, uma vez que: 
 
 
 
 
 
 
A partir desse momento, a medicina veterinária preventiva passou a compreender que cada 
situação requeria a análise de fatores que interagiam simultaneamente no surgimento de 
enfermidades infecciosas em uma grande população animal. 
Desse modo, surgiu, em 1960, a epidemiologia veterinária e o diagnóstico epidemiológico para o 
controle de enfermidades infecciosas nas populações animais. 
iniciativas implementadas para regularizar a medicina veterinária: 
1910 
No Brasil, as duas primeiras escolas de medicina veterinária foram criadas no Rio de Janeiro – a 
Escola de Veterinária do Exército, pelo Decreto no 2.232, de 06/01/1910, e a Escola Superior de 
Agricultura e Medicina Veterinária, pelo Decreto no 8.919, de 20/10/1910 (sendo implantada em 
04/07/1913). 
1917 
O capitão-médico João Moniz Barreto de Aragão, considerado o patrono da medicina veterinária 
militar brasileira, foi o fundador da Escola de Veterinária do Exército em 1917, no Rio de Janeiro. 
1932 
No Brasil, a profissão de médico-veterinário não apresentava regulamentação até a criação de um 
Decreto, em 09/09/1932, por Getúlio Vargas, que vigorou por mais de trinta anos. 
1940 
Para o exercício profissional da medicina veterinária, passou a ser exigido o registro do diploma, a 
partir de 1940, pela Superintendência do Ensino Agrícola e Veterinário do Ministério da Agricultura, 
órgão fiscalizador da profissão. 
1968 
A partir de 23/10/1968, com a lei de criação dos Conselhos Federais e Regionais de medicina 
veterinária, a estes órgãos foi transferida a função de fiscalizar o exercício da profissão e o registro 
profissional por membros da própria classe. 
Variáveis relacionadas com animais, tempo e espaço 
As variáveis relacionadas aos animais de diferentes espécies incluem: 
• idade; 
• sexo; 
• raça. 
As variáveis relacionadas ao tempo compreendem um conjunto de observações ordenadas no 
tempo que tem por objetivo realizar a descrição de comportamento, predição e controle. Seus 
componentes incluem: 
• Tendência: descreve o comportamento geral da série. 
• Ciclos: corresponde a picos na frequência de uma doença, ocorridos em um período maior 
que um ano, ou variações que ocorrem em um período de um ano. 
• Sazonalidade ou estacional: corresponde a um evento típico em determinado período do 
ano. 
• Componentes aleatórios ou irregularidades: correspondem a alterações aleatórias da 
frequência da doença ou alterações inesperadas, que não são explicadas pelos demais 
componentes da série histórica. 
As variáveis relacionadas ao espaço incluem variáveis: 
• Geopolíticas: países desenvolvidos e países em desenvolvimento. 
• Político-administrativas: territórios nacionais, regionais, estaduais e municipais. 
• Geográficas: bacias hidrográficas, solo, fauna, flora, vegetação, clima, plantações e 
represas. 
• Mapeamento da mobilidade e da migração. 
O estudo da mobilidade e da migração envolve o estudo de descendentes de várias gerações, 
buscando-se compreender como as mudanças culturais e ambientais levaram ao surgimento de 
doenças particulares, comparando-se as taxas de adoecimento entre as populações migrantes e 
não migrantes, e a população destino. 
Saúde pública veterinária 
A saúde pública é a segunda área da prática médica veterinária direcionada às populações. 
Inicialmente, a medicina veterinária tinha por objetivo: 
 
O desenvolvimento da pesquisa médica comparada, no final do século XIX, possibilitou estabelecer 
uma forte conexão entre: 
a medicina veterinária e a medicina humana. 
Isso influenciou o incremento de uma tradição educacional em algumas escolas de veterinária 
ligada aos interesses da medicina humana. 
A medicina veterinária também apresentou diferentes períodos de atividade da saúde pública. Veja: 
 
A segunda fase da medicina veterinária na saúde pública estabeleceu-se após a Segunda Guerra 
Mundial e direcionou-se ao estudo da população animal por meio do uso da epidemiologia na 
elaboração de programas de controle de zoonoses pelas agências de saúde pública em diferentes 
partes do mundo. 
Como resultado desse processo, os médicos-veterinários começaram a ocupar várias posições nas 
áreas técnicas e administrativas da saúde pública em diferentes organizações. 
1944 
A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) iniciou a contratação de médicos-veterinários 
como consultores. 
1946 
A conferência de estruturação da Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou a criação de 
uma seção de saúde veterinária. 
1949 
A seção de saúde veterinária foi criada. 
O termo saúde pública veterinária foi usado, oficialmente, pela primeira vez em 1946, durante um 
encontro no qual a OMS fornecia conceitos e programas para atividades de saúde pública que 
envolviam a aplicação do conhecimento em medicina veterinária para a prevenção de doenças, 
proteção da vida e promoção do bem-estar da saúde humana. 
As atividades da saúde pública veterinária compreendem: 
 
A luta contra a zoonoses constitui uma das principais atividadesda saúde pública veterinária. 
o que as zoonoses representam, como devem ser empregadas as ações de combate a elas 
e as funções desempenhadas a partir de interesses existentes. 
 
Exemplo disso é a produção de proteínas de alto valor biológico para consumo humano em 
quantidade suficiente e com controle de doenças em animais. 
As contribuições da medicina veterinária para a saúde humana incluem sua conexão com os 
animais e suas doenças, considerando a saúde e o bem-estar humanos. 
 
Ainda que o médico-veterinário exerça atividades específicas na área de medicina veterinária, sua 
formação básica o qualifica para desempenhar diferentes papéis na cadeia da saúde pública, 
comuns a médicos e a outros profissionais da área da saúde, como: 
 Epidemiologia em geral 
 Laboratório de saúde pública 
 Produção e controle de produtos biológicos 
 Proteção e qualidade de alimentos 
 Avaliação da qualidade e controle de medicamentos 
 Saneamento e qualidade ambiental 
 Pesquisas em saúde pública 
 Administração, elaboração e implementação de planos e coordenação de programas de saúde 
pública 
informação extra relativa ao Decreto nº 23.133. 
Em 9 de setembro de 1933, por meio do Decreto nº 23.133, o presidente Getúlio Vargas criou uma 
normatização para a atuação do médico-veterinário e para o ensino dessa profissão, por isso, em 
reconhecimento à importância dessa data, a mesma passou a valer como o Dia do Veterinário. 
Medicina veterinária preventiva e saúde pública 
O termo saúde pública veterinária é usado para: 
Designar o marco conceitual e a estrutura de implementação de atividades de saúde 
pública que empregam conhecimentos, técnicas e recursos utilizados na medicina veterinária 
para proteger e melhorar a saúde populacional humana e animal. 
A saúde pública veterinária agrega: 
 
Os princípios da saúde pública humana estão associados às ciências biológicas e sociais, que são 
difundidos nas seguintes áreas: Agricultura, medicina humana, ambiente. 
principais funções da área de saúde pública, os modelos utilizados por ela para empreender 
pesquisas e os serviços realizados. 
No controle da produção e na proteção de alimentos contra enfermidades infecciosas associadas 
às diversas espécies animais, a contenção e a erradicação de diferentes zoonoses fazem parte das 
principais funções de interesse na área de saúde pública. 
A saúde pública também evoca modelos biomédicos utilizados para a pesquisa, usando animais 
para estudar problemas de saúde de seres humanos e espécies animais. 
Além disso, desenvolve serviços direcionados à área veterinária, ao ensino, à pesquisa e à 
formação em saúde pública veterinária com cunho populacional. 
Os principais problemas enfrentados pela saúde pública veterinária são: 
 o surgimento de novas biotecnologias; 
 o controle de infecções de origem alimentar e novos sistemas de exploração agrária; 
 as questões éticas relativas a todos esses assuntos. 
Tradicionalmente no âmbito da saúde pública, a medicina veterinária tem como foco: 
• Contenção das zoonoses; 
• O controle e a proteção sanitária dos alimentos. 
Além destas questões, situações específicas relacionadas com o ambiente têm despertado 
a atenção para a atuação do médico-veterinário. 
Para o médico-veterinário realizar atividades ligadas à área ambiental, ele deve possuir 
conhecimentos gerais sobre: 
 
Em geral, o reconhecimento da importância do médico-veterinário para a sociedade tem relação 
com sua inserção em determinados assuntos de relevância social. 
 
A partir desses pontos de vista, aumenta a importância da participação do sanitarista veterinário 
nas questões ligadas à sustentabilidade, em que as populações animais devem ser avaliadas de 
acordo com padrões de produção e consumo associados ao crescimento econômico responsável 
que respeite o ambiente. 
 
Zoonoses 
As zoonoses representam um importante problema de saúde mundial, com capacidade de 
promover elevadas perdas para os diferentes setores de saúde pública humana, saúde animal e 
agricultura, principalmente nos países em desenvolvimento. 
O risco de infecções emergentes por novos microrganismos patogênicos ou por agentes 
microbianos já conhecidos em novas áreas ou sob novas condições vem aumentando nos últimos 
anos. 
O controle das enfermidades dessa natureza necessita da cooperação intersetorial e 
interinstitucional, unindo diversos segmentos, tais como: 
 
A preocupação predominante da saúde pública veterinária durante os anos de 1970 e 1980 esteve 
direcionada aos riscos da poluição química ambiental e de alimentos pelo uso indiscriminado de: 
• pesticidas; 
• resíduos animais; 
• substâncias tóxicas. 
Isso tudo era utilizado para o crescimento animal e o controle de pragas. 
Nas duas últimas décadas, as zoonoses emergentes e reemergentes têm adquirido importância 
mundial. 
• Salmonella enteritidis em aves. 
• Febres hemorrágicas virais de Marburg e Ebola em seres humanos. 
• Encefalite espongiforme em bovinos. 
• Doença de Creutzfeldt-Jacob em seres humanos. 
• Hantaviroses. 
• Arboviroses. 
Aliadas a esses problemas, estão as novas tendências na prática da produção animal e agrícola, 
as interferências humanas nas populações de animais silvestres, as mudanças demográficas das 
migrações humanas, a urbanização crescente e a globalização da indústria de alimentos de origem 
animal. 
Dos quase 1.700 agentes microbianos e parasitários conhecidos que infectam os seres humanos, 
aproximadamente metade apresenta uma espécie de animal vertebrado como reservatório animal 
ou uma espécie de inseto como vetor que causa doenças emergentes, também consideradas 
zoonoses. 
Para o controle dessas situações, a saúde pública veterinária pode contribuir significativamente por 
meio das seis ações apresentadas abaixo: 
• Investigação, epidemiologia e controle de doenças comunicáveis não zoonóticas. 
• Conhecimento e controle de aspectos sociais e comportamentais entre seres humanos e 
animais. 
• Epidemiologia e prevenção de doenças não infecciosas pela promoção de estilos de vida 
saudáveis. 
• Análises e avaliações de serviços e programas de saúde pública. 
• Atividades sociais, especialmente os programas de educação em saúde. 
• Educação em saúde pela difusão de informações e conscientização de pessoas sobre os 
temas ligados à saúde. 
A participação do sanitarista veterinário é fundamental nos programas de educação em saúde para 
a proteção e promoção da saúde humana em comunidades vulneráveis aos princípios do 
desenvolvimento sustentável. 
Antes de finalizar este tópico, tome conhecimento de dados atualizados sobre a 
leishmaniose visceral canina (LVC). 
O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) divulgou em 13 agosto de 2018 a confirmação de mais 
de 51 casos positivos de leishmaniose visceral canina (LVC) em Presidente Prudente, São Paulo. 
São 47 autóctones, contraídos no próprio município, e quatro importados de outras localidades. 
 
Com esse novo balanço, até agosto de 2018, a cidade registrou 168 casos da doença nesse ano, 
sendo 160 casos autóctones e oito importados de outras regiões. 
Conceito de zoonose 
O termo zoonoses foi introduzido na literatura médica por Rudolf Virchow, no final do século XIX, 
para caracterizar as diferentes doenças animais que podiam ser transmitidas ao ser humano. 
O prefixo zoo significa animal, e o sufixo nose significa doenças, traduzindo-se literalmente 
por doenças animais. 
Em 1966, no Terceiro Encontro de Peritos em Zoonoses da Organização Mundial da Saúde, 
definiram as zoonoses como: 
 
• Doença e infecção evidenciam condições que um hospedeiro poderá apresentar, uma vez 
que o animal infectado pode não expor manifestações clínicas (sinais/sintomas) que 
possibilitem sua identificação, ao contrário do animal doente, que manifesta evidências de 
alterações orgânicas associadas à instalação do agente etiológico. 
• A procura e a necessidade por alimentosde origem animal estimulam o incremento de 
indústrias agropecuárias, por meio do aumento importante no número de animais em 
rebanhos, propiciando a ampliação substancial de riscos de exposição às zoonoses. 
• A urbanização de centros mais desenvolvidos da esfera industrial e o hábito de criar em casa 
animais de estimação como cães, gatos, aves ornamentais, quelônios, cobras, hamsters e 
pequenos símios também contribuem para o aumento desse tipo de risco. 
• Os atuais e modernos meios de transporte rodoviário, ferroviário, marítimo e aeroviário 
favorecem a disseminação de doenças com caráter zoonótico, em virtude do transporte 
acidental de vertebrados (reservatórios) ou invertebrados (vetores) de uma região endêmica 
a outra livre da doença. 
• O comércio de animais (importação e exportação) ou o transporte para feiras ou exposições 
promove o aumento da probabilidade de transmissão dessas infecções para espécies 
animais saudáveis. 
De acordo com a gravidade causada pelas zoonoses, estas podem ser divididas em três grupos 
distintos: 
 
Contudo, essa classificação não é condição única de agravo, estando associada à maior ou menor 
gravidade de cada zoonose, também de acordo com a região considerada e a época de ocorrência 
da enfermidade zoonótica. 
Classificação das zoonoses 
Diversas classificações já foram propostas para as zoonoses, contudo a proposta de Calvin W. 
Schwabe (1927-2006) de 1984 é a mais utilizada, por ser considerada a mais completa, baseando-
se principalmente no ciclo de vida do agente etiológico. 
Segundo esta proposta, as zoonoses podem ser classificadas em zoonoses 
diretas, ciclozoonoses, metazoonoses e saprozoonoses. 
Zoonoses diretas: Nas zoonoses diretas, a transmissão da doença ocorre por meio de um 
hospedeiro vertebrado infectado para um hospedeiro vertebrado suscetível, por contato, veiculação 
ou por vetor mecânico. 
Exemplo destas zoonoses é a infecção causada pelo vírus da raiva. 
Ciclozoonoses: Nas ciclozoonoses, existe a participação de mais de uma espécie de hospedeiro 
vertebrado na cadeia de transmissão. 
 
Exemplo destas zoonoses é a infecção causada pela Taenia solium ou T. saginata, que, 
dependendo da forma de infecção (ingestão humana acidental de cisticercos ou ovos), pode causar 
a teníase ou a cisticercose. 
Metazoonoses: As metazoonoses são transmitidas por vetores invertebrados. No interior desses 
hospedeiros, o parasita realiza uma fase do seu ciclo biológico em um determinado intervalo de 
tempo (período extrínseco de incubação), que precede a transmissão do parasita a outro 
hospedeiro vertebrado. 
Em virtude dos diferentes tipos de hospedeiros necessários para a formação da cadeia de 
transmissão, as metazoonoses podem ser divididas em quatro categorias: 
• Metazoonoses que requerem um hospedeiro vertebrado e outro invertebrado, como, por 
exemplo, febre amarela (infecção viral transmitida por determinados tipos de mosquitos em 
determinadas áreas da África e da América do Sul). 
• Metazoonoses que requerem um hospedeiro vertebrado e dois invertebrados, como, por 
exemplo, paragonimíase (infecção pulmonar causada pelo trematódeo Paragonimus 
westermani e espécies relacionadas). Neste caso, a infecção humana é provocada 
principalmente pelo consumo de crustáceos de água doce crus, em conserva ou malcozidos. 
• Metazoonoses que requerem dois hospedeiros vertebrados e um invertebrado, como, por 
exemplo, clonorquíase (infecção hepática causada pelo trematódeo Clonorchis sinensis, 
pela ingestão de peixe cru de água doce). 
• Metazoonoses que apresentam transmissão transovariana, como, por exemplo, encefalite 
dos carneiros (infecção aguda causada por arbovírus, transmitida por carrapatos, que 
provoca meningoencefalite em carneiros ou Lomping I ll). 
Saprozoonoses: Nas saprozoonoses, ocorre a participação de um hospedeiro vertebrado e de um 
elemento não pertencente ao reino animal, como solo, matéria orgânica e plantas. Como exemplos, 
destacam-se a ancilostomíase (larvas L3 infectantes presentes no solo) ou a fasciolose (larvas 
denominadas cercárias ingeridas por animais durante a pastagem realizada próxima a áreas 
alagadas). 
Além dessa classificação, as zoonoses bacterianas, virais e micóticas podem ser classificadas 
segundo a forma de transmissão: direta e indireta. 
Na transmissão direta, um hospedeiro vertebrado infectado transmite o agente etiológico a outro 
hospedeiro vertebrado suscetível por contato direto. 
 
Exemplos desta forma de transmissão incluem raiva, brucelose, carbúnculo hemático, sarna 
sarcóptica, microsporidioses e tricofitoses. 
A transmissão indireta pode ocorrer por diferentes vias: 
• ingestão de alimentos contaminados: leptospirose, botulismo, carbúnculo hemático, 
brucelose, tuberculose, salmonelose, teníase e triquinelose; 
• contato com secreções corpóreas naturais: raiva, brucelose; 
• contato com fômites: leptospirose, peste negra, sarna sarcóptica, brucelose; 
• contato com determinados artrópodes (insetos) que podem atuar como vetores: febre 
amarela, encefalomielite equina, tifo e peste. 
Importância das zoonoses para a saúde pública 
Nos países em desenvolvimento, os recursos econômicos são direcionados principalmente para a 
área de assistência médica, proporcionando o aumento de ações mínimas para a medicina 
veterinária preventiva. 
A ocorrência de doenças nessas populações provoca uma baixa produção de bens de consumo e 
de serviços, com consequente redução de salários, prejudicando principalmente as classes sociais 
menos favorecidas. 
Esse baixo poder aquisitivo da população favorece o surgimento de padrões deficientes de 
alimentação, qualitativa e quantitativamente, e de moradias inadequadas e diminuição do nível de 
educação e cultura. 
Esse ciclo, denominado "ciclo econômico da doença", origina o desenvolvimento de mais e de 
novas doenças, diminuindo ainda mais o potencial de trabalho da população humana. 
• Consoante a esse processo, verifica-se uma pequena inversão de capital e de conhecimento 
técnico na área pecuária, favorecendo o surgimento, a ocorrência e a disseminação de 
doenças entre os animais criados de forma intensiva, sendo muitas dessas doenças de 
caráter zoonótico, agravando a deficiente condição de saúde da população humana menos 
favorecida. 
• Esse fator provoca a queda na taxa de natalidade e o aumento dos níveis de morbidade e 
mortalidade nos animais criados de maneira intensiva, ocasionando progressiva baixa na 
produção de bens e serviços. 
• Para enfatizar a importância das zoonoses na saúde pública, das seis doenças infecciosas, 
cuja notificação dos casos é exigida universalmente, duas pertencem ao grupo de zoonoses, 
a peste e a febre amarela, que ocorrem no Brasil. 
• Das doenças obrigatoriamente notificáveis, de acordo com as Normas Técnicas Especiais 
relativas à Preservação da Saúde no Estado de São Paulo, várias pertencem ao grupo de 
zoonoses, como febre amarela, peste, leptospirose, raiva, carbúnculo hemático, tuberculose, 
brucelose, rickettsioses, arboviroses e doença de Chagas. 
• Não existem muitos dados estatísticos disponíveis sobre a ocorrência das diferentes 
zoonoses no Brasil, em função da grande extensão territorial, da escassez de serviços de 
saúde preventiva e de recursos médicos em muitas regiões, da deficiência na educação 
sanitária em grande parte da população e de diversos problemas de esfera administrativa e 
política, que envolvem principalmente corrupção e improbidade administrativa. 
Algumas zoonoses não constituem problema de saúde pública, uma vez que os casos humanos 
são pouco descritos, como a febre aftosa, porém são responsáveis por grandes perdas para a 
pecuária bovina e a economia nacional voltada para esta área. 
raiva urbana e a raiva silvestre. 
 
 
Existem doenças que agem em todo o território nacional, e outras que agem em regiões 
específicas. Conheça abaixo o mapa de atuação de algumas.consequências da brucelose e da tuberculose bovina. 
A brucelose apresenta alta morbidade e baixa mortalidade, sendo um grande problema de saúde 
que acomete empregados de matadouros, granjas leiteiras, veterinários e tratadores de animais. 
Além disso, causa anualmente consideráveis prejuízos à pecuária bovina e à suinocultura. 
A tuberculose bovina, além de causar grandes prejuízos à indústria animal, acarreta a redução da 
mão de obra humana disponível para o trabalho, uma vez que os indivíduos acometidos e tratados 
nem sempre são capazes de voltar às suas atividades anteriores. 
Independentemente de a zoonose ser de maior ou menor gravidade para o homem e para as 
diferentes espécies animais, ela contribui significativamente para a diminuição da produção de bens 
e serviços que envolvem de forma direta ou indireta diferentes espécies animais. 
Controle das zoonoses 
Em decorrência da importância das zoonoses para a saúde pública e a economia das zoonoses, é 
necessária a adoção de inúmeras e diferentes medidas capazes de minimizar os transtornos e 
agravos das doenças por meio das seguintes ações: 
 
Para tanto, é fundamental: 
• O conhecimento do ciclo biológico, da incidência e prevalência de cada zoonose e das 
características de cada região acometida. 
• A realização de inquéritos epidemiológicos, utilizando registros dos serviços de saúde 
pública e animal, dados epidemiológicos obtidos a partir da visita a propriedades rurais e 
informações transmitidas pelos médicos-veterinários, e relatórios emitidos pelas indústrias 
de laticínios e matadouros. 
A partir do conhecimento de cada problema, são estabelecidas prioridades de ação, com a adoção 
de programas eficientes para interromper a cadeia de transmissão das zoonoses, dentre os quais 
podemos destacar a atuação sobre as fontes de infecção, vias de transmissão ou suscetíveis e a 
instalação de medidas profiláticas. 
O combate às zoonoses pode ser realizado por cooperação internacional ou dentro de uma mesma 
ação, seja em nível central, regional ou local. 
Qualquer programa de controle adotado deve ser contínuo, com procedimentos de vigilância 
sanitária adequadamente aplicados, pois uma campanha malsucedida pode aumentar os prejuízos 
econômicos e sociais já instalados. 
Centros de controle de zoonoses 
Agindo com o intuito de extinguir do país algumas das principais e mais perigosas zoonoses, os 
centros de controle de zoonoses também são responsáveis pela vacinação de animais e pela 
educação epidemiológica populacional, para que a sociedade possua informações suficientes para 
se prevenir e evitar a disseminação de doenças em animais e pessoas. 
As principais responsabilidades dos centros de controle de zoonoses no Brasil incluem: 
• Inspeções zoossanitárias programadas, conforme solicitações da população e por diferentes 
órgãos públicos. As vistorias têm o objetivo de verificar problemas trazidos pela população 
animal de determinados municípios, e visam impedir que o contato entre animais e seres 
humanos gere riscos e doenças. São verificadas denúncias de maus-tratos a animais em 
alojamentos impróprios de pets e falta de higiene em estabelecimentos comerciais e 
residenciais. Também são averiguados registros de vizinhanças quanto ao barulho excessivo 
causado por animais de estimação e quanto à infestação por animais sinantrópicos. Os 
centros de controle de zoonoses têm o poder de intimar, notificar, multar e punir os 
responsáveis conforme o caso. 
• Controle de animais sinantrópicos e peçonhentos, com o objetivo de impedir a propagação 
de zoonoses que podem ser transmitidas por ratos, baratas, pombos, moscas, mosquitos, 
cobras, morcegos, pulgas, aranhas e escorpiões. 
• Vacinação antirrábica direcionada a cães e gatos, tanto na área urbana quanto rural, 
impedindo que a raiva seja contraída por estas e outras espécies animais, auxiliando no 
controle desta doença no país. 
• Campanhas de castração para a população de cães e gatos de municípios específicos, 
impedindo a geração de superpopulação e evitando problemas que ocorrem pelo surgimento 
de um grande número de animais, como abandono e propagação de doenças. 
• Recolhimento de animais de ruas, objetivando evitar acidentes e disseminar doenças. 
Determinados municípios recolhem diversas espécies, desde cachorros até cavalos e bois. 
• Controle de dengue pela identificação de locais com maior propensão para o surgimento do 
mosquito transmissor, e visitas a casas de moradores da comunidade para averiguar as 
condições adequadas para o desenvolvimento e eliminar possíveis criadouros. Esse tipo de 
ação também atua na propagação de informações sobre o controle do Aedes aegypti. 
• Verificação de reclamações que possuem relação direta com animais, buscando alternativas 
específicas para solucionar problemas que podem causar a propagação de doenças em 
determinados municípios. 
• Acompanhamento de acidentes ou denúncias de maus-tratos de diferentes espécies 
animais. 
• Monitoramento de zoonoses realizado constantemente para que seu controle seja possível 
e executado com eficiência. 
• Educação da população sobre as principais doenças, métodos de prevenção e tratamento, 
e realização de cursos e treinamentos especiais para quem deseja saber, conhecer ou atuar 
nesse segmento preventivo da saúde pública. 
Os centros de controle de zoonoses (CCZs) são uma instituição pública presente em todos os 
estados, criada pelo governo para garantia do bem-estar animal e dos seres humanos, por meio de 
controle de zoonoses e prevenção de epidemias. 
Contam com treinamentos, cursos e estágios específicos para profissionais da área de medicina 
veterinária, além de auxiliarem na educação da sociedade sobre o controle da população de 
animais domésticos e sinantrópicos. 
Os CCZs também contam com alojamento e tratamento de animais abandonados e encaminhados 
para adoção, como cães e gatos. Lá eles são vacinados, castrados, vermifugados e tratados contra 
ectoparasitas, e identificados por meio da introdução de microchip. 
Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) 
 
A Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), sediada em Campinas (SP), foi 
criada em 1967. 
É um órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, conforme 
estabeleceu o Decreto nº 41.608, de 24/02/1997. 
A principal função da CATI é promover o desenvolvimento rural sustentável por meio da adoção de 
programas e ações participativas que envolvam a comunidade, as entidades parceiras e todos os 
segmentos dos negócios agrícolas. 
A CATI coordena e executa os serviços de assistência técnica e extensão rural para o pequeno e 
médio produtor rural, com ênfase na produção animal e vegetal, na conservação do solo e da água 
e na produção de sementes e mudas. 
A CATI está instalada em todos os municípios paulistas e conta com: 
 
Essa estrutura busca proporcionar ações práticas de desenvolvimento do agronegócio, 
considerando as peculiaridades de cada região. 
A CATI também oferece, por meio do Departamento de Sementes, Mudas e Matrizes (DSMM), 
materiais genéticos de alta qualidade com baixo custo e, assim, fomenta a competitividade e o 
incremento da renda do produtor rural mediante a comercialização de mais de 20 variedades de 
sementes e aproximadamente 300 espécies de mudas. 
As ações desenvolvidas pela CATI, em todo o estado de São Paulo, favorecem: 
 aumento e criação de emprego e renda; 
 segurança alimentar; 
 inclusão social; 
 competitividade do agronegócio; 
 melhora no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH); 
 preservação ambiental. 
 
Múltiplas atividades e capacitações são realizadas por suas equipes, como: 
• dias de treinamento em campo; 
• organização de cursos sobre noções de administração rural; 
• processamento artesanal; 
• medicina veterinária preventiva; 
• orientação agronômica sobre pragas e doenças. 
Os programas desenvolvidos buscamfortalecer o setor agrícola por meio de ações conjuntas dos 
órgãos da Secretaria de Agricultura e Abastecimento e parceiros do setor privado, com o intuito de 
recuperar áreas degradadas e as principais cadeias produtivas do estado de São Paulo, como, por 
exemplo: aquicultura, bovinocultura de corte e leite.... 
A CATI estimula a adoção de práticas conservacionistas, por meio do Projeto Integra SP, e incentiva 
a produção agropecuária com sustentabilidade econômica, social e ambiental, envolvendo 
pequenas e médias propriedades. 
Por meio do Projeto Microbacias II – Acesso ao Mercado, parceria entre o governo do estado de 
São Paulo e o Banco Mundial, a CATI amplia as oportunidades de negócios dos produtores 
familiares, com a realização de capacitações na área de comercialização e a liberação de recursos 
para a implementação de empreendimentos agroindustriais ou que visam atender o mercado 
consumidor, com melhoria da renda para as famílias rurais. 
As Casas da Agricultura da CATI investem em ações diretas ou em parceria com outras entidades 
para garantir o acesso de produtores rurais às políticas públicas nas áreas de: 
 
Dentre os programas disponíveis pela CATI, destacam-se; 
 o Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap/Banagro); 
 o Programa Paulista da Agricultura de Interesse Social (PPAIS); 
 o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf); 
 a Declaração de Conformidade da Atividade Agropecuária (DCAA). 
Fatores determinantes no controle e na prevenção de doenças 
Medidas de controle 
Classicamente, define-se controle em saúde pública como: 
O conjunto de medidas, ações, programas ou operações contínuas e organizadas para a redução 
da incidência e prevalência de doenças em níveis suficientemente baixos para que não sejam 
consideradas um problema de saúde pública. 
Diante disso, os serviços locais de saúde pública têm que: 
 fornecer atenção às pessoas e aos animais, conforme suas necessidades individuais; 
 desenvolver ações direcionadas à população humana e animal, conforme normas e prioridades 
estabelecidas previamente. 
Essas ações envolvem a aplicação de medidas de controle individual e populacional. 
O controle da doença individual é realizado por intermédio de serviços de saúde. No segundo caso, 
o controle da doença na população, por ações estratégicas de saúde realizadas pelo governo. 
O termo controle abrange a ação sobre um elemento observado com o objetivo de obter retorno 
em um nível esperado, ou uma ação reguladora, restritiva, corretora e restauradora da normalidade. 
Entenda como o controle se diferencia nos cenários epidêmico e não epidêmico. 
No cenário epidêmico, alcançar o controle significa conseguir, rapidamente, uma curva 
descendente e, se possível, o esgotamento da epidemia ou o retorno do cenário da doença em 
níveis esperados, o mais rapidamente possível. 
No cenário não epidêmico, o termo controle é dependente da dimensão temporal: 
• em curto prazo, o controle de um cenário não epidêmico denota equilíbrio da situação, 
mantendo o número observado de casos igual ao número esperado (nível endêmico ou 
ausência de casos); 
• a longo prazo, o controle de um cenário não epidêmico envolve a redução do risco de novos 
casos de adoecimento da população (incidência) em níveis que não representem um 
problema de saúde pública (definição clássica de controle) 
As medidas de controle populacional estão direcionadas especificamente ao impacto sobre o 
comportamento da doença nas seguintes circunstâncias: 
 
As medidas de alcance populacional são definidas em função de seus objetivos em saúde pública, 
que podem ser controle, eliminação ou erradicação de doença(s) e de seus riscos à população 
animal e à comunidade ao redor. 
CONTROLe: O controle populacional da doença refere-se à aplicação de medidas populacionais 
para a obtenção de uma situação de controle da doença, com redução de sua incidência a ponto 
de deixar de ser um problema de saúde pública. As medidas de controle objetivam a redução 
primária da morbimortalidade. 
O nível de controle depende da doença a ser tratada, dos recursos empregados, do comportamento 
populacional e das atitudes da sociedade. Um exemplo desta forma de controle é o 
acompanhamento de pessoas com sintomas respiratórios na comunidade rural, acometidas 
pelo Mycobacterium bovis, que é uma medida indireta para a detecção de casos de tuberculose 
bovina, acompanhada do diagnóstico de tuberculose em rebanho bovino leiteiro, cujo objetivo é a 
detecção e redução da prevalência de tuberculose e de sua incidência. 
ELIMINAÇÃO: A eliminação da doença refere-se à aplicação de medidas populacionais para 
eliminar as causas de produção da doença, embora não haja casos da mesma. 
Um exemplo desta forma de controle consiste na diminuição da densidade vetorial em zonas 
urbanas infestadas pelo Aedes aegypti, mesmo sem a circulação do vírus da febre amarela, 
dengue, Zika ou Chikungunya, pois a presença do vetor constitui risco potencial para a eventual 
ocorrência de casos. 
ERRADICAÇÃO: A erradicação da doença refere-se à aplicação de medidas populacionais para a 
eliminação de casos, causas e do agente etiológico. 
A erradicação de uma doença só ocorre quando é alcançada em escala mundial. Por exemplo: 
Em 25/05/2011, a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) comunicou a erradicação da peste 
bovina. A peste bovina é uma doença viral contagiosa, cuja taxa de mortalidade pode chegar a 
100% em determinados rebanhos infectados. Conhecida antes mesmo da era romana, foi capaz 
de desencadear, em 1920, uma cooperação internacional por causa de um surto na Bélgica. A 
erradicação desta doença só foi possível após décadas de campanhas de vacinação e 
monitoramento, segundo a entidade. Membros (Delegados) dos países-membros da entidade 
comunicaram, de forma oficial, livres da doença, 198 estados e territórios com animais suscetíveis 
a contrair o vírus. No entanto, vale a pena salientar que, mesmo sem a circulação do vírus da peste 
bovina entre os animais vivos, este vírus continua armazenado em alguns laboratórios para que, 
caso seja necessário, a produção de vacinas possa ser realizada se houver o reaparecimento da 
doença, tanto de forma acidental quanto de forma proposital, segundo a OIE. 
Do ponto de vista estratégico, as ações de saúde pública são realizadas por adoção de ações 
estratégicas ou campanhas específicas, com foco na população geral. Como exemplo de 
programas habitualmente executados nos níveis locais de saúde, temos o programa de 
imunizações do rebanho bovino contra: 
febre aftosa, brucelose, carbúnculo e raiva. 
A campanha é uma medida temporal, com fim determinado e específico, como as campanhas de 
vacinação, que são executadas para prevenir um possível surto ou controlá-lo rapidamente. 
Tradicionalmente, programas e campanhas são executados de modo isolado e independente, 
entretanto a tendência atual é a integração, principalmente em nível local, facilitando a utilização e 
a potencialização de recursos disponíveis. 
Para que isso ocorra, é fundamental a adequada coordenação com os sistemas locais de vigilância 
em saúde pública. 
Existem dois tipos de fatores condicionantes relacionados a medidas de aplicação. 
FATORES CONDICIONANTES DO ALCANCE DE MEDIDAS: A decisão sobre o alcance de 
medidas a serem implementadas está condicionada pelos fatores que determinam a persistência 
da doença, a eficácia e a facilidade operacional das medidas. 
FATORES CONDICIONANTES DA EFICÁCIA DE MEDIDAS: A eficácia de medidas disponíveis é 
determinada pela capacidade de prevenir ou curar doenças individualmente. Para estabelecer essa 
eficácia, devem ser comparados os resultados obtidos com os resultados esperados para cada 
medida. Por exemplo: quando se aplica uma vacina, o resultado esperado é que nenhum dos 
animais vacinados adoeça, sendo acometidos apenas os animais não vacinados, conferindouma 
eficácia de 100%. 
A eficácia de uma vacina está relacionada à resposta do animal suscetível, em função de fatores 
individuais, como status nutricional e metabólico e resposta imunológica, de modo que o título de 
anticorpos não se eleve a níveis protetores. 
O planejamento do procedimento de vacinação deve ser realizado antecipadamente com o objetivo 
de evitar falhas na execução e no manejo na data programada. Anteriormente à vacinação, deve-
se realizar uma inspeção no tronco de contenção para verificar e coletar materiais que possam 
causar lesões nos animais, assim como é de fundamental importância estabelecer o cronograma 
da vacinação e designar o funcionário responsável pelas diferentes atividades envolvidas no 
processo. 
Medidas como o isolamento de animais doentes podem não trazer benefício para eles, como no 
caso da febre aftosa, mas a eficácia é determinada pela capacidade de evitar ou reduzir o número 
de casos de contatos entre o animal doente e os animais suscetíveis, principalmente se não foram 
vacinados, limitando a propagação da doença. 
Além do grau de eficácia de cada medida, é importante considerar a duração dessa eficácia. Por 
exemplo: a vacina contra a febre aftosa protege por períodos de até 6 a 12 meses, conforme a 
região geográfica e o risco de exposição à doença. 
Algumas medidas têm a vantagem de, quando aplicadas a um animal, trazer benefícios a outros 
animais. 
O controle da leptospirose no rebanho de corte e leiteiro deve partir do diagnóstico laboratorial da 
sorovariedade circulante na propriedade. 
Uma vez conhecida a amostra circulante, podem ser aplicadas duas estratégias de controle: 
• A primeira baseia-se no tratamento de animais doentes com o intuito de controlar a 
eliminação da leptospira na urina e a contaminação ambiental, utilizando a estreptomicina. 
• A segunda consiste na vacinação do rebanho. 
Atualmente estão disponíveis vacinas comerciais que têm em sua composição as sorovariedades 
Leptospira grippotyphosa, L. pomona, L. canicola, L. hardjo, L. wolffi e L. icterohaemorrhagiae. 
Estas vacinas induzem a produção de anticorpos com reação cruzada com outras sorovariedades 
do gênero Leptospira, ampliando a eficiência desta estratégia de controle. 
A eficácia de medidas também pode estar condicionada ao comportamento sazonal e/ou cíclico da 
doença. Para o controle de surtos, é importante conhecer o intervalo de tempo necessário para que 
a medida se torne eficaz 
Um exemplo é a vacinação contra a febre aftosa, obrigatória em todos os estados, exceto Santa 
Catarina, cujo calendário de vacinação é estabelecido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento (MAPA). 
A figura abaixo apresenta o calendário nacional de vacinação de bovinos e bubalinos contra a febre 
aftosa em 2018. 
Há também medidas aplicadas ao ambiente que apresentam impacto em vários agentes, como, 
por exemplo, a shigelose, que é uma doença infecciosa causada por bactérias do gênero Shigella, 
que provocam dor abdominal e cólica, diarreia com sangue, pus ou muco, febre, vômito e tenesmo. 
A infecção grave está associada a convulsões em crianças menores de 2 anos de idade. 
Algumas cepas são responsáveis por uma taxa de letalidade de 10 a 15% e produzem a 
enterotoxina do tipo Shiga (semelhante à verotoxina da E. coli O157:H7), podendo causar a 
síndrome hemolítico-urêmica (SHU) e a doença ou síndrome de Reiter (esta última é também 
chamada de artrite reativa, e causa inflamação de articulações e tendões, principalmente nos 
joelhos, tornozelos e pés). 
A via fecal-oral é a principal forma de transmissão. 
Moscas carregam o patógeno para alimentos a partir de latrinas e da disposição inadequada de 
fezes e esgotos. 
Alimentos expostos e não refrigerados constituem um meio para sobrevivência e multiplicação. 
Estas são algumas medidas preventivas fundamentais: 
 
Fatores condicionantes da efetividade das medidas de controle e prevenção 
A capacidade operacional de medidas de controle ou prevenção de doenças está condicionada à 
seguinte possibilidade: 
ser usada em níveis adequados de cobertura e intensidade que possibilitem a redução ou 
interrupção da transmissão do agente etiológico. 
Diferentes fatores devem ser considerados para determinar a realização operacional das medidas. 
• Extensão e organização dos serviços de saúde; 
• Custo das medidas a serem aplicadas; 
• Qualidade e quantidade de pessoal requerido, como pessoal auxiliar ou profissionais 
especializados; 
• Equipe e material necessários, e sua complexidade de administração; 
• Frequencia de aplicação da medida: algumas vacinas são aplicadas e repetidas anualmente, 
como a antirrábica, e a coloração da agua que deve ser um processo continuo; 
• 
• 
Tipos de medidas de prevenção e controle 
As medidas de controle de uma doença são organizadas segundo os quatro níveis básicos de 
prevenção: primordial, primária, secundária e terciária. 
As medidas de controle podem ser gerais ou específicas e podem estar direcionadas: 
• ao indivíduo ou à população; 
• ao controle da doença, à eliminação ou à sua erradicação. 
Do ponto de vista operacional, para o controle de doenças transmissíveis, as medidas adotadas 
diferenciam-se em função do cenário de aplicação, como: 
• as medidas de controle de surto; 
• as medidas permanentes de controle de doenças. 
Na prática, as medidas de controle e prevenção de doenças transmissíveis são separadas, 
segundo a cadeia de transmissão, em sete categorias: 
MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE DIRECIONADAS AO AGENTE 
As medidas de prevenção e controle podem estar direcionadas à destruição do agente etiológico 
e/ou ao impedimento do contato entre ele e o hospedeiro suscetível. 
Para a destruição do agente etiológico, podem-se usar quimioterápicos e métodos físicos, como a 
pasteurização do leite e outros produtos, ou químicos, como a cloração da água. 
Deve-se evitar o contato entre o hospedeiro suscetível e o agente etiológico por isolamento e limitar 
o movimento de animais em casos de doenças altamente contagiosas. 
MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE DIRECIONADAS AO RESERVATÓRIO 
Conforme a natureza, as medidas de prevenção e controle podem estar direcionadas aos 
reservatórios humanos, animais ou ambientais. Dentre elas, destacam-se: 
• isolamento de reservatórios humanos; 
• isolamento, quarentena ou cordão sanitário de um grande número de animais suscetíveis na 
área; 
• identificação e tratamento de animais doentes e portadores quando possível e conforme a 
doença, por meio de detecção, diagnóstico, notificação, tratamento e acompanhamento de 
casos até seu período de convalescença e total recuperação; 
• utilização de quimioterapia como tratamento profilático para eliminar o agente etiológico de 
animais infectados; 
• imunização de animais suscetíveis para a eliminação do estado de portador; 
• imunização de animais selvagens e animais domésticos quando necessário; 
• controle sanitário e quimioterapia de rebanho bovino destinado ao consumo humano; 
• sacrifício de animais com doenças específicas, como febre aftosa, encefalopatia 
espongiforme bovina, tuberculose e raiva; 
• eliminação de ectoparasitas nos animais de abate e animais domésticos; 
• desinfecção de áreas contaminadas por fezes de aves e morcegos; 
• eliminação de criadouros de mosquitos e caramujos. 
MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE VOLTADAS À PORTA DE SAÍDA 
O agente etiológico sai do reservatório animal por diferentes vias fisiológicas, como a respiratória, 
a digestiva, a urinária e a sexual. 
O controle da via de saída respiratória é mais difícil, necessitando de medidas de isolamento, 
cordão sanitário e quarentena de animais 
As medidas de controle da via de saída digestiva compreendem ações de eliminação do agente 
etiológico pela desinfecção do ambiente e da água, incluindo a aplicação de medidas de higiene 
individual e populacional. 
A via percutânea pode ser bloqueada, como intuito de evitar punções de agulhas e picadas de 
mosquito. A via urogenital pode ser bloqueada também evitando o contato com animais 
contaminados. Em algumas ocasiões, a saída do agente pela via transplacentária pode ser 
bloqueada mediante a aplicação de medidas terapêuticas no animal infectado ou no ambiente, pela 
utilização de desinfetantes. 
MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE DIRECIONADAS À VIA DE TRANSMISSÃO 
O ambiente como elemento básico da cadeia de transmissão necessita de medidas de controle 
permanentes para evitar o surgimento de doenças transmissíveis. Entre as principais medidas de 
prevenção e controle direcionadas à via de transmissão, podem-se citar as seguintes: 
• evitar que a água, os alimentos e o solo sejam contaminados com excreções humanas, 
animais ou outros materiais biológicos potencialmente perigosos para a saúde humana e 
animal; 
• interromper a transmissão por vetores ou hospedeiros intermediários, que requerem 
conhecimento do comportamento e ciclo biológico do agente etiológico, do hospedeiro 
intermediário e de áreas de prevalência da doença. 
Várias medidas podem ser traçadas para interromper o ciclo do agente etiológico transmitido por 
vetores, como por exemplo: 
• evitar o contato entre o vetor e o animal infectado; 
• prevenir a infecção do vetor pelo agente etiológico; 
• tratar o animal infectado para que este deixe de ser fonte potencial de infecção; 
• controlar a densidade vetorial; 
• prevenir o contato entre o vetor infectado e um animal suscetível. 
Os hospedeiros intermediários são vertebrados e estão incluídos neste grupo, tais como animais 
domésticos e selvagens. As doenças que afetam esses animais podem ser transmitidas 
diretamente ao ser humano (zoonoses) por: 
• contato entre indivíduos suscetíveis e animais doentes ou suas excreções fisiológicas; 
• agressão do animal doente a outros animais ou seres humanos; 
• contato com produtos animais, como couro; 
• consumo de produtos de origem animal provenientes de animais infectados. 
As medidas para prevenir a propagação das zoonoses incluem: 
• isolamento, cordão sanitário, quarentena e tratamento ou eliminação de animais doentes; 
• imunização de animais suscetíveis e sob risco de adoecerem; 
• impedimento do contato entre animais doentes e seres humanos; 
• esterilização ou tratamento térmico adequado de produtos de origem animal para o consumo 
humano; 
• controle da quantidade de animais sinantrópicos. 
MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE DIRECIONADAS À PORTA DE ENTRADA 
As medidas de bloqueio da porta de entrada são direcionadas ao hospedeiro suscetível, 
diferentemente das medidas de bloqueio da porta de saída, direcionadas ao reservatório ou aos 
animais suscetíveis. 
As portas de entrada respiratória e digestiva são as mais difíceis de serem controladas. Para tanto, 
é necessária a aplicação de medidas massivas de eliminação ou destruição do agente etiológico 
por métodos de desinfecção. Isso explica a alta prevalência e incidência de doenças de transmissão 
respiratória e digestiva e, por este motivo, o controle contínuo do tratamento da água e da qualidade 
do sistema de saneamento básico. 
MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE DIRECIONADAS AO HOSPEDEIRO SUSCETÍVEL 
As medidas de prevenção e controle direcionadas ao hospedeiro suscetível, conforme a natureza, 
podem ser classificadas em inespecíficas e específicas. 
As medidas inespecíficas têm por objetivo melhorar o estilo de vida da população por ações de 
promoção da saúde individual, social e familiar a que se pertence ou de referência. Estas medidas 
dependem de valores sociais e intervenções sanitárias, que incluem medidas higiênicas pessoais 
e coletivas, sendo aplicáveis a todo tipo de risco, doença e dano, com grande importância para o 
controle de doenças transmissíveis em seres humanos e animais. 
As medidas específicas objetivam melhorar a habilidade do hospedeiro em resistir ao ataque de 
agentes etiológicos. Isto é obtido diminuindo sua suscetibilidade, aumentando sua resistência ou 
diminuindo seu nível de exposição ao agente etiológico. 
Estas medidas incluem aplicação de vacinas, uso profilático de produtos imunológicos ou 
farmacológicos e realização de medidas curativas. Para sua eficácia, existe a necessidade do 
compromisso e da participação comunitária no controle de doenças e fatores de risco envolvidos, 
para eliminar, erradicar ou diminuir a incidência de doenças. 
A participação comunitária está sustentada em três pilares: 
• percepção da população sobre o dano ocasionado por essas doenças em animais e seus 
riscos para a população humana; 
• precisão de ações de execução, controle e profilaxia; 
• apoio de ações por medidas regulatórias governamentais. 
MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE DE DOENÇAS DE USO FREQUENTE 
A seguir, estão listadas as medidas mais frequentemente utilizadas na prevenção e no controle de 
doenças em animais e seres humanos: 
• aplicação de gamaglobulina e soros específicos em determinados casos; 
• aplicação de práticas de biossegurança; 
• busca, diagnóstico e tratamento de animais portadores de determinadas doenças; 
• cloração da água; 
• controle biológico de vetores e diminuição de sua densidade vetorial; 
• controle de armazenamento, manipulação e comercialização de produtos de origem animal; 
• controle de reservatórios silvestres; 
• controle de roedores; 
• controle sanitário de matadouros; 
• cordão epidemiológico ou sanitário; 
• cozimento ou tratamento térmico adequado dos alimentos; 
• desinfestação ambiental; 
• despoluição ambiental; 
• eliminação sanitária de fezes humanas e de animais, quando possível; 
• eliminação sanitária do lixo; 
• esterilização de agulhas e seringas; 
• fumigação de currais; 
• isolamento (animais doentes) e quarentena (animais expostos); 
• cumprimento da legislação sanitária; 
• melhoramento de moradia humana e animal; 
• melhoramento do estado nutricional dos animais; 
• modificações de conduta com os animais; 
• orientação no serviço com animais; 
• pasteurização de produtos lácteos e outros alimentícios; 
• pulverização de residências; 
• recomendações sanitárias por meios massivos de comunicação; 
• regulações da segurança sanitária; 
• triagem ou rastreamento de doenças na população animal; 
• vacinação da população suscetível.

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