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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DA SEÇÃO DE DIREITO PRIVADO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO Agravo de instrumento nº 2252438-87.2020.8.26.0000 FELIPE DOBRE SCALSO, neste agravo de instrumento interposto por MÁRIO CÉSAR SCALSO, apresenta contrarrazões ao recurso especial de fls. 74-79, nos seguintes termos: I. EXPOSIÇÃO DA CONTROVÉRSIA A. Resumo da demanda 1. O recorrente ajuizou uma demanda de oferta de alimentos que foi distribuída sob nº 0122109-97.2006.8.26.0004. Em audiência realizada em 20/03/2007, foi homologado um acordo pelo qual o recorrente se obrigou a pagar uma pensão alimentícia, todo o dia 15, a começar em 15/04/2007, nos seguintes termos: (a) Valor base dos alimentos: meio salário-mínimo. (b) Valor variável complementar dos alimentos: i. 15/08/2007 a 15/07/2008: um terço de salário-mínimo. ii. 15/08/2008 até o ingresso do recorrido no ensino fundamental: dois terços de salário-mínimo. iii. Ingresso do recorrido no ensino fundamental em diante: um salário-mínimo 2. Atualmente, o recorrente tem o dever de pagar 1,5 salário-mínimo por mês ao recorrido. Todavia, como o recorrente jamais honrou integralmente com sua obrigação, o recorrido, em 15/04/2018, deu início a dois cumprimentos de sentença de verba alimentar. 3. O cumprimento de sentença pelo rito especial, distribuído sob o nº 1004478-61.2019.8.26.0004, foi extinto após a celebração de um acordo. Já o cumprimento de sentença pelo rito ordinário, autuado sob o nº 1004479-46.2019.8.26.0004, continua em curso. B. Desenvolvimento processual 4. O juízo de primeiro grau, no cumprimento de sentença pelo rito ordinário, deferiu a penhora de 50% do imóvel matriculado sob o nº 155.657 (“Imóvel”) que é titularizado pelo recorrente e determinou a intimação da esposa do recorrente que detém os outros 50% do Imóvel (fls. 286-297 e 302 do incidente). Após a apresentação de impugnação pelo recorrente, o juízo de primeiro grau manteve a penhora (fls. 325 do incidente). 5. O recorrente agravou da decisão e o Ministério Público opinou pelo não provimento do recurso (fls. 62-65). Na sequência, o Tribunal de Justiça de São Paulo desproveu o agravo de instrumento (“Acórdão Atacado”). É contra esta decisão que se insurge o recorrente. C. Breve resumo do recurso especial 6. De acordo com o recorrente, o Acórdão Atacado viola o artigo 3º, inciso III, da Lei nº 8.009/90, e os artigos 139, inciso I, e 805, do Código de Processo Civil. Com base nesta narrativa, o recorrente apresentou um recurso especial fundamentado no artigo 105, inciso III, alínea “a”, da Constituição Federal. II. DIREITO 7. Como indicado no Acordão Atacado, o artigo 3º, inciso III, da Lei nº 8.009/90, afasta a proteção do bem de família em relação aos credores de alimentos e garante a proteção do cônjuge coproprietário. O artigo 843 do Código de Processo Civil, por sua vez, regula esta proteção por meio da autorização da alienação do bem indivisível, mas com a garantia de sub-rogação do direito de propriedade do cônjuge coproprietário sobre o produto da arrematação. 8. Sendo assim, considerando que o recorrido está executando um crédito alimentar e o juízo de primeiro grau restringiu a penhora à fração ideal do Imóvel titularizada pelo recorrente, a constrição é hígida e merece ser mantida. Não existe nenhum fundamento para impedir a satisfação do crédito do recorrido. 9. Em suma, nenhum dos dispositivos legais foi violado. O Tribunal de Justiça de São Paulo, com lastro nos elementos probatórios, condenou o recorrente dentro das molduras legislativas vigentes. Cabe ao recorrente aceitar o desfecho da demanda e aceitar a penhora a que ele foi imposto. III. PEDIDO 10. Pelo exposto, requer o recorrido: (a) o desprovimento do recurso pela ausência de violação do Acórdão Atacado a dispositivos legais; e (b) a majoração dos honorários de sucumbência a serem pagos pelo recorrente em favor do patrono do recorrido. Termos em que pede deferimento. São Paulo, SP, 05 de maio de 2020. Victor Lopes OAB/SP nº 274.412 6
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