Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DISFONIAS • Disfonias: Sintomatologia de rouquidão • A laringe é um órgão tubular cartilaginoso que fica entre a C3 e a C6 • Na região supraglótica e subglótica são as regiões mais acometidas por tumores mais complexos e metalizam mais do que os tumores da glote, pois a região é mais vascularizada. Os tumores na glote geralmente causam rouquidão prolongada. • Na laringe a região posterior é mais responsável pela parte respiratória e a parte anterior pela fonatória • Na nasofaringe temos a tuba auditiva, que é responsável pela equalização do ar/pressão Músculos intrínsecos da laringe • Tireoaritenóideos - Encurtamento (relaxamento) das cordas vocais • Interaritenóideos (transverso e oblíquo) • Cricoaritenóideo posterior - Único abdutor (responsável pela respiração) • Cricoaritenóideo lateral • Cricoaritenóideo Funções básicas da laringe: Proteção esfincteriana/deglutição, função respiratória e função fonatória. A voz uma característica humana relacionada com a necessidade do homem de se agrupar e se comunicar. A emissão eficiente é realizada através da harmonia entre: - Sistema nervoso + respiratório + digestivo + músculo + ligamentos + ossos Vibração do ar que é expulso dos pulmões pelo diafragma -> Cordas vocais -> Modificado pela boca, lábios e língua Voz = fonação + ressonância Estágio da produção da fala: 1. Exalação 2. Fonação 3. Articulação/ Ressonância DISFONIAS Funcionais (primária): Quando o uso da voz é a causa da disfonia • Comportamentais: Uso incorreto da voz, uso abusivo da voz, psicogênicas • Inadaptações: Funcionais Orgânicas: • Orgânico-funcionais: Quando o uso da voz gera lesões nas estruturas envolvidas na produção vocal • Orgânicas (secundárias): Quando a voz apenas reflete uma alteração cuja causa independe da produção vocal Exames diagnósticos na laringologia: Laringoscopia indireta (através de tela) ou direta (olha diretamente) Laringoscopia flexível - Nasofibrolaringoscopia: Visualização mais superior Laringoscopia de suspensão - Microcirurgia de laringe Laringites - Processo inflamatório e infeccioso que acomete a laringe Agudas • Exudato e hiperemia do epitélio em resposta a agressão aguda • 8 dias • Viral • Autolimitadas • Em crianças, mais grave • Tosse Crônicas • Hipertrofia e metaplasia do epitélio • Adultos • Disfonia > 20 dias, muco, disfagia, dispneia, tosse crônica, pigarro, fadiga vocal • Etiologias: Mau uso da voz, profissão, trauma externo, álcool, tabaco, alergia, poluição ambiental, RLF, psicológico, doenças sistêmicas, cirurgias cervicais O abuso vocal, como gritar, pode causar uma inflamação aguda das pregar vocais (laringite por fonotraumatismo) As pregas vocais ficam hiperemiadas e, neste caso, com edema local onde futuramente poderá se formar um nódulo vocal Nódulos muito grandes - o esforço para falar é tão grande que pode causar uma laringite aguda pelo trauma fonatório. Caracteristicamente as pessoas com nódulos grandes não conseguem falar com pouco volume de voz, uma vez que tentam o ar escapa pela fenda e não sai voz nenhuma ou é inaudível. Laringites agudas inespecíficas • Bacteriana: Branhamella catarrhalis e Haemophilus Influenzae • Súbito, benigno, após resfriado ou nasofaringite • Tratamento: Eliminação de fatores predisponentes Antibiótico de amplo espectro ( Amoxicilina + clavulanato de potássio) Corticoterapia Nebulização (Nbz) Laringotraqueíte/ Laringotraquobronquite/ Crupe/ Laringite subglótica • A causa mais comum de estridor agudo em criança • Maior causa de obstrução de via aérea em crianças 6m-6a • Parainfluenza tipo1 • Obstrução subglótica - Tosse do tipo “latido de cachorro, tosse rouca • Estridor inspiratório, angústia respiratória • Tratamento Nbz, CO, andrenalina Crupe espasmódico/ Laringite estridulosa/ Falso crupe • Laringite com dispnéia frequente em crianças (meninos 1-4 anos) • Evolução benigna • Dispneia de instalação súbita a noite, tiragem supraesternal, respiração ruidosa com estridores, tosse rouca, sudorese intensa, agitação e ausência de febre • Minutos - poucas horas - declinando - tosse rouca que pode durar dias • Diagnóstico clínico e laringoscópico (edema subglótica com pregas vocais normais) • Tratamento: umidificação , criança e ambiente calmo, tranquilização da família quando ao quadro benigno - dexametassona Forma não infecciosa de inflamação laríngea - Alergia, refluxo gastroesofágico Epiglotite - Emergência médica Infecção aguda que envolve estruturas superiores as pregas vocais (epiglote, aritenoides e pregas ariepiglóticas) Adultos, jovens, crianças (2-7 anos) O diagnóstico e tratamento precisam ser realizados rapidamente pelo risco elevado de morte Haemophilus Influenzae tipo B Ocorre redução de casos com a vacinação Quadro clínico: Paciente em posição sentada, pescoço estendido, boca aberta Angústia respiratória (rápido e agudo) Odinofagia intensa, febre, disfagia e sialorreia (excesso de saliva) Diagnóstico Hemograma - hiperleucocitose Nasofibrolaringoscopia Tratamento • Em ambiente hospitalar • Antibioticoterapia venosa (ceftriaxona) • Corticoterapia (dexametasona IM) • Intubação traqueal - traqueostomia • Laringites crônicas inespecíficas podem ser causadas por: DRGE (sinais sugestivos de refluxo laringo-faríngeo posterior), tabagismo, uso abusivo da voz Lesões epiteliais hiperplásicas da laringe levam a malignização Transformação de uma lesão ate ficar maligna: Agentes irritativos - queratose - displasia leve/ moderada/acentuada - carcinoma in situ - carcinoma invasivo Posterior: é a parte de cima da imagem • Laringites crônicas específicas podem ser causadas por: Bactérias: Tuberculose, hanseníase, Lues, rinoescleroma e actinomicose Fungos: Histoplasmose, paracoccidioidomicose, aspergilose, rinosporidios Parasitas: Leishmaniose, esquistossomose Aspecto comum - Inflamação granulomatosa Substrato anatomopatológico: Granuloma resultado de uma reação inflamatória crônica (restringindo o leque de hipóteses) Tuberculose laríngea • Causa mais frequente de leão granulomatosa na laringe • Sexo masculino e em idosos • M. Tuberculosis • Dor, disfagia e disfonia progressiva • Laringites + quadros pulmonares + associações • Baciloscopia de escarro positiva sem lesoes pulmonares ao rx de tórax = avaliação laríngea Malformações da laringe: Laringomalácea • Causa mais frequente de estridor no 1º ano de vida • Alteração congênita laríngea mais frequente • Imaturidade do sistema neuromuscular - Até os 2 anos se torna rígida e melhora • A avaliação da laringe tem que ser feita de forma dinâmica • Discreto ruído inspiratório -> Dispneia grave • Estridor piora durante esforço e choro e melhora no sono • Dificuldade na alimentação • Diagnóstico: Nasofibrolaringoscopia • Tratamento expectante: Cirurgia (Se a criança nao conseguir ganhar peso, faz a cirurgia, e nao espera ate os 2 anos) 1. Subluxacao da tireoide na hora da intubação 2. Estenose glótica (estreitamento) membrana laríngea. Outras malformações da laringe: Estenoses, atresia, diafragma, paralisia laríngea Lesões fonotraumáticas das pregas vocais Lesões superficiais que não apresentam ligação com o ligamento vocal, acometendo apenas o epitélio e a camada superficial da lâmina própria • Nódulos vocais • Pólipos • Edema de Reink - Tratamento: Parar tabagismo, RGE, reeducação vocal / Cirurgia / fonoterapia (flexibilizar a mucosa e readaptar o padrão vocal) Disfonia funcional: Aquelas que não apresentam nenhuma alteração visível nas pregas vocais Pede para tossir, se tossir normal tem voz, se a pessoa ta rouca não consegue emitir som na tosse. Alterações estruturais mínimas das pregas vocais - Grupo de lesões que alteram a composição/estrutura tecidual das CVs e cujo impacto restringe-se a formação fonatória da laringe posterior • Sulco vocal • Cisto epidermólise• Ponte mucosa • Microdiafragma laríngeo • Vasculodigenesia Diagnóstico: Videoestroboscopia Tumores da laringe Benigno • Papilomatose laríngea - É o tumor benigno mais comum da laringe • Lesões exofíticas e friáveis, película das ou sésseis • Lesoes secundárias a infecção pelo Papiloma virus humano (HPV) • Transmissão vertical da mae para o filho • Subtipos mais encontrados na laringe é o 6 e o 11 (16 e 18 maligniza mais) • Sintoma mais comum - disfonia progressiva - estridor, insuficiência respiratória • Tratamento cirúrgico Maligno • Carcinoma espino celular (CEC) - Neoplasia maligna de linhagem intraepitelial- 95% dos tumores malignos primários da laringe • Fatores de risco: Etilismo, tabagismo, refluxo larigo-faríngeo, predisposição genética, infecção pelo HIV • Glóticos, supragloticos e subglóticas • Disfonia persistente em paciente com fatores de risco • Videolaringoscopia, palpação cervical, tomografia computadorizada (para estadiamento) • Biópsia Caso clínico 1 Lactente de 1 ano é trazido na madrugada à emergência pediátrica após ter iniciado quadro de dificuldade respiratória. A mãe conta que há dois dias a criança estava com sintomas gripais, mas nas últimas horas começou com dificuldade para respirar, além de fazer barulho para inspirar e ter uma tosse estranha. Ao exame físico, você identifica estridor inspiratório, tosse metálica e tiragem subcostal leve. Apesar disso, o lactente encontra-se em bom estado geral. Principal hipótese diagnóstica: Laringite viral aguda Qual a etiologia da doença: Viral - Parainfluenza tipo 1 Qual o tratamento: Sintomáticos e medicamentos via inalatória Caso clínico 2 Paciente sexo masculino, 52 anos, refere estar com disfonia há 3 meses sem melhora com medicamentos antiinflamatórios que tomou por conta própria e antibióticos. Refere trabalhar com a voz dando palestras frequentes. Quais perguntas você acrescentaria nessa anamnese, para elucidação diagnóstica? Se é fumante e há quanto tempo; Perguntar se é o primeiro episódio; Quais exames solicitaria e porque? Videolaringoscopia Construa hipóteses diagnóstica? Nódulo vocal, papiloma da prega vocal, tumor de laringe Paciente acrescentou que fumou por 20 anos, 1 maço de cigarro/3 dias e parou em torno de 10 anos. 1. Leucoplasia: Quando o epitélio esta esbranquiçado 2. Lesão vegetante em prega vocal direita DISFONIAS
Compartilhar