Buscar

AULA 17 - CULTURA DO MILHO - PLANTIO

Prévia do material em texto

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: GRANDES CULTURAS I 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 35 
Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com 
CAPÍTULO 6: PLANTIO 
 
A semeadura compreende diversas operações e normas técnicas que devem 
ser adotados pelos lavradores. Pode-se mesmo afirmar que a semeadura, feita corre-
tamente, é uma das operações que maior implicação tem na produção a ser obtida. 
Mesmo que o solo seja muito bem preparado, conservado, fertilizado, produções me-
díocres serão obtidas se a semeadura não for feita corretamente. Espaçamento, quan-
tidade de semente e modo de semear, são os três aspectos mais importantes da ope-
ração de semeadura e para os quais o lavrador deve voltar toda a sua atenção e 
procurar executá-los da melhor maneira possível, para que prejuízos futuros não ocor-
ram. 
A primeira operação a ser executada é o sulcamento ou riscação do terreno. 
Se a semeadura for executada por semeadeiras de tração com trator, de duas ou mais 
linhas, o sulcamento é feito simultaneamente com a operação de semeadura propria-
mente dita. Essas semeadeiras normalmente possuem os sulcadores adequados para 
essa operação. Quando se emprega a semeadeira de tração animal, há necessidade 
de executar a riscação ou sulcamento do terreno numa operação independente da 
semeadura. Com as semeadeiras de tração animal não é possível executar as duas 
operações simultaneamente, como nas de tração motora. 
O sulco ou risco deve ter uma profundidade em torno de 15cm e largura de 
30cm. Executado segundo essa recomendação, esse sulco apresenta vantagem, prin-
cipalmente no que se refere à facilidade de cultivo para controle de ervas daninhas, 
que se desenvolvem junto com as plantas de milho, logo após a germinação. 
Quando na gleba já estão locadas as linhas de nível, o sulcamento deve obe-
decer ao sentido das mesmas. Caso não haja essa marcação, será executado procu-
rando a direção que "corte as águas". 
A segunda operação é a semeadura propriamente dita e que envolve principal-
mente espaçamento, regulagem das semeadeiras e cobertura das sementes. 
O espaçamento adotado deve ser o de 1metro entre os sulcos e as semeadei-
ras reguladas para deixar cair de 6 a 7 sementes por metro do sulco, quando se tem 
uma semente com 90% para mais de germinação. As semeadeiras, tanto de tração 
animal como motora, possuem duas aletas colocadas posteriormente do local que 
 
 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: GRANDES CULTURAS I 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 36 
Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com 
deixa cair às sementes no solo, que devem ser bem reguladas para que a quantia de 
terra colocada sobre a semente seja uma camada uniforme, de 5 cm mais ou menos. 
Essa recomendação relativa à quantidade de sementes por metro de sulco é 
dada no sentido de se obter, no final do ciclo da cultura, cinco plantas produtivas por 
metro, que é a população ideal de plantas por unidade de área, ou seja, 50.000 plantas 
por ha ou cerca de 120.000 plantas por alqueire paulista. 
Resultados obtidos nos ensaios de espaçamento de milho, realizados pelo Ins-
tituto Agronômico de Campinas, mostraram os seguintes resultados (Tabela 1): 
 
Tabela 1. Produção de Milho em função do espaçamento adotado 
Espaçamento (em metro) 
Produções obtidas em kg/ha 
1 planta 2 plantas 
0,20 4.690 4.060 
0,40 3.930 4.460 
0,60 3.210 4.120 
0,80 2.720 3.690 
1,00 2.160 3.240 
 
Pelo quadro acima, nota-se que o espaçamento de melhor resultado foi o de 
20cm entre uma planta e outra. Como os sulcos são distanciados 1 metro entre si, a 
população das plantas será da ordem de 50.000 por hectare. 
O espaçamento pode sofrer variações, pois a recomendação acima pode não 
ser a mais correta levando em consideração a fertilidade do solo, ou a quantidade de 
fertilizantes aplicados. Por essa razão, o lavrador que vem plantando milho ou outra 
cultura durante anos seguidos, portanto, conhecendo bem a capacidade de produção 
de seu solo, deverá ter o conhecimento do espaçamento que melhor produz em suas 
terras. 
A recomendação de 6 a 7 sementes por metro de sulco, com o objetivo de se 
obter 50.000 plantas/ha, é a que proporciona melhor resultado, partindo do princípio 
de que o solo seja bastante fértil ou as adubações corretamente processadas. 
 Como se pode notar, a quantia de sementes que se recomenda, está um 
pouco acima do número de plantas que se pretende obter por metro de sulco. Essa 
 
 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: GRANDES CULTURAS I 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 37 
Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com 
recomendação é plenamente justificável porque dificilmente 100% das sementes ger-
minarão e mesmo que germinem algumas plantas poderão sofrer danos mecân icos 
por ocasião dos cultivos, serem atacados por alguma praga, etc. Há assim uma ga-
rantia de se obter uma população razoável por unidade de área, sem o que infalivel-
mente não se obterá as melhores produções, mesmo que todas as operações e adu-
bação sejam corretamente executadas. 
Essas recomendações para a operação de semeadura partem do princípio de 
que o lavrador possua, pelo menos, uma semeadeira/adubadeira, de tração animal. A 
semeadura realizada manualmente, ou com equipamento mais rudimentar, deixa 
muito a desejar, e, só se justifica para áreas muito pequenas, que não compense ao 
lavrador possuir um animal, e uma semeadeira/adubadeira. É um equipamento relati-
vamente barato e serve também para adubar e semear outras culturas, o que torna 
sua aquisição menos onerosa. 
 
REFERÊNCIAS 
 
BORÉM, A.; GALVÃO, J.C.C.; PIMENTEL, M. A. Milho do plantio à Colheita. 2 
ed. Livraria UFV, Viçosa, 2017. 
GALLO, D. et al. Entomologia Agrícola. Piracicaba: FEALQ, 2002. 
GALVÃO, J. C. C.; MIRNDA, G. V. Tecnologias da produção de milho. Viçosa, MG: 
UFV, 2004. 
MIRANDA, G. V. et al. Milho. In: PAULA JÚNIOR, T, J.; VENZON, M. (Ed.). 101 
Culturas: Manual de tecnologias agrícolas, Belo Horizonte, EPAMIG, 2007. p. 537-
552.

Continue navegando