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PRÉ-PROJETO - MEDOLOGIA II

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
FACULDADE DE HISTÓRIA
DISCIPLINA: METODOLOGIA DA PESQUISA EM EDUCAÇÃO II (HT01070)
DOCENTE: MARINÊS VIANA DE SOUZA
LAÉRCIO FARIAS DA COSTA
DISCENTE: EUNICE CAROLINE SOUZA DOS SANTOS
FESTIVIDADE NA AMAZÔNIA MARAJOARA: O FESTIVAL DO TAMUATÁ EM SANTA CRUZ DO ARARI ( 1991- 2022) 
BELÉM
2022
Linha de Pesquisa: Arte, Cultura, Religião e Linguagens 
Título: FESTIVIDADE NA AMAZÔNIA MARAJOARA: O FESTIVAL DO TAMUATÁ EM SANTA CRUZ DO ARARI (1991-2022)
Introdução
 Nas últimas décadas, a história local, vem ganhando espaço, no meio acadêmico, nas práticas de ensino, na sociedade, sendo pesquisada por pesquisadores amadores e profissionais[footnoteRef:1]. Essa maior visibilidade é atribuída pelo surgimento de movimentos culturais e sociais, que pelo reconhecimento de seus direitos, influenciaram as ciências humanas, na forma de abordar, interpretar e analisar os processos históricos do passado e a realidade do presente. No Brasil, essa abordagem vem sendo considerada como uma história da circunscrição, da cidade, do município forjada por demarcações de limites político-administrativos. [1: Para maiores informações sobre o campo da história local, Ver: DONNER, Sandra Cristina. História Local: O Histórico das produções no Brasil. XI Encontro Estadual de História. ANPUHRS, 2012. ] 
 De acordo com Cerri (2008), a história local é uma busca do particular e do diferente. Nesse sentido fica claro que o papel desse método é relativizar as histórias e identidades mais amplas (como o nacional) simultaneamente com a demanda da universidade humana naquilo que é particular. Não é exagero afirmar que a importância dessa maneira de fazer história possibilitaria que sujeitos e espaços esquecidos pela historiografia brasileira, passe a ter diante de si reflexões de uma história rica, em que ele se identifique como sujeito.[footnoteRef:2] [2: CERRI, Luiz Fernando. Cidade e identidade. Região e ensino de História. In: ALEGRO, Regina Célia(org.). Temas e questões para o ensino de História do Paraná. Londrina:Eduel,2008. p.27- 42] 
 Dentro desse contexto estudar uma localidade, dentro de uma região, possibilita compreender aspectos singulares, a qual não seriam percebidos em relação ao todo. Nesse sentido a “ Ilha do Marajó” localizada no Estado do Pará, possui uma grande diversidade étnico cultural e uma extensa área territorial, sendo composta por dezesseis unidades administrativas como: Afuá, Anajás, Bagre, Breves, Cachoeira do Arari, Chaves, Curralinho, Gurupá, Melgaço, Muaná, Ponta de Pedras, Portel, São Sebastião da Boa Vista, Salvaterra, Santa Cruz do Arari e Soure, que constituem um todo por pertencer a essa região. Contudo impera visões e paradigmas associados ao arquipélago, sendo comum a ideia equivocada de Região uniforme. 
 O historiador Agenor Sarraf Pacheco (2009)[footnoteRef:3], problematiza a expressão “ilha de Marajó”, pois acaba produzindo uma visão homogênea sobre o complexo arquipélago marajoara, inviabilizando diversas populações, diferentes saberes e matrizes étnico raciais e seus contatos interculturais. Aponta também que não devemos negar as relações existentes entre as localidades, mas ficar atento a especificidades, a pluralidade de viveres na Amazônia[footnoteRef:4] em diversos e determinados contextos geo-historicos. [3: PACHECO, Agenor Sarraf. História e literatura no regime das águas: praticas culturais afroindígenas na Amazônia Marajoara. Belém: Unama, 2009.] [4: A Amazônia Marajoara é apenas uma pequena porção da Amazônia propriamente dita. A Amazônia em si transcende o Brasil, é engloba o que denomina-se “Pan-Amazônia”. Uma região formada por Brasil, Venezuela, Guiana, Suriname, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia.] 
Essa pluralidade de viveres Amazônicos[footnoteRef:5] está presente nas características locais e nas manifestações culturais como as festas, festividades, festejos, folguedos, folias que apresentam nessa porção terrestres particularidades diferentes de outros lugares da Amazônia. As festas nesse espaços são práticas que constituem o cotidiano das pessoas enquanto linguagem e experiência, contribuindo para as relações de vínculos sociais, estratégias de resistência, e construção de alianças políticas. A diversidade de festas, estão presentes nos ciclos festivos de cada município, e engloba as festas de feriados como as natalinas, as festas oficiais, como as em homenagem a pátria, as festa do cotidiano, englobando os shows e apresentações de estilos musicais, comumente as aparelhagens, e as festas tradicionais, religiosas em homenagem aos santos padroeiros e devoção[footnoteRef:6] e as festas a alimentação e o homem/mulher típico local. [5: Essa pluralidade é debatida nas inúmeras pesquisas sobre a história da Amazônia, tais como: SOUZA, Márcio. História da Amazônia: Do período pré-colombiano aos desafios do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2019.; BOLLE, Willi. Boca do Amazonas: Sociedade e Cultura em Dalcidio Jurandir. São Paulo: Edições Sesc São Paulo, 2019.; NEVES, F.A.F.;LIMA, M. R. P. (Org). Faces da história da Amazônia. 1ª ed. Belém: Paka-Tatu, 2006; PORRO, Antônio. O Povo das Águas: Ensaios de Etno-História Amazônica. Petrópolis: Vozes, 1996.] [6: Um exemplo importante de festa devoção que acontece em quase todas os municípios do Marajó e a festividade em homenagem a São Sebastião. Para mais informações, ver: IPHAN. Dossiê das Festividades de São Sebastião na Mesorregião do Marajó. Belém, dez. 2010] 
 A tendência dos estudos[footnoteRef:7] relacionados ao Arquipélago do Marajó, divide-se essa porção em: Marajó das florestas e Marajó dos campos. Segundo Shaan (2006)[footnoteRef:8], o Marajó das florestas é uma área menos conhecida e pesquisada pelo meio acadêmico e pela mídia, onde de uma maneira geral, predomina a Imagem do Marajó dos campos, dos gados e das imensas planícies alagadas. Contudo, apesar dessa predominância na Região campestre, algumas áreas, são esquecidas pelas pesquisas acadêmicas, como município de Santa Cruz do Arari, objeto de estudo deste trabalho.[footnoteRef:9] A escolha dessa localidade como objeto de pesquisa, parte da curiosidade de saber sobre o lugar que deu origem a minha família, bem como saber sobre o lugar que foi o berço do Museu do Marajó.[footnoteRef:10] [7: Em 1997, Machado Coelho aponta que existia um vasta bibliografia sobre o arquipélago do Marajó. Segundo ele, “podemos contar cerca de trezentas obras, afora copioso acervos de estudos, programas, planos, relatórios, organizados por entidades oficiais e particulares”. Para mais detalhes ver: LUXARDO, Líbero. Marajó: terra anfíbia. Belém: Grafisa, 1977. Da década de 90 para cá o número de estudos sobre a ilha do Marajó aumentou, as referências acerca da localidade encontra-se ao longo do texto e na bibliografia do presente projeto. ] [8: SHAAN, Denise Pahl; MARTINS, Cristiane Pires(org.). Muito Além dos campos: arqueologia e história na Amazônia marajoara. Belém: GkNoronha, 2010. P. 9 – 11.] [9: Quase não há estudos sobre esta localidade. Os poucos que tem no âmbito acadêmico se encontram na área de letras, pedagogia e serviços sociais, na área de História como se verá mais adiante não possui nenhum.] [10: O Museu do Marajó, inicialmente foi criado em Santa Cruz do Arari no ano de 1972, após divergências políticas o museu foi transferido para o município de Cachoeira do Arari, em 1983. Informações de: http://www.museudomarajo.com.br/omuseu.html. ] 
Este munícipio Santa Cruz do Arari, situado no coração do Marajó, as margens do Lago Arari, o maior polo pesqueiro e o maior santuário ecológico, por ter nas suas bordas diversos cemitérios indígenas (tesos). Essa localidade, com peculiaridades diferentes, suas histórias são transmitidas oralmente e quem se aventura por suas terras, se encanta com as belas paisagens dos campos, dos rios, lagos e Igarapés, ou em seus dois momentos festivos, o festival do Tamuatá, ocorrendo em finais de julho e marca o início dasafra do peixe e o Círio de Nossa Senhora de Nazaré, padroeira da localidade, que acontece no segundo domingo de novembro. É nesse Marajó que carrega na História as memórias de seus antepassados indígenas e negros, da biodiversidade natural, do jeito caboclo, do pescador e do vaqueiro descritos por Dalcidio Jurandir, em chove nos campos de Cachoeira (1995)[footnoteRef:11] e por Giovanni Gallo, no livro A ditadura das Águas (1980)[footnoteRef:12]. [11: JURANDIR, Dalcidio. Chove nos campos de Cachoeira. 4º ed. Belém: Cejup, 1995.] [12: GALLO, Giovanni. Marajó: a ditadura das águas. 2ªed. Belém: SECULT, 1980.] 
 Tendo em vista que a pesquisa é viável, este estudo busca colher informações sobre o território marajoara, sua forma de ocupação e manifestação festiva. Procura evidenciar a história das festividades ao longo do tempo, bem como a origem da tradição do festival do Tamuatá e o Círio de Nossa Senhora no Município de Santa Cruz do Arari, para entender de que forma as festividade em análise contribui para o conhecimento da história local e a formação de uma identidade cultural.
 A elaboração desse estudo está dentro dos princípios da história local, cultural e oral, baseados nos trabalhos de CAVALCANTI (2017)[footnoteRef:13]; HALL (1997)[footnoteRef:14]; HOBSBAWM (1997)[footnoteRef:15]; CHARTIER(1990)[footnoteRef:16];ALBERTI(2005)[footnoteRef:17]; DELGADO (2006)[footnoteRef:18]; FERREIRA &AMADO (2006)[footnoteRef:19]. foi utilizado o método histórico para a análise dos documentos, o qual consiste em “investigar acontecimentos, processos e instituições do passado para verificar a sua influência na sociedade de hoje” (LAKATOS; MARCONI, 2003, p.105)[footnoteRef:20]. Dessa forma, seguimos o método histórico, por meio da realização de uma pesquisa documental em fontes como: pesquisa bibliográfica, sites, fotografias, jornais, narrativas orais e audiovisuais. [13: CAVALCANTI, Erinaldo. História e História local: Significados em disputas. In: COELHO, A. C. A.; ALVES, D. H. R.; NEVES NETO, R. M.(Orgs.).Perspectivas de pesquisa em História na Amazônia: natureza, diversidade, ensino e direitos humanos. Belém, Açaí, 2017.] [14: HALL, Stuart. A centralidade da cultura: notas sobre as revoluções culturais do nosso tempo. Educação & Realidade, Porto Alegre, v.22, n. 2, jul./dez. 1997.] [15: HOBSBAWM, Eric; RANGER, Terence. A invenção das tradições. Paz e Terra. 2ª Edição. 1997.] [16: CHARTIER, Roger. Introdução. Por uma sociologia histórica das práticas culturais. In: A História Cultural entre práticas e representações. Col. Memória e sociedade. Trad. Maria Manuela Calhardo. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1990.] [17: ALBERTI, Verena. Manual de História Oral. 3ª edição. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2005.] [18: DELGADO, Lucília de Almeida Neves. História Oral: Memória, tempo e Identidades. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.] [19: FERREIRA Marieta de Moraes & AMADO, Janaína. Usos e abusos da História Oral. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2006] [20: LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos de metodologia científica 5ª. ed. São Paulo: Atlas, 2003.] 
Delimitação Temática, Problemática e a história da festa 
A palavra festa é um termo derivado do latim, em um sentido literal, significa alegre, satisfeito, divertido. Para Moura e Silva (2021)[footnoteRef:21], as festas e festejos são encontrados em todas as sociedades, podendo ser observado em registros históricos desde os períodos mais remotos. Mikhail Bakhtin(1987)[footnoteRef:22], mostra que a festa “ é a propriedade fundamental de toda as formas de ritos e espetáculos da idade Média”. [21: MOURA, Milton Araújo; SILVA, Miranice Moreira da. Apresentação do dossiê: Festas e Festividades na História. Em Tempo de Histórias, Brasília – DF, n. 39, pp. 37, jul./dez.2021. ] [22: BAKHTIN, Mikhail M. Cultura popular na Idade Média e no renascimento: o contexto de François Rebelais. São Paulo: HUCITEC, 2013.] 
 Conforme Bakhtin (1987), as festividades são uma forma primordial marcante da civilização humana, não é preciso considerá-las nem explica-las como um produto das condições e finalidades práticas do trabalho coletivo nem interpretação mais vulgar ainda, da necessidade biológica de descanso periódico. Segundo o autor as festividades possui uma relação com o tempo, sendo constante em sua base a concepção determinada de tempo natural (cósmico), biológico e histórico.( BAKHTIN, 1997, p. 8)
 Na apresentação do dossiê: Festas e Festividades na História(2021), os autores Milton Araújo Moura e Miranice Moreira da Silva, pontuam que é através das festividades que os sujeitos se comunicam e fazem circular suas percepções de mundo, constroem sociabilidades e experimentam sensibilidades. Mostram que nessa perspectiva que os estudos de festas e festejos, dedicam a pensar também o implícito, o simbólico e os elementos que compõem imaginário de quem festeja e representações do que é festejado.(MOURA E SILVA, p.3).
 Em Festa e Sociabilidade: Reflexões Teóricas e práticas para a pesquisa dos festejos como fenômenos urbanos contemporâneos (2010)[footnoteRef:23] , artigo de Guilherme Leonel, é problematizado a complexidade da história da festa enquanto reflexão teórica e prática. Nesse texto, o autor procurou elencar novos olhares e perspectivas de pesquisa em História social em relação às festas, a partir de novas experiências analíticas estruturadas através de perspectiva interdisciplinares. Para tanto utiliza-se de pensamentos como Simmel (2006)[footnoteRef:24], Perez (2002)[footnoteRef:25], Durkheim (1989)[footnoteRef:26], e de conceitos como sociação e sociabilidade. [23: LEONEL, Guilherme Guimarães. Festa e Sociabilidade: Reflexões Teóricas e práticas para a pesquisa dos festejos como fenômenos urbanos contemporâneos. Cadernos de História, Belo Horizonte, V. 11, n. 15, 2ª sem., 2010.] [24: SIMMEL, Georg. Questões fundamentais de sociologia. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.] [25: PEREZ, Léa Freitas. Antropologia das efervescências coletivas. In: PASSOS, Mauro. A festa na vida: significado e imagens. Petrópolis: Vozes, 2002. p.15-58.] [26: DURKHEIM, Émile. As formas elementares da vida religiosa. 2. ed. São Paulo: Paulus, 1989. 535p] 
 A sociologia Simmeliana, mostra o conceito de festa como uma “forma” capaz de plasmar conteúdos diversos, destinada à promoção de laços de sociabilidade, mesmo que conflitante”. Perez(2022), por sua vez, argumenta que as singularidades das festas como fato social estaria na sua condição de ato coletivo, extralógico, extratemporal e extraordinário (...).( p.37). Leonel(2010) mostra a festa como forma de sociação e sociabilidade, sociação é um forma específica de ser com/e para o outro (p.36), e sociabilidade basear-se não só no interesse racional-utilitário, mas em interesses emocional-afetivos” (p.38).
 Ao falar de festas no Brasil, segundo Leonel (2010,p.39), “exige compreender as profundas multiplicidade e diversidade de suas práticas e formas de organização”. O autor avalia que as festas religiosas foram atividades urbanas mais antigas no contexto da formação das cidades, e que no período colonial era obrigatório o comparecimento dos indivíduos aos festejos religiosos, cabendo as câmaras municipais e confrarias a fiscalização. Nesse sentido ele pontua os diversos estudos de historiadores como Silvia Hunold Lara (2002)[footnoteRef:27], João José Reis (2002)[footnoteRef:28], Martha Abreu (1999)[footnoteRef:29], Carlos Eugênio Líbano Soares (2002)[footnoteRef:30], Patrícia Vargas Lopes de Araújo (2000)[footnoteRef:31], dentre outros. (LEONEL, p.40). [27: LARA, Silvia Hunold. Significados cruzados: um reinado de congos na Bahia setecentista. In: LARA, Silvia Hunold. Carnavais e outra f(r)estas. Campinas, São Paulo: Editora da Unicamp, 2002.] [28: REIS, João José. Tambores e temores: a festa negra na Bahia na primeira metade do século XIX. In: CUNHA, Maria Clementina Pereira (org.). Carnavais e outra f(r)estas. São Paulo: Editora da Unicamp, 2002.] [29: ABREU,Martha. O Império do Divino: festas religiosas e cultura popular no Rio de Janeiro, 1830-1900. Rio de Janeiro: Nova fronteira; São Paulo: Fapesp, 1999.] [30: SOARES, Carlos Eugênio Líbano. Festa e violência: os capoeiras e as festas populares na corte do Rio de Janeiro (1809-1890). In: CUNHA, Maria Clementina Pereira (org.). Carnavais e outra f(r)estas. Campinas: Editora da Unicamp, 2002.] [31: ARAÚJO, Patrícia Vargas Lopes de. Folganças populares: festejos de entrudo e carnaval em Minas Gerais no século XIX. São Paulo: Annablume, 2008.] 
 Os estudos sobre as festa populares, é uma temática muito recorrente no Brasil, sendo produzido pelas ciências históricas, antropológicas, sociológicas e geográficas, sendo pesquisada por folcloristas, memorialista e pesquisadores acadêmicos. Parte desses estudos dedicam-se às medidas de restrição ou normalização destinadas as festas em espaços públicos e privados. Sendo comumente presente as relações de construções de identidade da memória local, a gênese da tradição; peculiaridade e características de uma tradição; relações entre festas e rituais. A articulação entre uma dimensão macro e micro é muito pouco recorrente nas abordagens feitas pelos teóricos sociais, o que é comum, o exercício de utilização de uma dimensão apenas micro, de uma região, localidade, de um povo ou apenas a abordagem do macro de uma nação, de um continente, do mundo.
 Tal perspectivas está presente nas pesquisas do curso de história da universidade federal do Pará. Ao todo existem 120 trabalhos dedicados as festas, englobando as festividades religiosas dedicadas aos santos padroeiros e devoção como: santo Antônio[footnoteRef:32], São Miguel Arcanjo[footnoteRef:33], São Sebastião[footnoteRef:34], São Benedito[footnoteRef:35], São Tiago da espada[footnoteRef:36], São Francisco de Assis[footnoteRef:37], Círio de Nossa Senhora de Nazaré[footnoteRef:38], Nossa Senhora da Conceição[footnoteRef:39] etc. Ou destinadas a Alimentação e homem típico da região como: o festival do Camarão, festival do Açaí, Festa do Feijão, Dança da Farinha de Tapioca,[footnoteRef:40], festival do mingau, festival do vaqueiro, pescador etc. Ou as Festas diversas, como: o Carimbó, aparelhagem[footnoteRef:41], boi bumbá, samba, arraial, brega, baile das coroas, festival de música popular etc. [32: BARROS, Sônia Maria Nascimento. A festividade de Santo Antônio em Tauá. 2006. TCC (Graduação), Curso de História, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.] [33: ALEIXO, Raimundo Nunes. Hoje não é como antes, tudo mudou na transformação na festa de São Miguel Arcanjo de Maracanã (1993-2005). 2006. TCC (Graduação), Curso de História, Universidade Federal do Pará, Castanhal, 2006.] [34: COSTA, Maria de Jesus Marques da. O sagrado e o Profano na Festividade de São Sebastião em Igarapé-Açu-PA. 2000. TCC (Graduação), Curso de História, Universidade Federal do Pará, Castanhal, 2000.] [35: CARDOSO, Ivonete Souza. Festividade de São Benedito em Ourém: Construindo sua identidade cultural. 2006. TCC (Graduação), Curso de História, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.] [36: CAVALCANTE, Joana da Conceição Silva. A Festa de São Tiago da Espada em Mazagão Velho. 1996. TCC (Graduação), Curso de História, Universidade Federal do Pará, Breves, 1996.] [37: GOÉS, Josimara Oliveira. O Sagrado e o Profano: Festividade de São Francisco de Assis. 2006. TCC (Graduação), Curso de História, Universidade Federal do Pará, Santarém, 2006. ] [38: GOULART, Maria das Neves Moraes. “Ele é o filho, ela é a mãe”: Os significados das festas do Menino Deus de Nossa Senhora de Nazaré para os moradores de Itapuá. 2006. TCC (Graduação), Curso de História, Universidade Federal do Pará, Castanhal, 2006.] [39: BATISTA, Maria Catarina Ferreira. Círio de Nossa Senhora da Conceição: Festa Religiosa e Profana. 2006. TCC (Graduação), Curso de História, Universidade Federal do Pará, Santarém, 2006.] [40: CORRÊA, Jaqueline de Oliveira. Vila de Americano: História e Memória – a dança da Farinha de Tapioca. 2005. TCC (Graduação), Curso de História, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.] [41: FRANKLIN, Jandira Moraes. Aparelhagem de Som Treme Terra Tupinambá: da Vitória ao Altar, uma trajetória de sucesso. 2006. TCC (Graduação), Curso de História, Universidade federal do Pará, Belém, 2006.] 
 Em relação às festividades na Amazônia Marajoara, tem-se 14 monografias. O Primeiro trabalho é a “ História do Círio de Nossa Senhora de Nazaré em Souré (1992)[footnoteRef:42]” de Elba Maria Raiol Carvalho; a segunda “ Festividade de São Sebastião: resistências populares na festa do Padroeiro de São Sebastião da Boa Vista (1998)[footnoteRef:43], de Lourdes Machado Martins; A terceira é “ Calendário das Festas religiosas no município de Soure entre 1949-1960 (2002)[footnoteRef:44], de Ely Carlos Silva Santos. A quarta, A festa de São Francisco de Paula em Muaná: um estudo do imaginário sobre o sagrado e o profano numa comunidade da ilha de Marajó (2005)[footnoteRef:45], de Antônia Edna Pimenta Santos; o Sexto trabalho, A festividade de São Pedro em Salvaterra: O naufrágio do “Milagre de Deus” (2006)[footnoteRef:46], Carla de Fatima Assis de Carvalho . O sétimo, Ciclos de Festa em Portel (2006)[footnoteRef:47], de Alice Terra Costa Palha; O oitavo, A festividade de Santo Antônio no Município de Chaves – Pará (2007)[footnoteRef:48], de Marinilma Loureiro Abdon; O nono, A festividade de São Benedito em Muaná (2007)[footnoteRef:49], de José Guilherme Cobel. A décima pesquisa, Os festivais do Camarão em Muaná (1981-2007) (2008)[footnoteRef:50], de Eunice Gomes Almeida. A décima primeira, O festival do Vaqueiro e do Pescador no município de Chaves-PA: Evolução e transformação de uma cultura popular (2008)[footnoteRef:51], de Cristiane do Socorro Espindola Amaral; A décima segunda, A festividade do Açaí de São Sebastião de Boa Vista: seus impactos sociais, culturais e econômicos (1982-2009) (2009)[footnoteRef:52], de Adriana Gomes Castilho. O décimo terceiro trabalho, O profano em um festejo católico: a festividade de São Benedito é a dança do Gambá (Gurupá-Pará) (2011)[footnoteRef:53], de Mancio de Assunção Serrão . Por fim, a décima quarta monografia, Folia e Foliões de São Benedito: Estudo de uma manifestação religiosa na cidade de Gurupá (2000-2005) (2015)[footnoteRef:54], de Benedita Medeiros de Lima. [42: CARVALHO, Elba Maria Raiol. A História do Círio de Nossa Senhora de Nazaré em Souré. 1992. TCC (Graduação), Curso de História, Universidade Federal do Pará, Soure, 1992.] [43: MARTINS, Lourdes Machado. Festividade de São Sebastião: resistências populares na festa do Padroeiro de São Sebastião da Boa Vista. 1998. TCC ( Graduação), Curso de História, Universidade Federal do Pará, Breves, 1998.] [44: SANTOS, Ely Carlos Silva. Calendários das festas religiosas no Município de Soure entre 1940-1960. 2022. TCC (Graduação), Curso de História , Universidade Federal do Pará, Soure, 2002.] [45: SANTOS, Antônia Edna Pimenta dos. A Festa de São Francisco de Paula em Muaná: um estudo do imaginário sobre o sagrado e o profano numa comunidade da ilha de Marajó. 2005. TCC ( Graduação), Curso de História, Universidade Federal do Pará, Belém, 2005.] [46: CARVALHO, Carla de Fátima Assis de. A Festividade de São Pedro em Salvaterra: O naufrágio do “Milagre de Deus. 2014. TCC (Graduação), Curso de História, Universidade Federal do Pará, Belém, 2014.] [47: PALHA, Alice Terra Costa. Ciclo de Festas em Portel. 2006. TCC (Graduação), Curso de História, Universidade Federal do Pará, Belém, 2006.] [48: ABDON, Marinilma Loureiro. A festividade de Santo Antônio no Município de Chaves-Pará. 2007. TCC (Graduação), Curso de História, Universidade Federal do Pará, Belém, 2007.] [49: COBEL, José Guilherme. A festividade de São Benedito em Muaná. 2007. TCC (Graduação), Curso de História, Universidade Federal do Pará, Belém, 2007.] [50: ALMEIDA, Eunice Gomes. Os festivais do Camarão em Muaná (1981-2007). 2008. TCC (Graduação), Cursode História, Universidade Federal do Pará, Tailândia, 2008.] [51: AMARAL, Cristiane do socorro Espíndola. O festival do Vaqueiro e do Pescador no município de Chaves-PA: Evolução e transformação de uma cultura popular. 2008. TCC (Graduação), Curso de História, Universidade Federal do Pará, Belém, 2008. ] [52: CASTILHO, Adriana Gomes. A festividade do Açaí de São Sebastião da Boa Vista: seus impactos socias, culturais e econômicos (1982-2009). 2009. TCC(Graduação), Curso de História, Universidade Federal do Pará, Belém, 2009.] [53: PACHECO, Mancio de Assunção Serrão. O profano em um festejo católico: a festividade de São Benedito e a dança do Gambá (Gurupá- Pará). 2011. TCC (Graduação), Curso de História, Universidade Federal do Pará, Belém, 2011.] [54: LIMA, Benedita Medeiros de. Folia e Foliões de São Benedito: Estudo de uma manifestação religiosa na cidade de Gurupá (2000 – 2005). 2015. TCC (Graduação), Curso de História, Universidade Federal do Pará, Castanhal, 2015.] 
 Diante do exposto, percebe-se que não há trabalho festivo que tenha a espacialidade o município de Santa Cruz do Arari. Portanto o presente projeto apresenta um critério de originalidade dessa forma, esse trabalho está enquadrado nas Temáticas de História local, cultural e oral, delimitado no espaço do arquipélago do Marajó. Tendo como objeto o festival do tamuatá, especificamente a história da origem da tradição e as suas peculiaridades, em uma temporalidade de 1991 até 2022. Diante de motivação sociais e interdisciplinares, a problemática do trabalho está centrada em duas questões: 1ª) Quais motivos levaram a população Arariense na criação do festival do Tamuatá?; 2ª) Quais as peculiaridades do festival do tamuatá e como o festejo contribuiu para a formação e construção de uma identidade local? 
Justificativa
 Atualmente, historiadores, professores e pesquisadores de ensino têm defendido uma nova abordagem da história, que vem ao contraponto do fazer historiográfico dito " tradicional". As novas demandas de produção histórica dão a história, um papel de orientar os sujeitos a pensarem "historicamente", gerando uma " consciência Histórica", objetivando dessa maneira, a compreensão das situações do cotidiano. O resultado dessa mudança de estrutura, passou-se a valorizar novos sujeitos, espaços e novas temporalidades. 
 Com bases em tais premissas, pretende-se nessa pesquisa re(construir) uma nova história, haja vista que é necessário apontar que os caminhos percorrido pela produção historiográfica no Brasil, só teve destaque durante muito tempo, somente aspectos de uma pretensa relevância nacional e geralmente são associados aos fatores econômicos, onde normalmente, foca em regiões cuja a produção destaca-se nacional e internacional, como por exemplos, O Nordeste açucareiro, do período colonial, O sudeste cafeeiro industrial dos pós-independência e parte da chamada " Velhas e nova República". Este projeto aspira trazer à tona a história das margens em que se encontra a Amazônia Marajoara. 
 Apesar de uma gama de obras sobre o arquipélago de Marajó, algumas apontam paradigmas e visões associados ao território, tal como foi feito por Agenor Sarraf, sobre a Uniformidade da Região. Além disso, a região não tem sido foco de análise e produção historiográfica Nacional. A proposta dessa pesquisa consiste, em ir muito além de contribuir com outras visões e concepções sobre Amazônia Marajoara, pretendemos uma ampliação acerca da História local e Regional nessa Amazônia, sem se fechar no próprio círculo, no próprio umbigo nem se expandir em "fuga" para o exterior, pois além de ser uma história duplamente marginalizada, considerando-se que a região não tem sido interesse de pesquisas e produções historiográfica, isto é, já é a margem da história tradicionalmente nacional, e ainda, por tratar de Santa Cruz do Arari, ou seja a margem da margem Amazônica, por ser um pequeno município do interior do Pará, cujo os centros de produção e destaque no panorama estadual, tem sido ordinariamente a capital, Belém, com suas relações socioeconômicas, políticas, culturais entravado nesse espaço. Diante disso, buscamos emergir trazendo um novo espaço, uma nova visão, um outro contexto como alvo de ação e produção cultural, social e política. 
Hoje em dia, já há um considerável número de obras que tratam do arquipélago do Marajó (CRUZ, 1987[footnoteRef:55]; NETO,1993[footnoteRef:56]; LUXARDO, 1977[footnoteRef:57]; GALLO, 1981; SHAAN, 2009,2010; ALMEIDA & SPRANDEL, 2006; BOULHOSA, 2007[footnoteRef:58]; EGITO, 2015[footnoteRef:59]).O Museu paraense Emílio Goeldi, em meados do século XIX, foi o pioneiro nas pesquisas científicas sobre o território, primeiro com o Naturalista e Fundador do Museu, Domingos Soares Ferreira Penna, com suas obras: Ilha do Marajó (1876) e Índios de Marajó (1885), e posteriormente com o zoólogo suíço Emílio Goeldi, que promoveu significativas mudanças nas publicações de trabalhos enquanto dirigiu o museu, que mais tarde recebeu seu nome. A partir da década 50, algumas publicações sobre o território do Marajó ganharam notoriedade, cabe mencionar: " Amazon Town" (1953)[footnoteRef:60], do antropólogo Charles Wagley, que foi publicada em português, no ano de 1957, pela companhia editora nacional"; e " Santos e Visagens"(1955)[footnoteRef:61], do Eduardo Galvão publicada também pela editora Nacional, a partir de sua tese de doutorado, defendida em 1952, como " The religion of an Amazonian Community. [55: CRUZ, Miguel Evangelista Miranda. Marajó: essa imensidão de ilha. São Paulo: M.E.M, 1987.] [56: NETO, M. Marajó: desafio da Amazônia- aspectos da reação a modelos exógenos de desenvolvimento .2ª Edição. Belém: Cejup, 1993.] [57: LUXARDO, Líbero. Marajó: terra anfíbia. Belém: Grafisa, 1977. ] [58: BOULHOSA, M. S. (2007). Entre a sela e o santo: um estudo sobre a identidade do vaqueiro marajoara. Dissertação de mestrado. Belém, PA: Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais. UFPA.] [59: EGITO, Adriano Vieira. PALAFITAS, PARENTESCO E ORGANIZAÇÃO SOCIAL NA VIDA COTIDIANA DOS MORADORES DE JENIPAPO. UFAL, 2015.] [60: WAGLEY, Charles. Amazon Town: a study of Man in the Tropics. New York: Macmillian, 1953.] [61: GALVÃO, Eduardo. Santos e Visagens. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1955.] 
 Outra obra da mesma época, de extrema importância para esta pesquisa, foi publicada no ano de 1956, no Rio de Janeiro, pelo Ministério da Agricultura em cooperação com a Divisão Nacional de Pesca, com o título " A ilha de Marajó: Estudo socioeconômico'', autoria de Manuel Nunes Pereira[footnoteRef:62]. Essa é uma síntese da história sobre a economia e a sociedade do arquipélago, a obra divide-se em dez capítulos, inicia-se pela conquista e exploração da Amazônia, descreve a paisagem, os aspectos físicos da região, terminando por fim no problemas econômico na região, a respeito da crise nos seringais; interessante sobre este livro é como o autor, que é filho da região, conseguiu utilizar suas vivências da terra, com uma sucessão de estudos sobre tudo o que se tinha publicado na época, valendo-se de autores renomados, como Alexandres Rodrigues Ferreira, Ferreira Pena, Frederico Hartt, Orville derby, Arthur Cezar Ferreira Reis entres outros. A utilização dessa publicação para servir de escopo ao nosso trabalho, parte da análise de que a obra merece nossa atenção, por que através desta, conseguimos entender que o Lago Arari e o Rio Arari, era uma área rodeadas de fazendas e centro de pesca importante, nos séculos XVII e XVIII, e posteriormente essa área será o Município de nossa análise, que conservou em parte a divisão de terras e aspectos econômicos do passado. [62: PEREIRA, Manuel Nunes. A ilha de Marajó: Estudo Socioeconômico. Ministério da Agricultura, Rio de Janeiro, 1956.
] 
 A respeito do caso Arariense, dispomos da Obra " Marajó: a ditadura das águas, publicada em 1981, pelo Padre italiano e jesuíta Giovanni Gallo, que passou a residir na Vilade Jenipapo, município de Santa Cruz do Arari, no ano de 1973, a obra narra as experiências vividas no local durante 6 anos, e as compreensões sobre como a força desempenhada pela água na vida marajoara, dita os modos de vida marajoara e como seus habitantes interagiram neste contexto. Dispomos também dos Estudos de Alfredo Wagner Berno Almeida em conjunto com Márcia Anita Sprandel, com o título Palafitas do Jenipapo na Ilha de Marajó: a construção da terra, o uso das Águas e o conflito (2008)[footnoteRef:63], que é um estudo etnográfico entre os pequenos criadores e pescadores sobre a formação do povoado do Jenipapo; e a Dissertação " Narrativas Orais: Cultura e identidade em Santa Cruz do Arari (2012)[footnoteRef:64], de Rosa Maria Ramos Bentes, que analisa as narrativas orais transmitidas oralmente pelo caboclo, como fonte de transmissão de conhecimento produzido pelo homem e sua relação com o meio ambiente. [63: ALMEIDA, Alfredo Wagner Berno, Sprandel, Marcia Anita. Palafitas do Jenipapo na Ilha de Marajó: a construção da terra, o uso das águas e o conflito. Novos Cadernos NAEA, 2006.] [64: BENTES, Rosa Maria Ramos. Narrativas orais: cultura e identidade em Santa Cruz do Arari. 2012. 82 f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Pará, Instituto de Letras e Comunicação, Belém, 2012. Programa de Pós-Graduação em Letras.] 
 Diante do que foi exposto, a história local do Marajó precisa de uma atenção especial, pois a diversidade de povos que habitavam e habitam a região a transformam em um excelente material de fontes para todos aqueles que possam se debruçar sobre a cultura, política e história social. Portanto, ampliação de estudos na área deve ser um compromisso de todos aqueles que exercem o ofício de Historiador. Esse desenvolvimento de pesquisa é um esforço também da Universidade Federal do Pará, através da Faculdade e do Programa de Pós-Graduação em História, que tem como finalidade fomentar estudos acerca dos poderes locais e políticas dos governos na Amazônia. 
 O tema que apresento está inserido na História local e Regional, com abordagem qualitativa, nossa proposta se tornará inédita, se considerarmos o foco de nossa análise, a pequena Santa Cruz do Arari. Com contribuição social, espero que este trabalho possa contribuir para ampliação no conhecimento sobre a história da localidade e quem sabe, se utilizada como material de ensino para pesquisadores e professores locais. Tencionamos uma nova abordagem ao período estudado, dando ênfase às festas e festejos , especialmente ao festival do Tamuata em homenagem ao pescador da região.
Objetivos
Geral 
a) Analisar os motivos que levam a criação do festival do tamuatá no município de Santa Cruz do Arari 
Específicos 
a) Discutir a acerca do processo das festividades na Amazônia Marajoara ao longo do tempo. 
b) Interpretar nas fontes selecionados as relações sociais e culturais que estabelecem na festividade do tamuatá que contribui para a construção de uma identidade local.
c) Refletir sobre a articulação entre a história nacional e local Arariense como forma de inserção da população Marajoara como agentes participativos da história.
Quadro Teórico .
Para o desenvolvimento na maneira de compreensão dos fenômenos a ser examinados nesta pesquisa, usamos a abordagem teórica da história local, que inicia no Ocidente, com a história da família, do feudo, passando para as províncias, paróquias, condados, história municipal e genealógica. Enquanto gênero historiográfico e produção historiográfica, é devedora da historiografia Francesa, dos Annalles e das correntes históricas do século XX. Atualmente é possível encontrar monografias, livros, artigos, sobre praticamente todos os lugares da Europa, da América e do Brasil. 
 Entre as primeiras publicações sobre a história Regional, na historiografia Francesa, foi a publicação de Goubert sobre Beauvais et le Beauvaisis, onde procede de um estudo voltado para as tendências populacionais num certo número de Vilas da região Beauvais (Peter Burke, p. 17)[footnoteRef:65]. O interessante do Autor é o conceito clássico sobre o que seria História Local: [65: PETER, Burke. A Revolução Francesa da Historiografia: A Escola dos Annales (1929-1989). 2ª Edição. São Paulo: Editora UNESP, 1992] 
denominamos uma história local aquela que diga respeito a uma ou poucas aldeias , a uma cidade Pequena ou média( um grande porto ou uma capital estão além do âmbito local), ou uma área geográfica que não seja maior do que a unidade provincial comum( como um country inglês, um contado italiano, uma lond alemã, uma bailiwick ou pays Francês). (1992, p.70).
 
 Ao se trabalhar com a história Regional ou Local, é interessante a fronteira interdisciplinar muito próximo com a geografia. Essa interdisciplinaridade é estabelecida entre outros aspectos, por meio de conceitos como “Região”, “Espaço”, “Território”, que o historiador começa a se apropriar. Um exemplo dessa articulação, é a obra “ O Mediterrâneo e o mundo contemporâneo na época da Felipe II “, de autoria do historiador Fernando Braudel, publicado na França em 1949, que aborda a civilizações como um geógrafo, ou como nas palavras de Burke (1992, p. 61), um geo-historiador, interessado em áreas culturais, nas quais a troca de bens ocorre, ou deixa de ocorrer.
 No que concerne ao Brasil, os estudos regionais e locais, se proliferaram, a partir das décadas de 1970 e 1980. As maiores expressões de destaque no período ocorreram no Campo da História Agrária e Política, essas pesquisas continham os pressupostos de metodologia empírica, ancorada sobre as inúmeras fontes seriadas, o qual só é possível de ser realizado através de um recorte espacial regional bem específico.
 Outra abordagem teórica a ser utilizado na pesquisa é a História Oral, que diz respeito sobretudo à uma metodologia de pesquisa, que se baseia em fontes orais, provenientes da narrativa da palavra, comumente utilizada pelos historiadores para as realidades históricas não contempladas por outros documentos. A autora Lucília de Almeida Neves Delgado (2006) , conceitua essa vertente historiográfica, como um procedimento metodológico, que busca pela construção das fontes, registrar através de narrativas induzidas e estimuladas, os testemunhos, versões e interpretações sobre a História e suas múltiplas dimensões: factuais, temporais, espaciais e consensuais. 
O trabalho com a história oral, divide as “Fontes Orais" em: Histórias de Vida, ou Relatos de vidas, e depoimentos orais. A história de vida ou relatos, compreendem os vários tipos de relatos dos sujeitos históricos, sobre a sua própria existência, onde se pode ter conhecimento sobre as relações de sociabilidades com seu grupo de pertencimento, sua profissão, sua classe, no meio social que vivem, instituindo-se como memórias importantes sobre o passado. Os depoimentos orais, por sua vez, compreendem os relatos para a obtenção de dados de informações factuais, os testemunhos de uma entrevista sobre dada situação vivida pelo indivíduo.
Refletindo sobre o vínculo entre fontes orais e o ensino da história, em um dos seus capítulos, o livro Ensinar História (2004) , das autoras Maria auxiliadora Schmidt, e Marlene Caineli, servindo como manual de orientação para a prática docente, Pontua que o Ensino de História ao transpor ou recriar os métodos da história oral, deve fazer projetos como:
[...] autobiografia orais; entrevista com pessoas da comunidade; história oral da localidade; livro de recordações; investigação da origem de nomes dos espaços locais; história oral da escola, história oral de pessoas idosas da localidade; história oral de pessoas idosas com base em uma temática; história de pessoas idosas, com o objetivo de recuperar a cronologia de fatos da localidade [...] ( Schmidt e Cainelli, 2004, p. 128)
A História Oral teve sua introdução no Brasil em 1970 a partir da criação do Programa de História Oral do Centro de Pesquisa e Documentação da História Contemporâneado Brasil, da Fundação Getúlio Vargas. Contudo, tal ferramenta metodológica teve sua expansão somente na década de 1990 com o crescimento de programas de pós-graduação na área. Além disso, em 1994, foi criada a Associação Brasileira de História Oral durante o II Encontro Nacional de História Oral. Tal instituição é composta por membros de todo o país e trabalham com a publicação de boletins e revistas. 
Assim sendo, o trabalho da História Oral consiste na pesquisa dada mediante ao uso de fontes orais dadas concedidas por meio de entrevistas que podem ser reproduzidas por gravações ou de formas textuais a fim de estabelecer uma compreensão de determinado fato histórico a partir do relato de uma pessoa a qual vivenciou algum acontecimento. Nesse contexto, a História Oral se torna um dos principais meios de pesquisas de historiadores do tempo presente, pois só pode ser trabalhada em temas recentes e, “portanto, se mostra alternativa coerente com o tempo do vivido, privilegiado pelos aparelhos dispostos pela tecnologia moderna para capturas documentais”.
Ao escrever um “Manual de História Oral’’ (2005), Verena Alberti apresenta para a segunda parte do desenvolvimento da metodologia em questão a entrevista em si e aponta para aspectos como o roteiro para o entrevistador, preparação para a entrevista, local, duração e condução da atividade. Já a parte final se caracteriza pelo trabalho de acervo dos dados, constituindo o desenvolvimento de transcrições e base de dados e, por conseguinte, a materialização do trabalho escrito.
Metodologia e Fontes 
O empreendimento para a realização deste projeto foi de suma importância recorrer às fontes documentais, pois segundo o famoso dito de Seignobos " Sem documentos não há história" (1901). Para tanto, entendemos como fonte, uma variedade de registros produzidos pelos seres humanos, desde os restos arqueológicos, monumentos, documentos escritos e tradições orais. O século XIX, com uma grande concentração na história dos eventos políticos, articulou uma concepção de os documentos dito oficiais eram mais importantes, essa concepção muda, e o conceito de documento foi ampliado ao longo do século XX, sob Viés da história Nova, fruto da Escola dos Annales: 
(...) a história nova ampliou o campo do documento Histórico; ela substitui a história de langlois e Seignobos, fundada essencialmente nos textos, no documento escrito, por uma história baseada numa multiplicidade de documentos figurados, produtos de escavações arqueológicas, documentos orais, etc. (Le Goff, 1998, p.28). [footnoteRef:66] [66: LE GOFF, J. História e Memória. São Paulo: Ed. Unicamp, 1996] 
O uso de variadas fontes documentais é uma premissa da Escola dos Annales, especialmente da História local/regional, visto que o historiador ao trabalhar com esta abordagem, pode adotar não apenas uma única metodologia, mas tomam-se de várias possibilidades de modelos e métodos, como utilizar a oralidade, a micro história, geo-história. Portanto, metodologicamente, essa maneira de abordar a história e de fazer história inclui em suas investigações variadas, o que enriquece as análises e ao mesmo tempo desafia o pesquisador, a lidar com a diversidade de documentos históricos. 
 Consequentemente, como frente de nossa pesquisa, realizamos uma análise bibliográfica sobre trabalhos sobre festas no Brasil e na Amazônia. Colhemos documentos como fotografias, jornais como O marajoara (2013); O coruja (2001); ilha de Marajó (2011);
,sites, flyes, convites pata a construção de um narrativa sobre o festival do tamuatá . Utilizamos a história oral para coleta de narrativas e a história cultural como forma de análise teórica, especialmente no que tange as representações do imaginário proposto por Chartier(1990), e os métodos utilizados por Hobsbawm em a Invenção das Tradições(1997).
Algumas sugestões de fontes, seria a utilização da história oral, com realização de pesquisas completas com os anciãos da localidade, a maioria dessas narrativas trazem relatos da vida cotidiana, o que seria interessante para perceber as mudanças e rupturas do passado local. Outra forma seria, utilizar questionários para professores de história da localidade e a analisar sobre o que eles ensinam sobre a História do município. 
Com o propósito de contribuir para a produção de conhecimento, este trabalho tem como finalidade uma pesquisa aplicada, uma vez que utilizará conhecimentos pré-existentes para resolver a problemática. Para um melhor tratamento de objetivos, a pesquisa classifica-se como exploratória e descritiva, uma vez que a pesquisa, fez uso de materiais já elaborados: livros, artigos, revistas, documentos entre outros na busca de aprendizagem de outros autores. 
Fontes 
Fontes primárias
Jornais
· Ilha de Marajó (2001)
· O coruja (2002)
· Marajoara (2013)
Flyer 
· flyer: 21º Festival do Tamuatá. Santa Cruz do Arari, 2015. Prefeitura Municipal de Santa Cruz do Arari
· flyer. 20º Festival do Tamuatá. Santa Cruz do Arari. 2014. Biblioteca pública Municipal
Convite: 
· Convite do 17º festival do tamuatá. Biblioteca pública Municipal Gessy da Silva Beltrão Pamplona, Santa Cruz do Arari, Jan. de 2011
Fotografias 
· Fotografia mostrando o ginásio poliesportivo pintado para o 18º festival do tamuatá. Arquivo da Biblioteca pública Municipal Gessy da Silva Beltrão Pamplona. Santa Cruz do Arari, 24 de julho de 2012.
· Fotografia acervo Eunice Santos de julho de 2022.
· Uma fotografia publicada na página GRUPO PARAFOLCLÓRICO FRUTOS DO PARÁ, no Facebook. Festival de 1996. Belém, 28 de jun. de 2022.
Sites 
· https://www.amammarajo.org/municipios/santa_cruz_arari/noticia_detalhes.asp?codigo=366
· https://afua.pa.gov.br/festividade-de-nossa-senhora-da-conceicao-mensagem-de-paz-e-esperanca-a-todos-os-afuaenses/ 
· https://santacruzdoarari.pa.gov.br/alo-marajo-confirmadissimo-o-25-festival-do-tamuata-em-santa-cruz-do-arari-de-29-a-31-de-julho/ 
· https://conexaoarari.com.br/index.php/2022/10/26/12o-festival-do-vaqueiro-em-santa-cruz-do-arari/ 
· https://www.facebook.com/102964231763054/posts/pfbid02qyMuJvDgWVMMkf348ZXNPmB89aUUYLUYFzNi3XCYBoSsutSHmpcexd58VQKwavXNl/?mibextid=Nif5oz 
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Cronograma 
	ETAPAS 
	Setembro 
	Outubro 
	Novembro 
	Dezembro
	Janeiro 
	Fevereiro 
	Levantamento bibliográfico
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	Objeto de pesquisa
	
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	Coleta de Fontes
	
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	Análise de fontes
	
	
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	Delimitação Temática
	
	
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	Justificativa
	
	
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	Aporte teórico
	
	
	
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	Redação do trabalho
	
	
	
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	Cronograma
	
	
	
	
	
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	Revisão/ redação final/ entrega/
Defesa
	
	
	
	
	
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