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IFRO 
Assistente de Alunos 
 
 
 
Adolescência: caracterização da adolescência; aspectos físicos e psicossociais. Noções das 
características de desenvolvimento psicossocial do adolescente. Qualidade de Vida do 
Adolescente: saúde, esporte e lazer ......................................................................................... 1 
Sexualidade: conceitos básicos; educação sexual na escola; prevenção de problemas .... 25 
Drogadição: conceitos legais; drogas lícitas e ilícitas; percepção sobre o usuário; 
conhecimento básico sobre diagnóstico e prevenção ao uso de drogas ................................. 42 
Disciplina escolar: agressividade, limites e violência; autonomia e obediência .................. 69 
Trabalho em equipe: níveis de interação ........................................................................... 81 
Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei nº 8.069/1990 e posteriores .......................... 90 
Noções sobre educação de jovens e adultos ................................................................... 146 
Noções de Administração: conceitos básicos, organogramas e fluxogramas ................... 158 
Noções de relações humanas e relações públicas; comportamento grupal e liderança e 
equipe multiprofissional ........................................................................................................ 183 
Noções sobre a acessibilidade e normas gerais e critérios básicos para a promoção da 
acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida – Lei nº 
10.098/2000 e posteriores .................................................................................................... 183 
Regulamentação das Leis n os 10.048/2000 e 10.098/2000 – Decreto nº 5.296/2004 e 
posteriores ........................................................................................................................... 190 
Política Nacional para integração da Pessoa Portadora de Deficiência – Decreto nº 
3.298/1999, e a Lei nº 7.853/1989 ........................................................................................ 211 
Diversidade cultural, gênero, preconceito, uso de drogas, violência e mídia nas relações 
escolares .............................................................................................................................. 229 
Noções de Segurança do Trabalho, Ergonomia e Primeiros Socorros no Ambiente Escolar.
 ..................................................................................................................................... 261 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1698595 E-book gerado especialmente para SILVIOCREI BRITO AMORIM
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Olá Concurseiro, tudo bem? 
 
Sabemos que estudar para concurso público não é tarefa fácil, mas acreditamos na sua 
dedicação e por isso elaboramos nossa apostila com todo cuidado e nos exatos termos do 
edital, para que você não estude assuntos desnecessários e nem perca tempo buscando 
conteúdos faltantes. Somando sua dedicação aos nossos cuidados, esperamos que você 
tenha uma ótima experiência de estudo e que consiga a tão almejada aprovação. 
 
Pensando em auxiliar seus estudos e aprimorar nosso material, disponibilizamos o e-mail 
professores@maxieduca.com.br para que possa mandar suas dúvidas, sugestões ou 
questionamentos sobre o conteúdo da apostila. Todos e-mails que chegam até nós, passam 
por uma triagem e são direcionados aos tutores da matéria em questão. Para o maior 
aproveitamento do Sistema de Atendimento ao Concurseiro (SAC) liste os seguintes itens: 
 
01. Apostila (concurso e cargo); 
02. Disciplina (matéria); 
03. Número da página onde se encontra a dúvida; e 
04. Qual a dúvida. 
 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhar em e-mails separados, 
pois facilita e agiliza o processo de envio para o tutor responsável, lembrando que teremos até 
cinco dias úteis para respondê-lo (a). 
 
Não esqueça de mandar um feedback e nos contar quando for aprovado! 
 
Bons estudos e conte sempre conosco! 
1698595 E-book gerado especialmente para SILVIOCREI BRITO AMORIM
 
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CONCEITO DE ADOLESCÊNCIA 
 
Se buscarmos a definição de adolescência, vamos descobrir que a origem da palavra vem do latim 
“adolescentia”, que significa período da vida humana entre a infância e a fase adulta. Vamos encontrar 
ainda quem defina adolescência como uma fase natural da vida marcada pelas transformações biológicas 
e comportamentais. Alguns pesquisadores vão entender e descrever a adolescência como um processo 
de construção social e histórico como sugerido no artigo “Adolescência como uma construção social - 
Ana Bock”. 
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define adolescência como sendo o período da vida que 
começa aos 10 anos e termina aos 19 anos completos. Para a OMS, a adolescência é dividida em 
três fases: 
 
- Pré-adolescência - dos 10 aos 14 anos; 
- Adolescência - dos 15 aos 19 anos completos; 
- Juventude - dos 15 aos 24 anos. 
 
No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)considera a adolescência, a faixa etária 
dos 12 até os 18 anos de idade completos, sendo referência, desde 1990, para criação de leis e 
programas que asseguram os direitos desta população. 
Como vimos, são muitas as definições que tentam explicar a adolescência. Algumas definições utilizam 
conceitos (embasados em estudos da psicologia, da educação, da filosofia, da medicina etc.), outras 
definições utilizam recortes etários como é o caso da OMS. É importante saber que os conceitos existem 
e atendem a objetivos específicos de programas, pesquisas e políticas públicas. Entretanto não podemos 
reduzir esse período do desenvolvimento humano aos conceitos que os caracterizam, exatamente porque 
estamos falando de seres humanos, não é mesmo? 
O que sabemos atualmente, é que a adolescência é o resultado de uma construção social, significada 
historicamente, que hoje se caracteriza, por exemplo, pela ampliação da tutela dos(as) filhos(as) em suas 
famílias. Ou seja, observando o contexto social, econômico e cultural do momento que vivemos hoje, 
os/as adolescentes, em geral, precisam de um período maior de estudos e de capacitação profissional 
para entrada no mercado de trabalho, o que exige deles e delas um tempo maior de dependência das 
famílias. Não podemos negar também que este período é marcado pelas transformações biológicas e 
comportamentais. E são essas mudanças que, muitas vezes, determinam a maneira como a sociedade 
olha para os(as) adolescentes e cria formas de agir com eles e elas, como por exemplo: a proibição do 
trabalho antes dos 16 anos, a tutela dos pais até os 18 anos, todo adolescente é “aborrescente” e tantas 
outras formas que acabam caracterizando, ou melhor, rotulando esse período da vida. 
Esta discussão, sobre a construção histórica do conceito de adolescência, é importante porque 
possibilita a mudança de olhar para a própria adolescência e para o/a adolescente. É importante 
desconstruir a visão de adolescência como uma fase de crise e olhar criticamente para o perfil rotulado 
do adolescente visto como “aborrescente”, intolerante, irresponsável, rebelde etc. 
 
Características Psicológicas da Adolescência 
 
No Aspecto Psicológico 
- O adolescente nesta etapa vive no seu mundo interior, para conhecer a própria personalidade, as 
suas ideias e ideais, compara-se com o mundo dos outros. 
- Dá impressão de apatia devido à preocupação repousada e reflexiva pelos próprios estados anímicos. 
- Esta interiorização abarca também as esferas intelectuais, filosóficas e estéticas, enchendo a sua 
vida com estas teorias. 
- As características mais próprias deste período, são: 
a) Crescente consciência e conhecimento do “eu”. 
b) Nascimento da independência. 
c) Adaptação progressiva aos núcleos sociais da família, escola e comunidade em geral. 
 
Adolescência: caracterizaçãoda adolescência; aspectos físicos e psicossociais. 
Noções das características de desenvolvimento psicossocial do adolescente. 
Qualidade de Vida do Adolescente: saúde, esporte e lazer 
1698595 E-book gerado especialmente para SILVIOCREI BRITO AMORIM
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- O espírito de independência cresce rapidamente, mas é imaturo ainda e manifesta-se com brusquidão 
e agressividade. 
- Independência e liberdade são a sua constante exigência. 
- Opõe-se, portanto, a que o tenham sujeito ou lhe perguntem sobre os seus assuntos, projetos, amigos 
com quem anda, ou a que se imiscuam na sua vida privada. 
- É capaz de albergar sentimentos de rancor, vingança e violência, embora de modo esporádico e 
sejam pouco duradoiros. 
- Manifesta uma grande preocupação por pormenores e gestos que observa na pessoa a quem imita 
e idealiza. 
- Interessa-lhe e procura conhecer a própria personalidade, mas é mais observador em relação à dos 
outros, tanto dentro como fora do núcleo familiar. 
- Aos 16 anos, o adolescente é já um pré-adulto, possui uma mente mais segura, porque está melhor 
ordenada e controlada. 
- Manifesta uma maior confiança em si mesmo e uma autonomia mais arraigada. 
- Em geral, domina perfeitamente as próprias emoções, possuindo um maior equilíbrio. 
- Valoriza mais os motivos pessoais dos outros, sejam colegas ou adultos, e pensa mais neles, pois 
apercebe-se de que o segredo da sua própria felicidade se encontra relacionada com a vida dos outros. 
- Sente-se mais livre e independente do que aos 15 anos, por isso já não o preocupa tanto esta 
exigência. 
 
Conduta Social em Relação com a Vida Escolar 
- Aos 15 anos, em geral, manifestam uma atitude hostil para com a escola, vão contra as exigências e 
normas rígidas. 
- Revoltam-se às vezes contra a autoridade, em geral, não individualmente, mas em grupo. 
- Entre os 15 e os 16 anos, começam-se a interessar novamente pelo estudo sempre que for 
interessante e vital para a sua experiência o conteúdo instrutivo, como por exemplo a Religião, as Ciências 
Sociais, etc. 
- Integram-se na comunidade escolar, participando nas atividades que a escola oferece. 
- Às vezes a vida escolar converte-se em válvula de escape, em meio para afrouxar as ataduras 
familiares. 
- No âmbito escolar, põem-se de manifesto certas diferenças individuais, acadêmicas e sociais, 
relacionadas com a capacidade de liderança, o talento e as atitudes intelectuais. 
 
Atitudes das pessoas Implicadas na sua Educação 
- É necessária uma atitude de abertura e de conhecimento das fases desta idade, para evitar atitudes 
inadequadas para com os filhos, o endurecimento da autoridade e o não reconhecer ao adolescente 
qualquer tipo do direito. Isto, unido à conduta do próprio adolescente, provoca choques violentos. 
- Deve-se aceitar a emancipação progressiva dos filhos, e incluso favorecê-la, para os ajudar a serem 
livres e a manifestarem-se como tais. 
- A existência da crise tem a sua origem num problema afetivo, por isso temos de favorecer no 
adolescente a criação de vínculos familiares, ambientais, … (amor à Pátria por exemplo …). 
- Devem sentir-se realizados numa atividade ou numa coisa, aspirando sempre a algo, isto é, devem 
ter um ideal, fé. Também é importante o relacionarem-se com a família, o grupo, etc.… 
- Convém saber que estas crises passam com o tempo e que tudo volta a normalizar-se, o que não 
significa que se deixe de atuar e não se procure orientar positivamente o desenvolvimento dessas crises 
de modo a que não deixem conflitos na personalidade do jovem. 
- É muito inseguro, procura a orientação e o conselho de pessoas alheias à sua vida familiar; assim, 
os educadores encontram um campo propício para uma ação de formação mais profunda. 
- Precisam de uma mão compreensiva para os ajudar no esforço de esclarecer e definir os seus 
pensamentos e estados anímicos, coisa que é difícil para ele e o faz cair em estados depressivos. 
- Às vezes convém tratá-lo com a mesma frieza ou indiferença com que se comporta, para que repare 
na sua própria atitude. 
- As formas mais extremas de desafio exigem um guia habilidoso, bem como prudência nas medidas 
de controle mais estritas que se pretendam utilizar. 
- Temos de passar a ser “observadores participantes” na vida dos adolescentes. 
- Devemos ajudá-los a encontrar a forma de se expressarem nas diversas atividades, e procurar que 
o ensino seja estimulante e interessante, senão podem cair no desleixo e na apatia perante o estudo. 
- Recordando as tensões e inquietações da nossa própria adolescência, estaremos em condições de 
ajudar os jovens e de sermos mais compreensivos para com eles. 
1698595 E-book gerado especialmente para SILVIOCREI BRITO AMORIM
 
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- Devemos inculcar-lhes o respeito pelos pontos de vista alheios e o sentido da realidade. 
 
Como lidar com o Adolescente1 
 
A adolescência é uma fase cheia de questionamentos e instabilidade, que se caracteriza por uma 
intensa busca de “si mesmo” e da própria identidade, os padrões estabelecidos são questionados, bem 
como criticadas todas as escolhas de vida feita pelos pais, buscando assim a liberdade e autoafirmação. 
Os teóricos da adolescência há muito têm concordado que a transição da segunda infância para a 
idade adulta é acompanhada pelo desenvolvimento de uma nova qualidade de mente, caracterizada pela 
forma de pensar sistemática, lógica e hipotética. 
 
Estágio Operacional Formal Piagetiano 
 
Esse estágio constitui o ápice do desenvolvimento intelectual, Piaget afirmava que as mudanças na 
maneira como os adolescentes pensam sobre si mesmos, sobre seus relacionamentos pessoais e sobre 
a natureza da sua sociedade têm como fonte comum o desenvolvimento de uma nova estrutura lógica 
que ele chamava de operações formais. 
O pensamento operatório formal é o tipo de pensamento necessário para qualquer pessoa que tenha 
de resolver problemas sistematicamente. 
O adolescente constrói teorias e reflete sobre seu pensamento, o pensamento formal, que constitui 
uma reflexão da inteligência sobre si mesma, um sistema operatório de segunda potência, que opera com 
proposições. 
Segundo Piaget uma das consequências de se adquirir pensamento operatório formal é a capacidade 
de construir provas lógicas em que a conclusão segue a necessidade lógica. Essa habilidade constitui o 
raciocínio dedutivo. 
O pensamento do adolescente se difere do pensamento da criança, ou seja, a criança consegue chegar 
a utilizar as operações concretas de classes, relações e números, mas não as utiliza num sistema fundido 
único e total que é caracterizado pela lógica do adolescente. O pensamento liberta-se da experiência 
direta e as estruturas cognitivas da criança adquirem maturidade. Isso significa que a qualidade potencial 
do seu pensamento ou raciocínio atinge o máximo quando as operações formais se encontram 
plenamente desenvolvidas. 
A criança não ultrapassa a lógica elementar de agrupamentos ou grupos numéricos aditivos ou 
multiplicativos, apresentando deste modo, uma forma elementar de reversibilidade. O adolescente 
apresenta a lógica das proposições relacionando-a a estrutura de classes e das relações. O pensamento 
formal encontrado nos adolescentes é explicado pelo fato de se poderem estabelecer as coordenações 
entre os objetos que também se originam de determinadas etapas da maturação deste sujeito. 
No entanto, esta constituição da estrutura, não apenas tem ligação com o aparato maturacional do 
sujeito, mas também com o meio social no qual este está inserido. Para que o meio social atue sobre os 
indivíduos é necessário que estes estejam em condições de assimilar as contribuições desse meio, 
havendo a necessidade de uma maturação suficiente da capacidade cerebral deste indivíduo. Estes 
fatores estão relacionados dinamicamente. 
Se o adolescente constrói teorias é porque de um lado, tornou-se capaz dereflexão e, de outro, porque 
sua reflexão lhe permite fugir do concreto atual na direção do possível e do abstrato. A lógica não é algo 
"estranho” a vida do sujeito, é justamente a expressão das coordenações operatórias necessárias para 
atingir determinada ação. 
O pensamento do adolescente tem a necessidade de construir novas teorias sobre as concepções já 
dadas, no meio social, tentando chegar a uma concepção das coisas que lhe seja própria e que lhe traga 
mais sucesso que seus antecessores. 
São característicos do processo de pensamento, os patamares de desenvolvimento, que leva o nível 
mais elementar de egocentrismo à descentração, subordinando o conhecimento sempre a uma constante 
revisão das perspectivas. 
O adolescente exercita ideias no campo do possível e formula hipóteses, tem o poder de construir à 
sua vontade reflexões e teorias, com estas capacidades, o adolescente começa a definir conceitos e 
valores. Neste sentido, caracteriza-se a adolescência por um egocentrismo cognitivo, pois o adolescente 
acredita que é capaz de resolver todos os problemas que aparecem, considerando as suas próprias 
concepções como as mais corretas (crença na onipotência da reflexão). 
 
1 MELO Maria Aparecida Silva. Como lidar com o Adolescente, 2009. 
1698595 E-book gerado especialmente para SILVIOCREI BRITO AMORIM
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A propriedade geral mais importante do pensamento operacional formal, a partir da qual Piaget deriva 
todas as demais, refere-se à distinção entre o real e o possível. Ao contrário da criança que se encontra 
num período operacional concreto, o adolescente, ao começar a examinar um problema com que se 
defronta, tenta imaginar todas as relações possíveis que seriam válidas no caso dos dados em questão; 
e seguir, através de uma combinação de procedimentos de experimentação e de análise lógica, tentando 
verificar quais destas relações possíveis são realmente verdadeiras. 
Uma estratégia cognitiva que tenta determinar a realidade no contexto das possibilidades tem um 
caráter fundamentalmente hipotético-dedutivo. O adolescente ingressa corajosamente no reino hipotético. 
O pensamento formal é um pensamento proposicional, as mais importantes entidades que o 
adolescente manipula, ao raciocinar deixaram de ser os dados rudimentares da realidade e passaram a 
ser afirmações que contem estes dados. O que é realmente alcançado entre os 7 e 11 anos de idade, é 
a cognição organizada de objetos e acontecimentos concretos per se. O adolescente realiza estas 
operações, mas realiza também algo que as transcende, algo necessário que é precisamente o que faz 
com que seu pensamento seja formal e não mais concreto. Ele toma os resultados destas operações 
concretas, formula-os sob a forma de proposições e continua a operar com eles, ou seja, estabelece 
vários tipos de conexão lógica entre eles. Portanto, as operações formais, na realidade, são operações 
realizadas com os resultados de operações anteriores. 
A partir destas considerações pode-se estabelecer um paradigma inicial de como os adolescentes 
pensam. Inicialmente organizam os vários elementos dos dados brutos com as técnicas operacionais 
concretas dos anos intermediários da infância. A seguir estes elementos organizados são transformados 
em afirmações ou proposições que podem ser combinadas de várias maneiras. Através do método de 
análise combinatória, eles examinam isoladamente todas as combinações diferentes destas proposições. 
Para Piaget o pensamento formal é uma orientação generalizada, explicita ou implícita, para solução 
de problemas: uma orientação no sentido de organizar os dados, isolar e controlar variáveis, formular 
hipóteses e justificar e provar logicamente os fatos. 
As operações formais podem ser caracterizadas não só em termos descritivo-verbais gerais, como 
também em termos das estruturas lógico-matemáticas que são seus modelos abstratos. As operações 
interposicionais não são ações isoladas sem relações mútuas. Tal como os agrupamentos das operações 
intraposicionais dos anos intermediários da infância, elas formam um sistema integrado, e o problema 
consiste em determinar a estrutura formal deste sistema. 
O conjunto de instrumentos conceituais que Piaget chama de esquemas operacionais formais 
encontra-se num nível intermediário de generalidade. 
Grande parte da diferença existente entre o comportamento diário da criança e do adolescente pode 
ser expressa da seguinte maneira: o adolescente, como a criança vive no presente, mas ao contrário da 
criança também vive muito na dimensão ausente, isto é, no futuro e o no reino do hipotético. Seu mundo 
conceitual está povoado de teorias informais sobre si mesmo e sobre a vida, cheio de planos para o seu 
futuro e o da sociedade, em resumo, cheio de ideias que transcendem a situação imediata, as relações 
interpessoais atuais, etc. 
 
O Pensamento e suas Operações 
 
O que surpreende no adolescente é o seu interesse por problemas inabituais, sem relação com as 
realidades vividas no dia-a-dia, ou por aqueles que antecipam, com uma ingenuidade desconcertante, as 
situações futuras do mundo, muitas vezes utópicas, com uma facilidade de elaborar teorias abstratas. 
Existem alguns que escrevem, que criam uma filosofia, uma política, uma estética ou outra coisa. Outros 
não escrevem, mas falam. 
Por volta de onze a doze anos efetua-se uma transformação fundamental no pensamento da criança, 
que marca o término das operações construídas durante a segunda infância; é a passagem do 
pensamento concreto para o “formal” (hipotético-dedutivo). 
Quais são na realidade, as condições de construção do pensamento formal? Para criança, trata-se 
não somente de aplicar as operações aos objetos, ou melhor, de executar, em pensamento, ações 
possíveis sobre estes objetos, mas de refletir estas operações independentemente dos objetos e de 
substituí-las por simples proposições. 
O pensamento concreto é a representação de uma ação possível, e o formal é a representação de 
uma representação de ações possíveis. 
As operações formais fornecem ao pensamento um novo poder, que consiste em destacá-lo e libertá-
lo do real, permitindo-lhe, assim, construir a seu modo as reflexões e teorias. 
 
 
1698595 E-book gerado especialmente para SILVIOCREI BRITO AMORIM
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Processo Adaptativo do Indivíduo 
 
As reflexões precedentes poderiam levar a crer que o desenvolvimento mental termina por volta de 
onze anos ou doze anos, e que a adolescência é simplesmente uma crise passageira, devida à 
puberdade, que separa a infância da idade adulta. A maturação do instinto sexual é marcada por 
desequilíbrios momentâneos, que dão um colorido afetivo muito característico a todo este último período 
da evolução psíquica. 
Embora o conteúdo exato das ideias do adolescente varie, tanto numa mesma cultura como em 
culturas diferentes, este fato não deveria obscurecer aquilo que, segundo Piaget, é o denominador comum 
importante: a criança se ocupa, sobretudo com o presente, com o aqui e a agora, o adolescente amplia 
seu âmbito conceitual e inclui o hipotético, o futuro e o espacialmente remoto. Esta diferença tem um 
significado adaptativo. O adolescente começa a assumir papéis adultos; para ele o mundo de 
possibilidades futuras pessoalmente relevantes - escolha profissional, escolha do cônjuge, etc. - passa a 
ser o objeto de reflexão mais importante. De modo semelhante, o adulto que ele será em breve deverá 
relacionar-se intelectualmente com coletividades sociais muito menos concretas e imediatas do que a 
família e o círculo de amigos: a cidade, o estado, os pais, o sindicato, a igreja, etc. 
Em geral, o adolescente pretende inserir-se na sociedade dos adultos por meio de projetos, de 
programas de vida, de sistemas muitas vezes teóricos, de planos de reformaspolíticas ou sociais. 
A verdadeira adaptação à sociedade vai-se fazer automaticamente quando o adolescente, de 
reformador, transformar-se em realizador. A experiência reconcilia o pensamento formal com a realidade 
das coisas, o trabalho efetivo e constante, desde que empreendido em situação concreta e bem definida, 
cura todos os devaneios. 
Assim é o desenvolvimento mental, constata-se que a unidade profunda dos processos que da 
construção do universo prático, devido à inteligência senso-motora do lactente, chega à reconstrução do 
mundo pelo pensamento hipotético-dedutivo do adolescente, passando pelo conhecimento do universo 
concreto devido ao sistema de operações da segunda infância. 
Estas construções sucessivas consistem em descentralização do ponto de vista, imediato e 
egocêntrico, para situá-lo em coordenação mais ampla de relações e noções, de maneira que cada novo 
agrupamento terminal integre a atividade própria, adaptando-a a uma realidade mais global. A afetividade 
liberta-se pouco a pouco do eu para se submeter, graças à reciprocidade e a coordenação dos valores, 
às leis da cooperação; a afetividade que atribui valor às atividades e lhes regula a energia, mas ela atua 
em conjunto com a inteligência, que lhe fornece meios e esclarece fins. 
 
A Crise de Identidade Própria da Adolescência 
 
De acordo com Lepre2, o período da adolescência é marcado por diversos fatores, mas sem dúvida o 
mais importante é a tomada de consciência de um novo espaço no mundo, a entrada em uma nova 
realidade que produz confusão de conceitos e perda de certas referências. O encontro dos iguais no 
mundo dos diferentes é o que caracteriza a formação dos grupos de adolescentes, que se tornarão lugar 
de livre expressão e de reestruturação da personalidade, ainda que essa fique por algum tempo sendo 
coletiva. 
Essa busca do “eu” nos outros na tentativa de obter uma identidade para o seu ego é o que o 
psicanalista Erik Erikson chamou de “crise de identidade”, o que acarreta angústias, passividade ou 
revolta, dificuldades de relacionamento inter e intrapessoal, além de conflitos de valores. Para Erikson, o 
senso de identidade é desenvolvido durante todo o ciclo vital, onde cada indivíduo passa por uma série 
de períodos desenvolvimentais distintos, havendo tarefas específicas para se enfrentar. A tarefa central 
de cada período é o desenvolvimento de uma qualidade específica do ego. Para esse autor, dos 13 aos 
18 anos a qualidade do ego a ser desenvolvida é a identidade, sendo a principal tarefa adaptar o sentido 
do eu às mudanças físicas da puberdade, além de desenvolver uma identidade sexual madura, buscar 
novos valores e fazer uma escolha ocupacional. 
Segundo Erikson, em termos psicológicos, a formação da identidade emprega um processo de reflexão 
e observação simultâneas, um processo que ocorre em todos os níveis do funcionamento mental, pelo 
qual o indivíduo se julga a si próprio à luz daquilo que percebe ser a maneira como os outros o julgam, 
em comparação com eles próprios e com uma tipologia que é significativa para eles; enquanto que ele 
julga a maneira como eles o julgam, à luz do modo como se percebe a si próprio em comparação com os 
demais e com os tipos que se tornaram importantes para ele. 
 
2 LEPRE, R. M. Adolescência e construção da identidade.,2003. 
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Portanto, a construção da identidade é pessoal e social, acontecendo de forma interativa, através de 
trocas entre o indivíduo e o meio em que está inserido. Esse autor enfatiza, ainda, que a identidade não 
deve ser vista como algo estático e imutável, como se fosse uma armadura para a personalidade, mas 
como algo em constante desenvolvimento. 
Como vimos, entre os aspectos importantes no desenvolvimento da identidade está o controle vital, ou 
seja, as fases ou períodos da vida que o indivíduo atravessa até chegar à idade adulta, que são marcados 
por crises apresentadas como situações a serem resolvidas. Como afirma Erikson, entre as 
indispensáveis coordenadas da identidade está o ciclo vital, pois partimos do princípio de que só com a 
adolescência o indivíduo desenvolve os requisitos preliminares de crescimento fisiológico, 
amadurecimento mental e responsabilidade social para atravessar a crise de identidade. De fato, 
podemos falar da crise de identidade como o aspecto psicossocial do processo adolescente. 
Desta forma, o grande conflito a ser solucionado na adolescência é a chamada crise de identidade e 
essa fase só estará terminada quando a identidade tiver encontrado uma forma que determinará, 
decisivamente, a vida ulterior. 
É importante entender que o termo crise, adotado por Erikson, não é sinônimo de catástrofe ou 
desajustamento, mas de mudança; de um momento crucial no desenvolvimento onde há a necessidade 
de se optar por uma ou outra direção, mobilizando recursos que levam ao crescimento. 
É no período da adolescência que o indivíduo vai colocar em questão as construções dos períodos 
anteriores, próprios da infância. Assim, o jovem assediado por transformações fisiológicas próprias da 
puberdade precisa rever suas posições infantis frente à incerteza dos papéis adultos que se apresentam 
a ele. A crise de identidade é marcada, também, por uma confusão de identidade, que desencadeará um 
processo de identificações com pessoas, grupos e ideologias que se tornarão uma espécie de identidade 
provisória ou coletiva, no caso dos grupos, até que a crise em questão seja resolvida e uma identidade 
autônoma seja construída. 
É exatamente essa crise e, consequente confusão, de identidade que fará com que o adolescente 
parta em busca de identificações, encontrando outros “iguais” e formando seus grupos. A necessidade 
de dividir suas angústias e padronizar suas atitudes e ideias, faz do grupo um lugar privilegiado, pois nele 
há uma uniformidade de comportamentos, pensamentos e hábitos. 
Com o tempo, algumas atitudes são internalizadas, outras não, algumas são construídas e o 
adolescente, paulatinamente, percebe-se portador de uma identidade que, sem dúvida, foi social e 
pessoalmente construída. 
 
A Adolescência Segundo Piaget3 
 
Ao desenvolver-se o ser humano está em constante processo de evolução que ocorre gradativamente, 
esse processo se dá a partir de estruturas organizadas que norteiam o processo de desenvolvimento 
humano, baseando-se principalmente no processo de acomodação e assimilação. Portanto, o 
aprendizado é um processo gradual no qual o adolescente vai se capacitando seguindo uma sequência 
lógica. Ao atingir a fase da adolescência, o indivíduo adquire a sua forma final de equilíbrio, ou 
seja, ele consegue alcançar o padrão intelectual que persistirá durante a idade adulta. Isso não 
quer dizer que a partir do ápice adquirido, ocorra uma estagnação das funções cognitivas. 
A teoria de Piaget é um sistema consistente, contínuo e abrangente que possui raízes biológicas 
comuns com o sistema psicanalítico. Seu principal objetivo é mostrar como o indivíduo vai evoluindo, 
desde os primeiros meses da vida até adquirir uma solidez e uma consistência próprias que o configuram 
e distinguem do resto do meio onde está contido. A criança vai aprendendo que as coisas têm diferentes 
aspectos e como essas características servem para distingui-las e classificá-las: têm formas, têm uma 
composição interna, são comparáveis, até se chegar a um ponto em que o objeto não só é concebido de 
acordo com as suas qualidades, mas também é imaginável e previsível em sua transformação futura não-
existente. 
No período das operações formais o indivíduo tem a capacidade de raciocinar com hipóteses verbais 
e não apenas com objetos concretos, portanto o real é percebido como um caso particular do possível. 
Logo, o crescimento cognitivose dá através de assimilação e acomodação. 
O ser humano constrói esquemas de assimilação mentais para abordar a realidade, no processo de 
assimilação a mente não se modifica, o conhecimento da realidade não é modificado. 
Entretanto, a teoria do desenvolvimento mental é formada baseada na interação do organismo com o 
meio, e isso acontece graças a um processo interno de organização e um processo externo de adaptação. 
Sabemos que as estruturas mentais são todas construídas, ao longo do desenvolvimento do indivíduo, 
 
3 SILVA, P. S. M.; VIANA, M.N; CARNEIRO, S. N. V. O desenvolvimento da adolescência na teoria de Piaget. 2011. 
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neste momento ele interage com o meio utilizando-se dos processos de acomodação e assimilação. 
Portanto, o que seria essa acomodação e assimilação? A primeira leva o organismo a adaptar-se, para 
sobreviver, à realidade, e a segunda tende a fazer a realidade adaptar-se às necessidades do organismo. 
A partir desses processos a criança estrutura sua vida mental, passando pela fase sensório-motora, 
período pré-conceitual até alcançar o período do pensamento lógico-concreto. Nesta fase que antecede 
a puberdade, as operações mentais exigem situações concretas, presentes, a fim de se processarem. É 
devido a maturação e a cooperação com outros indivíduos que a pessoa, na puberdade, é levada ao 
desenvolvimento da lógica formal, baseada nos símbolos e na ação internalizada ou operação. 
No período das operações formais, que corresponde ao período da adolescência até chegar a vida 
adulta, ocorre a passagem do pensamento formal, abstrato, isto é, o adolescente realiza as operações no 
plano das ideias, sem necessitar de manipulação ou referências concretas, como no período anterior. É 
capaz de tirar conclusões de puras hipóteses. 
O livre exercício da reflexão permite ao adolescente, inicialmente, submeter o mundo real aos sistemas 
e teorias que o seu pensamento é capaz de criar. Isto se vai atenuando de forma crescente, através da 
reconciliação do pensamento com a realidade, até ficar claro que a função da reflexão não é contradizer, 
porém se adiantar e interpretar a experiência. 
Nas relações sociais, o adolescente passa por um processo de se caracterizar por uma fase de 
interiorização, que pode até no princípio ser identificado como antissocial. Ele se afasta da família, não 
aceita conselhos dos adultos; contudo, na realidade, o ponto chave de sua reflexão é a sociedade. Depois, 
ele atinge o equilíbrio entre pensamento e realidade, quando compreende a importância da reflexão para 
a sua ação sobre o mundo real. 
No período da afetividade, o adolescente vive conflitos. Deseja libertar-se do adulto, mas ainda 
depende dele. Deseja ser aceito pelos amigos e pelos adultos. O grupo de amigos é um importante 
referencial para o jovem, determinando as palavras, as vestimentas e outros aspectos de seu 
comportamento. Aqui ele começa a estabelecer sua moral individual, que é referencial a moral do grupo. 
Entretanto, os interesses dos adolescentes são diversos e mutáveis, sendo que a estabilidade chega 
quando está próximo da idade adulta. Os teóricos da adolescência há muito têm concordado que a 
transição da segunda infância para a idade adulta é acompanhada pelo desenvolvimento de uma nova 
qualidade de mente, caracterizada pela forma de pensar sistemática, lógica e hipotética. 
 
Questões 
 
01. (Fundação Casa - VUNESP) Pode-se dizer que o período da adolescência 
(A) favorece a emergência de uma série de problemas e conflitos dentro do contexto familiar. 
(B) afeta apenas os indivíduos que estão passando por este período, pouco interferindo na família. 
(C) promove o diálogo no ambiente familiar, dado que o adolescente geralmente reconhece que precisa 
de orientação. 
(D) é particularmente difícil para os pais, dado que explicita o quanto precisam ser capazes de se 
sacrificar pelos filhos. 
(E) é uma construção teórica que pouco tem a ver com a vivência real da puberdade em termos sociais, 
psicológicos ou biológicos. 
 
02. (Prefeitura de Cascavel/PR - Agente Comunitário de Saúde - CONSULPLAN) 
 
A AIDS na adolescência 
 
A adolescência é um período da vida caracterizado por intenso crescimento e desenvolvimento, que 
se manifesta por transformações físicas, psicológicas e sociais. Ela representa um período de crise, na 
qual o adolescente tenta se integrar a uma sociedade que também está passando por intensas 
modificações e que exige muito dele. Dessa forma, o jovem se vê frente a um enorme leque de 
possibilidades e opções e, por sua vez, quer explorar e experimentar tudo a sua volta. Algumas dessas 
transformações e dificuldades que a juventude enfrenta, principalmente relacionadas à sexualidade, bem 
como ao abuso de drogas ilícitas, aumentam as chances dos adolescentes de adquirirem a infecção por 
HIV, fazendo-se necessária a realização de programas de prevenção e controle da AIDS na adolescência. 
Estudos de vários países têm demonstrado a crescente ocorrência de AIDS entre os adolescentes, 
sendo que, atualmente, as taxas de novas infecções são maiores entre a população jovem. Quase metade 
dos novos casos de AIDS ocorre entre os jovens com idade entre 15 e 24 anos. Considerando que a 
maioria dos doentes está na faixa dos 20 anos, conclui-se que a grande parte das infecções aconteceu 
no período da adolescência, uma vez que a doença pode ficar por longo tempo assintomática. 
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Existem algumas características comportamentais, socioeconômicas e biológicas que fazem com que 
os jovens sejam um grupo propenso à infecção pelo HIV. Dentre as características comportamentais, 
destaca-se a sexualidade entre os adolescentes. Muitas vezes, a não utilização dos preservativos está 
relacionada ao abuso de álcool e outras drogas, os quais favorecem a prática do sexo inseguro. Outras 
vezes os jovens não usam o preservativo quando em relacionamentos estáveis, justificando que seu uso 
pode gerar desconfiança em relação à fidelidade do casal, apesar de que, no mundo, hoje, o uso de 
preservativo nas relações poderia significar uma prova de amor e proteção para com o outro. Observa-
se, também, que muitas jovens abrem mão do preservativo por medo de serem abandonadas ou 
maltratadas por seus parceiros. Por outro lado, o fato de estar apaixonado faz com que o jovem crie uma 
imagem falsa de segurança, negando os riscos inerentes ao não uso do preservativo. 
Outro fator importante a ser levado em consideração é o grande apelo erótico emitido pelos meios de 
comunicação, frequentemente direcionado ao adolescente. A televisão informa e forma opiniões, 
unificando padrões de comportamento, independente da tradição cultural, colocando o jovem frente a 
uma educação sexual informal que propaga o sexo como algo não planejado e comum, dizendo que “todo 
mundo faz sexo, mas poucos adoecem”. 
(Disponível em: http://www.boasaude.com.br/artigos-de-saude/3867/-1/a-aids-na-adolescencia.html. Adaptado. Acesso em: 19/04/2016.) 
De acordo com as informações textuais sobre a adolescência é correto afirmar que 
(A) representa um período de crise. 
(B) ocorre uma explosão de desejos. 
(C) refere-se a uma fase homogênea. 
(D) há uma mudança típica de amadurecimento. 
(E) trata-se de um fenômeno de forte caracterização cultural. 
 
03. (SEDS/TO - Analista em Defesa Social - Pedagogia/FUNCAB) Para Jean Piaget (1941), um 
adulto que completou seu processo de aprendizagem deveria encontrar-se no estágio de: 
(A) heteronomia. 
(B) operações formais 
(C) operações concretas 
(D) operações pré-operacionais 
 
04. (Prefeitura de Venda Nova dosImigrantes - Psicólogo/CONSULPLAN) A teoria psicossocial de 
Erikson avança em oito estágios de desenvolvimento. Os primeiros quatro estágios ocorrem durante o 
período de bebê e de infância, e os três últimos durante os anos adultos e a velhice. Nos textos de Erikson, 
é dada uma ênfase especial ao período da adolescência, pois é nele que se faz a transição da infância 
para a vida adulta. O que ocorre durante esse estágio é da maior importância para a personalidade adulta. 
A partir dessa conceituação, é correto afirmar que a principal importância dos estudos de Erikson são 
formulados a partir de: 
(A) Adolescência, somente. 
(B) Infância, adolescência e idade adulta. 
(C) Relação primária do bebê com o mundo. 
(D) Identidade, crises de identidade e confusão de identidade. 
 
05. (TCU - Auditor Federal de Controle Externo - Psicólogo/CESPE) À luz da teoria de 
desenvolvimento psicossocial, julgue os itens seguintes. 
O termo crise de identidade foi cunhado por Erikson, para quem essa crise ocorre a partir da 
adolescência e tem papel fundamental no fortalecimento ou enfraquecimento da personalidade. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
Gabarito 
 
01.A / 02.A / 03.B / 04.D / 05.Certo 
 
Comentários 
 
01. Resposta: A 
"As mudanças psicológicas que se produzem neste período, e que são a correlação de mudanças 
corporais, levam a uma nova relação com os pais e com o mundo. Isto só é possível quando se elabora, 
lenta e dolorosamente, o luto pelo corpo de criança, pela identidade infantil e pela relação com os pais da 
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infância. (...) O adolescente provoca uma verdadeira revolução no seu meio familiar e social e isto cria 
um problema de gerações nem sempre bem resolvidos." 
 
02. Resposta: A 
A adolescência é um período da vida caracterizado por intenso crescimento e desenvolvimento, que 
se manifesta por transformações físicas, psicológicas e sociais. Ela representa um período de crise, na 
qual o adolescente tenta se integrar a uma sociedade que também está passando por intensas 
modificações e que exige muito dele. 
 
03. Resposta: B 
Esse estágio constitui o ápice do desenvolvimento intelectual, Piaget afirmava que as mudanças na 
maneira como os adolescentes pensam sobre si mesmos, sobre seus relacionamentos pessoais e sobre 
a natureza da sua sociedade têm como fonte comum o desenvolvimento de uma nova estrutura lógica 
que ele chamava de operações formais. 
O pensamento do adolescente se difere do pensamento da criança, ou seja, a criança consegue chegar 
a utilizar as operações concretas de classes, relações e números, mas não as utiliza num sistema fundido 
único e total que é caracterizado pela lógica do adolescente. O pensamento liberta-se da experiência 
direta e as estruturas cognitivas da criança adquirem maturidade. Isso significa que a qualidade potencial 
do seu pensamento ou raciocínio atinge o máximo quando as operações formais encontram-se 
plenamente desenvolvidas. 
 
04. Resposta: D 
É a fase em que mais foram reconhecidas as publicações cientificas de Erik Erikson, reflete a busca 
do adolescente em encontrar o seu papel na sociedade fato que provoca uma confusão de identidade. A 
crise de identidade é marcada, por uma confusão de identidade, que desencadeará um processo de 
identificações com pessoas, grupos e ideologias que se tornarão uma espécie de identidade provisória 
ou coletiva, no caso dos grupos, até que a crise em questão seja resolvida e uma identidade autônoma 
seja construída. 
 
05. Resposta: Certo 
Essa busca do “eu” nos outros na tentativa de obter uma identidade para o seu ego é o que o 
psicanalista Erik Erikson chamou de “crise de identidade”, o que acarreta angústias, passividade ou 
revolta, dificuldades de relacionamento inter e intrapessoal, além de conflitos de valores, assim podemos 
falar da crise de identidade como o aspecto psicossocial do processo adolescente. 
 
PSICOLOGIA ESCOLAR: QUESTÕES DE ADOLESCÊNCIA E JUVENTUDE 
 
4"A culpa é dos hormônios." Até há bem pouco tempo, a indisciplina e o comportamento 
emocionalmente instável dos adolescentes eram atribuídos à explosão hormonal típica da idade. 
Pesquisas recentes mostram, no entanto, que essa não é a única explicação para a agressividade, a 
rebeldia e a falta de interesse pelas aulas, que tanto preocupam pais e professores. Nessa fase, o cérebro 
também passa por um processo delicado, antes desconhecido: as conexões entre os neurônios se 
desfazem para que surjam novas. Simplificando: o cérebro se "desmonta", reorganiza as partes e em 
seguida se "monta" novamente, de forma definitiva para a vida adulta. 
Entre 13 e 19 anos, é comum os jovens apresentarem reações e comportamentos que independem da 
vontade deles. Portanto, nem sempre palavras ditas de maneira agressiva ou arrogante são fruto da falta 
de educação. Para quem convive diariamente com turmas dessa faixa etária - que ora parecem estar no 
mundo da lua, ora com pane no sistema - e quer conquistá-las, a saída é agir de forma firme, mas 
respeitosa. 
 
5Não adianta bater de frente 
 
A primeira "lição" para quem trabalha com adolescentes e jovens é não tomar para o lado pessoal 
qualquer tipo de afronta vinda de um aluno. Responder a uma provocação no mesmo tom só faz você 
perder o respeito e a admiração do grupo, o que dificulta o trabalho em classe. Além disso, ao perceber 
que tirou o professor do sério, o jovem se sente vitorioso e estimulado a repetir a dose. "Educar não é um 
 
4 CAVALCANTE, M. Adolescentes - Entender a cabeça dessa turma é a chave para obter um bom aprendizado, 2004. 
5 STRAUCH, B. Como Entender a Cabeça dos Adolescentes. Ed. Campus, 2013. / BOSSA, N.; OLIVEIRA, V. B. Avaliação Psicopedagógica do Adolescente. Ed. 
Vozes.2013. 
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jogo em que se determina quem vence ou perde", afirma a psicopedagoga Maria Helena Barthollo, do 
Centro de Estudos da Família, Adolescência e Infância, no Rio de Janeiro. Ela sugere que a luta com a 
garotada dê lugar a parcerias. Os acordos incluem regras, direitos e limites que valem para todos, 
inclusive você. 
O jovem, a partir dos 12 ou 13 anos, está passando por um período de instabilidade psicológica natural. 
De acordo com a psicopedagoga Nadia Bossa, professora da Universidade Santo Amaro, em São Paulo, 
nesse período ele revive conflitos típicos da infância. "Aos 2 ou 3 anos, quando a criança percebe sua 
fragilidade, grita, teima, testa os adultos. Quando a mãe, por exemplo, impõe um limite, ela tem a garantia 
de que está sendo cuidada", explica. O adolescente faz o mesmo. "Ele testa os limites dos adultos numa 
tentativa de estabelecer novos parâmetros de poder sobre sua realidade." Considerando a informação, 
fica mais fácil para você não interpretar reações intempestivas como uma agressão pessoal. 
O professor de História Renato Mota Duarte, da Escola Municipal de Ensino Fundamental e Médio 
Derville Allegretti, em São Paulo, já se deu conta de particularidades dessa fase. "Não grito quando os 
alunos ignoram que eu entrei na sala. Dou bom dia e começo a chamada em voz baixa. Aos poucos eles 
se acalmam." Mas quando o professor encontra a turma na maior briga? É hora de estabelecer a ordem 
e ouvir os motivos da discussão. "Não adianta fingir que nada aconteceu porque a cabeça deles está 
longe da matéria", observa o professor de Ciências e Biologia Jefferson Marcondes de Carvalho, do 
Colégio Madre Alix, também em São Paulo. Nessas situações, ele age como um intermediário, levando 
os estudantes a entrar em acordo, mantendo sempre o respeito. 
 
Os alunos precisam ter voz 
 
Os dois educadores apostam na qualidade do relacionamento com os alunos como um dos fatores 
determinantes para a aprendizagem. Carvalho organiza oficinas de malabarismo com a turma e Duarte 
incentivou a grafitagem, depois de encontrar a parede do corredor pichada. Dessa forma, os alunos dele 
perceberam quetinham liberdade de pedir o que desejavam. "A escola tem que acolher as sugestões dos 
estudantes, analisá-las e ver se são viáveis. Assim, eles se sentem considerados e respeitados", explica 
Nadia Bossa. 
Na escola de Duarte, a cada 15 dias os intervalos têm tempo dobrado, porque os estudantes fazem 
apresentações musicais para os colegas. O professor também trabalha a interação e o respeito entre os 
jovens, debatendo assuntos que tanto os inquietam, como sexualidade, drogas, violência e desemprego. 
Ele costuma atender cada um de seus alunos em particular. "Procuro saber como eles estão se sentindo, 
os problemas pelos quais estão passando e como é o relacionamento com a família. Deixo que fiquem à 
vontade para falar." 
 
O interesse facilita a aprendizagem 
 
Confiança e consideração 
O professor Renato Duarte, da Escola Derville Allegretti, atende em particular cada um dos alunos, 
que confidenciam a ele angústias e inseguranças 
Se os adolescentes admiram e respeitam o professor, ele já tem meio caminho andado para 
desenvolver os conteúdos curriculares. Para percorrer a outra metade do caminho, é preciso ter boas 
táticas. Uma das melhores formas de ensinar os jovens é fazer da sala de aula algo bem próximo do 
mundo deles. Por isso, Duarte fica por dentro da onda hip-hop e aprende parte da linguagem e dos 
interesses da garotada, enquanto Carvalho assiste à MTV, canal aberto com programação dirigida aos 
jovens, para saber as novidades. Ambos já sabem que o adolescente só retém na memória o que chama 
muito a atenção. E a ciência confirma o que eles concluíram no dia-a-dia. Atividades feitas com base em 
um rap que a moçada adora, por exemplo, permitem que as informações sejam fixadas na memória com 
mais facilidade. 
"A música estimula o lobo temporal no cérebro e faz com que os circuitos estabelecidos com o córtex 
pré-frontal, região que analisa a informação, sejam mais consistentes", afirma a neuropediatra Tania 
Saad, professora do Instituto Brasileiro de Medicina de Reabilitação, no Rio de Janeiro. O lobo frontal é 
a região responsável pelas emoções e pelas experiências de vida. Como o cérebro está se reorganizando, 
o adolescente não tem ideia do que é ou não importante. Por isso, se ele não vê relevância de uma 
informação para sua vida, o novo dado se perde no turbilhão que é a sua cabeça. 
Para fazer das aulas algo que instigasse seus alunos da 6ª série, Carvalho recebeu o jogo Super 
Trunfo com entusiasmo em sala. Na brincadeira, vence quem tem as cartas com carros mais potentes ou 
velozes. Com base no conteúdo estudado, a meninada bolou o Super Trunfo Animal. Os alunos 
pesquisaram vertebrados e invertebrados e levantaram uma série de características de diversos bichos. 
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Eles criaram os critérios de pontuação, que variaram conforme a sala. "Numa turma, os animais em 
extinção venciam porque eram raros. Em outra, eles perdiam porque, se houvesse uma alteração 
ambiental, seriam os primeiros a morrer", conta Carvalho. 
Duarte vai pelo mesmo caminho e igualmente relaciona o cotidiano dos alunos aos temas do currículo. 
"Pedi para eles observarem onde eram fabricados os tênis ou as canetas que usavam. Essa foi a forma 
de introduzir a discussão sobre a abertura econômica da década de 1990 e os índices de desemprego no 
Brasil", comenta. "Quando o professor aproxima o conteúdo escolar dos interesses dos alunos, a 
necessidade de resistir fica em segundo plano", analisa Nadia Bossa. 
 
Quando o problema é outro 
 
Nem sempre, contudo, atitudes inadequadas do aluno são totalmente justificadas pela fase por que 
passa. Agressividade ou problemas de socialização podem ter causas mais sérias, com as quais o 
adolescente não sabe lidar. "Vale o professor ficar atento também à vida familiar do estudante", alerta 
Tania Saade. "O jovem não tem um bom rendimento escolar se os pais o agridem física ou moralmente." 
Há ainda alunos que chegam à adolescência com problemas auditivos ou visuais nunca tratados, o 
que justifica o desinteresse pelas aulas. Outro tipo de caso citado pela neuropediatra é o dos estudantes 
que não cursaram a Educação Infantil. Nessa etapa da escolarização, o aluno aprende a se socializar e 
a conviver com regras, além de desenvolver a linguagem oral e a psicomotricidade. "É fundamental o 
professor estudar o histórico completo do aluno e estar atento ao que se passa com ele fora da escola", 
recomenda Tania. 
Trabalhar dessa maneira, conhecendo bem o aluno, fazendo pontes constantes entre o mundo jovem 
e a matéria a ser dada e driblando o comportamento agitado da turma, requer comprometimento, 
planejamento apurado e alto grau de paciência. Para não perder o equilíbrio, as especialistas dão uma 
sugestão importante: deixe seus problemas do lado de fora da sala e não absorva aqueles que surgirem 
lá dentro. Não é fácil, mas dados os primeiros passos, não só o conteúdo vai ser bem trabalhado como 
também a formação humana, que justifica a existência da escola. 
 
Cada atitude pede uma solução 
 
Você evita prejudicar suas aulas quando lida adequadamente com reações típicas da adolescência. 
 
Desinteresse- O jovem está mais preocupado com a roupa que vai usar do que com os presidentes 
da época da ditadura. Tente saber o que passa pela cabeça dele e contemple em suas aulas as dúvidas 
que traz sobre sexualidade, por exemplo, por meio de dinâmicas, pesquisas ou debates. Para não expor 
ninguém, procure ter conversas particulares. O estudante precisa sentir que a escola satisfaz suas 
expectativas. 
 
Agressividade- Vandalismo e agressões verbais e físicas, por exemplo, podem ser resposta do jovem 
ao mundo que o cerca. Cobranças por bom desempenho escolar e por atitudes maduras geram ansiedade 
e reações inadequadas, já que ele não se sente apto a atender às expectativas. Procure saber como é o 
relacionamento do aluno com os pais e que ideia faz de si mesmo e de seu futuro. Se ele encontrar na 
escola um local para expressar seus pensamentos e descobrir suas aptidões, o nível de ansiedade e a 
agressividade diminuem. 
 
Arrogância - O adolescente acha que pode tudo. A ideia de que está sempre certo faz com que ele 
desdenhe do que é dito ou imposto. Em vez de responder à altura, uma boa solução é questioná-lo. Peça 
que explique o que tem em mente e pergunte porque usou aquele tom de voz. Para responder, ele vai 
formular melhor os argumentos. Pode ser que reconheça o erro, mas, mesmo se ele mantiver o que disse, 
já terá ao menos aprendido a se expressar de forma educada. 
 
Rebeldia- Você sugere à turma a apresentação oral de um conteúdo estudado. Responder com um 
baita "Ah, não!" Geralmente é a primeira reação. Os motivos podem ser insegurança ou mesmo uma 
forma de se auto afirmar frente aos colegas. O problema é quando a negação vem de forma brusca. O 
melhor a fazer, nesse caso, é não entrar no embate já que o jovem testa os mais velhos para ver até onde 
pode ir. Ao falar o que é necessário e deixar claro o papel de cada um, você conquista o respeito deles 
pelo bom exemplo. 
 
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Resistência- O jovem quer experimentar tudo, viver tudo, saber de tudo. Só que tem sempre um adulto 
dizendo o que ele não pode fazer. Mesmo que essas sejam orientações sensatas, é preciso compreender 
que sensatez ainda não é uma qualidade que eles valorizam. O adulto é quem impede as coisas que dão 
prazer. Por isso a resistência ao que vem do professor ou dos pais (e nisso se inclui o conteúdo escolar). 
Antes de começar a aula, por que não bater um papo rápido sobre algo que interessa à moçada. Aberto 
o espaço, os jovens baixam a guarda e percebem que para tudo tem hora. 
 
A neurologia explica 
 
Tudo o que pode parecer estranho no comportamento dos adolescentes e jovens têm explicação 
neurológica. A falta de interesse pelas aulas, por exemplo, é consequência de uma revolução nas 
sinapses (conexõesentre as células cerebrais, ou seja, neurônios). Nessa etapa da vida, uma série de 
alterações ocorre nas estruturas mentais do córtex pré-frontal, área responsável pelo planejamento de 
longo prazo e pelo controle das emoções, daí a explicação para ações intempestivas e às vezes 
irresponsáveis. 
Por volta dos 12 ou 13 anos, o cérebro entra num processo de reconstrução. "É o que eu chamo de 
'poda' das sinapses para que outras novas ocupem o seu lugar", afirma o psiquiatra Jorge Alberto da 
Costa e Silva, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), que estuda essas alterações na Escola 
Médica de Nova York. Segundo Silva, o cérebro faz uma limpeza de conexões que não têm mais utilidade, 
como as que surgiram para que a criança aprendesse a andar ou a falar, por exemplo, e abre espaço a 
novas. 
Grosso modo, funciona assim: quanto mais são usadas, mais as conexões se desenvolvem e 
amadurecem. Imagine que para tocar um instrumento o indivíduo necessite de algumas sinapses. Quanto 
mais ele pratica, mais "fortes" ficam as conexões. Se não são usadas, elas ficam lá só ocupando espaço 
e são descartadas na adolescência. Ao mesmo tempo, o que a pessoa aprende nesse período fica para 
a vida inteira. 
Esse intenso processo de monta e desmonta remodela toda a estrutura básica cerebral. Por isso, afeta 
"desde a lógica e a linguagem até os impulsos e a intuição", explica a jornalista Barbara Strauch, editora 
de medicina do jornal norte-americano The New York Times e autora do livro Como Entender a Cabeça 
dos Adolescentes, que apresenta as últimas pesquisas sobre o assunto. 
 
Questões 
 
01. Considere a afirmação: Tudo o que pode parecer estranho no comportamento dos adolescentes 
e jovens têm explicação neurológica. A falta de interesse pelas aulas, por exemplo, é consequência de 
uma revolução nas sinapses.” 
( )Certo ( )Errado 
 
Gabarito 
 
01.Certo 
 
Comentários 
 
01.Respostas: Certo 
Tudo o que pode parecer estranho no comportamento dos adolescentes e jovens têm explicação 
neurológica. A falta de interesse pelas aulas, por exemplo, é consequência de uma revolução nas 
sinapses, ou seja, nas conexões entre as células cerebrais, denominadas como neurônios. Pois, nessa 
etapa da vida, uma série de alterações ocorre nas estruturas mentais do córtex pré-frontal, área 
responsável pelo planejamento de longo prazo e pelo controle das emoções, daí a explicação para ações 
intempestivas e às vezes irresponsáveis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CARACTERÍSTICAS E NECESSIDADES BÁSICAS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 
 
Concepção de criança e de pedagogia da Educação Infantil 
 
De acordo com os Parâmetros Curriculares6, a criança é um sujeito social e histórico que está inserido 
em uma sociedade na qual partilha de uma determinada cultura. É profundamente marcada pelo meio 
social em que se desenvolve, mas também contribui com ele. A criança, assim, não é uma abstração, 
mas um ser produtor e produto da história e da cultura. 
Olhar a criança como ser que já nasce pronto, ou que nasce vazio e carente dos elementos entendidos 
como necessários à vida adulta ou, ainda, a criança como sujeito conhecedor, cujo desenvolvimento se 
dá por sua própria iniciativa e capacidade de ação, foram, durante muito tempo, concepções amplamente 
aceitas na Educação Infantil até o surgimento das bases epistemológicas que fundamentam, atualmente, 
uma pedagogia para a infância. Os novos paradigmas englobam e transcendem a história, a antropologia, 
a sociologia e a própria psicologia resultando em uma perspectiva que define a criança como ser 
competente para interagir e produzir cultura no meio em que se encontra. 
Essa perspectiva é hoje um consenso entre estudiosos da Educação Infantil. A interação a que se 
referem os autores citados não é uma interação genérica. Trata-se de interação social, um processo que 
se dá a partir e por meio de indivíduos com modos histórico e culturalmente determinados de agir, pensar 
e sentir, sendo inviável dissociar as dimensões cognitivas e afetivas dessas interações e os planos 
psíquico e fisiológico do desenvolvimento decorrente. Nessa perspectiva, a interação social torna-se o 
espaço de constituição e desenvolvimento da consciência do ser humano desde que nasce. 
Muitas vezes vista apenas como um ser que ainda não é adulto, ou é um adulto em miniatura, a criança 
é um ser humano único, completo e, ao mesmo tempo, em crescimento e em desenvolvimento. É um ser 
humano completo porque tem características necessárias para ser considerado como tal: constituição 
física, formas de agir, pensar e sentir. É um ser em crescimento porque seu corpo está continuamente 
aumentando em peso e altura. É um ser em desenvolvimento porque essas características estão em 
permanente transformação. As mudanças que vão acontecendo são qualitativas e quantitativas— o 
recém-nascido é diferente do bebê que engatinha, que é diferente daquele que já anda, já fala, já tirou as 
fraldas. O crescimento e o desenvolvimento da criança pequena ocorrem tanto no plano físico quanto no 
psicológico, pois um depende do outro. 
Embora dependente do adulto para sobreviver, a criança é um ser capaz de interagir num meio natural, 
social e cultural desde bebê. A partir de seu nascimento, o bebê reage ao entorno, ao mesmo tempo em 
que provoca reações naqueles que se encontram por perto, marcando a história daquela família. Os 
elementos de seu entorno que compõem o meio natural (o clima, por exemplo), social (os pais, por 
exemplo) e cultural (os valores, por exemplo) irão configurar formas de conduta e modificações recíprocas 
dos envolvidos. 
No que diz respeito às interações sociais, ressalta-se que a diversidade de parceiros e experiências 
potencializa o desenvolvimento infantil. 
Crianças expostas a uma gama ampliada de possibilidades interativas têm seu universo pessoal de 
significados ampliado, desde que se encontrem em contextos coletivos de qualidade. Essa afirmativa é 
considerada válida para todas as crianças, independentemente de sua origem social, pertinência étnico-
racial, credo político ou religioso, desde que nascem. 
Por sua vez, a visão da criança como ser que é também parte da natureza e do cosmo merece 
igualmente destaque, especialmente se considerarmos as ameaças de esgotamento de recursos em 
nosso planeta e as alterações climáticas evidentes nos últimos anos. Conforme alerta Tiriba (2005), os 
seres humanos partilham a vida na Terra com inúmeras espécies animais, vegetais e minerais, sem as 
quais a vida no planeta não pode existir. Essas espécies, por sua vez, interagem permanentemente, 
estabelecendo-se um equilíbrio frágil e instável entre todos os seres que habitam o ar, a água dos rios, 
dos lagos e dos mares, os campos, as florestas e as cidades, em nosso sistema solar e em todo o 
universo. 
A intenção de aliar uma concepção de criança à qualidade dos serviços educacionais a ela oferecidos 
implica atribuir um papel específico à pedagogia desenvolvida nas instituições pelos profissionais de 
Educação Infantil. Captar necessidades que bebês evidenciam antes que consigam falar, observar suas 
reações e iniciativas, interpretar desejos e motivações são habilidades que profissionais de Educação 
Infantil precisam desenvolver, ao lado do estudo das diferentes áreas de conhecimento que incidem sobre 
essa faixa etária, a fim de subsidiar de modo consistente as decisões sobre as atividades desenvolvidas, 
o formato de organização do espaço, do tempo, dos materiais e dos agrupamentos de crianças. 
 
6 http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Educinf/eduinfparqualvol1.pdf 
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Sublinhado
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Pesquisas realizadas desde a década de 1970 enfatizam que todas as criançaspodem aprender, mas 
não sob qualquer condição. Antes mesmo de se expressarem por meio da linguagem verbal, bebês e 
crianças são capazes de interagir a partir de outras linguagens (corporal, gestual, musical, plástica, faz-
de-conta, entre outras) desde que acompanhadas por parceiros mais experientes. Apoiar a organização 
em pequenos grupos, estimulando as trocas entre os parceiros; incentivar a brincadeira; dar- lhes tempo 
para desenvolver temas de trabalho a partir de propostas prévias; oferecer diferentes tipos de materiais 
em função dos objetivos que se tem em mente; organizar o tempo e o espaço de modo flexível são 
algumas formas de intervenção que contribuem para o desenvolvimento e a aprendizagem das crianças. 
As iniciativas dos adultos favorecem a intenção comunicativa das crianças pequenas e o interesse de 
umas pelas outras, o que faz com que aprendam a perceber-se e a levar em conta os pontos de vista dos 
outros, permitindo a circulação das ideias, a complementação ou a resistência às iniciativas dos parceiros. 
A oposição entre parceiros, por exemplo, incita a própria argumentação, a objetivação do pensamento e 
o recuo reflexivo das crianças. 
Ao se levar em conta esses aspectos, não se pode perder de vista a especificidade da pedagogia da 
Educação Infantil, como afirma Rocha: 
Enquanto a escola tem como sujeito o aluno, e como objeto fundamental o ensino nas diferentes áreas 
através da aula; a creche e a pré-escola têm como objeto as relações educativas travadas num espaço 
de convívio coletivo que tem como sujeito a criança de 0 até 6 anos de idade. 
É importante destacar que essas relações educativas, às quais a autora se refere, na instituição de 
Educação Infantil são perpassadas pela função indissociável do cuidar/educar, tendo em vista os direitos 
e as necessidades próprios das crianças no que se refere à alimentação, à saúde, à higiene, à proteção 
e ao acesso ao conhecimento sistematizado. Este último aspecto torna-se especialmente relevante no 
caso das creches no Brasil, onde em muitas delas ainda predomina um modelo de atendimento voltado 
principalmente à alimentação, à higiene e ao controle das crianças, como demonstra a maioria dos 
diagnósticos e dos estudos de caso realizados em creches brasileiras. 
Essa afirmação evidencia a não-superação do caráter compensatório da Educação Infantil denunciado 
por Kramer que ainda se manifesta nos dias atuais, como também a polarização assistência versus 
educação, apontada insistentemente por Kuhlmann Jr. Sabemos que não basta apenas transferir as 
creches para os sistemas de ensino, pois “na sua história, as instituições pré-escolares destinaram uma 
educação de baixa qualidade para as crianças pobres, e isso é que precisa ser superado”. 
Assim, a ênfase na apropriação de significados pelas crianças, na ampliação progressiva de 
conhecimentos de modo contextualizado, com estratégias apropriadas às diferentes fases do 
desenvolvimento infantil, parece bastante justificada. 
Da mesma forma que defendemos uma perspectiva educacional que respeite a diversidade cultural e 
promova o enriquecimento permanente do universo de conhecimentos, atentamos para a necessidade 
de adoção de estratégias educacionais que permitam às crianças, desde bebês, usufruírem da natureza, 
observarem e sentirem o vento, brincarem com água e areia, atividades que se tornam especialmente 
relevantes se considerarmos que as crianças ficam em espaços internos às construções na maior parte 
do tempo em que se encontram nas instituições de Educação Infantil. Criando condições para que as 
crianças desfrutem da vida ao ar livre, aprendam a conhecer o mundo da natureza em que vivemos, 
compreendam as repercussões das ações humanas nesse mundo e sejam incentivadas em atitudes de 
preservação e respeito à biodiversidade, estaremos difundindo uma concepção de educação em que o 
ser humano é parte da natureza e não seu dono e senhor absoluto. 
Os aspectos anteriormente abordados devem ser considerados no processo de discussão e 
elaboração de diretrizes pedagógicas dos sistemas de ensino e das propostas pedagógicas das 
instituições de Educação Infantil. Vale ressaltar a relevância da participação dos professores, dos demais 
profissionais da instituição e da comunidade nesse processo, não só para que os aspectos citados sejam 
efetiva- mente considerados no desenvolvimento da proposta como também para cumprir a legislação. 
 
Em síntese, para propor parâmetros de qualidade para a Educação Infantil, é imprescindível levar em 
conta que as crianças desde que nascem são: 
- Cidadãos de direitos; 
- Indivíduos únicos, singulares; 
- Seres sociais e históricos; 
- Seres competentes, produtores de cultura; 
- Indivíduos humanos, parte da natureza animal, vegetal e mineral. 
 
Por sua vez, as crianças encontram-se em uma fase de vida em que dependem intensamente do adulto 
para sua sobrevivência. 
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Precisam, portanto, ser cuidadas e educadas, o que implica, 
- Ser auxiliadas nas atividades que não puderem realizar sozinhas; 
- Ser atendidas em suas necessidades básicas físicas e psicológicas; 
- Ter atenção especial por parte do adulto em momentos peculiares de sua vida. 
 
Além disso, para que sua sobrevivência esteja garantida e seu crescimento e desenvolvimento sejam 
favorecidos, para que o cuidar/educar sejam efetivados, é necessário que sejam oferecidas às crianças 
dessa faixa etária condições de usufruírem plenamente suas possibilidades de apropriação e de produção 
de significados no mundo da natureza e da cultura. As crianças precisam ser apoiadas em suas iniciativas 
espontâneas e incentivadas a: 
- Brincar; 
- Movimentar-se em espaços amplos e ao ar livre; 
- Expressar sentimentos e pensamentos; 
- Desenvolver a imaginação, a curiosidade e a capacidade de expressão; 
- Ampliar permanentemente conhecimentos a respeito do mundo da natureza e da cultura apoiadas 
por estratégias pedagógicas apropriadas; 
- Diversificar atividades, escolhas e companheiros de interação em creches, pré-escolas e centros de 
Educação Infantil. 
 
A criança, parte de uma sociedade, vivendo em nosso país, tem direito: 
- À dignidade e ao respeito; 
- Autonomia e participação; 
- À felicidade, ao prazer e à alegria; 
- À individualidade, ao tempo livre e ao convívio social; 
- À diferença e à semelhança; 
- À igualdade de oportunidades; 
- Ao conhecimento e à educação; 
- A profissionais com formação específica; 
- A espaços, tempos e materiais específicos 
 
Desenvolvimento da Criança e do Adolescente 
 
Quanto às crianças e os adolescentes verifica-se uma mudança de concepção e tratamento 
dispensados aos mesmos, tanto no aspecto relacionado às relações de conduta (legal) como no aspecto 
sóciopsicológico (familiar e social). 
Em relação às regras de condutas, a trajetória histórica das Constituições Federais bem como da 
legislação na área menorista, demonstram esta evolução, cujo ápice, em nível nacional, pode ser 
traduzido pela Constituição Federal de 1988 e o pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. O ECA dentro 
desta perspectiva representa o instrumento legal para o desenvolvimento da criança e do adolescente. 
Trata-se de uma verdadeira constituição infanto-juvenil, pois regulamenta os direitos fundamentais das 
crianças e dos adolescentes, como direito à vida, à saúde, à educação, à convivência familiar e 
comunitária, ao lazer e profissionalização. 
Comparando a atual legislação com as passadas que disciplinavam a matéria, verifica-se que se 
rompeu com um passado marcado pela discriminação e violência, colocando a criança e o adolescente 
no lugar que merecem, ou seja, como prioridade absoluta, para o governo, para a família e para a 
sociedade em geral. 
Assim, o desenvolvimento da criança e do adolescente, dentro de uma perspectiva legal, implica em 
ações que venham contemplar o que estabelece a lei, em especial, no que diz respeitoà família, 
educação, esporte e ao lazer. 
No aspecto sóciopsicológico, a concepção de criança e de adolescente também sofreu evolução. Na 
antiguidade, a criança era caracterizada por uma ideia de ser inacabado e que os primeiros anos de 
existência fazia parte de um período insignificante de sua vida. 
Até o século XVIII, a criança foi tida como estranha e era desprezada por seus próprios pais naturais 
que as tinham como estorvo. A ordem era se livrar das crianças sem qualquer sentimento de culpa. Esta 
situação somente foi desaparecendo com o surgimento da família burguesa, quando então as crianças 
são incorporadas no grupo e se desenvolve o amor materno. No entanto, o aparecimento da família 
burguesa mudou em parte este cenário, pois se antes dela todas as crianças, ricas ou pobres estavam 
sujeitas ao abandono, com o seu surgimento, passam a ser exposto o diferente, o pobre e o 
marginalizado. 
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A mudança em relação à concepção de criança foi gradativa e lenta. Somente nas “últimas duas 
décadas do século passado é que a infância passou a ser reconhecida como a fase do desenvolvimento 
pessoal onde se encontram as melhores qualidades humanas”, chegando a contemplar as crianças e os 
adolescentes como sujeitos de direitos. Esta evolução ocorreu diante das transformações verificadas na 
organização familiar, que culminou com a família moderna, é na evolução da própria sociedade. 
Hoje, diante do mundo globalizado e da atual concepção de criança e adolescente, torna a mesma o 
centro das atenções para ações que venham a proporcionar-lhes um “desenvolvimento físico, mental, 
moral, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade” (ECA. art. 3º). Revela-se importante 
para cumprir tal desiderato à família e a educação. 
 
Educação 
 
A evolução e mudança, típica da globalização, fez ampliar o reconhecimento da educação como forma 
de promoção do desenvolvimento sustentável para a superação das desigualdades sociais. 
Por conseguinte, a escola passou a desempenhar um novo papel, diferente daquele que realizava, 
não mais se limitando a ensinar a ler, a escrever e a fazer cálculos aritméticos, reconhecendo, ainda, sua 
importância na construção da cidadania infanto-juvenil. O professor também teve o seu papel 
redesenhado para atender a estas novas exigências, com novas atribuições, compatíveis (e em certas 
situações até incompatível) com este processo evolutivo. 
Diante deste movimento global, exige-se uma nova maneira de pensar a respeito do papel da escola 
e do professor. Em outros termos: o que se espera da escola e do professor no mundo atual. Que 
iniciativas poderão tomar nesta perspectiva de desenvolvimento da criança e do adolescente para o 
futuro. 
Quanto à escola, diante desta evolução e do mundo globalizado, DI GIORGIO esclarece qual seria a 
orientação a ser seguida: “A escola deve avançar no sentido de ser legitimamente, institucionalmente e 
no imaginário social, uma entidade que cumpra socialmente uma função de dinamizadora cultural e social 
do seu entorno e é a partir do cumprimento dessa função mais ampla que ela poderá efetivamente atuar 
eficazmente no sentido de não mais instruir, mas educar crianças, jovens, adolescentes e também 
adultos”. 
Também aponta para esse sentido o Parecer nº CNE/CP 009, aprovado em 08 de maio de 2001, do 
Conselho Nacional de Educação, que trata das Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação de 
Professores de educação básica, em nível superior, que enseja este novo contexto: 
Reforça a concepção de escola voltada para a construção de uma cidadania consciente e ativa que 
ofereça aos alunos as bases culturais que lhes permitam identificar-se e posicionar-se frente às 
transformações em curso e incorporar-se na vida produtiva e sócio-política. Novas tarefas passam a se 
colocar à escola, não porque seja a única instância responsável pela educação, mas, por ser a instituição 
que desenvolve uma prática educativa planejada e sistemática durante um período continuo e extenso de 
tempo na vida das pessoas. E, também, porque é reconhecida pela sociedade como a instituição de 
aprendizagem e de contato com o que a humanidade pôde produzir como conhecimento, tecnologia e 
cultura. 
O ECA também vai nessa direção quando traça os objetivos da educação previstos no artigo 53, que 
são: 
a) pleno desenvolvimento da criança e do adolescente; 
b) preparo para o exercício da cidadania; 
c) qualificação para o trabalho. 
 
Mas para atingir tal desiderato, revela DI GIORGIO a necessidade da ocorrência de diversos fatores, 
como: a escola deverá ser antes de tudo formativa; que o processo educativo deverá dar conta de 
problemas reais; a necessidade de uma maior proximidade das escolas com a Universidade; a escola 
terá que receber mais verbas e utilizar, de forma mais efetiva, as novas tecnologias; desenvolver a 
capacidade dos alunos de ensinar; as escolas deverão aumentar os espaços de comunicação 
(intercâmbios) e menor número de alunos por professor. 
Também deverá ter relevância a formação do professor que deve considerá-lo como um profissional 
reflexivo, que é chamado a desempenhar o papel de verdadeira liderança intelectual no sentido mais 
amplo da expressão. É necessário que o professor deixe de se ver como professor de uma determinada 
disciplina, para se ver como um educador. 
Neste particular, constata-se que a globalização, atinge o professor, já que a tecnicidade (assim 
entendida como “atividade profissional, sobretudo, instrumental, dirigida para a solução de problemas 
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mediante a aplicação rigorosa de teorias e técnicas cientificas”), própria da formação do professor na 
década de 70, não mais atende às exigências atuais de um mundo conectado. 
Isto porque esta globalização, que envolve mudanças de caráter social, política, econômica e legal, 
cria situações incertas e variáveis que não encontram respaldo no modelo tecnicista empregado. Em 
outros termos, o professor, como trabalhador inserido neste novo contexto, está suportando os reflexos 
das mudanças paradigmáticas que estão refletindo em sua atuação profissional, com uma concepção 
diferenciada do modelo até então concebido. 
Ademais, com a democratização da educação, típica do modelo socioeconômico atual, com um 
sistema de ensino de massas, o significado atual das instituições escolares, exige um novo 
posicionamento do professor. Pois, o ensino em massa, para “escolarizar cem por cento das crianças de 
um país implica pôr na escola cem por cento das crianças com dificuldades, cem por cento das crianças 
agressivas, cem por cento das crianças conflituosas, em suma, cem por cento de todos os problemas 
sociais pendentes que se convertem assim em problemas escolares”. 
O mundo globalizado apresenta, ao professor, uma nova realidade decorrente de seus avanços, como 
a informação compartilhada e a cidadania global. O professor deve lidar com a informação, como parte 
de seu conhecimento, que não deve se limitar a ela e trabalhar em prol da construção de uma nova ordem 
cidadã. 
Estas mudanças sociais, políticas, econômicas e legais transformaram, profundamente, as relações 
estabelecidas com a escola, o professor, os alunos, os pais e a sociedade em geral. Interferiram no 
trabalho, na imagem social e no valor que a sociedade atribui a educação (escola) e ao professor. 
Diante desta nova ordem, da terceira revolução industrial, desta sociedade pós-moderna, ou em rede, 
à educação, muitas vezes é concebida como uma panaceia, onde está sendo creditada a redenção do 
mundo, a harmonia dos povos, a solução da pobreza, a eliminação dos males que afligem a humanidade, 
transferindo-se, ao professor, este viés redentor, posto que um dos responsáveis pelo desenvolvimento 
do sistema educativo. 
Nesse sentido, “há uma retórica cada vez mais abundante sobre o papel fundamental

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