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Apostila Legislacao

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Prévia do material em texto

1 
SUMÁRIO 
 
I. LEGISLAÇÃO 
 
II. ANÁLISE DE RISCO 
 
III. RISCOS ADICIONAIS 
 
III.1. TRABALHO EM ALTURA 
 
III.2. ESPAÇO CONFINADO 
 
III.3. ÁREAS CLASSIFICADAS 
 
IV.3. PLANO DE EMERGÊNCIA 
 
V. BIBLIOGRAFIA 
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
 
I. LEGISLAÇÃO 
 
I.1. CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
 
ART. 6: SÃO DIREITOS SOCIAIS A EDUCAÇÃO, A SAÚDE, O TRABALHO, O LAZER, A 
SEGURANÇA, A PREVIDÊNCIA SOCIAL, A PROTEÇÃO À MATERNIDADE E À INFÂNCIA, 
A ASSISTÊNCIA AOS DESAMPARADOS, NA FORMA DESTA ..... 
 
ART. 7: SÃO DIREITOS DOS TRABALHADORES URBANOS E RURAIS, ALÉM DE 
OUTROS QUE VISEM A MELHORIA DE SUA CONDIÇÃO SOCIAL: 
 
XXII - REDUÇÃO DOS RISCOS INERENTES AO TRABALHO, POR MEIO DE NORMAS DE 
SAÚDE, HIGIENE E SEGURANÇA 
 
XXVIII - SEGURO CONTRA ACIDENTE DE TRABALHO, A CARGO DO EMPREGADOR, 
SEM EXCLUIR A INDENIZAÇÃO A QUE ESTE ESTÁ OBRIGADO, QUANDO INCORRER 
EM DOLO OU CULPA. 
 
 
 I.2. LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA 
 
Decreto N.º 3.048, de 06/05/99 (Regulamentou a Lei Nº 8.213/91) 
Regulamento dos Benefícios da Previdência Social 
 2 
 
O Regulamento dos Benefícios da Previdência Social é bastante extenso, já foi alterado 
duas vezes, a primeira em 2001, quando foi publicado o Decreto 4.032 e a segunda em 2003, 
com o Decreto 4.882. O que apresentaremos neste texto são os artigos que estão relacionados 
com a segurança e saúde no trabalho. Desde 1991, pela Lei 8.213, que a nossa Legislação 
classifica o acidente do trabalho (referendado pelo Decreto 3.048/99) como: 
 
 
 
 
 Acidente do 
 Trabalho 
 
 
 
Típico Trajeto Doença do Doença 
 Trabalho Profissional 
 
 
3.2.1. Lei n.º 8.213, de 1991 – Artigos que foram referendados pelo Decreto 3.048/99. 
 
O artigo 19: Define Acidente do Trabalho: 
 
"Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da 
empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do Art. 11 desta 
Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou 
redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. 
 
§ 1º A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de 
proteção e segurança da saúde do trabalhador. 
 
§ 2º Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as 
normas de segurança e higiene do trabalho. 
 
§ 3º É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da operação a 
executar e do produto a manipular. 
 
§ 4º O Ministério do Trabalho e da Previdência Social fiscalizará e os sindicatos e entidades 
representativas de classe acompanharão o fiel cumprimento do disposto nos parágrafos 
anteriores, conforme dispuser o Regulamento." 
 
 
 3 
Art. 20: Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo 131, as seguintes 
 entidades mórbidas: 
 
I. Doença Profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício 
 do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação 
 elaborada pelo Ministério da Previdência Social; 
 
II. Doença do Trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de 
 condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione 
 diretamente, constante da relação mencionada no inciso I. 
 
1º Não serão consideradas como doenças do trabalho: 
 
a) A doença degenerativa; 
b) A inerente a grupo etário; 
c) A que não produz incapacidade laborativa; 
d) A doença endêmica adquirida por segurados habitantes de região em que ela se 
desenvolva, salvo comprovação de que resultou de exposição ou contato direto 
determinado pela natureza do trabalho. 
 
2º Em caso excepcional, constando-se que a doença não incluída na relação prevista 
 nos incisos I e II, deste artigo resultou de condições especiais em que o trabalho é 
 executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve equipará- 
 la a acidente do trabalho. 
 
Art. 21: Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeito desta Lei: 
 
I. O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja 
 contribuído diretamente para a morte do segurado, para a perda ou redução da sua 
 capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua 
 recuperação. 
 
II. o acidente sofrido pelo empregado no local e horário de trabalho, em conseqüência de: 
 
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de 
trabalho; 
 
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada com o 
trabalho; 
 
c) o ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro, ou de companheiro de 
trabalho; 
 4 
 
d) ato de pessoa privada do uso da razão; 
 
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos decorrentes de força maior. 
 
 
III. A doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua 
 atividade. 
 
IV. O acidente sofrido, ainda que fora do local e horário de trabalho: 
 
a) Na execução de ordem ou na realização de serviços sob a autoridade da empresa; 
b) Na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou 
proporcionar proveito; 
 
c) Em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo, quando financiada por esta, 
dentro de seus planos para melhor capacitação da mão de obra, independente do meio de 
locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; 
d) No percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que 
seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado, desde que não 
haja alteração ou interrupções por motivo alheio ao trabalho. 
 
1º Nos períodos destinado à refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de 
 outras necessidades fisiológicas, no local de trabalho ou durante este, o empregado é 
 considerado no exercício do trabalho. 
 
2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão 
 que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às 
 consequências do anterior. 
 
 
Art. 23: Considerar-se-à como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do 
 trabalho, a data de início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade 
 habitual ou o dia da segregação compulsória, ou o dia em que for realizado o 
 diagnóstico, valendo para esse efeito o que ocorrer em primeiro lugar. 
 
 
3.2.2. Artigos do Decreto 3.048/99. 
 
Art. 25: O Regime Geral da Previdência Social compreende as seguintes prestações, 
 expressas em benefícios e serviços: 
 
 5 
I. Quanto ao segurado: 
 
a) Aposentadoria por invalidez (100% do salário de benefício); 
b) Aposentadoria por idade; 
c) Aposentadoria por tempo de contribuição; 
d) Aposentadoria especial (100% do salário de benefício); 
e) Auxílio Doença (91% do salário de benefício. É devido a partir do décimo sexto dia 
do afastamento da atividade); 
f) Salário família; 
g) Salário maternidade; 
h) Auxílio – acidente (50% do salário de benefício. Será concedido a contar do dia 
seguinte ao da cessação do auxílio – acidente do segurado, corrigido até o mês 
anterior ao do início do auxílio – acidente e será devido até a véspera de início de 
qualquer aposentadoria ou até a data do óbito do segurado);. 
 
II. Quanto ao dependente: 
 
a) Pensão por morte; e 
b) Auxílio reclusão (devido aos dependentes do segurado recolhido à prisão que não 
receber remuneração da empresa, ..); e 
 
III. Quanto ao segurado e dependente: Reabilitação profissional. 
 
 
Art. 104: O auxílio – acidente será concedido, comoindenização, ao segurado 
 Empregado, exceto o doméstico, ao trabalhador avulso, ao segurado especial e 
 ao Médico residente quando, após a consolidação das lesões decorrentes de 
 acidentes de qualquer natureza, resultar sequela definitiva que implique: 
 
I. Redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exerciam e se 
enquadre nas situações determinadas no Anexo III; 
 
II. Redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exerciam e exijam 
 maior esforço para o desempenho da mesma atividade que exerciam à época 
 do acidente; 
 
III. Impossibilidade de desempenho de atividade que exerciam à época do 
 Acidente, porém permita o desempenho de outra, após processo de 
 Reabilitação profissional, nos casos indicados pela perícia médica do INSS. 
 
 
Art. 336: Para fins estatísticos, a empresa deverá comunicar à Previdência Social o 
 6 
 acidente que tratam os artigos 19, 20, 21 e 23 da Lei n.º 8.213, de 1991, 
 ocorrido com o segurado empregado, exceto o doméstico, o trabalhador 
 avulso, o segurado especial e o médico residente, até o primeiro dia útil 
 seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade 
 competente, sob pena da multa aplicada e cobrada na forma do artigo 286. 
 
§ 1.o Da comunicação a que se refere esse artigo receberão cópia fiel o 
 acidentado ou seus dependentes, bem como o sindicato a que corresponda 
 a sua categoria. 
 
 § 2.o Na falta do cumprimento do disposto no caput, caberá ao setor de 
 benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social comunicar a ocorrência 
 ao setor de fiscalização, para a aplicação e cobrança da multa devida. 
 
§ 3.o Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o 
 próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o 
 médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública, não prevalecendo 
 nestes casos o prazo previsto neste artigo. 
 
§ 4.o A comunicação a que se refere o § 3.o não exime a empresa de 
 responsabilidade pela falta do cumprimento do disposto, neste artigo. 
 
§ 5.o A perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social poderá autuar a 
 empresa que descumprir o disposto no caput, aplicando a multa cabível, 
 sempre que tomar conhecimento da ocorrência antes da autuação pelo setor 
 de fiscalização. 
 
§ 6.o Os sindicatos e entidades representativas de classe poderão acompanhar a 
 cobrança, pela Previdência Social, das multas previstas neste artigo”. 
 
 
Art. 337: O Acidente que trata o artigo anterior será caracterizado tecnicamente pela 
 perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social, que fará o 
 reconhecimento técnico do nexo causal entre: 
 
a) O acidente e a lesão; 
b) A doença e o trabalho; 
c) A causa mortis e o acidente. 
 
§ 1.o O setor de benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social reconhecerá o 
 7 
 direito do segurado à habilitação do benefício acidentário. 
 
 § 2.o Será considerado agravamento do acidente aquele sofrido pelo acidentado 
 quando estiver sob a responsabilidade da reabilitação profissional. 
 
"Art. 338. A empresa é responsável pela adoção e uso de 
medidas coletivas e individuais de proteção à segurança e saúde 
do trabalhador sujeito aos riscos ocupacionais por ela gerados. 
§ 1º É dever da empresa prestar informações pormenorizadas 
sobre os riscos da operação a executar e do produto a manipular. 
§ 2º Os médicos peritos da previdência social terão acesso aos 
ambientes de trabalho e a outros locais onde se encontrem os 
documentos referentes ao controle médico de saúde ocupacional, 
e aqueles que digam respeito ao programa de prevenção de 
riscos ocupacionais, para verificar a eficácia das medidas 
adotadas pela empresa para a prevenção e controle das doenças 
ocupacionais. 
 § 3o O INSS auditará a regularidade e a conformidade das demonstrações 
 ambientais, incluindo-se as de monitoramento biológico, e dos controles 
 internos da empresa relativos ao gerenciamento dos riscos ocupacionais, de 
 modo a assegurar a veracidade das informações prestadas pela empresa e 
 constantes do CNIS, bem como o cumprimento das obrigações relativas ao 
 acidente de trabalho." (NR). 
 
Nova Redação Decreto 4.882/2003 
 
 
Art. 339: O Ministério do trabalho e Emprego fiscalizará e os sindicatos e entidades 
 Representativas de classe acompanharão o fiel cumprimento do disposto nos 
 artigos 338 e 343. 
 
Art. 340: Por intermédio dos estabelecimentos de ensino, sindicatos, associações de 
 Classe, Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e medicina do 
 Trabalho, órgãos públicos e outros meios, serão promovidas regularmente 
 Instrução e formação com vistas a incrementar costumes e atitudes 
 Prevencionistas em matéria de acidentes, especialmente daquele referido no 
 Artigo 336. 
 
Art. 341: Nos casos de negligência quanto às normas de segurança e saúde do trabalho 
 8 
 indicadas para a proteção individual e coletiva, a Previdência Social proporá 
 ação regressiva contra os responsáveis. 
 
Art. 342: O pagamento pela previdência social das prestações decorrentes do acidente a 
 que se refere o artigo 336, não exclui a responsabilidade civil da empresa ou 
 de terceiros. 
 
I.3. ESTATÍSTICA DE ACIDENTES 
 
ANO ÓBITOS DOENÇAS TRAJETO TÍPICO 
1998 3.793 30.489 36.114 347.738 
1999 3.896 23.903 37.513 326.404 
2000 3.094 19.605 39.300 304.963 
2001 2.557 17.470 38.982 283.193 
2002 2.898 20.886 46.621 320.398 
Fonte INSS 
 
 
 
I.4. RESPONSABILIDADE CIVIL E CRIMINAL 
 
1. Responsabilidade. 
 
Obrigação jurídica de responder, alguém, pelos próprios atos de outrem, em virtude 
de determinação de lei ou obrigação a qual se vinculou voluntariamente, quando estes 
atos implicam em danos a terceiros ou a uma violação da ordem jurídica. 
 
 
2. Responsabilidade Solidária. 
 
Consiste na delegação de serviços e ou tarefas sem que isso implique a desobrigação de 
atender às consequências das ações praticadas pelo sub-contratado. 
 
 
3. Conceito de Culpa 
 
No Direito Penal é a omissão voluntária de diligência ou cuidado, falta ou demora no prevenir 
ou obstar um dano. É a violação de um dever pré-existente em que o agente procede ou com 
imprudência, ou imperícia ou negligência. 
 
 
ARTIGO 132: CÓDIGO PENAL. 
 9 
 
EXPOR A VIDA OU À SAÚDE DE OUTREM A PERIGO DIRETO OU IMINENTE. 
PENA: DETENÇÃO DE 3 MESES A 1ANO. 
 
 
CÓDIGO CIVIL: ARTIGO 927 
 
Aquele que, por ato ilícito, causar prejuízo a outrem, fica obrigado a repará - lo 
 
 
I.3. LEGISLAÇÃO TRABALHISTA 
 
A Legislação Trabalhista está contida no Capítulo V da CLT - Consolidação das Leis 
Trabalhistas. 
 
 
 
I.3.1. CLT: ARTIGO 157: CABE AS EMPRESAS 
 
Instruir os empregados através de ordens de serviço, quanto as precauções a tomar no 
sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças 
 
 
I.3.2. INTERFACES ENTRE AS NORMAS REGULAMENTADORAS 
 
Num primeiro momento precisamos reconhecer que existe uma convergência de ações 
visando "alvos" definidos, que são a preservação da saúde e da integridade dos 
trabalhadores, como podemos ver no quadro abaixo: 
 
 OBJETIVOS 
 NR 4: SESMT 
Promover a Saúde e proteger a 
integridade do trabalhador no 
local de trabalho 
 NR 5: CIPA 
Prevenção de Acidentes e Doenças decorrentes do trabalho, 
de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho 
com a preservaçãoda vida e a promoção da saúde do 
trabalhador 
 NR 7: PCMSO 
Promoção e preservação da 
saúde do conjunto de seus 
trabalhadores 
 NR 9: PPRA 
Preservação da Saúde e da integridade dos trabalhadores, 
através da antecipação, reconhecimento, avaliação e 
consequente controle da ocorrência de riscos ambientais 
existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, 
tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos 
recursos naturais 
 10 
 
 
I.3.3. NR 5 - COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES - CIPA 
 
MEMBROS: INDICADOS E ELEITOS 
 
Principais atividades: Plano de Trabalho; Mapa de Risco; SIPAT; Campanha da AIDS; 
inspeções de segurança nas áreas; desenvolver e implementar o PPRA, o PCMSO e outros; 
análise de acidentes; divulgar informações sobre segurança e saúde no trabalho 
 
 
 
I.3.4. NR 6 - EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI 
 
Segundo a NR 6/2001, no seu item 6.5, diz que, " Compete ao Serviço Especializado em 
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), ou a Comissão Interna de 
Prevenção de Acidentes (CIPA), nas empresas desobrigadas de manter o SESMT, 
recomendar ao empregador o EPI adequado ao risco existente em determinada atividade." 
Assim onde não houver SESMT a CIPA recomenda o EPI e no caso de empresas 
desobrigadas de constituir CIPA, cabe ao designado, mediante orientação de profissional 
técnicamente habilitado, recomendar o EPI adequado à proteção do trabalhador (subitem 
6.5.1, da NR 6/2001) 
 
Nos casos da adoção de medidas de proteção individual, a empresa é obrigada a fornecer 
aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação 
e funcionamento, nas seguintes circunstâncias (item 6.3, da NR 6/2001): 
 
a) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os 
riscos de acidentes do trabalho, ou de doenças profissionais e do trabalho; 
 
b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas. Por exemplo, no 
período de fabricação e montagem de dutos de ventilação; 
 
c) para atender a situações de emergência, como, por exemplo, para atender vazamentos de 
amônia ou cloro. 
 
São obrigações do empregador (item 6.6, da NR 6/2001): 
 
 OBRIGAÇÕES COMENTÁRIO 
 
 
a) adquirir o adequado ao risco 
Cabe ao SESMT, quando este não houver cabe a CIPA, 
quando a empresa não tiver CIPA, cabe ao Designado 
(mediante orientação) recomendar o EPI adequado ao 
 11 
de cada atividade risco. Se na ausência do SESMT a CIPA ou o Designado 
não tiverem condições de recomendar, deverá ser 
contratado alguém com conhecimento para o faze-lo. 
 
b) exigir seu uso 
Depois de receber o EPI o trabalhador deve usá-lo, sob 
pena de receber advertência ou até ser demitido por justa 
causa. 
 
c) fornecer ao trabalhador somente 
o aprovado pelo órgão nacional 
competente em matéria de 
Segurança e saúde no trabalho 
O EPI, de fabricação nacional ou importado, só poderá 
ser posto à venda ou utilizado com a indicação do 
Certificado de Aprovação (CA), expedido pelo órgão 
nacional competente em matéria de segurança e saúde 
no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego - M TE 
(item 6.2, da NR 6/2001). 
 
d) orientar e treinar o trabalhador 
sobre o uso adequado, guarda 
e conservação 
Antes de receber o equipamento, o trabalhador deve ser 
conscientizado de que precisa estar protegido. O 
treinamento servirá para lhe mostrar as características e 
os limites do equipamento, bem como, é o uso correto, as 
formas de higienizá-lo, a guarda, conservação e 
substituição. 
 
e) substituir imediatamente, 
Quando danificado ou extraviado. 
Providenciar a substituição de filtros saturados e de EPI 
com desempenho irrregular, ou danificados ou cuja vida 
útil tenha chegado ao fim. Também deve fornecer caso o 
empregado tenha "perdido" (não sabe onde deixou) o 
mesmo. 
f) responsabilizar-se pela 
 higienização e manutenção 
periódica. 
Fornecer as condições necessárias (uso de sabões 
neutros, sacos plásticos, ...) para que o usuário possa 
manter seu EPI higienizado e em condições de uso. 
 
g)comunicar ao M TE qualquer 
irregularidade observada. 
Caso o empregador desconfie da eficiência de um EPI, ou 
verifique um desempenho irregular, deve denunciar, por 
escrito, ao Ministério do Trabalho e Emprego 
comunicando o fato. 
 
São obrigações dos empregados (item 6.7, da NR 6/2001): 
 
OBRIGAÇÕES COMENTÁRIO (não tem as linhas do meio o 
texto é único para as letras de "a" a "d") 
a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a 
que se destina. 
Em geral, os trabalhadores não se preocupam 
muito em limpar (higienizar) os EPI, guardar e 
b) responsabilizar-se pela guarda e 
conservação. 
conservar direito os mesmos. A CIPA deve se 
empenhar em conscientizá-los de que a falta 
c) comunicar ao empregador qualquer 
alteração que o torne impróprio para uso. 
Destes cuidados pode lhes trazer doenças ou 
acidentes. Outra atitude muito importante é 
 12 
d) cumprir as determinações do empregador 
sobre o uso adequado. 
Comunicar ao empregador a ocorrência de 
trincas, ferrugem, equipamentos danificados, 
filtros saturados, ...nos EPI. 
 
 
 
I.3.5. NR 9 - PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS 
 
* Antecipação e Reconhecimento dos Riscos: Físicos, Químicos e Biológicos; 
 
* Estabelecimento de prioridades e metas de avaliação; 
 
* Avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores; 
 
* Implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia; 
 
* Monitoramento da exposição aos Riscos; 
 
* Registros e divulgação dos dados. 
 
 
I.3.6. PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO AUDITIVA - PCA 
 
Aos usuários de Protetores Auditivos os fatores que devem ser levados em consideração são 
os seguintes: 
a) Colocação inadequada; 
b) Não usar 100% da jornada; 
c) Escolha não adequada para o espectro do ruído; 
d) Protetores desconfortáveis; 
e) Instrução deficiente; 
f) Concha mais fácil que o de Inserção; 
g) Tamanho do meato auditivo; 
h) Tamanho do protetor; 
i) Os de Inserção devem ser colocados com as Mãos limpas; 
j) Aqueles que tem Capacete com Concha acoplado, as duas referências devem estar no 
 mesmo Certificado de Aprovação. 
. 
 
I.3.7. PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA - PPR 
 
I.3.7.1. ENSAIO DE VEDAÇÃO 
 13 
I.3.7.1.1. ENSAIOS QUALITATIVOS 
OPÇÕES: 
 
1. BITREX 
 
2. FUMAÇA IRRITANTE (USAR FILTRO P3) 
 
3. ÓLEO DE BANANA 
 
4. SACARINA 
 
NOTA: VER ANEXO 4 DO PPR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
I.3.8. ERGONOMIA 
A Ergonomia visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de 
trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um 
máximo de conforto, seguranaça e desempenho eficiente. 
 
 
II. ANÁLISE DE RISCO 
 
OUTROS TESTES 
 
Toda vez antes de entrar nos 
ambientes, ao colocar o 
respirador, realizar o teste de 
pressão negativa (figura 1) e o 
teste de pressão positiva (figura 
2) 
FIGURA 1 
FIGURA 2 
 14 
Antes de executar serviços em instalações elétricas deve-se fazer uma Análise de Risco 
 
A Análise de Riscos é o estudo detalhado de um objeto com a finalidade de identificar 
perigos e avaliar os riscos associados a eles. O objeto pode ser um sistema. processo ou 
atividade. Basicamente a Análise de Riscos consiste em responder as seguintes perguntas: 
 
� O que pode acontecer de errado? 
� Quais são as causas básicas dos eventos indesejáveis? 
� Com que frequência isto pode acontecer? 
� Quais são as consequências? 
� Quais são os riscos aceitáveis? 
 
É importante que a organização estabeleça e mantenha procedimentos para 
identificação contínua de perigos, avaliação de riscos e implementação de medidas de 
controle. Tais procedimentos devem incluir: 
 
# atividades de rotina e não rotinas 
 
# atividades de todo o pessoal com acesso ao trabalho (inclui visitantes e contratados) 
 
# instalaçõespróprias e de terceiros 
 
 
II.1. SELEÇÃO PASSO A PASSO 
 
Os Métodos utilizados para a Análise de Riscos, atendendo os resultados que podem ser 
obtidos, são classificados em duas categorias: 
 
� Métodos Qualitativos; 
� Métodos Quantitativos. 
 
As variáveis para a realização de Análises de Risco, são: 
 
Técnica de Análise de Riscos Empresa 
1. Domínio da Técnica 
2. Memória da Informação 
3. Consultores Especializados 
4. Benchmarking de aplicações 
1. Experiência Operacional 
2. Memória Técnica do Equipamento 
3. Capacitação da Equipe de funcionários 
 
 GESTÃO DO RISCO 
 15 
 
Fig.1: O processo interativo para a gestão do risco. 
 
 
 
 
 
 Identificação 
 Do Perigo 
 Análise do 
 Risco 
 
 Estimativa do 
 Risco 
 Avaliação do 
 Risco 
 
 Valorar o 
 Risco 
 
 Gestão do 
 Risco 
 Risco sim Risco 
 Tolerável Controlado 
 
 não 
 
 Controle do 
 Risco 
 
 
 
 
II.1.1. PASSO A PASSO 
 
Antes de escolher a Técnica, é necessário desenvolver os seguintes passos: 
 
1) Definir o sistema que se quer estudar; 
 
2) Definir os objetivos e a fronteira do sistema; 
 
3) Verificar quem conhece o sistema. 
 
4) Escolher a Técnica para aplicar no sistema. 
 16 
 
Nota: Em geral passa-se direto para o quarto passo sem respeitar os passos anteriores, isto 
acaba levando à uma avaliação que nem sempre condiz com a realidade. Assim não 
esqueça de fazer o Passo a Passo. 
 
Importante: No caso dos eletricistas e instrumentistas eles podem até não conhecer a 
técnica mas conhecem o sistema a ser estudado. 
 
 
II.1.2. MÉTODOS QUALITATIVOS 
 
A aplicação dos Métodos dependem da situação do perigo existente. Não há verdades 
absolutas, uns são melhores em algumas situações e em outras não apresentam bons 
resultados. 
 
Os métodos qualitativos mais reconhecidos e aplicados são: 
 
� Análise Preliminar de Perigos - APP; 
� What If? 
� Check List; 
� Análise de Segurança de Tarefas - AST; 
� Análise de Perigos e Operabilidade (Hazop); 
� Análises de Modos de falha, efeito e criticidade (FMECA); 
� Índice de fogo, explosão de DOW; 
� Índice de fogo, explosão e toxicidade de MOND. 
 
Nesta apostila iremos tratar da Análise Preliminar de Perigos - APP. 
 
 
II.1.3. ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGOS - APP 
 
A Análise Preliminar de Perigos - APP é uma técnica de identificação de perigos 
derivada do Programa Militar de defesa americana – MIL-STD-882D. 
 
A APP enfoca materiais perigosos e situações perigosas em processos. É geralmente 
aplicada no estágio inicial de desenvolvimento de um projeto, onde há poucas informações 
disponíveis. 
 
A APP também é conhecida como Análise Preliminar de Risco - APR. Este método se 
aplica geralmente nas fases iniciais de um novo projeto, com os seguintes objetivos: 
 
� Detecção dos perigos inerentes aos produtos, processos e serviços utilizados; 
 17 
 
� Tomada de decisão sobre a conveniência ou necessidade de realizar uma análise de 
riscos mais detalhada; 
 
� Adoção de medidas para a eliminação ou redução dos riscos derivados. 
 
Este método como seu nome indica é preliminar, mas sua aplicação pode ter uma grande 
importância, reduzir custos e evitar acidentes graves ou ao menos mitigar suas 
conseqüências. Por outra parte a informação existente indica que no acidente de Bhopal uma 
quantidade menor de metilisocianato armazenado, reduziria enormemente a gravidade do 
acidente. 
II.1.3.1. ELABORAÇÃO DA APP 
 
Para iniciar a Análise da APP, precisamos elaborar uma planilha contendo os seguintes 
dados: 
 
� Sistemas/Subsistemas (divisão sistemática da instalação); 
 
� Perigos (Cenários definidos); 
 
� Possíveis causas detectadas; 
 
� Modos de detecção existentes; 
 
� Avaliação dos efeitos (Consequência); 
 
� Categoria dos riscos; 
 
� Recomendações 
 
Modelo: Planilha de APP 
 
LOGO DA EMPRESA 
 
UNIDADE/SUBSISTEMA 
Referências: Número: Data da última: 
Data: 
Data da próxima: 
Funcionários envolvidos: Sistema estudado: Elaborado por: 
Aprovado por: 
Perigo Causas Efeitos Categoria Categoria Categoria Recomendações 
 18 
Frequência Severidade Risco 
 
 
 
 
 
Tabela: Exemplos de Categoria de Frequência 
 
Categoria Denominação Descrição 
A Extremamente 
remota 
Conceitualmente possível, mas extremamente 
improvável de ocorrer 
B Remota Ocorreu raras vezes em outras instalações similares 
C Pouco provável Ocorreu algumas vezes em outras instalações similares 
D Provável Ocorreu poucas vezes no site e em outras instalações 
similares 
E Frequente Ocorreu várias vezes no site 
 
Tabela: Exemplos de Categoria de Severidade 
 
Categoria Denominação Descrição 
I Incidente Conceitualmente possível, mas extremamente 
improvável de ocorrer durante a vida útil da instalação 
II Lesões pequenas Provoca lesões pequenas em funcionários próprios e/ou 
terceiros (Ex: queimaduras de 1º Grau) 
III Lesões Médias Provoca lesões moderadas em funcionários próprios 
e/ou terceiros (Ex: queimaduras de 2º Grau) 
IV Lesões Graves Provoca lesões graves em funcionários próprios e/ou 
terceiros (Ex: queimaduras de 3º Grau) 
V Fatalidade Provoca a morte em funcionários próprios e/ou terceiros 
 
 
Tabela: Matriz de Classificação de Riscos 
 
FREQUENCIA 
 Categoria A B C D E 
SE V Moderado Sério Crítico Crítico Crítico 
VE IV Menor Moderado Sério Crítico Crítico 
RI III Desprezível Menor Moderado Sério Crítico 
DA II Desprezível Desprezível Menor Moderado Sério 
 19 
DE I Desprezível Desprezível Desprezível Menor Moderado 
 
Ações a serem tomadas: 
 
Denominação Descrição 
Desprezível Não requer ação específica. 
 
Menor 
Não é necessário melhorar a ação preventiva, sem demora deve-se considerar 
soluções mais rentáveis ou melhoras que não tenham uma carga econômica 
importante. 
São requeridas comprovações periódicas para assegurar que se mantém a 
eficácia das medidas de controle. 
 
 
Moderado 
Devem ser feitos esforços para reduzir o risco, determinando os investimentos 
necessários. As medidas para reduzir o risco devem ser implantadas num 
período determinado. 
Quando o risco moderado está associado com conseqüências extremamente 
danosas, será preciso uma ação posterior para estabelecer, com mais 
precisão a probabilidade do dano, como base para determinar a necessidade 
de melhoria das medidas de controle. 
 
Sério 
Não deve ser começado o trabalho até que se tenha reduzido o risco. Pode 
ser que sejam necessários recursos consideráveis para controlar o risco. 
Quando o risco corresponde a um trabalho que está sendo realizado, deve 
remediar-se o problema num tempo inferior aos riscos moderados. 
 
Crítico 
Não deve ser começado, nem continuado o trabalho até que se reduza o risco. 
Se não é possível reduzir o risco, devido a recursos limitados, deve ser 
proibido o trabalho. 
EXEMPLO DE APP 
 
DPST ENGENHARIA 
 
Atividade: 
Referências: 
POP 34/2000 
Número: 013 Data da última: 12/03/2003 
Data: 12/03/2004 
Data da próxima: 12/03/2005 
Funcionários envolvidos: 
Um eletricista 
Sistema estudado: 
Troca de Dijuntor 
Elaborado por: Armando 
Aprovado por: AguinaldoRisco Causas Efeitos Categoria 
Frequência 
Categoria 
Severidade 
Categoria 
Risco 
Recomendações 
 
Contato 
direto 
 
Painel 
energizado 
 
Fibrilação 
e parada 
cardíaca e 
respiratória 
 
C 
 
IV 
 
Sério 
Treinamento pelo 
POP 
Funcionáio BA 5 
Ferramentas 
isoladas 
 20 
Trabalho 
realizado em duas 
pessoas 
 
 
 
 
Legenda 
 
POP: Procedimento Operacional Padronizado 
 
 
III. RISCOS ADICIONAIS 
 
III.1. TRABALHO EM ALTURA 
 
III.1.1. NR 18 - CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA 
 CONSTRUÇÃO 
 
O trabalho em altura deve ser realizado a partir de uma Permissão de Trabalho, que 
contenha no mínimo um "check list" para a realização de um trabalho seguro. Na Legislação 
Trabalhista ele está inserido na NR 18: Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria 
da Construção, que diz: 
 
"18.13. Medidas de proteção contra quedas de altura 
 
18.13.1. É obrigatória a instalação de proteção coletiva onde houver risco de queda de 
trabalhadores ou de projeção de materiais. (118.235-8 / I4) 
 
18.13.2. As aberturas no piso devem ter fechamento provisório resistente. (118.236-6 / I4) 
 
18.13.2.1. As aberturas, em caso de serem utilizadas para o transporte vertical de materiais e 
equipamentos, devem ser protegidas por guarda-corpo fixo, no ponto de entrada e saída de 
material, e por sistema de fechamento do tipo cancela ou similar. (118.237-4 / I4) 
 
18.13.3. Os vãos de acesso às caixas dos elevadores devem ter fechamento provisório de, 
no mínimo, 1,20m (um metro e vinte centímetros) de altura, constituído de material resistente 
e seguramente fixado à estrutura, até a colocação definitiva das portas. (118.238-2 / I4) 
 
 21 
18.13.4. É obrigatória, na periferia da edificação, a instalação de proteção contra queda de 
trabalhadores e projeção de materiais a partir do início dos serviços necessários à 
concretagem da primeira laje. (118.239-0 /I4) 
 
18.13.5. A proteção contra quedas, quando constituída de anteparos rígidos, em sistema de 
guarda-corpo e rodapé, deve atender aos seguintes requisitos: 
a) ser construída com altura de 1,20m (um metro e vinte centímetros) para o travessão 
superior e 0,70m (setenta centímetros) para o travessão intermediário; (118.240-4 / I4) 
b) ter rodapé com altura de 0,20m (vinte centímetros); (118.241-2 / I4) 
c) ter vãos entre travessas preenchidos com tela ou outro dispositivo que garanta o 
fechamento seguro da abertura. (118.242-0 / I4) 
 
18.13.6. Em todo perímetro da construção de edifícios com mais de 4 (quatro) pavimentos ou 
altura equivalente, é obrigatória a instalação de uma plataforma principal de proteção na 
altura da primeira laje que esteja, no mínimo, um pé-direito acima do nível do terreno. 
(118.243-9 / I4) 
18.13.6.1. Essa plataforma deve ter, no mínimo, 2,50m (dois metros e cinqüenta centímetros) 
de projeção horizontal da face externa da construção e 1 (um) complemento de 0,80m 
(oitenta centímetros) de extensão, com inclinação de 45º (quarenta e cinco graus), a partir de 
sua extremidade. (118.244-7 / I4) 
 
18.13.6.2. A plataforma deve ser instalada logo após a concretagem da laje a que se refere e 
retirada, somente, quando o revestimento externo do prédio acima dessa plataforma estiver 
concluído. (118.245-5 / I4) 
 
18.13.7. Acima e a partir da plataforma principal de proteção, devem ser instaladas, também, 
plataformas secundárias de proteção, em balanço, de 3 (três) em 3 (três) lajes. (118.246-3 / 
I4) 
 
18.13.7.1. Essas plataformas devem ter, no mínimo, 1,40m (um metro e quarenta 
centímetros) de balanço e um complemento de 0,80m (oitenta centímetros) de extensão, 
com inclinação de 45º (quarenta e cinco graus), a partir de sua extremidade. (118.247-1 / I4) 
 
18.13.7.2. Cada plataforma deve ser instalada logo após a concretagem da laje a que se 
refere e retirada, somente, quando a vedação da periferia, até a plataforma imediatamente 
superior, estiver concluída. (118.248- 0 / I4) 
 
18.13.8. Na construção de edifícios com pavimentos no subsolo, devem ser instaladas, 
ainda, plataformas terciárias de proteção, de 2 (duas) em 2 (duas) lajes, contadas em direção 
ao subsolo e a partir da laje referente à instalação da plataforma principal de proteção. 
(118.249-8 / I4) 
 22 
18.13.8.1. Essas plataformas devem ter, no mínimo, 2,20m (dois metros e vinte centímetros) 
de projeção horizontal da face externa da construção e um complemento de 0,80m (oitenta 
centímetros) de extensão, com inclinação de 45º (quarenta e cinco graus), a partir de sua 
extremidade, devendo atender, igualmente, ao disposto no subitem 18.13.7.2. (118.250-1 / 
I4) 
 
18.13.9. O perímetro da construção de edifícios, além do disposto nos subitens 18.13.6 e 
18.13.7, deve ser fechado com tela a partir da plataforma principal de proteção. (118.251-0 / 
I3) 
 
18.13.9.1. A tela deve constituir-se de uma barreira protetora contra projeção de materiais e 
ferramentas. (118.252-8 / I3) 
 
18.13.9.2. A tela deve ser instalada entre as extremidades de 2 (duas) plataformas de 
proteção consecutivas, só podendo ser retirada quando a vedação da periferia, até a 
plataforma imediatamente superior, estiver concluída. (118.253-6 / I3) 
 
18.13.10. Em construções em que os pavimentos mais altos forem recuados, deve ser 
considerada a primeira laje do corpo recuado para a instalação de plataforma principal de 
proteção e aplicar o disposto nos subitens 18.13.7 e 18.13.9. (118.254-4 / I4) 
 
18.13.11. As plataformas de proteção devem ser construídas de maneira resistente e 
mantidas sem sobrecarga que prejudique a estabilidade de sua estrutura. (118.255-2 / I4)". 
 
 
III.1.2. NORMAS DA ABNT 
 
Desde 1990 que a ABNT editou a Norma Brasileira NBR 11.370 para especificação de 
Cinturão, talabarte e corda de segurança e a Norma NBR 11.371 para Ensaios. No ano de 
2001 as duas normas foram revisadas e fundidas e passou a existir só a NBR 11.370, para 
Especificação e Métodos de Ensaio. 
 
Os cinturões abdominal e paraquedista tem conceitos diferentes, que estão refletidos 
nos testes de ensaio dos mesmos. O primeiro é usado para "posicionamento" ou para "limitar 
a área de atuação", enquanto o segundo é o apropriado para quedas de níveis diferentes, 
por distribuir a força em cinco pontos. Os ensaios falam por si, senão vejamos: 
 
 
1. TRABALHO EM ALTURA AS NOVAS NORMAS DA ABNT 
 
1.1. NBR 11370/2001: Equipamento de Proteção Individual – Cinturão e talabarte de 
segurança – 
 23 
 Especificação e métodos de ensaio. 
 
1.2. NBR 14.626/2000: Trava-queda guiado em linha flexível - especificação e método de 
 ensaio, da Associação Brasileira de Normas Técnicas. 
 
1.3. NBR 14.627/2000: Trava-queda guiado em linha rígida - especificação e método de 
 ensaio, da Associação Brasileira de Normas Técnicas. 
1.4. NBR 14.628/2000: Trava queda retrátil - especificação e métodos de ensaio, da 
 Associação Brasileira de Normas Técnicas. 
 
1.5. NBR 14.629/2000: Absorvedor de energia - especificação e método de ensaio, da 
 Associação Brasileira de Normas Técnicas. 
 
1.6. NBR 14.751/2001: Equipamento de Proteção Individual – Cadeira suspensa – 
 Especificação e métodos, da Associação Brasileira de Normas 
 Técnicas. 
 
 
 
1.1. CINTURÃO DE SEGURANÇA 
 
Desde 1990 que a ABNT editou a Norma Brasileira NBR 11.370 para especificação de 
Cinturão, talabarte e corda de segurança e a Norma NBR 11.371 para Ensaios. No ano de 2001 as 
duas normas foram revisadas e fundidas e passou a existir só a NBR 11.370, para Especificação e 
Métodos de Ensaio. 
 
Novos conceitos e definições, são: 
 
a) Argolas: detalhe importantíssimo. 
 
 “As argolas colocadas na linha da cintura, no cinturão de segurança, devem ter o seu uso 
restrito ao posicionamento de trabalhoe para limitação de distância”. 
 
b) Tipos de cinturão: agora só existem dois, abdominal e paraquedista (definição no item 4). 
 
c) Talabarte: componente de conexão de um sistema de segurança contra queda, destinado a 
sustentar, posicionar e limitar a movimentação do trabalhador. Comprimento máximo de 180cm para 
couro e tecido vulcanizado e 200 cm para cordas e fitas sintéticas, correntes e cabos de aço. 
 
d) Cabo de Segurança: Componente de um sistema de segurança contra queda, para reter 
ou limitar a queda, comprimento ilimitado, podendo ser de cordas e fitas sintéticas, corrente ou cabo 
de aço. 
 
e) Absorvedor de energia: dispositivo utilizado em conjunto com o sistema de segurança 
contra queda, destinado a limitar o valor da força de frenagem, no caso de uma queda. 
 24 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
f) Cinturão abdominal e talabarte: 
 
 
 
Acima o esquema para o ensaio de resistência estática. 
 
+ Ensaio de resistência 
 estática: 
 deve resistir a 7 kN, sem 
 ruptura ou rasgos 
 
+ Ensaio de ruptura: 
 Valor mínimo da carga de 
 Ruptura de 3,5 kN 
 
 25 
 
 
 
 
 
 
 
g) Cinturão tipo para - quedista e talabarte: 
 
+ Ensaio de resistência dinâmica: 
 resistir, sem deformação 
 estrutural, a 3 quedas sucessivas 
 com utilização do boneco padrão 
 (massa = 100 kg) de uma altura 
 de 600 mm. 
 
 
Ao lado montagem para o ensaio de 
resistência dinâmica do cinturão tipo 
abdominal e talabarte. 
 26 
 
 
h) Mosquetões e argolas: 
 
 Devem ter carga de ruptura de, no mínimo, 20 k N. 
 
i) Fivelas: 
 
 Devem ter carga de ruptura de, no mínimo, 18 k N 
 
 
1.2. TRAVA - QUEDAS 
 
Desde 1978, os trava – quedas, no Brasil, forma testados pela Norma francesa NFS 71.020/78 
que determina: “Teste de queda com massa rígida de 100 kg, solta em queda livre de uma altura de 
60 cm; a força máxima transmitida ao ponto de ancoragem não deve exceder 6 k N e o 
escorregamento do dispositivo sobre o cabo não deve ser superior a 60 cm”. Exige-se que a carga de 
ruptura seja de, no mínimo, 11,5 k N para cabo de aço e 20 k N para corda ou fita sintética. Para 
trava – quedas retráteis exige-se que o cabo esteja totalmente enrolado e que o deslocamento da 
massa de 100 kg não ultrapasse 60 cm. 
 
A partir do ano de 2001, o Comitê Brasileiro 32, apresenta quatro normas, que comentaremos 
a seguir: 
 
 
+ Ensaio de resistência dinâmica: 
 Resistir sem deformação 
 estrutural, a uma queda do boneco - 
 padrão (massa = 100 kg), preso 
 pelo olhal de fixação superior, de uma 
 de 4 metros. O ângulo entre o eixo 
 longitudinal do boneco e o eixo vertical 
 não deve exceder a 50º. 
 
+ Após 15 minutos, repetir o 
 procedimento, erguendo o boneco pelo 
 olhal de fixação inferior: deve resistir, 
 sem apresentar qualquer deformação 
 estrutural. 
 
Ao lado montagem para o ensaio de resistência 
dinâmica dos cinturões tipo pára – quedista e 
talabarte 
 27 
1.2.1. NBR 14.626 TRAVA – QUEDAS EM LINHA FLEXÍVEL 
 
Definições: 
 
a) Equipamento automático de travamento que se desloca numa linha de ancoragem flexível, 
 destinado a travar a movimentação do cinturão de segurança quando ocorrer uma queda. 
 
b) Linha flexível: cabo de aço ou corda sintética, preso num ponto de ancoragem superior. 
 Carga de ruptura: corda sintética = 20 k N 
 Cabo de aço = 15 k N 
 
c) Ponto de ancoragem: deve ter resistência mecânica superior a 15 k N. 
 
d) talabarte do trava – queda: comprimento máximo de 1 metro. 
 
e) Desempenho dinâmico do trava – quedas: 
 
 
1.2.2. NBR 14.627 TRAVA – QUEDAS EM LINHA RÍGIDA 
 
Definições: 
 Soltando-se uma massa de 100 
 kg, seu deslocamento vertical 
 não deve exceder 3 metros e a 
 força de frenagem não deve 
 exceder a 6 k N. 
 
Ao lado montagem do sistema. 
 
 28 
 
a) Equipamento automático de travamento que se desloca numa linha de ancoragem 
 fixa e rígida, destinado a travar a movimentação do cinturão de segurança quando 
 ocorrer uma queda. 
 
b) Linha rígida: perfil rígido ou cabo de aço esticado e preso nas duas extremidades. 
 Carga de ruptura: 15 k N 
 
c) Ponto de ancoragem: deve ter resistência mecânica superior a 15 k N. 
 
d) Talabarte do trava – queda: comprimento máximo de 0,5 metro. 
 
 
e) Desempenho dinâmico do trava – quedas: 
 
 
 
1.2.3. NBR 14.628 TRAVA – QUEDAS RETRÁTIL 
 
Definições: 
 
a) Equipamento automático de travamento que permite movimentação retrátil de um 
 cabo ou fita, destinado a travar a movimentação do cinturão de segurança quando 
 ocorrer uma queda. 
 
b) Cabo retrátil: elemento retrátil do trava – quedas que liga-se ao cinturão de segurança. 
 
 Soltando-se uma massa de 100 
 kg, seu deslocamento vertical não 
 deve exceder 1 metro e a força 
 de frenagem não deve exceder a 
 6 k N. 
 
 
Ao lado montagem do sistema 
 
 29 
 Carga de ruptura: 15 k N. 
 
 
c) Ponto de ancoragem: 
 
 Deve ter resistência mecânica superior a 15 k N. 
 
 
d) Resistência estática: 
 
 Deve resistir a 15 k N, sem deformação estrutural. 
 
 
 
 
1.3. NBR 14.629 ABSORVEDOR DE ENERGIA 
 
Definições: 
 
a) Dispositivo destinado a limitar o valor da força de frenagem no caso de uma queda. 
 
b) O absorvedor de energia pode ser usado com talabarte ou corda sintética e o comprimento 
 do conjunto não deve exceder 2 metros. Pode ser usado com qualquer trava - quedas 
 
 
 
e) Desempenho dinâmico do trava – 
 quedas: 
 
 Soltando-se uma massa de 100 kg, seu 
 Deslocamento vertical não deve 
 Exceder 2 metros e a força de 
 frenagem não deve exceder a 6 k N. 
 
Ao lado montagem do sistema. 
 
 
c) Pré carga estática: 
 deve resistir a 2 k N, sem se distender. 
 
d) Resistência estática: deve resistir a 15 k 
 N, já totalmente distendido, sem 
 deformação estrutural. 
 
e) Desempenho dinâmico: 
 30 
 
 
 
 
 
1.2.5. NBR 14.751/2001 - CADEIRA SUSPENSA 
 
Até o ano de 2001, no Brasil, todas as cadeiras suspensas foram testadas pela Norma Inglesa 
BS 2830, que permite o uso de corda sintática e cabo de aço em funcionamento manual e só cabo de 
aço na opção elétrica. 
 
f) Instrução de uso: 
 Indicação da altura livre necessária, 
 Abaixo do usuário, para uso do 
 absorvedor de energia. 
 
Ao lado como fica após o uso do 
absorvedor de energia. 
 31 
Em 04/07/1995, o Ministério do Trabalho proibiu o uso de cadeira suspensa por corda, porém, 
considerando ser inviável usar cabo de aço em espaços confinados com atmosfera potencialmente 
explosiva e em torres de transmissão com alta voltagem, decidiu-se voltar a autorizar o uso da corda 
sintética para sustentação da cadeira suspensa. Para efetivação deste fato, falta somente ocorrer a 
publicação da Portaria no Diário Oficial da União. 
 
A Portaria 13, de 9 de julho de 2002, no seu item 18.15.50 diz "a sustentação da cadeira 
suspensa deve ser feita por meio de cabo de aço ou cabo de fibra sintética". Está portanto permitida o 
uso de corda em Espaços Confinados. 
 
Definição: 
 
Equipamento de movimentação vertical com ou sem acionamento, manual ou motorizado, cuja 
estrutura e dimensões permitem a utilização por apenas uma pessoa e o material necessário para 
realizar o serviço. 
 
Requisitos: 
 
- Deve possuir no mínimo, duas travas de segurança. 
- Assento com, no mínimo, 500 x 250 mm. 
- Conexão com o cabo, no mínimo, a 500 mm acima do plano do assento. 
- Cabo de sustentação deve ter carga de ruptura de, no mínimo, 15 k N para aço e 20 k N 
para fibra sintética e, no caso de cadeira motorizada, deve ser de aço com diâmetro de, no 
mínimo, 8 mm. 
- Deve utilizar cinturão tipo para - quedista e trava – queda ligados em cabos 
independentes. 
- Carga de utilização máxima de 100 kg (pessoa + material de trabalho). 
- Importante:a cadeira deve ser revisada anualmente pelo fabricante ou credenciado. 
 
Resistência estática da estrutura da Cadeira Suspensa. 
 
 32 
 
 
 
 
 
 
 O texto acima (Trabalho em altura), desta apostila foi elaborado em conjunto com o 
 Engenheiro Gulin Jr., Coordenador da Comissão "Proteção Contra Quedas", do CB 32, da 
 ABNT. 
 
 
III.2. ESPAÇO CONFINADO 
 
III.2.1. INTRODUÇÃO 
A cadeira suspensa deve resistir a uma força 
De 7 k N, aplicada entre sua conexão com o 
Cabo e o centro do plano do assento, sem 
Deformar ou romper soldas. 
 
Ao lado esquema para o ensaio de 
resistência estática da estrutura da cadeira 
suspensa 
 
Desempenho dinâmico das 
travas de segurança: 
 
+ cada trava – queda deve ser 
 ensaiado isoladamente. 
 
+ Aplicar, por meio de um 
 dispositivo de soltura rápida, uma 
 massa de 100 kg no centro do 
 plano do assento e constatar que 
 o deslocamento vertical não deve 
 exceder 1,0 metro. 
 
 
 33 
 
 Um recinto confinado é qualquer espaço com abertura limitada de entrada e saída e 
ventilação natural desfavorável, em que podem acumular-se contaminantes tóxicos ou 
inflamáveis, ou ter uma atmosfera deficiente em oxigênio, e que não está concebido para 
uma ocupação continuada por parte do trabalhador. 
 
A NIOSH define um ambiente confinado como: “uma área que, pela concepção, tem 
aberturas para entrada e saída limitadas, ventilação natural desfavorável que pode 
conter ou produzir contaminantes perigosos e que não é concebida para ocupação 
contínua”. 
 
 Os riscos nestes espaços são multíplos, e além do acúmulo de substâncias tóxicas ou 
inflamáveis e deficiência de oxigênio, podemos incluir os ocasionadas por bocas estreitas, 
posturas incômodas de trabalho, limitada iluminação, etc.. Outro aspecto a se destacar é a 
implicação de algum risco como no caso de ruído muito superior ao gerado por equipamento 
em espaço aberto pela transmissão de vibração. Como em geral as atividades nestes locais 
é necessária, precisamos nos assegurar que os riscos estarão sob controle, enquanto elas 
estiverem sendo executadas. 
 
 Uma característica dos acidentes nestes espaços é a gravidade de suas 
consequências tanto para a pessoa que realiza o trabalho, como para quem o auxilia de 
forma imediata sem adotar as necessárias medidas de segurança, gerando a cada ano 
vítimas fatais. 
 
 A origem destes acidentes é o desconhecimento dos riscos, na maioria dos casos por 
falta de capacitação e treinamento e a uma deficiente comunicação sobre o estado das 
instalações e as condições seguras sobre a operação a ser realizada. 
 
 Este material se dedica especialmente ao controle preventivo dos riscos específicos 
por atmosferas perigosas. 
 
 
III.2.2. A RESPIRAÇÃO DO HOMEM. 
 
 34 
 
 
 
O dióxido de carbono e outros produtos secundários que se formam devem ser expelidos 
continuamente do corpo humano. Este processo que ocorre nas células do corpo é chamado 
de metabolismo. As funções existentes no aparelho respiratório são as seguintes: 
 
O Nariz e a via área superior, tem as seguintes funções: 
 
+ Aquecer o ar para que chegue com uma adequada temperatura ao pulmão; 
 
+ Umidificar o ar que vai ao pulmão; 
 
+ Filtrar as impurezas. Isto se dá pelos pêlos do nariz, dos cílios da mucosa; 
+ A tosse e o espirro são os mecanismos de limpeza utilizando uma corrente de 
 ar com pressão. A tosse limpa os brônquios e a traquéia e o espirro o nariz; 
 
+ A voz é outra das funções do aparelho respiratório; 
 
+ O intercâmbio gasoso ou de oxigênio e dióxido de carbono é a última etapa. 
 Esta troca ocorre no alvéoloe passam os gases desde o alvéolo ao sangue e 
 vice versa através de uma fina membrana. O meio de transporte que leva o 
 oxigênio a todas as células do corpo é o sangue. 
 
De forma simplificada a Unidade Funcional Respiratória é representada pelo: Bronquíolo 
terminal, o Alvéolo, o capilar pulmonar e a membrana alvéolo-capilar (onde se processam as trocas 
gasosas). Numa pessoa existem de 300 a 600 milhões dessas unidades. 
 
 
III.2.2.1. CONSUMO DE OXIGÊNIO. 
 
O ser humano não consegue viver sem oxigênio. 
 
Para manter as suas funções vitais, o homem precisa continuamente de 
uma certa quantidade de energia, que garantirá a atividade física e o calor 
corpório. 
 
Essa energia é resultante de complexos processos bioquímicos, nos quais 
os subprodutos dos alimentos ingeridos pelo homem reagem com o 
oxigênio do ar respirado. Este processo é chamado de Oxidação. 
 
O sistema Respiratório encontra-se formado, de uma maneira simplificada, 
pelos elementos dispostos na Figura 1 ao lado: 
 
 35 
O consumo de oxigênio depende da atividade que está sendo executada, na tabela abaixo, 
temos informações do US Navy Diving Manual e Neuhaus e Renner, Publicação Médica Semanal, 
revista de fevereiro de 1960, 15º ano, página 22. 
 
Atividade Trabalho Consumo de Oxigênio 
(litros / minuto) 
Volume Respiratório 
(litros / minuto) 
 
Descansando 
Deitado 
Sentado 
Em pé 
0,25 
0,30 
0,40 
6 
7 
9 
Trabalho leve Andar 3,2 km/h 
Nadar devagar 0,9 km/h 
0,70 
0,80 
16 
18 
Trabalho médio Andar 6,5 km/h 
Nadar 1,6 km/h 
1,2 
1,4 
27 
30 
 
Trabalho 
pesado 
Nadar a 1,85 km/h 
Andar de bicicleta 21 km/h 
Correr a 13 km/h 
1,80 
1,85 
2,00 
40 
45 
50 
 
Trabalho 
pesadíssimo 
Nadar a 2,2 km/h 
Correr a 15 km/h 
Escadas, 100 degraus/min 
Correr morro acima 
2,5 
2,6 
3,2 
4,0 
60 
65 
80 
95 
 
 
 
 
III.2.2.2. AR ATMOSFÉRICO. 
 
No ar atmosférico encontramos os seguintes elementos: 
 
Composição do ar Percentual (em volume) Pressão Parcial (mm Hg)* 
Oxigênio (O2 ) 20,93% 159,06 
Dióxido de Carbono (CO2 ) 0,03% 0,23 
Nitrogênio (N2 ) 78,09% 593,48 
Argônio (Ar) 0,9325% 7,0 
Hidrogênio (H2 ) 0,01% 0,07 
Neônio (Ne) 0,0018% 0,013 
Helio (He) 0,0005% 0,0038 
Kriptônio (Kr) 0,0001% 0,00076 
Xenônio (Xe) 0,000009% 0,000068 
Total 100% 760 mm Hg 
 
* Ao nível do mar a Pressão atmosférica é de 760 mmHg. Para outras altitudes deve-se 
calcular a pressão parcial para cada elemento, baseada na nova pressão atmosférica. 
 36 
 
Segundo a Lei de Dalton, a pressão total de uma mistura de gases é igual a soma das 
pressões parciais desses gases, assim sendo: 
 
Patm = PPO2 + PPCO2 + PPN2 + PPAr + PPH2 + PPNe + PPHe + PPKr + PPXe. 
 
A Pressão parcial de um gás, é aquela que ele exerceria se ocupasse sozinho o 
volume total da mistura. 
 
I. Pressões parciais do ar inalado 
 PPO2 = 159,06 mm Hg 
 
 Nariz 
 
 
 
 
 
 Veias pulmonares 
 Artérias PPO2 = 40 mm Hg PPO2 = 110 mm Hg 
 Pulmonares 
 PPCO2 = 40 mm Hg 
 
 PPCO2 = 46 mm Hg 
 
 
 
III.2.2.3. TIPOS DE ESPAÇOS CONFINADOS E MOTIVOS DE ACESSO 
 
 A definição dada anteriormente nos determina a amplitude de lugares que podem 
considerar-se recintos confinados. 
 
 De forma geral se destinguem dois tipos de espaços confinados: 
 
a) Espaços confinados abertos por sua parte superior e de uma profundidade que 
dificulta sua ventilação natural. Neste tipo se incluem: Diques de Fossos de 
reparos de veículos; Cubas de desengraxe; Poços; Depósitos abertos; etc. 
 
b) Espaços confinados fechados com uma pequena abertura de entrada e saida. 
Neste item estão incluídos: Reatores; Tanques de armazenamento, sedimentação, 
etc; Salas subterrâneas de transformadores; Gasômetros; Túneis; Caixas de 
Esgotos; Galerias de serviços; compartimentos de embarcações; caminhões 
tanque; Câmaras subterrâneas; etc. 
 
 
alvéolo 
PPO2 = 110 mm Hg 
 
PPCO2 = 40 mm Hg 
 37Os motivos de acesso a espaços confinados são diversos e se caracterizam pela 
influência de sua entrada, realizada a intervalos irregulares e para trabalhos não rotineiros e 
não relacionados com a produção, tais como os seguintes: Construção do local (tanques, 
silos, etc); Limpeza; Pintura; Reparos; Inspeção. 
 
 
III.2.3. RISCOS. 
 
III.2.3.1. RISCOS GERAIS. 
 
 São aqueles em que a margem do perigo da atmosfera interior, são devidos as 
condições materiais do espaço como lugar de trabalho. 
 
 Entre estes riscos se destacam: 
 
 a) Riscos mecânicos: 
 
 + equipamentos que podem colocar-se em marcha intempestivamente; 
 
 + choques e golpes, por chapas defletoras, agitadores, elementos salientes, 
 dimensões reduzidas da boca de entrada, obstáculos no interior, etc; 
 
c) riscos de choque elétrico por contato com partes metálicas, que acidentalmente 
podem estar com tensão; 
 
d) quedas a diferentes níveis e ao mesmo nível por escorregões, etc; 
 
e) quedas de objetos no interior enquanto se está trabalhando; 
 
f) posturas incorretas; 
 
g) ambiente físico agressivo. Ambiente quente ou frio; Ruído e vibrações (martelos 
 pneumáticos, esmeril, etc); Iluminação deficiente; 
 
h) um ambiente agressivo além do risco de acidentes, acrescenta a fadiga; 
 
i) riscos derivados de problemas de comunicação entre interior e exterior 
 
 
III.2.3.2. RISCOS ESPECÍFICOS. 
 
 São aqueles ocasionados por condições especiais em que se desenvolvem este tipo 
 38 
de trabalho, as quais estão indicadas na definição de ambiente confinado e que estão 
originados por uma atmosfera perigosa que pode dar lugar aos riscos de asfixia, incêndio ou 
explosão e intoxicação. 
 
 
III.2.3.2.1. ASFIXIA. 
 
 O ar contém 21% de oxigênio, se este percentual é reduzido, são produzidos sintomas 
de asfixia que vão se agravando conforme diminue esta porcentagem (ver tabela abaixo). 
 
 A asfixia é consequência da falta de oxigênio e esta é ocasionada basicamente ao 
produzir um consumo de oxigênio ou um deslocamento deste por outros gases. 
 
 
III.2.3.2.2. DEFICIÊNCIA DE OXIGÊNIO. 
 
Em termos de Oxigênio a Legislação Brasileira, diz no item 3, do Anexo n.º 11 que, 
“Todos os valores fixados no Quadro n.º 1 como Asfixiantes Simples determinam que nos 
ambientes de trabalho, em presença destas substâncias a concentração mínima de 
oxigênio deverá ser dezoito por cento (18%) em volume. As situações nas quais a 
concentração de oxigênio estiver abaixo deste valor serão consideradas de risco grave e 
iminente”. A ACGIH mantém a mesma recomendação da Legislação Brasileira. 
 
 
 Oxigênio 
 
 
 
 
 
 
Morte 
 
 
 
 
 
 
Inconsciência 
 
Morte de 7 a 8 
minutos 
 
 
 
Náusea 
 
Redução 
da força 
Muscular 
 
 
Respiração 
Rápida, 
 
Dor de 
Cabeça e 
 
Náuseas 
 
 
 
 
 
 
Zona de 
Segurança 
 
 
 
 
 
Danos no Cérebro 
0% - 6% 8% 12% 16% 19,5% 23,5% 100% 
 
 Limite Inferior (OSHA/NIOSH) 
 
 Limite Superior (OSHA/NIOSH) 
 
O2 
 39 
 
 
III.2.3.2.3. INCÊNDIO OU EXPLOSÃO 
 
 Em um ambiente confinado pode-se criar com extraordinária facilidade uma atmosfera 
inflamável. 
 
 Esta possibilidade de se formar uma atmosfera inflamável deve-se a muitas causas, 
como evaporação de solventes de pintura, restos de líquidos inflamáveis, reações químicas, 
movimento de grãos de cereais, etc. Sempre que exista gás, vapor ou pó combustível no 
ambiente e sua concentração está compreendida entre seus limites de inflamabilidade (LEL e 
UEL). 
 
Pode-se definir o fogo como a consequência de uma reação química denominada 
combustão, que produz calor ou calor e luz. Para que exista incêndio é necessária a 
combinação de três fatores: 
 
 
 
 1 2 
 
 3 onde 
 
 
1: Combustível: É todo material, toda substância que possui a propriedade de queimar, de 
entrar em combustão. Os combustíveis podem se apresentar nos três estados físicos. Pode 
ser líquido (exemplos: querosene, éter, álcool, gasolina, tolueno, acetona, etc), 
gases (exemplos: de nafta, butano, propano, metano, acetileno, etc) e sólido [lenha, carvão, 
papel, tecidos, pós (exemplos: trigo, carvão vegetal, etc)]. 
 
2: Comburente: É o ar atmosférico com 20,9% de Oxigênio ou atmosferas enriquecidas 
com oxigênio. Normalmente o oxigênio combina-se com o combustível, dando início à 
combustão. 
 
3: Calor: É o elemento que fornece a energia de ativação necessária para iniciar a reação 
entre o combustível e o comburente, mantendo e propagando a combustão. Este pode ser 
provocado pela simples elevação de temperatura no local (auto-ignição) ou por : corrente 
elétrica, eletricidade estática, fagulhas, faíscas, centelhas, chamas abertas, cigarros, fósforos 
acesos, etc. 
 
Para cada combustível haverá a necessidade da presença de uma porcentagem 
mínima de oxigênio, a partir da qual a mistura poderá entrar em combustão. A concentração 
 40 
de oxigênio abaixo deste limite inviabiliza a combustão, pois a mistura combustível –
comburente estará muito “rica”. 
 
Para efeito de segurança se considera que um espaço confinado é muito perigoso 
quando existe concentração de substância inflamável acima de 10% do limite inferior de 
inflamabilidade (LEL), dado que é facil de ser reproduzido através de variações da 
concentração ambiental por razões diversas. 
No que se refere aos combustíveis os parâmetros mais importantes são: Ponto de 
fulgor, Limite Inferior de Explosividade – LEL e Densidade do Vapor. 
Para iniciar o incêndio além do ar e do combustível é necessária uma ignição, que 
pode ser provocada por: Corrente elétrica, Eletricidade Estática, alta temperatura (combustão 
expontânea), mistura de produtos químicos, fricção (atrito entre duas superfícies) e Calor 
radiante (proveniente de fornalhas ou superfícies quentes). 
 
 
III.2.3.3.1. GÁS NATURAL – METANO. 
 
 
GÁS NATURAL - METANO 
 
 
 
 
 15% UEL 300% 
 INDICAÇÃO 
 VOLUME APARELHO 
 5% LEL 100% 
 
 
 
 Nota: A OSHA recomenda que o alarme do aparelho esteja em 10% do LEL. 
 
 
III.2.3.3.2. INTOXICAÇÃO. 
 
 A concentração no ar de produtos tóxicos acima de determinados limites de exposição 
pode produzir intoxicações agudas ou doenças. As substâncias tóxicas em um ambiente 
confinado podem ser: gases, vapores ou pó fino em suspensão no ar. 
 
CH4 
 41 
 O surgimento de uma atmosfera tóxica pode ter origem diversas, seja por existir o 
contaminante ou por produzir este ao se realizar o trabalho no ambiente confinado. 
 
 A intoxicação nesta classe de trabalho pode ser aguda se a concentração produzida 
for alta. Se a concentração produzida for baixa as consequências são difíceis de detectar 
devido a duração limitada deste tipo de trabalho. Se são repetitivos podem dar lugar a 
doenças profissionais. 
 
 Junto ao risco de intoxicações podemos incluir as atmosferas irritantes e corrosivas 
como no caso do cloro, ácido clorídrico, amônia, etc. 
 
 Somente para algumas substâncias como o CO2, H2S, SO2, CL2, NH3, conhecemos as 
concentrações IPVS (Imediatamente Perigosa à Vida e a Saúde) que produzem efeitos letais 
e danos funcionais à orgãos dos seres humanos. Também deve ser destacado o efeito 
narcotizante de alguns contaminantes como o gás sulfidríco (H2S) o qual em pequenas 
concentrações cheira a ovo podremas em grandes quantidades, ocasiona intoxicação 
mortal. 
 
Em termos de conceitos para substâncias tóxicas, dois precisam ser do conhecimento de 
quem trabalha em espaço confinado, são eles: 
 
Conceito Definição 
Limite de Tolerância É a concentração máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o 
tempo de exposição ao agente, que não causará dano à saúde do 
trabalhador, durante sua vida laboral. 
Concentração IPVS É a concentração que apresenta risco imediato à vida ou produza 
imediato efeito debilitante irreversível à saúde. 
 
 
III.2.3.3.3. GÁS SULFÍDRICO. 
 
Em termos de Gás Sulfídrico o comportamento no organismo é o seguinte: 
 
 
 
 
 Gás Sulfídrico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
H2S 
 42 
 
 
 
 
Segurança 
 
 
Irritação 
Aos Olhos 
E Sistema 
Respiratório 
Forte 
Irritação 
Nos Olhos 
e Sistema 
Respiratório 
 
Inconsciência 
(30 min.) 
 
Morte 
(1 hora) 
 
Morte 
0 5 50 - 100 200 - 300 500 - 700 1000 
ppm ppm ppm ppm ppm ppm 
 
 
 Limite de Tolerância da ACGIH/98. 
 
Nota: A concentração IPVS para o Gás Sulfídrico está em torno de 300 ppm. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
III.2.3.3.4. MONÓXIDO DE CARBONO. 
 
Em termos de Monóxido de Carbono temos sua ação no organismo de acordo com a 
literatura existente é a seguinte. 
 
 
 
 Monóxido de Carbono 
 
 
 
 
 
 
 
 
Segurança 
 
 
 
 
Desconforto 
 
 
 
Dor de 
Cabeça 
 
 
 
Confusão e 
Náusea 
 
 
 
 
Inconsciência 
E 
Possibilidade 
De morte 
 
 
 
 
Morte 
0 25 600 1000 2000 2500 4000 
CO 
 43 
ppm ppm ppm ppm ppm ppm ppm 
 
 
 Limite de Tolerância da ACGIH/98 (No Brasil é de 39 ppm) . 
 
Nota: A concentração IPVS para o Monóxido de Carbono está em torno de 1.500 ppm. 
 
 
III.2.3.3.5. SUBSTÂNCIAS TÓXICAS. 
 
Para a maioria de substâncias tóxicas se desconhecem as concentrações limite que 
geram danos agudos em pessoas. 
 
 A título de orientação recomendamos consultar os valores CL50 ( concentrações 
letais), concentrações de contaminantes no ar que gera a morte de 50% de uma amostra de 
ratos de características determinadas em um tempo de exposição de 4 minutos e os valores 
TWA-Stel que são as concentrações máximas admisíveis para uma determinada substâncias 
estabelecidas pela ACGIH (American Conference Governmental Industrial Hygienists) para 
um tempo de exposição de 15 minutos, a partir dos quais é possível a geração de efeitos 
agudos. 
 
No Brasil a fonte de consulta para as concentrações limites de tolerância é o Anexo 
11, da NR 15, da Portaria 3.214/78 do Ministério do Trabalho. 
 
 Também deve-se destacar o perigo daqueles contaminantes como o monóxido de 
carbono (CO) que não é detectável pelo olfato. 
 
 
 
III.2.4. CAUSAS FREQUENTES DE ACIDENTES. 
 
 As situações mais comuns em que se produzem acidentes por atmosferas perigosas, 
são as seguintes: 
 
5.1. Asfixia 
 
Consumo 
de oxigênio 
por 
+ Fermentação de materias orgânicas diversas no interior de recipientes 
 Trabalho de soldagem, calefação, corte, etc 
+ Absorção, por exemplo nos leitos filtrantes de carvão ativado úmido 
 em reparação de depósitos de filtração de água 
+ Oxidação da superfície metálica no interior de tanques 
 
 
+ Desprendimento de gás carbônico (CO2) em fermentação orgânica 
 aeróbica em esgotos, em tanques de armazenamento, poços, túneis, 
 44 
Deslocamento 
de oxigênio 
por 
 silos de cereais, etc. 
+ Desprendimento de metano (CH4) produto de fermentações orgânicas 
 anaeróbicas em fossas sépticas, redes de esgoto, digestores de 
 depuração de águas residuais, etc. 
+ Insuflamento de gases inertes em operações de purga ou limpeza de 
 depósitos não ventilados posteriormente 
 
5.2. Intoxicação 
 
 
Reações perigosas com 
geração 
de gases tóxicos. Algumas das 
mais significativas são: 
+ Liberação de gás sulfídrico através da reação do 
 enxofre com ácidos. Por exemplo limpeza de cisternas 
 que contenham restos de enxofre com produtos ácidos 
+ Liberação de gás cloro pela reação de qualquer ácido 
 com hipoclorito de sódio em trabalhos de limpeza. 
+ Liberação de óxidos nitrosos pela reação de 
 substâncias oxidantes como os nitritos em contato com 
 substâncias orgânicas. 
Presença de monóxido de 
Carbono 
Locais em que são produzidos processos de combustão 
Incompleta. Por exemplo o uso de bombas com motores 
de combustão interna para extrair líquidos. 
Substâncias tóxicas geradas 
Durante o trabalho 
Trabalhos de soldagem e corte. São conhecidos casos de 
acidentes por este tipo de trabalho sobre aço inoxidável. 
Emprego de solventes 
orgânicos no desengraxe e 
limpeza 
Aplicação de camadas protetoras de tinta no interior de 
depósitos. 
Existência de substâncias 
tóxicas no recinto 
Procedentes do próprio processo produtivo ou de 
resíduos. 
 
5.3. Incêndio e Explosão 
 
 
 
 
 
 
 
Atmosfera inflamável com focos 
de ignição diversos 
+ Desprendimento de produtos inflamáveis absorvidos na 
 superfície interna dos recipientes 
+ Vapores de solventes em trabalhos de pintura e vapores 
 de substâncias inflamáveis em operação de limpeza de 
 tanques. 
+ Limpeza com gasolina ou outras substâncias inflamáveis 
 em oficinas de veículos. 
+ Reações químicas que originam gases inflamáveis. O ácido 
 sulfúrico diluído reage com o ferro desprendendo Hidrogê- 
 nio. O carbureto de cálcio em contato com a água gera o 
 gás acetileno. 
+ Trabalhos de soldagem e corte em locais que contenham 
 ou tenham contido substâncias inflamáveis. 
 45 
+ Descargas eletrostáticas no transvasamento de líquidos 
 inflamáveis. 
+ Operações de carga e descarga e transporte de pós com- 
 bustíveis (cereais, borracha, etc). 
Substâncias combustíveis ou 
Atmosfera inflamável com focos 
de ignição diversos e aumento 
da concentração de oxigênio 
+ Insuflamento de oxigênio para “melhorar” a qualidade do ar 
 respirável no interior de tanques. 
+ Emprego de oxigênio ou ar comprimido em equipamentos 
 para o transvasamento de líquidos inflamáveis, no interior de 
 recipientes. 
Liberação de produtos 
inflamáveis da superfície de 
depósitos, depois de esvaziados. 
São conhecidos casos de acidentes em que uma limpeza 
incompleta não evitou a liberação dos gases absorvidos nas 
paredes dos recipientes metálicos. 
 
 
III.2.5. MEDIDAS PREVENTIVAS PARA O CONTROLE DE TRABALHOS EM 
 ATMOSFERAS PERIGOSAS. 
 
 A adoção de medidas preventivas deve ser efetuada de forma rigorosa a identificação 
e avaliação de todos e cada um dos riscos existentes. A seguir iremos expor as medidas 
preventivas frente aos riscos específicos. 
 
 
III.2.5.1. AUTORIZAÇÃO DE ENTRADA NO AMBIENTE CONFINADO. 
 
 Esta autorização é a base de todo plano de entrada em um ambiente confinado. Com 
ela pretende-se garantir que os responsáveis pela área solicitante do serviço, os 
executantes e o pessoal do SESMT estão adotando uma série de medidas fundamentais 
para que se possa intervir prontamente no ambiente confinado.. 
 
 É recomendável que o sistema de autorização de entrada estabelecido contemple um 
check-list, a revisão e o controle de uma série de pontos chaves da instalação (limpeza, 
purgas, descompressão, etc) e especifique as condições em que o trabalho deve ser 
realizado e os meios a serem empregados. 
 
Exemplos de dados para um Check list: 
 
Parâmetro Sim Não Parâmetro Sim Não 
Isolar entrada e saída de gases Instalar ventilador portátil 
Isolar entrada de vapor Lavar internamente antes de entrarDetectar teor de Oxigênio % Uso de ar mandado 
Detectar teor de gases tóxicos Uso de Sistema Autônomo 
Detectar misturas explosivas Uso de Cinto de Segurança 
Circular vapor Uso lâmpada a prova de explosão 
 46 
 
 Deve ser escrito um procedimento detalhado com o título “ Permissão de trabalhos em 
locais confinados”. 
 
 A autorização de entrada no ambiente Confinado deve ser assinada pelos 
responsáveis pela área solicitante do serviço, a área executante e o SESMT, que deve ser 
válida só para uma jornada de trabalho (outra deve ser emitida na mudança de turnos), deve 
complementar-se com normas sobre procedimentos de trabalho em que se regulamentem 
atuações concretas a serem seguidas pelo pessoal durante sua atuação no interior do 
ambiente confinado 
 
 Algumas das questões que deveriam ser incorporadas a este procedimento são: 
 
a) meios de acesso ao ambiente (escadas, plataformas, etc); 
 
b) medidas preventiva a adotar durante o trabalho ( ventilação, controle continuado 
 da atmosfera interior, etc); 
 
 c) equipamentos de proteção individual (respiradores com filtros, cordas de 
 segurança, etc); 
 
d) equipamentos de trabalho ( material elétrico, sistema de iluminação adequado e 
 protegido, etc); 
 
e) vigilância e controle da operação desde o exterior. 
 
 Este procedimento de trabalho pode ser incorporado ao próprio documento de 
autorização de trabalho, referido anteriormente, como instruções complementares; para 
trabalhos com uma certa periodicidade deve ser elaborada uma norma de trabalho. 
 
 
III.2.5.2. MEDIÇÃO E AVALIAÇÃO DA ATMOSFERA DO AMBIENTE CONFINADO. 
 
 O controle dos riscos específicos para atmosfera perigosa requer medição ambiental 
com o uso de instrumentos específicos. 
 
 As medições devem ser efetuadas antes da realização do trabalho e de forma 
continuada, mesmo com este procedimento é possível produzir-se variações de atmosfera no 
interior. 
 
 47 
 
 
 Especial precaução temos que ter em locais ou ambientes “mortos”, em que não foi 
possível produzir a necessária renovação de ar pois pode ter se acumulado substâncias 
contaminantes. 
 
 Os equipamentos de medição normalmente empregados são de leitura direta, 
permitindo conhecer na hora as características do ambiente interior. 
 
 Para exposições que podem gerar efeitos crônicos e que se requeira uma maior 
confiabilidade na medição ambiental, devem utilizar-se equipamentos de muestreo para a 
captação do possível contaminante em suportes de retenção e sua análise posterior em 
laboratório. 
 
 O instrumento de leitura direta pode ser portátil ou fixo em lugares que por seu alto 
risco requer um controle continuado. 
 
 Para medições a distância grandes temos que ter especial precaução para os 
possíveis erros de medição, em especial é fácil de se produzir condensação de vapores no 
interior da condução de captação. 
 
 
III.2.5.2.1. UNIDADES DE MEDIDAS DE GASES. 
 
As unidades utilizadas para gases e vapores tóxicos, são as seguintes: 
 
a) ppm: que significa partes por milhão, ou partes de poluentes por milhão de 
 partes de ar respirado. 1 ppm de gás no ambiente corresponde a 1 cm3 
 desse gás por metro cúbico de ar que se respira. 
 
b) mg/ m3 : que siginifica mg de gás por m3 de ar que se respira. É uma unidade 
 peso por volume. 
 
c) Fórmulas de Conversão: 
 
Estas medições prévias devem efetuar-se desde o exterior 
(amostragem remota) ou desde zonas seguras. No caso de não 
se poder alcançar desde o exterior a totalidade do espaço, se 
deverá ir avançando paulatinamente e com as medidas 
preventivas necessárias desde zonas totalmente controladas 
(ver figura ao lado). 
 
 48 
 24,45 x mg / m3 
 ppm = ---------------------------- 
 peso molecular 
 
 
 ppm x peso molecular 
mg/ m3 = ----------------------------------- 
 24,45 
 
 
d) mg/l : que significa mg de gás por litro de ar. 
 
IMPORTANTE: Para gases combustíveis ou para exprimirmos grandes 
concentrações de gases usamos o % (percentual) em volume, onde 1% volume 
corresponde a 10.000 ppm. 
 
III.2.5.2. MEDIÇÃO DE OXIGÊNIO. 
 
 A porcentagem de oxigênio não deve ser inferior a 19,5%. Se não é possível manter 
estes níveis com aporte de ar fresco, deverá realizar-se o trabalho com equipamento 
respiratório semi automático ou automático, segundo o caso. 
 
 Na atualidade os equipamentos de detecção de atmosferas inflamáveis 
(explosímetros) devem levar incorporado sistema de medição de nível de oxigênio, se não a 
leitura do aparelho estará incorreta, uma vez que há oxigênio insuficiente para a queima da 
amostra.. 
 
 
III.2.5.3. MEDIÇÃO DE ATMOSFERAS INFLAMÁVEIS OU EXPLOSIVAS. 
 
 A medição de substâncias inflamáveis no ar se efetua mediante explosímetros, 
equipamento calibrado com uma substância inflamável padrão, em geral usa-se o Metano. 
Estes equipamentos só podem ser ligados e desligados em atmosferas isentas de 
contaminante, o ar limpo e devem ser calibrados periodicamente. 
 
 Para a medição de substâncias diferentes ao padrão se dispõe de gráficos fornecidos 
pelo fabricante, que permite a conversão dos dados de leitura ao valor da concentração da 
substância objeto da medição. 
 
 È necessário que estes equipamentos disponham de sensor regulado para sinalizar 
visualmente e acusticamente quando for atingido 10% do Limite Inferior de Inflamabilidade – 
LIE (LEL). 
 49 
 
 Quando for superado os 5% do Limite Inferior de Inflamabilidade o controle das 
medições deverá ser continuado durante todo o serviço. No caso de uso de maçaricos 
(chama aberta) o serviço só deve ser liberado se o ponteiro permanecer no 0% (ZERO). 
 
 Enquanto se efetua as medições, o trabalho prévio desde o exterior do espaço com 
possíveis atmosferas inflamáveis deve ser vigiado rigorosamente a existência de focos de 
ignição nas proximidades da boca do ambiente. 
 
 
III.2.5.3.1. LIMITES DE EXPLOSIVIDADE. 
 
Existem dois limites de explosividade para um gás ou vapor, são eles: 
 
SIGLA TERMO COMENTÁRIO 
LEL Limite Inferior de 
Explosividade 
É a mínima concentração em volume na mistura, 
acima da qual ela pode ser inflamada 
UEL Limite Superior de 
Explosividade 
É a máxima concentração em volume na mistura, abaixo 
da qual ela pode ser inflamada 
 
 
 
 
 
REGIÃO POBRE 
(MUITO AR E 
POUCO 
COMBUSTÍVEL) 
NÃO PEGA FOGO 
 
 
 
 
 
FAIXA DE 
EXPLOSIVIDADE 
(MISTURA 
PROPORCIONAL) 
(PEGA FOGO) 
 
 
REGIÃO RICA 
(MUITO COMBUSTÍVEL 
E POUCO AR) 
NÃO PEGA FOGO 
 LEL UEL 
 
 OS EXPLOSÍMETROS ALARMAM COM 10% DO LEL. 
 
 
III.2.5.3.2. CARACTERÍSTICAS DAS MISTURAS. 
 
Para misturas (ar x gases/vapores) inflamáveis devemos reconhecer algumas 
propriedades importantes para analisar a situação, que são: 
 50 
 
a) Ponto de Fulgor; 
b) Temperatura de auto-ignição; 
c) Influência da Temperatura; 
d) Umidade Relativa; 
e) Densidade. 
 
 
III.2.5.3.2.1. PONTO DE FULGOR. 
 
É a mínima temperatura em que um combustível começa a desprender vapores que ao 
entrarem em contacto com alguma fonte externa de calor, se incendeiam e na retirada desta fonte a 
chama apaga. 
 
Nota: Não temos ponto de fulgor para gases. 
 
 
III.2.5.3.2.2. PONTO DE AUTOIGNIÇÃO. 
 
É a mínima temperatura à qual uma mistura, em proporção adequada se inflama 
espontaneamente. 
 
 
III.2.5.3.2.3. INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA. 
 
Um aumento da temperatura “facilita” a reação de combustão e, portanto, alargará a faixa de 
explosividade (o LEL diminui e o UEL aumenta, ambos linearmente com o aumento da temperatura 
inicial da mistura. 
 
 
III.2.5.3.2.4. UMIDADE RELATIVA. 
 
Tem uma influência perceptível sobre a faixa de explosividade. A faixa mais larga 
ocorre em misturas extremamente secas. 
 
 
III.2.5.3.2.5.

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