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AULA 01 - INTRODUÇÃO À NUTRIÇÃO MINERAL DE PLANTAS

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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE CARATINGA – FUNEC 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA – UNEC 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NUTRIÇÃO MINERAL DE PLANTAS 
Douglas Silva Parreira 
 
 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 2 
Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com 
GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA 
DISCIPLINA: Nutrição Mineral de Plantas 
 
 
 
CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO À NUTRIÇÃO MINERAL DE PLANTAS 
 
1.1 INTRODUÇÃO 
 
O conhecimento da nutrição das plantas a partir do solo e da atmosfera data de há apenas 
200 anos. Aristóteles (384-322 AEC2) considerava que tanto as plantas como os animais obti-
nham alimento em combinações variadas dos quatro elementos considerados na época: a 
“terra”, o “ar”, o “fogo” e a “água”. No entanto, como as plantas não tinham um sistema diges-
tivo, Aristóteles deduziu que as plantas absorviam o seu alimento do solo onde “os sumos nu-
tritivos” eram formados. Estes alimentos “pré-digeridos”, como lhes chamava, eram absorvidos 
pelas raízes e incorporados diretamente, sem qualquer alteração, no corpo da planta. 
Durante muitos séculos o saber de Aristóteles não foi contestado. Considerava-se que 
realizar experiências era algo indigno dos poderosos de então e quaisquer opiniões diferentes 
do expresso por Aristóteles eram consideradas heréticas. Nos finais do século XV, Cusa propôs 
que a água era “transmutada” em material vegetal. Esta hipótese foi “demonstrada” no século 
XVII, ainda que apenas publicada no século XVIII, pelo alquimista belga Van Helmont que 
colocou um salgueiro (Salix babylonica L.) com perto de 3 kg em cerca de 200 kg de solo. 
Durante 5 anos apenas acrescentou água ao solo e verificou que o salgueiro passou a pesar cerca 
de 90 kg, enquanto que o solo durante este tempo apenas tinha perdido cerca de 60 g. Como a 
perda de peso do solo era muito pequena, ele desprezou-a, e assim considerou que, como só 
tinha acrescentado água, o aumento do peso da planta era necessariamente “devido” à transmu-
tação da água em material vegetal. Esta conclusão foi importantíssima, pois foi a primeira vez 
que se pensou que a grande contribuição para a formação do corpo da planta não era a “terra” 
(o solo). Pela primeira vez as ideias de Aristóteles foram postas em causa e mudou-se para 
sempre as ideias sobre a alimentação das plantas. 
O primeiro desafio às ideias de Van Helmont veio de John Woodward nos finais do 
século XVII. Este procurou saber se era a água em si mesma, ou o que ela transportava que 
nutria as plantas. Para isso, utilizou águas de várias proveniências: a água poluída do Tamisa, 
de outros rios e mesmo água purificada por destilação. Podemos dizer que foi o primeiro a 
utilizar o meio aquoso na experimentação da nutrição das plantas. Destas experiências pôde 
concluir que a água por si não era suficiente para nutrir uma planta, e que a “matéria terrestre” 
que transportava era também importante. 
AULA 1 
 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 3 
Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com 
GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA 
DISCIPLINA: Nutrição Mineral de Plantas 
 
O papel da atmosfera só foi compreendido quando a química moderna se desenvolveu 
e se começou a compreender o processo da fotossíntese. Stephen Hales no seu livro “Vegeta-
ble Staticks”, publicado em 1727, sugeriu que as plantas retiravam parte do seu alimento do ar 
através das folhas, o que foi corroborado por Joseph Priestley, no final do século XVIII. Este 
observou que as plantas mantidas em campânulas de vidro “restauravam” o ar que tinha ficado 
“danificado” pela respiração de um rato. O que ele não compreendeu é que os poderes “restau-
rativos” das plantas dependiam da luz. 
A importância da luz foi estabelecida, alguns anos mais tarde, ainda no século 
XVIII, por Jan Ingen-Housz que verificou que só em presença da luz e nas partes verdes 
da planta se faziam sentir os seus “poderes restaurativos”. Este cientista sugeriu também que a 
planta absorve carbono na forma de CO2 e que, portanto, algo tão insubstancial como o ar podia 
ser fonte de nutrientes. 
Nicholas-Theodore de Saussure, um cientista suíço, foi o primeiro a demonstrar no iní-
cio do século XIX que a planta obtinha C do CO2 da atmosfera, energia da respiração, hidrogê-
nio e oxigênio eram absorvidos junto com o carbono e que a água contribuía para o corpo da 
planta. Foi também Theodore de Saussure que, num livro publicado em 1804, indicou que o 
crescimento das plantas dependia da absorção pelas raízes de azoto e outros elementos, e que o 
aumento da matéria seca da planta era, principalmente, devido ao C, H e O absorvidos e que o 
solo era o fornecedor de minerais indispensáveis à vida da planta. 
Em meados do século XIX, Carl Sprengel um cientista alemão estabeleceu pela primeira 
vez que as plantas necessitavam de um leque de nutrientes e que a falta de um deles era sufici-
ente para impedir o seu crescimento correto. 
Sensivelmente no mesmo período, Jean-Baptiste Boussingault, considerado por muitos 
o fundador da agricultura científica, realçou a importância de se saber não só a composição das 
plantas, mas também a necessidade de se conhecer as quantidades de minerais extraídos pelas 
plantas. Isto permitiria através da fertilização manter o balanço dos nutrientes no próprio solo. 
Posteriormente, os ingleses John Bennet Lawes e Joseph Henry Gilbert iniciaram na 
propriedade do primeiro, Rothamsted Manor, uma série de ensaios de campo que conduziram 
à ideia que uma forte fertilização azotada permitiria um grande aumento da produção agrícola. 
Ainda hoje, parte da propriedade é dedicada à investigação agrícola na que hoje se chama 
Rothamsted Experimental Station. 
Baseado nos estudos anteriores Justus von Liebig (1803-1873) um químico alemão, “pai 
da nutrição mineral de plantas” formulou a chamada Lei do Mínimo que pode ser enunciada da 
 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 4 
Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com 
GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA 
DISCIPLINA: Nutrição Mineral de Plantas 
 
seguinte forma: “O crescimento é limitado não pelos recursos totais existentes, mas pelo recurso 
que existe em menor quantidade”. Ele estabeleceu que os alimentos de todas as plantas verdes 
são as substâncias inorgânicas ou minerais. Este trabalho foi apresentado no evento da Associ-
ação Britânica para o Progresso da Ciência, e resultou em 1840, publicação do livro “Química 
orgânica e suas aplicações na agricultura e fisiologia”. 
Portanto, segundo Epstein (1975), a principal contribuição de Liebig à nutrição de plan-
tas foi a de ter liquidado com a “teoria do húmus” de que a matéria orgânica do solo era a fonte 
do carbono absorvido pelas plantas. Dessa forma, segundo a teoria de Liebig, a planta vive de 
ácido carbônico, amoníaco (ácido azótico), água, ácido fosfórico, ácido sulfúrico, ácido silícico, 
cal magnésia, potassa (soda) e ferro. Assim, durante todo final do século XIX, a lista clássica 
dos nutrientes de plantas eram basicamente o N, P, S, K, Ca, Mg e Fe. Definindo-se, assim, a 
exigência das plantas essencialmente dos macronutrientes. E ainda, nesta época, Liebig contri-
buiu para o surgimento das indústrias de adubos. 
No século XX é que se definiu o conceito de micronutrientes, ou seja, aqueles igual-
mente essenciais, porém exigidos em menores quantidades pelas plantas. No Brasil, nesta época 
foram criadas as primeiras instituições de ensino e pesquisa (UFBA em 1877; IAC em 1887 e 
ESALQ em 1901), estabelecendo a base dos estudos em nutriçãode plantas, com início na 
década de 50. 
O estudo de nutrição de plantas estabelece quais são os elementos essenciais para o ciclo 
de vida da planta, como são absorvidos, translocados e acumulados, suas funções, exigências e 
os distúrbios que causam quando em quantidades deficientes ou excessivas. 
A nutrição de plantas também apresenta os aspectos ligados desde a aquisição do nutri-
ente pelas raízes, ligados a Ciência do Solo, como as funções que desempenham nas plantas, 
relacionado aos aspectos estudados na Bioquímica e na Fisiologia Vegetal. E, de forma mais 
ampla têm-se uma relação estreita entre a nutrição de plantas e a agronomia. Pois é conhecido 
que os objetivos principais da ciência agronômica, estão voltados para a produção de alimentos, 
fibras e energia. Para isso, existem mais de cinquenta fatores de produção que devem ser con-
siderados para atingir a máxima eficiência dos sistemas de produção agrícolas. Esses fatores de 
produção estão arranjados em três grandes sistemas como: solo, planta e ambiente. A área de 
nutrição de plantas está centrada no sistema planta, assim como outras (fitopatologia, fisiologia 
vegetal, biologia molecular, melhoramento vegetal, fitotecnia, etc.). No solo, estão as áreas de 
fertilidade do solo, fertilizantes/corretivos, adubação entre outras e no ambiente irrigação e dre-
 
 
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Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com 
GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA 
DISCIPLINA: Nutrição Mineral de Plantas 
 
nagem, climatologia, etc. Ressalta-se que a maioria destes fatores de produção pode ser contro-
lado, no campo, pelo produtor; entretanto, alguns são de difícil controle, como a luz e a tempe-
ratura. Existem outras áreas correlatas à nutrição de plantas, como fitopatologia, microbiologia, 
melhoramento vegetal e, até a mecanização, entre outras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
BARROS, J. F. C. Fertilidade do solo e Nutrição das plantas. Texto de apoio para as Unid-
des Curriculares de Sistemas e Tecnologias Agropecuários e Noções Básicas de Agricultura. 
Escola de ciências e tecnologia - departamento de fitotecnia. Universidade de Évora, Évora, 
2020. 33p. 
COSTA, A. R. da. Nutrição mineral em plantas vasculares. Edição: Escola de Ciências e 
Tecnologia da Universidade de Évora, Évora, 2014. 147p. 
SALDANHA, C. B.; EMRICH, E. B.; NEGRÃO, E. N. M.; CASTIONI, G. A. F. Ciência 
do solo: fertilidade do solo e nutrição mineral de plantas. Londrina: Editora e Distribuidora 
Educacional, S.A., 2016. 192 p. 
FAQUIN, V. Nutrição Mineral de Plantas. Lavras: UFLA / FAEPE, 2005. 
LOPES, A. S.; GUILHERME, L. R. G. Fertilidade do solo e produtividade agrícola. Ro-
berto Ferreira de Novais et al., (eds). Fertilidade do Solo, Viçosa, MG; Sociedade Brasileira 
de Ciência do Solo, p.1-64. 2007. 
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