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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/340308860 ESTUDO DE COMPATIBILIDADE CIMENTO/ADITIVO EM PASTAS UTILIZANDO CIMENTO CP IV E ADITIVO SUPERPLASTIFICANTE PARA A ELABORAÇÃO DE CONCRETOS AUTO-ADENSÁVEIS Conference Paper · September 2010 CITATIONS 0 READS 445 4 authors: Anderson Renato Vobornik Wolenski Federal Institute of Santa Catarina 80 PUBLICATIONS 113 CITATIONS SEE PROFILE Anelize Borges Monteiro Federal University of Minas Gerais 42 PUBLICATIONS 53 CITATIONS SEE PROFILE André Luiz Nonato Ferraz State University of Mato Grosso 8 PUBLICATIONS 18 CITATIONS SEE PROFILE André Luis Christoforo Universidade Federal de São Carlos 146 PUBLICATIONS 1,009 CITATIONS SEE PROFILE All content following this page was uploaded by Anderson Renato Vobornik Wolenski on 31 March 2020. 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Av. dos Ingás, 3001 - Jd. Imperial, CEP 78550-000 – Sinop-MT. E-mail: andersonunemat@gmail.com Anelize Borges Monteiro Departamento de Engenharia Civil –UNEMAT - Universidade do Estado de Mato Grosso. Av. dos Ingás, 3001 - Jd. Imperial, CEP 78550-000 – Sinop-MT. E-mail: ane.lize.eng@gmail.com André Luiz Nonato Ferraz Departamento de Engenharia Agrícola – UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso. Avenida Alexandre Ferronato, 1200, Setor Industrial, CEP; 78550-000 – Sinop-MT. E-mail: andreferraz77@hotmail.com André Luís Christoforo Departamento de Engenharia Mecânica –UFSJ - Universidade Federal São João Del-Rei. Rua Frei Orlando, 170, Centro, CEP 36307-352 – São João Del-Rei-MG. E-mail: alchristoforo@ufsj.edu.br RESUMO: O estudo de pastas de cimento é pré-requisito essencial para o desenvolvimento de concretos especiais. No que tange pesquisas em concretos auto-adensáveis, torna-se de suma relevância estudos que busquem melhorias em sua reologia, a fim de obter melhorias em fluidez e trabalhabilidade. Neste contexto, os ensaios de compatibilidade cimento/aditivo, realizados por intermédio do ensaio de Cone de Marsh, são imprescindíveis para determinação das propriedades reológicas da pasta de cimento para um dado percentual de uso de aditivo superplastificante. Várias são as pesquisas envolvendo estudos com os cimentos compostos CP II e CP V, face ao desenvolvimento de concretos auto-adensáveis. Entretanto, este fato difere quando se trata do emprego do cimento Portland composto CP IV, que possui como principal característica um baixo calor de hidratação, pois contém em sua composição adição de material pozolânico. Portanto, a existência de poucas pesquisas, especificamente utilizando o cimento pozolânico CP IV, evidencia a necessidade de estudarsua compatibilidade com diferentes percentuais de adição de aditivo superplastificante, de modo a determinar o ponto de saturação ótimo de aditivo na pasta, ou seja, a quantidade estritamente necessária de aditivo para obtenção da melhor fluidez sem que ocorram problemas com exsudação na pasta avaliada. Pretende-se, deste modo, iniciar um estudo de viabilidade técnica da utilização do cimento Portland CP IV, na confecção de concretos auto- adensáveis, a partir de pesquisas de compatibilidade cimento/aditivo, que permitam alcançar uma pasta altamente fluida e sem exsudação. Palavras-chave: pastas de cimento, cimento CP IV, aditivo superplastificante, ensaio de Cone de Marsh, propriedades reológicas, concretos auto-adensáveis. 1° CONEMAT – 4ª SEAA Sinop, Mato Grosso, 22 a 25 de Setembro de 2010 Anais do 1° CONEMAT – Congresso das Engenharias, Arquitetura e Agronomia de Mato Grosso | 2 1 INTRODUÇÃO A exponencial ascensão no emprego de estruturas em Concreto Armado nestas últimas décadas tem elevado a necessidade de estudos que melhorem características particulares deste material, de modo a superar os novos desafios da Construção Civil. Com este crescente aumento, criou-se também a necessidade de efetivação de pesquisas tecnológicas em concretos especiais, visando estender a durabilidade do Concreto Armado utilizado em elementos estruturais. Particularmente, a utilização do Concreto Auto-Adensável (C.A.A.) também cresceu em razão da grande necessidade de produção de um concreto que aliasse resistência mecânica com fluidez e trabalhabilidade, de modo a possibilitar a concretagem em elementos com armaduras densas ou em locais de difícil acesso para realização da vibração do concreto. Segundo Okamura (1997), o Concreto Auto-Adensável ou Auto-Compactante é um concreto tão fluido que pode ser lançado facilmente, sem necessidade de vibração ou outros meios de compactação, mantendo-se homogêneo, coeso e sem segregação. Deste modo, apesar de existir uma grande variação nas proporções dos materiais e metodologias de dosagem utilizadas para sua confecção, em suma o C.A.A. possui como principal característica em sua composição o uso de aditivos superplastificantes. Sendo assim, uma dosagem adequada de superplastificantes tende a aumentar a fluidez, a habilidade de autocompactar-se e a resistência à segregação do concreto no estado fresco (SU et. al., 2001). Logo, estudos que visem melhorias no processo de dosagem dos aditivos são imprescindíveis para a obtenção de um C.A.A. com elevada trabalhabilidade. Neste contexto, o estudo das pastas de cimento visando à compatibilidade cimento/aditivo e, consequentemente, melhorias nas propriedades reológicas das pastas, precisamente de sua fluidez, torna-se um importante processo experimental para a obtenção de concretos altamente fluidos. Porém, obter altas taxas de fluidez depende diretamente do elevado teor de superplastificantes, que proporciona a diminuição da relação água/cimento sem que ocorra a perda de trabalhabilidade. Para alcançar esta situação, é importante estabelecer uma dosagem compatível de cimento e superplastificante. A dosagem necessária pode ser determinada enquanto se avalia a compatibilidade. Usualmente, determina-se a redução do teor de água para se obter uma trabalhabilidade igual à de uma mistura sem aditivo, usando o ensaio de fluência da ASTM C 230-90 ou BS 1881: Parte 105:1984, conforme observado em Neville (1997). Outra maneira utilizada para obtenção da compatibilidade cimento/aditivo é o ensaio no Cone de Marsh, que tem sido usado previamente para avaliar a fluidez e a dosagem ótima de superplastificante nas pastas e argamassas, segundo a norma brasileira NBR 7682/1983: Calda de Cimento para Injeção: Determinação do Índice de Fluidez. Muitas são as pesquisas realizadas por meio do ensaio de compatibilidade no Cone de Marsh, com a finalidade de obter o percentual ótimo de aditivo na pastas e, posteriormente, promover a fluidez necessária para obtenção de concretos altamente fluidos. Contudo, grande parcela destes estudos possui como foco pesquisas utilizando cimento Portland composto do tipo CP II-F, com adições de fíler, ou cimento Portland composto CP V-ARI, pois apresentam propriedades importantes para confecção do Concreto Auto-Adensável, como por exemplo, finura dos grãos e altas resistências iniciais, que contribuem para melhorias durante o processo de dosagem e facilita a obtenção de concretos especiais. Na procura por resultados diferenciados, este trabalho tem como objetivo a realização dos ensaios de compatibilidade cimento/aditivo, por intermédio da utilização de aditivos superplastificantes e do cimento Portland composto CP IV, que possui como principal 1° CONEMAT – 4ª SEAA Sinop, Mato Grosso, 22 a 25 de Setembro de 2010 Anais do 1° CONEMAT – Congresso das Engenharias, Arquitetura e Agronomia de Mato Grosso | 3 característica a adição de material pozolânico, a qual proporciona ao concreto em fase de endurecimento a diminuição da temperatura de hidratação, prolongando o tempo de pega do concreto e, consequentemente, permitindo a concretagem em grandes volumes e em ambientes com elevada temperatura ambiente. 2 OBJETIVOS Este trabalho tem como objetivo estudar as pastas de cimento com a utilização do cimento Portland pozolânico CP IV e aditivo superplastificante, de modo a encontrar o teor ótimo de superplastificantes adequados para uma melhor fluidez da pasta, bem como evitar possíveis problemas de exsudação. A principal justificativa deste trabalho advém de poucas pesquisas realizadas em concretos auto-adensáveis com a utilização do cimento composto do tipo CP IV. Em virtude de seu baixo calor de hidratação e adições pozolânicas, este cimento tem sido muito pouco utilizado na confecção de concretos com elevada fluidez, cuja preferência tem sido para cimentos compostos que possuem menor finura dos grãos e resistências iniciais elevadas, como é o caso dos cimentos composto CP II e CP V-ARI. Pretende-se, portanto, avaliar tecnicamente a viabilidade em sua fase pasta, de modo a permitir a continuidade de outras pesquisas nas etapas seguintes da elaboração do concreto auto-adensável, sejam estas, nas fases de argamassa e concreto. 3 INFLUÊNCIA DOS SUPERPLASTIFICANTES NAS PASTAS DE CIMENTO Em se tratando de aditivos superplastificantes, estes possuem influência direta no comportamento reológico das pastas de cimento, especialmente em sua fluidez. No que condiz a elaboração de concretos auto-adensáveis, o uso de superplastificantes é um componente primordial para a obtenção da trabalhabilidade necessária para obtenção de um concreto auto-compactante, ou seja, a ação do aditivo superplastificante tem como efeito principal promover um completo adensamento apenas pela ação do peso próprio dos componentes do concreto. Os aditivos superplastificantes atuam basicamente na defloculação e dispersão das partículas de cimento, garantindo dessa forma, um maior aproveitamento da água adicionada à mistura (AITCIN, 1994). Este efeito dispersante das partículas de cimento controla a aglomeração de suspensões saturadas, como é o caso da matriz que compõe as argamassas. De acordo com Rixon & Mailvaganam (1999), o aditivo superplastificante ou dispersante atua por forças eletrostáticas, pois modificam a carga da superfície da partícula de cimento ao serem absorvidos por elas. Dessa forma, as partículas adquirem cargas de mesmo sinal e se repelem. Isso resulta na repulsão das partículas por efeito eletrostático, e o atrito interpartículas do sistema é reduzido, assim como a energia requerida para induzir o fluxo no sistema. Deste modo, o desenvolvimento de concretos com elevada trabalhabilidade e sem a ocorrência da exsudação é possível pela ação dispersante do aditivo. Segundo Ferraz (2009), a elevada fluidez é obtida através do efeito de dispersãodas partículas de cimento com o uso dos aditivos superplastificantes, e a redução da exsudação é facilitada pela coesão que o aditivo superplastificante confere à mistura. 1° CONEMAT – 4ª SEAA Sinop, Mato Grosso, 22 a 25 de Setembro de 2010 Anais do 1° CONEMAT – Congresso das Engenharias, Arquitetura e Agronomia de Mato Grosso | 4 4 CIMENTO PORTLAND POZOLÂNICO CP IV De acordo com a NBR 5736: Cimento Portland Pozolânico, este tipo de cimento é um aglomerante hidráulico obtido pela mistura homogênea de clínquer Portland e materiais pozolânicos, moídos em conjunto ou em separado. Durante o processo de moagem, é permitida a adição de uma ou mais formas de sulfato de cálcio e materiais carbonáticos com teores especificados. O teor de materiais pozolânicos secos deve estar compreendido entre 15 e 50% da massa total de aglomerante. O material clínquer Portland é constituído em sua maior parcela por silicatos de cálcio com propriedades hidráulicas. Já os produtos pozolânicos são materiais silicosos ou silicoaluminosos que por si só possuem pouca ou nenhuma atividade aglomerante, mas que, quando finamente divididos e na presença de água, reagem com o hidróxido de cálcio, à temperatura ambiente, para formar compostos com propriedades cimentícias. Dentre estes materiais pozolânicos, têm-se: Pozolanas naturais: materiais de origem vulcânica, geralmente ácidos ou de origem sedimentar; Pozolanas artificiais: materiais provenientes de tratamento térmico ou subprodutos industriais com atividade pozolânica. Dentre estes se destacam as argilas calcinadas: provenientes da calcinação de determinadas argilas que, quando tratadas a temperatura entre 500ºC e 900ºC, adquirem propriedades de reagir com o hidróxido de cálcio; cinzas volantes: resíduos finamente divididos provenientes da combustão de carvão pulverizado ou granulado; e outros materiais não tradicionais: escórias siderúrgicas ácidas, microssílica, rejeito silicoaluminoso de craqueamento de petróleo, cinzas de resíduos vegetais e de rejeito de carvão mineral. O cimento utilizado neste estudo é o cimento Portland pozolânico CP IV 32, cuja resistência à compressão aos 28 dias de idade é 32 MPa. Dentre as principais exigências físicas e mecânicas do cimento Portland pozolânico estão: Finura (resíduo na peneira 75 m): 8%; Tempo de início e fim de pega: 1 hora e 12 horas, respectivamente; Expansibilidade a quente e frio: 5 mm; Resistência à compressão aos 3 dias de idade: 10 MPa; Resistência à compressão aos 7 dias de idade: 20 MPa; Resistência à compressão aos 28 dias de idade: 32 MPa. Em termos gerais, o cimento Portland CP IV é utilizado para obras correntes sob a forma de argamassa, concreto simples, armado e protendido, elementos pré-moldados e artefatos de cimento. É especialmente indicado em obras expostas à ação de água corrente e ambientes agressivos. O concreto feito com este produto se torna mais impermeável, mais durável, apresentando resistência mecânica à compressão superior à do concreto feito com Cimento Portland Comum, a idades avançadas. Apresenta características particulares que favorecem sua aplicação em casos de grande volume de concreto devido ao baixo calor de hidratação (ABCP, 2009). 5 ADITIVO SUPERPLASTIFICANTE Os aditivos utilizados para confecção das pastas de cimento submetidas aos ensaios deste trabalho são superplastificantes de última geração (Glenium 51 da BASF), que são isentos de cloretos e atendem às prescrições das normas da ASTM C 1017: Specification for chemical admixtures for use in producing flowing concrete (1992). 1° CONEMAT – 4ª SEAA Sinop, Mato Grosso, 22 a 25 de Setembro de 2010 Anais do 1° CONEMAT – Congresso das Engenharias, Arquitetura e Agronomia de Mato Grosso | 5 Possuem base em cadeia de éter carboxílico modificado, desenvolvido para o concreto em geral, especialmente para indústria de pré-moldados e concretos protendidos, onde se requer maior durabilidade e desempenho, sendo também utilizado para produção de concreto auto-adensável. Com relação às suas propriedades no estado fresco, possuem alta capacidade de redução de água, alcançando até 40% de redução. Melhoram a textura da superfície do concreto, além de diminuir a exsudação. A dosagem recomendada pelo fabricante do produto é de 0,5 a 1% de aditivo comparado a massa de cimento; contudo, essas dosagens devem ser orientadas por meio da realização de ensaios laboratoriais a fim de determinar a dosagem ótima de aditivo superplastificante, como por exemplo, o ensaio de compatibilidade cimento/aditivo no Cone de Marsh realizado nesta pesquisa. Uma ressalva na utilização do aditivo superplastificante pelo seu fabricante é a sua adição direta aos agregados secos. Assim, recomenda-se a colocação do aditivo em parte da água de amassamento, adicionando-o somente depois da mistura já estiver homogeneizada. Na Tabela 1 são apresentadas algumas características do aditivo superplastificante, conforme a ficha técnica do aditivo Glenium 51 da BASF. Tabela 1 – Características do Aditivo utilizado neste estudo. DADOS TÉCNICOS Função Principal Superplastificante de 3ª Geração Base química Policarboxilato Massa Específica (g/cm³) 1,067 a 1,107 pH 5,0 a 7,0 Estado Físico Líquido Aspecto Bege Teor de Sólidos Médio (%) 28,5 a 31,5% Viscosidade (MPa.s) 95 a 160 Fonte adaptada: Manual Técnico BASF CC Brasil, 2007. 6 ENSAIO DE COMPATIBILIDADE CIMENTO/ADITIVO Para o desenvolvimento de concretos especiais, tais como o concreto auto-adensável, um dos principais procedimentos experimentais para sua elaboração é a diminuição da relação água/cimento (a/c), mantendo suas propriedades de fluidez e trabalhabilidade. Com isso, o uso de aditivos em quantidades normalizadas pode resultar no aumento da vida útil da pasta de cimento, ainda durante o estado fresco, possibilitando não somente a retenção de uma trabalhabilidade elevada por um período de tempo maior, como também o aumento considerável de sua resistência, devido o decréscimo do fator a/c. Nesse contexto, este trabalho delineou os ensaios de compatibilidade cimento/aditivo previsto na norma brasileira vigente, especificamente na NBR 7682/1983 - Calda de Cimento para Injeção: Determinação do Índice de Fluidez, que avalia a fluidez e a dosagem ótima de aditivos superplastificantes nas pastas por meio do ensaio no Cone de Marsh. 1° CONEMAT – 4ª SEAA Sinop, Mato Grosso, 22 a 25 de Setembro de 2010 Anais do 1° CONEMAT – Congresso das Engenharias, Arquitetura e Agronomia de Mato Grosso | 6 6.1 Processo de mistura da Pasta de Cimento A mistura da pasta de cimento seguiu metodologia desenvolvida especificamente para este trabalho. O processo consistiu na mistura de 1300 gramas de cimento Portland pozolânico CP IV com 90% da água de amassamento, misturados em velocidade baixa na argamassadeira durante os dois primeiros minutos. Durante o terceiro minuto, foram acrescentados os 10% restantes da água de amassamento diluídos com o total de aditivo superplastificante de maneira lenta e constante, evitando a aglomeração das partículas de cimento. No quarto minuto, a argamassadeira foi desligada para limpeza da pá e do fundo da cuba com uma espátula de madeira. Por fim, no quinto minuto, a mistura da pasta ocorreu em velocidade rápida, de modo a facilitar a quebra das partículas de cimento, caso ainda estivessem aglomeradas. Na Figura 1 têm-se as imagens do processo de mistura da pasta de cimento realizado em argamassadeira planetária da Marca Eberle. Figura 1 – Processo de mistura da pasta de cimento: 1) Massa total de cimento + 90% de água; 2) Dois minutos em velocidade baixa; 3) Diluição de aditivo nos 10% restantes de água durante terceiro minuto, seguindo com limpeza durante quarto minuto; 4) Quinto minuto em velocidade alta; 5) Final do processo da mistura. 6.2 Ensaio de Cone de MarshO Cone de Marsh consiste de um cone de metal, aberto no topo e com uma abertura no fundo, onde é localizado um bocal de diâmetros variáveis. No interior do cone é colocado um volume de material e em seguida é medido o tempo gasto para esse volume fluir através do bocal deste cone. Na literatura o diâmetro (d) do bocal varia de 5 mm a 12,5 mm e o volume (V) inicial utilizado varia de 800 a 2000 mL (Gomes, 2002). Nos ensaios realizados neste trabalho, utilizou-se de um cone com d = 8 mm, V = 1000 mL, com a adoção de um volume de pasta igual a 800 ml. Na Figura 2 tem-se o detalhe do cone de Marsh utilizado nesta pesquisa, bem como o esquema detalhado de suas medidas conforme rege a literatura. 1° CONEMAT – 4ª SEAA Sinop, Mato Grosso, 22 a 25 de Setembro de 2010 Anais do 1° CONEMAT – Congresso das Engenharias, Arquitetura e Agronomia de Mato Grosso | 7 Figura 2 – Ensaio no cone de Marsh: 1) Detalhe do cone utilizado nos ensaios desta pesquisa. 2) Especificações técnicas das medidas do cone conforme literatura. Para o estudo de viabilidade técnica do índice de fluidez da pasta com cimento Portland pozolânico CP IV e aditivo superplastificante, utilizou-se da metodologia aplicada segundo Roncero (2000). Esta metodologia consiste em preencher o cone de Marsh com 800 mL e medir o tempo de escoamento de 200 mL da pasta ensaiada. Para medição deste volume, adotou-se uma proveta graduada de 1000 mL, sendo o tempo determinado por meio de cronômetro digital. Seguindo a metodologia desenvolvida por Roncero (2000), a determinação do percentual ótimo de aditivo superplastificante ocorreu com incrementos de aditivo em 0,1% (percentagem em relação à massa de cimento), até o instante da observação de exsudação da pasta ou ocorrência da variação no tempo de escoamento em intervalos consecutivos, menores que 1,0 segundo, para os tempos de escoamentos de 5, 15 e 30 minutos, a partir do instante de incorporação do aditivo superplastificante. 7 RESULTADOS OBTIDOS Os ensaios de compatibilidade cimento/aditivo foram realizados para duas relações água/cimento, de modo a se obter um parâmetro comparativo dado o aumento desta relação e sua fluidez no ensaio de Cone de Marsh. Na Tabela 2 se encontram os resultados obtidos para as pastas de cimento confeccionadas com uma relação a/c = 0,45. Para esta relação, foram realizados 18 ensaios, com variação entre 0,1% até 1,8% de aditivo, de modo a verificar o percentual ótimo de aditivo superplastificante para a relação a/c ensaiada, atendendo aos critérios de melhor fluidez sem a ocorrência de exsudação. Da mesma forma, analisou-se a questão custo benefício, sendo evitado o uso desnecessário de aditivo que promoveria a elevação do custo da pasta sem elevar sua qualidade. O percentual ótimo para esta relação, obtida pelo ensaio no Cone de Marsh, está enfatizado também nesta tabela. 1° CONEMAT – 4ª SEAA Sinop, Mato Grosso, 22 a 25 de Setembro de 2010 Anais do 1° CONEMAT – Congresso das Engenharias, Arquitetura e Agronomia de Mato Grosso | 8 Tabela 2 – Resultados obtidos de compatibilidade cimento/aditivo das pastas com relação a/c = 0,45, por meio do Ensaio de Cone de Marsh. ENSAIOS REALIZADOS TEMPO DE ESCOAMENTO (segundos) Identificação % de aditivo 5 minutos 15 minutos 30 minutos 1º Ensaio 0,1 + 60 +60 +60 2º Ensaio 0,2 + 60 +60 +60 3º Ensaio 0,3 + 60 +60 +60 4º Ensaio 0,4 13,9 +60 +60 5º Ensaio 0,5 5,26 35,2 +60 6º Ensaio 0,6 3,93 8,93 10,3 7º Ensaio 0,7 3,69 5,75 8,81 8º Ensaio 0,8 3,47 3,97 5,76 9º Ensaio 0,9 3,29 3,89 5,43 10º Ensaio 1,0 3,26 3,49 4,89 11º Ensaio 1,1 3,08 3,59 4,87 12º Ensaio 1,2 2,97 3,58 3,86 13º Ensaio 1,3 3,03 3,37 3,57 14º Ensaio 1,4 2,66 2,89 3,33 15º Ensaio 1,5 2,62 2,68 3,27 16º Ensaio 1,6 2,53 2,55 2,99 17º Ensaio 1,7 2,33 2,54 2,69 18º Ensaio 1,8 2,59 2,87 2,99 A Figura 3 apresenta e sintetiza os resultados obtidos dos tempos de escoamento para a realização dos ensaios com tempos de 5, 15 e 30 minutos, para uma relação a/c = 0,45. Figura 3 – Gráfico com o tempo de escoamento no Cone de Marsh comparado com o teor de aditivo superplastificante para os tempos de 5, 15 e 30 minutos, com relação a/c = 0,45. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 0,55 0,65 0,75 0,85 0,95 1,05 1,15 1,25 1,35 1,45 1,55 1,65 1,75 Te m p o d e E sc o am e n to n o C o n e d e M ar sh ( e m S e gu n d o s) Teor de Aditivo Superplastificante Glenium 51 (%) - Com relação a/c = 0,45 Tempo de 5 min Tempo de 15 min Tempo de 30 min 1° CONEMAT – 4ª SEAA Sinop, Mato Grosso, 22 a 25 de Setembro de 2010 Anais do 1° CONEMAT – Congresso das Engenharias, Arquitetura e Agronomia de Mato Grosso | 9 Na Tabela 3 são apresentados os resultados obtidos para as pastas de cimento confeccionadas com uma relação a/c = 0,45. Para esta relação, foram realizados 10 ensaios com variação entre 0,1% até 1,0% de aditivo em relação à massa de cimento, de modo a verificar o percentual ótimo de aditivo superplastificante para a relação a/c ensaiada, atendendo aos critérios de melhor fluidez sem a ocorrência de exsudação, bem como, analisando a questão custo benefício. O percentual ótimo para esta relação, obtida pelo ensaio no Cone de Marsh, está enfatizado também nesta tabela. Tabela 3 – Resultados obtidos de compatibilidade cimento/aditivo das pastas com relação a/c = 0,50, por meio do Ensaio de Cone de Marsh. ENSAIOS REALIZADOS TEMPO DE ESCOAMENTO (segundos) Identificação % de aditivo 5 minutos 15 minutos 30 minutos 1º Ensaio 0,1 +60 +60 +60 2º Ensaio 0,2 2,87 3,79 +60 3º Ensaio 0,3 2,38 3,02 5,39 4º Ensaio 0,4 2,57 3,99 5,19 5º Ensaio 0,5 2,74 3,97 5,79 6º Ensaio 0,6 2,31 2,74 4,31 7º Ensaio 0,7 2,27 2,43 3,99 8º Ensaio 0,8 2,29 2,31 2,63 9º Ensaio 0,9 2,49 2,68 2,98 10º Ensaio 1,0 2,33 2,72 2,76 A Figura 4 apresenta e sintetiza os resultados obtidos dos tempos de escoamento para realização dos ensaios com os tempos de 5, 15 e 30 minutos, para uma relação a/c = 0,50. Figura 4 – Gráfico com o tempo de escoamento no Cone de Marsh comparado com o teor de aditivo superplastificante para os tempos de 5, 15 e 30 minutos, com relação a/c = 0,5. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 0,25 0,35 0,45 0,55 0,65 0,75 0,85 0,95 1,05 Te m p o d e E sc o am e n to n o C o n e d e M ar sh ( e m S e gu n d o s) Teor de Aditivo Superplastificante Glenium 51 (%) - Com relação a/c = 0,50 Tempo de 5 min Tempo de 15 min Tempo de 30 min 1° CONEMAT – 4ª SEAA Sinop, Mato Grosso, 22 a 25 de Setembro de 2010 Anais do 1° CONEMAT – Congresso das Engenharias, Arquitetura e Agronomia de Mato Grosso | 10 8 CONCLUSÕES E PROPOSTAS Para o desenvolvimento de concretos especiais, torna-se de suma importância o estudo de pastas de cimento. No que tange o estudo de concretos auto-adensáveis, conhecer as propriedades reológicas, principalmente os fatores relacionados à sua fluidez, se mostra imprescindível para o desenvolvimento de um concreto com alta trabalhabilidade. Deste modo, estudar a compatibilidade cimento/aditivo por meio de ensaios experimentais, em especial, ensaio de Cone de Marsh, propicia a determinação da dosagem ótima de aditivos superplastificantes para obtenção da melhor fluidez aliada à menor exsudação. Neste contexto, este trabalho buscou desenvolver pesquisas de inovação tecnológica, em virtude do desenvolvimento de ensaios utilizando o cimento Portland pozolânico CP IV, cimento este que não é comumente utilizado na confecção de concretos auto-adensáveis, mas que atualmente é o cimento comercializado na região Norte do Estado de Mato Grosso. As conclusões obtidas neste estudo revelaram a existência de uma viabilidade técnica para utilização de cimentos Portland pozolânico CP IV, condizente com os estudos de compatibilidade de cimento/aditivo. As duas relações a/c estudadas (a/c = 0,45 e a/c =0,50) demonstraram ser viáveis para uma continuidade nos estudos de elaboração de concretos auto-adensáveis. A relação a/c = 0,45, que apresentou um percentual ótimo de aditivo igual a 1,2% e a relação a/c = 0,50 um percentual de 0,8%, têm grandes possibilidades de serem aplicadas em estudos para desenvolvimento de concreto especiais, principalmente, na elaboração de concretos auto-adensáveis. Uma ressalva, porém, pode ser aplicada para a relação a/c = 0,45, que obteve um percentual acima do aceitável pela empresa fornecedora do aditivo superplastificante (aceitável entre 0,5 e 1,0%). Deste modo, é recomendável, primeiramente, a realização de ensaios nas fases argamassa e concreto, para obtenções conclusivas para viabilidade da utilização do percentual de aditivo igual a 1,2%, sem que o mesmo forneça problemas de exsudação no concreto. Diferentemente, para relações a/c > 0,50 observou-se que os estudos de compatibilidade não têm viabilidade experimental, em virtude dos ensaios serem realizados sem adições minerais, como por exemplo, sem a adição de fíler, microssílica ou metacaulim. Este fato foi observado em ensaios testes com as relações a/c = 0,50, 0,55 e 0,60, que não apresentaram a coesão necessária para validar os ensaios no Cone de Marsh. Outro fator observado foi à necessidade de estudos de compatibilidade finos/aditivos, para determinação do percentual de adição mineral necessária para dar a coesão à pasta de cimento, de modo a possibilitar a elevação da relação a/c > 0,50 e utilizar adição de aditivos superplastificantes que assegurem maior fluidez sem a perda da coesão das partículas de cimento e finos incorporados a pasta. Portanto, a pouca existência de pesquisas utilizando o cimento Portland pozolânico CP IV evidencia a necessidade de estudar sua compatibilidade com diferentes percentuais de adição de aditivo superplastificante, de modo a determinar o ponto de saturação ótimo de aditivo na pasta, assegurando uma máxima fluidez e uma reduzida exsudação. Com este estudo, conclui-se a viabilidade técnica da utilização do cimento Portland pozolânico CP IV em estudos prévios de pastas de cimento que permitirão a continuidade de pesquisas para elaboração de concretos auto-adensáveis. Como proposta para pesquisas futuras, sugere-se a elaboração de ensaios experimentais de compatibilidade cimento/aditivo que permita buscar variações de adição mineral, a fim de melhorar a coesão das partículas das pastas de cimento, bem como permitir a utilização de uma maior variabilidade de relações a/c. 1° CONEMAT – 4ª SEAA Sinop, Mato Grosso, 22 a 25 de Setembro de 2010 Anais do 1° CONEMAT – Congresso das Engenharias, Arquitetura e Agronomia de Mato Grosso | 11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AITCIN, P. C.; JOLICOEUR, C.; MACGREGOR, J. Superplasticized: how they work and why they occasionally don’t, Concrete international, 1994. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND (ABCP). A versatilidade do cimento brasileiro. Disponível em: http://www.abcp.com.br. 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AGRADECIMENTOS Os autores deste trabalho agradecem a FAPEMAT – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso, que possibilitou, através de recursos financeiros, a elaboração de todos os ensaios necessários para confecção deste trabalho. View publication stats https://www.researchgate.net/publication/340308860
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