Buscar

AULA 10 - CULTURA DO FEIJÃO - DOENÇAS E MÉTODOS DE CONTROLE

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: GRANDES CULTURAS I 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 50 
Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com 
CAPÍTULO 10: DOENÇAS E MÉTODOS DE CONTROLE 
 
10.1 INTRODUÇÃO 
 
A ocorrência de doenças é uma das principais causas de redução da produtivi-
dade do feijoeiro. Transmitidas por fungos, bactérias, vírus e nematoides, as doenças, 
dependendo das condições ambientais, podem causar perda total da produção, de-
preciar a qualidade do produto ou até inviabilizar determinadas áreas para o cultivo. 
As principais doenças que ocorrem nas lavouras de feijão, nas safras das 
"águas" e da "seca", na região sul do Estado de Minas Gerais são: antracnose, man-
cha-angular, murcha-de-fusarium, podridão-radicular-seca, mofo-branco e oídio, cujos 
sintomas, epidemiologia e meios de controle são relatados a seguir. 
 
10.2 ANTRACNOSE 
 
A antracnose, causada pelo fungo Colletotrichum lindemuthianum, apresenta 
ampla distribuição no Brasil, especialmente nas Regiões Sul e Sudeste e em áreas 
serranas como as da região sul de Minas Gerais. Nessa região, as ocorrências fre-
quentes de temperaturas moderadas, aliadas à alta umidade, favorecem o desenvol-
vimento da doença. 
As perdas causadas pela antracnose são mais severas quando a doença 
ocorre no início da cultura. Se as condições ambientais forem favoráveis ao desenvol-
vimento do patógeno, as perdas podem chegar a 100%, além de provocar a depreci-
ação da qualidade dos grãos. 
 
10.2.1 SINTOMAS 
 
Os sintomas da antracnose são visualizados em todas as partes da planta (Fi-
gura 1). Se forem utilizadas sementes contaminadas pelo patógeno, lesões marrom-
escuras ou negras podem ser observadas nos cotilédones logo após a emergência 
das plântulas. No caule e no pecíolo, as lesões têm formato elíptico, são deprimidas 
e escuras. Nas folhas, os sintomas mais característicos são observados na face infe-
rior das folhas, como um escurecimento ao longo das nervuras, podendo também 
ocorrer necrose nas áreas adjacentes às nervuras. Nas vagens, onde os sintomas são 
 
 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: GRANDES CULTURAS I 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 51 
Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com 
mais típicos e fáceis de serem observados, ocorrem lesões arredondadas, de colora-
ção escura, deprimidas e de tamanho variável. No centro das lesões pode aparecer 
uma massa de coloração rósea ocasionada pela produção de esporos do fungo. Al-
gumas vagens podem chegar a murchar e secar. As sementes infectadas apresentam 
lesões escuras e deprimidas, de tamanhos variáveis. 
 
Figura 1. Sintomas de antracnose em folhas, vagens e grãos do feijoeiro 
 
Fonte: Carlos A. Rava - Embrapa Arroz e Feijão 
 
10.2.2 EPIDEMIOLOGIA 
 
As condições favoráveis ao desenvolvimento do patógeno da antracnose são 
as temperaturas moderadas, entre 15oC e 22oC, associadas à alta umidade relativa 
do ar, por um período de seis a nove horas. O patógeno sobrevive em restos de cultura 
e no interior das sementes, o que possibilita sua transmissão de um plantio para outro 
e para longas distâncias. Pode também ser transmitido pelo vento e por respingos de 
água de chuva. 
 
10.2.3 CONTROLE 
 
A utilização de sementes sadias e tratadas com fungicidas é uma estratégia 
importante e eficiente para o controle da antracnose. Contudo, a forma mais econô-
mica de controle dessa doença é a utilização de cultivares resistentes, razão pela qual 
os programas de melhoramento do feijão no Estado têm como um de seus principais 
 
Fig.1. Sintomas de antracnose em folhas, vagens e 
grãos do feijoeiro. 
Foto: Carlos A. Rava 
Embrapa Arroz e Feijão 
 
 
 
 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: GRANDES CULTURAS I 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 52 
Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com 
objetivos a obtenção de cultivares resistentes ao C. lindemuthianum. Outras alternati-
vas para conter a antracnose são o controle químico com fungicidas (Tabela 6) e a 
rotação de culturas, que reduz o inóculo inicial que sobrevive no solo. 
 
10.3 MANCHA-ANGULAR 
 
A mancha angular, causada pelo fungo Phaeoisariopsis griseola (Sacc. Ferra-
ris), é, muito provavelmente, uma das doenças mais importantes da parte aérea do 
feijoeiro, em especial na safra da "seca", quando são observadas temperaturas ame-
nas e ocorrência de orvalho que favorecem o seu desenvolvimento. Até o final da 
década de 80, a mancha angular era tida como doença de pouca importância econô-
mica. Nos últimos anos, entretanto, têm ocorrido surtos cada vez mais precoces e 
intensos da doença, que resultam em grandes perdas na produção. Dependendo da 
suscetibilidade das cultivares e da patogenicidade das raças predominantes do fungo, 
as perdas podem atingir até 80%, se as condições ambientais forem favoráveis. 
 
10.3.1 SINTOMAS 
 
Os principais sintomas da mancha-angular são lesões nas folhas, caules, ra-
mos, pecíolos e vagens (Figura 2). As lesões nas folhas podem ser visualizadas a 
partir de 8 a 12 dias após a infecção, na forma de manchas, inicialmente, irregulares, 
cinzas ou marrons. Cerca de nove dias após a infecção inicia-se o processo necrótico. 
Assim, as lesões delimitadas pelas nervuras, assumem formato angular e, quando 
atingem um grande número, coalescem, causando o amarelecimento e desfolhamento 
prematuro da planta. O desfolhamento prematuro prejudica o enchimento das vagens, 
reduzindo o tamanho dos grãos e, consequentemente, a produção. No início, as le-
sões nas vagens são superficiais, de coloração castanho-avermelhada, quase circu-
lares e com bordas escuras, de tamanho variável e, quando numerosas, coalescem, 
cobrindo toda a largura da vagem. As vagens infectadas podem produzir sementes 
mal desenvolvidas e/ou totalmente enrugadas. As lesões nos caules, ramos e pecíolos 
são alongadas e de coloração castanho-escura. 
 
 
 
 
 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: GRANDES CULTURAS I 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 53 
Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com 
Figura 2. Sintomas de mancha-angular em folhas e vagens do feijoeiro. 
 
Fonte: Embrapa Arroz e Feijão 
 
10.3.2 EPIDEMIOLOGIA 
 
A doença é favorecida por ambiente seco-úmido intermitente e temperaturas 
ao redor de 24ºC. A esporulação do patógeno ocorre em ambiente sob temperatura 
entre 16ºC e 26ºC. No sul de Minas Gerais essas condições favoráveis são encontra-
das principalmente na safra da "seca". Os conídios de P. griseola germinam sobre a 
superfície das folhas sob condições de alta umidade e, três dias após, as hifas pene-
tram pelos estômatos, crescendo entre as células. As células infectadas se desinte-
gram, o citoplasma celular se desorganiza, e as células são destruídas com a prolife-
ração do fungo. Assim, o patógeno coloniza extensivamente os tecidos, causando le-
sões necróticas e posterior esporulação. O fungo sobrevive por um período de até 19 
meses em resíduos de cultura na superfície do solo, podendo sobreviver também em 
sementes infectadas. Seus principais agentes de disseminação são as chuvas, os 
ventos, as sementes e partículas do solo infestadas. 
 
10.3.3 CONTROLE 
 
As principais medidas de controle da mancha-angular são o uso de sementes 
sadias e tratadas com fungicidas, a rotação de culturas e a utilização de cultivares 
resistentes. Como o fungo sobrevivenos resíduos das culturas, esses devem ser eli-
minados logo após a colheita. 
 
 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: GRANDES CULTURAS I 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 54 
Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com 
O uso de produtos químicos adequados, logo após o florescimento, em geral 
proporciona bom controle da doença (Tabela 6). 
O trabalho de obtenção de cultivares resistentes é dificultado pela grande vari-
abilidade de raças do patógeno. Algumas cultivares, como é o caso da 'Pérola', têm 
apresentado bom nível de resistência na região sul de Minas Gerais. Cultivares de 
grãos grandes, tipo Jalo, também apresentam bom nível de resistência ao patógeno. 
 
10.4 Murcha-de-fusarium 
 
A murcha-de-fusarium, causada pelo fungo Fusarium oxysporum f.sp. phaseoli, 
é uma das doenças mais prejudiciais à cultura do feijoeiro na região sul de Minas 
Gerais devido, principalmente, às dificuldades de seu controle e à ocorrência cada vez 
maior nas áreas produtoras. 
 
10.4.1 SINTOMAS 
 
Os sintomas mais visíveis dessa doença são observados na parte aérea das 
plantas, que murcham, e as folhas amarelecem, secam e caem a partir da base da 
planta (Figura 3). O sintoma mais típico é o escurecimento do sistema vascular, que 
pode ser observado fazendo-se um corte transversal no caule de uma planta doente. 
Quando as condições climáticas são favoráveis pode-se notar uma massa de esporos 
de coloração rosa-clara ao longo do caule. A doença é detectada, inicialmente, em 
reboleira; depois de alguns anos, dissemina-se por toda a área. 
 
Figura 3. Sintomas de murcha-de-fusarium em raízes e plantas do feijoeiro 
 
Fonte: Carlos A. Rava – Embrapa Arroz e Feijão 
 
 
 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: GRANDES CULTURAS I 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 55 
Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com 
10.4.2 EPIDEMIOLOGIA 
 
O patógeno da murcha-de-fusarium sobrevive em restos de cultura e no solo, 
podendo resistir às condições adversas por meio de estruturas chamadas clamidós-
poros. As condições que favorecem o desenvolvimento da doença são: temperaturas 
entre 24oC e 28oC; solos arenosos e ácidos; e estresse hídrico. 
A murcha-de-fusarium pode ser transmitida de uma área para outra, por meio 
de sementes contaminadas, enxurradas e por partículas de solo aderidas aos imple-
mentos agrícolas. A intensidade da doença pode aumentar com a presença de nema-
tóides do gênero Meloidogyne, que facilitam o processo de infecção com o fungo. 
 
10.4.3 CONTROLE 
 
Como medidas de controle recomenda-se fazer uso de sementes sadias e tra-
tadas com fungicidas (Tabela 6) e evitar o trânsito de máquinas e implementos agrí-
colas provenientes de áreas infectadas. Além disso, os restos de cultura devem ser 
eliminados e, se for detectada a doença no campo, deve-se fazer rotação de culturas 
por, pelo menos, cinco anos, especialmente com gramíneas. 
Como o fungo apresenta pequena variabilidade e especificidade com o feijo-
eiro, o modo mais barato e eficiente de controlar a murcha-de-fusarium é pelo uso de 
cultivares resistentes. Entre as recomendadas para Minas Gerais, as cultivares 'Péro-
la', 'BRSMG Talismã' e 'Ouro Negro' têm-se destacado como resistentes a essa do-
ença. 
 
10.5 PODRIDÃO-RADICULAR-SECA 
 
Causada pelo fungo Fusarium solani, a podridão-radicular-seca vem aumen-
tando de importância nos últimos anos, podendo causar sérios prejuízos à cultura do 
feijoeiro. A severidade dessa doença é maior na presença de nematóides, que cau-
sam ferimentos facilitando a entrada do fungo. 
 
10.5.1 SINTOMAS 
 
A doença afeta inicialmente as regiões do hipocótilo e da raiz principal das plân-
tulas, causando lesões longitudinais, afiladas e de coloração avermelhada (Figura 4). 
Com o progresso da doença, as lesões cobrem todo o sistema radicular da planta, 
 
 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: GRANDES CULTURAS I 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 56 
Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com 
podendo surgir fissuras longitudinais ao longo do tecido lesionado. A raiz principal e a 
parte mais baixa do caule podem secar; consequentemente, o crescimento torna-se 
mais lento e há o amarelecimento e a queda das folhas, reduzindo a produção da 
lavoura. Se não ocorrer déficit hídrico, podem surgir raízes adventícias acima da área 
lesionada permitindo que a planta sobreviva e ainda produza. 
 
Figura 4. Sintomas de podridão-radicular-seca no feijoeiro. 
 
Fonte: Carlos A. Rava – Embrapa Arroz e Feijão 
 
10.5.2 EPIDEMIOLOGIA 
 
O desenvolvimento da doença é favorecido por temperaturas em torno de 
22oC. A disseminação do patógeno se dá por meio de sementes, solo contaminado e 
enxurrada. O fungo produz conídios e pode sobreviver no solo na forma de clamidós-
poro ou como saprófito. A doença é mais prejudicial em solos compactados. 
 
10.5.3 CONTROLE 
 
Como se trata de doença que pode ser transmitida pela semente é recomen-
dável o uso de sementes sadias e tratadas com fungicidas (Tabela 6). Em áreas in-
fectadas, a rotação com gramíneas, no mínimo por cinco anos, propicia a redução do 
inóculo do patógeno. 
O controle da doença é também favorecido pelo plantio em áreas bem drena-
das e a utilização de menor densidade de semeadura. Atenção especial deve ser dada 
ao plantio realizado em áreas onde foi cultivado milho para silagem, pois normalmente 
ocorre a compactação do solo. 
 
 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: GRANDES CULTURAS I 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 57 
Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com 
Não existem cultivares comerciais resistentes ao patógeno. 
 
10.6 MOFO-BRANCO 
 
O mofo-branco, causado pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum, é uma das doen-
ças mais destrutivas do feijoeiro. Apesar de ser mais comum nas áreas irrigadas, pode 
também ser observado na safra da "seca", em lavouras não irrigadas, se as tempera-
turas amenas que ocorrem nessa safra, na região sul de Minas Gerais, forem aliadas 
às precipitações (chuvas) moderadas e contínuas. Na safra das "águas" é também 
comum, nessa região, ocorrerem quedas nas temperaturas, que podem favorecer o 
desenvolvimento do patógeno. Nessas condições, se o crescimento vegetativo das 
plantas for muito vigoroso, chegando a impedir o arejamento e a penetração de luz na 
cultura, a doença pode se tornar mais severa. 
Um outro agravante em relação ao mofo-branco é o grande número de plantas 
hospedeiras que o fungo possui, tais como soja, algodão, alface, repolho, tomate ras-
teiro, ervilha, picão, carrapicho, mentrasto, caruru e vassoura, entre outras, o que di-
ficulta sobremaneira a sua erradicação em áreas contaminadas. 
 
10.6.1 SINTOMAS 
 
A doença inicia-se em reboleiras na lavoura, por ocasião do florescimento, es-
pecialmente nos locais onde há maior crescimento vegetativo e acamamento das 
plantas. Os sintomas são visíveis nas folhas, hastes e vagens, começando com a 
formação de manchas encharcadas, seguida por crescimento micelial branco e coto-
noso, que é característico do mofo-branco (Figura 5). Com o progresso da doença, as 
folhas murcham. Dentro e fora dos tecidos infectados são formadas partículas duras 
e negras, de formato irregular, facilmente visíveis a olho nu, que são os escleródios 
do fungo. Os tecidos doentes tornam-se secos, leves e quebradiços, e as sementesinfectadas ficam sem brilho, enrugadas e mais leves. 
 
 
 
 
 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: GRANDES CULTURAS I 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 58 
Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com 
Figura 5. Sintomas de mofo-branco em plantas de feijoeiro 
e escleródios do fungo misturados às sementes. 
 
Fonte: Carlos A. Rava – Embrapa Arroz e Feijão 
 
10.5.2 EPIDEMIOLOGIA 
 
As condições favoráveis ao desenvolvimento da doença são a alta umidade 
aliada às temperaturas moderadas (15-25oC). O fungo sobrevive no solo, por alguns 
anos, na forma de escleródios. O inóculo primário do patógeno são os ascósporos, 
produzidos em estruturas denominadas apotécios, originadas da germinação dos es-
cleródios. A energia necessária para a geminação dos ascósporos provém das flores; 
daí, a doença ser observada mais intensamente a partir do florescimento. Os ascós-
poros são disseminados pelo vento e podem sobreviver até 12 dias no campo. A dis-
seminação da doença de um local para outro pode se dar por meio de escleródios 
misturados ou aderidos às sementes ou por sementes infectadas com o micélio do 
fungo. Os escleródios presentes no solo e nos restos de cultura também podem ser 
disseminados pela água ou implementos agrícolas. 
 
10.5.3 CONTROLE 
 
Primeiramente, deve-se fazer todo o possível para impedir a entrada do pató-
geno em áreas onde a doença ainda não foi observada, pois, uma vez presente, é 
muito difícil erradicá-lo. É essencial, portanto, o uso de sementes sadias, de proce-
dência conhecida e tratadas com fungicidas recomendados. Deve-se também proce-
der à limpeza minuciosa dos implementos agrícolas, principalmente no caso de terem 
 
 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: GRANDES CULTURAS I 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 59 
Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com 
sido utilizados em áreas onde a doença já tenha sido constatada, e evitar condições 
ambientais que favoreçam o desenvolvimento do patógeno. 
Ao se constatar a doença no campo, as plantas que apresentarem sintomas 
devem ser arrancadas e queimadas antes da formação dos escleródios. Se a área já 
estiver muito infestada, deve-se evitar o plantio de feijão e de outras plantas suscetí-
veis por um período de pelo menos cinco anos, dando-se preferência às gramíneas, 
como trigo, arroz, milho, sorgo, aveia ou pastagem. Em áreas de risco, para que haja 
melhor arejamento da cultura, deve-se adotar espaçamento maior entre as fileiras, 
número menor de sementes por metro, cultivares de porte ereto e evitar o uso exces-
sivo de adubação nitrogenada. Aplicações preventivas de fungicidas apropriados (Ta-
bela 6) também podem ser feitas em áreas onde a doença tenha sido constatada an-
teriormente. 
 
10.6. OÍDIO 
 
O oídio, causado pelo fungo Erysiphe polygoni DC, pode se tornar uma doença 
importante na safra da "seca", especialmente quando se utilizam cultivares de grãos 
grandes, que são as mais suscetíveis ao patógeno. A doença ocorre com maior fre-
qüência durante e após o florescimento. 
 
10.6.1 SINTOMAS 
 
Os primeiros sintomas são observados principalmente nas folhas, depois, po-
dem passar para o caule e vagens. Inicialmente surgem manchas verde-escuras na 
face superior das folhas que acabam sendo cobertas por uma massa pulverulenta 
branco-acinzentada, composta de micélios e esporos do patógeno (Figura 6). Em ca-
sos severos, toda a superfície foliar é tomada pela doença, ocorrendo a desfolha pre-
matura da planta. No caule e nas vagens infectadas, pequenas e malformadas, tam-
bém pode ser observada a massa branco-acinzentada. As vagens acabam caindo, 
causando redução na produtividade da cultura. 
 
 
 
 
 
 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: GRANDES CULTURAS I 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 60 
Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com 
Figura 6. Sintomas de oídio em plantas de feijoeiro 
 
Fonte: Francisco Lins - Embrapa Arroz e Feijão 
 
10.6.2 EPIDEMIOLOGIA 
 
O desenvolvimento da doença é favorecido por temperaturas moderadas e 
baixa umidade, condições comuns na safra da "seca" no sul de Minas Gerais. Como 
o patógeno se desenvolve externamente ao tecido do hospedeiro, a ocorrência de 
chuva e a irrigação são desfavoráveis ao seu desenvolvimento. A disseminação dos 
esporos do fungo ocorre principalmente pela ação do vento e insetos. 
 
10.6.3 CONTROLE 
 
O oídio pode ser controlado com a aplicação de fungicidas (Tabela 6), o uso de 
cultivares resistentes e plantio realizado em épocas desfavoráveis ao desenvolvi-
mento do patógeno. Nas cultivares de grãos tipo carioca, como 'Pérola' e 'BRSMG 
Talismã', as mais utilizadas na região, não tem sido constatada essa doença. Por outro 
lado, no caso de cultivares de grãos grandes, como a 'Jalo', deve-se ficar atento ao 
aparecimento da doença, se o cultivo for realizado em época favorável ao seu desen-
volvimento. 
 
10.7 CONTROLE INTEGRADO DE DOENÇAS 
 
Embora existam produtos químicos específicos de controle para cada doença 
(Tabela 6), algumas medidas são tão eficientes que, uma vez utilizadas, podem elimi-
nar o uso desses produtos ou, pelo menos, reduzir o seu emprego na cultura. 
A rotação de culturas, sobretudo com gramíneas, e a incorporação dos restos 
 
 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: GRANDES CULTURAS I 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 61 
Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com 
culturais do feijoeiro podem diminuir drasticamente a fonte de inóculo para a safra 
seguinte. Deve ser ressaltado, contudo, que, no caso de patógenos habitantes do 
solo, o feijão não deve ser incluído na rotação por pelo menos cinco anos. A incorpo-
ração dos restos culturais para esse tipo de patógeno deve ser feita a uma profundi-
dade superior a 20 cm. 
Como a grande maioria das doenças do feijoeiro são transmitidas por semen-
tes, a aquisição periódica de sementes provenientes de lavouras sadias é a principal 
medida a ser adotada. Além disso, diversas cultivares resistentes ou tolerantes aos 
principais patógenos que atacam a cultura do feijoeiro têm sido recomendadas pela 
pesquisa, contribuindo para a redução dos prejuízos causados. O emprego de culti-
vares de porte ereto e o aumento do espaçamento entre linhas e entre plantas também 
podem auxiliar no controle de muitas doenças por propiciarem maior arejamento na 
lavoura. 
Tabela 6. Fungicidas indicados para controle das doenças do feijoeiro. 
Nome 
Técnico 
Nome comercial Dose do ingrediente 
ativo 
Doença controlada1 
A MA MF PRS MB O 
Captan 
Captan 750 TS2 100 g/100 kg 
sementes 
X X 
Carboxin + 
Thiran 
Vitavax-Thiram 
PM2 
80-205 g/100 kg 
sementes 
X X 
X X 
Anchor SC2 
X X 
Vitavax-Thiram 
200SC2 
Difenoconzole Spectro2 5 g/100 kg sementes X X 
Fluodioxonil Maxim2 5 g/100 kg sementes X X 
Quintozene 
Kobutol 7502 
115-265 g/100 kg 
sementes 
X 
Plantacol2 
 
Terraclor 750 
PM2 
Azoxystrobin Amistar 40-60 g/ha X X 
 
 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: GRANDES CULTURAS I 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 62 
Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com 
Amistar 500 WG 
Carbendazin Derosal 500 SC 250g/ha X 
Chlorothalonil 
+ 
Carbendazin 
Bravocarb 500 
SC 
750 g/ha 
X 
Chlorothalonil 
Bravonil 500 
875-1500 g/ha 
X X X 
Bravonil 750 PM 
 
Bravonil Ultrex 
 
Dacostar 500 
 
Dacostar 750 
 
Daconil BR 
 
Daconil 500 SDS 
 
Funginil 
 
Isatalonil 500 SC 
 Vanox 500 SC 
Vanox 750 PM 
 
 
Fentin 
hidroxide 
Brestanid SC 130-400 g/ha X X 
Mertin 400 
Mancozeb 
Dithane PM 
1600-2400 g/ha 
X X 
Dithane SC 
Manzate 800 
Persist SC 
Maneb Maneb 800 1600 g/ha X X 
Agrinose 1275-3600 g/ha X X 
 
 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: GRANDES CULTURAS I 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 63 
Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com 
Oxicloreto de 
cobre 
Cuapravit azul 
BR 
 
 
Ramexane 850 
PM 
Oxicloreto de 
cobre + 
Manconzeb 
 
850-2550 g/ha 
X X 
Óxido 
cuproso 
Cobre Sandoz 
BR 
560-1120 g/ha X X 
Piraclostrobin Comet 75 g/ha X X 
Tiofanato 
metílico 
Cercobin 700 PM 
200-630 g/ha 
X X X X 
Fungiscan 700 
PM 
 
Metiltiofan 
Support 
Tiofanato 
metílico + 
Chlorothalonil 
Cerconil PM 
735-1400 g/ha 
X X X X 
Cerconil SC 
 
Tiofanil 
 
Tiofanato 
metílico + 
Mancozeb 
Dithiobin 780 PM 1560-1950 g/ha 
X X X 
Trif loxystrobin 
+ 
Propiconazole 
Stratego 250 EC 125-187 
X X 
Bromuconazo
le 
Condor 200 SC 150 g/ha 
 X 
Metconazole Caramba 90 45-90 g/ha X 
Tebuconazole Constant 
150-250 g/ha 
 X 
Folicur 200 CE 
 
 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: GRANDES CULTURAS I 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 64 
Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com 
Folicur PM 
Orius 250 CE 
 
Tetraconazole Domark 100 CE 50-100 g/ha X 
Triforine Saprol 285 g/ha X X 
Benomyl 
Benlate 500PM2 50 g/100 kg de 
sementes 
 X 
Thiram 
Rhodiauram 700 
PM2 
105-140 g/100 kg de 
sementes 
 X 
Fluazinam 
Frowncide 500 
SC 
500-750 g/ha X 
Iprodione Rovral SC 750 g/ha X 
Procimidone 
Sialex 500 500-750 g/ha X 
Sumilex 500 PM 
Vinclozolina Ronilan 500 g/ha 
Enxofre 
Cover DF 960-4800 g/ha 
Kolossus 
Kumulus 
Microzol 
Sulf icamp 
1 A = antracnose; MA = mancha-angular; MB = mofo-branco; MF = murcha-de-fusarium; O = oídio ; PRS = podridão-radicular-seca. 
2 Tratamento de sementes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: GRANDES CULTURAS I 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 65 
Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com 
REFERÊNCIAS 
 
PAULA JÚNIOR, T. J et al. Feijão. In: PAULA JÚNIOR, T, J.; VENZON, M. (Ed.). 
101 Culturas: Manual de tecnologias agrícolas, Belo Horizonte, EPAMIG, 2007. p. 
331-342. 
ROSOLEM, C. A.; MARUBAYASHI, O. M. Sejao doutor do seu feijoeiro. Arquivo 
do agrônomo – n. 7. Encarte do informações agronômicas – n. 68, dezembro, 94. 
SANTOS, I. C. dos.; FONTANÉTTI, A. Feijão-de-porco. PAULA JÚNIOR, T, J.; 
VENZON, M. (Ed.). 101 Culturas: Manual de tecnologias agrícolas, Belo Horizonte, 
EPAMIG, 2007. p. 349-350. 
VIEIRA, C.; PAULA JÚNIOR, T. J.; BORÉM, A. Feijão. 2. ed. Viçosa: UFV, 2006. 
600p.

Outros materiais